Sabe quantos cientistas foram mortos pela Inquisição por suas crenças científicas? ZERO!

editado July 2019 em Religião é veneno
A IGREJA ATRAPALHOU O DESENVOLVIMENTO DA CIÊNCIA?
A verdade não é tão simples quanto os estereótipos de Hollywood. Entenda!

Cercada de mitos, a relação entre Igreja e ciência costuma ser caracterizada como uma oposição da religião ao progresso científico. Afinal, o teólogo e filósofo Giordano Bruno foi condenado à fogueira pela Inquisição, que censurou e perseguiu muitos outros cientistas.

De fato, a Inquisição julgava todos aqueles que eram considerados uma ameaça às doutrinas cristãs. E, muitas vezes, essas pessoas eram cientistas – como Nicolau Copérnico e Galileu Galilei. Será?

Gente como o historiador americano Ronald Numbers, autor de Myths and Truths in Science and Religion: A Historical Perspective (Mitos e Verdades em Ciência e Religião: Uma Perspectiva Histórica), discorda. Segundo ele, o número de cientistas que perderam a vida por causa de suas concepções científicas foi zero.

Giordano Bruno foi queimado vivo “em razão de suas concepções heréticas em relação à divindade ou não divindade de Cristo, não porque ele acreditasse na infinitude do universo”.

A maioria dos historiadores contemporâneos refuta a ideia de que a Idade Média foi um período de pouco avanço científico. Ele, na verdade, lançou os fundamentos da ciência empírica moderna e proporcionou o desenvolvimento de diversas áreas do conhecimento.

Em The Sun in the Church: Cathedrals as Solar Observatories (O Sol na Igreja: As Catedrais como Observatórios Solares), o historiador John Heilbron afirma que a Igreja ofereceu mais financiamento ao estudo da astronomia do que qualquer outra instituição por mais de seis séculos, até o Iluminismo.

A produção de conhecimento ocorria em templos religiosos, por estudiosos que se dedicavam a várias áreas do saber, como matemática, geologia, biologia, física, agricultura e arquitetura.

Outros mitos ajudaram a consolidar a noção de que o cristianismo exterminou a ciência. O boato de que autópsias e dissecações eram proibidas pela Igreja, por exemplo, foi criado no século 19 a partir de narrativas de ficção, assim como aquele que diz que a religião pregava que a Terra era plana.

A melhor forma de caracterizar essa relação ainda é debatida pela comunidade acadêmica. Tensa e instável, ela é marcada por períodos de harmonia e outros de conflito.

No entanto, questões contemporâneas reprovadas pela Igreja, como a utilização de métodos contraceptivos e o uso de células-tronco na ciência, indicam que esses embates estão longe de acabar.

https://aventurasnahistoria.uol.com.br/noticias/reportagem/igreja-atrapalhou-o-desenvolvimento-da-ciencia.phtml

Comentários

  • editado July 2019
    Thomas Woods é muito esclarecedor sobre a questão ao analisar o julgamento de Galileo.
    Ao contrário da crença geral, Galileo foi condenado por não apresentar uma explicação razoável para o fenômeno da paralaxe estelar, se a Terra se move, as estrelas fixa deveriam mudar de posição no céu.
    A questão foi colocada por Roberto Belarmino, demonstrando que o julgamento se deu sobre argumentações científicas e não doutrinárias.
    Hoje é sabido por qualquer interessado no assunto que a paralaxe estelar existe e as estrelas fixas não são fixa, porém as distâncias envolvidas entre as estrelas e a Terra são tão grandes e a mudança na posição relativa no céu tão pequenas que só podem ser medidas por instrumentos de precisão, inexistentes na época de Galileo, que por não ter apresentado uma resposta convincente teve suas teses rejeitadas.
  • editado July 2019
    Volpiceli disse: De fato, a Inquisição julgava todos aqueles que eram considerados uma ameaça às doutrinas cristãs. E, muitas vezes, essas pessoas eram cientistas – como Nicolau Copérnico e Galileu Galilei. Será?

    Outra concepção errada.
    A prioridade da Inquisição era combater a heresia.
    Assim um judeu que se declarasse judeu não era objeto de interesse do Santo Ofício.
    Já um judeu que publicamente se convertesse ao Cristianismo e secretamente continuasse participando dos rituais judaicos poderia ser processado como herege.

    Até a ideia arraigada de que a Inquisição queimava bruxas é, no geral, errada.
    Hoje é difícil acreditar que bruxaria não era crime religioso, era crime comum.
    Em uma época em que quase todo mundo acreditava que bruxaria era real, os bruxos não eram acusados simplesmente de "praticar bruxaria" e sim de homicído, por usar de bruxaria para matar alguém ou de dano de propriedade, por usar de bruxaria para secar colheitas ou matar o gado de um desafeto.
    Há registros em que o Inquisidor, contrariando o estereótipo, identifica acusações falsas de bruxaria motivadas por superstições locais e assume a proteção do acusado.


  • Giordano Bruno foi queimado vivo “em razão de suas concepções heréticas em relação à divindade ou não divindade de Cristo, não porque ele acreditasse na infinitude do universo”.
    O que não melhora muito a imagem da Igreja.

  • editado July 2019
    Já um judeu que publicamente se convertesse ao Cristianismo e secretamente continuasse participando dos rituais judaicos poderia ser processado como herege.
    Aqui no Rio de Janeiro, foram centenas de 'cristãos novos' condenados por suspeita de manterem os rituais.
    Em grande parte, eram fazendeiros e comerciantes ricos, já que suas propriedades eram confiscadas pela Igreja.
    Alguns morreram na prisão, outros queimados em 'autos da fé' em Lisboa, outros acabaram libertados.

    Fonte: "Rio - cristãos novos - heréticos e impuros" - Lina Gorenstein Ferreira da Silva
    http://www0.rio.rj.gov.br/arquivo/pdf/biblioteca_carioca_pdf/hereticos_impuros.pdf

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