Sobre cinéfilos histéricos e como os Super-heróis estragaram o cinema
As interwebs estão em polvorosa, como se dizia antigamente. Críticas de Martin Scorcese e Francis Ford Coppola reviraram as tábuas no quintal e um monte de insetos saiu debaixo delas. Me refiro aos cinéfilos de plantão, pseudointelectuais fruto de botequim de faculdade e sommeliers do gosto alheio.
A acusação nem é nova, foi requentada no comecinho de 2018 por Jodie Foster, e eu tive o prazer de demolir a idéia de que há muitos filmes de super-herói, neste artigo aqui. Basicamente em 2017 dos CEM filmes de maior bilheteria nos EUA, SEIS eram de super-herói.
Os twits, que não vou repetir aqui pois cansei de dar palco pra idiotas, dizem que os filmes de super-herói infantilizaram o cinema, que as pessoas agora só querem ver filmes de gente com cueca por cima da calça, etc, etc.
É óbvio que cinema pode ser arte, tudo pode ser arte, o mármore que faz uma privada é o mesmo mármore que faz uma estátua de Michelangelo. O filme, como todos os meios, aceita tudo, você pode fazer um filme pornográfico, Casablanca ou Velozes e Furiosos. Nenhum deles é menos filme por isso, são produtos diferentes para segmentos diferentes.
A inteligentzia adora segregar tudo que não seja inteligentzia como algo inferior, algo a ser desprezado, desmerecedor da atenção de mentes tão intelectualmente evoluídas. É uma postura besta e elitista, chega a ponto do ridículo, como uma vez quando um bando de trolls resolveu que eu não poderia ser considerado escritor por ter escrito apenas livros técnicos, e que o termo LITERATURA Técnica estava errado. Só consegui rir.
A acusação de que o cinema hoje é “infantilizado” é uma imensa bobagem. Vamos aos fatos: Luiz Severiano Ribeiro já dizia: “Cinema é a maior diversão”, e Samuel Goldwin, o G da MGM também falou: “Se quer mandar uma mensagem, use os Correios”.
Quando os Irmãos Lumière criaram seus cinemas, no final do Século XIX, as pessoas não faziam fila para ver complexas elocubrações sobre a condição humana. Cinema era uma novidade que mostrava cenas do cotidiano. As primeiras obras de ficção também não eram metáforas impressionistas, eram as velhas histórias de caubói, mocinhos, vilões, damas em apuros. Histórias simples para pessoas que queriam apenas se divertir.
A acusação nem é nova, foi requentada no comecinho de 2018 por Jodie Foster, e eu tive o prazer de demolir a idéia de que há muitos filmes de super-herói, neste artigo aqui. Basicamente em 2017 dos CEM filmes de maior bilheteria nos EUA, SEIS eram de super-herói.
Os twits, que não vou repetir aqui pois cansei de dar palco pra idiotas, dizem que os filmes de super-herói infantilizaram o cinema, que as pessoas agora só querem ver filmes de gente com cueca por cima da calça, etc, etc.
É óbvio que cinema pode ser arte, tudo pode ser arte, o mármore que faz uma privada é o mesmo mármore que faz uma estátua de Michelangelo. O filme, como todos os meios, aceita tudo, você pode fazer um filme pornográfico, Casablanca ou Velozes e Furiosos. Nenhum deles é menos filme por isso, são produtos diferentes para segmentos diferentes.
A inteligentzia adora segregar tudo que não seja inteligentzia como algo inferior, algo a ser desprezado, desmerecedor da atenção de mentes tão intelectualmente evoluídas. É uma postura besta e elitista, chega a ponto do ridículo, como uma vez quando um bando de trolls resolveu que eu não poderia ser considerado escritor por ter escrito apenas livros técnicos, e que o termo LITERATURA Técnica estava errado. Só consegui rir.
A acusação de que o cinema hoje é “infantilizado” é uma imensa bobagem. Vamos aos fatos: Luiz Severiano Ribeiro já dizia: “Cinema é a maior diversão”, e Samuel Goldwin, o G da MGM também falou: “Se quer mandar uma mensagem, use os Correios”.
Quando os Irmãos Lumière criaram seus cinemas, no final do Século XIX, as pessoas não faziam fila para ver complexas elocubrações sobre a condição humana. Cinema era uma novidade que mostrava cenas do cotidiano. As primeiras obras de ficção também não eram metáforas impressionistas, eram as velhas histórias de caubói, mocinhos, vilões, damas em apuros. Histórias simples para pessoas que queriam apenas se divertir.
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Comentários
Não, filho, o cinema cresceu o bastante para se dar ao luxo de bancar um segmento mais experimental, quem banca Sundance é Sharknado. A fartura é o que torna viável o filme-cabeça, não o contrário, do mesmo jeito que seu cachorro não é seu almoço graças à fartura que nos permite luxos como animais de estimação.
Só que o filme-cabeça, o filme sério, o filme que faz pensar, chorar, refletir, o filme difícil, nunca foi popular, desculpe. Flash Gordon sempre encheu mais cinema do que Eisenstein.
Vejamos uma listinha dos dez filmes de maior bilheteria nos EUA, em várias décadas.
1 – 2018
Black Panther
Avengers: Infinity War
Incredibles 2
Jurassic World: Fallen Kingdom
Aquaman
Deadpool 2
Dr. Seuss’ The Grinch
Mission: Impossible – Fallout
Ant-Man and the Wasp
Bohemian Rhapsody
Todos filmes feitos para divertir, inclusive Bohemian Rhapsody, que como todo cinebiografia de músicos, o povo vai pra ver os shows e está pouco se lixando pro drama.
2 – 2006
Pirates of the Caribbean: Dead Man’s Chest
Night at the Museum
Cars
X-Men: The Last Stand
The Da Vinci Code
Superman Returns
Happy Feet
Ice Age: The Meltdown
Casino Royale
The Pursuit of Happyness
Voltando 12 anos no passado, no primórdio dos tempos, para os Millenials. O único filme que não era “divertido” foi o horrendo Em Busca da Felicidade, aquele dramalhão maldito onde o Will Smith sofre mais que o cachorro do Eu Sou a Lenda, mas mesmo assim o filme só teve essa bilheteria toda por ser o Will Smith.
Vamos mais pro passado ainda? Que tal então…
3 – 1986
Top Gun
Crocodile Dundee
Platoon
The Karate Kid Part II
Star Trek IV: The Voyage Home
Back to School
Aliens
The Golden Child
Ruthless People
Ferris Bueller’s Day Off
O de sempre, mas vamos mais ainda pro passado:
4 – 1980
The Empire Strikes Back
9 to 5
Stir Crazy
Airplane!
Any Which Way You Can
Private Benjamin
Coal Miner’s Daughter
Smokey and the Bandit II
The Blue Lagoon
The Blues Brothers
Praticamente 40 anos atrás e as pessoas já preferiam filmes criados para divertir e entreter. Cadê os expressionistas alemães, cadê Glauber, cadê Goddard, cadê Gerard Damiano? Eu respondo: Estão nas salas menores, nas universidades, nos cineclubes, do mesmo jeito que por mais que a Folha e outros jornais publiquem suas coleções de clássicos, o que vende mesmo é isto aqui:
Eu estou dizendo que o cinemão é ruim ou mais do mesmo? NÃO, isso me tornaria igual aos pseudo-intelectuais que torcem o nariz pra tudo que mais que três pessoas gostam. O que o cinemão é, é fácil, direto, ele pode ter conteúdo, mas funciona em camadas.
Todo mundo adora filosofar sobre Matrix, e tem toda uma grade de Skol ali pra ser discutida, mas ele pode ser perfeitamente apreciado sendo o que o Zé Wilker bem definiu: Um filme aonde um sujeito aprende a brigar mais rápido.
Em verdade as pessoas vão ao cinema para se divertir, se emocionar, o pessoal de nariz torcido vê cinema como uma estranha masturbação que você depois compartilha com os amigos, já pessoas normais entendem cinema como uma experiência coletiva, uma oportunidade de experimentar emoções e histórias. Só quem estava no cinema, naquele momento, sabe como foi a energia quando o Capitão América ergueu o Mjolnir.
Gene Siskel, do Chicago Tribune disse sobre Star Wars, em 1977:
“Star Wars não é um grande filme, descrevendo a condição humana. É apenas um filme divertido para aqueles que se gostam de aventuras no estilo Buck Rogers.”
Joy Gould Boyum, do Wall Street Journal:
“Há algo deprimente em ver todos esses impressionantes dons cinematográficos e todas esses extraordinários recursos tecnológicos usados em material tão pueril. Talvez o mais importante seja o que foi conseguido: A canonização da cultura das revistas em quadrinhos, que por sua vez se torna o triunfo da padronização, os artefatos comerciais, simplistas produzidos em massa de nosso tempo”
A crítica que se acha melhor que todo mundo sempre desprezou o cinema popular. Não se engane, Gordo e o Magro, Três Patetas, Buster Keaton, a intelectualidade da época torcia o nariz para eles, nada mudou. Continua a mesma a incapacidade de aceitar que pessoas podem gostar de filmes que eles não gostam.
Eu até entendo, cliquei sem-querer em um canal de adolescentes fazendo gameplay de League of legends e foram os piores 30s de minha vida, mas eu ao menos tenho a decência de aceitar que alguém PODE gostar disso, e entendo que é diferente, não melhor ou pior do que os hilários vídeos do Squire jogando War Thunder.
A única certeza é que ano que vem, ou em 100 anos no futuro, continuaremos tendo uma indústria de entretenimento focada em entreter, massas indo aos cinemas compartilhando a experiência coletiva de assistir filmes feitos para divertir, e os arrogantes críticos e intelectuais frustrados continuarão chilicando.
https://contraditorium.com/2019/10/22/sobre-cinefilos-histericos-e-como-os-super-herois-estragaram-o-cinema/
Scorcese e Coppola foram competentes para criar obras de qualidade intelectual que também divertiam e muito, além de fazer boas bilheterias, como a série O Poderoso Chefão e Cabo do Medo.
Do outro lado tão aqueles cineastas pedantes que só são lembrados nas panelinhas idem, gente que acha Glauber Rocha o máximo, batendo palminhas prá filmes que eram puro lixo como A Idade da Terra, só para fingirem ser mais inteligentes que o povão.
Também acho que estamos sofrendo uma saturação do tema mas ainda assim o pior filme do MCU é muito mais divertido de assistir que muitos filmes de ação e terror hoje em dia que são uma intolerável sequência de shaky cams e jump scares do início ao fim.
Não gostei de Logan, pra mim aquilo foi diminuir o personagem e relegá-lo a uma morte não honrosa.
De todos os filmes solo só gostei de Wolverine Imortal. Vingadores larguei em Ultron. Digamos pra Super Heróis só considero os da fase 1 da Marvel como realmente bons.
A DC consegue ser pior que a Marvel, só se salva Mulher Maravilha e o Aquaman achei muito caricato.
Liga da Justiça nem quero assistir até porque é algo do Zack Snyder inicialmente e modificado e ficou bem ruim pelo que me falam, aliás o que esperar de um cara que fez uma bomba chamada Batman vs Superman.
Do Snyder só Watchmen que funciona que é um ambiente bem diferente do que são os super herois comuns.
O problema de BvS é que ele tenta ser muita coisa ao mesmo tempo, peca pelo excesso, já Liga Da Justiça é uma mistura de nada com coisa nenhuma que contradiz muita coisa já estabelecida nos dois primeiros filmes, se o Superman era overpower daquele jeito apresentado em Liga Da Justiça os desafios dos dois primeiros filmes nem existiriam.
WTF???
Além do que já foi dito sobre a LJ, minha implicância é com aquele Flash idiota indigno até de pertencer aos TT Go!
A narrativa de Watchmen não funciona em heróis idealistas.
Como lacração como Capitã Marvel, que ignora a origem de seu título sem se pautar nas Hqs.