Diálogo com Emmedrado

Eu criei esse tópico para conversar publicamente com um velho conhecido de fóruns que tem postado menos recentemente. E aí, nobre colega, como você está lidando com o problema do seu pessimismo existencial ultimamente?

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Comentários

  • Huxley disse: Eu criei esse tópico para conversar publicamente com um velho conhecido de fóruns que tem postado menos recentemente. E aí, nobre colega, como você está lidando com o problema do seu pessimismo existencial ultimamente?

    Caro Huxley legal vc fazer esse tópico ...Obrigado .
    Estava sem computador e cuidando até hoje de minha mãe que tem um câncer no estômago .
    Vou voltar assim que as coisas melhorarem .
    Por enquanto fico devagar .
    Abração !
  • Emmedrado disse:
    Huxley disse: Eu criei esse tópico para conversar publicamente com um velho conhecido de fóruns que tem postado menos recentemente. E aí, nobre colega, como você está lidando com o problema do seu pessimismo existencial ultimamente?

    Caro Huxley legal vc fazer esse tópico ...Obrigado .
    Estava sem computador e cuidando até hoje de minha mãe que tem um câncer no estômago .
    Vou voltar assim que as coisas melhorarem .
    Por enquanto fico devagar .
    Abração !

    Ih, eu sei o que é isso... Câncer na família.

    Existem dois antídotos contra isso. Oncologia e otimismo. No último caso, depende só do paciente e de seus influenciadores psicológicos (parentes, por exemplo). Existem evidências ambíguas sobre a eficácia da atitude mental positiva do paciente contra o câncer, as evidências não são tão grandes quanto em outras doenças, mas ainda assim elas existem. Isso foi tratado no artigo "Optimism and Physical Health: A Meta-Analytic Review" publicada na revista Annals of Behavioral Medicine.

    Enquanto isso, vamos continuar conversando sobre outros assuntos também.
  • Huxley disse:
    Emmedrado disse:
    Huxley disse: Eu criei esse tópico para conversar publicamente com um velho conhecido de fóruns que tem postado menos recentemente. E aí, nobre colega, como você está lidando com o problema do seu pessimismo existencial ultimamente?

    Caro Huxley legal vc fazer esse tópico ...Obrigado .
    Estava sem computador e cuidando até hoje de minha mãe que tem um câncer no estômago .
    Vou voltar assim que as coisas melhorarem .
    Por enquanto fico devagar .
    Abração !

    Ih, eu sei o que é isso... Câncer na família.

    Existem dois antídotos contra isso. Oncologia e otimismo. No último caso, depende só do paciente e de seus influenciadores psicológicos (parentes, por exemplo). Existem evidências ambíguas sobre a eficácia da atitude mental positiva do paciente contra o câncer, as evidências não são tão grandes quanto em outras doenças, mas ainda assim elas existem. Isso foi tratado no artigo "Optimism and Physical Health: A Meta-Analytic Review" publicada na revista Annals of Behavioral Medicine.

    Enquanto isso, vamos continuar conversando sobre outros assuntos também.

    O otimismo costuma fazer bem pra tudo , minha mãe varia de humor , mas está melhorando.
    Abraços .
  • Emmedrado disse:
    Huxley disse:
    Emmedrado disse:
    Huxley disse: Eu criei esse tópico para conversar publicamente com um velho conhecido de fóruns que tem postado menos recentemente. E aí, nobre colega, como você está lidando com o problema do seu pessimismo existencial ultimamente?

    Caro Huxley legal vc fazer esse tópico ...Obrigado .
    Estava sem computador e cuidando até hoje de minha mãe que tem um câncer no estômago .
    Vou voltar assim que as coisas melhorarem .
    Por enquanto fico devagar .
    Abração !

    Ih, eu sei o que é isso... Câncer na família.

    Existem dois antídotos contra isso. Oncologia e otimismo. No último caso, depende só do paciente e de seus influenciadores psicológicos (parentes, por exemplo). Existem evidências ambíguas sobre a eficácia da atitude mental positiva do paciente contra o câncer, as evidências não são tão grandes quanto em outras doenças, mas ainda assim elas existem. Isso foi tratado no artigo "Optimism and Physical Health: A Meta-Analytic Review" publicada na revista Annals of Behavioral Medicine.

    Enquanto isso, vamos continuar conversando sobre outros assuntos também.

    O otimismo costuma fazer bem pra tudo , minha mãe varia de humor , mas está melhorando.
    Abraços .

    Então, pelo que soube recentemente, agora está fomentando um otimismo não religioso. Tipo, saber que o efeito Placebo funciona sem precisar de crença em Deus. Acredito que compreender a amoralidade da natureza (e que câncer é tão somente um fenômeno biológico bem antigo) previne o ressentimento com um Deus imaginário e antropomorfizado.
  • Torcendo pela sua mãe, Edson.
    Força!
  • Desejo melhoras pra sua mae Edson.



  • Valeu Índio garotão !
  • Acauan disse: Torcendo pela sua mãe, Edson.
    Força!

    Percival disse: Desejo melhoras pra sua mae Edson.

    Obrigado amigos !
  • Então, pelo que soube recentemente, agora está fomentando um otimismo não religioso. Tipo, saber que o efeito Placebo funciona sem precisar de crença em Deus. Acredito que compreender a amoralidade da natureza (e que câncer é tão somente um fenômeno biológico bem antigo) previne o ressentimento com um Deus imaginário e antropomorfizado.
    Citar
    Sou Ateu a bastante tempo .
    O efeito placebo funciona melhor se alguém acredita num Deus q interfira em nossas vidas caro @Huxley .
    Eu vou levando com variações entre otimismo e pessimismo , mas estou bem melhor q a algum tempo atrás .



  • Emmedrado disse:
    Então, pelo que soube recentemente, agora está fomentando um otimismo não religioso. Tipo, saber que o efeito Placebo funciona sem precisar de crença em Deus. Acredito que compreender a amoralidade da natureza (e que câncer é tão somente um fenômeno biológico bem antigo) previne o ressentimento com um Deus imaginário e antropomorfizado.
    Citar
    Sou Ateu a bastante tempo .
    O efeito placebo funciona melhor se alguém acredita num Deus q interfira em nossas vidas caro @Huxley .
    Eu vou levando com variações entre otimismo e pessimismo , mas estou bem melhor q a algum tempo atrás .




    Não se pode confundir o otimismo que não influencia a realidade com o otimismo que a influencia. Minhas esperanças não têm qualquer influência sobre a possibilidade de haver eclipse total do sol visível amanhã onde eu moro. No entanto, o otimismo e o pessimismo dos pacientes influenciam fortemente sua saúde física e psicológica. No último caso, o que a pessoa pensa e sente influencia o futuro e há até mecanismos biológicos por trás disso. As pessoas muitas vezes confundem o otimismo e a esperança do cético igual ao do religioso com "não aceitar a realidade das doenças" ou "tapar o sol com a peneira". Essa confusão surge de não distinguir realidade reflexiva de realidade não reflexiva.
  • editado March 2019
    Saudações Edson
    Edson disse:
    vou levando com variações entre otimismo e pessimismo , mas estou bem melhor q a algum tempo atrás .

    Edson, vou orar por vc e sua mãe.

    Um conselho se é que posso...

    Viva e aproveite estar cada momento com ela.
    Não pense na doença, pois perderás tempo precioso.

    A unica vantagem de ser ateu nessas horas, é que não temos que nos revoltar com o criador.

    [Fraternos]
  • editado March 2019
    Silvana disse: Saudações Edson
    Edson disse:
    vou levando com variações entre otimismo e pessimismo , mas estou bem melhor q a algum tempo atrás .

    Edson, vou orar por vc e sua mãe.

    Um conselho se é que posso...

    Viva e aproveite estar cada momento com ela.
    Não pense na doença, pois perderás tempo precioso.

    A unica vantagem de ser ateu nessas horas, é que não temos que nos revoltar com o criador.

    [Fraternos]


    Valeu cara Silvana , Muito obrigado !
  • Edson

    Passando para colocar um trabalho sobre a mente que é capaz de criar sua realidade.


    Titulo do texto:
    Poder da sugestão: Pode o cérebro curar e impedir o envelhecimento?
    Há quase quarenta anos que uma professora de Psicologia em Harvard tenta provar que temos o poder de combater o envelhecimento e de nos curarmos a nós próprios. Os resultados dos seus estudos são surpreendentes - embora a comunidade científica continue cética
    Num dia desta primavera, meia centena de mulheres com cancro da mama estádio IV vai reunir-se no Texas. Vindas de vários pontos dos Estados Unidos, serão divididas em dois grupos e conduzidas a um hotel. Um dos grupos continua com o seu tratamento hormonal, enquanto o outro grupo é transportado até 2003. Todo o espaço estará decorado como se fosse o início dos anos 2000. Apenas revistas e jornais antigos dessa altura estarão disponíveis, bem como programas de televisão e filmes da época. Durante uma semana, as mulheres vão ser encorajadas a pensar em si como se fossem oito anos mais novas - quando eram saudáveis - e a falar desse tempo no presente. Não se verão ao espelho (mas haverá fotografias suas tiradas há 12 anos ou mais) e vão frequentar aulas de arte, culinária e escrita. No final, serão comparados indicadores de bem-estar (incluindo os marcadores tumorais) com os do início da experiência, os do segundo grupo e ainda os de um terceiro, de controlo, que não chega a ir para o Texas. A expetativa é que os tumores destas mulheres, sem a ajuda de qualquer droga, diminuam de tamanho.

    A experiência foi desenhada por Ellen Langer, a docente de psicologia mais antiga da Universidade de Harvard e a primeira mulher a tornar-se professora residente do departamento. É a maior aposta da vida desta americana, que há 38 anos tenta provar que o indivíduo consegue controlar o seu envelhecimento e saúde apenas com algumas mudanças mentais. Nos últimos anos, depois de décadas a ver o seu trabalho desvalorizado, Langer tornou-se estrela de um documentário da BBC, cedeu os direitos da sua história a um estúdio de Hollywood, vendeu milhares de livros e viajou pelo planeta a explicar a sua teoria de unidade corpo/mente e o seu conceito de mindfulness, ou atenção plena. Prepara-se agora para arriscar tudo, quando chegarem as últimas autorizações, e levar a sua teoria à última fronteira: pacientes de cancro. É a aposta mais arriscada de uma vida inteira a desafiar o mundo médico, mas a única possível, aquela para a qual se prepara desde que, aos 29 anos, viu a mãe morrer vítima desta doença.

    "A certa altura, o cancro da minha mãe metastizou-se para o pâncreas e disseram-nos que era o fim", recorda a investigadora. "Mas, pouco depois, ela entrou em remissão. O cancro desapareceu durante algum tempo e ninguém conseguia explicar porquê. Isso definiu a agenda de pesquisa para o resto da minha vida: como é que, sem se mudar nada no tratamento, isto acontece?"

    'Os limites são artificiais'

    Langer recorda a história no seu gabinete em Cambridge, Massachusetts, no 13.° andar do William James Hall. O prédio é o mais alto do campus de Harvard, uma moderna torre branca com vista para os edifícios de tijolo (alguns com quase 400 anos) que compõem a mais antiga universidade dos Estados Unidos. Foi neste espaço que despontaram os mais de 200 estudos que, garante a psicóloga, lhe permitem questionar verdades médicas absolutas e afirmar que as pessoas se conseguem "fazer doentes e fazer saudáveis."

    Langer nasceu longe daqui, no bairro nova-iorquino do Bronx, e licenciou-se em química na Universidade de Nova Iorque. Preparava-se para estudar medicina quando, por influência de um professor, se mudou para Yale e começou a trabalhar na área da psicologia. Os conceitos que explorou na tese de doutoramento, em que tentava perceber como a mais lógica das pessoas se deixa seduzir pelo tipo de pensamento mágico envolvido num jogo de sorte, estão na base de uma área de estudos conhecido como economia comportamental.

    Já em Harvard, estudou como influenciar os nossos pensamentos e comportamentos com pequenas mudanças. Mostrou vídeos de entrevistas a psiquiatras e percebeu que avaliavam os entrevistados de forma diferente se estes fossem rotulados de "pacientes" ou de "candidatos". Quando analisou os painéis de letras que os oftalmologistas usam para avaliar a visão dos pacientes, em que as letras vão ficando mais pequenas, percebeu que "a estrutura do teste já nos está a convencer que vai chegar um ponto que não conseguimos ver". Colocou então as letras pequenas no topo. As pessoas passaram a ver carateres que não viam. Depois acrescentou uns níveis de letras mais pequenas. O mesmo resultado.

    Alguns resultados destes estudos iniciais pareciam tão fantásticos que Langer hesitava em publicá-los. "Comecei a perceber que os limites que julgamos ser reais são, na verdade, artificiais e não temos de os aceitar", explica.

    Elixir da juventude

    Langer foi depois estudar como influenciar estas perceções. Num estudo, selecionou 84 camareiras de hotel que não faziam exercício físico. Explicou a metade delas que o seu trabalho era, de facto, exercício, como se estivessem num ginásio. Um mês depois, sem que tenham descrito mudanças na sua dieta ou na prática de desporto, estas funcionárias tinham perdido, em média, perto de um quilo, baixado a pressão arterial em 10 pontos e reduzido o perímetro abdominal.

    Outra investigação levou-a a um salão de beleza: mediu a tensão arterial de 47 mulheres entre os 27 e os 83 anos; após pintarem e cortarem o cabelo, as que disseram sentir-se mais novas tinham baixado a sua tensão. "Era como se tivessem posto a sua mente num local e o corpo seguisse", explica.

    Em 1981, no seu mais ambicioso estudo até então, testou esta teoria. Levou oito homens na casa dos 70 anos para uma casa em New Hampshire (nordeste dos EUA) onde tudo estava como se fosse o ano 1959. Os homens tiveram de carregar as suas malas pelas escadas acima até aos quartos. Durante uma semana, foram tratados como se tivessem menos 20 anos. No final da experiência, demonstraram maior destreza manual, memória, audição, visão, artrite, postura e, segundo observadores independentes que analisaram fotografias tiradas antes e depois, pareciam mais novos. O estudo, conhecido como counterclockwise, foi o primeiro a tornar o nome de Langer conhecido.

    Estas descobertas colocam, uma vez mais, uma pergunta a que a ciência sempre tentou responder: como se passa de algo tão indistinto como os pensamentos para algo material como a nossa saúde? Mas não é essa questão que interessa à psicóloga. Há vários anos que Langer abandonou a ideia de que o corpo segue a mente. "O que quer que seja que acontece no nosso corpo, acontece em simultâneo e não em cadeia. Onde a mente está, o corpo também está. Mente e corpo são apenas palavras. Precisamos de tornar a colocá-los juntos", defende, enunciando a base da sua teoria de unidade corpo/mente.

    A cientista diz também se ter apercebido que "a maioria das pessoas está completamente alheia ao que se passa à sua volta durante grande parte do tempo." É por isso, assegura, que seguimos cegamente regras que não fazem sentido. Langer lembra-se de quando fez um pagamento com um cartão de crédito que não estava assinado. A empregada pediu que o fizesse e depois que assinasse o recibo. Depois comparou as duas assinaturas. "Quão estanho seria se não fossem iguais?"

    Devolver poder ao indivíduo


    Nos anos 80, ao lado de pioneiros como Jon Kabat-Zinn e Herbert Benson, a cientista começou a provar que este estado de mindless, ou desatenção, tinha ligações diretas com o nosso bem-estar. Como forma de o combater, recuperou um termo budista e de tradição new age, mindfulness, e trouxe-o para o centro do debate académico. Em vez de propor a meditação como forma de o atingir, propôs um estado de mente ativa, em que se distingue novidades e mudanças no nosso corpo, e se atua sobre elas. "É isso que leva à mudança."

    O conceito tem aplicações em muitas áreas, mas Langer estuda sobretudo o envelhecimento e a saúde. "Notar variações nos nossos sintomas é uma das formas mais fortes de atingir o controlo sobre a doença. Temos de agir com base no que acontece no presente e não com base num diagnóstico feito semanas ou anos antes. Quando notamos uma mudança e a questionamos - porque dói mais agora do que há uma hora? - começamos a estudar hipóteses e a testá-las, o que aumenta o nosso estado de mindfulness, e ainda temos a possibilidade de descobrir uma solução."

    A ideia representa uma mudança de paradigma - e um desafio direto à medicina convencional. "No modelo médico, as pessoas ficam doentes com a introdução de um vírus, por exemplo, e nunca por causa dos seus pensamentos", diz. "A minha pesquisa mostrou, uma e outra vez, que isso está errado." A especialista acrescenta que o seu objetivo é devolver algum poder ao indivíduo. "Quero pôr as pessoas ao comando da sua saúde."

    Langer acredita que a principal forma de o conseguir é introduzindo um elemento de placebo, que considera "extraordinariamente poderoso". A diferença é que no seu trabalho não há um comprimido de açúcar. "Se não é o comprimido que nos põe melhor, o que é? Somos nós. O que tenho tentado perceber é como ter esta influência positiva nas nossas vidas. Tornar o processo mais direto."

    A diferença está nas palavras

    Langer fecha a porta do gabinete e carrega o cão Gus, de 16 anos, que está cego, até ao carro. Dentro da carrinha, explica que devia estar em Puerto Vallarta, no México, onde tem uma casa, mas teve de preparar uma conferência na África do Sul. Nos próximos meses, vai estar em vários estados dos EUA, na Inglaterra e no Brasil. "Gosto muito de citar uma frase do [Arthur] Schopenhauer", comenta, enquanto conduz. "Qualquer verdade passa por três estágios. Primeiro, é ridicularizada. Segundo, é violentamente combatida. Terceiro, é aceite como óbvia e evidente."

    São os primeiros dias da primavera, mas o sol só agora começou a derreter a neve, que ocupa quase todo o estacionamento na rua. Langer encontra finalmente um lugar e descobre flores à porta de casa. É o seu aniversário. Faz 68 anos. "Não ligo nenhuma à idade", diz, abrindo a porta de casa. "Isto é um clichê terrível, mas acho que é apenas um número. Há muitas coisas associadas ao envelhecimento, como a perda de memória, que não precisam necessariamente de acontecer."

    Passa por uma guitarra que os alunos lhe ofereceram - não sabe tocar, mas os seus pupilos garantem que é uma rock star -, deixa café a fazer e carrega num botão do atendedor de chamadas: "Happy birthday to you, Happy birthday to you...", canta uma amiga.

    Agarra na caneca de café e vai até à cave. O espaço está cheio de quadros, sobretudo retratando cães e duas mulheres: ela e a companheira. Numa estante, está o livro On Becoming an Artist, onde explora as aplicações dos seus estudos na área da criatividade. Langer acredita que o conceito de mindfulness tem aplicações em quase todas as áreas da nossa vida e, em alguns dos seus livros, propõe vários exercícios.

    Uma das propostas é imaginar que os nossos pensamentos são transparentes. "Quando fazemos um julgamento e imaginamos que a pessoa à nossa frente nos consegue ouvir, obrigamo-nos a analisar a questão de vários ângulos e a vê-la sob outra luz", explica. Langer também aconselha que nunca se façam elogios gerais, como dizer que algo é saboroso ou alguém está bonito. "Deve dizer-se que a cor da blusa a favorece ou que o cabelo está brilhante. Algo que implique observação." Até uma mudança de discurso pode ter resultados. Num estudo recente, que ainda aguarda publicação, Langer comparou pessoas que tinham tido cancro de mama e se referiam a si próprias como "curadas" ou "em remissão". O primeiro grupo tinha mais saúde, energia, menos dores e era menos propenso a depressão - tudo provocado, aparentemente, por uma diferença vocabular.

    As dúvidas científicas

    Langer usa estas e outras técnicas num instituto na Índia e prepara-se para abrir outro no México. Além disso, está a trabalhar com hospitais de todo o mundo para alterar os seus protocolos. Uma das coisas que quer mudar, por exemplo, são as checklists do pessoal hospitalar. "Queremos que a única forma de responder às perguntas seja olhar, de facto, para o paciente e interagir com ele." Por exemplo, não dizer apenas que os olhos estão abertos, mas quantos milímetros estão abertos. Outras soluções passam por dar ao paciente algum poder sobre o seu tratamento, como escolher o modelo de cadeira de rodas que quer usar.

    Langer tem muitos críticos. Dizem que usa a sua fama para enriquecer. Que alguns dos seus estudos não são rigorosos ou não foram revistos pelos pares. Que mistura convicções pessoais com conhecimento científico. Em relação à experiência no Texas, dizem que vai acabar por culpabilizar as vítimas de cancro. "Mas isso não faz qualquer sentido", defende-se. "Primeiro, não falo de uma luta contra o cancro, porque isso é admitir que o adversário é poderoso, o que compromete os resultados. Depois, não se pode culpar as pessoas que foram educadas para acreditar em algo toda a sua vida. Não queremos culpar as pessoas, mas educá-las."

    Langer jura que também está no mesmo processo de formação. Em dezembro de 1997, a sua casa ardeu completamente. Perdeu tudo, menos os cães, que os vizinhos salvaram no último momento. "Quando algo acontece, temos de nos perguntar: é uma tragédia ou uma inconveniência? O mais provável é que seja apenas uma inconveniência." Isto é diferente de ser uma pessoa negativa ou positiva. "Quando somos positivos ou negativos, tornamo-nos prisioneiros de um tipo de pensamento. O que defendo no meu conceito de mindfulness é que devemos saber que algo pode ser sempre visto de várias formas e, sabendo-o, optamos pela forma que nos faz sentir melhor." O incêndio era, sem dúvida, uma tragédia.

    Langer foi viver num hotel. Na noite de Natal, que iria passar sozinha, levou os cães a passear. Quando regressou, o quarto estava cheio de prendas. Não da direção do hotel, mas das camareiras, porteiros e cozinheiros que tinham preparado a surpresa. "Até hoje, não voltei a pensar em tudo o que perdi no incêndio", lembra, abandonando por momentos a sua imperturbável atitude de nova-iorquina do Bronx. "Só me lembro do momento em que entrei naquele quarto e ele estava cheio da bondade de pessoas que nem me conheciam." Langer emociona-se, uma vibração que dura apenas um instante. "Não é agora que começo a chorar", larga, com uma gargalhada.

    http://visao.sapo.pt/actualidade/sociedade/poder-da-sugestao-pode-o-cerebro-curar-e-impedir-o-envelhecimento=f817462
  • Silvana disse: Edson

    Passando para colocar um trabalho sobre a mente que é capaz de criar sua realidade.


    Titulo do texto:
    Poder da sugestão: Pode o cérebro curar e impedir o envelhecimento?
    Há quase quarenta anos que uma professora de Psicologia em Harvard tenta provar que temos o poder de combater o envelhecimento e de nos curarmos a nós próprios. Os resultados dos seus estudos são surpreendentes - embora a comunidade científica continue cética
    Num dia desta primavera, meia centena de mulheres com cancro da mama estádio IV vai reunir-se no Texas. Vindas de vários pontos dos Estados Unidos, serão divididas em dois grupos e conduzidas a um hotel. Um dos grupos continua com o seu tratamento hormonal, enquanto o outro grupo é transportado até 2003. Todo o espaço estará decorado como se fosse o início dos anos 2000. Apenas revistas e jornais antigos dessa altura estarão disponíveis, bem como programas de televisão e filmes da época. Durante uma semana, as mulheres vão ser encorajadas a pensar em si como se fossem oito anos mais novas - quando eram saudáveis - e a falar desse tempo no presente. Não se verão ao espelho (mas haverá fotografias suas tiradas há 12 anos ou mais) e vão frequentar aulas de arte, culinária e escrita. No final, serão comparados indicadores de bem-estar (incluindo os marcadores tumorais) com os do início da experiência, os do segundo grupo e ainda os de um terceiro, de controlo, que não chega a ir para o Texas. A expetativa é que os tumores destas mulheres, sem a ajuda de qualquer droga, diminuam de tamanho.

    A experiência foi desenhada por Ellen Langer, a docente de psicologia mais antiga da Universidade de Harvard e a primeira mulher a tornar-se professora residente do departamento. É a maior aposta da vida desta americana, que há 38 anos tenta provar que o indivíduo consegue controlar o seu envelhecimento e saúde apenas com algumas mudanças mentais. Nos últimos anos, depois de décadas a ver o seu trabalho desvalorizado, Langer tornou-se estrela de um documentário da BBC, cedeu os direitos da sua história a um estúdio de Hollywood, vendeu milhares de livros e viajou pelo planeta a explicar a sua teoria de unidade corpo/mente e o seu conceito de mindfulness, ou atenção plena. Prepara-se agora para arriscar tudo, quando chegarem as últimas autorizações, e levar a sua teoria à última fronteira: pacientes de cancro. É a aposta mais arriscada de uma vida inteira a desafiar o mundo médico, mas a única possível, aquela para a qual se prepara desde que, aos 29 anos, viu a mãe morrer vítima desta doença.

    "A certa altura, o cancro da minha mãe metastizou-se para o pâncreas e disseram-nos que era o fim", recorda a investigadora. "Mas, pouco depois, ela entrou em remissão. O cancro desapareceu durante algum tempo e ninguém conseguia explicar porquê. Isso definiu a agenda de pesquisa para o resto da minha vida: como é que, sem se mudar nada no tratamento, isto acontece?"

    'Os limites são artificiais'

    Langer recorda a história no seu gabinete em Cambridge, Massachusetts, no 13.° andar do William James Hall. O prédio é o mais alto do campus de Harvard, uma moderna torre branca com vista para os edifícios de tijolo (alguns com quase 400 anos) que compõem a mais antiga universidade dos Estados Unidos. Foi neste espaço que despontaram os mais de 200 estudos que, garante a psicóloga, lhe permitem questionar verdades médicas absolutas e afirmar que as pessoas se conseguem "fazer doentes e fazer saudáveis."

    Langer nasceu longe daqui, no bairro nova-iorquino do Bronx, e licenciou-se em química na Universidade de Nova Iorque. Preparava-se para estudar medicina quando, por influência de um professor, se mudou para Yale e começou a trabalhar na área da psicologia. Os conceitos que explorou na tese de doutoramento, em que tentava perceber como a mais lógica das pessoas se deixa seduzir pelo tipo de pensamento mágico envolvido num jogo de sorte, estão na base de uma área de estudos conhecido como economia comportamental.

    Já em Harvard, estudou como influenciar os nossos pensamentos e comportamentos com pequenas mudanças. Mostrou vídeos de entrevistas a psiquiatras e percebeu que avaliavam os entrevistados de forma diferente se estes fossem rotulados de "pacientes" ou de "candidatos". Quando analisou os painéis de letras que os oftalmologistas usam para avaliar a visão dos pacientes, em que as letras vão ficando mais pequenas, percebeu que "a estrutura do teste já nos está a convencer que vai chegar um ponto que não conseguimos ver". Colocou então as letras pequenas no topo. As pessoas passaram a ver carateres que não viam. Depois acrescentou uns níveis de letras mais pequenas. O mesmo resultado.

    Alguns resultados destes estudos iniciais pareciam tão fantásticos que Langer hesitava em publicá-los. "Comecei a perceber que os limites que julgamos ser reais são, na verdade, artificiais e não temos de os aceitar", explica.

    Elixir da juventude

    Langer foi depois estudar como influenciar estas perceções. Num estudo, selecionou 84 camareiras de hotel que não faziam exercício físico. Explicou a metade delas que o seu trabalho era, de facto, exercício, como se estivessem num ginásio. Um mês depois, sem que tenham descrito mudanças na sua dieta ou na prática de desporto, estas funcionárias tinham perdido, em média, perto de um quilo, baixado a pressão arterial em 10 pontos e reduzido o perímetro abdominal.

    Outra investigação levou-a a um salão de beleza: mediu a tensão arterial de 47 mulheres entre os 27 e os 83 anos; após pintarem e cortarem o cabelo, as que disseram sentir-se mais novas tinham baixado a sua tensão. "Era como se tivessem posto a sua mente num local e o corpo seguisse", explica.

    Em 1981, no seu mais ambicioso estudo até então, testou esta teoria. Levou oito homens na casa dos 70 anos para uma casa em New Hampshire (nordeste dos EUA) onde tudo estava como se fosse o ano 1959. Os homens tiveram de carregar as suas malas pelas escadas acima até aos quartos. Durante uma semana, foram tratados como se tivessem menos 20 anos. No final da experiência, demonstraram maior destreza manual, memória, audição, visão, artrite, postura e, segundo observadores independentes que analisaram fotografias tiradas antes e depois, pareciam mais novos. O estudo, conhecido como counterclockwise, foi o primeiro a tornar o nome de Langer conhecido.

    Estas descobertas colocam, uma vez mais, uma pergunta a que a ciência sempre tentou responder: como se passa de algo tão indistinto como os pensamentos para algo material como a nossa saúde? Mas não é essa questão que interessa à psicóloga. Há vários anos que Langer abandonou a ideia de que o corpo segue a mente. "O que quer que seja que acontece no nosso corpo, acontece em simultâneo e não em cadeia. Onde a mente está, o corpo também está. Mente e corpo são apenas palavras. Precisamos de tornar a colocá-los juntos", defende, enunciando a base da sua teoria de unidade corpo/mente.

    A cientista diz também se ter apercebido que "a maioria das pessoas está completamente alheia ao que se passa à sua volta durante grande parte do tempo." É por isso, assegura, que seguimos cegamente regras que não fazem sentido. Langer lembra-se de quando fez um pagamento com um cartão de crédito que não estava assinado. A empregada pediu que o fizesse e depois que assinasse o recibo. Depois comparou as duas assinaturas. "Quão estanho seria se não fossem iguais?"

    Devolver poder ao indivíduo


    Nos anos 80, ao lado de pioneiros como Jon Kabat-Zinn e Herbert Benson, a cientista começou a provar que este estado de mindless, ou desatenção, tinha ligações diretas com o nosso bem-estar. Como forma de o combater, recuperou um termo budista e de tradição new age, mindfulness, e trouxe-o para o centro do debate académico. Em vez de propor a meditação como forma de o atingir, propôs um estado de mente ativa, em que se distingue novidades e mudanças no nosso corpo, e se atua sobre elas. "É isso que leva à mudança."

    O conceito tem aplicações em muitas áreas, mas Langer estuda sobretudo o envelhecimento e a saúde. "Notar variações nos nossos sintomas é uma das formas mais fortes de atingir o controlo sobre a doença. Temos de agir com base no que acontece no presente e não com base num diagnóstico feito semanas ou anos antes. Quando notamos uma mudança e a questionamos - porque dói mais agora do que há uma hora? - começamos a estudar hipóteses e a testá-las, o que aumenta o nosso estado de mindfulness, e ainda temos a possibilidade de descobrir uma solução."

    A ideia representa uma mudança de paradigma - e um desafio direto à medicina convencional. "No modelo médico, as pessoas ficam doentes com a introdução de um vírus, por exemplo, e nunca por causa dos seus pensamentos", diz. "A minha pesquisa mostrou, uma e outra vez, que isso está errado." A especialista acrescenta que o seu objetivo é devolver algum poder ao indivíduo. "Quero pôr as pessoas ao comando da sua saúde."

    Langer acredita que a principal forma de o conseguir é introduzindo um elemento de placebo, que considera "extraordinariamente poderoso". A diferença é que no seu trabalho não há um comprimido de açúcar. "Se não é o comprimido que nos põe melhor, o que é? Somos nós. O que tenho tentado perceber é como ter esta influência positiva nas nossas vidas. Tornar o processo mais direto."

    A diferença está nas palavras

    Langer fecha a porta do gabinete e carrega o cão Gus, de 16 anos, que está cego, até ao carro. Dentro da carrinha, explica que devia estar em Puerto Vallarta, no México, onde tem uma casa, mas teve de preparar uma conferência na África do Sul. Nos próximos meses, vai estar em vários estados dos EUA, na Inglaterra e no Brasil. "Gosto muito de citar uma frase do [Arthur] Schopenhauer", comenta, enquanto conduz. "Qualquer verdade passa por três estágios. Primeiro, é ridicularizada. Segundo, é violentamente combatida. Terceiro, é aceite como óbvia e evidente."

    São os primeiros dias da primavera, mas o sol só agora começou a derreter a neve, que ocupa quase todo o estacionamento na rua. Langer encontra finalmente um lugar e descobre flores à porta de casa. É o seu aniversário. Faz 68 anos. "Não ligo nenhuma à idade", diz, abrindo a porta de casa. "Isto é um clichê terrível, mas acho que é apenas um número. Há muitas coisas associadas ao envelhecimento, como a perda de memória, que não precisam necessariamente de acontecer."

    Passa por uma guitarra que os alunos lhe ofereceram - não sabe tocar, mas os seus pupilos garantem que é uma rock star -, deixa café a fazer e carrega num botão do atendedor de chamadas: "Happy birthday to you, Happy birthday to you...", canta uma amiga.

    Agarra na caneca de café e vai até à cave. O espaço está cheio de quadros, sobretudo retratando cães e duas mulheres: ela e a companheira. Numa estante, está o livro On Becoming an Artist, onde explora as aplicações dos seus estudos na área da criatividade. Langer acredita que o conceito de mindfulness tem aplicações em quase todas as áreas da nossa vida e, em alguns dos seus livros, propõe vários exercícios.

    Uma das propostas é imaginar que os nossos pensamentos são transparentes. "Quando fazemos um julgamento e imaginamos que a pessoa à nossa frente nos consegue ouvir, obrigamo-nos a analisar a questão de vários ângulos e a vê-la sob outra luz", explica. Langer também aconselha que nunca se façam elogios gerais, como dizer que algo é saboroso ou alguém está bonito. "Deve dizer-se que a cor da blusa a favorece ou que o cabelo está brilhante. Algo que implique observação." Até uma mudança de discurso pode ter resultados. Num estudo recente, que ainda aguarda publicação, Langer comparou pessoas que tinham tido cancro de mama e se referiam a si próprias como "curadas" ou "em remissão". O primeiro grupo tinha mais saúde, energia, menos dores e era menos propenso a depressão - tudo provocado, aparentemente, por uma diferença vocabular.

    As dúvidas científicas

    Langer usa estas e outras técnicas num instituto na Índia e prepara-se para abrir outro no México. Além disso, está a trabalhar com hospitais de todo o mundo para alterar os seus protocolos. Uma das coisas que quer mudar, por exemplo, são as checklists do pessoal hospitalar. "Queremos que a única forma de responder às perguntas seja olhar, de facto, para o paciente e interagir com ele." Por exemplo, não dizer apenas que os olhos estão abertos, mas quantos milímetros estão abertos. Outras soluções passam por dar ao paciente algum poder sobre o seu tratamento, como escolher o modelo de cadeira de rodas que quer usar.

    Langer tem muitos críticos. Dizem que usa a sua fama para enriquecer. Que alguns dos seus estudos não são rigorosos ou não foram revistos pelos pares. Que mistura convicções pessoais com conhecimento científico. Em relação à experiência no Texas, dizem que vai acabar por culpabilizar as vítimas de cancro. "Mas isso não faz qualquer sentido", defende-se. "Primeiro, não falo de uma luta contra o cancro, porque isso é admitir que o adversário é poderoso, o que compromete os resultados. Depois, não se pode culpar as pessoas que foram educadas para acreditar em algo toda a sua vida. Não queremos culpar as pessoas, mas educá-las."

    Langer jura que também está no mesmo processo de formação. Em dezembro de 1997, a sua casa ardeu completamente. Perdeu tudo, menos os cães, que os vizinhos salvaram no último momento. "Quando algo acontece, temos de nos perguntar: é uma tragédia ou uma inconveniência? O mais provável é que seja apenas uma inconveniência." Isto é diferente de ser uma pessoa negativa ou positiva. "Quando somos positivos ou negativos, tornamo-nos prisioneiros de um tipo de pensamento. O que defendo no meu conceito de mindfulness é que devemos saber que algo pode ser sempre visto de várias formas e, sabendo-o, optamos pela forma que nos faz sentir melhor." O incêndio era, sem dúvida, uma tragédia.

    Langer foi viver num hotel. Na noite de Natal, que iria passar sozinha, levou os cães a passear. Quando regressou, o quarto estava cheio de prendas. Não da direção do hotel, mas das camareiras, porteiros e cozinheiros que tinham preparado a surpresa. "Até hoje, não voltei a pensar em tudo o que perdi no incêndio", lembra, abandonando por momentos a sua imperturbável atitude de nova-iorquina do Bronx. "Só me lembro do momento em que entrei naquele quarto e ele estava cheio da bondade de pessoas que nem me conheciam." Langer emociona-se, uma vibração que dura apenas um instante. "Não é agora que começo a chorar", larga, com uma gargalhada.

    http://visao.sapo.pt/actualidade/sociedade/poder-da-sugestao-pode-o-cerebro-curar-e-impedir-o-envelhecimento=f817462

    Se for verdade mesmo é impressionante !
  • Saudações Edson

    Dra. Langer disse:

    "Comecei a perceber que os limites que julgamos ser reais são, na verdade, artificiais e não temos de os aceitar", explica.

    Já que estamos proseando sobre limites (doença) e superação (cura).

    Certa vez em um consultório de um neurologista, o mesmo me disse:

    Estimule a memória de sua mãe lhe mostrando fotos antigas, da família, momentos felizes, etc... Estimule as lembranças mais queridas. Coloque as fotos na sequência da linha do tempo...

    Bem, na verdade no estágio 2 transição para o 3, ela "lembrava" (instantes de consciência) mais dos pais, inclusive os chamando muito, do que se lembrava de mim, sua filha. O curioso é que ela chamava muito meu nome e, quando eu aparecia, ela dizia: - Quem é vc ?

    A realidade vai se apagando, o que resta são fragmentos de uma realidade sem personalidade alguma.

    Superar uma doença degenerativa no cérebro torna o processo > reativo para memórias emocionais < uma tarefa muito difícil para pessoas acometidas do mal de Alzheimer... E isso descobri a duras penas. :(

    Quando entrei para a Farmácia não fazia muita ideia de que em muitas doenças, existiam gatilhos conforme sua origem, genética ou ambiental, responsáveis por promover o start das mesmas.

    Curiosamente, tenho uma espécie de "flerte" com um ser espiritual... Desde pequena.

    O mesmo guarda parte da chave que preciso para avançar em uma espécie de missão, digamos assim. Mas, ele não entrega nada de graça. Precisamos conquistar.

    Então, em um dos muitos lugares que ele me levava (em sonhos - viagens astrais), fui colocada em um lugar no deserto (deserto da alma), onde havia lá a noção de realidade (só que não), onde todos iam no sentido horário, só que não saiam do lugar e estava muito cheio e confuso. Pois, eu olhava para o sentido oposto e lá havia o trânsito de pessoas no sentido anti-horário.

    No inicio, achei que ele se referia ao estrangulamento do giro denteado (hipocampo)... Lembro bem disso. Perda das noções espaciais e controle temporal.

    Essa chave até hoje ainda me intriga bastante... Embora no intimo eu já tenha as respostas.

    O que posso falar...

    Na verdade ele estava dentre outros símbolos, me falando sobre os espelhos de reflexão, os momentos fragmentados de nossas memórias refletidos como em prismas, uma vez que as vias de acesso ficam obstruídas, havia em cima no cume do local em que eu estava, uma entrada de luz, por lá passavam as informações para dentro desse local (dual: horário = anti-horário).

    Confuso, eu sei.

    O que quero dizer na verdade é que. Muitas doenças surgem a partir de coisas simples. Como por exemplo uma bactéria chamada H. pylori. Atualmente a mesma pode ser detectada com simples exames laboratoriais, e eliminada também com um simples tratamento com antibióticos.

    E pensar que quando os cientistas Warren e Marshall em meados de 83, levaram à comunidade científica a descoberta de que havia uma bactéria que sobrevivia ao ácido estomacal e colonizava o mesmo... Todos riram...

    Disseram: Isso é mito !!!


    [Fraternos]
  • E aí, Edson? Como vão as coisas? Traz novidades noticiosas boas para a sua pessoa?
  • Não se pode confundir o otimismo que não influencia a realidade com o otimismo que a influencia. Minhas esperanças não têm qualquer influência sobre a possibilidade de haver eclipse total do sol visível amanhã onde eu moro. No entanto, o otimismo e o pessimismo dos pacientes influenciam fortemente sua saúde física e psicológica. No último caso, o que a pessoa pensa e sente influencia o futuro e há até mecanismos biológicos por trás disso. As pessoas muitas vezes confundem o otimismo e a esperança do cético igual ao do religioso com "não aceitar a realidade das doenças" ou "tapar o sol com a peneira". Essa confusão surge de não distinguir realidade reflexiva de realidade não reflexiva.

    Interessante essa sua crença otimista negando a crença divina, quando acreditar na vida eterna é o ápice do otimismo!
    muitas pessoas melhoram seus comportamentos quando adquirem fé em um deus do futuro, pelo contrario pessoas que deixam de acreditar em um futuro melhor , sem um propósito para suas vidas caem em depressão!
  • SDS, Silvana!
  • CRIATURO disse:
    Não se pode confundir o otimismo que não influencia a realidade com o otimismo que a influencia. Minhas esperanças não têm qualquer influência sobre a possibilidade de haver eclipse total do sol visível amanhã onde eu moro. No entanto, o otimismo e o pessimismo dos pacientes influenciam fortemente sua saúde física e psicológica. No último caso, o que a pessoa pensa e sente influencia o futuro e há até mecanismos biológicos por trás disso. As pessoas muitas vezes confundem o otimismo e a esperança do cético igual ao do religioso com "não aceitar a realidade das doenças" ou "tapar o sol com a peneira". Essa confusão surge de não distinguir realidade reflexiva de realidade não reflexiva.

    Interessante essa sua crença otimista negando a crença divina, quando acreditar na vida eterna é o ápice do otimismo!
    muitas pessoas melhoram seus comportamentos quando adquirem fé em um deus do futuro, pelo contrario pessoas que deixam de acreditar em um futuro melhor , sem um propósito para suas vidas caem em depressão!

    Eu acredito que a crença em um Deus que garante a vida eterna pode ajudar no otimismo. Mas não são todas as pessoas que têm a capacidade de se auto-enganar, especialmente aquelas que já desenvolveram uma capacidade analítica avançada sobre a realidade da natureza que independe de nossas expectativas.
  • Huxley disse: E aí, Edson? Como vão as coisas? Traz novidades noticiosas boas para a sua pessoa?

    Caro Huxley nesse momento estou focado em minha mãe. Ela está respondendo bem ao tratamento.
    Abraços
  • editado June 2019
    Huxley disse:
    CRIATURO disse:
    Não se pode confundir o otimismo que não influencia a realidade com o otimismo que a influencia. Minhas esperanças não têm qualquer influência sobre a possibilidade de haver eclipse total do sol visível amanhã onde eu moro. No entanto, o otimismo e o pessimismo dos pacientes influenciam fortemente sua saúde física e psicológica. No último caso, o que a pessoa pensa e sente influencia o futuro e há até mecanismos biológicos por trás disso. As pessoas muitas vezes confundem o otimismo e a esperança do cético igual ao do religioso com "não aceitar a realidade das doenças" ou "tapar o sol com a peneira". Essa confusão surge de não distinguir realidade reflexiva de realidade não reflexiva.

    Interessante essa sua crença otimista negando a crença divina, quando acreditar na vida eterna é o ápice do otimismo!
    muitas pessoas melhoram seus comportamentos quando adquirem fé em um deus do futuro, pelo contrario pessoas que deixam de acreditar em um futuro melhor , sem um propósito para suas vidas caem em depressão!

    Eu acredito que a crença em um Deus que garante a vida eterna pode ajudar no otimismo. Mas não são todas as pessoas que têm a capacidade de se auto-enganar, especialmente aquelas que já desenvolveram uma capacidade analítica avançada sobre a realidade da natureza que independe de nossas expectativas.
    Bobagem! Coisas improváveis acontecem o tempo todo! Mas depois que acontecem todos passam a vê las como naturais!
    A ciência do homem acaba com sua esperança de sobrevivência? Mas te da o consolo de "poder" deixar um legado? Isso é que eu chamo da mais pura fé "acreditar que continuará vivendo através dos seus feitos, até depois de morto" .....kkkkkkkkkkkkkkkkkk
    Ironia é a ciência acreditar que pode prever o futuro, ou que pode prever o resultados do eventos , por exemplo que a pressão atmosférica sempre será de 1atm ,mas qual seria as consequências ao planeta se houverem variações de pressão e temperatura? Mutações genéticas?

    talvez esta sua capacidade analítica avançada não esteja assim tão avançada ao ponto de poder ver o futuro, toda analise humana ainda esta limitada aos cinco sentidos, dai que também não possuímos capacidade de mensurar o Todo existente, apenas partes limitadas que o compõe somente as percebidas pelos nossos sentidos!
    me diga uma coisa, o que impede a natureza em poder reunir átomos e acabar recriando o mesmo ser humano que ja morreu, inclusive restaurando suas memórias passadas?


  • Huxley escreveu: »
    CRIATURO disse:
    Não se pode confundir o otimismo que não influencia a realidade com o otimismo que a influencia. Minhas esperanças não têm qualquer influência sobre a possibilidade de haver eclipse total do sol visível amanhã onde eu moro. No entanto, o otimismo e o pessimismo dos pacientes influenciam fortemente sua saúde física e psicológica. No último caso, o que a pessoa pensa e sente influencia o futuro e há até mecanismos biológicos por trás disso. As pessoas muitas vezes confundem o otimismo e a esperança do cético igual ao do religioso com "não aceitar a realidade das doenças" ou "tapar o sol com a peneira". Essa confusão surge de não distinguir realidade reflexiva de realidade não reflexiva.

    Interessante essa sua crença otimista negando a crença divina, quando acreditar na vida eterna é o ápice do otimismo!
    muitas pessoas melhoram seus comportamentos quando adquirem fé em um deus do futuro, pelo contrario pessoas que deixam de acreditar em um futuro melhor , sem um propósito para suas vidas caem em depressão!

    Eu acredito que a crença em um Deus que garante a vida eterna pode ajudar no otimismo. Mas não são todas as pessoas que têm a capacidade de se auto-enganar, especialmente aquelas que já desenvolveram uma capacidade analítica avançada sobre a realidade da natureza que independe de nossas expectativas.

    Otimismo é uma questão de seletividade de pensamentos.
  • editado June 2019
    Mas te da o consolo de "poder" deixar um legado? Isso é que eu chamo da mais pura fé "acreditar que continuará vivendo através dos seus feitos, até depois de morto" .....kkkkkkkkkkkkkkkkkk


    Ave Maria...

  • Otimismo é uma questão de seletividade de pensamentos.
    otimismo é uma questão de fé positiva, principalmente quando contrariam as probabilidades!


  • editado June 2019
    Judas disse:
    Mas te da o consolo de "poder" deixar um legado? Isso é que eu chamo da mais pura fé "acreditar que continuará vivendo através dos seus feitos, até depois de morto" .....kkkkkkkkkkkkkkkkkk


    Ave Maria...

    hihihihihihi.. crenças futuras, vivemos o hoje em função de acreditarmos que ainda estaremos vivos amanhã:

    "o que voce vai ser quando voce crescer?"
    "quando eu me aposentar"
    "nos vemos amanhã"
    Até depois ou até nunca mais?

    muitos ateus ironicamente desejam manter esta fé no futuro até depois de mortos, vivem o hoje acreditando que continuarão sendo importantes até depois de mortos!
    é uma fé louvável porem ilógica para os que creem na inexistência eterna!
  • CRIATURO escreveu: »
    Otimismo é uma questão de seletividade de pensamentos.
    otimismo é uma questão de fé positiva, principalmente quando contrariam as probabilidades!


    Não simplesmente saber selecionar os pensamentos e ver as possibilidades prováveis visando um conforto, superação ou um mal menor.
  • CRIATURO disse: talvez esta sua capacidade analítica avançada não esteja assim tão avançada ao ponto de poder ver o futuro, toda analise humana ainda esta limitada aos cinco sentidos, dai que também não possuímos capacidade de mensurar o Todo existente, apenas partes limitadas que o compõe somente as percebidas pelos nossos sentidos!
    Portanto o mais sensato é não inventar deuses que não podemos entender e cuja existência não podemos provar.
    CRIATURO disse: me diga uma coisa, o que impede a natureza em poder reunir átomos e acabar recriando o mesmo ser humano que ja morreu, inclusive restaurando suas memórias passadas?
    Onde fica armazenada a informação para que essa entidade "natureza" possa recriar um ser humano?

    Onde ficam as informações que estavam num computador quando ele é destruído?

  • Percival disse:
    Percival disse:
    Otimismo é uma questão de seletividade de pensamentos.
    otimismo é uma questão de fé positiva, principalmente quando contrariam as probabilidades!


    Não simplesmente saber selecionar os pensamentos e ver as possibilidades prováveis visando um conforto, superação ou um mal menor.

    pode analisar a vontade sempre acabará cometendo erros de previsões furadas!



  • Fernando_Silva disse:
    CRIATURO disse: talvez esta sua capacidade analítica avançada não esteja assim tão avançada ao ponto de poder ver o futuro, toda analise humana ainda esta limitada aos cinco sentidos, dai que também não possuímos capacidade de mensurar o Todo existente, apenas partes limitadas que o compõe somente as percebidas pelos nossos sentidos!
    Portanto o mais sensato é não inventar deuses que não podemos entender e cuja existência não podemos provar.
    especular o desconhecido é o primeiro passo para adquirir ciência

    CRIATURO disse: me diga uma coisa, o que impede a natureza em poder reunir átomos e acabar recriando o mesmo ser humano que ja morreu, inclusive restaurando suas memórias passadas?
    Onde fica armazenada a informação para que essa entidade "natureza" possa recriar um ser humano?

    Onde ficam as informações que estavam num computador quando ele é destruído?

    devem ficar no mesmo lugar em que as memórias instintivas são armazenadas e depois reconstituídas
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