Homenagem aos Antepassados Sabe, aqueles caras que viveram antes da gente e que todo mundo esquece..

Nossos antepassados eram caçadores/coletores. Viviam em um ambiente inóspito, muito mais anti vida que o nosso.

Diariamente tinham que lutar contra adversidades para garantir a sobrevivência decsua família. Entre elas, moléstias as quais levavam muitos dos seus a óbito.

Mas isto não impediu sua sobrevivência e hoje nós usufruimos de muitas conquistas deles.

Mesmo vivendo numa época melhor queca deles, ainda enfrentamos perigos e situações sem solução.

Mas isto é somente serve para percebemos que sempre corremos risco, mesmo sem a consciência disto, de moléstias e olha que muitas tem solução atualmente. Ainda vemos nossos queridos morrer, não é diferente de tempos remotos.

Nossos antepassados nos ensinaram que a vida não se limita em viver, também fala de sobreviver.

Eles sobreviveram porque encararam isso. Encararam o inóspito e saíram de sua, ainda que pouca, zona de conforto.

E essa essência de tudo que meus antepassados passaram é que me guia e faz parte da baseado meu pensamento atual.

Fica a reflexão.
«1

Comentários

  • editado March 2020
    Saudações Percival

    Percival disse:
    Mas isto não impediu sua sobrevivência e hoje nós usufruimos de muitas conquistas deles.

    É verdade.
    A dieta do paleolítico na prevenção de doenças crônicas.
    Paleolithic diet in the prevention of chronic diseases

    MOD Sabry, MLB Sá, HAC Sampaio
    Nutr Rev Soc Bras Aliment Nutr [Internet] 35 (1), 111-27, 2009

    A busca de padrões alimentares saudáveis, preventivos de doenças crônicas tem levado pesquisadores a procurarem respostas na dieta dos nossos ancestrais, particularmente da era paleolítica. O objetivo do presente estudo foi revisar o conhecimento atual sobre a dieta do paleolítico, sua aplicabilidade e sua utilidade na prevenção de doenças crônicas. Para tanto foi realizada, nas bases de dados Medline e Lilacs, uma busca de artigos publicados em inglês, espanhol e português. A dieta do paleolítico era composta por apenas 3 grupos alimentares carnes, hortaliças e frutas.
    Tal composição propiciava uma dieta rica em fibras (46g), vitaminas, minerais, e fitoquímicos, sendo ainda elevada em potássio e pobre em sódio; a ingestão de cálcio era satisfatória, propiciada por plantas forrageiras e carne de cervo.

    A carne disponível, de animais selvagens, era pobre em gordura e continha ácido graxo ômega-3. Percebe-se que esta dieta contempla várias das recomendações atuais para reduzir o risco de doenças crônicas.

    Dentre os poucos estudos que tentaram adaptá-la para os dias de hoje, os resultados parecem promissores. Face ao seu potencial, parece relevante aprofundar pesquisas sobre riscos e benefícios associados a uma atualização da dieta do paleolítico. Deve ser destacado, no entanto, que caso seus benefícios sejam definitivamente comprovados e não haja riscos associados, a utilização deste modelo dietético irá requerer amplas mudanças nos hábitos alimentares do mundo ocidental. O profissional de saúde necessita adotar um posicionamento crítico frente a esta temática, sem se deixar seduzir pelo apelo popular crescente, favorecendo a saúde da população.

    https://www.semanticscholar.org/paper/A-dieta-do-paleolitico-na-prevencao-de-doencas-Sabry-Sá/1061b8272fffa713717c634cb4535a6b413bf07b

    Olha esse trabalho Percival...
    Estudo sobre estratégias de subsistência de caçadores-coletores pré-históricos do sítio Gruta do Gavião, Carajás (Pará)


    Será que eles comiam morcegos tbm tal qual o chineses de nossa atualidade segundo vc mesmo falou lá no tópico do Coronavírus. Hábito que vc julgou ruim, lembra ?

    E que eu concordo.
    Estudo sobre estratégias de subsistência de caçadores-coletores pré-históricos do sítio Gruta do Gavião, Carajás (Pará)

    Situa-se em área de transição entre dois tipos de ambientes: floresta e canga (cerrado).
    Com ênfase no estudo zooarqueológico identificou-se itens alimentares que compunham parte da dieta dos grupos e verificou-se que estes exploravam todos os tipos de ambiente encontrados na serra dos Carajás, constatando-se predominância de animais de ambiente de floresta. O material constitui-se por diversos grupos de animais: mamíferos, répteis, aves, moluscos, peixes e crustáceos caracterizando economia mista de amplo espectro baseada em pequenas espécies. A julgar pelas evidências obtidas este tipo de subsistência permaneceram constantes durante os 5.000 anos de ocupação da gruta.

    https://repositorio.museu-goeldi.br/handle/mgoeldi/1216

    Agora... Essa aqui é legal, dado que nossa origem é européia.
    Agricultores e caçadores coletores conviveram por milênios, diz estudo

    O primeiro trabalho, produzido por pesquisadores de universidades canadenses, alemãs e britânicas, discute como foi a interação deles
    Isabela de Oliveira
    25/10/2013 09:00

    Durante muito tempo, os pesquisadores acreditaram que a revolução agrícola chegou às comunidades europeias de uma maneira quase uniforme. No entanto, dois estudos publicados recentemente na revista especializada Science defendem, a partir de dados obtidos com análises genéticas de povos que viveram há quase 9 mil anos na Europa, que grupos de caçadores coletores e agricultores conviveram por cerca de 2 mil anos sem muitas misturas, o que influencia o padrão genético dos europeus atuais.


    O primeiro trabalho, produzido por pesquisadores de universidades canadenses, alemãs e britânicas, discute como foi a interação dos caçadores coletores com os agricultores. Ruth Bollongino, pesquisadora da Johannes Gutenberg University, da Alemanha, diz que sempre se acreditou que os caçadores coletores haviam desaparecido após a chegada da agricultura. “No entanto, descobrimos que eles viveram na Europa central junto com os agricultores por mais de 2 mil anos, sem se misturar”, conta.

    Para chegar a essa conclusão, ela e sua equipe analisaram amostras de DNA antigo, enxofre, nitrogênio e isótopos de carbono obtidos de ossos e dentes de 29 indivíduos em Blätterhöhle, uma caverna que contém cerca de 450 restos mortais de ambos os povos. Então, aplicaram um método chamado reação em cadeia da polimerase, além de uma abordagem de sequenciamento que estabelece genomas mitocondriais parciais ou completos.

    https://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/ciencia-e-saude/2013/10/25/interna_ciencia_saude,395294/amp.html

    A reflexão que podemos chegar é...


    Conforme disse o autor Arthur de Vany
    Livro: A dieta da evolução

    "Os nossos ancestrais usavam os instintos de luta ou fuga para escapar de perigos, mas hoje contamos com esses instintos em circunstâncias certamente menos graves..."

    Isso pode ter feito de nós o homem moderno mais displicentes levando ao acaso em situações de Pandêmia.


    [Fraternos]
  • editado March 2020
    silvana escreveu: »
    Saudações Percival

    Percival disse:
    Mas isto não impediu sua sobrevivência e hoje nós usufruimos de muitas conquistas deles.

    É verdade.
    A dieta do paleolítico na prevenção de doenças crônicas.
    Paleolithic diet in the prevention of chronic diseases

    MOD Sabry, MLB Sá, HAC Sampaio
    Nutr Rev Soc Bras Aliment Nutr [Internet] 35 (1), 111-27, 2009

    A busca de padrões alimentares saudáveis, preventivos de doenças crônicas tem levado pesquisadores a procurarem respostas na dieta dos nossos ancestrais, particularmente da era paleolítica. O objetivo do presente estudo foi revisar o conhecimento atual sobre a dieta do paleolítico, sua aplicabilidade e sua utilidade na prevenção de doenças crônicas. Para tanto foi realizada, nas bases de dados Medline e Lilacs, uma busca de artigos publicados em inglês, espanhol e português. A dieta do paleolítico era composta por apenas 3 grupos alimentares carnes, hortaliças e frutas.
    Tal composição propiciava uma dieta rica em fibras (46g), vitaminas, minerais, e fitoquímicos, sendo ainda elevada em potássio e pobre em sódio; a ingestão de cálcio era satisfatória, propiciada por plantas forrageiras e carne de cervo.

    A carne disponível, de animais selvagens, era pobre em gordura e continha ácido graxo ômega-3. Percebe-se que esta dieta contempla várias das recomendações atuais para reduzir o risco de doenças crônicas.

    Dentre os poucos estudos que tentaram adaptá-la para os dias de hoje, os resultados parecem promissores. Face ao seu potencial, parece relevante aprofundar pesquisas sobre riscos e benefícios associados a uma atualização da dieta do paleolítico. Deve ser destacado, no entanto, que caso seus benefícios sejam definitivamente comprovados e não haja riscos associados, a utilização deste modelo dietético irá requerer amplas mudanças nos hábitos alimentares do mundo ocidental. O profissional de saúde necessita adotar um posicionamento crítico frente a esta temática, sem se deixar seduzir pelo apelo popular crescente, favorecendo a saúde da população.

    https://www.semanticscholar.org/paper/A-dieta-do-paleolitico-na-prevencao-de-doencas-Sabry-Sá/1061b8272fffa713717c634cb4535a6b413bf07b

    Olha esse trabalho Percival...
    Estudo sobre estratégias de subsistência de caçadores-coletores pré-históricos do sítio Gruta do Gavião, Carajás (Pará)


    Será que eles comiam morcegos tbm tal qual o chineses de nossa atualidade segundo vc mesmo falou lá no tópico do Coronavírus. Hábito que vc julgou ruim, lembra ?

    E que eu concordo.
    Estudo sobre estratégias de subsistência de caçadores-coletores pré-históricos do sítio Gruta do Gavião, Carajás (Pará)

    Situa-se em área de transição entre dois tipos de ambientes: floresta e canga (cerrado).
    Com ênfase no estudo zooarqueológico identificou-se itens alimentares que compunham parte da dieta dos grupos e verificou-se que estes exploravam todos os tipos de ambiente encontrados na serra dos Carajás, constatando-se predominância de animais de ambiente de floresta. O material constitui-se por diversos grupos de animais: mamíferos, répteis, aves, moluscos, peixes e crustáceos caracterizando economia mista de amplo espectro baseada em pequenas espécies. A julgar pelas evidências obtidas este tipo de subsistência permaneceram constantes durante os 5.000 anos de ocupação da gruta.

    https://repositorio.museu-goeldi.br/handle/mgoeldi/1216

    Agora... Essa aqui é legal, dado que nossa origem é européia.
    Agricultores e caçadores coletores conviveram por milênios, diz estudo

    O primeiro trabalho, produzido por pesquisadores de universidades canadenses, alemãs e britânicas, discute como foi a interação deles
    Isabela de Oliveira
    25/10/2013 09:00

    Durante muito tempo, os pesquisadores acreditaram que a revolução agrícola chegou às comunidades europeias de uma maneira quase uniforme. No entanto, dois estudos publicados recentemente na revista especializada Science defendem, a partir de dados obtidos com análises genéticas de povos que viveram há quase 9 mil anos na Europa, que grupos de caçadores coletores e agricultores conviveram por cerca de 2 mil anos sem muitas misturas, o que influencia o padrão genético dos europeus atuais.


    O primeiro trabalho, produzido por pesquisadores de universidades canadenses, alemãs e britânicas, discute como foi a interação dos caçadores coletores com os agricultores. Ruth Bollongino, pesquisadora da Johannes Gutenberg University, da Alemanha, diz que sempre se acreditou que os caçadores coletores haviam desaparecido após a chegada da agricultura. “No entanto, descobrimos que eles viveram na Europa central junto com os agricultores por mais de 2 mil anos, sem se misturar”, conta.

    Para chegar a essa conclusão, ela e sua equipe analisaram amostras de DNA antigo, enxofre, nitrogênio e isótopos de carbono obtidos de ossos e dentes de 29 indivíduos em Blätterhöhle, uma caverna que contém cerca de 450 restos mortais de ambos os povos. Então, aplicaram um método chamado reação em cadeia da polimerase, além de uma abordagem de sequenciamento que estabelece genomas mitocondriais parciais ou completos.

    https://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/ciencia-e-saude/2013/10/25/interna_ciencia_saude,395294/amp.html

    A reflexão que podemos chegar é...


    Conforme disse o autor Arthur de Vany
    Livro: A dieta da evolução

    "Os nossos ancestrais usavam os instintos de luta ou fuga para escapar de perigos, mas hoje contamos com esses instintos em circunstâncias certamente menos graves..."

    Isso pode ter feito de nós o homem moderno mais displicentes levando ao acaso em situações de Pandêmia.


    [Fraternos]

    Ai que quero chegar: eles não tinham dados precisos de todas as situações quantas adversidades e doenças eles foram expostos por se aventurar e quantas situaçoes de moléstias entre outras eles sobreviveram?

    Lembre-se que estamos falando da essência da situação.
    Não tinham tempo pra ficar na caverna especulando a morte quando a sobrevivência estava em jogo. Até porque eles precisavam da propria alimentação para sobreviver a doenças, mas não evitava contaminação e pandemia.

    Eles não tinham cientistas pra prever um cenário para eles e eles sobreviveram para nos dar o cenário que temos hoje.

    Devo muito a eles e vou seguir a maneira que eles conseguiram sobreviver: seguindo em frente dentro da sociedade atual.
  • editado March 2020
    silvana escreveu: »
    O primeiro trabalho, produzido por pesquisadores de universidades canadenses, alemãs e britânicas, discute como foi a interação dos caçadores coletores com os agricultores. Ruth Bollongino, pesquisadora da Johannes Gutenberg University, da Alemanha, diz que sempre se acreditou que os caçadores coletores haviam desaparecido após a chegada da agricultura. “No entanto, descobrimos que eles viveram na Europa central junto com os agricultores por mais de 2 mil anos, sem se misturar”, conta.
    As tribos que dariam origem aos povos indo-europeus viviam na fronteira entre a floresta e as estepes, ao norte do que hoje é Kiev, na Ucrânia. Eram caçadores-coletores.
    Os povos que viviam mais ao sul, dentro das florestas, eram agricultores e pastores.
    Ao longo dos milênios, os caçadores-coletores domesticaram o cavalo (que, até então, eles caçavam e comiam) e aprenderam a cavalgá-lo, o que aumentou sua área de atuação.
    Com a chegada da roda e das carroças, puderam dominar uma área ainda maior e ocupar as estepes (que, para o ser humano a pé, são um deserto onde não é possível sobreviver, apesar de verdes).
    Com os carros de combate (bigas), o bronze e depois o aço, submeteram os povos pastores e agricultores, num regime feudal, e se espalharam para todos os lados.
    Chegaram à Irlanda para o oeste, à China para o leste, à Pérsia e Índia para o sul. E também à Grécia, Itália, Escandinávia etc.
    E dominaram o mundo.
  • editado March 2020
    silvana escreveu: »
    "Os nossos ancestrais usavam os instintos de luta ou fuga para escapar de perigos, mas hoje contamos com esses instintos em circunstâncias certamente menos graves..."
    Nós não podemos fazer isto. Nem fugir nem agredir. Temos ficar quietos, cheios de medo e ódio, nos envenenando com o estresse em vez de arrebentar de porrada nossos desafetos ou simplesmente ir embora.
  • editado March 2020
    Percival, acho sua atitude muito encorajadora, para todos nós. Parabéns por ser a pessoa que é.
    E você tem razão, nossos ancestrais não tinham tempo para sentir o medo da existência. O medo era resultante da ameaça imediata que eles combatiam enfrentando qualquer coisa que ameaçasse sua sobrevivência.
  • patolino escreveu: »
    Percival, acho sua atitude muito encorajadora, para todos nós. Parabéns por ser a pessoa que é.
    E você tem razão, nossos ancestrais não tinham tempo para sentir o medo da existência. O medo era resultante da ameaça imediata que eles combatiam enfrentando qualquer coisa que ameaçasse sua sobrevivência.

    @patolino perfeito. Essa e a essência do meu pensamento atual. As pessoas não entenderam ainda que por mais que estejamos evoluidos em pensamento, conhecimento e tecnologia ainda somos como nossos antepassados em essência. Nunca fugiremos disso.
  • editado March 2020
    Falamos em decrescimento económico, os críticos apontam: querem voltar á idade da pedra.
    🤔

    Os ancestrais sobreviverem, sem cometer o erro da lógica indutiva, não podemos saber se tal vai continuar sendo o caso.

    ...........

    Lá por que vamos morrer, não nos vamos todos entregar no relativismo niilista, deitando-se esperando a morte.

    Com inteligência, pois, herdamos isso opomos-nos mais que possível ao fim, adiando ao máximo.

    O tudo e o todo em serenidade.
  • PugII escreveu: »
    Falamos em decrescimento económico, os críticos apontam: querem voltar á idade da pedra.
    🤔

    Os ancestrais sobreviverem, sem cometer o erro da lógica indutiva, não podemos saber se tal vai continuar sendo o caso.

    ...........

    Lá por que vamos morrer, não nos vamos todos entregar no relativismo niilista, deitando-se esperando a morte.

    Com inteligência, pois, herdamos isso opomos-nos mais que possível ao fim, adiando ao máximo.

    O tudo e o todo em serenidade.

    Você não entendeu nada, Ricardo. Bom, o que esperava de um português.
    E como disse os Acenstrais sobreviveram porque usaram a sobrevivência, apesar do cenário caótico em que viviam. Eles não tinham ciência pra dizer quantos perderiam por conta de uma molestia x, em algum momento até tentavam analisar isso para evitar. Só que eles seguiam em frente. Lembre-se eles não tinham o mesmo conforto que nós temos hoje.
  • Assim, desamparado diante de uma natureza freqüentemente hostil, o homem
    medieval encontrava as origens desse abandono - e as possíveis escapatórias - no
    mundo do Além. Era demoníaco tudo aquilo que lembrava ao homem que ele
    era um animal, como por exemplo, a excreção, o vômito, a violência, a doença, a
    morte e o aspecto grotesco do sexo (MACEDO, 2000: 84). As pessoas viviam no
    mundo com medo: medo da fome, medo da morte e principalmente medo do
    Inferno. Acreditavam no sobrenatural, no poder das forças das trevas, na ação de
    Satã e seus demônios no mundo, em bruxos que faziam pactos com o demônio,
    renunciando ao cristianismo. A bruxaria satânica era assim a imagem refletida,
    inversa e abrangente do cristianismo, uma fé alternativa. Satã e seus demônios
    eram a contrapartida de Deus e seus anjos (RICHARDS, 1990: 82).
    https://www.revistamirabilia.com/sites/default/files/pdfs/2002_14.pdf
  • Bolsonaro é mau. Pior mesmo é a influência que tem no pensamento comunitário, deixará descendentes, helas...
  • PugII escreveu: »
    Bolsonaro é mau.
    Deixe os comentarios políticos pra onde se deve, Ricardo.

  • Lembremos de mais uma coisa que antepassados deste planeta passaram:

    Peste negra (ou Morte negra) é o nome pela qual ficou conhecida uma das mais devastadoras pandemias na história humana, resultando na morte de 75 a 200 milhões de pessoas na Eurásia.[1] Somente no continente europeu, estima-se que tenha vitimado pelo menos um-terço da população em geral, sendo o auge da peste acontecendo entre os anos de 1346 e 1353.[2][3][4] A doença é causada pela bactéria Yersinia pestis,[5] transmitida ao ser humano através das pulgas (Xenopsylla cheopis) dos ratos-pretos (Rattus rattus) ou outros roedores.

    Acredita-se que a peste tenha surgido nas planícies áridas da Ásia Central e foi se espalhando principalmente pela rota da seda, alcançando a Crimeia em 1343.[6] No total, a praga pode ter reduzido a população mundial de em torno de 450 milhões de pessoas para 350–375 milhões em meados de século XIV.[7] A população humana não retornou aos níveis pré-peste até o século XVII.[8] A peste negra continuou a aparecer de forma intermitente e em pequena escala pela Europa até praticamente desaparecer do continente no começo do século XIX.

    As populações de alguns roedores das pradarias viviam em altíssimos números em enormes conjuntos de galerias subterrâneas que comunicavam umas com as outras. O número de indivíduos nestas comunidades permitia à peste estabelecer-se porque, com o constante nascimento de crias, havendo sempre suficiente número de novos hóspedes de forma contínua para a sua manutenção endémica. Naturalmente que as populações de ratos e de humanos nas (pequenas) cidades medievais nunca tiveram a massa crítica contínua de indivíduos susceptíveis para se manterem. Nessas comunidades de homens, a peste infectava todos os indivíduos susceptíveis até só restarem os mortos e os imunes. Só após uma nova geração não imune surgir e se tornar a maioria, a peste regressou nas comunidades humanas, portanto, a peste atacava em ondas de epidemias.

    A peste negra gerou vários impactos e consequências religiosas, sociais e econômicas, afetando drasticamente o curso da história europeia.

    A condição inicial para o estabelecimento da peste foi a invasão da Europa pelo rato preto indiano Rattus rattus (hoje raro). O rato preto não trouxe a peste para a Europa, mas os seus hábitos mais domesticados e mais próximos das pessoas criaram condições para a rápida transmissão da doença. A sua substituição pelo Rattus norvegicus, cinzento e muito mais tímido, foi certamente importante no declínio das epidemias de peste na Europa a partir do século XVIII.

    A peste foi quase certamente disseminada pelos mongóis, que criaram um império na estepe no final do século XIII. Gêngis Khan com as suas hordas de nômades mongóis conquistou toda a estepe da Eurásia setentrional, da Ucrânia até à Manchúria. Teriam sido os mongóis que, após a sua conquista da China, foram infectados na região a sul dos Himalaias pela peste, já que essa região alberga um dos mais antigos reservatórios de roedores infectados endemicamente.

    Os guerreiros mongóis teriam infectado as populações de roedores das planícies da Eurásia, da Manchúria à Ucrânia, cujos reservatórios de roedores infectados endemicamente existem hoje. Os ratos pretos das cidades e do campo da Europa ocidental não são suficientemente numerosos ou aglomerados em grandes comunidades para serem afectados endemicamente, e terão sido afectados pela epidemia do mesmo modo que as pessoas, morrendo em grandes quantidades até acabarem os indivíduos suscetíveis, ocorrendo nova epidemia quando surgia uma nova geração. Logo terão sido apenas os mediadores da infecção entre por um lado os mongóis e os roedores infectados da sua estepe, e os europeus.

    Deste modo explica-se que, ao contrário de qualquer época precedente, a peste tenha surgido em quase todas as gerações na Europa após o século XIV: estava estabelecido um reservatório da infecção logo às suas portas, na Ucrânia (onde de fato foram as epidemias mais frequentes, até à última que aí se limitou). Também é por esta razão explicado o fato da peste ter atingido simultaneamente a Europa, a China e o Médio Oriente, já que as caravanas da Rota da Seda facilmente comunicaram a doença a estas regiões limítrofes da estepe. A peste melhorou as condições de trabalho
  • A peste responsável pela epidemia do século XIV surge durante o cerco à colônia genovesa de Caffa, na Crimeia pelos mongóis do Horda Dourada comandados pelos eu cã Jani Beg. Após dois anos de cerco, surgiu uma epidemia de peste entre os sitiantes, que os obrigou a retirar, mas antes disso catapultaram cadáveres infetados para o interior das muralhas.[9] Na cidade morreram tantos habitantes que tiveram de ser queimados em piras, já que não havia mão de obra suficiente para enterrá-los. Vários navios genoveses fugiram da peste, chegando a diversos portos europeus com os porões cheios dos cadáveres dos marinheiros. A transmissão teria sido feita pelos ratos pretos de Caffa, que transmitiram as suas pulgas infectadas aos ratos destas cidades. Assim se explica que apesar de algumas cidades terem recusado os navios, tenham sido infectadas igualmente, já que os ratos escapavam pelas cordas da atracagem.[carece de fontes]

    A primeira cidade infetada pelos navios genoveses foi Constantinopla, em maio de 1347.[10] Seguiu-se Messina, no fim de setembro, Génova e Marselha em novembro.[11] A epidemia chega a Pisa em 1 de janeiro de 1348 e nesse mesmo mês atinge Spalato (Split), Sebenico (Šibenik) e Ragusa (Dubrovnik), de onde passa para Veneza, onde chega a 25 de janeiro. Em menos de um ano todas as costas mediterrânicas estavam infetadas.[12]

    Assim descreve Bocaccio os sintomas: "Apareciam, no começo, tanto em homens como nas mulheres, ou na virilha ou nas axilas, algumas inchações. Algumas destas cresciam como maçãs, outras como um ovo; cresciam umas mais, outras menos; chamava-as o povo de bubões. Em seguida o aspecto da doença começou a alterar-se; começou a colocar manchas de cor negra ou lívidas nos enfermos. Tais manchas estavam nos braços, nas coxas e em outros lugares do corpo. Em algumas pessoas as manchas apareciam grandes e esparsas; em outras eram pequenas e abundantes. E, do mesmo modo como, a princípio, o bubão fora e ainda era indício inevitável de morte, também as manchas passaram a ser mortais".

    Uma das maiores dificuldades era dar sepultura aos mortos:

    "Para dar sepultura à grande quantidade de corpos já não era suficiente a terra sagrada junto às igrejas; por isso passaram-se a edificar igrejas nos cemitérios; punham-se nessas igrejas, às centenas, os cadáveres que iam chegando; e eles eram empilhados como as mercadorias nos navios".

    Em Avinhão, na França, vivia Guy de Chauliac, o mais famoso cirurgião dessa época, médico do papa Clemente VI, sobreviveu à peste e deixou o seguinte relato:
    “ A grande mortandade teve início em Avinhão em janeiro de 1348. A epidemia se apresentou de duas maneiras. Nos primeiros dois meses manifestava-se com febre e expectoração sanguinolenta e os doentes morriam em três dias; decorrido esse tempo manifestou-se com febre contínua e inchação nas axilas e nas virilhas e os doentes morriam em 5 dias. Era tão contagiosa que se propagava rapidamente de uma pessoa a outra; o pai não ia ver seu filho nem o filho a seu pai; a caridade desaparecera por completo". E continua: Não se sabia qual a causa desta grande mortandade. Em alguns lugares pensava-se que os judeus haviam envenenado o mundo e por isso os mataram. ”

    No meio de tanto desespero e irracionalidade, houve alguns episódios edificantes. Muitos médicos se dispuseram a atender os pestilentos com risco da própria vida. Adotavam para isso roupas e máscaras especiais. Alguns dentre eles evitavam aproximar-se dos enfermos. Prescreviam à distância e lancetavam os bubões com facas de até 1,80 m de comprimento.

    Da península Itálica, espalhou-se através da Europa, atingindo a Grã-Bretanha e Portugal em 1348 e, na Escandinávia, em 1350. Algumas zonas foram inexplicavelmente poupadas, como Milão e a Polónia.
  • Portugal

    Em Portugal, a peste entrou no outono de 1348. Matou entre um terço e metade da população, segundo as estimativas mais credíveis, levando a nação ao caos. Foram inclusivamente convocadas as Cortes em 1352 para restaurar a ordem.

    Um dos efeitos indirectos da peste em Portugal seria a revolução após o reinado de D. Fernando (Crise de 1383-1385). Este interregno, mais que uma guerra civil pela escolha de novo rei, terá antes sido a luta da nova classe de pequena nobreza e burguesia que subira a escada social aproveitando as oportunidades após os desequilíbrios sociais provocados pela peste, contra o "antigo regime" desacreditado, a enfraquecida e esclerótica alta nobreza que presidira à catástrofe e cujos titulares, nascidos e criados nos anos da doença, não terão adquirido as capacidades necessárias à governação eficaz. De facto esta elite da alta nobreza, clero e Casa Real, terá respondido à substancial perda de rendimentos e aumento de custos de mão de obra devido à peste com maior autoritarismo e tirania. Assim se explica a tendência desta frágil alta nobreza de se aliar com a sua também atacada congénere castelhana.

    A peste, que nunca antes existira na Península Ibérica, voltou a Portugal várias vezes até ao fim do século XVII, ou seja sempre que nasciam suficientes novos hóspedes não imunes. Nenhuma foi nem remotamente tão devastadora como a primeira, mas a Grande Peste de Lisboa em 1569 terá matado 600 pessoas por dia, ao todo 60 000 habitantes da cidade terão sucumbido. A última grande epidemia foi em 1650. No entanto, no seguimento da terceira pandemia (ver à frente), a peste foi importada para o Porto em 1899 do Oriente (provavelmente de Macau onde grassou desde 1895 até ao fim do século). A epidemia do Porto foi estudada por Ricardo Jorge, que instituiu as medidas de Saúde Pública necessárias, e que a conseguiram limitar.

    Recorrência

    A doença voltou a cada geração à Europa até ao início do século XVIII. Cada epidemia matava os indivíduos susceptíveis, deixando os restantes imunes. Só quando uma nova geração não imune crescia é que havia novamente suficiente número de pessoas vulneráveis para a infecção se propagar. No entanto nenhuma destas epidemias foi tão mortal como a primeira, devido às modificações de comportamento e à eliminação dos genes (como alguns do MHC- ver sistema imunitário) que davam especial susceptibilidade aos seus portadores. Epidemias notáveis foram a Peste Espanhola de 1596-1602, que matou quase um milhão de espanhóis, a Peste italiana de 1629-1631, a Grande Praga de Londres de 1664-1665 e a Grande Peste de Viena em 1679.

    A peste londrina foi a última naquela cidade. O Grande fogo de Londres logo no ano seguinte, em 1666 queimou completamente as casas de madeira e telhados de colmo comuns até então, e novos materiais como a pedra, os tijolos e as telhas foram usados na construção de novas casas, contribuindo para afastar os ratos das habitações. O mesmo processo, aliado a melhores condições de higiene e à substituição do rato preto pelo rato cinzento (Rattus norvegicus, que evita as pessoas), e à resistência genética crescente das populações, contribuíram para o declínio contínuo das epidemias de peste na Europa.
  • A peste na China

    As primeiras descrições da peste na China relataram os casos ocorridos em 1334 na província de Hubei, aparentemente casos limitados. Entre 1353 e 1354, com a China sob domínio dos mongóis, uma epidemia muito mais extensa ocorreu, nas províncias de Hubei, Jiangxi, Shanxi, Hunan, Guangdong (Cantão), Guangxi e Henan. Os autores da época estimaram, talvez exageradamente, que de um terço a dois terços da população da China teria sucumbido, em algumas regiões mais de 90% da população.

    A peste no Médio Oriente

    A doença entrou na região pelo sul da estepe, actual Rússia, em 1347, as tropas regressavam a Bagdade após campanha militar na estepe do Azerbeijão. No final de 1348 já está no Egito, Palestina e Antioquia, espalhando a morte. Meca foi infectada em 1349, sendo a doença trazida pelos peregrinos durante o Haje, e depois o Iémen em 1351. Morreu cerca de um quarto da população da época.

    A partir de Veneza e Gênova, a bactéria Yersinia pestis, causadora da peste bubônica, se espalhou até atingir a Sicília, onde chegou em meados do segundo semestre de 1347, para, em seguida, alcançar Túnis, em abril de 1348. A velocidade de transmissão resultou da substancial relação comercial que as duas cidades mantinham – paradoxalmente, a mesma rota por onde muitas ideias se espalharam pela Europa e Norte da África serviu, nesse caso, para praticamente destruir ambas regiões.[13] Em pouquíssimo tempo, cidades onde hoje ficam Argélia e Marrocos estavam tomadas pela epidemia.[14] Em Túnis, provavelmente a maior cidade do norte da África naquele momento, a peste chegou a matar cerca de mil pessoas por dia. Em pouquíssimo tempo, praticamente todo o mundo islâmico havia sido tomado pela epidemia. As estimativas do número total de mortos variam entre um terço da população geral e até 50% dos habitantes das grandes cidades muçulmanas.[15] A praga, que em 1349 atingiu o Egito,[16] chegou praticamente ao mesmo tempo em outras regiões como Toscana, Provença, Bordeaux, Paris e Londres. O número de mortos na Europa, África e Ásia era algo que não tinha precedentes. Esse ciclo de horror e pestilência bubônica devastou cidades inteiras. O ímpeto dessa onda epidêmica só diminuiria anos mais tarde, “em 1352 nas estepes da Rússia central”.[17] A magna pestilencia, como os textos latinos se referiam ao flagelo, foi economicamente destrutiva para praticamente todo norte da África em razão do “declínio da população rural e seu gado”, da drástica redução na “produção agrícola” e dos “recursos arrecadados pelo governo com impostos”.[18] A situação era tão inaudita que no Cairo, a produção agrícola do período entre 1348 e 1349 foi isenta de taxação para não desaparecer, já que a cidade chegou a perder 7.000 habitantes diariamente para a praga.
    A terceira epidemia

    A terceira epidemia ocorreu no século XIX, mas a sua disseminação foi efectivamente travada pelos esforços das equipes sanitárias.

    Iniciou-se provavelmente na estepe da Manchúria, onde as marmotas infectadas foram caçadas em grandes números pelos imigrantes chineses que as vendiam aos ocidentais para produzir casacos. A partir de 1855 espalhou-se por toda a China, ameaçando os europeus de Hong-Kong em 1894, o que levou ao envio de equipas de médicos e bacteriologistas para a região. No entanto foi impossível evitar a sua disseminação por navios para portos em todo o mundo, incluindo na Europa e Califórnia. Terá sido nesta altura que os roedores selvagens das pradarias americanas e do Brasil foram infectados.

    Esta pandemia matou 12 milhões de pessoas na China e Índia.

    https://pt.wikipedia.org/wiki/Peste_negra
  • editado April 2020
    Como o Rio sofreu com epidemia de gripe espanhola em 1918, mas sobreviveu para pular um carnaval inesquecível
    Por William Helal Filho - "O Globo" - 01/04/2020
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    Uma enfermaria com doentes contaminados pela gripe espanhola, em 1918 | Revista Careta

    "Morrer na cama era um privilégio abusivo e aristocrático, que ninguém tinha. O sujeito morria nos lugares mais impróprios, insuspeitados - na varanda, na janela, no botequim. Normalmente, o agonizante pode imaginar a reação dos parentes, amigos e desafetos. Na 'espanhola' não havia reação nenhuma. Muitos caíam, rente ao meio-fio, com a cara enfiada no ralo. E ficavam, lá, estendidos, como se fossem não mortos, mas bêbados. Ninguém os chorava, ninguém. Nenhum vira-latas vinha lambê-los. Era como se o cadáver não tivesse pai, nem mãe, nem vizinho, e nem, ao menos, o inimigo".

    O parágrafo acima é trecho de uma crônica de Nelson Rodrigues, publicada no GLOBO em 26 de fevereiro de 1971, na qual o dramaturgo, então colunista deste jornal, escreve sobre a terrível epidemia de gripe espanhola, que, em 1918, matou mais de 14 mil moradores do Rio e até 40 milhões de pessoas no mundo. Naquele mesmo texto, o escritor, que tinha 6 anos na época do surto, resgata também o carnaval de 1919. Segundo ele, após superar a pandemia, a cidade caiu na farra e se tornou "irreconhecível" nos quatro dias de folia. "É preciso observar que o carnaval da espanhola foi de um erotismo absurdo", descreve o autor, morto em 1980, aos 68 anos.
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    Baile a fantasia no Vila Isabel FootBall Club | Revista Careta

    Mais de cem anos depois da calamidade relembrada por Nelson, outra vez a cidade enfrenta uma epidemia de grandes proporções. Em meio ao recolhimento imposto pelo difícil combate ao coronavírus, talvez sirva de algum conforto ao carioca pensar que passamos por aquela situação e sobrevivemos com fôlego para pular o carnaval seguinte. Mesmo depois de tanta tristeza.
    Repletos de cenas assustadoras, os vários relatos do colunista sobre a gripe espanhola são comumente usados por historiadores para ilustrar um capítulo pouco estudado da nossa história. Em seu artigo "O carnaval, a peste e a espanhola", o pesquisador Ricardo Augusto dos Anjos, da Casa de Oswaldo Cruz, baseia-se em documentos, entrevistas e trechos de crônicas do dramaturgo e de outros memorialistas, como Pedro Nava, para contar que o Rio, na época a capital do Brasil, ficou imerso num inferno. Mas renasceu.

    "Os cariocas morriam em casa, na rua, no trabalho, em qualquer lugar, e iam sendo recolhidos pelos funcionários da prefeitura. Estes jogavam os corpos nas carroças do serviço de limpeza pública. Os cadáveres eram empilhados. Conta-se que quando descobriam alguém dado como morto e ainda vivo, acabavam de matá-lo com as pás", descreve Augusto dos Anjos, antes de continuar: "Não havendo pessoal suficiente para recolher e enterrar os mortos, foram utilizados os presidiários. Mesmo assim, o cenário de corpos amontoados pelos cemitérios ou abandonados pelas ruas desertas era desolador".
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    Multidão à espera para comprar frango por acreditar que alimento combatia sintomas da gripe | Revista Careta

    - A situação foi mais grave nos subúrbios, onde as condições de moradia e de saúde eram piores. A população em bairros como o Méier ficou desassistida - comenta o pesquisador. - Da mesma forma, favelas como a Rocinha e Cidade de Deus, com altas taxas de tuberculose, podem sofrer muito com o coronavírus. Numa situação como essa, tanto no passado quanto hoje, é preciso olhar com bastante cuidado para esses lugares.

    Estima-se que os primeiros casos de gripe espanhola surgiram num campo de treinamento de soldados no estado americano do Kansas, em março de 1918. Em poucos meses, a doença alcançou a Europa, que na época era o palco da Primeira Guerra Mundial (julho de 1914 a novembro de 1918). Os governos envolvidos no conflito censuravam notícias sobre a epidemia, para não abalar os ânimos das tropas. Como a Espanha estava neutra, seus jornais divulgavam livremente as informações sobre os "milhões de mortos" pela doença, o que criou a falsa impressão de que o vírus apareceu no país ibérico.
    Com a guerra em sua reta final, os combatentes emersos das trincheiras voltavam para casa com a saúde em frangalhos e levando consigo essa violenta estirpe do vírus Influenza A do subtipo H1N1. Mais de 500 milhões de pessoas, 25% da população glocal na época, contraíram a enfermidade.
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    Caixões insepultos no Caju, durante a epidemia de gripe espanhola, em 1919 | Revista Careta

    A doença chegou ao Brasil em setembro de 1918, a bordo do navio inglês Demerara, que desembarcou passageiros em Recife, Salvador e Rio. Em pouco mais de dois meses, 35 mil pessoas sucumbiram. O Rio viveu a pior situação. Foram mais de 14 mil mortos entre os 600 mil infectados, numa cidade de então 900 mil habitantes. Após um período de negação, quando o diretor geral de Saúde Pública, Carlos Seidl, minimizou a gravidade da gripe, as autoridades recomendaram ao povo a adoção de medidas parecidas com essas que vemos hoje: evitar aglomerações e cuidados com a higiene pessoal. Escolas, teatros e parques foram fechados.
    - Em 1918, a biomedicina ainda estava se desenvolvendo, e as instituições de saúde eram precárias. Não havia os postos de atendimento, não havia o Sistema Único de Saúde (SUS). Além disso, o diretor geral de Saúde Pública declarou que aquela era uma influenza comum. Só que as pessoas adoeceram em curva expoencial - relata a médica e pesquisadora Dilene Nascimento. - Eram tantas mortes que não havia mais velórios, assim como está acontecendo hoje na Itália. Até para não haver aglomeração de pessoas. Para a família que perdeu uma pessoa querida, não cumprir o rito fúnebre é algo extremamente dramático.
    Sem remédio para amenizar os sintomas, as pessoas apelavam para religião e o que mais houvesse às mãos. Os preços do limão e do frango dispararam, porque acreditava-se que esses produtos combatiam os sintomas. Usava-se muito também o quinino, alcaloide de funções antitérmicas que pode causar efeitos colaterais como distúrbios visuais e náuseas.
    A situação ficou completamente fora de controle. No início de novembro, morriam cerca de 500 pessoas por dia. Aé o então presidente eleito do Brasil, Francisco de Paula Rodrigues Alves, padeceu por conta do vírus, confinado em seu apartamento na Rua Senador Vergueiro, no Flamengo, aos 72 anos. Aliás, tornou-se comum a população ironizar dizendo: "Quem não morreu na espanhola?".
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    Carro alegórico com alusão a lenda urbana do chá da meia-noite | Revista Careta

    "De repente, passou a peste", escreveu Nelson. "E então ninguém pensou mais nos mortos, enterrados nas valas, uns por cima dos outros". De acordo com os documentos históricos, a epidemia perdeu força em dezembro. Com o tempo, uma euforia tomou conta da cidade. E aí, veio o carnaval de 1919. "Nunca se desejou tanto como nos quatro dias. Isto aqui se tornou a mais afrodisíaca das cidades". Nos meses e anos seguintes, ficou muito conhecida a expressão "filhos da gripe", para falar de bebês nascidos nove meses após aqueles quatro dias.
    Os cariocas se entregaram a uma euforia inesquecível. De acordo com Ricardo dos Anjos, "os jornais documentam a alegria incomum que tomou conta da cidade. Os memorialistas qualificam o Carnaval de 1919 como um dos mais animados que o Rio teve: bailes, batalhas de confete e incontáveis blocos espalhados pelos bairros. Ao que parece, houve uma dramatização carnavalesca da situação que os vitimara. Tudo era motivo de alegria e riso".
    Nelson Rodrigues não economizou palavras para resgatar aquele período: "Desde as primeiras horas de sábado, houve uma obscenidade súbita, nunca vista, e que contaminou toda a cidade. Eram os mortos da Espanhola e tão humilhados e tão ofendidos que cavalgavam os telhados, os muros, as famílias... Nada mais arcaico do que o pudor da véspera. Mocinhas, rapazes, senhoras, velhos cantavam uma modinha tremenda. Eis alguns versos: 'Na minha casa não racha lenha. Na minha racha, na minha racha/ Na minha casa não há falta de água/ Na minha abunda'.
    - Incontáveis blocos brincaram com os acontecimentos da gripe, sociedades carnavalescas também. Um carro alegórico desfilou com uma xícara imensa para simbolizar o "chá da meia-noite", em referência a um boato que circulou durante a epidemia dizendo que, na Santa Casa da Misericórdia, as enfermeiras distribuíam um chá envenenado entre os doentes, para liberar leitos - afirma Ricardo Augusto dos Anjos. - As pessoas estavam celebrando a sobrevivência.
    nelsonrodrigues.jpg
    Nelson Rodrigues e sua máquina de escrever, em 1970 | Foto de J Antonio/Agência O GLOBO
    https://blogs.oglobo.globo.com/blog-do-acervo/post/entenda-como-o-rio-sofreu-com-gripe-espanhola-em-1918-mas-sobreviveu-para-pular-um-carnaval-inesquecivel.html


  • Muito interessante, Fernando.
  • editado April 2020
    Saudações Percival
    Percival disse:
    Lembre-se que estamos falando da essência da situação.
    Não tinham tempo pra ficar na caverna especulando a morte quando a sobrevivência estava em jogo.

    Hahaha.
    Engano seu... Se havia perigo ficavam sim em locais resguardados.

    Embora inegavelmente eram mais combativos que a maioria de hj.

    Agora... Acho burrice uma pessoa com comorbidades préexistentes, consciente e antenada com a atualidade em que vivemos, inclusive tendo aposentadoria (meios de subsistência) uma boa parte.

    Ficarem passeando ou Indo a praia, achando que estão de férias...

    Serão esses que irão aos hospitais procurando auxílo para respirar...

    Pois ainda não temos vacinas nem medicamentos aprovados e com segurança.

    Compreendes ?

    Vc é jovem tem filho pequeno e esposa tbm jovem. Não fazem parte do grupo de risco..

    Use màscara e vá trabalhar...

    A màscara no seu caso será para proteger pessoas com quem vc convive (trabalho inclusive) que possam ter comorbidades.

    Percival disse:
    Até porque eles precisavam da propria alimentação para sobreviver a doenças, mas não evitava contaminação e pandemia.

    Sim. Eram ignorantes...rs

    Agora... A pessoa esclarecida que é do grupo de risco, possui meios de ficar em casa... E ir para a rua jogar cartas na praça, como eu assisti hj no jornal ?

    Isso te parece ser inteligente ou burrinho ?

    Hahaha.

    Isso tem um nome... Ignorância !!!


    [Fraternos]
  • Hahaha.
    Engano seu... Se havia perigo ficavam sim em locais resguardados.

    Dependendo dos abrigos não era garantia de segurança plena. Eles tinham que ficar alertas pra muitas situações. Inclusive em lugares desconhecidos.
    Pois ainda não temos vacinas nem medicamentos aprovados e com segurança.

    Compreendes ?
    Mas viver com medo extremo não é bom e esquecer de sobreviver é estar preso a uma irracionalidade ainda mais com as informações de evitar o contágio.
  • Sim. Eram ignorantes...rs

    Viviam do aprendizado conhecido, mas não tinham medo de explorar o desconhecido e do medo da morte vinda dessa audácia.
    Agora... A pessoa esclarecida que é do grupo de risco, possui meios de ficar em casa... E ir para a rua jogar cartas na praça, como eu assisti hj no jornal ?

    Isso te parece ser inteligente ou burrinho ?

    Não falo desses casos, informe-se.
  • Jornal espanhol de 1918
    file.php?id=70&t=1
  • editado April 2020
    Saudações Percival
    Percival disse:
    Não falo desses casos, informe-se.

    Não tem o que se informar... Vc por acaso não vive em Nilópolis ?

    Aqui na Baixada Fluminense então..

    Os idosos estão amontoados nas praças jogando carteado...rs


    Ah, já sei... Vc não vê, pois esrá trabalhando em Caxias...rsrsrs

    Hahaha.


    [Fraternos]
  • silvana escreveu: »
    Saudações Percival
    Percival disse:
    Não falo desses casos, informe-se.

    Não tem o que se informar... Vc por acaso não vive em Nilópolis ?

    Aqui na Baixada Fluminense então..

    Os idosos estão amontoados nas praças jogando carteado...rs


    Ah, já sei... Vc não vê, pois esrá trabalhando em Caxias...rsrsrs

    Hahaha.


    [Fraternos]

    E daí, problema é deles. Você não pode mandar em cada indivíduo.
  • Saudações Percival

    Ué... Mas, quem foi que falou que estou irritada com eles...

    Eles estão em uma praça grudadinhos uns nos outros... Do jeitinho que vírus respiratórios gosssttaaaamm... rs

    Um deles até disse à jornalista:
    - Eu não tenho medo da morte não moça.
    Deixa os medrosos em casa mesmo.

    Pois é... A rua é deles...rs

    Hahaha

    Isso tem um nome... Ignorância.

    Se podem ficar em casa por serem aposentados...

    São esses mesmos que vão passar essa doença às suas companheiras idosas que estão em casa lavando a cueca deles.

    Isso cabe aqui uma reflexão...

    Esse vírus veio mostrar o quanto são solidários certos homens que nunca pensam no bem estar de suas esposas, companheiras...

    Alías... Homens assim não pensam em ninguém, só neles mesmos.


    [Fraterno]
  • silvana escreveu: »
    assim não pensam em ninguém, só neles mesmos.


    [Fraterno]
    Você está fazendo quarentena pra que? Pra um mundo melhor? Está mentindo pra si mesma: você quer se salvar. Você tem medo da morte.

    Leve seu desespero pra outro tópico, amada ;)
  • editado April 2020
    Saudações Percival

    Percival disse:
    Você está fazendo quarentena pra que? Pra um mundo melhor? Está mentindo pra si mesma: você quer se salvar. Você tem medo da morte.

    Hahaha

    A pergunta de cem milhões de dólares...
    Vc faria quarentena para proteger seu filhinho ou sua mulher ?

    Percival disse:
    Leve seu desespero pra outro tópico, amada ;)

    Hahaha
    Ué... Quer vêr pelas "Costas" logo a pessoa que fala sua língua ???

    A única aqui que realmente te entende ...rs

    Vivente do alto Egito.

    Bom morar por aí... Daria para ir a pé até a loja Rosacruz.


    [Fraternos]
  • silvana escreveu: »
    Saudações Percival
    L

    Hahaha

    A pergunta de cem milhões de dólares...
    Vc faria quarentena para proteger seu filhinho ou sua mulher ?

    Primeiro lugar não sou grupo de risco. Então, estou garantindo a sobrevivência da minha família como meus antepassados faziam e tinham mais perigos e menos recursos pra lidar com endemias e eles sobreviveram esse é o sentido do tópico, que você está desvirtuando.

    Estou tomando as medidas de prevenção pra isso e não estou deixando me levar pelo pânico exagerado.


    Hahaha
    Ué... Quer vêr pelas "Costas" logo a pessoa que fala sua língua ???

    A única aqui que realmente te entende ...rs

    Vivente do alto Egito.

    Bom morar por aí... Daria para ir a pé até a loja Rosacruz.


    [Fraternos]

    Você é só uma pessoa soberba demais e esquentada.

  • Saudações Percival
    Percival disse:
    Primeiro lugar não sou grupo de risco.

    Exatamente... Não precisa de preocupar com mais ninguém.

    Percival disse:
    Então, estou garantindo a sobrevivência da minha família como meus antepassados faziam e tinham mais perigos e menos recursos pra lidar com endemias e eles sobreviveram esse é o sentido do tópico, que você está desvirtuando.

    Epa !!
    A discussão é sobre o quê ?
    Processos evolutivos diante de epidemias ... rs

    Hahaha
    Muito conveniente... O DONO do tópico dizendo o que se deve falar na cerquinha que ele colocou...rs

    Ah, vai, para com isso... Vc é o campeão de tangenciar tópicos.

    Percival disse:
    Estou tomando as medidas de prevenção pra isso e não estou deixando me levar pelo pânico exagerado.

    Hahaha.
    Pânico exagerado, onde cara pálida ?

    Se vc posta links falando de conspirações é informação...

    Se eu posto informações técnicas e apoiadas pela realidade dos fatos...

    É gerar pânico...

    Só falta dizer que fui eu quem desenvolveu o vírus em laboratório, enviei por carta contaminada à China e gerei essa Pandêmia...rsrsrsrs

    Hahaha


    [Fraternos]
  • Saudações Percival
    Percival disse:
    Você é só uma pessoa soberba demais e esquentada.

    Hahaha.

    Nem vou responder...


    [Fraternos]
  • Só das tuas respostas já se nota uma soberba, nem vou retrucar porque nem sinto ódio, só pena.
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