Paradoxo Esquerda-Direita

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Algo que sempre me intrigou é o fato de que muitos dos meus conhecidos libertários ou mesmo de direita, principalmente os mais agressivos, aqueles que defendem capitalismo e poder econômico com mais veemência, não são particularmente bem sucedidos em suas vidas profissionais. São pessoas bastante ambiciosas até, que desejam muito o sucesso, mas que não o tem na prática (ou sentem que não o tem). Eu mesmo (que me vejo como libertário) me coloco um pouco nessa categoria.

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Por outro lado, me parece igualmente intrigante um fenômeno que observo entre meus conhecidos de esquerda, aqueles que de uns anos pra cá passaram a levantar todo tipo de bandeira nas redes sociais em defesa dos mais fracos, das minorias, apoiando todo tipo de causa social - pessoas que em suas vidas pessoais até uns anos atrás não eram nada humanitárias, altruístas, muito pelo contrário - comparadas comigo, eram bastante egoístas até, naturalmente competitivas, vaidosas, às vezes até arrogantes e venenosas socialmente.

Parece uma contradição, mas com o tempo fui pensando numa possível explicação para esse fenômeno (não digo que isso explica o comportamento de todas as pessoas no espectro político, pessoas podem se atrair por ideologias políticas por diversos motivos, mas certamente faz sentido pra alguns dos casos).

Como discuti no meu vídeo sobre carisma, FORÇA e BENEVOLÊNCIA são os 2 valores fundamentais que fazem uma pessoa parecer admirável pra nós. Mas nós não buscamos esses valores apenas nos outros, buscamos eles também em nós mesmos. De certa forma, autoestima surge quando nós nos enxergamos como admiráveis, quando parecemos carismáticos para nós mesmos. Pra termos uma boa autoestima, nós temos que nos enxergar tanto como FORTES (independentes, poderosos, capazes de lidar com os desafios da vida) quanto como BENEVOLENTES (pessoas decentes, bondosas, moralmente corretas). Se falta muito de um, ou muito do outro, nós nos sentimos incompletos, nos sentimos mal em relação a nós mesmos, e impelidos a buscar o valor complementar.

No meu caso, posso dizer que certamente o que mais me faltou ao longo da vida é o elemento FORÇA: um senso de eficácia, de que posso ser independente, lidar com os desafios da vida sozinho. Se liberdade (num contexto político) é algo importante pra mim, se admiro sucesso, se eu acredito tanto que devemos ser independentes do governo, que o ser humano deve carregar seu próprio peso, que não é certo que outros tenham que se responsabilizar por nós, não é porque eu já conquistei isso na minha vida - e sim porque eu preciso seriamente conquistar isso na minha vida pra me sentir um indivíduo digno. É justamente por não ter essa força ainda internalizada, e saber que ela é necessária, que eu valorizo tanto esses ideais. É por isso que a pobreza acaba sendo algo aversivo às vezes pra alguém com essa mentalidade. Não é que a pessoa mais de direita odeia os pobres, é que a ideia DELA ser pobre (de sucumbir à própria fraqueza) é um pensamento particularmente incômodo, até por não parecer uma possibilidade tão distante assim. Quanto à benevolência, isso nunca foi uma grande questão pra mim pelo menos, nunca foi algo que me pareceu faltar. Sempre me senti uma pessoa naturalmente bondosa, correta, inofensiva, que não gosta de incomodar ou fazer mal a ninguém. Nunca achei que meu ego fosse uma ameça pra mim ou para os outros; essa era a parte fácil.

Me pergunto se a mesma coisa não acontece do outro lado.

Talvez as pessoas mais de esquerda sigam o mesmo padrão. Talvez o que falte pra elas não seja força, pois como disse, elas eram naturalmente confiantes, "egoístas", cheias de si (e talvez isso ao longo do tempo se transforme numa fonte de incômodo, de culpa). Talvez o que falte agora seja o elemento BENEVOLÊNCIA - a necessidade de se sentirem humanas, bondosas, inofensivas. Se os militantes da esquerda pregam tanto por altruísmo, defendem tanto os mais fracos, são tão contra o "ego", talvez seja pra compensar uma falta natural desse senso de benevolência, e um excesso de "ego" em suas percepções de si mesmos. Talvez seja por isso que tantos artistas em Hollywood gostem de se posicionar como progressistas, falar de causas sociais - a vida inteira deles gira em torno de seus egos, de suas vaidades, e isso pode acabar gerando um sentimento de culpa e de auto-aversão com o tempo. Isso faz com que eles queiram correr na direção oposta pra equilibrar: na direção da benevolência, e se voltarem contra tudo aquilo que os remete à noção de força: os ricos, individualistas, capitalistas, poderosos, etc. O que essas pessoas desprezam nos poderosos é justamente aquilo que elas enxergam dentro delas e precisam se livrar pra se sentirem equilibradas. Ou seja: às vezes as pessoas que mais atacam o conceito de "egoísmo", não são pessoas que não são egoístas, mas pessoas que se sentem egoístas demais e enxergam isso como algo nocivo, assustador, algo mau dentro delas (estou falando de egoísmo aqui no sentido convencional, não no sentido Randiano).

Por essa ótica fica mais fácil de entender por que direita e esquerda se atritam tanto. Ora, se todos os objetivos de vida de uma pessoa giram em torno da busca por FORÇA (sucesso, independência, poder, etc) ela certamente vai detestar pessoas que menosprezam esses valores, e que não irão admirá-la mesmo que ela conquiste tudo o que sonha na vida. Por outro lado, se toda a missão da pessoa é conquistar BENEVOLÊNCIA (ser mais humana, generosa) ela certamente vai odiar pessoas que ignoram esses valores, que não as enxergarão como admirável mesmo que ela se torne a próxima Madre Teresa.

No fim, toda essa agressividade entre esquerda e direita, o ódio dos ricos, o ódio dos pobres, parecem muitas vezes refletir uma falta, um senso de auto-negação, um desejo por completude. E portanto, a solução pra esses conflitos políticos talvez não esteja tanto em argumentos econômicos, em livros de história, e sim no autoconhecimento, no amadurecimento emocional, no desenvolvimento de uma boa autoestima.

http://profissaocinefilo.blogspot.com/2020/01/paradoxo-esquerda-direita.html
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Comentários

  • Por outro lado, é apenas coerente uma pessoa defender a livre iniciativa e a propriedade privada mesmo que ela tenha fracassado naquilo que tentou.

    Só porque ela é incapaz e sem talento vai exigir que o Estado a sustente às custas dos outros?
  • É nos lugares em com livre iniciativa e com propriedade privada que há mais auxilios sociais, aliais são quase os únicos lugares com auxilios sociais, em lugares sem elas, o auxilio social é o Gulag, o campo de concentração. E nos lugares com auxilios sociais, os partidos de direita e esquerda, fazem mais ou menos os mesmos auxilios sociais. Por outro lado, o post inicial deste hilo, tem uma visão meio caricata. Por que uma pessoa pobre e simples tem que se identificar com quem dá dinheiro para ditaduras na África, é a favor de infanticidio indigena, escraviza médicos cubanos e dá dinheiro para um grupo maoísta com o MST?
  • editado January 2020
    LaraAS disse: É nos lugares em com livre iniciativa e com propriedade privada que há mais auxilios sociais, aliais são quase os únicos lugares com auxilios sociais, em lugares sem elas, o auxilio social é o Gulag, o campo de concentração. E nos lugares com auxilios sociais, os partidos de direita e esquerda, fazem mais ou menos os mesmos auxilios sociais. Por outro lado, o post inicial deste hilo, tem uma visão meio caricata. Por que uma pessoa pobre e simples tem que se identificar com quem dá dinheiro para ditaduras na África, é a favor de infanticidio indigena, escraviza médicos cubanos e dá dinheiro para um grupo maoísta com o MST?

    No mesmo texto:
    Parece uma contradição, mas com o tempo fui pensando numa possível explicação para esse fenômeno (não digo que isso explica o comportamento de todas as pessoas no espectro político, pessoas podem se atrair por ideologias políticas por diversos motivos, mas certamente faz sentido pra alguns dos casos).
    Fernando_Silva disse: Por outro lado, é apenas coerente uma pessoa defender a livre iniciativa e a propriedade privada mesmo que ela tenha fracassado naquilo que tentou.

    Só porque ela é incapaz e sem talento vai exigir que o Estado a sustente às custas dos outros?

    A posição do autor é esta: ele admite não ser bem sucedido, mas não admite o estado o sustentar.
  • No meu caso, eu não tenho nada contra eu receber auxilios sociais, o que me enoja, é a defesa pela esquerda de ditaduras comunistas, de fundamentalismos islamicos, de pseudo-ecologismos extremistas, da ideologia transexualista, do infanticio indigina, da imigração ilegal sem controle, dos bandidos de sangue crueis e com penas leves, da indefensão dos honestos com o desarmamento.
  • Fernando_Silva disse: Por outro lado, é apenas coerente uma pessoa defender a livre iniciativa e a propriedade privada mesmo que ela tenha fracassado naquilo que tentou.

    Só porque ela é incapaz e sem talento vai exigir que o Estado a sustente às custas dos outros?

    É questionável que, num mundo permeado por discrepâncias grandes entre esforços e recompensas, uma pessoa que esteja numa classe social relativamente baixa geralmente pode ser descrita apenas como "incapaz e sem talento".
  • O mais adequado é ser incapaz em sem talento para algo que se almeja.
  • Só um comunista mesmo daqueeeeles pra escrever e outro pra postar um dejeto assim!!!!! TANTA demência só cabe na mente comunista. Quer dizer que a diferença entre "esquerdista e direitista" é que os primeiros odeiam ricos e os segundos odeiam pobres???!!!!

    PUTZ!!!!!

    Na conta da (de)mente comunista, as virtudes são "ajudar os pobres, os frascos e os comprimidos", não entra... JUSTIÇA, HONRA, DECÊNCIA... só se for a tal "justiça social" que menospreza os seres individuais como se nada fossem, curiosa e paradoxalmente esses mesmos seres o foco da "benevolência comunista". HAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHA...
  • LaraAS escreveu: »
    No meu caso, eu não tenho nada contra eu receber auxilios sociais, o que me enoja, é a defesa pela esquerda de ditaduras comunistas, de fundamentalismos islamicos, de pseudo-ecologismos extremistas, da ideologia transexualista, do infanticio indigina, da imigração ilegal sem controle, dos bandidos de sangue crueis e com penas leves, da indefensão dos honestos com o desarmamento.

    Mas o problema não é quanto a receber, mas a dar, entregar o que se tem a outros.
  • leva__e__traz disse:
    Mas o problema não é quanto a receber, mas a dar.


    Humm que gorda caridosa de bundinha requisitada.

  • Huxley escreveu: »
    Fernando_Silva disse: Por outro lado, é apenas coerente uma pessoa defender a livre iniciativa e a propriedade privada mesmo que ela tenha fracassado naquilo que tentou.

    Só porque ela é incapaz e sem talento vai exigir que o Estado a sustente às custas dos outros?

    É questionável que, num mundo permeado por discrepâncias grandes entre esforços e recompensas, uma pessoa que esteja numa classe social relativamente baixa geralmente pode ser descrita apenas como "incapaz e sem talento".

    Isso na ótica comunista que iguala mérito a "esforço". Mérito não é esforço, é competência própria, inclusive para obter mais com menos esforço. Há indivíduos cujos "esforços" são prejudiciais, atrapalhando a si mesmos e aos outros.
  • leva__e__traz disse:
    leva__e__traz disse: No meu caso, eu não tenho nada contra eu receber auxilios sociais, o que me enoja, é a defesa pela esquerda de ditaduras comunistas, de fundamentalismos islamicos, de pseudo-ecologismos extremistas, da ideologia transexualista, do infanticio indigina, da imigração ilegal sem controle, dos bandidos de sangue crueis e com penas leves, da indefensão dos honestos com o desarmamento.

    Mas o problema não é quanto a receber, mas a dar, entregar o que se tem a outros.
    As duas coisas vão juntas nesse caso. Quando tem sorte, a pessoa dá, quando tem azar,a pessoa recebe.


  • Ninguém deveria ser alturista alguém com a justificativa de ser correto a se fazer, assim como ninguém é obrigado a ter estima por alguém.

  • LaraAS escreveu: »
    leva__e__traz disse:
    leva__e__traz disse: No meu caso, eu não tenho nada contra eu receber auxilios sociais, o que me enoja, é a defesa pela esquerda de ditaduras comunistas, de fundamentalismos islamicos, de pseudo-ecologismos extremistas, da ideologia transexualista, do infanticio indigina, da imigração ilegal sem controle, dos bandidos de sangue crueis e com penas leves, da indefensão dos honestos com o desarmamento.

    Mas o problema não é quanto a receber, mas a dar, entregar o que se tem a outros.
    As duas coisas vão juntas nesse caso. Quando tem sorte, a pessoa dá, quando tem azar,a pessoa recebe.


    Bom, isso é uma "versão" daquele princípio comunista absurdo de marx-engels: "(tomar) de cada um conforme a capacidade; dar um pouquinho (e ficar, a título de "taxa de administração" com todo o resto) a quem precisa". Então é claro que é essa a "ideia maravilhosa" da coisa. O problema é que, recapitulando, disseste que não tens problema em receber auxílios (mas isso é fácil de dizer), quando seria mais esperável que te prontificasses a demonstrar teu desprendimento quanto a ser obrigada a dar, que é realmente o problema dantesco do comunismo.
  • A questão é que o mesmo que tem sorte agora pode vir a ter azar amanhã e vice-versa, o que tem azar hoje pode vir a ter sorte amanhã, então as posições podem ficar trocadas.
  • editado January 2020
    leva__e__traz disse:
    leva__e__traz disse:
    Fernando_Silva disse: Por outro lado, é apenas coerente uma pessoa defender a livre iniciativa e a propriedade privada mesmo que ela tenha fracassado naquilo que tentou.

    Só porque ela é incapaz e sem talento vai exigir que o Estado a sustente às custas dos outros?

    É questionável que, num mundo permeado por discrepâncias grandes entre esforços e recompensas, uma pessoa que esteja numa classe social relativamente baixa geralmente pode ser descrita apenas como "incapaz e sem talento".

    Isso na ótica comunista que iguala mérito a "esforço". Mérito não é esforço, é competência própria, inclusive para obter mais com menos esforço. Há indivíduos cujos "esforços" são prejudiciais, atrapalhando a si mesmos e aos outros.

    Isso descrito acima não muda em nada o fato de que o mundo também é permeado por discrepâncias grandes entre esforços geradores de mérito e recompensas. O mundo também é permeado por discrepâncias grandes entre MÉRITOS e recompensas. "Sorte", um dos ingredientes geradores da recompensa dos chamados "meritosos", não é igual a "mérito":
    Sucesso depende gravemente de contágios sociais. Um experimento descrito no livro O Andar do Bêbado de Leonard Mlodinow é bastante instrutivo sobre essa alegação. Pesquisadores recrutaram 14.341 participantes e lhes pediram que escutassem, classificassem e, se desejassem baixassem 48 bandas de músicas das quais nunca tinha ouvido. Os ouvintes foram divididos em oito mundos tinham a oportunidade de saber a popularidade das músicas, mas apenas em cada um de seus respectivos mundos. Qual foi o resultado? Ele desmentiu a ideia de que o sucesso é governado quase exclusivamente pelas características intrínsecas da pessoa ou produto, algo que poderíamos chamar de visão determinística de mundo.

    “Se a visão determinística do mundo fosse verdadeira, as mesmas músicas deveriam ter dominado todos os oito mundos , e as classificações de popularidade neles deveriam ter concordado com a qualidade intríseca determinada pelas pessoas isoladas. No entanto, os pesquisadores descobriram justamente o contrário: a popularidade de cada música variava amplamente entre os diferentes mundos, e a popularidade de música com qualidade intrínseca semelhante apresentava grande variação.”

    Por outro lado, um economista americano Arthur de Vany fez uma pesquisa que tentava desvendar o mistério sobre quais decisões levam ao sucesso financeiro e quais levam ao fracasso em Hollywood. Ele reuniu dados obre a bilheteria de 300 filmes de Hollywood e chegou a mesma conclusão do roteirista William Goldman, cuja toda a sabedoria sobre o assunto foi resumida numa só frase “Ninguém sabe nada”. Eis um trecho de um livro não-econômico (A Nova Dieta da Evolução, onde ele explica as semelhanças de suas ideias sobre alimentação e economia) em que ele explica isso:

    “Não há uma forma de planejar o sucesso de um filme desde o princípio. Descobrimos que nem a escolha dos atores, diretores ou roteiristas, nem o gênero do filme, nem o assunto fazem uma diferença padrão na forma como os filmes foram recebidos pelo público na forma como os filmes foram recebidos pelo público. Alguns filmes de alto orçamento foram um sucesso de bilheteria, enquanto outros, um fracasso. Filmes pequenos e “de qualidade”, feitos para arrecadar quantias modestas, exibiram a mesma gama de possibilidades (mas com riscos menores, é claro). Nem mesmos aclamações ou reprovações da critica parecem importar. O único fator previsível de futura arrecadação de um filme é quão bem a obra foi recebida desde a estreia. Os filmes populares tendiam a ganhar mais popularidade, pois a propaganda boca a boca positiva atraía mais pessoas aos cinemas. Os filmes sem popularidade ganhavam ainda mais desprezo pelo público, enquanto as suas receitas caíam.”

    Saindo do âmbito profissional e indo para o âmbito de investimentos, mais uma citação minha, desta vez sobre a magnitude de sorte encontrada no mercado financeiro:
    Ademais, baseado num experimento computacional semelhante, porém mais completo, do que o do "Macaco Zé", Nassim Taleb já escreveu isso no livro A Lógica do Cisne Negro:

    "A indústria de gerenciamento de fundos alega que algumas pessoas são extremamente habilidosas, pois ano após ano vêm obtendo resultados acima da média do mercado. Ela identificará esses gênios e irá convencer você da habilidades deles. Minha abordagem tem sido criar grupos experimentais de investidores puramente aleatórios, e através da simples simulação em computadores demonstrar como seria impossível não ter tais gênios produzidos apenas por sorte. Todo ano os perdedores são demitidos, portanto apenas os vencedores permanecem, de forma que se fica com vencedores constantes a longo prazo. Como não se observa o cemitério de investidores falidos, você pensará que é um bom negócio e que alguns operadores são consideravelmente melhores do que outros. (...) Não obter bilionários sortudos nesses experimentos seria exceção".
  • Quanto a filmes isso depende da época e dos valores que são celebrados que estão na moda:

    http://profissaocinefilo.blogspot.com/2017/08/como-cultura-encomenda-os-seus-idolos.html?m=1

    A vida é feita de riscos, você planejar pode diminuir esses riscos.

    Essa questão mérito ou não isso nem foi levantada no tópico. E sim uma forma de pensar.
  • A questão é a seguinte, alguém ATUALMENTE em boa posição paga progressão de impostos como uma espécie de SEGURO também para SI MESMO, para o caso de ele mesmo piorar de situação depois, aí ele vai receber o seguro que pagou.
  • editado January 2020
    Não julgar para não ser julgado.

    O texto não leva em conta o fenômeno mais importante nessa questão toda. Embora o pensamento de esquerda tente se disfarçar de amor pelos pobres e repulsa pelas injustiças, ele na verdade se baseia em ganancia, inveja e julgamento alheio.
    A maior prova disso é ver como eles jogam rapidamente fora os preceitos de igualdade perante a lei, para tentar igualar financeiramente as pessoas e rapidamente aderem as politicas publicas de políticos que usando as mais diversas justificativas escolhem os "campeões nacionais" como o PT fez e defendem apaixonadamente a transferência que o BNDES faz do dinheiro dos pobres para os muitos ricos como Eike Batista e os Irmãos "safadões".

    Eu apoio o capitalismo antes de tudo pelo amor a liberdade, pelo respeito as escolhas e capacidades individuais e porque eu já entendi há muito tempo, sem ter inveja dos outros, que a prosperidade do próximo é a minha própria prosperidade.

    O Bill Gates pode ser bilionário e não me dar um centavo do dinheiro dele, mas graças a ele e a outras pessoas como ele que estão há décadas trabalhando duro eu posso ter meu computador.
    Eu mudei para o interior e aqui não existe tanta oferta de produtos e serviços quanto tinha em São Paulo, mas o fato é que sem o dono da quitanda, da padaria, do açougue e do supermercado, pessoas que nunca me deram um centavo, eu seria ainda mais pobre pois não teria acesso a nenhum dos produtos e serviços que eles me oferecem a um custo que eu estou disposto a pagar porque a alternativa seria criar galinhas e me matar cuidando de uma horta.

    A divisão de trabalho no capitalismo é mais eficiente e ela faz pessoas que não se conhecem ou mesmo se conhecem e não se gostam, cooperarem umas com as outras e devido a essa cooperação ambas as partes ficam mais ricas.

    Outro fator importante é o conceito moderno de "pobreza". Pegue um sujeito vivendo como um artesão, pegue um pequeno senhor feudal, ou até mesmo algum nobre vivendo há 3 séculos, jogue em qualquer favela numa grande cidade do Brasil e depois pergunte se ele acha que é rico ou pobre.
    Todos eles diriam que a favela vive numa riqueza exuberante a qual eles jamais sonharam ser possível.
    Mesmo que os pobres não tenham muito dinheiro eles tem acesso a uma infinidade de produtos e serviços que nenhum rico no passado tinha a disposição.

    Eu não conheço "pobres" de direita nem de esquerda, esses o capitalismo já quase extinguiu e só existem de fato em pequenas comunidades isoladas, talvez ali na zona da seca no nordeste ou em algum comunidade ribeirinha na selva amazônica.

    O capitalismo fez dos pobres VERDADEIROS uma classe em extinção e é por isso que eu apoio o capitalismo, porque mesmo o dito "pobre" de direita é rico pra caramba, mas a riqueza no capitalismo é tanta que nós achamos que somos pobres por nos comprarmos com quem é ainda mais rico do que nós...
  • editado January 2020
    Sabe qual o meu maior prazer nos dias de hoje?
    Eu tenho cerca de 10 video games diferentes e uns 6 computadores. Eu tenho PCs antigos rodando windows 95 onde eu rodo jogos antigos originais comprados por 15, 20 ou 30 reais pela internet.
    Eu coleciono jogos e equipamentos antigos que giram em torno dos jogos. É uma verdadeira paixão.

    Entre esses equipamentos eu tenho 2 que na época eu jamais sonhava em ter e meu melhor amigo tinha, ele era filho de um industrial e tinha uma fantástica e gigante TV de tubo com 40 polegadas onde jogávamos um Nintendo 64.
    Eu nem sonhava em ter um 64 na época, muito menos uma TV de 40 que só ricos tinham.

    Há cerca de 2 anos eu comprei uma TV dessas no mercado livre por 200 reais... Hoje ninguém mais quer aquilo que só os ricos tinham.
    Também comprei um Nintendo 64 por 350 reais e liguei nela.

    Quando eu sento na frente daquela TV enorme e ligo meu 64 eu realmente me sinto privilegiado. Eu sempre fico me sentindo rico e pensando em como hoje eu posso ter todas essas coisas e o quão incrível é tudo isso custar tão pouco hoje em dia.

    Vira e mexe os esquerdistas de facebook me chamam de pobre de direita e eu sempre retruco dizendo que na verdade sou um milionário do passado que viajou no tempo. Claro que ninguém nunca entende a ironia, que é uma só piada pessoal da qual eu sempre rio sozinho por ter esse prazer meio bobo de gostar de me sentir rico brincando com as minhas velharias.
  • @NadaSei penta pelas verdades.
  • NadaSei disse: Sabe qual o meu maior prazer nos dias de hoje?
    Eu tenho cerca de 10 video games diferentes e uns 6 computadores. Eu tenho PCs antigos rodando windows 95 onde eu rodo jogos antigos originais comprados por 15, 20 ou 30 reais pela internet.
    Eu coleciono jogos e equipamentos antigos que giram em torno dos jogos. É uma verdadeira paixão.

    Entre esses equipamentos eu tenho 2 que na época eu jamais sonhava em ter e meu melhor amigo tinha, ele era filho de um industrial e tinha uma fantástica e gigante TV de tubo com 40 polegadas onde jogávamos um Nintendo 64.
    Eu nem sonhava e ter um 64 na época, muito menos uma TV de 40 que só ricos tinham.

    Há cerca de 2 anos eu comprei uma TV dessas no mercado livre por 200 reais... Hoje ninguém mais quer aquilo que só os ricos tinham.
    Também comprei um Nintendo 64 por 350 reais e liguei nela.

    Quando eu sento na frente daquela TV enorme e ligo meu 64 eu realmente me sinto privilegiado. Eu sempre fico me sentindo rico e pensando em como hoje eu posso ter todas essas coisas e o quão incrível é tudo isso custar tão pouco hoje em dia.

    Vira e mexe os esquerdistas de facebook me chamam de pobre de direita e eu sempre retruco dizendo que na verdade sou um milionário do passado que viajou no tempo. Claro que ninguém nunca entende a ironia, que é uma só piada pessoal da qual eu sempre rio sozinho por ter esse prazer meio bobo de gostar de me sentir rico brincando com as minhas velharias.
    Parabéns pelo texto, agora você voltou ao ponto que eu tinha escrito na minha primeira resposta nesse tópico: Por que alguém que é a favor de ajudas sociais tem que ser a favor de regimes políticos e econômicos em que a ajuda social era o campo de concentração? Ajudas sociais verdadeiramente existentes SÓ existem no capitalismo, na sociedade de livre mercado e no caso destas tanto os partidos de direita quanto os de esquerda as dão. Inclusive se ter ajudas sociais fosse sinônimo de esquerda não só o fascismo italiano como o franquismo espanhol deveriam ser classificados como de esquerda, e no caso do franquismo espanhol definitivamente, ninguém o classifica assim. E as ajudas sociais ditas do governo PT foram em em 80% rebatismos de programas do governo PSDB, sendo que em ambos os governos a maioria do legislativo era de partidos mais à direita do que inclusive o PSDB, e o governo Bolsonaro não só manteve perfeitamente esses auxílios como implantou o 13 neles. Por que alguém que ganha mal tem que querer que os seus impostos (pelo menos de consumo) sejam dados para governos ditatoriais africanos? Por que ele tem que querer que sejam usados para manter ONGs, algumas das quais anti-sistema que financiam a bandidagem? (Tudo indica que a enorme diminuição dos crimes graves no governo Bolsonaro tem algo a ver com a diminuição em 90% do financiamento das ONGs e é bom lembrar que há uma enorme proporção de pobres entre as vítimas de crimes graves). Por que ele tem que querer que seus impostos (pelo menos de consumo) vão para a chamada "redução de danos" dos drogados como o PT fazia aumentando a criminalidade ao aumentar a quantidade de drogas consumidas? Por que ele tem que querem que aja maior imigração ilegal baixadora de salários e que traz aumento de criminalidade e onde há muitos imigrantes ilegais muçulmanos pioram a situação da mulher?


  • editado January 2020
    Huxley disse:
    Isso descrito acima não muda em nada o fato de que o mundo também é permeado por discrepâncias grandes entre esforços geradores de mérito e recompensas. O mundo também é permeado por discrepâncias grandes entre MÉRITOS e recompensas. "Sorte", um dos ingredientes geradores da recompensa dos chamados "meritosos", não é igual a "mérito":
    É o que eu disse antes: mérito não é automaticamente recompensado como se fosse uma lei da natureza. Recompensar o mérito é uma decisão pessoal.
    Se cada um de nós não praticar, não acontece.

    Sim, depende de sorte, de nascer com saúde e inteligência, de estar no lugar certo na hora certa.

    Por exemplo, não há mérito que faça com que um cego se torne piloto de avião.
    Ou que alguém que nasceu e vive num fim de mundo tenha acesso às oportunidades.

  • editado January 2020
    Oportunidades são as situações que são oportunas. Oportunidades ocorrem na condição da pessoa, e não o contrário. Se uma pessoa é alijada de algo pela sua condição não é que ela não tenha acesso a uma oportunidade mas sim que não há uma oportunidade que ela dela disponha.
  • LaraAS escreveu: »
    A questão é que o mesmo que tem sorte agora pode vir a ter azar amanhã e vice-versa, o que tem azar hoje pode vir a ter sorte amanhã, então as posições podem ficar trocadas.

    Isso me lembrou um caso real por mim testemunhado há muitos anos de um sujeito que se disse pastor (e pela vigarice, não duvido mesmo) que se intrometeu num desentendimento na fila de um banco para "apaziguar" os ânimos. Uma mulher furou a fila e a que teve seu lugar roubado estava protestando, quando o pastor de gado humano apresentou um "argumento" inquestionável: "por que você faz tanta questão por causa de um lugarzinho na fila? De repente isso pode até salvar sua vida, se você chegar mais atrasada em algum lugar aonde for saindo daqui, de repente atrasar um pouquinho pode te salvar"...

    Belo argumento! :)
  • LaraAS escreveu: »
    A questão é a seguinte, alguém ATUALMENTE em boa posição paga progressão de impostos como uma espécie de SEGURO também para SI MESMO, para o caso de ele mesmo piorar de situação depois, aí ele vai receber o seguro que pagou.

    (E não existe seguro privado que pode fazer quem QUISER SE QUISER?)

    Não, a questão é que "alguém" não foi consultado se deseja esse "seguro" e é OBRIGADO a DAR!!!!! Ser obrigado a entregar dinheiro/propriedade tem um nome que sofisma algum muda.
  • Senhor escreveu: »
    Oportunidades são as situações que são oportunas. Oportunidades ocorrem na condição da pessoa, e não o contrário. Se uma pessoa é alijada de algo pela sua condição não é que ela não tenha acesso a uma oportunidade mas sim que não há uma oportunidade que ela dela disponha.

    Quem conseguir traduzir isso, diz aí!!!! :)
  • Huxley escreveu: »
    leva__e__traz disse:
    leva__e__traz disse:
    Fernando_Silva disse: Por outro lado, é apenas coerente uma pessoa defender a livre iniciativa e a propriedade privada mesmo que ela tenha fracassado naquilo que tentou.

    Só porque ela é incapaz e sem talento vai exigir que o Estado a sustente às custas dos outros?

    É questionável que, num mundo permeado por discrepâncias grandes entre esforços e recompensas, uma pessoa que esteja numa classe social relativamente baixa geralmente pode ser descrita apenas como "incapaz e sem talento".

    Isso na ótica comunista que iguala mérito a "esforço". Mérito não é esforço, é competência própria, inclusive para obter mais com menos esforço. Há indivíduos cujos "esforços" são prejudiciais, atrapalhando a si mesmos e aos outros.

    Isso descrito acima não muda em nada o fato de que o mundo também é permeado por discrepâncias grandes entre esforços geradores de mérito e recompensas. O mundo também é permeado por discrepâncias grandes entre MÉRITOS e recompensas. "Sorte", um dos ingredientes geradores da recompensa dos chamados "meritosos", não é igual a "mérito":
    Sucesso depende gravemente de contágios sociais. Um experimento descrito no livro O Andar do Bêbado de Leonard Mlodinow é bastante instrutivo sobre essa alegação. Pesquisadores recrutaram 14.341 participantes e lhes pediram que escutassem, classificassem e, se desejassem baixassem 48 bandas de músicas das quais nunca tinha ouvido. Os ouvintes foram divididos em oito mundos tinham a oportunidade de saber a popularidade das músicas, mas apenas em cada um de seus respectivos mundos. Qual foi o resultado? Ele desmentiu a ideia de que o sucesso é governado quase exclusivamente pelas características intrínsecas da pessoa ou produto, algo que poderíamos chamar de visão determinística de mundo.

    “Se a visão determinística do mundo fosse verdadeira, as mesmas músicas deveriam ter dominado todos os oito mundos , e as classificações de popularidade neles deveriam ter concordado com a qualidade intríseca determinada pelas pessoas isoladas. No entanto, os pesquisadores descobriram justamente o contrário: a popularidade de cada música variava amplamente entre os diferentes mundos, e a popularidade de música com qualidade intrínseca semelhante apresentava grande variação.”

    Por outro lado, um economista americano Arthur de Vany fez uma pesquisa que tentava desvendar o mistério sobre quais decisões levam ao sucesso financeiro e quais levam ao fracasso em Hollywood. Ele reuniu dados obre a bilheteria de 300 filmes de Hollywood e chegou a mesma conclusão do roteirista William Goldman, cuja toda a sabedoria sobre o assunto foi resumida numa só frase “Ninguém sabe nada”. Eis um trecho de um livro não-econômico (A Nova Dieta da Evolução, onde ele explica as semelhanças de suas ideias sobre alimentação e economia) em que ele explica isso:

    “Não há uma forma de planejar o sucesso de um filme desde o princípio. Descobrimos que nem a escolha dos atores, diretores ou roteiristas, nem o gênero do filme, nem o assunto fazem uma diferença padrão na forma como os filmes foram recebidos pelo público na forma como os filmes foram recebidos pelo público. Alguns filmes de alto orçamento foram um sucesso de bilheteria, enquanto outros, um fracasso. Filmes pequenos e “de qualidade”, feitos para arrecadar quantias modestas, exibiram a mesma gama de possibilidades (mas com riscos menores, é claro). Nem mesmos aclamações ou reprovações da critica parecem importar. O único fator previsível de futura arrecadação de um filme é quão bem a obra foi recebida desde a estreia. Os filmes populares tendiam a ganhar mais popularidade, pois a propaganda boca a boca positiva atraía mais pessoas aos cinemas. Os filmes sem popularidade ganhavam ainda mais desprezo pelo público, enquanto as suas receitas caíam.”

    Saindo do âmbito profissional e indo para o âmbito de investimentos, mais uma citação minha, desta vez sobre a magnitude de sorte encontrada no mercado financeiro:
    Ademais, baseado num experimento computacional semelhante, porém mais completo, do que o do "Macaco Zé", Nassim Taleb já escreveu isso no livro A Lógica do Cisne Negro:

    "A indústria de gerenciamento de fundos alega que algumas pessoas são extremamente habilidosas, pois ano após ano vêm obtendo resultados acima da média do mercado. Ela identificará esses gênios e irá convencer você da habilidades deles. Minha abordagem tem sido criar grupos experimentais de investidores puramente aleatórios, e através da simples simulação em computadores demonstrar como seria impossível não ter tais gênios produzidos apenas por sorte. Todo ano os perdedores são demitidos, portanto apenas os vencedores permanecem, de forma que se fica com vencedores constantes a longo prazo. Como não se observa o cemitério de investidores falidos, você pensará que é um bom negócio e que alguns operadores são consideravelmente melhores do que outros. (...) Não obter bilionários sortudos nesses experimentos seria exceção".

    Olha, esse "estudo" acima, pra mim é inválido, pois se não inclui as iniciativas de exploradores de fé e credulices, como pastores de gado humano, gurus, líderes de seitas, etc. está incompleto. Os in/sucessos nessas empreitadas não seguem previsibilidades racionais da mesma forma.

    Ver que "sucesso" na concepção popular está associado a "estrelado, glamour e purpurina" não surpreende. É claro que o mercado de supérfluos e entorpecentes sensoriais (artes/entretenimento/perda de tempo e esporte-espetáculo) não é objetivamente mensurável, o que leva a concluir que quem precisa realizar um "estudo" para entender isso não tem intelecto que sobre para ser medido da mesma forma.

    E é evidente que nascer com (potencial para) mérito é sorte, assim como não há tal coisa como "esforços geradores de mérito". Nenhum esforço gera mérito.
  • editado January 2020
    leva__e__traz disse:
    leva__e__traz disse: Oportunidades são as situações que são oportunas. Oportunidades ocorrem na condição da pessoa, e não o contrário. Se uma pessoa é alijada de algo pela sua condição não é que ela não tenha acesso a uma oportunidade mas sim que não há uma oportunidade que ela dela disponha.

    Quem conseguir traduzir isso, diz aí!!!! :)
    É verdade, está muito sintético. Repensarei a forma como escrevi assim que tiver oportunidade.

  • Correção desta postagem:
    https://www.religiaoeveneno.com.br/discussion/comment/30534/#Comment_30534

    Onde se lê "estrelado, glamour e purpurina", leia-se "estrelaTo,...
  • Fernando_Silva disse:
    Huxley disse:
    Isso descrito acima não muda em nada o fato de que o mundo também é permeado por discrepâncias grandes entre esforços geradores de mérito e recompensas. O mundo também é permeado por discrepâncias grandes entre MÉRITOS e recompensas. "Sorte", um dos ingredientes geradores da recompensa dos chamados "meritosos", não é igual a "mérito":
    É o que eu disse antes: mérito não é automaticamente recompensado como se fosse uma lei da natureza. Recompensar o mérito é uma decisão pessoal.
    Se cada um de nós não praticar, não acontece.

    Sim, depende de sorte, de nascer com saúde e inteligência, de estar no lugar certo na hora certa.

    Por exemplo, não há mérito que faça com que um cego se torne piloto de avião.
    Ou que alguém que nasceu e vive num fim de mundo tenha acesso às oportunidades.

    O fenômeno das discrepâncias grandes nas recompensas financeiras aconteceria mesmo negligenciando essa coisa de "nascer com isso" ou "nascer com aquilo". Mesmo que nosso país ou nosso planeta fosse formado apenas por indivíduos que são clones genéticos, as diferenças grandes de recompensas existiriam. E aconteceria isso até mesmo se esses clones genéticos tivessem a mesma alimentação, programa de exercícios e educação até a fase adulta. Não estou dizendo que tudo é caótico e aleatório, mas que a forte presença da aleatoriedade nos resultados do mercado é praticamente inevitável.
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