Made In Japan - Debatendo Cultura e Entretenimento Oriental

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Comentários

  • editado December 2019
    Saudações Fernando

    Fernando disse:
    Foram gentis, tentaram me orientar apesar de não falarem inglês, mas ninguém parou o que estava fazendo para me ajudar.

    Sim. Embora alguns falem inglês, como são muito tradicionais, te obrigam a falar a lingua deles...rs

    Ir para lá para não passar sufoco é necessário o minímo de fluencia da língua.


    [Fraternos]
  • Ah, sobre as personalidades.
  • Minna ! o antigo editor-chefe da Shonen Jump lançará livro sobre a história da SJ .
    https://www.japan-expo-paris.com/en/invites/hiroki-goto_1416.htm
    48229324._SY475_.jpg
  • Fernando_Silva disse:
    PugII disse: Japoneses são fascinantes.

    Uma pessoa não japonesa perdida numa estação de comboio/ trem é imediatamente abordada. E, enquanto não estiver orientada, não a largam.
    Comigo não foi assim. Quando cheguei à Tokio Station, fiquei perdido. Vários andares, cada um com várias linhas de metrô e trem. Foram gentis, tentaram me orientar apesar de não falarem inglês, mas ninguém parou o que estava fazendo para me ajudar. Acabei chegando ao hotel depois de uma viagem cheia de conexões desnecessárias porque ninguém sabia onde era e a comunicação era difícil.

    Nota: as ruas japonesas não têm numeração. No máximo, dizem "Rua Tal, quarteirão tal, próximo a tal prédio".

    Conheceu Akihabara ?
  • stefanobahia disse:
    Conheceu Akihabara ?
    Sim. Prédios e mais prédios com 10 andares ou mais, cada andar dedicado a uma coisa: CDs, videodiscos, equipamentos de som, eletrodomésticos etc.

    No térreo, mafuás tipo a Galeria Pajé em S.Paulo ou certas partes do InfoCentro no Rio vendendo componentes, fones baratos e outros cacarecos.

  • Fernando_Silva disse:
    stefanobahia disse:
    Conheceu Akihabara ?
    Sim. Prédios e mais prédios com 10 andares ou mais, cada andar dedicado a uma coisa: CDs, videodiscos, equipamentos de som, eletrodomésticos etc.

    No térreo, mafuás tipo a Galeria Pajé em S.Paulo ou certas partes do InfoCentro no Rio vendendo componentes, fones baratos e outros cacarecos.
    Que tal a parte anime ?



  • stefanobahia disse:
    Fernando_Silva disse:
    stefanobahia disse:
    Conheceu Akihabara ?
    Sim. Prédios e mais prédios com 10 andares ou mais, cada andar dedicado a uma coisa: CDs, videodiscos, equipamentos de som, eletrodomésticos etc.

    No térreo, mafuás tipo a Galeria Pajé em S.Paulo ou certas partes do InfoCentro no Rio vendendo componentes, fones baratos e outros cacarecos.
    Que tal a parte anime ?
    Estive lá em 1988 e não havia nada disto ainda: games, computadores, animes, maid cafes e tudo o mais.

  • Fernando_Silva disse:
    stefanobahia disse:
    Fernando_Silva disse:
    stefanobahia disse:
    Conheceu Akihabara ?
    Sim. Prédios e mais prédios com 10 andares ou mais, cada andar dedicado a uma coisa: CDs, videodiscos, equipamentos de som, eletrodomésticos etc.

    No térreo, mafuás tipo a Galeria Pajé em S.Paulo ou certas partes do InfoCentro no Rio vendendo componentes, fones baratos e outros cacarecos.
    Que tal a parte anime ?
    Estive lá em 1988 e não havia nada disto ainda: games, computadores, animes, maid cafes e tudo o mais.


    Isso acho que só começou pra valer dos anos 90 pra cá.
  • Percival disse:
    Fernando_Silva disse:
    stefanobahia disse:
    Fernando_Silva disse:
    stefanobahia disse:
    Conheceu Akihabara ?
    Sim. Prédios e mais prédios com 10 andares ou mais, cada andar dedicado a uma coisa: CDs, videodiscos, equipamentos de som, eletrodomésticos etc.

    No térreo, mafuás tipo a Galeria Pajé em S.Paulo ou certas partes do InfoCentro no Rio vendendo componentes, fones baratos e outros cacarecos.
    Que tal a parte anime ?
    Estive lá em 1988 e não havia nada disto ainda: games, computadores, animes, maid cafes e tudo o mais.


    Isso acho que só começou pra valer dos anos 90 pra cá.
    discordo! a ascensão do mangá e do anime e começou no final dos anos 1940 graças a Osamu Tezuka. ou seja... nos anos 1980... o mangá e anime estão bastante consolidados. Quando Fernando visitou o Japão em 1988, Tezuka estava na porta da morte (ele morreria no começo de 1989) ....os games no Japão estouraram de vez na metade dos anos 1980 graças a Nintendo.





  • stefanobahia disse:
    Percival disse:
    Isso acho que só começou pra valer dos anos 90 pra cá.
    discordo! a ascensão do mangá e do anime e começou no final dos anos 1940 graças a Osamu Tezuka. ou seja... nos anos 1980... o mangá e anime estão bastante consolidados. Quando Fernando visitou o Japão em 1988, Tezuka estava na porta da morte (ele morreria no começo de 1989) ....os games no Japão estouraram de vez na metade dos anos 1980 graças a Nintendo.
    Nos anos 80, os games ainda eram muito toscos e, ainda que os mangás tivessem um público, não apareciam na mídia, não tinham lojas inteiras dedicadas a eles etc.

    Ou seja, não vi nada do que aparece no vídeo acima.

  • Fernando_Silva disse:
    stefanobahia disse:
    Percival disse:
    Isso acho que só começou pra valer dos anos 90 pra cá.
    discordo! a ascensão do mangá e do anime e começou no final dos anos 1940 graças a Osamu Tezuka. ou seja... nos anos 1980... o mangá e anime estão bastante consolidados. Quando Fernando visitou o Japão em 1988, Tezuka estava na porta da morte (ele morreria no começo de 1989) ....os games no Japão estouraram de vez na metade dos anos 1980 graças a Nintendo.
    Nos anos 80, os games ainda eram muito toscos e, ainda que os mangás tivessem um público, não apareciam na mídia, não tinham lojas inteiras dedicadas a eles etc.

    Ou seja, não vi nada do que aparece no vídeo acima.
    Estranho isso, alguns experts no assunto me disseram que o anime e mangá bombaram mesmo a partir dos anos 1950...
    Inclusive alguns dos experts são nikkeis. Só pra você ter 1 ideia... a era de Ouro da Shonen Jump (revista de mangá da editora Shueisha) foi entre 1985 e 2000. Uma porrada de volumes vendidos. etc.
    Vou falar com o expert sobre isso !
    Games toscos? Bom... era a época...
    Apesar da tosqueira, os japoneses foram responsáveis pela Era de Ouro dos games.






  • Fernando_Silva disse:
    stefanobahia disse:
    Percival disse:
    Isso acho que só começou pra valer dos anos 90 pra cá.
    discordo! a ascensão do mangá e do anime e começou no final dos anos 1940 graças a Osamu Tezuka. ou seja... nos anos 1980... o mangá e anime estão bastante consolidados. Quando Fernando visitou o Japão em 1988, Tezuka estava na porta da morte (ele morreria no começo de 1989) ....os games no Japão estouraram de vez na metade dos anos 1980 graças a Nintendo.
    Nos anos 80, os games ainda eram muito toscos e, ainda que os mangás tivessem um público, não apareciam na mídia, não tinham lojas inteiras dedicadas a eles etc.

    Ou seja, não vi nada do que aparece no vídeo acima.

    Disso que eu estava falando, mas o Otakinho entendeu outra coisa ainda quis discutir com você que esteve lá na época...
  • Percival disse:
    Fernando_Silva disse:
    stefanobahia disse:
    Percival disse:
    Isso acho que só começou pra valer dos anos 90 pra cá.
    discordo! a ascensão do mangá e do anime e começou no final dos anos 1940 graças a Osamu Tezuka. ou seja... nos anos 1980... o mangá e anime estão bastante consolidados. Quando Fernando visitou o Japão em 1988, Tezuka estava na porta da morte (ele morreria no começo de 1989) ....os games no Japão estouraram de vez na metade dos anos 1980 graças a Nintendo.
    Nos anos 80, os games ainda eram muito toscos e, ainda que os mangás tivessem um público, não apareciam na mídia, não tinham lojas inteiras dedicadas a eles etc.

    Ou seja, não vi nada do que aparece no vídeo acima.

    Disso que eu estava falando, mas o Otakinho entendeu outra coisa ainda quis discutir com você que esteve lá na época...
    Talvez não estavam visualmente consolidados em Akiba...
    Vi 1 documentário sobre o mangá é de 1990.... (pelo visto o mangá tava firme e forte já)

    Este é de 1994





  • editado December 2019
    stefanobahia disse:
    Estranho isso, alguns experts no assunto me disseram que o anime e mangá bombaram mesmo a partir dos anos 1950...
    Inclusive alguns dos experts são nikkeis. Só pra você ter 1 ideia... a era de Ouro da Shonen Jump (revista de mangá da editora Shueisha) foi entre 1985 e 2000. Uma porrada de volumes vendidos. etc.
    Vou falar com o expert sobre isso !
    Podia estar bombando entre um público especializado e, ainda assim, continuar ignorado pelas pessoas em geral e não aparecer na mídia, nos cartazes, nas lojas normais etc.

    Era uma coisa underground (mesmo que esse underground fosse enorme).

  • Fernando_Silva disse:
    stefanobahia disse:
    Estranho isso, alguns experts no assunto me disseram que o anime e mangá bombaram mesmo a partir dos anos 1950...
    Inclusive alguns dos experts são nikkeis. Só pra você ter 1 ideia... a era de Ouro da Shonen Jump (revista de mangá da editora Shueisha) foi entre 1985 e 2000. Uma porrada de volumes vendidos. etc.
    Vou falar com o expert sobre isso !
    Podia estar bombando entre um público especializado e, ainda assim, continuar ignorado pelas pessoas em geral e não aparecer na mídia, nos cartazes, nas lojas normais etc.

    Era uma coisa underground (mesmo que esse underground fosse enorme).

    Fato, talvez a crescente popularidade foi desenvolvida só bem depois.
  • editado December 2019
    Fernando_Silva disse:
    stefanobahia disse:
    Estranho isso, alguns experts no assunto me disseram que o anime e mangá bombaram mesmo a partir dos anos 1950...
    Inclusive alguns dos experts são nikkeis. Só pra você ter 1 ideia... a era de Ouro da Shonen Jump (revista de mangá da editora Shueisha) foi entre 1985 e 2000. Uma porrada de volumes vendidos. etc.
    Vou falar com o expert sobre isso !
    Podia estar bombando entre um público especializado e, ainda assim, continuar ignorado pelas pessoas em geral e não aparecer na mídia, nos cartazes, nas lojas normais etc.

    Era uma coisa underground (mesmo que esse underground fosse enorme).
    ah sim.. entendi...
    também menciono a popularidade do tokusatsu lá... (famosas séries.... ex: Godzilla, Ultraman, Ultraseven, Kamen Rider etc.)


    Doc de 1990 sobre a popularidade do mangá....




  • A tal da "masculinidade tóxica" no mangá e no animê

    Algumas considerações sobre comportamentos nada louváveis em produções japonesas e a falta de proporção de algumas reações.

    Fire-Force-manga-volume-cover-with-Kotatsu-Tamaki-destaque.jpg

    Dentro do grande processo de politização da cultura pop e de discussões levantadas por movimentos sociais e pessoas do público, as produções japonesas não poderiam ficar de fora. Mas, antes de mais nada, é importante frisar que, a despeito do sucesso mundial de vários títulos e franquias, as produções japonesas são feitas visando primariamente o público local. Isso implica em costumes, valores e visões de mundo que vão diferir em vários aspectos tanto da cultura ocidental tradicional quanto dos modismos movidos ao politicamente correto e às pautas ditas progressistas.

    Espernear, xingar, boicotar aqui de pouco adianta perante a maioria dos autores e produtores do Japão. Ainda mais quando muitos fãs ocidentais não podem ser considerados público consumidor a ser ouvido, pois recorrem à pirataria, que em nada acrescenta financeiramente (muito pelo contrário) aos produtores de conteúdo. Acima de tudo, eles precisam de lucro para continuar suas atividades.

    images.jpg
    Mais do que em qualquer outro lugar do mundo,
    no Japão a cultura pop oferece uma fuga da realidade
    e uma catarse para as pressões sociais, seja na escola ou no trabalho.

    O efeito válvula de escape

    Sabe-se que a sociedade japonesa é bastante controlada, no sentido das manifestações lá serem mais comedidas e as relações interpessoais serem mais formais. A criação lá faz evitar o toque físico e as emoções são bastante controladas em público, ao menos para a maioria das pessoas bem criadas. Isso, em um ambiente competitivo, onde existe muito bullying nas escolas e onde a pressão sobre quem trabalha é feroz, o resultado é uma população que busca válvulas de escape. Essa é uma das explicações para a violência, dramaticidade e sensualidade extremadas em muitas produções japonesas.

    Tudo isso faz parte de um mecanismo emocional chamado de catarse, onde o alívio das tensões vem do consumo de produtos de mídia, evitando (em tese) que precisem ser extravasados no mundo real. Sem cair nos extremos para adultos de estômago forte e tendências psicóticas (sim, isso existe e é um terreno bem tóxico), inúmeras produções infanto-juvenis, juvenis e adultas feitas no Japão podem ser consideradas como válvulas de escape para as tensões do público comum.

    O senso de humor japonês também é diferente do ocidental, sendo muito mais grosseiro para nossos modelos de comportamento. Em um antigo post, vimos o quão apelativo (para os padrões ocidentais) pode ser o humor infantil japonês, onde é comum rirem de situações envolvendo gases e fezes. Alguém aqui imaginaria o Cascão soltando um sonoro peido na cara da Mônica pra não apanhar? Ou o Mickey Mouse escorregando em uma casca de banana pra cair de cara em um montinho de fezes que o Pluto estava tentando enterrar? Piadas assim seriam - e são - comuns no Japão e o mangá Dr. Slump, de Akira Toriyama, é um bom exemplo desse tipo de abordagem mais chula e vulgar.
  • b47a8f47988eacfe6be8883ce0d4dc1d.jpg

    O assédio de um "macho escroto"

    Assim, chegamos a um ponto crucial nas discussões atuais da cultura pop e da sociedade: a tal da "masculinidade tóxica". Esse termo surgiu das alas mais radicais do feminismo, uma ideologia que há muito se distanciou de seus valores básicos. Praticamente qualquer manifestação de força, de competitividade, coragem, independência, ousadia e atrevimento passa a ser considerada como masculinidade tóxica. Nessa visão, existem somente os homens fracos que precisam ser protegidos por uma mulher ou homens fortes e estupradores em potencial (o chamado "macho escroto"), que precisam ser esmagados e ridicularizados por uma mulher. Assim, para militantes histéricas, não há diferença entre um elogio ou um flerte e um assédio sexual agressivo seguido de estupro real. Isso nos leva a um tipo concreto de assédio, que é o ato de bolinar, passar a mão no corpo de uma mulher.

    Uma cena desse tipo aconteceu na série Fire Force (2019), exibida atualmente, e despertou reações violentas em parte de público. Isso, mais a sexualização da personagem Tamaki Kotatsu, chamaram a atenção para a "masculinidade tóxica" da série, que surgiu primeiro no mangá. Porém, a tal "passada de mão" é uma das coisas mais antigas em desenhos japoneses, só para informar as pessoas mais jovens que esperneiam indignadas na internet perante qualquer novidade que "agrida" sua visão de mundo. Só para não retroceder muito, o herói JJ, da série Zillion (1987) era famoso por suas investidas cheias de atrevimento e mão boba.

    Coisa muito pior pode ser encontrada em obras juvenis de Go Nagai, um autor absolutamente incorreto e profano em suas histórias. Acontece que, como em toda cena baseada em humor de constrangimento, bolinar é algo para causar riso pelo absurdo e grotesco da situação, e não provocar a repetição do ato no mundo real. Tanto é verdade, que o personagem que bolina sempre acaba apanhando ou se dando mal. Não é apologia, em hipótese alguma. Qualquer garoto lá no Japão (ou que viva em um país civilizado) sabe que fazer isso é errado e, se fizer, estará encrencado.

    Na mesma situação, estão aquelas cenas com personagem tentando ver uma garota tomando banho, espiar por baixo da saia e por aí vai. São gags visuais que transitam entre o humor chulo e o infantilizado, algo que é bastante antigo em mangás e animês para adolescentes e que, no ocidente, foi sendo suprimido pelo discurso do politicamente correto.

    Aqui, um parênteses muito necessário: Há até alguns anos atrás, uma cena relativamente comum em trens lotados no Japão era ver jovens sendo apalpadas por homens mais velhos. Até velhinhas davam risada ao presenciar isso, mas esse tipo de atitude causou atritos ruidosos quando o movimento dekassegui começou a promover a invasão de brasileiros trabalhadores em vários pontos do Japão, nos anos 1990. Alguns incidentes foram relatados envolvendo reações de ocidentais perante a desrespeitosa atitude descrita. O comportamento, realmente tóxico e nojento, começou a ser combatido com conscientização, mas consta que ainda não desapareceu totalmente.

    É importante frisar que não são cenas de humor dito machista na cultura pop que causam esse tipo de desvio de comportamento em adultos, e sim a falta de educação e respeito, que são coisas reprovadas na sociedade japonesa, assim como em qualquer outra. Vale lembrar que a maioria das crianças não pula da janela por que viu o Superman voando.

    Adultos, por mais tolos que possam ser, possuem uma ideia de causa e efeito mais desenvolvida que crianças, exceto quando possuem algum grau de psicopatia. É preciso parar de querer tutelar a todos via "controle social", querendo fazer crer que todo mundo vai imitar tudo o que assistir. Isso vale tanto para a violência quanto para os "assédios" vistos em mangás e animês. E falando em assédio, há a questão das vítimas dele, o que nos leva ao próximo ponto.

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    O objetificação da mulher (?)

    A tal "objetificação da mulher" nos mangás e animês é outra das questões que é bastante abordada pelos justiceiros sociais que povoam a internet. O tema não esbarra somente no fator "catarse", mas também na forma como a nudez é tratada no Japão. Em um país onde, décadas atrás, era comum ver casas de banho coletivo onde famílias inteiras iam mergulhar no tradicional ofurô, a nudez possui um tabu muito menor.

    O contato e assimilação do pudor ocidental, de certa forma, fez aflorar mais o lado sexualizado da nudez, criando um contraste na cultura pop, uma mistura entre o desejo de retratar algo natural e belo e o simples estímulo do apetite sexual, ainda que catártico. Para adolescentes, é óbvio que é a segunda situação o que mais atrai a atenção.

    Certamente, para um jovem e pouco informado militante feminista, é bastante fácil acusar qualquer par de pernas de fora ou decote de estar contribuindo para a "masculinidade tóxica de uma sociedade machista patriarcal", sem se dar conta do significado de cada item que ela ataca. A questão da beleza ou vulgaridade da nudez, entre outras, poderá ser melhor abordada futuramente, mas espero, por ora, ter jogado uma luz em algumas questões ligadas a visões ocidentais equivocadas sobre animações e quadrinhos japoneses.

    Produções feitas em outro contexto cultural e para outro tipo de público não podem ser vistas de forma reducionista e nem tratadas como mera bandeira política. Até por que, conforme já dito, isso pouco interessa, atualmente, aos criadores de conteúdo no Japão. Espera-se que continue assim.

    http://nagado.blogspot.com/2019/09/a-tal-da-masculinidade-toxica-no-manga.html
  • Percival disse: A tal da "masculinidade tóxica" no mangá e no animê

    Algumas considerações sobre comportamentos nada louváveis em produções japonesas e a falta de proporção de algumas reações.

    Fire-Force-manga-volume-cover-with-Kotatsu-Tamaki-destaque.jpg

    Dentro do grande processo de politização da cultura pop e de discussões levantadas por movimentos sociais e pessoas do público, as produções japonesas não poderiam ficar de fora. Mas, antes de mais nada, é importante frisar que, a despeito do sucesso mundial de vários títulos e franquias, as produções japonesas são feitas visando primariamente o público local. Isso implica em costumes, valores e visões de mundo que vão diferir em vários aspectos tanto da cultura ocidental tradicional quanto dos modismos movidos ao politicamente correto e às pautas ditas progressistas.

    Espernear, xingar, boicotar aqui de pouco adianta perante a maioria dos autores e produtores do Japão. Ainda mais quando muitos fãs ocidentais não podem ser considerados público consumidor a ser ouvido, pois recorrem à pirataria, que em nada acrescenta financeiramente (muito pelo contrário) aos produtores de conteúdo. Acima de tudo, eles precisam de lucro para continuar suas atividades.

    images.jpg
    Mais do que em qualquer outro lugar do mundo,
    no Japão a cultura pop oferece uma fuga da realidade
    e uma catarse para as pressões sociais, seja na escola ou no trabalho.

    O efeito válvula de escape

    Sabe-se que a sociedade japonesa é bastante controlada, no sentido das manifestações lá serem mais comedidas e as relações interpessoais serem mais formais. A criação lá faz evitar o toque físico e as emoções são bastante controladas em público, ao menos para a maioria das pessoas bem criadas. Isso, em um ambiente competitivo, onde existe muito bullying nas escolas e onde a pressão sobre quem trabalha é feroz, o resultado é uma população que busca válvulas de escape. Essa é uma das explicações para a violência, dramaticidade e sensualidade extremadas em muitas produções japonesas.

    Tudo isso faz parte de um mecanismo emocional chamado de catarse, onde o alívio das tensões vem do consumo de produtos de mídia, evitando (em tese) que precisem ser extravasados no mundo real. Sem cair nos extremos para adultos de estômago forte e tendências psicóticas (sim, isso existe e é um terreno bem tóxico), inúmeras produções infanto-juvenis, juvenis e adultas feitas no Japão podem ser consideradas como válvulas de escape para as tensões do público comum.

    O senso de humor japonês também é diferente do ocidental, sendo muito mais grosseiro para nossos modelos de comportamento. Em um antigo post, vimos o quão apelativo (para os padrões ocidentais) pode ser o humor infantil japonês, onde é comum rirem de situações envolvendo gases e fezes. Alguém aqui imaginaria o Cascão soltando um sonoro peido na cara da Mônica pra não apanhar? Ou o Mickey Mouse escorregando em uma casca de banana pra cair de cara em um montinho de fezes que o Pluto estava tentando enterrar? Piadas assim seriam - e são - comuns no Japão e o mangá Dr. Slump, de Akira Toriyama, é um bom exemplo desse tipo de abordagem mais chula e vulgar.

    Exato... os ocidentais deveriam pesquisar a fundo a fórmula japonesa nos mangás....e animes...

    se bem que há animações ocidentais famosas que tem humor negro...
    ex: Tom e Jerry... Pica Pau....


  • O problema é que os ocidentais estão castrando a válvula de escape que as produções de ficção tem. A função do entretenimento deve ser a fuga da realidade como algo principal.
  • Percival disse: O problema é que os ocidentais estão castrando a válvula de escape que as produções de ficção tem. A função do entretenimento deve ser a fuga da realidade como algo principal.
    Verdade... todos necessitam de uma uma "válvula de escape".... 1 dia esses lacradores pagarão caro



  • Palestra sobre o mangá na Japan House - SP.....
  • Bacana isso.
  • Legal, existem vários tipos de mangás que nem mangas.


  • Esses eventos são só pra São Paulo, infelizmente.
  • Percival disse: Esses eventos são só pra São Paulo, infelizmente.
    Vi no vídeo... a Japan House só tem em Sampa, LA (EUA) e Londres
    Talvez só tenha em SP por ter a maior colônia japonesa.


  • http://www.garotasgeeks.com/cinco-autoras-de-manga-que-mereciam-mais-reconhecimento

    Venha conhecer!

    Nós já falamos aqui no site sobre mangakás mulheres que estão dominando o mundo dos quadrinhos japoneses. Mas falar delas nunca é demais!

    O Eisner Award é uma das maiores conquistas para um artista de quadrinhos, tendo recebido seu nome em homenagem a Will Eisner, um dos mais importantes nomes no gênero. E apenas cinco mangakas já figuraram no Hall da Fama do Eisner: Osamu Tezuka (por Astro Boy), Hayao Miyazaki (por Nausicaä do Vale do Vento), Katsuhiro Otomo (por Akira), Kazuo Koike (por Lobo Solitário e Shirayuki-hime) e Goseki Kojima (também por Lobo Solitário).

    Até hoje, nenhuma mulher figurou nesse seleto rol, mas isso pode mudar esse ano com a nova indicação de Rumiko Takahashi, autora de InuYasha. É a quarta vez que ela é indicada, repetindo o feito nos anos de 2014, 2016 e 2017.

    A popular criadora de mangás Rumiko Takahashi é a líder em vendas entre as artistas femininas de quadrinhos em toda a história, com centenas de milhões de cópias de suas obras tendo sido vendidas pelo mundo. Seu primeiro trabalho publicado foi o one-shot “Katte na Yatsura”, em 1978. No mesmo ano, seu primeiro grande trabalho começou a ser serializado, “Urusei Yatsura”. Ela é a criadora de clássicos como Maison Ikkoku, Ranma ½, InuYasha, Ichi-Pondo no Fukuin, Ningyo Shirīzu e de uma coletânea que recebeu seu próprio nome. Diversos trabalhos da artista foram adaptados para animação.

    O usuário @ComicPerch publicou uma thread detalhando a longa e importante carreira da autora, que pode ser considerada uma das mais bem sucedidas escritoras de quadrinhos de todos os tempos, mostrando o quão incrível é o seu trabalho.
    CONTINUAR LENDO
  • Garotas Geeks, eca...
  • editado December 2019
  • Os uniformes escolares japoneses ou seifuku estão presentes na maior parte da vida dos japoneses. Desde o ginásio (chugako), os estudantes são obrigados a usar o uniforme. Porém o seu uso não é totalmente seguida nas escolas até a fase adulta.

    O objeto de maior desejo e status no colegial com certeza é o sobretudo (kouko). Essas peças despertam o interesse daqueles que não conseguiram entrar nas melhores escolas. O vestibular no Japão é bastante concorrido e por ser um país que valoriza bastante a educação, quem é visto com o uniforme das escolas mais disputadas é sempre olhado com admiração.

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    Os uniformes escolares (seifuku) começaram a ser usados no Japão há mais de 100 anos atrás, na Era Meiji. O primeiro modelo de uniforme era bastante formal, composto pela parte de cima de um quimono e um hakama, que era usado para "elevar" o perfil dos estudantes.

    Quando o Japão começou a adotar costumes ocidentais, o uniforme antigo foi substituído por um conjunto de calça e camisa de gola alta, conhecidos como gakuran. O gakuran foi modelado especificamente com base nos uniformes militares do Japão daquela época, que por sua vez eram baseados nos modelos usados pelo exército da Prússia. A camisa tinha colarinho alto e botões que iam até o pescoço, calças escuras, cinto, sapatos escuros e às vezes um boné que completavam o visual.

    Akb48school+uniform.jpg

    O tão conhecido "sailor fuku" surgiu em meados de 1920 quando uma escola para mulheres em Fukuoka começou a usar um modelo de uniforme diferente, modelado a semelhança do uniforme usado pela marinha britânica. As saia de pregas, gola triangular e o laço no pescoço surgiram nessa época, e se tornaram desde então, as marcas registradas desse tipo de roupa.


    A importância do uniforme escolar no primeiro amor

    cole.jpg

    Na cerimônia de formatura do colegial uma garota pede ao garoto de quem ela gosta que lhe dê de presente o segundo botão (de cima para baixo) da sua camisa. Se os sentimentos forem correspondidos, o garoto vai lhe dar o botão - que segundo o costume tem um significado simbólico, pois é o que fica mais próximo do coração. Esses é um dos exemplos da importância simbólica que o uniforme tem para os jovens japoneses.

    http://asianworldbr.blogspot.com/2013/11/os-uniformes-escolares-japoneses.html



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