Li seu texto. E compreendo o seu ponto de vista. Às vezes, a ideia de um "castigo eterno" me parece exagerada. Mas - Deus me ajude! - sou católico romano, talvez deva questionar menos e aceitar mais a doutrina. Mesmo aquilo que não compreendo ou me parece injusto.
Por que você aceita uma doutrina que não compreende e rejeita outras doutrinas igualmente incompreensíveis?
Qual a lógica?
Você escolheu ser católico apostólico romano após uma minuciosa análise de todas as religiões disponíveis ou sua "escolha" é fruto do acaso? Se você tivesse nascido em outra família, será que não estaria defendendo outra crendice com o mesmo entusiasmo?
"Escolher" uma religião é tão racional quanto "escolher" um time de futebol.
Mas - Deus me ajude! - sou católico romano, talvez deva questionar menos e aceitar mais a doutrina. Mesmo aquilo que não compreendo ou me parece injusto.
"Aquele que recebe a graça celestial da fé livra-se da inquietação da curiosidade" (Concílio de Trento)
(Tradução: "Desligue sua mente e aceite sem pensar. Deixe que outros decidam por você" )
"A fé é a falência intelectual. Se o único modo de você aceitar uma afirmação é pela
fé, então você está admitindo que ela não pode ser aceita por seus próprios méritos"
Dan Barker, escritor e ex-evangelista
"A fé é a falência intelectual. Se o único modo de você aceitar uma afirmação é pela
fé, então você está admitindo que ela não pode ser aceita por seus próprios méritos"
Dan Barker, escritor e ex-evangelista
Mas aceitar algo por seus "próprios meritos" é a mais exata tradução de uma petição de princípio!
Li seu texto. E compreendo o seu ponto de vista. Às vezes, a ideia de um "castigo eterno" me parece exagerada. Mas - Deus me ajude! - sou católico romano, talvez deva questionar menos e aceitar mais a doutrina. Mesmo aquilo que não compreendo ou me parece injusto.
Por que você aceita uma doutrina que não compreende e rejeita outras doutrinas igualmente incompreensíveis?
Qual a lógica?
Você escolheu ser católico apostólico romano após uma minuciosa análise de todas as religiões disponíveis ou sua "escolha" é fruto do acaso? Se você tivesse nascido em outra família, será que não estaria defendendo outra crendice com o mesmo entusiasmo?
Talvez.
Nasci e cresci numa família católica. Um tio, já falecido, foi padre. Por esse raciocínio, se tivesse nascido numa família metodista, seria metodista. Idem família muçulmana, budista, espírita e etc.
Aos 18 anos fui para a faculdade. Laica, não-cristã. Conheci outros católicos, ateus, espíritas, evangélicos das mais diferentes denominações. Continuei católico. Então, embora seja verdade que a religião ORIGINAL da família de um homem possa ter influência em sua fé, ela pode mudar! O Sr. deve ter lido relatos de jovens que se apaixonaram por mulheres de religiões diferentes e se casaram com elas MESMO indo contra a família. Sei de dois ou três católicos que se apaixonaram por mulheres evangélicas ou ateias , namoravam sério e se casaram com elas. No caso das evangélicas, na igreja das moças. No caso das ateias, no cartório, celebrando um casamento CIVIL, em respeito à visão não religiosa e não cristã da mulher amada.
Que alguém tenha passado por crises de fé ao longo da vida - quem não as teve? - e permaneça na mesma religião, quer dizer ALGUMA coisa, não acha?
Enfim...minhas dúvidas seriam fruto de que, falhas e erros de lógica na doutrina?
Ou minha limitada inteligência, capacidade mediana de leitura e compreensão da palavra escrita?
Mas admito sua capacidade de argumentação e cortesia. Se mais ateus tivessem a qualidade de um Fernando Silva, teríamos menos fanáticos religiosos e mais livres pensadores.
Boa semana!
"A fé é a falência intelectual. Se o único modo de você aceitar uma afirmação é pela
fé, então você está admitindo que ela não pode ser aceita por seus próprios méritos"
Dan Barker, escritor e ex-evangelista
Mas aceitar algo por seus "próprios meritos" é a mais exata tradução de uma petição de princípio!
Pelo contrário, significa que é algo que pode ser provado pela razão e pelos fatos e não algo que nós temos que aceitar "porque sim" mesmo que contrarie a lógica e as evidências.
Boa noite, Fernando Silva.
Li seu texto. E compreendo o seu ponto de vista. Às vezes, a ideia de um "castigo eterno" me parece exagerada. Mas - Deus me ajude! - sou católico romano, talvez deva questionar menos e aceitar mais a doutrina. Mesmo aquilo que não compreendo ou me parece injusto. Um ateu com sua capacidade de síntese e de lógica merece o respeito dos religiosos.
Para a certeza na existencia de Deus a mente precisa distinguir entre a Fé Raciocinada X Crença Religiosa. Excetuando o Sr.Elric, que demonstra uma crença honesta e sincera:
A crença religiosa:
- questiona menos e aceita mais os dogmas de sua Doutrina.
- Mesmo que ela não seja bem compreendida e até pareça injusta.
- Aceita, a existência de Deus
- E compensa com fervor exemplar, nas práticas do ritual e da liturgia.
As consequências de um modo geral são:
Por não acreditar realmente na existência de Deus, nos momentos de maior provação sente-se só e desamparado.
Pode tornar-se queixoso, lamuriento e até revoltado.
As dúvidas associadas a certo grau de descrença povoarão seus dias a cada passo do caminho e isto pode fazê-lo incidir em alguns desvios de comportamento, apesar da bela crença religiosa.
Pode tornar-se um vendilhão do templo, por exemplo, como os pastores evangélicos... Nem todos, claro.
Nasci e cresci numa família católica. Um tio, já falecido, foi padre. Por esse raciocínio, se tivesse nascido numa família metodista, seria metodista. Idem família muçulmana, budista, espírita e etc.
Aos 18 anos fui para a faculdade. Laica, não-cristã. Conheci outros católicos, ateus, espíritas, evangélicos das mais diferentes denominações. Continuei católico. Então, embora seja verdade que a religião ORIGINAL da família de um homem possa ter influência em sua fé, ela pode mudar!
Sempre pode mudar. Eu mudei. Perdi a fé.
O que eu quis dizer é que você não escolheu sua religião e sim que ela lhe foi enfiada na cabeça.
E, quando isto acontece, ela cria raízes e depois é muito difícil se livrar dela, mesmo diante de argumentos lógicos.
Tudo vai depender de fatores como dependência psicológica, ambiente em que se vive ou, como você citou, apaixonar-se por alguém de outra religião.
Lembro de uma católica que virou crente porque, quando ficou viúva, o pessoal da igreja não lhe deu o menor apoio.
Um dia, ela entrou numa igreja evangélica e se sentiu acolhida, teve apoio psicológico, daí mudou de igreja.
Isto prova apenas que, para ela, dane-se a doutrina. O que ela queria é fazer parte de um grupo.
Que alguém tenha passado por crises de fé ao longo da vida - quem não as teve? - e permaneça na mesma religião, quer dizer ALGUMA coisa, não acha?
Como eu disse, é difícil arrancar do cérebro algo que se instalou lá sem passar pelo filtro do pensamento crítico, como acontece com as crianças educadas numa religião desde pequenas.
Enfim...minhas dúvidas seriam fruto de que, falhas e erros de lógica na doutrina?
Ou minha limitada inteligência, capacidade mediana de leitura e compreensão da palavra escrita?
Quando você diz que aceita mesmo sem entender, admite que não está preocupado com falhas e erros de lógica na doutrina.
Ao longo de muitos anos, eu encerrava minhas discussões comigo mesmo dizendo: "Não faz sentido porque eu não tenho capacidade para entender. Depois que eu morrer, entenderei". Só que isto é uma fuga, não uma conclusão lógica.
Hoje, prefiro pensar que, se não faz sentido, é porque está errado.
Mas admito sua capacidade de argumentação e cortesia. Se mais ateus tivessem a qualidade de um Fernando Silva, teríamos menos fanáticos religiosos e mais livres pensadores.
Boa semana!
"A fé é a falência intelectual. Se o único modo de você aceitar uma afirmação é pela
fé, então você está admitindo que ela não pode ser aceita por seus próprios méritos"
Dan Barker, escritor e ex-evangelista
Mas aceitar algo por seus "próprios meritos" é a mais exata tradução de uma petição de princípio!
Pelo contrário, significa que é algo que pode ser provado pela razão e pelos fatos e não algo que nós temos que aceitar "porque sim" mesmo que contrarie a lógica e as evidências.
É uma questão de interpretação do significado de "próprios méritos. Pode ser qualquer coisa. Um exemplo: "Deus é bom por seus "próprios méritos".
A primeira fé é a que vem do que se confia. A aceitação incondicional por exemplo, na infância, do que os pais falam. Depois vem a fé pública, que se aceita sem questionar por que é pratica corrente na sociedade, o Contrato Social. Depois vem a fé axiomática baseada na crença de que há uma fundamentação na realidade. Por exemplo, de que vai haver um nascer do sol amanhã.
Mas admito sua capacidade de argumentação e cortesia. Se mais ateus tivessem a qualidade de um Fernando Silva, teríamos menos fanáticos religiosos e mais livres pensadores.
Boa semana!
Agradeço penhorado.
Bé... Bé... Bé... ou melhor Mú... Mú... Mú... Mú...
A primeira fé é a que vem do que se confia. A aceitação incondicional por exemplo, na infância, do que os pais falam. Depois vem a fé pública, que se aceita sem questionar por que é pratica corrente na sociedade, o Contrato Social. Depois vem a fé axiomática baseada na crença de que há uma fundamentação na realidade. Por exemplo, de que vai haver um nascer do sol amanhã.
Contrato Social. Eis um assunto relevante e importante para os tempos difíceis que enfrentamos. Pena que, às vezes, seu uso pode ser distorcido - como para justificar MAIS Estado, e não MENOS.
Boa noite, Fernando Silva.
Li seu texto. E compreendo o seu ponto de vista. Às vezes, a ideia de um "castigo eterno" me parece exagerada. Mas - Deus me ajude! - sou católico romano, talvez deva questionar menos e aceitar mais a doutrina. Mesmo aquilo que não compreendo ou me parece injusto. Um ateu com sua capacidade de síntese e de lógica merece o respeito dos religiosos.
Béééé..Bééé..Béééé!
Na verdade, a onomatopeia correta é MUUUU, Sr. Criaturo. Pois sou eleitor de Bolsonaro e, para vocês de esquerda, somos gado BOVINO.
Ovelha faz BÉÉ
Boi faz MUUUU
Talkey?
sem radicalismo esquerdista nem direitista , minha opinião pode variar conforme circunstâncias e interesse do momento, após 20 anos votando no pt cansei da roubalheira e acabei votando neste moleque palhaço do embolsaonorarios, o pt o elegeu agora ele ira reeleger o pt
Boa noite, Fernando Silva.
Li seu texto. E compreendo o seu ponto de vista. Às vezes, a ideia de um "castigo eterno" me parece exagerada. Mas - Deus me ajude! - sou católico romano, talvez deva questionar menos e aceitar mais a doutrina. Mesmo aquilo que não compreendo ou me parece injusto. Um ateu com sua capacidade de síntese e de lógica merece o respeito dos religiosos.
Béééé..Bééé..Béééé!
Na verdade, a onomatopeia correta é MUUUU, Sr. Criaturo. Pois sou eleitor de Bolsonaro e, para vocês de esquerda, somos gado BOVINO.
Ovelha faz BÉÉ
Boi faz MUUUU
Talkey?
sem radicalismo esquerdista nem direitista , minha opinião pode variar conforme circunstâncias e interesse do momento, após 20 anos votando no pt cansei da roubalheira e acabei votando neste moleque palhaço do embolsaonorarios, o pt o elegeu agora ele ira reeleger o pt
Você votou no PT, ficou decepcionado com o partido e mudou?
Parabéns, Criaturo, pelo ato de CORAGEM. A maioria dos petistas que conheci eram dum radicalismo político proporcional ao radicalismo religioso dum Cabo Daciolo.
Sobre 2022, não acha que pode surgir um novo nome? Nem Lula e nem Bolsonaro?
Mas admito sua capacidade de argumentação e cortesia. Se mais ateus tivessem a qualidade de um Fernando Silva, teríamos menos fanáticos religiosos e mais livres pensadores.
Boa semana!
Agradeço penhorado.
Bé... Bé... Bé... ou melhor Mú... Mú... Mú... Mú...
Mas admito sua capacidade de argumentação e cortesia. Se mais ateus tivessem a qualidade de um Fernando Silva, teríamos menos fanáticos religiosos e mais livres pensadores.
Boa semana!
Agradeço penhorado.
Bé... Bé... Bé... ou melhor Mú... Mú... Mú... Mú...
O animal está com fome? Prefere capim colonião, feno de alfafa ou de aveia?
Boa noite, Fernando Silva.
Li seu texto. E compreendo o seu ponto de vista. Às vezes, a ideia de um "castigo eterno" me parece exagerada. Mas - Deus me ajude! - sou católico romano, talvez deva questionar menos e aceitar mais a doutrina. Mesmo aquilo que não compreendo ou me parece injusto. Um ateu com sua capacidade de síntese e de lógica merece o respeito dos religiosos.
Béééé..Bééé..Béééé!
Na verdade, a onomatopeia correta é MUUUU, Sr. Criaturo. Pois sou eleitor de Bolsonaro e, para vocês de esquerda, somos gado BOVINO.
Ovelha faz BÉÉ
Boi faz MUUUU
Talkey?
sem radicalismo esquerdista nem direitista , minha opinião pode variar conforme circunstâncias e interesse do momento, após 20 anos votando no pt cansei da roubalheira e acabei votando neste moleque palhaço do embolsaonorarios, o pt o elegeu agora ele ira reeleger o pt
Você votou no PT, ficou decepcionado com o partido e mudou?
Parabéns, Criaturo, pelo ato de CORAGEM. A maioria dos petistas que conheci eram dum radicalismo político proporcional ao radicalismo religioso dum Cabo Daciolo.
Sobre 2022, não acha que pode surgir um novo nome? Nem Lula e nem Bolsonaro?
neste pais tudo é possível até um imbecil como este embolsonaros ser presidente ,mas entra zé sai mané e o o brasil sempre na M.... da corrupção, privilégios e o pior desempregos.
Boa noite, Fernando Silva.
Li seu texto. E compreendo o seu ponto de vista. Às vezes, a ideia de um "castigo eterno" me parece exagerada. Mas - Deus me ajude! - sou católico romano, talvez deva questionar menos e aceitar mais a doutrina. Mesmo aquilo que não compreendo ou me parece injusto. Um ateu com sua capacidade de síntese e de lógica merece o respeito dos religiosos.
Béééé..Bééé..Béééé!
Na verdade, a onomatopeia correta é MUUUU, Sr. Criaturo. Pois sou eleitor de Bolsonaro e, para vocês de esquerda, somos gado BOVINO.
Ovelha faz BÉÉ
Boi faz MUUUU
Talkey?
sem radicalismo esquerdista nem direitista , minha opinião pode variar conforme circunstâncias e interesse do momento, após 20 anos votando no pt cansei da roubalheira e acabei votando neste moleque palhaço do embolsaonorarios, o pt o elegeu agora ele ira reeleger o pt
Você votou no PT, ficou decepcionado com o partido e mudou?
Parabéns, Criaturo, pelo ato de CORAGEM. A maioria dos petistas que conheci eram dum radicalismo político proporcional ao radicalismo religioso dum Cabo Daciolo.
Sobre 2022, não acha que pode surgir um novo nome? Nem Lula e nem Bolsonaro?
neste pais tudo é possível até um imbecil como este embolsonaros ser presidente ,mas entra zé sai mané e o o brasil sempre na M.... da corrupção, privilégios e o pior desempregos.
Calma, Criaturo!
Quem sabe o que pode acontecer ATE O DIA DA ELEIÇÃO? Por exemplo, em 1989, caciques antigos da política nacional não foram para o segundo turno com Lula. Foi um certo Fernando Collor de Mello...até então, desconhecido no cenário nacional.
O Bolsonaro pode se dar ao luxo de cometer qualquer desvairio, ser parceiro de religiosos de carater duvidoso, ter filhos e a si mesmo questionados quanto a conduta pessoal e ainda assim ser anos luz melhor do que qualquer coisa que foi posterior a ele.
A coisa toda pode ser considerada desde a resposta de a quem você confiaria aos cuidados a sua familia e os do seu círculo afetivo, tendo como opção ele X o esquerdista.
O Bolsonaro pode se dar ao luxo de cometer qualquer desvairio, ser parceiro de religiosos de carater duvidoso, ter filhos e a si mesmo questionados quanto a conduta pessoal e ainda assim ser anos luz melhor do que qualquer coisa que foi posterior a ele.
se sua vidência se concretizar continuaremos todos ferrados!
Aos cuidados de quem você confiaria a sua família e os do seu círculo afetivo? Ao Bolsonaro ou ao esquerdista? Ou seria melhor que isso fosse decidido na moedinha?
Também opcionalmente; quem você contrataria para caixa da sua padaria? Bolsonaro ou o esquerdista? Ou decidiria na moedinha? Hein?
Cara = voto em Bolsonaro
Coroa = NÃO voto em Lula
Parece simples, mas apesar da brincadeira, tem as mortes pelo coronavirus. Assim como eu, quem perdeu parentes e amigos de infância para a epidemia NÃO PODE endossar a tese de "é apenas uma gripezinha". O desempenho do governo federal, frente à pandemia, foi PÍFIO.
No final era da responsabilidade de cada um, nem o Estado consegue cuidar de vidas individuais.
Isto é verdade. O Estado pode ter a melhor das intenções, fazer recomendações precisas para a saúde, segurança e bem estar. Mas se o INDIVÍDUO não quiser seguir, de nada adianta. Mas é curioso, muitos países começaram a vacinação contra Covid em novembro de 2020. O Brasil só começou a vacinar na segunda metade de janeiro de 2021. Eu me pergunto SE essa demora custou mais vidas do que se tivesse começado mais cedo.
Como a homofobia islâmica é empoderada pelo silêncio da esquerda
Nas comunidades muçulmanas, a homossexualidade está intrinsecamente ligada à ansiedade, intimidação, violência e, em alguns casos, morte. Para muitos, ela implica viver uma existência fechada por medo de ser condenado ao ostracismo ou à rejeição. Os ensinamentos teológicos islâmicos, disseminados por instituições religiosas e defendidos por líderes comunitários, vão desde a pregação da nossa execução até o conselho para que vivamos uma vida de celibato. Ainda assim, vozes da esquerda, historicamente um reduto de apoio LGBTI, não condenam suficientemente o tratamento abismal de gays e bissexuais de herança muçulmana, nem se mobilizam adequadamente contra essa forma específica e brutal de homofobia.
Este texto irá examinar a homofobia na comunidade muçulmana e explorar a relutância da esquerda em criticá-la de maneira consistente e produtiva. Não explorará o crescimento do movimento muçulmano LGBTI, que defende a igualdade e a representação de indivíduos LGBTI; em vez disso, ele se concentrará na resposta à homossexualidade da comunidade muçulmana dominante e mais ampla.
Homofobia no Mundo Muçulmano
Não é um exagero espúrio afirmar que a homofobia é mais comum entre os muçulmanos do que entre outras comunidades religiosas. De fato, pesquisas estatisticamente relevantes de atitudes sociais sustentam consistentemente a verdade dessas afirmações. Essa evidência fornece um quadro sombrio, particularmente ao avaliar as atitudes em países de maioria muçulmana, de onde se originam as comunidades da diáspora ocidental.
Uma pesquisa americana de 2017 descobriu que 51% dos muçulmanos entrevistados expressaram apoio à igualdade no casamento, um número maior em relação aos anos anteriores – 34%, porém, ainda se opõem a ele. Os meios de comunicação falsamente saudaram esses 51% como sendo algum tipo de sucesso sobre o cristianismo, citando o número para justificar manchetes como “A maioria dos muçulmanos dos EUA agora apoia o casamento gay, enquanto os cristãos evangélicos brancos permanecem na oposição”. Digno de nota nesta tentativa de ofuscamento é a comparação entre uma facção conservadora de cristãos e uma figura combinada de muçulmanos liberais e conservadores. Em uma comparação mais honesta entre conservadores cristãos e muçulmanos, os dados mostram um retrato muito mais incisivo da comunidade muçulmana conservadora.
Na Grã-Bretanha, onde os muçulmanos são mais conservadores do que nos EUA, a pesquisa Gallup Coexist Index de 2009 perguntou a 500 muçulmanos se eles acreditavam que atos homossexuais eram moralmente aceitáveis. 100% concordaram que não, uniformemente apresentando atos homossexuais como imorais. Nos anos seguintes, tem havido alguma tração positiva em torno das atitudes dos muçulmanos do Reino Unido em relação à homossexualidade; no entanto, a imagem continua opressiva. Mais notavelmente, uma pesquisa do ICM de 2015 descobriu que 52% dos muçulmanos britânicos achavam que a homossexualidade deveria ser ilegal, com apenas 18% declarando que deveria ser legal. Igualmente condenatório foi que 47% consideraram inaceitável que homossexuais pudessem trabalhar como professores.
A nível internacional, os dados sobre a homofobia islâmica são ainda mais alarmantes. Um estudo global do PEW de 2013 sobre as atitudes muçulmanas relatou uma condenação quase unilateral da homossexualidade em comunidades muçulmanas em todo o mundo. Os países que expressaram a maior aceitação da homossexualidade entre sua população muçulmana foram Uganda (12%), Moçambique (11%) e Bangladesh (10%), com os outros 37 países, todos de maioria muçulmana, mostrando menos de 10%.
Todos os oito estados ou territórios que impõem a pena de morte para homossexualidade são de maioria muçulmana. Entre aqueles que não o fazem, muitos prendem pessoas por serem LGBT. Todas essas punições são derivadas de interpretações convencionais da Lei Sharia e da Jurisprudência Islâmica, que posiciona a homossexualidade como um pecado grandioso comparável à sodomia e adultério. Quando as pessoas são executadas pelo crime de serem LGBT, os métodos de execução preferidos são o enforcamento ou apedrejamento público. Sem surpresa, esse clima internacional de execução e prisão incentiva a violência da multidão contra as pessoas LGBT.
Em Brunei, onde as leis existentes já tornavam a homossexualidade punível com pena de prisão por até 10 anos, foi feita uma tentativa em 2019 para introduzir a pena de morte (por apedrejamento) para criminosos condenados, apesar de uma moratória de longa data sobre as execuções por qualquer crime. Justificada por um novo código penal que refletia uma interpretação estrita da Lei Sharia, a política levou a um protesto global significativo, que incluiu boicotes e protestos de celebridades. O governo de Brunei posteriormente cedeu à pressão internacional, retrocedendo sua posição para esclarecer que a moratória sobre a pena de morte se estenderia aos condenados por “crimes” cobertos pela nova legislação.
Impacto na Esfera Privada
Embora uma contextualização internacional da homofobia islâmica seja importante, seria errôneo presumir que seu impacto prejudicial sobre os indivíduos LGBTI ocorre exclusivamente em lugares distantes como o Afeganistão e o Irã. No Ocidente, a cultura da honra muitas vezes prospera dentro das comunidades muçulmanas: trata-se de um mecanismo comunitário de controle social no qual táticas coercitivas, como a rejeição, a humilhação e a perda de status comunitário são utilizadas para pressionar os membros das famílias a tomarem medidas corretivas contra aqueles que não se conformam com as regras islâmicas.
Em 2017, Jahed Choudhury, um muçulmano do Reino Unido de ascendência de Bangladesh, casou-se com seu parceiro branco no que foi chamado de “o primeiro casamento gay muçulmano”. Ele foi destaque na imprensa com seu marido, sendo entrevistado em rede nacional. Algumas semanas depois, ele contou a um entrevistador da BBC que membros da comunidade muçulmana cuspiram nele na rua. Revelou também que estava recebendo comentários de ódio nas redes sociais, e descreveu uma mensagem específica de alguém da comunidade ameaçando jogar ácido nele na próxima vez que o visse. Choudhury então se desculpou com a comunidade muçulmana em rede nacional pelo crime de ter se casado com seu parceiro do mesmo sexo tão publicamente. Em outras palavras, as ameaças de violência e intimidação tiveram sucesso.
Também em 2017, Mahad Olad, um ex-muçulmano gay americano, foi convidado por sua família a viajar ao Quênia, que faz parte da comunidade da diáspora somali. Quando eles chegaram, sua mãe confiscou o passaporte de Olad e o informou de que sabia que ele era gay e que havia deixado o Islã. Para “salvá-lo”, ela decidiu mandá-lo aos xeques somalis, que o trariam de volta ao Islã e o endireitariam. Somente com a ajuda de ex-muçulmanos da América do Norte Olad conseguiu escapar de seus sequestradores e retornar aos EUA.
Em outro incidente de 2017, Siddika Reza, que era secretária-geral da organização de fé islâmica NASIMCO (Organização das Comunidades Muçulmanas Shia Ithna-Asheri na América do Norte), participou do casamento público de seu filho com seu noivo. Depois que ela compartilhou fotos do casamento em suas redes sociais, mais de 1000 membros da comunidade muçulmana xiita assinaram uma petição pedindo que ela renunciasse, alegando que seu endosso ao casamento de seu filho “vai contra as legítimas interpretações majoritárias de Jaffari fiqh, que a NASIMCO deve defender ”- essencialmente, alegando que o endosso público do casamento de seu filho era um endosso ao pecado e, portanto, anti-islâmico.
Como resultado, Reza renunciou ao cargo. A coerção social da comunidade muçulmana teve sucesso em censurar um membro por ser muito tolerante; neste caso, garantiu que a aceitação de um filho pela própria mãe fosse devidamente punida.
Em 2019, Seran M (nome completo não revelado), um suíço de 17 anos de ascendência iraquiana, acordou na cama com seu pai parado diante dele, segurando uma faca e gritando: “Você é gay? Você é gay?” O pai então começou a cortar a garganta de Seran. Felizmente, o adolescente conseguiu pular uma varanda e obter ajuda dos vizinhos; ele foi colocado em coma induzido num hospital e conseguiu sobreviver.
Embora essas manifestações explícitas de homofobia islâmica sejam relatadas pela mídia, é imperativo entender o quanto ela permanece oculta. Muitos LGBTs de herança muçulmana são forçados a viver estilos de vida enrustidos para evitar enfrentar esses tipos de consequências, e alguns chegam a ter casamentos falsos para evitar serem detectados. O mecanismo de controle da cultura da honra muitas vezes faz com que os parentes cedam à pressão da comunidade e renegem seus parentes, separando famílias e causando repercussões psicológicas traumáticas para as vítimas.
Impacto na Esfera Pública
A influência da homofobia islâmica não se limita à esfera doméstica e privada. Seus adeptos possuem como ambições garantir que os direitos LGBT não sejam aceitos e que a homossexualidade não seja normalizada na sociedade em geral, o que os leva a assumir comando na arena pública.
Em 2019 a Anderton Park School, escola localizada em Birmingham, Reino Unido, foi alvo de protestos de membros da comunidade muçulmana da cidade por causa de um programa educativo do ensino primário denominado “No Outsiders”, bem como outro material que, alegaram eles, promovia a “agenda gay”. Antes de um mandado judicial forçando a realocação dos protestantes, o protesto foi realizado imediatamente do lado de fora dos portões da escola, criando um ambiente assustador e intimidador para os alunos. Vídeos podem ser encontrados online de adultos da comunidade muçulmana de Birmingham gritando “Vergonha! Vergonha! Vergonha!” através de megafones nos portões da escola, com as crianças entre eles encorajadas a cantar junto. Tal conduta deplorável deve ter causado um impacto prejudicial em qualquer adolescente presente que estivesse em processo de aceitação da própria sexualidade. Esses protestos continuaram por aproximadamente nove meses e incluíram a exibição de faixas que diziam: “Adão e Eva, não Adão e Ivo”.(1)
Em um esforço para mostrar apoio a um professor que se recusou a ceder à pressão, indivíduos LGBT de Birmingham decidiram ir à escola e pendurar sinais de solidariedade, como fotos de corações e arco-íris, nos portões da escola. Eles decidiram fazer isso à noite para que não encontrassem os manifestantes e corressem o risco de um conflito direto. Infelizmente, eles não haviam considerado que era Ramadã e que a comunidade muçulmana estaria acordada tarde da noite, comendo antes de jejuar novamente no dia seguinte. No vídeo do confronto resultante, membros do sexo masculino da comunidade muçulmana podem ser vistos criando um clima de medo e intimidação, gritando com as pessoas LGBT por entrarem em “nossa comunidade”.
Por fim, alguns muçulmanos começaram a atirar ovos nos LGBTs, que então partiram, abalados com todo o episódio. Seus símbolos de apoio nos portões da escola foram posteriormente vandalizados. Os protestos eventualmente foram permanentemente banidos pelos tribunais, mas é digno de nota que a Anderton Park suspendeu o ensino do programa “No Outsider” por um período significativo de tempo – uma vitória definitiva para as forças que perpetuam a homofobia islâmica.
Comentários
Qual a lógica?
Você escolheu ser católico apostólico romano após uma minuciosa análise de todas as religiões disponíveis ou sua "escolha" é fruto do acaso? Se você tivesse nascido em outra família, será que não estaria defendendo outra crendice com o mesmo entusiasmo?
"Escolher" uma religião é tão racional quanto "escolher" um time de futebol.
(Tradução: "Desligue sua mente e aceite sem pensar. Deixe que outros decidam por você" )
"A fé é a falência intelectual. Se o único modo de você aceitar uma afirmação é pela
fé, então você está admitindo que ela não pode ser aceita por seus próprios méritos"
Dan Barker, escritor e ex-evangelista
Nasci e cresci numa família católica. Um tio, já falecido, foi padre. Por esse raciocínio, se tivesse nascido numa família metodista, seria metodista. Idem família muçulmana, budista, espírita e etc.
Aos 18 anos fui para a faculdade. Laica, não-cristã. Conheci outros católicos, ateus, espíritas, evangélicos das mais diferentes denominações. Continuei católico. Então, embora seja verdade que a religião ORIGINAL da família de um homem possa ter influência em sua fé, ela pode mudar! O Sr. deve ter lido relatos de jovens que se apaixonaram por mulheres de religiões diferentes e se casaram com elas MESMO indo contra a família. Sei de dois ou três católicos que se apaixonaram por mulheres evangélicas ou ateias , namoravam sério e se casaram com elas. No caso das evangélicas, na igreja das moças. No caso das ateias, no cartório, celebrando um casamento CIVIL, em respeito à visão não religiosa e não cristã da mulher amada.
Que alguém tenha passado por crises de fé ao longo da vida - quem não as teve? - e permaneça na mesma religião, quer dizer ALGUMA coisa, não acha?
Enfim...minhas dúvidas seriam fruto de que, falhas e erros de lógica na doutrina?
Ou minha limitada inteligência, capacidade mediana de leitura e compreensão da palavra escrita?
Mas admito sua capacidade de argumentação e cortesia. Se mais ateus tivessem a qualidade de um Fernando Silva, teríamos menos fanáticos religiosos e mais livres pensadores.
Boa semana!
Para a certeza na existencia de Deus a mente precisa distinguir entre a Fé Raciocinada X Crença Religiosa.
Excetuando o Sr.Elric, que demonstra uma crença honesta e sincera:
A crença religiosa:
- questiona menos e aceita mais os dogmas de sua Doutrina.
- Mesmo que ela não seja bem compreendida e até pareça injusta.
- Aceita, a existência de Deus
- E compensa com fervor exemplar, nas práticas do ritual e da liturgia.
As consequências de um modo geral são:
Por não acreditar realmente na existência de Deus, nos momentos de maior provação sente-se só e desamparado.
Pode tornar-se queixoso, lamuriento e até revoltado.
As dúvidas associadas a certo grau de descrença povoarão seus dias a cada passo do caminho e isto pode fazê-lo incidir em alguns desvios de comportamento, apesar da bela crença religiosa.
Pode tornar-se um vendilhão do templo, por exemplo, como os pastores evangélicos... Nem todos, claro.
O que eu quis dizer é que você não escolheu sua religião e sim que ela lhe foi enfiada na cabeça.
E, quando isto acontece, ela cria raízes e depois é muito difícil se livrar dela, mesmo diante de argumentos lógicos.
Tudo vai depender de fatores como dependência psicológica, ambiente em que se vive ou, como você citou, apaixonar-se por alguém de outra religião.
Lembro de uma católica que virou crente porque, quando ficou viúva, o pessoal da igreja não lhe deu o menor apoio.
Um dia, ela entrou numa igreja evangélica e se sentiu acolhida, teve apoio psicológico, daí mudou de igreja.
Isto prova apenas que, para ela, dane-se a doutrina. O que ela queria é fazer parte de um grupo. Como eu disse, é difícil arrancar do cérebro algo que se instalou lá sem passar pelo filtro do pensamento crítico, como acontece com as crianças educadas numa religião desde pequenas. Quando você diz que aceita mesmo sem entender, admite que não está preocupado com falhas e erros de lógica na doutrina.
Ao longo de muitos anos, eu encerrava minhas discussões comigo mesmo dizendo: "Não faz sentido porque eu não tenho capacidade para entender. Depois que eu morrer, entenderei". Só que isto é uma fuga, não uma conclusão lógica.
Hoje, prefiro pensar que, se não faz sentido, é porque está errado. Agradeço penhorado.
Bé... Bé... Bé... ou melhor Mú... Mú... Mú... Mú...
Contrato Social. Eis um assunto relevante e importante para os tempos difíceis que enfrentamos. Pena que, às vezes, seu uso pode ser distorcido - como para justificar MAIS Estado, e não MENOS.
Você votou no PT, ficou decepcionado com o partido e mudou?
Parabéns, Criaturo, pelo ato de CORAGEM. A maioria dos petistas que conheci eram dum radicalismo político proporcional ao radicalismo religioso dum Cabo Daciolo.
Sobre 2022, não acha que pode surgir um novo nome? Nem Lula e nem Bolsonaro?
O choro é livre.
O animal está com fome? Prefere capim colonião, feno de alfafa ou de aveia?
Calma, Criaturo!
Quem sabe o que pode acontecer ATE O DIA DA ELEIÇÃO? Por exemplo, em 1989, caciques antigos da política nacional não foram para o segundo turno com Lula. Foi um certo Fernando Collor de Mello...até então, desconhecido no cenário nacional.
Cara = voto em Bolsonaro
Coroa = NÃO voto em Lula
Parece simples, mas apesar da brincadeira, tem as mortes pelo coronavirus. Assim como eu, quem perdeu parentes e amigos de infância para a epidemia NÃO PODE endossar a tese de "é apenas uma gripezinha". O desempenho do governo federal, frente à pandemia, foi PÍFIO.
Isto é verdade. O Estado pode ter a melhor das intenções, fazer recomendações precisas para a saúde, segurança e bem estar. Mas se o INDIVÍDUO não quiser seguir, de nada adianta. Mas é curioso, muitos países começaram a vacinação contra Covid em novembro de 2020. O Brasil só começou a vacinar na segunda metade de janeiro de 2021. Eu me pergunto SE essa demora custou mais vidas do que se tivesse começado mais cedo.
Nas comunidades muçulmanas, a homossexualidade está intrinsecamente ligada à ansiedade, intimidação, violência e, em alguns casos, morte. Para muitos, ela implica viver uma existência fechada por medo de ser condenado ao ostracismo ou à rejeição. Os ensinamentos teológicos islâmicos, disseminados por instituições religiosas e defendidos por líderes comunitários, vão desde a pregação da nossa execução até o conselho para que vivamos uma vida de celibato. Ainda assim, vozes da esquerda, historicamente um reduto de apoio LGBTI, não condenam suficientemente o tratamento abismal de gays e bissexuais de herança muçulmana, nem se mobilizam adequadamente contra essa forma específica e brutal de homofobia.
Este texto irá examinar a homofobia na comunidade muçulmana e explorar a relutância da esquerda em criticá-la de maneira consistente e produtiva. Não explorará o crescimento do movimento muçulmano LGBTI, que defende a igualdade e a representação de indivíduos LGBTI; em vez disso, ele se concentrará na resposta à homossexualidade da comunidade muçulmana dominante e mais ampla.
Homofobia no Mundo Muçulmano
Não é um exagero espúrio afirmar que a homofobia é mais comum entre os muçulmanos do que entre outras comunidades religiosas. De fato, pesquisas estatisticamente relevantes de atitudes sociais sustentam consistentemente a verdade dessas afirmações. Essa evidência fornece um quadro sombrio, particularmente ao avaliar as atitudes em países de maioria muçulmana, de onde se originam as comunidades da diáspora ocidental.
Uma pesquisa americana de 2017 descobriu que 51% dos muçulmanos entrevistados expressaram apoio à igualdade no casamento, um número maior em relação aos anos anteriores – 34%, porém, ainda se opõem a ele. Os meios de comunicação falsamente saudaram esses 51% como sendo algum tipo de sucesso sobre o cristianismo, citando o número para justificar manchetes como “A maioria dos muçulmanos dos EUA agora apoia o casamento gay, enquanto os cristãos evangélicos brancos permanecem na oposição”. Digno de nota nesta tentativa de ofuscamento é a comparação entre uma facção conservadora de cristãos e uma figura combinada de muçulmanos liberais e conservadores. Em uma comparação mais honesta entre conservadores cristãos e muçulmanos, os dados mostram um retrato muito mais incisivo da comunidade muçulmana conservadora.
Na Grã-Bretanha, onde os muçulmanos são mais conservadores do que nos EUA, a pesquisa Gallup Coexist Index de 2009 perguntou a 500 muçulmanos se eles acreditavam que atos homossexuais eram moralmente aceitáveis. 100% concordaram que não, uniformemente apresentando atos homossexuais como imorais. Nos anos seguintes, tem havido alguma tração positiva em torno das atitudes dos muçulmanos do Reino Unido em relação à homossexualidade; no entanto, a imagem continua opressiva. Mais notavelmente, uma pesquisa do ICM de 2015 descobriu que 52% dos muçulmanos britânicos achavam que a homossexualidade deveria ser ilegal, com apenas 18% declarando que deveria ser legal. Igualmente condenatório foi que 47% consideraram inaceitável que homossexuais pudessem trabalhar como professores.
A nível internacional, os dados sobre a homofobia islâmica são ainda mais alarmantes. Um estudo global do PEW de 2013 sobre as atitudes muçulmanas relatou uma condenação quase unilateral da homossexualidade em comunidades muçulmanas em todo o mundo. Os países que expressaram a maior aceitação da homossexualidade entre sua população muçulmana foram Uganda (12%), Moçambique (11%) e Bangladesh (10%), com os outros 37 países, todos de maioria muçulmana, mostrando menos de 10%.
Em Brunei, onde as leis existentes já tornavam a homossexualidade punível com pena de prisão por até 10 anos, foi feita uma tentativa em 2019 para introduzir a pena de morte (por apedrejamento) para criminosos condenados, apesar de uma moratória de longa data sobre as execuções por qualquer crime. Justificada por um novo código penal que refletia uma interpretação estrita da Lei Sharia, a política levou a um protesto global significativo, que incluiu boicotes e protestos de celebridades. O governo de Brunei posteriormente cedeu à pressão internacional, retrocedendo sua posição para esclarecer que a moratória sobre a pena de morte se estenderia aos condenados por “crimes” cobertos pela nova legislação.
Impacto na Esfera Privada
Embora uma contextualização internacional da homofobia islâmica seja importante, seria errôneo presumir que seu impacto prejudicial sobre os indivíduos LGBTI ocorre exclusivamente em lugares distantes como o Afeganistão e o Irã. No Ocidente, a cultura da honra muitas vezes prospera dentro das comunidades muçulmanas: trata-se de um mecanismo comunitário de controle social no qual táticas coercitivas, como a rejeição, a humilhação e a perda de status comunitário são utilizadas para pressionar os membros das famílias a tomarem medidas corretivas contra aqueles que não se conformam com as regras islâmicas.
Em 2017, Jahed Choudhury, um muçulmano do Reino Unido de ascendência de Bangladesh, casou-se com seu parceiro branco no que foi chamado de “o primeiro casamento gay muçulmano”. Ele foi destaque na imprensa com seu marido, sendo entrevistado em rede nacional. Algumas semanas depois, ele contou a um entrevistador da BBC que membros da comunidade muçulmana cuspiram nele na rua. Revelou também que estava recebendo comentários de ódio nas redes sociais, e descreveu uma mensagem específica de alguém da comunidade ameaçando jogar ácido nele na próxima vez que o visse. Choudhury então se desculpou com a comunidade muçulmana em rede nacional pelo crime de ter se casado com seu parceiro do mesmo sexo tão publicamente. Em outras palavras, as ameaças de violência e intimidação tiveram sucesso.
Também em 2017, Mahad Olad, um ex-muçulmano gay americano, foi convidado por sua família a viajar ao Quênia, que faz parte da comunidade da diáspora somali. Quando eles chegaram, sua mãe confiscou o passaporte de Olad e o informou de que sabia que ele era gay e que havia deixado o Islã. Para “salvá-lo”, ela decidiu mandá-lo aos xeques somalis, que o trariam de volta ao Islã e o endireitariam. Somente com a ajuda de ex-muçulmanos da América do Norte Olad conseguiu escapar de seus sequestradores e retornar aos EUA.
Em outro incidente de 2017, Siddika Reza, que era secretária-geral da organização de fé islâmica NASIMCO (Organização das Comunidades Muçulmanas Shia Ithna-Asheri na América do Norte), participou do casamento público de seu filho com seu noivo. Depois que ela compartilhou fotos do casamento em suas redes sociais, mais de 1000 membros da comunidade muçulmana xiita assinaram uma petição pedindo que ela renunciasse, alegando que seu endosso ao casamento de seu filho “vai contra as legítimas interpretações majoritárias de Jaffari fiqh, que a NASIMCO deve defender ”- essencialmente, alegando que o endosso público do casamento de seu filho era um endosso ao pecado e, portanto, anti-islâmico.
Como resultado, Reza renunciou ao cargo. A coerção social da comunidade muçulmana teve sucesso em censurar um membro por ser muito tolerante; neste caso, garantiu que a aceitação de um filho pela própria mãe fosse devidamente punida.
Em 2019, Seran M (nome completo não revelado), um suíço de 17 anos de ascendência iraquiana, acordou na cama com seu pai parado diante dele, segurando uma faca e gritando: “Você é gay? Você é gay?” O pai então começou a cortar a garganta de Seran. Felizmente, o adolescente conseguiu pular uma varanda e obter ajuda dos vizinhos; ele foi colocado em coma induzido num hospital e conseguiu sobreviver.
Embora essas manifestações explícitas de homofobia islâmica sejam relatadas pela mídia, é imperativo entender o quanto ela permanece oculta. Muitos LGBTs de herança muçulmana são forçados a viver estilos de vida enrustidos para evitar enfrentar esses tipos de consequências, e alguns chegam a ter casamentos falsos para evitar serem detectados. O mecanismo de controle da cultura da honra muitas vezes faz com que os parentes cedam à pressão da comunidade e renegem seus parentes, separando famílias e causando repercussões psicológicas traumáticas para as vítimas.
A influência da homofobia islâmica não se limita à esfera doméstica e privada. Seus adeptos possuem como ambições garantir que os direitos LGBT não sejam aceitos e que a homossexualidade não seja normalizada na sociedade em geral, o que os leva a assumir comando na arena pública.
Em 2019 a Anderton Park School, escola localizada em Birmingham, Reino Unido, foi alvo de protestos de membros da comunidade muçulmana da cidade por causa de um programa educativo do ensino primário denominado “No Outsiders”, bem como outro material que, alegaram eles, promovia a “agenda gay”. Antes de um mandado judicial forçando a realocação dos protestantes, o protesto foi realizado imediatamente do lado de fora dos portões da escola, criando um ambiente assustador e intimidador para os alunos. Vídeos podem ser encontrados online de adultos da comunidade muçulmana de Birmingham gritando “Vergonha! Vergonha! Vergonha!” através de megafones nos portões da escola, com as crianças entre eles encorajadas a cantar junto. Tal conduta deplorável deve ter causado um impacto prejudicial em qualquer adolescente presente que estivesse em processo de aceitação da própria sexualidade. Esses protestos continuaram por aproximadamente nove meses e incluíram a exibição de faixas que diziam: “Adão e Eva, não Adão e Ivo”.(1)
Em um esforço para mostrar apoio a um professor que se recusou a ceder à pressão, indivíduos LGBT de Birmingham decidiram ir à escola e pendurar sinais de solidariedade, como fotos de corações e arco-íris, nos portões da escola. Eles decidiram fazer isso à noite para que não encontrassem os manifestantes e corressem o risco de um conflito direto. Infelizmente, eles não haviam considerado que era Ramadã e que a comunidade muçulmana estaria acordada tarde da noite, comendo antes de jejuar novamente no dia seguinte. No vídeo do confronto resultante, membros do sexo masculino da comunidade muçulmana podem ser vistos criando um clima de medo e intimidação, gritando com as pessoas LGBT por entrarem em “nossa comunidade”.
Por fim, alguns muçulmanos começaram a atirar ovos nos LGBTs, que então partiram, abalados com todo o episódio. Seus símbolos de apoio nos portões da escola foram posteriormente vandalizados. Os protestos eventualmente foram permanentemente banidos pelos tribunais, mas é digno de nota que a Anderton Park suspendeu o ensino do programa “No Outsider” por um período significativo de tempo – uma vitória definitiva para as forças que perpetuam a homofobia islâmica.