Homossexualismo , Homofobia , Racismo, Feminismo , etc...

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Comentários

  • Russos não se sentem representados nos comerciais da Nike:

  • Os egípcios eram negros? A verdade:

  • segundo o ilustríssimo presidente jari bolsonaros um dos principais fatores que levam o homossexualismo seria as vacinas contra covid previna-se!
  • A fonte era arial 12?
  • Percival escreveu: »
    A fonte era arial 12?

    não somente a pequena sereia
  • Você tá muito ruim nas piadas.
  • Sindicato da Animação repudia Disney por apoio a projeto de lei anti-LGBTQIA+


    Entidade afirma que posicionamento favorável à legislação é “um erro que desafia a lógica e a ética” da companhia


    O financiamento da Disney a um projeto de lei LGBTQfóbico no estado da Flórida foi repudiado pelo Sindicato da Animação dos Estados Unidos (TAG, em inglês). Por meio de uma nota oficial em seu site, a entidade condenou o posicionamento da empresa e seu CEO Bob Chapek, afirmando que as doações do estúdio ao projeto “Don’t Say Gay” é “um erro que desafia a lógica e a ética” da companhia, que frequentemente se promove em cima de pautas LGBTQIA+.

    “A Walt Disney Company tem a oportunidade de ser uma líder a serviço da comunidade LGBTQIA+ de um jeito que poucas outras empresas podem igualar”, afirmaram o conselho executivo do TAG e o comitê queer da entidade, o QueerTAG, em um comunicado conjunto. "Expressamos nossa decepção com as declarações dos líderes da Disney sobre a lei Don’t Say Gay na Flórida. Aplaudimos as muitas vozes de aliados, colegas e mais, que têm se pronunciado e reproduzindo essa decepção”.



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    O TAG reforça ainda que este é o momento para que as empresas “provem que suas intenções não são desonestas” ao promoverem publicamente pautas de diversidade e “comprovem suas palavras com ações definitivas”.

    Entenda o caso

    O projeto “Don’t Say Gay” circula atualmente no estado norte-americano da Flórida e tem como objetivo proibir que escolas e professores reconheçam a existência de pessoas LGBTQIA+. Além disso, a lei impõe que alunos queer que confidenciem suas identidades a professores sejam expostos aos pais ou responsáveis, tirando do aluno a escolha de quando e como se assumir publicamente.

    Em 3 de março, foi revelado que a Disney apoia financeiramente lobistas do projeto. Como resposta, o CEO Bob Chapek afirmou em comunicado que “entende a importância que esse assunto tem para nossos funcionários LGBTQ+”. O estúdio, no entanto, não abriu mão das doações ao projeto, dizendo que o maior impacto que a empresa pode ter na criação de “um mundo mais inclusivo é através do conteúdo inspirador que produzimos”.


    A fala de Chapek, assim como a manutenção do financiamento à uma lei homofóbica, levou funcionários da Disney, como o roteirista Benjamin Siemon (Ducktales), Dana Terrace (A Casa Coruja), Bill Motz (Operação Big Hero: A Série), Sascha Paladino (Mira, A Detetive do Reino) e mais a repudiarem publicamente a empresa e seu CEO.

    https://www.omelete.com.br/filmes/disney-protesto-sindicato-da-animacao-lei-anti-lgbtqia

  • Dois detalhes interessantes nesse vídeo: 1 - notem como muda o tom de voz da primeira entrevistada quando chega perto da parte mais pesada do testemunho dela. 2 - os círculos sociais compostos por quem se diz "progressista" são rígidos ao extremo, inclusão de cool é rola, não é a toa que se comparar com um culto as semelhanças são gritantes.

  • Politicamente correto - Não se pode falar nada, tudo ofende

    Por Eduardo Affonso 04/06/2022

    Programa jornalístico (hipotético) de televisão. Quatro homens e uma mulher estão a postos para discutir violência sexista. O diálogo se dá entre Carol e Marcelo (nomes fictícios). Na volta do intervalo, Marcelo toma a iniciativa.

    — A gente dá uns escorregões às vezes, né?, e a gente tem que lembrar pra não dar um escorregão, e há pouco cê usou uma palavra que a gente não usa mais...

    — Supimpa? Lambisgoia? Entrementes? Sirigaita?

    — Não, uma palavra racista: denegrir.

    — Mas denegrir é tão racista quanto amarelar, ficar vermelho de raiva ou dar um branco...

    — Não, Carol. Qualquer palavra ou expressão que associe a cor preta a algo negativo toca num ponto sensível e contribui para a perpetuação do racismo.

    — Mesmo que não tenha a ver com cor de pele, como “quando eu era criança, tinha medo do escuro”?

    — Sim. Mesmo sem a intenção de ofender, estamos ofendendo e reproduzindo discursos de intolerância. Não pode.

    — Não tinha pensado nisso. Que burrice a minha, Marcelo!

    — Escorregou de novo, Carol. Chamar de burro alguém carente de inteligência é especismo, uma forma de preconceito que coloca a espécie humana acima das outras e atribui aos animais nossas características mais reprováveis. Ao repetir essas coisas — fazer papagaiada, ser galinha, ou um verme, uma anta, uma víbora —, você discrimina e oprime os animais não humanos.

    — Nossa, que loucura!

    — Mais um escorregão, Carol. Além de racista e especista, você agora está sendo capacitista e contribuindo para a desqualificação de pessoas com deficiência, com base no prejulgamento em relação a sua capacidade cognitiva. Cada vez que você emprega uma expressão dessas, coloca mais obstáculos à inclusão de pessoas portadoras de distúrbios psíquicos.

    — Gente, eu devo estar ficando velha, porque...

    — Carol, cê usou outra palavra proibida! Relacionar a idade a certos comportamentos inadequados é etarismo, a marginalização de grupos etários com base em estereótipos. Falas como essa aumentam a dificuldade de inserção de pessoas da melhor idade no mercado de trabalho, levam a disparidades salariais e até ao aumento no risco de doença cardiovascular. Simplesmente, pare!

    — Vou ficar atenta, porque essas coisas parecem frescura, mas...

    — Frescura? Você acaba de ser homofóbica, transfóbica, nãobinariofóbica, genderfluidfóbica...

    — Mas eu não tenho nenhum tipo de objeção à orientação sexual de ninguém! Me sinto confortável com o homossexualismo e...

    — Homossexualidade! Homossexuali-da-de. O sufixo “ismo” é usado para identificar doenças!

    — Então progressismo, socialismo, modernismo e iluminismo são doenças?

    — Carol, não mude de assunto. Por isso que eu quis te chamar a atenção, para que você mesma pudesse se desculpar.

    — Tá bom, Marcelo. Mas você me corrigir publicamente e me explicar o que é isso, o que é aquilo, não é mansplaining?

    — Bem, não conseguimos falar sobre sexismo neste bloco, então vamos para um pequeno intervalo e já voltamos, para tratar de censura e dos riscos que o fascismo representa para a liberdade de pensamento e de expressão.
    https://blogs.oglobo.globo.com/opiniao/post/nao-se-pode-falar-nada-tudo-ofende.html
  • Tava em dúvida em por no tópico do @Judas pelo tema envolver grandes corporações:

  • 'Top Gun: Maverick' e o machismo tóxico

    Novo filme de Tom Cruise transborda testosterona, considerada o chorume do século XX. Sim, leitor, já notei que o sujeito que quer salvar o mundo por conta própria, virar herói, está morto e enterrado

    Leo Aversa 14/06/2022


    Levei o meu filho para ver o novo “Top gun”. Eu era um adolescente quando o primeiro estreou nos cinemas. Que espetáculo! Hoje, informado como estou sobre o papel do homem contemporâneo, percebo que se tratava de um monumento ao machismo tóxico. Que vergonha!

    Também percebi que problematizar a continuação do filme seria uma excelente oportunidade de mostrar ao meu filho como o pai dele está antenado com os tempos que correm: sim, um pai moderno, desconstruído, sensível às causas mais progressistas.

    “Top gun: Maverick” é um filme que transborda testosterona, considerada o chorume do século XX. Sim, leitor, tô sabendo como a banda toca. Já notei que o sujeito que quer salvar o mundo por conta própria, virar herói, está morto e enterrado. Vejam o 007: agora ele tem crises de consciência e ambiciona relacionamentos estáveis. Parece que no próximo filme o agente secreto inglês vai enfrentar uma pilha de boletos, uma DR no domingo à noite e o cancelamento do Uber na hora da pressa. Não é melhor assim? “Viva o contínuo questionamento da condição masculina!”, repito para o garoto, tentando impressionar a nova geração.

    Vamos aos aviões do filme: como definiu alguém nas redes, são objetos fálicos (e eu, ingênuo, achava que se um avião não tivesse um formato fálico sequer levantaria voo, mas talvez a aerodinâmica precise ler Freud). Se os caças do “Top gun” são fálicos, os sabres de luz de “Star wars” devem ser pornográficos. Melhor deixar quieto.

    O meu número ia bem até que começaram as perseguições aéreas: soltei um “Woooo-hoooo!!!” sem querer. Para disfarçar o rompante disse que, na verdade, tinha sido um “buuuu” e que estava vaiando a cena. “Filho, aviões supersônicos que atiram mísseis não são corretos, nem sequer numa tela”. “Motos velozes também não”, ele completou. “Trata-se de veículos para seres primitivos”, acrescentei, “Um filme de ação com o herói andando de velocípede, por uma relva suave, acenando aos Teletubbies e desviando das formigas seria mais apropriado”. Senti na cara do meu filho a admiração pela modernidade do pai.

    O filme continuou.

    Maverick, o protagonista, agora é um homem de meia-idade que não encontra lugar no mundo atual. O almirante/vilão joga o fato na cara: “O fim é inevitável, Maverick. Pessoas do seu tipo estão destinadas à extinção”. “Talvez, senhor, mas não hoje”, ele responde.

    Escorreram-me lágrimas. Outro deslize. Era a masculinidade old-school, morta e enterrada como um herói, puxando o meu pé. Expliquei ao meu filho que se tratava apenas uma reação alérgica aos códigos morais do século passado. Uma espécie de rinite cultural. O garoto já estava começando a duvidar da minha contemporaneidade. “Top gun” é um filme tinhoso, faz você esquecer o que acabou de aprender.

    É preciso disfarçar. Passei o resto do filme alternando “tsk-tsk...” com “Que absurdo!”

    No fim — spoiler alert para quem nunca viu um filme de ação — o piloto considerado ultrapassado consegue vencer os vilões e completar a missão. Por puro reflexo levantei e aplaudi de pé. O menino ficou mais cabreiro ainda. “Estou só tirando a poeira das mãos, a poeira do patriarcado decadente”, disse meio sem jeito.

    Não sei se consegui convencê-lo. Acho que será necessário um terceiro “Top gun”.
    https://oglobo.globo.com/cultura/top-gun-maverick-o-machismo-toxico-1-25527022
  • O filme é bom pra mim que gosto de anos 80. Adorei. Recomendo assistir em cinema porque o som é extraordinário, Imax se possível.
    Foi bom ver o avião mais bonito da história voando de novo, o F-14 Tomcat. Cenas reais com força G e tudo mais.
    Coisa rara de se ver hoje onde tudo é CG.
  • Judas escreveu: »
    O filme é bom pra mim que gosto de anos 80. Adorei. Recomendo assistir em cinema porque o som é extraordinário, Imax se possível.
    Foi bom ver o avião mais bonito da história voando de novo, o F-14 Tomcat. Cenas reais com força G e tudo mais.
    Coisa rara de se ver hoje onde tudo é CG.

  • https://magg.sapo.pt/amp/atualidade/atualidade-nacional/artigos/agressao-fisica-nos-santos-populares


    - mulheres e homens agredidos, mas tudo é resumido ao machismo e ofensas às mulheres.
    - homens pedem desculpa...
    - polícia subtilmente é maltratada por não"fazer nada".


    Realidade:
    - falta de efectivo policial.
    - agressores são negros, nada de acusar de racismo.
    - sobretudo, não procurar resolver problemas de violência crescente nas cidades lusas. O que importa é abaixo o Patriarcado.


    Estamos sem futuro, esta nova geração não compreende o mundo.
  • Clinica de transição pra menores de idade vai ser fechada depois de inspeções, mostraram que o lugar além de não ter recursos seguros empurra os menores na direção da transição, sabe-se lá quantos já foram prejudicados pela clinica.

    Esse pesadelo só acaba quando a corja que defende essa ideologia parar de fingir que é oprimida e começar a temer pela vida de verdade.

    Fonte: https://www.dailymail.co.uk/news/article-11057813/Controversial-Tavistock-gender-clinic-children-shut-damning-report.html
  • Uma lista de regulamentos politicamente corretos de escolas americanas e inglesas.

    Por exemplo, um aluno não pode tocar o outro, portanto ficam proibidos abraços e quaisquer brincadeiras ou jogos que envolvam contacto físico, como pique.

    Violência física é proibida, portanto, se um bully estiver lhe espancando, não reaja. Afinal, você estaria sendo violento também. Espere até que algum professor venha negociar com o valentão.

    Dicionários? Proibidos. Contêm palavrões.

    Harry Potter? Evolucionismo? Halloween? Proibidos. Ofendem a crentelhada.

    Dia dos pais? Proibido. Ofende as mães solteiras e as lésbicas.

    E assim vai.
    I thought I'd heard it all when it was decided that the words of the nursery rhyme 'Bah Bah Black Sheep' had to be changed to 'Bah Bah Rainbow Sheep' to be all inclusive and non-racist!

    Anyway, I've listed some of the rules in question below. No hugging and no Best Friends is bad enough but no dictionaries or Harry Potter defies belief.....

    Hugging
    Malcolm Arnold Academy, in Northampton, England, banned hugging and other types of touching. The "no touching" policy is supposed to help teach students to respect their classmates' personal space.

    Tag
    Physical games such as tag are slowly disappearing from playgrounds. An elementary school went on to ban it, together with other activities deemed too rough for students. "Students were instructed that physical contact including tag games, touch football, etc. were not allowed" said their principal.

    Red ink
    No more red pens for marking tests in the UK. The stigma carried by the red ink led some schools to ban it. Some schools in the US have also adopted this, opting for other, less "aggressive" colors.

    Dictionaries
    A school in Murrieta, California, temporarily banned the dictionary from fourth and fifth grade classes, after a parent complained about the book's references to "explicit language."

    Evolution
    Any visual depiction or written reference to evolution was banned after a Missouri high school marching band created a t-shirt saying "Evolution of Brass." Some parents threw a hissy fit, claiming that it supported Darwinism and had to be banned. The school completely rolled over and capitulated to the adult tantrum, buying all $700 of shirts from the band to keep them out of the school. I wonder what the science textbooks looked like there.

    Acronyms and jargon
    A school in South Yorkshire, England, banned students from saying certain words, including "hiya," "cheers," and "lol." This is to encourage the use of proper English.

    Best friends
    Can you imagine school without a BFF? Thomas's London Day Schools deemed these relationships unhealthy and somewhat "too obsessive" - and liable to upset pupils who weren't someone's BFF.

    Self-defense
    In most schools, a "zero tolerance" policy for bullying and violence means that the bully and the bullied both get punished equally if the victim eventually defends themselves. According to this rule, the student is apparently just supposed to take the beating until a faculty member can be found to negotiate with the bully to stop. Of course that's not the intent of the policy, but that's the result.

    'Harry Potter' books
    A Catholic school in Nashville, Tennessee, banned 'Harry Potter' books in 2019 because "the curses and spells used in the books are actual curses and spells; which when read by a human being risk conjuring evil spirits into the presence of the person reading the text."

    Other books with dangerous ideas are banned with disturbing regularity. What kind of books? Well truly dangerous ones, like "The Adventures of Tom Sawyer" due to racial stereotypes. (It was written in the 1870's. Slavery was a thing), Animal Farm, Fahrenheit 451 (Irony), and The Adventures of Captain Underpants (because it encourages bad spelling).

    Halloween
    A Pennsylvania school has banned Halloween because some parents' considered it to have religious overtones, even going as far as refusing to send their children to school on the day because they didn't want them to participate. Probably the same parents that complain when Starbucks doesn't have a Christmas tree on their holiday cup. Of course, many parents were not happy about it, nor were a lot of the students.

    "Mom" and "Dad"
    The words have been deemed potentially offensive, and as a result taken off school documentation in California so that same-sex couples and transgender persons wouldn't be offended. Apparently, the phrase, "Show your Mom and Dad," is offensive enough there needed be a law. It's not so much that the words "parent or guardian" had to be used in place but that people were offended enough by the gloriously benign phrase "mom and dad" that a law had to be made to 'forbid' them.

    Father's Day
    Father's Day Cards were banned in a primary school so that children of single mothers and lesbians wouldn't feel left out or upset. No word on how the children being raised by single fathers or two fathers feel about this, or if anyone stopped being offended long enough to consider their feelings, or the feelings of said fathers.

    Fonte: não consegui mais encontrar, mas dá para achar cada item em separado.
  • editado August 2022
    É também um caso de estado mental infantilizado da humanidade no ocidente.
    Que coisa romântica não reagir a um valentão pra não se igualar a ele e resolver os problemas usando a força...
  • Um doente americank assumiu e postou publicamente a mais de 3 meses que trafica hormônios "pra qualquer um que solicite" especialmente menores. Não só anunciou como explica em detalhes no Instagram como o esquema funciona, tem até vídeo dele confessando publicamente que faz isso.
    Creio que é meio desnecessário mencionar que o ato dele é ilegal e num país sério garantiria décadas de prisão, porém além de uma suspensão da conta do Insta, nada acontece feijoada. Esse merda continua impune mesmo com todas as notificações feitas contra ele nas plataformas em que ele tá.

    Mas relaxa, não existe conspiração não, rede social funciona igual pra todo mundo. Enquanto isso o americorno continua lá, dormindo na frigideira enquanto o fogo só aumenta.

    Fonte:
  • celebridades globais como Gil do Vigor & Rico deveriam se unir em matrimonio seus fãs iriam adorar.


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  • Elisabeth Roudinesco critica identitarismo e excesso de terminologias que pautam o debate público
    Autora francesa lança 'Eu Soberano' e afirma que há uma efervescência de termos, como cisgênero, branquitude, interseccionalidade, que obscurecem a realidade; leia entrevista da autora ao 'Estadão'

    Elisabeth Roudinesco notabilizou-se como historiadora da psicanálise, autora de biografias sobre Sigmund Freud e Jacques Lacan e de um Dicionário da Psicanálise. Com O Eu Soberano - Ensaio sobre as derivas identitárias, recém-lançado no Brasil (Zahar, 304 págs., R$ 74), ela faz sua intervenção no debate incandescente sobre a questão identitária. O livro é um libelo contra as "designações identitárias" que, segundo ela, reduzem o ser humano a uma experiência específica e tentam acabar com a natureza do que é distinto. A autoafirmação de si, escreve Roudinesco no prefácio do livro, leva à hipertrofia do eu, em que "cada um tenta ser si-mesmo como um rei, e não como um outro" e consolida tendências de isolamento. Em contraponto, diz ela, é preciso reforçar a existência de uma identidade universal, que é múltipla e inclui o estrangeiro. No livro, Roudinesco fala com admiração da obra de Gilberto Freyre, da mestiçagem e da existência de um "hibridismo barroco" no Brasil.

    O ensaio é uma genealogia do que Roudinesco chama de "derivas identitárias" - a metamorfose de movimentos sociais que, no começo do século 20, buscavam a emancipação, o progresso e a transformação do mundo para melhor em movimentos de afirmação de identidade, que buscam exprimir indignação ou o desejo de visibilidade e reconhecimento. Para ilustrar os perigos dos sectarismos identitários, Roudinesco evoca sua participação em um colóquio sobre psicanálise em 2005 no Líbano, país com 17 comunidades religiosas, cada uma com sua legislação e jurisdições próprias, e habituado a viver em guerra. Ao ser questionada por um anfitrião se seria cristã ortodoxa, por causa do sobrenome, Roudinesco teve de responder que seu pai era judeu-romeno, sua mãe era de uma família protestante de origens alemãs, mas ela era ateia, sem ser anticlerical, e se identificava apenas como cidadã francesa. Tempos depois, um dos participantes do colóquio e o filho do anfitrião morreriam em atentados a bomba em Beirute. Apesar da crítica às "derivas identitárias", Roudinesco enfatiza que o maior perigo é o ressurgimento do identitarismo de extrema-direita, ancorado numa tradição de racismo e antissemitismo com profundas raízes no Ocidente.

    Seu ensaio começa com uma história pessoal no Líbano, em que a senhora fez questão de se identificar como francesa. Sua motivação para o livro tem a ver com a defesa dessa condição de cidadã de um país do Ocidente, tão questionado pelos movimentos identitários?

    Ao citar o que ocorreu no Líbano, quis mostrar que mesmo eu já fui confrontada por uma designação identitária. No Líbano, houve uma situação extravagante porque foi a primeira vez em que eu tive que afirmar que era francesa, não por uma questão de identidade, mas por cidadania. A motivação do livro, porém, foi a de dizer algumas coisas que precisam ser esclarecidas. Há muito tempo, eu queria escrever algo sobre o que está acontecendo no mundo intelectual, que é a substituição da busca da emancipação pela afirmação identitária. Essa transformação se apoia notadamente em pensadores franceses que eu conheci, sobretudo Michel Foucault e Jacques Derrida, e que contribuíram para ilustrar o pensamento crítico. A designação identitária, porém, tem algo fortemente criticável porque ela coloca o sujeito em apenas um território como se nós fizéssemos parte de uma raça, de um gênero, de uma religião. É um perigo porque embute a retração dos valores universais de cada sujeito. Eu não reivindico os valores do Ocidente, mas os valores universais.

    Sua intenção foi então recuperar a obra desses grandes intelectuais franceses que estariam sendo reinterpretados de uma forma equivocada?

    Não é propriamente o desejo de recuperar, mas de refletir sobre a transformação da obra deles. A reivindicação identitária mostra o conjunto do Ocidente como imperialista e colonizador, mas esquece que houve lutas anticoloniais dentro dos países ocidentais. Jean-Paul Sartre, que foi de uma geração bem anterior a Foucault e Derrida, encarnou a luta contra o colonialismo francês, mas foi arrastado para a lama com a tese de que os anticolonialistas franceses não tinham o direito de ser anticolonialistas porque eram franceses, ocidentais, brancos. Isso me ofende, porque sempre fui anticolonialista e venho de uma família anticolonialista. Além desse ponto de partida, outra motivação para o ensaio é mostrar que houve passos para trás com várias dessas derivas identitárias. A questão do gênero foi revolucionária ao introduzir a noção de que ele é uma construção social e psíquica e não apenas uma diferença anatômica de sexo, mas houve uma guinada no sentido contrário quando se passou a negar o sexo em detrimento do gênero. Ambos, sexo e gênero, são necessários.

    A senhora considera então que muitas dessas derivas identitárias estão promovendo retrocessos?

    Sim. A noção de "negritude", por exemplo, passou a ser racializada. Quando Aimé Césaire (poeta de origem martinicana) dizia que era negro e permaneceria sempre negro, ele não afirmava isso do ponto de vista da raça, mas, sim, do sentido do pertencimento a uma história e a uma cultura. Todas essas derivas, além disso, são acompanhadas de uma linguagem obscura. Há uma efervescência de terminologias, como cisgênero, branquitude, interseccionalidade, que obscurecem a situação real. O excesso de jargões é sempre um mau sinal. Um pensador que inova, é claro, inventa conceitos, mas há um certo limite para criar neologismos. Nesse caso, nós chegamos a um ponto de exagero.

    Apesar dessa linguagem obscura, e mesmo sendo minoritários na opinião pública, como a senhora assinala em seu livro, os movimentos identitários ganharam as ruas e inflamaram o debate público, tanto à esquerda como à direita. Como tais movimentos ganharam essa dimensão?

    Eles são muito ativistas. Além disso, há uma midiatização desse fenômeno. Na França, ganharam também repercussão na sociedade por causa dos debates memoriais sobre a guerra da Argélia. Estamos enfim nos apoderando da verdade de nossa história para reconhecer os crimes cometidos pela colonização. Mas esses movimentos identitários permanecem minoritários e, na minha opinião, não têm futuro. Esse fenômeno não vai durar. As derivas identitárias são sintomas de um mundo que está em transformação. Por isso, são derivas. Não são coisas bem instaladas. Acredito que se trata de uma crise do pós-colonialismo, do pós-comunismo. É uma crise que tem aspectos positivos, viu? As derivas identitárias colocaram o problema das minorias. Mas, no combate da história, estão condenadas porque elas se tornaram punitivas com a cultura do cancelamento, o boicote aos espetáculos e, sobretudo, com a releitura das obras de arte.

    A senhora relaciona a eclosão das angústias identitárias à ascensão de uma cultura do narcisismo. Essa cultura foi reforçada pelas redes sociais?

    Sim. Tomei a expressão "cultura do narcisismo" de empréstimo de Christopher Lasch (historiador americano) e de Adorno, da Escola de Frankfurt. Eles - e os psicanalistas também - notaram como o narcisismo tinha se tornado um fenômeno social muito importante no final do século 20. Nós substituímos Édipo por Narciso. Quando Freud começou com a psicanálise, vivíamos em uma sociedade de frustração, onde a liberdade sexual não existia. A partir dos anos 60, com a liberação sexual nas sociedades ocidentais, com o sujeito confrontado a ele mesmo e não mais às proibições do começo do século 20, percebeu-se que as pessoas passaram a ter outras patologias: as depressões e os narcisismos.

    A senhora escreve que o coração de todo sistema identitário repousa numa espécie de vergonha de si mesmo. Pode explicar isso?

    A gente vê claramente essa vergonha de si próprio, que retorna sob uma vontade narcisista, em alguns movimentos identitários, como o dos indígenas da República (partido político francês que se descreve como antirracista, antissionista e antiimperalista). É muito visível em um livro de Houria Bouteldja (porta-voz do partido até 2020, que já foi acusada de antissemitismo e homofobia, entre outras controvérsias). Ela expressa vergonha por seus pais, imigrantes argelinos que foram assimilados na sociedade francesa. A vergonha de suas origens, que retorna sob a forma de um ódio ao outro, é uma indicação de necessidade de tratamento psíquico. Não se pode permanecer pelo resto da vida na identificação de uma posição de vítima. É preciso sair dessa posição vitimista em algum momento. Isso é válido também para o movimento Me Too.

    A senhora diz no livro que o reducionismo identitário reconstrói tudo o que ele pretende combater. Por essa lógica, pode haver racismo contra brancos?

    O termo "racismo contra brancos" foi usado pela extrema-direita - aqui na França e em toda a parte - para atacar autênticos militantes antirracistas. Certamente, não estou de acordo com isso. Mas nós somos obrigados a refletir sobre o que é o racismo. Todas as sociedades conhecem o racismo em todos os sentidos da palavra. Se pensamos no racismo como o ódio e a vontade de exterminar o outro, sim, nesse sentido, há movimentos extremistas negros que são racistas antibranco, como há movimentos extremistas brancos, como a Ku Klux Klan, nos EUA, que são racistas antinegros. É preciso pensar o racismo como uma questão universal. Por exemplo, há ódio aos judeus em países onde não há judeus. Na Europa, há racismo contra negros em lugares onde não há negros. Então, eu sou favorável a lutar contra todas as formas de racismo, não importa de onde elas vêm, sabendo que a história do racismo foi, em primeiro lugar, a dominação dos negros pelos brancos - ou seja, a história da colonização contra os colonizados. Lutar contra o racismo e o antissemitismo não deve ser também o apanágio de quem é negro ou judeu. Não é preciso ser negro ou judeu para lutar contra o antissemitismo ou o racismo. Tem que haver a mobilização de todo mundo.

    A senhora aponta também a emergência do identitarismo de extrema-direita, que brande a defesa do nacionalismo e ganhou grande força na França, com dois candidatos, Marine Le Pen e Éric Zemmour, com chances de chegar ao segundo turno das eleições presidenciais em abril. Como analisa esse fenômeno - em particular, a novidade política representada por Zemmour, um judeu de origem argelina?

    Estamos numa situação em que nós, na Europa e na França, acordamos velhos demônios. O verdadeiro perigo identitário é esse: a extrema-direita, os populismos, os nacionalismos - é isso que leva às guerras, como a da Ucrânia, porque Putin é de extrema-direita e quer ressuscitar uma Rússia imperial. Éric Zemmour encarna o pior do pior na França. Zemmour é adepto da teoria racista da "grande substituição" e diz defender os valores ditos judaico-cristãos da Europa contra as "invasões islâmicas". Por trás do seu racismo contra os árabes há também antissemitismo porque todo racista é também antissemita. Análises já feitas mostram como Zemmour repete o discurso de Édouard Drummont (jornalista que protagonizou, durante o caso Dreyfus, alguns dos mais virulentos ataques aos judeus franceses). Zemmour, evidentemente, tem vergonha da judeidade. Ele tenta reabilitar a colaboração do regime de Vichy na França com o nazismo, com a mentira de que o Marechal Pétain salvou os judeus franceses. Até Marine Le Pen abandonou essa tese infame.


    utro citado no seu livro é Michel Houellebecq. Nos anos 70, a senhora fez trabalhos de crítica literária. Como analisa a obra dele?

    Houellebecq faz parte de uma corrente literária muito particular existente na França. Nós a chamamos de literatura de abjeção porque ela tem uma olhar sobre o mundo em que tudo é abjeto, os personagens cultivam a abjeção e um horror de tudo. É uma literatura que se origina da extrema-direita. As primeiras obras de Houellebecq eram muito interessantes porque havia uma espécie de crítica muito violenta da sociedade de consumo e da classe média. Mas, nos três últimos livros, a partir de Submissão, fiquei impressionada com o empobrecimento literário, uma redução da literatura a engajamentos ideológicos. Essa é a pior coisa que pode acontecer à literatura. Com um engajamento político muito forte, não se faz boa literatura - e isso vale também para a extrema-esquerda. Faz-se boa literatura quando se sabe trabalhar com a forma. Eu penso que Houellebecq é cada vez menos um bom escritor. Ele se tornou um ideólogo da extrema-direita, que está perdendo seu talento.

    https://www.terra.com.br/nos/elisabeth-roudinesco-critica-identitarismo-e-excesso-de-terminologias-que-pautam-o-debate-publico,6824534af11d6c85b15e12ff889ce8c8btsp5cmk.html
  • editado September 2022

    @Acauan
    Essa era a boiolização do ocidente que você falava?
  • Complicado demais ...
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  • Quantas pessoas que nem ela são necessárias pro progressivão entender o quão danosa é a ideologia da transição?



  • Vocês viram essa história?

    Um bobalhão qualquer escolheu tatuar um menininho negro na pele. O tatuador, muito orgulhoso, postou o trabalho no Instagram.

    O que eles não desconfiavam é que a criança era filha de uma ~ativista antirracista~ que atende por Pr3t⁴ Lagbara, esse ensaio fotográfico foi pago e divulgado por ela, e sendo assim, ela e o fotógrafo detém os direitos da imagem. Que, por óbvio, eles não receberam pois não foram nem comunicados que a foto seria usada por um tatuador br4nc0 num orelha br4nc0.

    Bom, direito de imagem é válido, ela vai processar o tatuador e o tatuado. Porém, como o advogado dela deve estar bem ciente, não há lei no B0stil - ainda - que obrigue o biscoiteiro a remover ou cobrir a pintura que está na pele dele. Então, o advogado puxou a única outra arma que ele conhece: "se a pessoa branca que recebeu a tatuagem não se oferecer para fazer a retirada, isso configurará que ela é uma r4c1st4 assumida que entende ser proprietária dos corpos n3gr0s, tal como nos tempos da escravidão".

    Ou seja, ou esse asno paga pra cobrir a foto do moleque, ou essa mulher é os minionzinhos dela vão atrás dele pro resto da vida, impedindo que o sujeito trabalhe ou viva em paz porque achou a foto do moleque dela da hora a ponto de gravar na pele.

    https://g1.globo.com/sp/sao-paulo/noticia/2022/12/08/direito-de-imagem-x-liberdade-individual-o-que-dizem-juristas-sobre-tatuar-imagem-de-crianca-sem-autorizacao.ghtml

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