Greco-Budismo - O Sincretismo Helênico Com o Budismo
Greco-Budismo - O Sincretismo Helênico Com o Budismo
O primeiro contato entre a cultura helênica e a religião budista veio com as campanhas de Alexandre, o Grande, e a sua expansão territorial até a região do Punjab. Em suas campanhas na Índia, Alexandre levou diversos filósofos, e muitos deles voltaram para a Grécia carregando preceitos budistas, notavelmente o filósofo Pyrrho, fundador da escola Pyrrhonista. A fragmentação do Império de Alexandre acabou coincidindo, poucas gerações depois, com o aumento considerável do proselitismo budista ao redor do mundo. Missões budistas vindas da Índia chegaram até a Grécia e o Egito, dominados pelos diádocos, os sucessores de Alexandre. Os Estados que mais sofreram influência budista, entretanto, foram aqueles que estavam mais próximos da Índia, como o Reino da Báctria e o Reino Indo-Grego.
Dentre esses, o Reino Indo-Grego, sucessor do Reino da Báctria, era o mais próximo do budismo. O budismo, inclusive, pode ter sido o motivo de uma guerra entre eles e o Império Shunga na Índia, já que seus praticantes estavam sendo perseguidos na região. Símbolos budistas estavam presentes nas moedas do Reino Indo-Grego, principalmente a dharmachakra e a palma de Buda. Algumas representações dos reis gregos da região também apresentam o gesto do vitarka mudra, algo tipicamente budista. Existe a possibilidade de que a primeira antropomorfização de Buda tenha sido resultado direto da influência helenística no budismo já que, antes do contato entre o budismo e os gregos, Buda era representado de forma anicônica, representado apenas através de símbolos que se associavam a ele. Portanto, devido ao costume grego de sincretização e de dar forma às coisas que cultuavam, houve a possibilitação da construção das primeiras esculturas que representavam o próprio Buda. As primeiras esculturas de Buda foram, provavelmente, esculpidas pelas mãos de gregos, com muita fidelidade aos escritos sobre ele. Na questão da representação artística, algumas deidades budistas foram influenciadas como resultado desse contato com a cultura helênica, principalmente Vajrapani, o protetor de Buda, que possui muitas das características físicas que são comuns a Hércules. O grande contato entre os gregos e o budismo nas fronteiras indianas chegou ao fim com o estabelecimento do Império Kushan, das planícies de Xinjiang, no século I. Mas ainda assim o império manteve laços fortes com a cultura helênica e permeneceu com o budismo sincrético.
No mundo ocidental, o budismo não possuía tanta força quanto teve nas fronteiras indianas, mas não era difícil para um filósofo ou cidadão comum grego ou egípcio ter ouvido falar do budismo. Após a expansão romana, o budismo permaneceu ativo no Oriente Médio, mas de forma bastante discreta, vindo através do contato pela Rota da Seda. O greco-budismo chegou a influenciar, futuramente, o judaísmo helênico, o que acabou na formação da seita dos terapeutas, cujas ideias podem ter sido diretamente afetadas por ideais budistas. A expansão do Greco-Budismo para o Oriente Médio, e em especial o seu relativo florescimento em Alexandria levaram a especulações de que algumas das religiões que surgiram no Levante possam ter adquirido preceitos budistas, entre uma das mais debatidas está o cristianismo, por mais que as diferenças entre o cristianismo e o budismo sejam bem maiores que as suas semelhanças, e nenhuma base histórica exista comprovando que o cristianismo possui influências budistas. Algo mais provável, no entanto, é que o gnosticismo tenha sido sincretizado com alguns ideais budistas, o maior exemplo sendo o maniqueísmo, já que Mani possivelmente foi influenciado pelo gnóstico Scythianus. O fim da influência greco-budista, tanto no ocidente quanto no oriente, veio no século V, primeiro com o estabelecimento do Império Heftalita, e depois com a Expansão do Islã no século VII. O intercâmbio cultural entre indianos e gregos, entretanto, viria a causar uma impressão duradoura principalmente para os budistas no mundo inteiro, já que isso possibilitou uma renovação artística por sua parte. Para os ocidentais, isso ainda é um assunto controverso, por mais que a comunidade budista pré-cristã não tenha causado uma impressão duradoura na sua área de atuação, e tendo completamente desaparecido após a expansão islâmica, existe a possibilidade de que seus ensinamentos tenham afetado algumas seitas e religiões da região.
Na foto,um relevo em que o guardião de Buda,Vajrapani, está representado da mesma maneira que Hércules.
O primeiro contato entre a cultura helênica e a religião budista veio com as campanhas de Alexandre, o Grande, e a sua expansão territorial até a região do Punjab. Em suas campanhas na Índia, Alexandre levou diversos filósofos, e muitos deles voltaram para a Grécia carregando preceitos budistas, notavelmente o filósofo Pyrrho, fundador da escola Pyrrhonista. A fragmentação do Império de Alexandre acabou coincidindo, poucas gerações depois, com o aumento considerável do proselitismo budista ao redor do mundo. Missões budistas vindas da Índia chegaram até a Grécia e o Egito, dominados pelos diádocos, os sucessores de Alexandre. Os Estados que mais sofreram influência budista, entretanto, foram aqueles que estavam mais próximos da Índia, como o Reino da Báctria e o Reino Indo-Grego.
Dentre esses, o Reino Indo-Grego, sucessor do Reino da Báctria, era o mais próximo do budismo. O budismo, inclusive, pode ter sido o motivo de uma guerra entre eles e o Império Shunga na Índia, já que seus praticantes estavam sendo perseguidos na região. Símbolos budistas estavam presentes nas moedas do Reino Indo-Grego, principalmente a dharmachakra e a palma de Buda. Algumas representações dos reis gregos da região também apresentam o gesto do vitarka mudra, algo tipicamente budista. Existe a possibilidade de que a primeira antropomorfização de Buda tenha sido resultado direto da influência helenística no budismo já que, antes do contato entre o budismo e os gregos, Buda era representado de forma anicônica, representado apenas através de símbolos que se associavam a ele. Portanto, devido ao costume grego de sincretização e de dar forma às coisas que cultuavam, houve a possibilitação da construção das primeiras esculturas que representavam o próprio Buda. As primeiras esculturas de Buda foram, provavelmente, esculpidas pelas mãos de gregos, com muita fidelidade aos escritos sobre ele. Na questão da representação artística, algumas deidades budistas foram influenciadas como resultado desse contato com a cultura helênica, principalmente Vajrapani, o protetor de Buda, que possui muitas das características físicas que são comuns a Hércules. O grande contato entre os gregos e o budismo nas fronteiras indianas chegou ao fim com o estabelecimento do Império Kushan, das planícies de Xinjiang, no século I. Mas ainda assim o império manteve laços fortes com a cultura helênica e permeneceu com o budismo sincrético.
No mundo ocidental, o budismo não possuía tanta força quanto teve nas fronteiras indianas, mas não era difícil para um filósofo ou cidadão comum grego ou egípcio ter ouvido falar do budismo. Após a expansão romana, o budismo permaneceu ativo no Oriente Médio, mas de forma bastante discreta, vindo através do contato pela Rota da Seda. O greco-budismo chegou a influenciar, futuramente, o judaísmo helênico, o que acabou na formação da seita dos terapeutas, cujas ideias podem ter sido diretamente afetadas por ideais budistas. A expansão do Greco-Budismo para o Oriente Médio, e em especial o seu relativo florescimento em Alexandria levaram a especulações de que algumas das religiões que surgiram no Levante possam ter adquirido preceitos budistas, entre uma das mais debatidas está o cristianismo, por mais que as diferenças entre o cristianismo e o budismo sejam bem maiores que as suas semelhanças, e nenhuma base histórica exista comprovando que o cristianismo possui influências budistas. Algo mais provável, no entanto, é que o gnosticismo tenha sido sincretizado com alguns ideais budistas, o maior exemplo sendo o maniqueísmo, já que Mani possivelmente foi influenciado pelo gnóstico Scythianus. O fim da influência greco-budista, tanto no ocidente quanto no oriente, veio no século V, primeiro com o estabelecimento do Império Heftalita, e depois com a Expansão do Islã no século VII. O intercâmbio cultural entre indianos e gregos, entretanto, viria a causar uma impressão duradoura principalmente para os budistas no mundo inteiro, já que isso possibilitou uma renovação artística por sua parte. Para os ocidentais, isso ainda é um assunto controverso, por mais que a comunidade budista pré-cristã não tenha causado uma impressão duradoura na sua área de atuação, e tendo completamente desaparecido após a expansão islâmica, existe a possibilidade de que seus ensinamentos tenham afetado algumas seitas e religiões da região.
Na foto,um relevo em que o guardião de Buda,Vajrapani, está representado da mesma maneira que Hércules.
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