A ojeriza a Israel e a paixão pela causa palestina

Analistas de galinheiro aplaudiriam a visita se Israel fosse Cuba

Jornalistas coléricos com o encontro entre Bolsonaro e Netanyahu trataram com naturalidade parcerias obscenas que juntaram Lula e Kadafi ou Dilma e Maduro


Colunistas da chamada grande imprensa reagiram com indignação à ideia de transferir para Jerusalém a embaixada brasileira em Israel, prometida pelo candidato Jair Bolsonaro. Neste fim de semana, esses especialistas em tudo reincidiram na irritação debochada ao saberem que o presidente da República decidiu abrir um escritório comercial em Jerusalém e manter em Telavive a sede da representação diplomática.

Ressentimento é mesmo o oitavo pecado capital. Em países normais, jornalistas ficam felizes quando as teses que defendem são adotadas por quem delas divergia. Como estamos no Brasil, tanto um erro quanto sua correção provocam surtos de cólera de igual magnitude, desde que envolvam o presidente em começo de mandato.

Sim, a ideia de mudar o endereço da embaixada foi mais um raio em céu azul. Não havia motivos para que o governo brasileiro se metesse no conflagrado Oriente Médio, palco do mais antigo e perturbador conflito do planeta. Mas o comportamento dos analistas de galinheiro escancara a ojeriza a Israel e a paixão pela causa palestina.

Nenhum deles perdeu dois minutos de sono com os possíveis efeitos negativos da visita sobre as relações comerciais entre o Brasil e a comunidade árabe. O tom raivoso decorre da aproximação entre Bolsonaro e o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, um direitista radical. Se Israel fosse chefiada por um ditador inimigo dos Estados Unidos, os colunistas em guerra não veriam nada de mais na troca de afagos entre os dois chefes de Estado.

Os comentaristas brasileiros contemplaram com repulsiva naturalidade a parceria de Lula e Dilma com os aiatolás atômicos do Irã, com o bolívar de hospício Hugo Chávez e seu filhote Nicolás Maduro ou mesmo com os terroristas do Estado Islâmico. Lula qualificou o psicopata líbio Muamar Kadafi de “meu irmão” e “meu líder”. Essa sabujice infame pareceu, aos olhos vesgos da imprensa engajada, uma bonita demonstração de amizade.

Se Netanyahu aparecer em Curitiba gritando “Lula Livre”, corre o risco de virar presidente de honra de uma Seção Internacional do PT. Com as bênçãos de jornalistas que hoje torcem para que Israel desapareça no Mar Morto.

https://veja.abril.com.br/blog/augusto-nunes/analistas-de-galinheiro-aplaudiriam-a-visita-se-israel-fosse-cuba/

Comentários

  • Não lembro de ver esse pessoal questionando a possibilidade de o Brasil sofrer represálias quando se aproximou do irã. EUA é o segundo maior parceiro comercial.



  • editado April 2019
    Não lembro de ver esse pessoal questionando a possibilidade de o Brasil sofrer represálias quando se aproximou do irã. EUA é o segundo maior parceiro comercial.

    Fizeram foi o contrario, trataram como um sinal de maturidade e independência de uma nação soberana que não se curva aos EUA. A hipocrisia é o motor mor dessa gente.


  • Israel é algo que nenhum homem de bem defenderia.

    O resto é irrelevante
  • Falou o cara que chorou a morte do do terrorista de cadeira de rodas, dono do hamas
  • Repetindo: se Israel fosse antiamericana, os conflitos no Oriente Médio seriam considerados como apenas briguinhas entre povos exóticos, distantes e sem importância e seriam ignorados como os conflitos sem fim na África.
  • O idiota do Bolsonaro devia manter sua boca fechada, já que é burro feito uma porta, como o são todos os militares revolucionários de 1964. Israel é a única casca de ferida da qual os Salins e Mustafás estão de acordo. Se vender carne muçulmanizada para a Arábia, o Irã vai chiar. Se vender pro Irã, os Emirados vão torcer o nariz. Não dá para se contentar essa gente.
  • - Foda-se o que esses jornaleiros de merda pensam, a opinião deles é previsível e irrelevante, o que importa e ficar o mais distante possível desse povo do deserto e não ficar de lado nenhum dessa merda, eles que se fodam, Bolsonaro tá fazendo merda.

    Abraços,
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