Planalto vê Igreja Católica como potencial opositora

Planalto vê Igreja Católica como potencial opositora


O Palácio do Planalto pretende conter o que considera um avanço da Igreja Católica na liderança da oposição ao governo Jair Bolsonaro (PSL). Na avaliação da equipe presidencial, a Igreja é uma tradicional aliada do PT e está se articulando para promover debates antes protagonizados pelo partido no interior do País e nas periferias. As informações são do jornal O Estado de São Paulo.


https://br.yahoo.com/noticias/planalto-ve-igreja-catolica-como-potencial-opositora-102514760.html

Comentários

  • Depende de qual Igreja Católica: aquela infestada de esquerdistas, que defende a Teologia da Libertação, ou a tradicionalista, que não reconhece quase nada do que foi decidido depois do Concílio Vaticano II, nos anos 60.
  • O filme do Bernardo Kuster está chegando, os padres comunistas vão chiar muito.
  • O filme do Bernardo Kuster está chegando, os padres comunistas vão chiar muito.

    "De acordo com os produtores, “a crítica à Teologia da Libertação e aos seus agentes se apoia não só nos abusos litúrgicos e políticos que ainda hoje persistem em setores da Igreja, mas nas consequências que teve na história do Brasil: fundação do PT, do MST; apoio estratégico ao Foro de São Paulo, a movimentos sociais progressistas, às FARC e à CUT; defesa do aborto, da ideologia de gênero, do desarmamento civil, da dessacralização e politização da fé e da promoção de um Jesus figura política, esvaziado de Sua divindade e messianidade”.

    https://www.acidigital.com/noticias/promovem-financiamento-coletivo-para-filme-que-denuncia-teologia-da-libertacao-30985


  • Como dizia o Nélson Rodrigues: "Padres de passeata e freiras de minissaia".
  • Como dizia o Nélson Rodrigues: "Padres de passeata e freiras de minissaia".

    O papa faria bem se acabasse com esse celibato obrigatório. Que mal há em padres e freiras se casarem?
  • Botânico disse:O papa faria bem se acabasse com esse celibato obrigatório. Que mal há em padres e freiras se casarem?
    Ainda mais porque foi inventado pela Igreja muito tempo depois de Jesus. Não é um mandamento bíblico.

  • Padre catolico ortodoxo casa
  • Padre catolico ortodoxo casa

    Mas aí não sobe na hierarquia... É como o diácono da Igreja Católica. Ele pode se casar, mas aí torna-se um diácono permanente.
  • Na verdade, para ter uma esposa, o padre ortodoxo precisa se casar antes de ser ordenado. mas são padres e responsaveis por paroquias.

    Para subir na hiearquia, apenas os celibatários podem. Os bispos são celibatarios.

  • A fúria conservadora contra o papa Francisco e os pecados do celibato

    A proibição do casamento de padres e da ordenação de mulheres explica o declínio das vocações sacerdotais e é questão de fundo na discussão sobre abusos sexuais na Igreja Católica

    Em 25 de agosto de 2018, o arcebispo Carlo Maria Viganò publicou uma carta de 11 páginas na qual acusava o papa Francisco de ignorar e esconder evidências de abuso sexual na Igreja Católica e exigia sua renúncia. Foi uma declaração de guerra civil feita pela ala conservadora da igreja.
    [...]
    Furioso por não ter sido escolhido cardeal e assustado com as tendências supostamente liberais de Francisco, Viganò parece determinado a acabar com o papa.
    [...]
    A grande responsabilidade do problema de abuso sexual na Igreja é claramente do papa João Paulo II, que fez vista grossa à questão por mais de 20 anos. De meados da década de 80 até 2004, a Igreja gastou US$ 2,6 bilhões em acordos judiciais nos EUA, em sua maioria pagamentos para vítimas se manterem em silêncio. Casos na Irlanda, Austrália, Inglaterra, no Canadá e México seguiram o mesmo modelo deprimente: as vítimas eram ignoradas ou ameaçadas, mesmo quando os padres acusados eram silenciosamente transferidos a novas paróquias, nas quais eles muitas vezes repetiam os abusos. “João Paulo compreendia a situação: protegendo os padres culpados e protegendo os bispos que os encobriam, ele protegia a instituição de escândalos”, me disse numa entrevista por telefone o padre Thomas Doyle, advogado canônico encarregado pelo núncio papal dos EUA de investigar abusos cometidos por padres enquanto trabalhava na embaixada do Vaticano em Washington, em meados dos anos de 80, quando os primeiros processos judiciais começaram a aparecer.

    Bento foi um pouco mais vigoroso nessa questão, mas seu papado teve início após uma chuva de reportagens sobre abusos cometidos por padres, começando com uma investigação publicada pelo Boston Globe em 2002 — a inspiração para Spotlight , filme vencedor do Oscar em 2015. A Igreja enfrentava deserções em massa e um colapso em doações de paroquianos raivosos, que forçaram Bento a confrontar a questão diretamente.
    [...]
    Viganò põe a culpa da crise moral do papado na “corrente homossexual” crescente dentro da Igreja. De fato há uma minoria substancial de padres gays. O reverendo Donald B. Cozzens, padre católico e pároco de longa data de um seminário em Ohio, escreveu em seu livro A face mutante do sacerdócio (2000) que “o sacerdócio é, ou está se tornando, uma profissão gay”. Não houve pesquisas abrangentes, utilizando métodos científicos de amostragem aleatória, sobre a vida sexual de padres católicos.

    Muitas pessoas — um padre na África do Sul, um jornalista na Espanha, entre outros — fizeram estudos parciais que não seriam aprovados por cientistas. O finado doutor Richard Sipe, ex-padre que se tornou psicólogo, entrevistou 1.500 padres para um estudo etnográfico.

    Há uma certa autosseleção de padres que aceitam responder a perguntas, ou preencher questionários, ou procurar tratamento, razão pela qual as estimativas de, digamos, padres gays variam tanto. Mas os estudos são consistentes ao mostrar um alto percentual de padres sexualmente ativos e padres gays. Conforme Thomas Doyle escreveu em 2004, “observadores instruídos, incluindo autoridades da Igreja, estimam que 40% a 50% de todos os padres católicos tenham uma orientação homossexual e que metade destes sejam sexualmente ativos”. Sipe chegou à conclusão de que “50% do clero americano é sexualmente ativo (...) e entre 20% e 30% tem uma orientação homossexual e mesmo assim manteve seu celibato em igual proporção à do clero com orientação heterossexual”.

    Em sua carta, Viganò reproduz o achado do Relatório John Jay de que 81% dos casos de abuso sexual envolvem homens abusando de meninos. Mas ele ignora a descoberta de que é improvável que aqueles que de fato se identificam como homossexuais tornem-se abusadores e é mais provável que eles procurem por parceiros adultos. Padres que abusam de meninos estão muitas vezes confusos em relação a sua sexualidade; eles frequentemente têm uma visão negativa da homossexualidade e ainda assim são atormentados por seus próprios impulsos homossexuais.

    Viganò aprova e cita a obra de Sipe quatro vezes. Ignora, no entanto, o argumento principal, publicado por Sipe em seu site em 2005, que diz que “a prática do celibato é o problema básico dos bispos e padres”. Sipe também escreveu: “O foco do Vaticano na orientação homossexual é uma cortina de fumaça para acobertar o perigo maior e mais dominante de expor o comportamento sexual dos clérigos em geral. Padres e bispos gays praticam o celibato — ou fracassam ao praticá-lo — na mesma proporção dos padres e bispos heterossexuais”. Ele denunciou a má conduta de McCarrick em inúmeras ocasiões.
    [...]
    O arcebispo Rembert Weakland, por exemplo, o amado arcebispo liberal de Milwaukee entre 1977 e 2002, fez pouco-caso de vítimas que reclamaram de abuso sexual de padres e então transferiu, silenciosamente, para outras paróquias padres predatórios, que continuaram com o comportamento abusivo. Foi revelado, em 2002, que a arquidiocese de Milwaukee pagara US$ 450 mil de suborno para um homem adulto com o qual Weakland havia mantido um relacionamento sexual secreto de longa data, o que pode ter contribuído para sua relutância em agir contra padres que abusam de crianças. Isso pode ser verdade tanto para os padres heterossexuais como para os homossexuais que são sexualmente ativos.
    [...]
    A Igreja moderna se pôs numa situação terrível. Até cerca de meio século atrás, conseguia manter uma atitude de hipocrisia sábia, aceitando o fato de que padres eram muitas vezes sexualmente ativos, mas fingindo que não eram. Os padres e monges — e freiras — tarados em Chaucer e Boccaccio não eram somente tropos literários; eles refletiam uma realidade simples: não raro, padres descobriam ser impossível viver a vida celibatária. Muitos deles tinham uma “governanta” que aliviava sua solidão e fazia o papel de companheira para a vida. Frequentemente, padres tinham casos com suas paroquianas, que resultavam em filhos ilegítimos. O poder e o prestígio da Igreja ajudaram a manter esse tipo de coisa como uma questão de fofoca local, em vez de escândalo internacional.

    Quando o papa João XXIII convocou o Concílio Vaticano II, em 1962, bispos de várias partes do mundo tiveram a esperança de que a Igreja finalmente mudaria sua doutrina e permitiria que padres se casassem. Mas João XXIII morreu antes de o Concílio terminar o trabalho, que foi então supervisionado por seu sucessor, Paulo VI — um dos papas de que mais se suspeitou ser gay. Aparentemente, Paulo sentiu que as reformas amplas do Vaticano II arriscavam ir longe demais, então rejeitou os apelos por casamento sacerdotal e publicou a famosa encíclica Humanae vitae, que bania a contracepção, anulando uma comissão convocada por ele que chegou à conclusão de que o planejamento familiar e a anticoncepção não eram inconsistentes com a doutrina católica.

    Ser contra casamento de padres e métodos de contracepção colocou a Igreja no lado conservador da revolução sexual e fez com que a aderência às normas sexuais rigorosas fosse a prova de fogo do bom católico, numa época em que os costumes estavam rapidamente se movendo na direção contrária. Apenas o sexo entre homem e mulher destinado à procriação e dentro da instituição do sagrado matrimônio era permitido. Um homem e uma mulher fazerem sexo meramente por prazer era visto como egoísta e pecaminoso. De acordo com Richard Sipe, cerca de 125 mil padres deixaram o sacerdócio após Paulo VI fechar as portas à possibilidade de padres se casarem. Assim como Sipe, muitos eram homens héteros que saíram para se casar. Vocações sacerdotais despencaram.

    Em contrapartida, a proporção de padres gays aumentou, já que era bem mais fácil esconder a vida sexual numa comunidade exclusivamente masculina com uma cultura forte de sigilo e aversão a escândalos. Muitos homens jovens católicos e devotos entraram no sacerdócio para tentar escapar de seus impulsos inconfessáveis, na esperança de que um voto de celibato os ajudasse a suprimir suas inclinações homossexuais. Mas eles se encontravam muitas vezes em seminários cheios de atividade sexual. O padre Doyle estima que aproximadamente 10% dos seminaristas católicos sofriam abusos — isto é, eram forçados a manter relações sexuais não consensuais — por padres, administradores ou outros seminaristas.
    [...]
    A Igreja Católica moderna não compreendeu o que seus fundadores entenderam muito bem. “É melhor casar-se do que ficar ardendo de desejo”, escreveu São Paulo quando seus seguidores lhe perguntaram se “era bom para um homem não tocar numa mulher”. “Para os solteiros e viúvos, digo-lhes que é melhor ficarem como eu. Mas, se não podem conter-se, deveriam casar-se.” O celibato sacerdotal não foi firmemente estabelecido até o século XII; depois, muitos padres mantiveram suas esposas em sigilo ou viveram naquilo que a Igreja chama de “concubinato”.
    [...]
    Desde a Revolução Francesa e o alastramento da democracia liberal no século XIX, a Igreja Católica tem se dividido entre o ímpeto de se adaptar ao mundo em mudança e o impulso de resistir a ele a todo custo. O papa Pio IX, cuja insistência levou o Concílio Vaticano I, em 1870, a adotar a doutrina da infalibilidade papal, publicou em 1864 seu Sílabo dos erros, que condenava veementemente a modernidade, a liberdade de imprensa e a separação entre Igreja e Estado. De maneira significativa, a última frase denunciava a crença equivocada de que “o Pontífice Romano pode e deve reconciliar a si mesmo e aceitar o progresso, o liberalismo e a civilização moderna”. Desde então, a Igreja está nessa situação difícil de manter sua postura intransigente — de que representa uma série de crenças eternas e imutáveis — enquanto ainda se adapta, de alguma forma, aos tempos.
    https://epoca.globo.com/a-furia-conservadora-contra-papa-francisco-os-pecados-do-celibato-23427196
  • Para subir na hiearquia, apenas os celibatários podem. Os bispos são celibatarios.

    E o que essas igrejas ganham com isso? Dedicação exclusiva?
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