Tópico para as merdas da esquerda

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Comentários

  • editado March 2017
    Emmedrado disse: Marcus Valerio XR13 h · A recente e desastrada divulgação das tabelas salariais de servidores do DF é ótimo exemplo de que nossa mídia não vai além da perdoável falta de conhecimento e displicência crítica da maioria da população. Como exemplo a minha empresa, a CAESB, cujos funcionários já estão sendo considerados marajás. As listas estão disponíveis aqui: https://caesb.df.gov.br/servidores.htmlAssim que foi divulgada a tabela de Janeiro, a reação foi intensa, como é compreensível por parte do povo leigo.
    ...
    Respondo, por fim, porque atualmente O ÚNICO "argumento" do privatismo, que está sendo empurrado goela abaixo sem sequer uma promessa de que haverá qualquer melhora como antes prometido nos tempos de Fernando I e Fernando II, não é uma razão, mas uma simples emoção. O ÓDIO AO ESTADO E À COISA PÚBLICA que o Privatismo e seu capachos, o Libertarianismo, Anarco Capitalismo, Neoliberalismo e Minarquismo, conseguiram inocular nos cérebros de seus hospedeiros.E lembro: É justo a Diretoria Marajá da CAESB em sua maioria, onde se concentram as super remunerações, que está lutando contra seus próprios colegas para privatizar a empresa!Mas ao menos algo de bom advém disso. Foi engraçada a piada de alguns colegas que andam dizendo que agora só vão pra balada com camisa da CAESB. "As mina pira!"

    Mas que cara de pau mais desavergonhado este...
    O malandro vem com a conversa que a Tal que ganharia 90 mil por mês ganha "só" a metade disto e quem tá errado é o público burro, a imprensa (inclua seu pejorativo esquerdista predileto) e os privatistas do mal.

    Felizmente, quando alguém do povão lê uma coisa destas fica com raiva e se ainda tava em dúvida, passa a não votar nunca mais no PT, patrocinador intelectual (?!) destas sandices.
  • Marcus Valerio XR13 h · 
    São 2.441 nomes, e você vai ralar um bocado para achar os que estão acima do teto do funcionalismo público que, para quem não sabe, NÃO SE APLICA a empresas públicas rentáveis como a CAESB, visto que não saem dos cofres públicos.Mas também respondo.

    E a cara de pau se enche de óleo de peroba.
    Aquela porcaria só é "rentável" porque é um monopólio estatal que pode a seu bel prazer repassar todo custo de sua corrupção e incompetência para o indefeso consumidor.
  • editado March 2017
    Marcus Valerio XR13 h · 
     A maioria ali ganha menos de 10 mil líquido, sendo otimista. O tais super salários, acima dos quase 40 mil dos ministros do STF, não chegam a 2,5% dos funcionários,

    Chamem o IBAMA, a cara de pau deste sujeito deve ser incluída na lista das madeiras protegidas.
    Para provar - e de modo desaforado, notem - que a turminha da CAESB nem ganha tanto assim o cara de pau diz que a metade ganha menos de 10 mil líquido - o que implica que quase a metade deve ganhar mais que isto - e que só 2,5% ganha mais de 40 mil...
    Só 2,5%!!!
    Em uma empresa pública que mantém um monopólio estatal sustentado pelos consumidores e o cara acha pouco???
    Só para comparar, o salário médio de um engenheiro, veja bem engenheiro, da EMBRAER, veja bem, da EMBRAER, é por volta de 9 mil reais para projetar e fabricar os melhores jatos do mundo na categoria, em uma empresa privada autosustentável que rende bilhões de dólares em divisas de exportação para o Brasil (depois que foi privatizada óbvia).
    E o cara de pau, meio que disfarçadamente, deixa implícito que metade dos nababos fiscais de canos (e parece que nem isto fazem direito) devem ganhar mais que aqueles outros...

    É o tipo do discurso que só reforça o sábio conselho do privatizem esta merda o mais rápido possível.
  • Fernando_Silva escreveu: »
    Escola sem partido:

    11863313_1895991693959641_2941141934217924937_n.jpg

    Vai ser mesmo um desafio educar meu filho.
  • Tem público, eu hein!


    Tentanto tirar proveito. O que eles pretenderão evocar?
  • Acauan disse:
    Marcus Valerio XR13 h · 
     A maioria ali ganha menos de 10 mil líquido, sendo otimista. O tais super salários, acima dos quase 40 mil dos ministros do STF, não chegam a 2,5% dos funcionários,

    Chamem o IBAMA, a cara de pau deste sujeito deve ser incluída na lista das madeiras protegidas.
    Para provar - e de modo desaforado, notem - que a turminha da CAESB nem ganha tanto assim o cara de pau diz que a metade ganha menos de 10 mil líquido - o que implica que quase a metade deve ganhar mais que isto - e que só 2,5% ganha mais de 40 mil...
    Só 2,5%!!!
    Em uma empresa pública que mantém um monopólio estatal sustentado pelos consumidores e o cara acha pouco???
    Só para comparar, o salário médio de um engenheiro, veja bem engenheiro, da EMBRAER, veja bem, da EMBRAER, é por volta de 9 mil reais para projetar e fabricar os melhores jatos do mundo na categoria, em uma empresa privada autosustentável que rende bilhões de dólares em divisas de exportação para o Brasil (depois que foi privatizada óbvia).
    E o cara de pau, meio que disfarçadamente, deixa implícito que metade dos nababos fiscais de canos (e parece que nem isto fazem direito) devem ganhar mais que aqueles outros...

    É o tipo do discurso que só reforça o sábio conselho do privatizem esta merda o mais rápido possível.

    - Em Brasília o discurso dele passa, afinal é a normalidade por essas bandas, até porque os pobres coitados do lado errado do tapete não chegam a ler essas coisas, se leêm não entendem direito, mesmo assim, as manchetes dos jornais já fizeram um bom estrago, mas creio que o governador (aposentado do Senado Federal, no qual entrou pela janela)  não vai privatizar porra nenhuma, vai fazer um barulhinho e deixar a poeira baixar, ele entende que o pessoal esperto da CAESB tem que faturar.

    Abraços,
  • PugII escreveu:
    Tem público, eu hein!

    Tentanto tirar proveito. O que eles pretenderão evocar?
    Depois de destruir a cultura e o senso crítico, fica mais fácil para as esquerdas enfiar suas merdas na cabeça da juventude.
  • Na Paulista, Lula mostra que não quer que Temer venda os bens do PT
    Nesta quarta (15), na Avenida Paulista, o ex-presidente Lula discursou empolgado, já pensando em 2018. Enquanto isso, a direita segue pensando no MFT (movimento fora todos) e dando gás para o petista.

    Ele disse, sobre a possível desestatização: “É preciso parar com essa bobagem de cortar e vender as nossas estatais. Quem não sabe governar, só sabe vender”. Completou, em seguida: “Temer deveria ser presidente de uma empresa, para vender o que ele produzisse e não vender os bens do povo brasileiro”.

    Isso significa, na verdade, que Lula está brabíssimo com o risco de serem vendidas estatais que só servem para massacrar o povo brasileiro e dar verbinhas e carguinhos para sua turma. É só para isso que servem as estatais para um partido de extrema-esquerda.

    Está na hora de começarmos a falar ao povo brasileiro a verdade por trás dos interesses dos petistas e demais partidos da extrema-esquerda quanto às estatais. É incrível que não tenham vergonha de dizer que não querem de jeito nenhum que esse dinheiro saia das mãos de políticos que odeiam trabalhar de verdade.

    http://www.ceticismopolitico.com/na-paulista-lula-mostra-que-nao-quer-que-temer-venda-os-bens-do-pt/
  • Marcus Valerio XR9 h · Já vi muitos textos bons que destroem as farsas liberais do índices de Liberdade Econômica, que adoram mentir deslavadamente ao dizer que Singapura é um paraíso libertário e minarquista. Mas este seguramente é o melhor, muito bem detalhado e cheio de referências.Liberalóides rivalizam com feministas no quesito fraude sistemática repetida incessantemente.
    safe_image.php?d=AQC4inoiRsa99yuk&w=476&h=249&url=http%3A%2F%2Fvoyager1.net%2Fwp-content%2Fuploads%2F2017%2F01%2FSingapura-Capa-660x330.jpg&cfs=1&upscale=1&_nc_hash=AQAl-ZTXVRSwafPx
    10 fatos sobre Singapura que invalidam os índices de liberdade econômica
    Singapura é sempre citada pelos defensores do liberalismo como um exemplo, mas será que seu modelo de desenvolvimento seguiu mesmo a agenda liberal?
    VOYAGER1.NETSingapura é uma cidade-estado localizada no sudeste asiático, mais precisamente em uma ilha ao sul da Malásia, sendo conhecida na internet por seu altíssimo índice de liberdade econômica, tanto pela Heritage Foundation quanto pelo Fraser Institute (2º lugar dentre todos os países do mundo em ambos os rankings na data de publicação desse artigo).Baseados nesses rankings, muitos veem Singapura como a terra da oportunidade, da liberdade econômica, onde o estado não atrapalha os empresários e a população pode desfrutar de liberdade irrestrita.Parece ótimo, mas os entusiastas da “liberdade econômica” esqueceram de levar em consideração alguns fatos sobre Singapura, que nos levarão a sérios questionamentos quanto a credibilidade do uso desses índices para justificar a adoção de políticas liberais (neoclássicas ou não).Vale ressaltar que em todo o artigo será utilizada a taxa de câmbio comercial obtida no dia 24/01/2017. 1. Singapura tem o carro mais caro do planetasingapura-farol.jpgTer um carro em Singapura não é para todos, e não apenas pelos altos preços e taxas, mas também devido a restrições impostas pelo Governo local.Antes de comprar um carro, você precisa primeiro ter um “Certificado de Titularidade” (Certificate Of Entitlement) que custa em torno de R$ 113.808 (S$ 50.991) para carros até 1600 cilindradas (categoria A) e R$ 125.903 (S$ 56.410) para carros acima de 1600cc (categoria B). Esses certificados são limitados e a Autoridade de Transporte Terrestre (órgão estatal) faz 2 sorteios mensais, com uma quota de aproximadamente 2.000 certificados para a categoria A e 1.350 para a categoria B. Para se ter uma ideia do quão limitadas são as licenças, em todo 2015 foram sorteadas 32.862 categoria A e 21.578 categoria B, pouco mais de 54.000 licenças para uma população de mais de 5.6 Milhões de pessoas. url=http://voyager1.net/economia/10-fatos-sobre-singapura-que-invalidam-os-indices-de-liberdade-economica/#1]1[/url url=http://coe.sgcharts.com/]2[/url url=http://www.singstat.gov.sg/statistics/latest-data#16]3[/urlApós obter o seu certificado você finalmente pode comprar um carro, bastando agora apenas pagar as taxas e impostos de registro e circulação url=https://www.lta.gov.sg/content/ltaweb/en/roads-and-motoring/owning-a-vehicle/costs-of-owning-a-vehicle/tax-structure-for-cars.html]4[/url:
    • Taxa de Registro: S$ 140 (Dólares de Singapura), aproximadamente R$ 312.
    • Taxa de Registro Adicional: Para os primeiros S$ 20.000,00 a taxa é de 100% o valor de mercado do carro, para os próximos S$ 30.000,00 são 140% e acima dos S$ 50.000,00 mais 180%. Para adquirir um carro com valor de mercado de S$ 75.000,00 você pagaria 100% x S$20,000 + 140% x S$30,000 + 180% x S$25,000 = S$20,000 + S$42,000 + S$45,000 = S$107,000 ou aproximadamente R$ 238.817 de taxa adicional de registro.
    • Imposto de consumo: 20% do valor de mercado do carro
    • Imposto de Bens e Serviços (GST): 7% do valor de mercado
    • Imposto de circulação (válido por 6 meses): [S$475 + S$0.75(CC – 1,600)] x 0.782 para carros entre 1600 e 3000 cilindradas
    Exemplo de cálculo: Captiva 2.42. O Estado controla o mercado imobiliário e as terrasSingapura-Green-Plan.jpgComo vice-campeã de liberdade econômica você deve imaginar que Singapura tem um mercado imobiliário livre e competitivo, dominado pela iniciativa privada com pouca interferência estatal, mas pode-se dizer que é exatamente o contrário.A habitação pública sempre foi uma importante política de Estado desde sua independência na década de 60 quando tinha algumas das mais precárias favelas do mundo.Fundada em 1960, a Housing and Development Board (Agência para Habitação e Desenvolvimento) é hoje responsável por mais de 80% das habitações do país.Antes de ser criada na décaca de 60, a agência antecessora – o Singapore Improvement Trust – tinha construído 20.907 unidades de unidades de habitação pública no período de 12 anos entre 1947 e 1959, o que era insuficiente para abrigar a população de cerca de 1,6 milhão de habitantes da época.Com apenas 3 anos após a formação da HDB, foram construídos 31.317 apartamentos, a crise imobiliária já havia sido amenizada com sucesso. Os apartamentos eram básicos, contando com água canalizada e saneamento básico, mas forneciam habitação decente e abrigo para a população em geral.Em 1964, o governo introduziu o Home Ownership for the People Scheme para dar aos cidadãos um ativo tangível no país e uma participação na construção da nação. Este empurrão para a posse de casa também melhorou a estabilidade econômica, social e política em geral do país.Em 1968, para ajudar mais habitantes a “comprarem” (o termo comprar nesse caso necessita de explicações adicionais) sua casa, o governo permitiu o uso da poupança do Fundo Central de Previdência(CPF) para entrada e parcelas mensais do empréstimo hipotecário. Isto, juntamente com outros programas de subsídios introduzidos ao longo dos anos, tornou a casa própria mais acessível e atraente. url=http://www.hdb.gov.sg/cs/infoweb/about-us/our-role/public-housing--a-singapore-icon]7[/urlConjuntos habitacionais públicos e modernos substituíram as favelas e a ruralidade periférica com uma oferta abrangente de infraestrutura e serviços. Inicialmente, a habitação pública foi introduzida para combater a escassez severa de habitação como uma resposta política ao “direito universal à habitação”, e em apoio à industrialização liderada pelas exportações. Tem servido assim como um mecanismo chave de “construção nacional”, e como um atrativo internacional de capital que tem gerado altas taxas de crescimento econômico.A forma mais comum de “venda” de terras e habitação é o arrendamento ou concessão, onde na verdade você tem a “posse” por 99 anos, ou seja, em última instância a posse ainda é do Estado. url=http://www.realtor.org/intlprof.nsf/All/Singapore?OpenDocument]8[/urlÉ visível que Singapura conta, desde sua independência, com um dos maiores programas de habitação pública do mundo, fazendo o Minha Casa Minha Vida e o BNH brasileiros parecerem algo inexpressivo.3. O governo de Singapura possui dois dos maiores fundos soberanos do mundo e está presente nas principais empresas do paíssingapura-airlines.jpgO Estado de Singapura possui dois fundos soberanos, mais precisamente o 8º e o 12º maiores do mundo: Government of Singapura Investment Corporation (também conhecido como GIC Private Limited, fundado em 1981) e Temasek Holdings (fundado em 1974).Somados, esses fundos estão avaliados, na data de elaboração desse artigo, em 543 bilhões de dólares americanos, o equivalente a 1,722 trilhões de reais. Para fins de comparação: nessa mesma data a dívida total do governo de Singapura estava próxima de 300 bilhões de dólares americanos (aproximadamente 55% do valor de mercado dos fundos soberanos), o PIB estava próximo de 277 bilhões de dólares americanos (aproximadamente 50% do valor dos fundos soberanos) e todas as ações negociadas na Singapore Exchange avaliadas próximo de 640 bilhões de dólares americanos (aproximadamente 118% do valor dos fundos soberanos). url=http://www.swfinstitute.org/sovereign-wealth-fund-rankings/]9[/url url=http://www.gic.com.sg/]10[/url url=http://www.temasek.com.sg/]11[/url url=http://www.nationaldebtclocks.org/debtclock/singapore]12[/url url=http://data.worldbank.org/indicator/CM.MKT.LCAP.CD?year_high_desc=true]13[/urlO Temasek Holdings foi criado através do Singapore Companies Act, para administrar os investimentos e ativos que já eram propriedade do governo de Singapura, feitos na primeira década de construção da nação a partir de 1965. Dentre esses ativos, já constavam desde o início o Development Bank of Singapore Ltd (atual DBS Group), Jurong HoldingsJurong ShipbuildersJurong Shipyard (parte da Sembcorb Industries ltd todas as três) e Singapore Airlines, empresas que ainda hoje estão entre as maiores de Singapura. url=http://www.temasek.com.sg/abouttemasek/faqs]13[/url url=http://www.temasekreview.com.sg/major-investments/temasek-portfolio-at-inception.html]14[/urlNo caso do GIC Private Limited, o fundo foi criado para administrar as reservas internacionais do país. Desde sua independência da Malásia, o país não desejava lastrear sua moeda somente em confiança e o GIC foi um importante passo para que o governo construísse um grande patrimônio em ativos localizados no exterior, que permitiriam um grande controle sobre a moeda local que permanece nos dias de hoje. url=http://gichistory.gic.com.sg/]15[/urlDentre as 10 maiores empresas de Singapura em valor de mercado nos dias atuais (que podem ser conferidas na lista da Forbes) 6 estão na carteira da Temasek (SingTel, DBS Group, CapitaLand, Singapore Airlines, ST Engineering e Keppel Corp), que também é a controladora das companhias (sozinha ou em conjunto com outros acionistas). O GIC, por outro lado, está presente em 2 (Oversea-Chinese Banking e United Overseas Banking), porém, como acionista minoritário (sem participar diretamente do controle). url=http://www.forbes.com/global2000/list/#header:marketValue_sortreverse:true_country:Singapore]16[/url url=http://www.temasek.com.sg/portfolio/portfolio_highlights/majorportfoliocompanies]17[/url url=https://www.ocbc.com/group/investors/shareholder-information-major-shareholders.html]18[/url url=http://www.uobgroup.com/investor/stock/major_shareholders.html]19[/url4. O Estado controla a maior parte dos serviços essenciais, dando pouco espaço para a iniciativa privadasingapura-transportes.jpg
    A presença massiva do Estado nas necessidades básicas da cidade em questão não se resume apenas ao setor habitacional e de terras, mas se expande por todos os serviços essenciais presentes na ilha.O setor de telecomunicações, por exemplo, foi um monopólio da SingTel até o ano de 2000, cujo fim foi anunciado em 1997. Apesar da quebra de monopólio estatal, permaneceram restrições sobre o controle estrangeiro (como um limite mínimo de 51% de propriedade local nos novos participantes do setor) e, apesar da aparente diversificação, os dois competidores da Singtel (que permanece a maior empresa de telecomunicações do país) com presença relevante possuem o Estado como um dos principais acionistas. url=http://www.nytimes.com/1997/03/31/business/worldbusiness/analysts-split-on-deregulations-impact-for-singapore.html]20[/url url=http://sbr.com.sg/telecom-internet/in-focus/singapore-doesnt-need-fourth-mobile-telco-operator-singtel]21[/urlA segunda maior empresa de telecomunicações é a Mobile One, que possui como segundo maior acionista a Keppel Telecom, que é uma subsidiária integral da Keppel Corp, a qual, por sua vez, é controlada pela Temasek. Além disso, o terceiro maior acionista (SPH Multimedia Private Ltd) possui entre seus controladores a própria SingTel. Ambas as empresas citadas estão entre os controladores da companhia. url=https://www.m1.com.sg/sites/AnnualReports/2015/a-statistics-of-shareholdings.html]22[/url url=http://www.keppeltt.com.sg/]23[/url url=http://www.temasekreview.com.sg/major-investments/telecommunications-media-and-technology.html]24[/url url=http://sph.listedcompany.com/main_shareholder.html]25[/urlNo caso da terceira empresa de telecom singapuriana, a Starhub, o controle é exercido pela Asia Mobile Holdings. Esta é subsidiária da Singapore Technologies Telemedia, que também é uma empresa controlada pela Temasek. url=http://www.starhub.com/about-us/company-information/corporate-structure/shareholders.html]26[/url url=http://www.temasekreview.com.sg/major-investments/telecommunications-media-and-technology.html]24[/url url=http://thefinance.sg/2015/09/07/the-battle-of-the-telcos-6-things-you-need-to-know-about-starhub/]27[/urlDesta forma, o governo mantém, via Temasek, sua influência em praticamente todo o setor de telecomunicações do país.O setor de energia de Singapura é controlado por uma empresa 100% estatal chamada Singapore Power(seu único acionista é a Temasek). Ela é a única fornecedora, operadora e transportadora de gás natural do país (via PowerGas), única transmissora de energia elétrica (via SP PowerAssets), única distribuidora de energia e operadora do sistema (via SP PowerGrid), deixando para a iniciativa privada espaço apenas na área de geração de energia elétrica. url=http://www.singaporepower.com.sg/irj/portal]28[/url url=http://www.energyportal.sg/EnergyMarket/How-electricity-sold-in-Singapore.html]29[/urlContudo, mesmo na área de geração de energia elétrica, a presença do Estado é relevante (apesar de ter diminuído significativamente nos últimos anos). Por meio da SembCorb e Keppel Corp, o Estado de Singapura controlava no final de 2015 (últimos dados disponíveis na data de elaboração do artigo) 22,8% da geração de energia.Essa pequena participação do Estado na geração se trata de um evento recente. A Tuas Power Generation e a Senoko Energy (que possuem somadas 41,1% do market share) foram vendidas pela Temasek em 2008, enquanto a PowerSeraya (17,9% do market share) foi vendida pela mesma em 2009. url=https://www.ema.gov.sg/statistic.aspx?sta_sid=201407300kgPPe7mD2Qh]30[/url url=http://www.temasek.com.sg/mediacentre/newsreleases?detailid=8422]31[/url url=http://www.temasek.com.sg/mediacentre/newsreleases?detailid=8415]32[/url url=http://ytlpowerseraya.com.sg/2009/03/powerseraya-divested-from-temasek-holdings-to-ytl-power/]33[/urlNo setor de transportes terrestres, os preços proibitivos e as dificuldades em se obter licença para uso de carros fazem com que o transporte público seja o principal meio de locomoção do país. Nesse setor, o LTA(Land Transport Authority, órgão governamental) é proprietária de todos os ativos (ônibus, rodovias, linhas de trem e trens), deixando para a iniciativa privada somente a possibilidade de operá-los. url=https://www.lta.gov.sg/content/ltaweb/en/public-transport/buses/lta-role-in-public-bus-services.html]34[/url url=https://www.lta.gov.sg/content/ltaweb/en/roads-and-motoring.html]35[/url url=https://www.lta.gov.sg/content/ltaweb/en/public-transport/mrt-and-lrt-trains.html]36[/urlApesar da possibilidade de transportes terrestres serem operados pela iniciativa privada, o Estado mantém amplo controle do setor. Existem apenas 2 operadores de trens, que são a SMRT TRAINS e a SBS Transit. A primeira se trata de uma empresa controlada pela Temasek, enquanto a segunda é controlada pela ComfortDelGro Corporation Limited, que por sua vez tem entre seus controladores a Singapore Labour Foundation (órgão sindical ligado ao governo). Dentre os operadores de ônibus, existem 4, com as 2 empresas operadoras de trem (SMRT e SBS) sendo as maiores do setor e as outras 2 (Tower Transit Singapore e Go-Ahead Singapore) sem ligação com o Estado. url=http://www.temasekreview.com.sg/major-investments/transportation-and-industrials.html]37[/url url=http://www.sbstransit.com.sg/generalinfo/financial.aspx?year=2015]38[/url url=http://www.comfortdelgro.com/investor-relations.aspx?id=189]39[/url url=http://eresources.nlb.gov.sg/history/events/77976c58-bab7-46e6-94c9-35e1dc87eb84]40[/url5. Os serviços públicos de Singapura são majoritariamente estatais, universais e pagos de acordo com a renda de cada cidadãosingapura-universidade.jpg
    O mundialmente aclamado sistema educacional de Singapura, que frequentemente aparece nas primeiras posições em exames como o PISA, também é praticamente todo controlado pelo Estado (atendendo mais de 70% dos estudantes nos níveis primário e secundário), sendo que 100% das escolas (mesmo privadas) recebem dinheiro do Estado e são obrigadas a seguir o mesmo currículo. url=http://www.oecd.org/education/singapore-tops-latest-oecd-pisa-global-education-survey.htm]41[/url url=http://ncee.org/what-we-do/center-on-international-education-benchmarking/top-performing-countries/singapore-overview/singapore-system-and-school-organization/]42[/urlA possibilidade de colocar seus filhos no jardim de infância está disponível para toda a população de Singapura, com o custo variando de acordo com a capacidade de pagamento das famílias. O valor mensal varia entre S$ 1,50 (aproximadamente R$ 3,35) para a população mais carente e S$ 150 (aproximadamente R$ 334) para a população mais abastada. url=https://www.moe.gov.sg/microsites/moekindergarten/enrol-with-us.html]43[/url url=https://www.moe.gov.sg/education/preschool]44[/urlOs ensinos primário e secundário em Singapura são praticamente gratuitos. Se aplicam taxas mensais na faixa de S$ 6,50 (aproximadamente R$ 14,47) para o ensino primário e S$ 15 (aproximadamente R$ 33,40) para o ensino secundário, que são isentas para os alunos carentes (elegíveis aos programas de subsídio). url=https://www.moe.gov.sg/education/primary]45[/url url=https://www.moe.gov.sg/education/secondary]46[/url url=https://www.moe.gov.sg/education/financial-assistance/moe-financial-assistance-scheme]47[/urlNo nível superior de ensino, a situação não é muito diferente: Essa pequena cidade-estado possui 6 universidades públicas (National University of SingaporeNanyang Technological UniversitySingapore Management UniversitySingapore University of Technology and DesignSingapore Institute of Technology e SIM University), que dominam amplamente o ensino superior local. Os alunos pagam de acordo com sua renda, podendo ser integralmente isentos no caso de alunos carentes. url=https://www.moe.gov.sg/about/publications/education-statistics]48[/urlO sistema de saúde de Singapura é público e universal, amplamente dominado pelos hospitais do Estado, principalmente após a crise asiática de 1997, sendo também construído de tal forma que as pessoas pagam de acordo com suas capacidades financeiras, chegando à gratuidade para as populações carentes. url=https://www.moh.gov.sg/content/moh_web/home/costs_and_financing/financing.html]49[/url url=https://www.moh.gov.sg/content/moh_web/home/Publications/information_papers/2004/singapore_healthcaremarket-shareanalysis.html]50[/url6. Singapura possui um fundo de previdência obrigatório e diversos direitos trabalhistassingapura-trabalho.jpg
    Diferente do que é defendido pelos (neo)liberais, os direitos trabalhistas em Singapura existem:– A carga horária é limitada a 44 horas semanais, com uma hora de almoço.– Deve haver um dia de descanso remunerado mínimo por semana.– Existem 11 feriados nacionais pagos que, caso haja trabalho, deverão ser compensados pelo empregador.– Os trabalhadores tem direito a até 14 dias de pagamento sem trabalho em caso de doença e até 60 dias em caso de hospitalização dependendo do tempo de vínculo empregatício.– Também possuem direito a férias remuneradas, que variam entre 7 e 14 dias úteis dependendo de seu tempo de casa.– Seu empregador é obrigado a pagar a previdência pública, chamada CPF.– Contam com o direito a faltar 6 dias no ano para cuidar de suas crianças, porém não remunerados. Caso a criança tenha menos de 2 anos, goza-se de outros 6 dias adicionais remunerados.– As mulheres tem direito a até 16 semanas de licença-maternidade e 2 semanas de licença paternidade.Entre outros direitos trabalhistas. url=http://www.mom.gov.sg/employment-practices/leave/unpaid-infant-care-leave]51[/url url=http://www.mom.gov.sg/~/media/mom/documents/employment-practices/workright/faqs-on-employment-rights.pdf]52[/url url=http://www.mom.gov.sg/~/media/mom/documents/employment-practices/workright/workright-brochure-for-employees.pdf]53[/url url=https://www.cpf.gov.sg/Employers/EmployerGuides/employer-guides/paying-cpf-contributions/cpf-contribution-and-allocation-rates]54[/url url=http://www.mom.gov.sg/employment-practices/leave/maternity-leave/eligibility-and-entitlement]55[/url url=http://www.mom.gov.sg/employment-practices/leave/paternity-leave]56[/url7. Os impostos de Singapura são baixos, porém progressivossingapura-impostos.jpg
    Singapura é um país conhecido por cobrar impostos relativamente baixos e isso não se trata de um mito: Efetivamente os impostos cobrados em relação ao PIB estão abaixo da média da OCDE. Em 2016, o governo calculou em 16,7% do PIB, sendo que a média da OCDE de 2015 foi 34,3% do PIB e o Brasil esteve próximo dessa média. url=https://stats.oecd.org/Index.aspx?DataSetCode=REV]57[/url url=http://www.singaporebudget.gov.sg/data/budget_2016/download/FY2016_Analysis_of_Revenue_and_Expenditure.pdf]58[/url url=http://idg.receita.fazenda.gov.br/dados/receitadata/estudos-e-tributarios-e-aduaneiros/estudos-e-estatisticas/carga-tributaria-no-brasil/carga-tributaria-no-brasil-capa]59[/urlObviamente, isso tem impacto nas políticas de bem-estar social da ilha e, apesar do Estado oferecer muito para a população em comparação a outros países subdesenvolvidos (como pode ser visto nos itens anteriores), são benefícios menores do que os oferecidos pelo governo da Noruega, por exemplo. url=http://voyager1.net/economia/o-livre-mercado-e-chave-para-prosperidade-noruega-prova-que-nao/]60[/urlApesar disso, pode-se dizer que a cidade-estado passa longe de seguir o ideário liberal nesse quesito. Conforme o próprio governo, 3 objetivos são levados em consideração para definir os gastos: Promover o crescimento econômico com baixa inflação, manter o orçamento equilibrado e focar os investimentos governamentais em prover serviços públicos essenciais (educação, saúde, infraestrutura, habitação e programas de proteção ao meio ambiente), ou seja, tudo aquilo que foi listado nos itens 2, 3, 4 e 5 desse artigo, acrescido de programas de proteção ao meio ambiente. url=https://www.iras.gov.sg/IRASHome/About-Us/Taxes-in-Singapore/The-Singapore-Tax-System/]61[/urlOutros sinais que mostram afastamento do método liberal de cobrar impostos estão na origem da receita. O item que mais contribui para a arrecadação são as taxas sobre lucro das empresas, seguido pelos impostos sobre consumo, renda de pessoas físicas, veículos (que são um tipo de propriedade) e propriedades. Pode-se dizer que mais da metade da receita de impostos provém de renda e propriedade, que são os mais difíceis de ser repassados para os consumidores e cujos cortes são mais defendidos pelos novos liberais (os liberais clássicos possuem uma visão mais crítica em relação à propriedade). [62]É notório e bem sabido que os impostos sobre consumo pesam mais sobre os pobres, pela facilidade de se repassar no preço dos produtos vendidos e também por eles gastarem praticamente todo o salário, o que torna a tributação brasileira regressiva (no Brasil a maior parte dos impostos é sobre o consumo), de forma inversa à tributação singapuriana. url=http://www.ibpt.com.br/noticia/2007/Estudo-indica-que-pobres-pagam-mais-impostos-do-que-os-ricos]63[/url url=http://www.bbc.com/portuguese/noticias/2014/03/140313_impostos_ricos_ms]64[/urlTambém surpreende para os brasileiros que, diferente do nosso país, Singapura não isenta o lucro dos ganhos de capital de investimentos estrangeiros em bolsa nem a distribuição de dividendos por empresas de capital aberto. url=https://www.iras.gov.sg/irashome/Individuals/Locals/Working-Out-Your-Taxes/Income-Tax-Rates/]65[/url url=https://www.receita.fazenda.gov.br/PessoaFisica/IRPF/2006/perguntas/EXTERIOR.htm]66[/url8. Os Singapurianos tem sua liberdade individual extremamente restrita pelo governosingapura-leis.jpg
    A ilha tem diversas leis que restringem a liberdade individual, ao ponto de o país ser alvo sistemático de listas de “leis inacreditáveis”, justamente pelo fato do governo tentar controlar detalhes ínfimos da vida de seus habitantes por meio de leis específicas.Entre essas leis (todas com punição prevista no código penal local), podemos citar as proibições de vender e mascar chicletes, incomodar alguém com instrumentos musicais em local público, soltar pipa ou jogar qualquer jogo que atrapalhe o trânsito, cantar músicas com letras obscenas em público, cuspir, distribuir material obsceno (inclui fotos, DVDs e revistas com pornografia), conectar no wi-fi de outra pessoa, esquecer de dar descarga no vaso, andar nu dentro de casa (em público também é ilegal, mas isso já é comum em outros países), alimentar pombos, usar drogas antes de entrar no país (se fizerem teste antidrogas logo na sua entrada você pode ser preso mesmo não tendo feito nada em terras singapurianas), ter relações sexuais com alguém do mesmo sexo, atravessar a rua fora da faixa, beber álcool em locais públicos entre 22:30 e 7:00… url=https://www.choice.com.au/travel/destinations/singapore/articles/need-to-know#laws]67[/url url=https://www.gov.uk/foreign-travel-advice/singapore]68[/url url=http://www.businessinsider.com/things-that-are-illegal-in-singapore-2015-7]69[/url9. Existem acusações bem fundamentadas de que Singapura possui um regime de partido único e não uma democraciasingapura-PAP.jpg
    Apesar de existirem diversos partidos registrados em Singapura, sua política é totalmente controlada pelo People’s Action Party (PAP), que possui o primeiro-ministro desde que a cidade deixou de ser um protetorado britânico em 1959. Isso inclui o período em que o país esteve unido com a Malásia e todo o período pós-independência até a data de elaboração do artigo (1965-2017).Analistas e partidários da oposição acusam frequentemente o país de funcionar com um regime de partido único disfarçado, acusação similar à que ocorre com o governo da Coréia do Norte (que também possui diversos partidos, mas inexiste alternância de poder), o que parece ser corroborado pela realidade (é no mínimo estranho um único partido permanecer no poder por quase 60 anos ininterruptos).Lee Kwan Yew foi o governante do país e o comandou com mão-de-ferro de 1959 até 1990, sendo substituído por seus correligionários Goh Chok Tong até 2004 e desde então pelo atual primeiro-ministro Lee Hsien Loong.O PAP foi um partido leninista em sua origem, porém é extremamente árduo de ser definido ideologicamente com precisão. Apesar do partido ter se declarado socialista democrático historicamente, esse artigo não tem nenhuma pretensão de posicioná-lo no espectro ideológico. O que não muda o fato de um importante ministro do PAP ter declarado em homenagem a Lee Kwan Yew na ocasião de sua morte que “Este país não deve jamais esquecer seu coração socialista, que sempre fará mais por aqueles que tem menos”. url=http://www.asiasentinel.com/politics/singapores-cadre-system/]70[/url url=http://eresources.nlb.gov.sg/history/events/741da0eb-518a-49b9-9902-06fd499bd5ba]71[/url url=http://eresources.nlb.gov.sg/infopedia/articles/SIP_139_2005-01-19.html]72[/url url=http://www.nas.gov.sg/archivesonline/data/pdfdoc/lky19650506.pdf]73[/url url=http://www.nas.gov.sg/archivesonline/data/pdfdoc/lky19640905.pdf]74[/url url=http://fortune.com/2015/03/23/singapore-leekuanyew-corporation-1974/]75[/url url=http://harvardpolitics.com/world/singapores-stubborn-authoritarianism/]76[/url url=http://www.straitstimes.com/politics/singapore-must-never-forget-its-socialist-heart-chan-chun-sing]77[/url10. Há sérias dúvidas quanto à existência de liberdade de imprensa no paíssingapura-censura.jpg
    As acusações de violações à liberdade de imprensa nessa cidade-estado são diversas. No ranking do índice mundial de liberdade de imprensa feito no ano de 2016 pela organização independente Repórteres sem Fronteiras, Singapura aparece na posição 154 (de 180 países avaliados), atrás de nações acusadas sistematicamente no ocidente por violações à liberdade de imprensa como Coréia do Norte (152ª posição), Rússia (148ª posição) e Venezuela (139ª posição). url=https://rsf.org/en/ranking]78[/urlAo descrever a situação da imprensa no país, o Repórteres sem Fronteiras cita a possibilidade do Media Development Authority (MDA) censurar conteúdo jornalístico, incluindo conteúdo online, respaldado pelo Media Development Authority Act, Films Act e Broadcasting Act. No ano de 2015, o governo chegou ao ponto de ordenar o fechamento do site de notícias The Real Singapore (TRS) por conteúdo “excessivamente crítico” e acusar 2 de seus participantes pelo crime de sedição (insubordinação contra o Estado), razão pela qual foram condenados à prisão. url=https://rsf.org/en/singapore]79[/url url=https://www.hrw.org/news/2017/01/12/singapore-new-repression-dissenting-voices]80[/urlConsiderações Finaissingapura-consideracoes.jpgNessa altura, já deve estar claro que:– A liberdade individual é coibida com uma legislação extremamente rígida, bem diferente dos países ocidentais.– O Estado de Singapura é muito grande e interfere nos negócios não apenas através de regulação, mas sendo controlador de uma grande quantidade de empresas (incluindo 6 das 10 maiores do país) em áreas estratégicas.– O governo de Cingapura não é exatamente um modelo de austeridade, possuindo uma dívida maior do que o PIB ao mesmo tempo que oferece amplos serviços para a população.– Os serviços públicos, assim como os essenciais, são controlados pelo Estado e muito mais bem estruturados que nos países subdesenvolvidos (como o Brasil).– O mercado imobiliário e de terras é um dos mais concentrados na mão do Estado em todo o planeta.– O regime tributário é progressivo (não há espaço para a ideia de que se deve taxar menos os ricos do que os pobres, por eles serem geradores de riqueza).– Singapura não foi construída com base liberal e permanece muito distante de ser modelo de (neo)liberalismo.– Há evidências de que existe um sistema de partido único disfarçado em Singapura, tendo o único partido de facto (PAP) origem leninista, associado com acusações de perseguição à imprensa.Duas perguntas ficam em aberto, por não ser parte do escopo do artigo responde-las:– Dado que Singapura mostra de forma inequívoca que os índices de liberdade econômica visivelmente não medem Estado mínimo nem adoção de medidas (neo)liberais, o que eles medem?– Por que militantes de direita utilizam esses índices como justificativa de adoção de suas políticas, sendo que nem os primeiros colocados as adotam?Por fim, é necessário  lembrar que Singapura sequer é um país, mas sim uma cidade-Estado, localizada em uma região estratégica do globo, com uma população em torno de 5 milhões de habitantes. Singapura, como Hong Kong e Taiwan, é uma zona portuária por conta de suas características territoriais que a torna um interposto comercial e por meio das políticas desenvolvimentistas do seu Estado, que a transformaram em uma plataforma de exportação.Por essas razões, a realidade de Singapura não tem como ser reproduzida nos demais países, ainda mais naqueles que possuem uma grande população, como é o caso do Brasil, um país que necessita de uma economia diversificada, que não tem como sustentar uma população de quase 200 milhões de habitantes apenas com a atividade portuária-financeira.Singapura não é liberal e tampouco usou liberalismo econômico em nenhuma de suas etapas de desenvolvimento, pelo contrário, o Estado cumpriu sempre o papel de organizador da economia e isso se mantem até hoje. Mesmo se tivesse se desenvolvido com liberalismo econômico, o seu exemplo de nada serviria para os demais países por sua realidade bem particular, impossível de ser replicada em países com grande população ou com um território maior, não insular e fora de uma localização privilegiada semelhante, ou seja, Singapura sequer serviria de exemplo se tivesse de fato seguido a agenda dos liberais.Referências:[1]  One Shift – COE Bidding Prices in Singapore
    [2] SGCharts – Feast or Famine A vicious cycle
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    [4] Land transport Authority – Tax Structure for Cars
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    [8] National Association of Realtors – Singapore Political Environment
    [9] SWFI – Sovereign Wealth Fund Rankings
    [10] GIC – Investing for the future
    [11] Temasek – Site Oficial
    [12] National Debt Clock – NATIONAL DEBT OF SINGAPORE
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    [14] Temasek – Review 2016
    [15] GIC – Securing Singapore’s Financial Future
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    [18] OCBC Group – Shareholder Information – Major Shareholders
    [19] UOB – Major Shareholders
    [20] The New York Times – Analysts Split on Deregulation’s Impact : For Singapore Telecom, Battle on Home Front
    [21] Singapore Business Review – Singapore doesn’t need a fourth mobile telco operator: Singtel
    [22] M1 – Annual Report 2015 Statistics of Shareholding
    [23] Keppel Telecommunication & Transportation
    [24] Temasek  – Review 2016 Telecommunications, Media & Technology
    [25] Singapore Press Holdings – Main Shareholders
    [26] Starhub – Shareholders
    [27] TheFinance – The Battle of the Telcos: 6 Things You Need to Know about StarHub
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    [29] Energy Portal – How Electricity is Sold and Distributed in Singapore
    [30] Energy Market Authority – Market Share for Eletricity Generation
    [31] Temasek – Temasek successfully completes divestment of Tuas Power
    [32] Temasek – Temasek sells Senoko Power to Japanese consortium
    [33] YTL Power Seraya – PowerSeraya divested from Temasek Holdings to YTL Power
    [34] Land Transport Authority – LTA’S ROLE IN PUBLIC BUS SERVICES
    [35] Land Transport Authority – ROADS & MOTORING
    [36] Land Transport Authority – MRT & LRT TRAINS
    [37] Temasek – Review 2016 Transportation & Industrials
    [38] SBS Transit – Financials
    [39] ComfortDelGro – Annual Report 2015
    [40] National Library Board – SINGAPORE LABOUR FOUNDATION IS ESTABLISHED
    [41] OECD – Singapore tops latest OECD PISA global education survey
    [42] NCEE – Singapore: System and School Organization
    [43] Ministry of Education – Enrol With Us – MOE Kindergarten 
    [44] Ministry of Education – Pre-School
    [45] Ministry of Education – Primary
    [46] Ministry of Education – Secondary
    [47] Ministry of Education – MOE FINANCIAL ASSISTANCE SCHEME
    [48] Ministry of Education – Education Statistics
    [49] Ministry of Health – Financing
    [50] Ministry of Health – Singapore Healthcare Market-Share Analysis
    [51] Ministry of Manpower – Unpaid infant care leave
    [52] Ministry of Manpower – FREQUENTLY ASKED QUESTIONS ON EMPLOYMENT RIGHTS
    [53] Ministry of Manpower – I know my employment rights. Do you?
    [54] Central Provident Fund Board – CPF Contribution and Allocation Rates
    [55] Ministry of Manpower – Maternity leave eligibility and entitlement
    [56] Ministry of Manpower – Paternity leave
    [57] OECD – Revenue Statistics – OECD countries: Comparative tables
    [58] Singapore Budget – ANALYSIS OF REVENUE AND EXPENDITURE Financial Year 2016
    [59] Receita Federal do Brasil – Carga Tributária no Brasil
    [60] Voyager – O Livre Mercado é a chave para a prosperidade? A Noruega prova que não.
    [61] Inland Revenue Authority of Singapore – The Singapore Tax System
    [62] Inland Revenue Authority of Singapore – IRAS Annual Report 2015/16
    [63] Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação – Estudo indica que pobres pagam mais impostos do que os ricos
    [64] BBC Brasil – Rico é menos taxado no Brasil do que na maioria do G20
    [65] Inland Revenue Authority of Singapore – Income Tax Rates
    [66] Receita Federal do Brasil – Exterior
    [67] Choice – Singapore travel guide: what you need to know
    [68] GOV.UK – Foreign travel advice Singapore
    [69] Business Insider – 16 odd things that are illegal in Singapore
    [70] Asia Sentinel – Singapore’s Cadre System
    [71]  People’s Action Party is formed
    [72] National Library Board – People’s Action Party is formed
    [73] National Archives of Singapore – SPEECH BY THE PRIME MINISTER, MR. LEE KUAN YEW, AT THE OPENING SESSION OF THE 1965 ASIAN SOCIALIST CONFERENCE IN BOMBAY
    [74] National Archives of Singapore – SPEECH BY MR. LEE KUAN YEW AT THE SOCIALIST INTERNATIONAL CONGRESS IN BRUSSELS
    [75] Fortune – Singapore, the country run like a corporation (1974)
    [76] Harvard Political Review – Singapore’s Stubborn Authoritarianism
    [77] The Straits Times – ‘Singapore must never forget its socialist heart’: Chan Chun Sing
    [78] Reporters Without Borders – WORLD PRESS FREEDOM INDEX
    [79] Reporters Without Borders – Singapore
    [80] Human Rights Watch – Singapore: New Repression of Dissenting Voices

    http://voyager1.net/economia/10-fatos-sobre-singapura-que-invalidam-os-indices-de-liberdade-economica/
  • O MITO DA CORÉIA DO SUL: NÃO, ELA NÃO SE DESENVOLVEU COM LIVRE MERCADO. SAIBA QUAIS SÃO AS REAIS CAUSAS DO SEU DESENVOLVIMENTO.ECONOMIAÁSIA
    78aca37a1cc480991f8ab2784e65d232?s=26&d=monsterid&r=gPor Voyager Última Atualização mar 13, 2017
    cs-capa-750x430.jpg
     1,847  13 49
    [divider style="solid" top="0" bottom="10"]Por Eric ToussaintSegundo o Banco Mundial, a Coreia do Sul representa um sucesso inegável.
    Se considerarmos a versão do Banco, as autoridades do país recorreram a empréstimos externos de modo eficaz, atraíram investimento estrangeiro e utilizaram-no para estabelecer um modelo de desenvolvimento bem sucedido, baseado na substituição de exportações. O modelo de industrialização por substituição de exportações constitui a alternativa do Banco Mundial (e de outros) em relação ao modelo de substituição de importações (que implica fabricar no local produtos antes importados). A Coreia, mais do que produzir o que importava, adaptou as suas atividades de exportação à procura do mercado mundial, conseguindo favorecer as indústrias que possuem uma percentagem elevada de valor acrescentado. Substituiu exportações de produtos apenas transformados (ou matérias–primas) por mercadorias cuja produção requeria tecnologia avançada. Segundo o Banco, o Estado coreano interveio de maneira modesta para apoiar a iniciativa privada e garantir o jogo livre das forças de mercado. Na verdade, a via coreana para a industrialização e o crescimento sustentado contradiz bastante a versão do Banco.[ads2]Afirmo desde já que não considero a Coreia um modelo a seguir, por razões éticas, econômicas e sociais. A Coreia atingiu os resultados que conhecemos sob o jugo de um regime ditatorial, particularmente repressivo e protegido pelos Estados Unidos, no contexto da luta contra os regimes ditos socialistas. A Coreia adotou um modelo produtivista que comprometia principalmente o meio ambiente. A via coreana não é recomendável, nem reproduzível, porém merece ser estudada.O alegado sucesso coreano foi obtido graças a diversos fatores. Os principais são: a forte intervenção do Estado (o Estado dirigiu o processo com mão de ferro), o importante apoio financeiro (sob a forma de donativos) e técnico concedido pelos Estados Unidos, a realização de um reforma agrária radical logo no início, a aplicação de um modelo de substituição de importações durante 25 anos, que se transformou progressivamente em substituição de exportações (esse segundo momento não teria sido possível sem o primeiro), a utilização permanente da repressão sobre o movimento operário (proibição de sindicatos independentes), a super-exploração de camponeses e de operários, o controlo por parte do Estado de uma grande variedade de produtos, a benevolência dos Estados Unidos que toleraram à Coreia o que recusavam a outros países. O Estado coreano realizou também um importante esforço em termos de educação, o que permitiu fornecer às empresas mão de obra muito qualificada.Acrescente-se que a falta de recursos naturais favoreceu paradoxalmente o desenvolvimento da Coreia do Sul porque evitou a avidez das multinacionais e dos Estados Unidos que consideravam a Coreia uma zona estratégica do ponto de vista militar face ao bloco dito comunista e não uma zona importante de abastecimento (como foi o caso da Venezuela, do México e dos países do Golfo Pérsico). Se a Coreia possuísse grandes reservas de petróleo ou de matérias-primas estratégicas, teria sido considerada uma zona de abastecimento e não teria beneficiado da mesma margem de manobra para se dotar de uma poderosa infraestrutura industrial. Os Estados Unidos não estão dispostos a favorecer deliberadamente concorrentes poderosos, que possuem ao mesmo tempo grandes reservas naturais e indústrias diversificadas.O contexto político e geoestratégicocs-guerra.jpgUm acordo americano-nipônico, assinado em 1905, definiu as respetivas zonas de influência do Japão e do Estados Unidos no sudeste asiático. Os Estados Unidos ficaram com as Filipinas, que tinham conquistado em 1902. Taiwan (anexada desde 1895) e a Coreia ficaram para o Japão. Em 1910, o Japão anexa a Coreia. O Japão fez da Coreia um armazém agrícola e posteriormente uma espécie de anexo da indústria japonesa, com todo o tipo de funções. Quando o imperialismo japonês se desfez, no fim da Segunda Guerra Mundial, o Japão deixa na Coreia instalações modernas em termos de transporte e de eletricidade, uma indústria relativamente importante, que ia do têxtil ao armamento passando pela química e pela construção mecânica, e também um sistema bancário completo. Porém, a indústria na Coreia não era um conjunto coerente porque foi construída para responder às necessidades do Japão. A industrialização situa-se principalmente no norte da Coreia (na futura Coreia do Norte), sendo o sul predominantemente agrícola. A classe dominante é pouco desenvolvida já que a presença japonesa não lhe proporcionou muito espaço. Comparando com a Argentina da mesma época, a Coreia é um país claramente desfavorecido em termos de desenvolvimento industrial.Em virtude dos acordos de Yalta, assinados, em fevereiro de 1945, entre os Estados Unidos, a Grã-Bretanha e a URSS, e, em especial, da parte que fixava as condições para o início da guerra da União Soviética contra o Japão, a Coreia deveria ser ocupada pelas tropas soviéticas a norte do paralelo 38 e pelas tropas dos Estados Unidos a sul desse limite. As tropas soviéticas chegaram primeiro, em agosto de 1945, e são recebidas como libertadoras. São acolhidas por um vasto movimento de libertação anti-japonês que formou uma rede de comités populares, constituindo a base do novo aparelho de Estado. Esse Estado realizou rapidamente uma série de reformas nacionais, democráticas e anticapitalistas. Entre as medidas com maior apoio popular, figurava uma reforma agrária radical. A evolução posterior do regime da Coreia do Norte e a sua degenerescência burocrática e autoritária não devem fazer esquecer o sucesso econômico inicial.No sul do país, o desenrolar dos factos é diferente. Apesar de as tropas norte-americanas ainda não terem chegado à Coreia, Washington toma uma decisão unilateral (sem concertação prévia com Moscou), acordando com os japoneses que eles capitulariam perante as tropas norte-americanas a sul do paralelo 38 url=http://voyager1.net/economia/o-mito-sul-coreano/#nb1]1[/url. Isso provocou, de fato, a divisão da Coreia em duas partes, o que não estava previsto nos acordos de Yalta. As tropas americanas só desembarcam a 8 de setembro de 1945, seis dias após a capitulação das tropas japonesas e dois dias após a proclamação, em Seul (que se localiza a sul do paralelo 38), da República Popular da Coreia pela assembleia nacional dos comités anti-japoneses. Esse novo poder tinha já, antes da chegada das tropas americanas, desarmado o Japão, libertado os prisioneiros políticos e prendido os colaboradores. No entanto, quando os nacionalistas se apresentam ao Estado-Maior americano para proporem colaboração, a sua oferta é mal recebida. A 9 de setembro, é instituído um governo militar dos Estados Unidos (U.S. Military Government in Korea – USAMGIK), que será a principal autoridade até 1948. Em fevereiro de 1946, o Estado-Maior americano constitui um governo civil coreano sob tutela do Governo militar dos Estados Unidos na Coreia. Esse governo civil é presidido por Syngman Rhee, homem político de direita, que regressou à Coreia, em outubro de 1945, após ter passado 39 anos (dos 41 anos precedentes) nos Estados Unidos. Em termos de forças políticas coreanas, Washington preferiu colocar no poder o Partido Democrático Coreano (KDP), um partido anticomunista, formado legalmente durante a ocupação japonesa para representar os interesses das classes proprietárias coreanas. O KDP submete-se, de imediato, a uma operação de cosmética, assumindo a designação de Partido Liberal. Portanto, ao lado de Syngman Rhee vemos antigos colaboradores dos ocupantes japoneses e o novo aparelho de Estado mantém em grande parte os quadros coloniais, principalmente no que diz respeito às forças repressivas. Uma CIA coreana é criada com o nome significativo de KCIA(Korean Central Intelligence Agency). Deixou, até hoje, uma marca sinistra na memória coletiva.O regime imposto pelos Estados Unidos é extremamente impopular. Em 1946 e em 1948, os protestos desencadeiam revoltas populares, que foram duramente reprimidas. O Conselho Geral dos Sindicatos Coreanos (GCKTU), dirigido pelos militantes do partido comunista, tem centenas de milhares de membros e lidera os manifestantes. É reprimido e acaba por ser proibido em 1948. A repressão continua após 1948. A comissão das Nações Unidas sobre a Coreia faz saber que, em agosto de 1949, oito meses antes de 30 de abril de 1949, 89.710 pessoas foram detidas no âmbito do ‘Decreto para a proteção da paz nacional’. Estima-se em milhares a perda de vidas humanas, ou mesmo, em dezenas de milhares. Diversos líderes históricos da luta anti-japonesa, sem ligação aos comunistas, são assassinados pelo regime de Syngman Rhee.Quando, em 1948, é institucionalizada a divisão do país, com a criação da Coreia do Norte, uma larga maioria das forças políticas manifesta oposição. Com o irromper da Guerra da Coreia, em junho de 1950, o avanço rápido das forças norte-coreanas para sul deve-se apenas em parte a razões militares. É, em certo sentido, consequência lógica da falta de apoio popular que o regime de Syngman Rhee possui. Segundo o relato histórico oficial do exército americano sobre a Guerra da Coreia, o exército sul-coreano “desintegrou-se” url=http://voyager1.net/economia/o-mito-sul-coreano/#nb2]2[/url. Houve deserções em massa.Durante três anos, a guerra é devastadora e coloca o mundo à beira de uma Terceira Guerra Mundial. O exército dos Estados Unidos avança massivamente com o apoio dos aliados ocidentais : 300.000 soldados ocidentais, sob os auspícios da Organização das Nações Unidas url=http://voyager1.net/economia/o-mito-sul-coreano/#nb3]3[/url, combatem ao lado do exército sul-coreano. Enfrentam o exército norte-coreano e um forte contingente chinês (as estimativas variam entre 500. 000 e 850.000 homens). O custo em termos de vidas humanas é de três milhões de mortos entre a população coreana. Ao longo da guerra, o regime de Syngman Rhee exerceu uma forte repressão sobre a esquerda sul-coreana. Certas fontes mencionam 100.000 execuções ou assassinatos de opositores ao regime url=http://voyager1.net/economia/o-mito-sul-coreano/#nb4]4[/url. O armistício de 27 de julho de 1953 coloca as tropas de ambos os lados praticamente no ponto de partida, o paralelo 38.O capitalismo sul coreano sob tutela do Estadocs-chaebol.jpg
    Tendo ficado na posse de uma indústria atrasada e de um sistema financeiro, que anteriormente pertencia aos japoneses url=http://voyager1.net/economia/o-mito-sul-coreano/#nb5]5[/url, o governo de Syngman Rhee serve-se disso, com o beneplácito do Governo militar dos Estados Unidos na Coreia (USAMGIK), para recompensar e consolidar a lealdade dos proprietários que constituíam a sua clientela política. Os novos industriais prosperam devido às receitas dos impostos e, sobretudo, aos subsídios dos Estados Unidos, que a ditadura redistribui amplamente e não devido aos seus investimentos próprios, porque quase não tinham capital próprio. Além disso, uma política protecionista rigorosa coloca-os ao abrigo da concorrência estrangeira. Mais tarde, a ditadura de Park Chung Hee (1961-1979) criará complexos industriais e financeiros, os chaebols.Primeira constatação: a classe dominante coreana desenvolve-se à sombra do Estado que a mantém sob sua tutela e a protege.A ajuda externa proveniente dos Estados UnidosFato totalmente escamoteado pelo Banco Mundial, a Coreia não recorreu, de todo, a empréstimos externos durante os dezassete anos que se seguiram à Segunda Guerra Mundial e, depois, apenas contraiu empréstimos de forma muito moderada até 1967.Entre 1945 e 1961, a Coreia não pede empréstimos e não recebe qualquer tipo de investimento estrangeiro. Segundo os critérios do Banco e do pensamento neoclássico, tal situação é uma anomalia.Em compensação, no mesmo período, a Coreia recebe sob a forma de donativo mais de 3 bilhões de dólares url=http://voyager1.net/economia/o-mito-sul-coreano/#nb6]6[/url. Essa soma representa o total da ajuda externa recebida. Esse montante é de facto considerável : é o dobro do que foi recebido pelo trio Bélgica/Luxemburgo/Holanda durante o Plano Marshall, mais de um terço do que a França recebeu e mais de 10% do que a Grã-Bretanha obteve. Retomando a comparação do capítulo 4 sobre um período mais longo, os donativos recebidos pela Coreia, entre 1945 e 1961, foram superiores ao total dos empréstimos concedidos pelo Banco Mundial ao conjunto dos países em desenvolvimento, que conquistaram a independência (não incluindo as colônias).A partir de 1962, a Coreia contrai empréstimos, mas moderadamente. Entre 1962 e 1966, os donativos dos Estados Unidos eram ainda 70% do total do capital que tinha entrado no país, os empréstimos 28% e o investimento estrangeiro 2%. É apenas a partir de 1967 que as entradas de capital assumem principalmente a forma de empréstimos contraídos junto de bancos estrangeiros, sobretudo japoneses. O investimento estrangeiros só se torna importante a partir de finais dos anos oitenta, quando a Coreia já tinha tido sucesso a nível industrial.Segunda constatação: a industrialização inicial da Coreia não dependeu de forma nenhuma de empréstimos externos e de investimento estrangeiro.Reforma agrária e ação repressiva do Estado sobre os camponeses

    cs-reforma-agraria.jpgNo fim da Segunda Guerra Mundial, a parte sul da Coreia era ainda uma região fundamentalmente agrícola. No início dos anos cinquenta, a população rural representava 75% da população total.As autoridades militares de ocupação norte-americanas levaram, então, a cabo uma reforma agrária radical para conter a influência comunista url=http://voyager1.net/economia/o-mito-sul-coreano/#nb7]7[/url. As grandes propriedades fundiárias expropriadas sem indenização aos proprietários japoneses url=http://voyager1.net/economia/o-mito-sul-coreano/#nb8]8[/url e com indenização aos grandes proprietários coreanos foram desmanteladas e grande parte dos camponeses pode ser proprietária de parcelas modestas de terra url=http://voyager1.net/economia/o-mito-sul-coreano/#nb9]9[/url (a propriedade não podia ultrapassar três hectares por família! url=http://voyager1.net/economia/o-mito-sul-coreano/#nb10]10[/url). O Estado interveio de maneira ativa e repressiva. A renda que os camponeses pagavam aos grandes proprietários foi substituída por taxas e impostos a serem pagos ao Estado. De fato, o Estado apropria-se do excedente que anteriormente ficava na posse dos proprietários fundiários. O Estado impõe que os camponeses obtenham um determinado volume de produção em relação a certos produtos. Essa quantidade deve ser fornecida aos organismos estatais a um preço fixado pelas autoridades. O preço é muito baixo, sendo com frequência inferior ao custo de produção url=http://voyager1.net/economia/o-mito-sul-coreano/#nb11]11[/url. Estima-se que « o preço de compra do arroz, até 1961, não permitia que os camponeses cobrissem o custo total de produção e esses preços permaneceram inferiores ao preço de mercado até 1970. Até 1975,os gabinetes públicos de comercialização controlavam pelo menos 50% da quantidade de arroz colocada no mercado e esse montante atingia 90% para o caso dos cereais» url=http://voyager1.net/economia/o-mito-sul-coreano/#nb12]12[/url.Em suma, em troca do acesso à terra, o campesinato coreano liberto dos grandes proprietários fundiários teve de trabalhar para o Estado.Terceira constatação: o Estado interveio de maneira despótica, impondo uma reforma agrária radical baseada principalmente na expropriação, sem indenizar os grande proprietários japoneses. A reforma agrária foi uma forma de puxar o tapete aos comunistas. Os camponeses foram sujeitos a fortes pressões por parte do Estado.Utilização do excedente agrícola em proveito das cidades e da industrializaçãoO Estado, que fixa os preços de compra (para os camponeses) e de venda (para os consumidores), fornece os alimentos a preços subvencionados, portanto, baixos (a começar pelo arroz), aos setores sociais, que considera estratégicos, principalmente à grande burocracia de Estado.Além disso, proporcionar, de forma acessível, porções de arroz à população urbana, principalmente ao proletariado industrial nascente, permite manter os custos salariais a um nível mínimo.Além disso, os impostos e taxas pagas pelos camponeses são utilizados pelo Estado para fazer investimentos em infraestruturas nos setores da comunicação, elétrico e industrial.Como diz Jean-Philippe Peemans a propósito do esforço imposto aos camponeses: «Não se trata, de maneira nenhuma, de uma acumulação virtuosa baseada nas virtudes do mercado, mas de uma acumulação primitiva brutal, com base nos métodos mais repressivos, de modo a fabricar a ‘virtude’ pela força» url=http://voyager1.net/economia/o-mito-sul-coreano/#nb13]13[/url.Quarta constatação: o Estado não permitiu o livre jogo das forças de mercado para fixar os preços, fixou-os de forma autoritária.Quinta constatação: O Estado impõe uma carga fiscal muito pesada sobre os camponeses. Os neoliberais denunciam com frequência a « voracidade fiscal » do Estado. A Coreia do Sul representa um bom exemplo disso.A utilização da ajuda financeira externaDuas fontes principais alimentam os cofres do Estado coreano : as taxas e os impostos (principalmente provenientes dos camponeses) e a ajuda externa fornecida pelos Estados Unidos. Convém frisar que, até 1961, uma parte dessa ajuda é fornecida em espécie ao governo de Seul, sendo constituída pelo excedente agrícola dos Estados Unidos (representando aproximadamente 40% da ajuda). É evidente que essa parte não entra nos cofres do Estado. O restante entra em cash nos cofres do estado, sendo utilizado para pagar as importações provenientes dos Estados Unidos. Uma parte dessas importações é constituída por bens de equipamento, que servem a industrialização do país. 71% do investimento efetuado pelo Estado é financiado, até 1961, pela ajuda dos Estados Unidos url=http://voyager1.net/economia/o-mito-sul-coreano/#nb14]14[/url. Convém também ter em conta uma parte não negligenciável da ajuda militar, que representa mais de 15.000 milhões de dólares url=http://voyager1.net/economia/o-mito-sul-coreano/#nb15]15[/url. Uma grande parte serviu para a construção de estradas, de pontes e de outras infraestruturas utilizadas para a produção industrial. Enfim, é preciso acrescentar que as encomendas do corpo expedicionário norte-americano no Vietnam, no início dos anos sessenta, representavam 20% das exportações sul-coreanas.Sexta constatação: a Coreia do Sul beneficiou de uma ajuda externa massiva por parte dos Estados Unidos. Poucos países receberam o mesmo tratamento: Taiwan, em particular, e Israel.Industrialização por substituição de importaçõesO desenvolvimento industrial dos anos cinquenta foi essencialmente organizado em torno da produção de bens com vista à substituição de importações, para satisfazer o mercado interno, principalmente agroalimentar e têxtil. Esses dois setores representavam 55% da produção industrial em 1955. A indústria estava organizada em torno da transformação de algodão, da produção açucareira e da farinha de arroz. O setor manufatureiro representava apenas 10% do PNB em 1955.Sétima constatação: a Coreia adotou uma política industrial baseada na substituição de importações nos anos cinquenta, reforçada nos anos sessenta.A política econômica da ditadura militar de Park Chung Hee (1961-1979)cs-ditaduras.jpgA ditadura corrompida de Syngman Rhee foi deposta pela revolta urbana iniciada, em abril de 1960, pelos estudantes. Uma forte corrente defensora da centralização política surge rapidamente no seio das massas urbanas, mobilizadas sobre a palavra de ordem « unificação pacífica de toda a Coreia », lançada e divulgada pelo movimento estudantil.O golpe de Estado do general Park Chung Hee  põe um ponto final nas mobilizações e faz nascer uma ditadura militar. Essa ditadura reforça ainda mais a intervenção do Estado na economia. O novo regime nacionaliza o sistema financeiro (do maior banco à mais pequena companhia de seguros), fazendo dele o braço secular da intervenção na economia. url=http://voyager1.net/economia/o-mito-sul-coreano/#nb16]16[/urlA partir de 1962, o financiamento externo evolui progressivamente, porém os donativos continuam a ser a fonte principal até 1966. Os Estados Unidos incentivam a Coreia a reatar relações econômicas com o Japão. O Japão assina um acordo de dez anos (1965-1975), que prevê uma ajuda econômica de 500 milhões de dólares, sendo 300 milhões sob a forma de donativos.A Coreia contrai o primeiro empréstimo junto do Banco Mundial, em 1962, e assina um primeiro acordo com o FMI em 1965 (sobre pressão dos Estados Unidos). A vontade da ditadura coreana colaborar com o Banco baseia-se mais em objetivos políticos do que em objetivos econômicos. A posterioriMahn-Je Kim, que foi vice-primeiro-ministro, ministro das finanças e ministro do planejamento econômico, sob a ditadura de Chun Doo Hwan, nos anos oitenta url=http://voyager1.net/economia/o-mito-sul-coreano/#nb17]17[/url, e que se tornou em seguida presidente de uma empresa siderúrgica (POSCO), regozija-se com as boas relações estabelecidas com o Banco Mundial e faz um balanço positivo do regime militar. Escreve sem rodeios que o Banco ajudou o ditador Park a obter apoio a nível internacional e nacional : « O reconhecimento do Banco – a maior autoridade mundial entre as organizações internacionais de desenvolvimento – influenciou positivamente as relações internacionais da Coreia, porém ainda foi mais importante a nível nacional. Esse reconhecimento justificou totalmente a existência de um governo ditatorial perante a opinião pública coreana, porque estava ao serviço do desenvolvimento econômico” url=http://voyager1.net/economia/o-mito-sul-coreano/#nb18]18[/urlNão pode ser mais óbvia a cumplicidade do Banco Mundial com a ditadura.O general Park Chung Hee tenta ganhar alguma autonomia em relação a Washington em termos de política econômica. O recurso a empréstimos do Banco Mundial, a partir de 1962, e, a partir de 1967, sobretudo, de bancos estrangeiros privados, faz parte da vontade de diminuir progressivamente a dependência da Coreia em relação aos Estados Unidos. Isso também interessa a Washington que toma medidas para limitar a saída de dólares dos Estados Unidos a partir de 1963.Oitava constatação: o Banco Mundial apoiou a ditadura Park Chung Hee, que utilizou esse apoio para fins externos e internos a fim de consolidar a sua posição.O general Park Chung Hee implementa uma política de industrialização acelerada sob a direção de uma planificação autoritária. O primeiro plano quinquenal foi lançado em 1962. A Coreia exerce um protecionismo rigoroso tanto em termos de produção agrícola (proibição de importação de arroz) como a nível industrial. Na primeira metade da década de noventa, a Coreia já possui indústrias leves, que abastecem o mercado interno, e conquistam parte do mercado externo. Trata-se essencialmente de produtos fabricados por indústrias que utilizam mão de obra barata, que transforma ou monta bens importados. A ditadura quer modificar a situação radicalmente, consolidando a industrialização. Primeiro reforça o modelo de industrialização pela substituição de importações. A Coreia tenta produzir o que importava. Para isso, a partir de finais da década de sessenta, dota-se de uma indústria pesada para a produção de aço e de bens de equipamento (máquinas-ferramentas, cadeias de montagem, turbinas), bem como de uma indústria petroquímica. O regime de Park não fica por aqui, pretende também dirigir a produção para a exportação.O Estado favorece o desenvolvimento dos chaebols, grandes grupos empresariais, criados a partir de um número limitado de empresas privadas selecionadas por Park, que constituem a pedra de toque da nova indústria.Esses chaebols são conhecidos hoje no mundo inteiro: SamsungHyundaiLucky GoldstarDaewoo url=http://voyager1.net/economia/o-mito-sul-coreano/#nb19]19[/urlKia, etc. Os chaebols se beneficiaram, ano após ano, de apoios financeiros consideráveis e praticamente gratuitos por parte do Estado. Os empréstimos efetuados (a taxas de mercado) pelo regime ou pelos seus bancos, na maioria bancos americanos, antes que o Japão assumisse a liderança na década de setenta, constituíram, para os chaebols, fontes quase inesgotáveis, a taxas de juros que desafiavam qualquer concorrência, por vezes, até mesmo a fundo perdido. A juntar a tudo isso, surgem as subvenções diretas do Estado que na realidade chamou a si a direção da economia através da criação de um Gabinete de planificação econômica. O Estado dirigiu com mão de ferro todas as opções de desenvolvimento feitas pelos chaebols.Sucedem-se os planos quinquenais. No decorrer do primeiro plano quinquenal (1962-1966), é dada prioridade à produção de energia, aos fertilizantes, ao setor têxtil e cimenteiro. O segundo plano (1967-1971) dá prioridade às fibras sintéticas, à petroquímica e aos aparelhos elétricos. O terceiro plano (1972-1976) centra-se na siderurgia, nos equipamentos de transporte, eletrodomésticos e construção naval.Nona constatação: o Estado planificou com mão de ferro o desenvolvimento econômico do país. De certa forma, foi o Estado que criou a classe capitalista coreana.As reticências do Banco MundialÀ partida, o Banco Mundial considera que a vontade de a Coreia estabelecer uma indústria pesada é prematura url=http://voyager1.net/economia/o-mito-sul-coreano/#nb20]20[/url e tenta, sem sucesso, dissuadir as autoridades desse objetivo. Face à insistência de Seul e preocupado em manter a sua influência no país, o Banco muda de estratégia e apoia a política de industrialização pela substituição de importações. Nessa época, Robert McNamara assume a presidência do Banco (1968) e o seu economista chefe, Hollis Chenery, não se opõe a que os PED recorram à substituição de importações url=http://voyager1.net/economia/o-mito-sul-coreano/#nb21]21[/url.Os argumentos dos coreanos são os seguintes :1) é preciso estabelecer uma indústria pesada (metalúrgica, petroquímica) e fabricar bens de equipamento para alimentar a nossa própria indústria ligeira, reduzir as importações e melhorar a balança de pagamentos;2) no mercado mundial, as nações concorrentes podem ganhar rapidamente a nossa parcela de mercado, porque podem produzir os mesmos bens a custos mais baixos, utilizando mão de obra mais barata. Por isso, é preciso criar uma indústria pesada para diversificar as exportações, favorecendo produtos com maior valor agregado, incorporando em maior quantidade componentes fabricados por nós. As outras nações terão mais dificuldade em concorrer nessas áreas;3) para além do desenvolvimento da indústria pesada, será feito um grande esforço em matéria de tecnologia e um investimento crescente na educação superior e em pesquisa;4) de início a indústria pesada não será competitiva face aos concorrentes estrangeiros, que teriam acesso ao mercado interno coreano, portanto, é preciso proteger a indústria nascente e fechar as fronteiras aos concorrentes estrangeiros;5) o Estado deve utilizar dinheiro público para financiar e controlar tudo isso.Em meados da década de setenta, quando a Coreia consegue obter uma indústria pesada, o Banco Mundial volta a ter dúvidas sobre a estratégia seguida. Considera que a Coreia é muito ambiciosa e sugere a redução do esforço que é feito no setor url=http://voyager1.net/economia/o-mito-sul-coreano/#nb22]22[/url. As suas recomendações não serão seguidas pelas autoridades coreanas.O exemplo mais espetacular dessa política foi o programa de desenvolvimento das indústrias pesadas de 1977-1979. Durante dois anos, 80 % de todo o investimento do Estado foi consagrado a esse programa. O financiamento foi assegurado por um crescimento colossal do endividamento da economia, do Estado, dos bancos e das empresas privadas, mas também pelo congelamento de todos os fundos de pensões e pela utilização forçada de uma parte da poupança privada url=http://voyager1.net/economia/o-mito-sul-coreano/#nb23]23[/url.Mahn-Je Kim descreve em linguagem diplomática, e com certa ironia, a atitude dos economistas do Banco : “A flexibilidade dos economistas do Banco Mundial deve ser enfatizada. Eram economistas tipicamente neoclássicos, defensores do mercado, e contribuíram muito para convencer os representantes oficiais da Coreia acerca dos ideais da economia de mercado. Em geral, não eram economistas dogmáticos e sabiam bem harmonizar os princípios doutrinários com as restrições do mundo real” url=http://voyager1.net/economia/o-mito-sul-coreano/#nb24]24[/url. Mahn-Je Kim refere-se ao período que vai até ao início dos anos oitenta.Décima constatação: A Coreia do Sul recusa-se a seguir as recomendações do Banco Mundial.Transformações sociais de 1960 a 1980A sociedade sul-coreana muda profundamente durante a ditadura de Park Chung Hee. A população urbana passa de 28%, em 1960, para 55%, em 1980. A população da capital Seul duplicou, entre 1954 e 1970, passando de 3 milhões para 6 milhões de habitantes. Em 1980, atinge quase os 9 milhões. A estrutura da população ativa muda radicalmente. Em 1960, 63% da população trabalhava na agricultura, 11% na indústria mineral e 26% no setor dos serviços. Vinte anos mais tarde, as proporções alteram-se da seguinte forma : 34% na agricultura, 23% no setor industrial e mineral e 43% no setor de serviços. O país possui 600.000 trabalhadores na indústria em 1963, 1,3 milhões em 1973 e 3 milhões em 1980, dos quais metade são operários qualificados. São submetidos a um grau extremo de exploração: em 1980, o custo salarial do trabalhador coreano representa um décimo do custo de um trabalhador alemão, 50% do custo do trabalhador mexicano e 60% do custo do trabalhador brasileiro.Um dos ingredientes do milagre coreano é a sobre-exploração de mão de obra industrial. A semana de trabalho coreana é a mais longa no mundo. Não há um salário mínimo legal. Após o desmantelamento do Conselho Geral dos Sindicatos Coreanos (GCKTU), entre 1946 e 1948, os assalariados nunca mais tiveram direito a um sindicato a sério. O regime de Syngman Rhee criou, em 1946, com o apoio dos Estados Unidos e da central sindical americana (AFLCIO), a Federação Coreana de Sindicatos (FKTU), a única confederação sindical legal na Coreia do Sul até aos anos noventa. A FKTU é apenas uma correia de transmissão da ditadura e do patronato. A classe operária é amordaçada pelo menos até aos anos oitenta.Além da classe operária industrial, surgem outros atores sociais. Há 100.000 engenheiros e 130.000 técnicos em 1980. A população com frequência universitária explode: há quase um milhão de estudantes universitários em 1980.Décima primeira constatação: A estrutura social, entre 1960 e 1980, mudou profundamente, aproximando-se da estrutura dos países industrializados.Décima segunda constatação: A ditadura impede a classe operária de formar sindicatos e reprime-a fortemente. Um dos ingredientes do “milagre” coreano é a sobre-exploração de trabalhadores.Da ditadura de Park Chung Hee à de Chun Doo Hwancs-ditadura-Chun-Doo-Hwan.jpg
    Ao longo da ditadura de Park, apesar da repressão, ocorrem com regularidade grandes movimentos de protesto, tendo aí os estudantes um papel preponderante. É o caso das grandes manifestações de 1965 contra a assinatura do tratado entre o Japão e a Coreia e, em 1972, contra a lei marcial e a proclamação da nova Constituição que dá ao ditador o direito de permanecer no poder até à sua morte.As manifestações estudantis, duramente reprimidas, em outubro de 1979, na cidade de Pusan, dão início a uma crise de regime, que termina com o assassinato de Park Chung Hee, em 26 de outubro. Park cai sob as balas do seu colaborador mais próximo, Kim Jae Kyu, na ocasião diretor da KCIA (agência central sul coreana de informação). Uma grande manifestação estudantil em Pusan, em 16 de outubro, degenerou em confrontos com a polícia no dia seguinte. O governo de Park decretou, de imediato, o estado de sítio na cidade, enviando uma divisão de infantaria. Apesar dessa medida, as manifestações estenderam-se a outras cidades, tal com Massan, uma cidade industrial onde se encontram diversas empresas exportadoras. Inúmeros operários aderiram às ações de rua e Park também declarou o estado de sítio nessa cidade. Durante quatro dias de confrontos, 4.207 pessoas foram presas; as manifestações estudantis estenderam-se à capital Seul url=http://voyager1.net/economia/o-mito-sul-coreano/#nb25]25[/url e o chefe da KCIA achou que ao desembaraçar-se de Park seria possível salvar a situação.No dia seguinte à morte do general Park, o exército divide-se: há um setor que deixa antever uma certa “liberalização” do regime. As mobilizações continuam. No início de dezembro de 1979, a maior parte dos presos políticos é libertada (alguns cumpriam longas penas de prisão). Em 12 de dezembro, há uma grande encenação, o major-general Chun Doo Hwan é bem sucedido ao levar a cabo um golpe no seio do exército. Prende o seu principal rival, o general Chingle, e fica com o controle total do exército. As mobilizações prosseguem e, em 14 de abril de 1980, Chun Doo Hwan é nomeado diretor da KCIA, mantendo-se como chefe do exército. As mobilizações continuam.O regresso à ditadura militar dá-se a 18 de maio de 1980. É levada a cabo uma repressão brutal: todos os dirigentes da oposição são presos. A situação provoca grandes explosões sociais, sendo o ponto alto a insurreição urbana de Kwangju.Imediatamente após a proclamação da nova lei marcial, em 18 de maio de 1980, milhares de estudantes da Universidade de Chonam, em Kwangju, saem à rua. Regimentos de paraquedistas são enviados e assassinam diversos manifestantes à baioneta, entre eles havia jovens mulheres. No dia seguinte, mais de 50.000 pessoas começam a fazer frente aos soldados. No decorrer dos combates mais de 260 pessoas foram mortas. Depois de quatro dias de luta violenta, o número de insurretos alcançou os 200.000 numa cidade de aproximadamente 750.000 habitantes. Os insurretos conseguem, por fim, controlar totalmente a cidade. As estações de rádio são incendiadas por manifestantes revoltados pelo fato de nenhuma notícia ter sido dada sobre o conflito, devido à censura imposta pela lei marcial. Os insurretos apoderam-se das armas abandonadas pelas tropas e organizam-se em comités de controlo e de administração da cidade. Em 23 de maio, é a província de Cholla, no sul da Coreia, que fica totalmente nas mãos dos estudantes e da população insurgente. Os estudantes de Kwangju apoderam-se de ônibus, de caminhões e de armas de mão; conquistam cidade após cidade, permitindo assim a expansão do movimento. Enquanto novas tropas governamentais se aproximam de Kwangju, os manifestantes constituem um comité de crise para negociar com as autoridades responsáveis de impor a lei marcial. Exigem que as autoridades peçam desculpa ao povo de Kwangju pelas atrocidades cometidas, que paguem indemnizações pelos feridos e mortos, que não exerçam represálias após o sucedido, que os chefes militares não retirem as tropas antes de entrar em vigor um novo regulamento. Apesar das negociações, as tropas, aproximadamente 17.000 homens, tomam de assalto a cidade na madrugada de dia 27 de maio e ocupam-na. O número de mortos, do lado dos estudantes e dos habitantes da cidade, ultrapassa as centenas url=http://voyager1.net/economia/o-mito-sul-coreano/#nb26]26[/url. A repressão ocorreu com a cumplicidade do exército americano e de Washington url=http://voyager1.net/economia/o-mito-sul-coreano/#nb27]27[/url. Nos meses subsequentes, a repressão atingiu todo o país. Segundo um relatório oficial, datado de 9 de fevereiro de 1981, mais de 57.000 pessoas foram presas durante a “Campanha de purificação social”,realizada a partir do verão de 1980. Entre essas, aproximadamente 39.000 foram enviadas para campos militares para serem submetidas a “uma reeducação física e psicológica” url=http://voyager1.net/economia/o-mito-sul-coreano/#nb28]28[/urlEm fevereiro de 1981, o ditador Chun Doo Hwan foi recebido na Casa Branca pelo novo presidente dos Estados Unidos, Ronald Reagan url=http://voyager1.net/economia/o-mito-sul-coreano/#nb29]29[/url.[box type=”shadow” align=”” class=”” width=””]Washington permitiu os massacre de maio de 1980cs-massacre-de-Kwangju.jpgAs forças armadas da República da Coreia foram colocadas sob o comando conjunto americano-coreano e este sob controlo do comandante em chefe das forças norte-americanas na Coreia do Sul. Apenas o comando da guarnição da capital e um setor dos paraquedistas, colocados sob a autoridade direta do presidente, escapam a essa regra. O grosso das forças armadas da República da Coreia não podem ser mobilizadas sem a permissão do comandante em chefe das forças dos Estados Unidos. Quando da revolta de Kwangju, em maio de 1980, as tropas da guarnição da capital eram utilizadas para manterem a ordem em Seul e as unidades de paraquedistas foram enviadas para Kawangju. Se, nesse momento, tivesse havido novas revoltas – de amplitude igual ou superior à revolta de Kwangju – o governo não lhes poderia ter feito frente: não tinha forças de reserva sob sua tutela direta. É, por isso, que o governo dos Estados Unidos, em resposta a uma solicitação do governo sul-coreano, colocou rapidamente uma parte das tropas à disposição do comando conjunto. O envio a Kwangju da 31º divisão, em 19 de maio, só foi possível por essa razão. Além disso, no momento do ataque final, quatro regimentos – 7.800 homens – foram retirados do comando conjunto para serem enviados para Kwangju. Mais, o porta-aviões americano Coral Sea, que estava a caminho do Médio Oriente, recebeu ordens para rumar em direção à península coreana. Quando os estudantes de Kwangju enviaram uma mensagem desesperada ao presidente Jimmy Carter url=http://voyager1.net/economia/o-mito-sul-coreano/#nb30]30[/url para lhe solicitarem que interviesse em defesa dos seus direitos, os Estados Unidos ignoraram o pedido sob pretexto « de que não tinha sido transmitido através dos  canais oficiais ».Mas o que são os « canais oficiais » no caso de uma cidade sitiada? O Washington Post, na edição de 1 de junho de 1980, informa que um importante funcionário americano declarou : « Não é uma questão de direitos humanos. É uma questão de interesse nacional dos Estados Unidos, no que diz respeito à realização e manutenção da estabilidade no nordeste da Ásia » . De sublinhar que o governo japonês também alinhou ao lado de Chun Doo Hwan contra o povo coreano.[/box]Décima terceira constatação: Um movimento social forte, tendo à frente estudantes, enfrenta a ditadura. Após o assassinato de Park (em outubro de 1979) e um curto interregno democrático, uma nova ditadura feroz instala-se e inicia uma repressão sangrenta, em maio de 1980, sustentada por WashingtonTóquio.A política econômica do ditador Chun Doo Hwan (1980-1987)Depois do assassinato do ditador Park Chung Hee, em 1979, e de a ditadura do general Chun Doo Hwan se instalar no poder, a orientação económica não muda substancialmente. A Coreia, que se endividara muito nos anos setenta junto de bancos estrangeiros e, sobretudo, a taxas variáveis, sofre mais duramente do que os outros PED o choque provocado pela alta brutal das taxas de juro principalmente porque contraiu empréstimos a taxas variáveis. Em 1983, a Coreia do Sul surge em quarto lugar na lista dos países mais endividados em números absolutos. Fica apenas atrás do Brasil (98 mil milhões de dólares), do México (93 mil milhões) e da Argentina (45 mil milhões). No entanto, mais uma vez a sua posição geoestratégica permite-lhe um tratamento diferenciado em relação aos outros países em desenvolvimento. O Japão vem em seu socorro, concedendo-lhe 3 mil milhões de dólares (a título de reparações de guerra), utilizados para manter o reembolso da dívida aos banqueiros japoneses. Isso evita ter de apelar ao FMI e vergar-se perante condições draconianas url=http://voyager1.net/economia/o-mito-sul-coreano/#nb31]31[/url. Por outro lado, o governo japonês evita a falência de alguns dos seus bancos e obtém da Coreia do Sul maiores facilidades de investimento.Décima quarta constatação: Ao contrário da versão do Banco Mundial, o recurso em massa ao endividamento externo junto de bancos privados não foi muito oneroso para a Coreia do Sul. Se não possuísse uma posição geoestratégica de primeira importância aos olhos dos Estados Unidos e do Japão, teria tido a mesma sorte de países como a Argentina, o Brasil e o México, que tiveram de se submeter às condições do FMI. Como veremos em seguida, a Coreia do Sul pode prosseguir numa via de desenvolvimento parcialmente independente até aos anos noventa.A Coreia é também afetada pelo segundo choque petrolífero de 1979 (alta dos preços de petróleo provocada pela revolução iraniana e a deposição do Xá), mas absorve o golpe. O controle autoritário da economia foi mantido: o governo impõe às indústrias a produção de determinados produtos em vez de outros. Decide reestruturar a indústria de produção de veículos de transporte e encarrega dois chaebols de produzirem automóveis.O Banco Mundial opõe-se a essa orientação e recomenda que a Coreia abandone a produção de veículos acabados, concentrando-se na produção de peças avulsas destinadas à exportação. O Banco explica que os veículos coreanos não serão vendidos.As autoridade coreanas mantêm o rumo: em meados dos anos oitenta, a empresa coreana Hyundai(controlada a 100% por capitais privados coreanos, apoiada pelos poderes públicos) consegue exportar os seus veículos para os Estados Unidos e conquistar parcelas substanciais de mercado!Nessa época, o Banco tinha definitivamente virado a página das concessões feitas ao modelo de industrialização por substituição de importações. Em 1981, durante a administração Reagan, os últimos economistas favoráveis à intervenção do Estado são substituídos por neoliberais puros e duros, sendo Anne Krueger a economista chefe. Alguns anos antes, Krueger tinha escrito um livro sobre a Coreia para mostrar a superioridade da substituição de exportações sobre a substituição de importações url=http://voyager1.net/economia/o-mito-sul-coreano/#nb32]32[/url.A vontade de Seul de produzir automóveis para exportação constitui uma manobra agressiva de substituição de exportações e, em princípio, deveria ser muito apoiada pelo Banco. Não é o caso porque a decisão de Seul ameaça a indústria automobilística dos Estados Unidos. O limite da grande flexibilidade dos economistas do Banco é de imediato alcançado quando os interesses dos Estados Unidos estão em jogo.Décima quinta constatação: o regime de Chun Doo Hwan mais uma vez recusa seguir as recomendações do Banco Mundial e ganha a sua aposta contra o Banco. No entanto, o Banco mantém o seu apoio à ditadura porque quer influenciá-la a qualquer preço. Por sua vez, os Estados Unidos começam a desconfiar do apetite das empresas sul-coreanas.A caminho do fim da ditadura de Chun Doo Hwan (1980-1987)cs-protestos-anos-80.jpg
    Em 1979-1980, os operários tentam constituir sindicatos em muitas empresas. O objetivo é a formação de sindicatos “independentes”, desafiando abertamente a política de colaboração da direção da FKTU, em que todos são obrigados a filiar-se por imposição da lei. Na sequência da repressão lançada por Chun Doo Hwan, uma centena de secções locais da FKTU é dissolvida, 191 operários contratados são despedidos e alguns são enviados para a prisão.Nesse movimento de criação de sindicatos independentes, a força motriz era personalizada pelos jovens, operários ou estudantes contestatórios, que escolheram ingressar em fábricas para prosseguirem a luta política iniciada na universidade.O movimento estudantil começou a autonomizar-se em 1983-1984 e passou tanto por um processo de radicalização como por uma politização profunda. Desde o início de 1986 até maio de 1986, 166.000 estudantes participaram em manifestações url=http://voyager1.net/economia/o-mito-sul-coreano/#nb33]33[/url. A importância do movimento nas Universidades url=http://voyager1.net/economia/o-mito-sul-coreano/#nb34]34[/url reflete-se no fato dos estudantes serem a grande maioria dos presos políticos (em 1300 presos políticos, 800 eram estudantes).Nas fábricas, os operários retomam o combate a partir de 1985. Pela primeira vez, uma greve importante é convocada num chaebol, na empresa Daewoo Motors. A greve é um grande sucesso e um novo sindicato independente é criado.Em 12 de fevereiro de 1986, foi lançada, em Seul, uma campanha de assinaturas pelo Novo Partido Democrático da Coreia (NKDP) para alterar a Constituição (o objetivo era instituir a eleição direta do presidente, em vez de a eleição ser feita por um colégio eleitoral). Uma série de protestos, nos meses seguintes, mobilizam dezenas de milhares de manifestantes nas principais cidades do país. Os estudantes participam de forma autônoma no movimento democrático com palavras de ordem radicais, tais como ‘Abaixo a ditadura militar’, ‘Contra a presença de 40.000 soldados americanos no país’ e por uma ‘Constituição popular’.Em 29 de setembro de 1986, o regime cerca Seul com 50.000 polícias para impedir as manifestações do NKPD. É aplicada a força estatal contra a oposição, mas essa política fracassa porque as reivindicações democráticas são transversais a todas as camadas sociais. As negociações entre a oposição e a ditadura sobre os procedimentos eleitorais resultam em nada. O governo fica fragilizado após o assassinato de um estudante numa esquadra. Nesse momento, todas as forças de oposição, inclusive a nova coligação que surge da cisão do NPKD, convocam uma manifestação para 10 de junho de 1987. Na véspera, a polícia tinha interpelado 3.000 pessoas, tinha posto em prisão domiciliária 140 dirigentes da oposição e tinha deslocado dezenas de milhares de policiais. De nada adiantou: em 10 de junho de 1987 e nos dias seguintes, os protestos estendem-se por todo o país. Os confrontos atingem um tal nível que o regime começa a recuar: a eleição direta do presidente é instituída url=http://voyager1.net/economia/o-mito-sul-coreano/#nb35]35[/url. Dessa vez, Washington acabou por pressionar para que a ditadura fizesse concessões.Nas fábricas, o movimento não se limita à questão eleitoral.Os trabalhadores sul-coreanos aproveitam a brecha aberta pela vitória do movimento de massas, em junho de 1987, em que os estudantes foram ponta de lança.No verão de 1987, a Coreia do Sul é varrida por uma onda de greves sem precedentes. Entre 17 de julho e 25 de agosto, contabilizam-se 1064 conflitos laborais url=http://voyager1.net/economia/o-mito-sul-coreano/#nb36]36[/url contra uma média anual de 200 conflitos durante os dez anos precedentes url=http://voyager1.net/economia/o-mito-sul-coreano/#nb37]37[/url. Todos os setores da economia são afetados, inclusive os chaebols (24.000 operários do estaleiro naval da Hyundai, 15.000 trabalhadores das minas de carvão, etc.). As lutas são marcadas por uma forte combatividade: ocupação de empresas e até de locais de direção, bloqueio das vias férreas e de estações, recusa da tática patronal do lock-out… Os conflitos levam a aumentos salariais significativos e ao reconhecimento de sindicatos independentes e democráticos.Em 1988, existem já 2.799 sindicatos democráticos. Em 1989, esse número ultrapassa os 7.000. Em janeiro de 1990, funda-se o Congresso de Sindicatos Coreanos (KCTU). que se transforma, anos mais tarde, na Confederação dos Sindicatos Coreanos. No entanto, até ao ano 2000, a criação de uma confederação sindical é um ato ilegal.No plano político, em 1988, realizam-se, pela primeira vez, eleições diretas na Coreia. Mas, a oposição está dividida e apresenta três candidatos diferentes, “os três Kim”: Kim YoungsamKim Daejung e Kim Jongpil. O general Roh Taewoo é eleito, apoiado pelo presidente cessante, que tinha estado a seu lado durante o golpe de 1979 e durante o massacre de Kwangju em maio de 1980.Décima sexta constatação: Pressionada por todos os lados por movimentos de contestação, num contexto em que uma classe operária jovem e combativa está em ascensão, a ditadura faz concessões à oposição e organiza as primeiras eleições livres. Washington acaba por pressionar nesse sentido. Face à divisão da oposição, o candidato da ditadura ganha as eleições, mas a luta aumenta nas fábricas.A reviravolta nos anos noventaA partir dos anos oitenta e até meados dos anos noventa, a Coreia acumula sucessos em termos de produção industrial : da construção de tratores a produtos de informática, passando pelos estaleiros navais (a Coreia torna-se, nos anos oitenta, na segunda construtora mundial de navios, ultrapassada apenas pelo Japão). A Coreia consegue concorrer com as multinacionais norte-americanas e europeias em diversos setores.Durante o mesmo período, a China torna-se um parceiro de Washington, deixando de apoiar os movimentos que, em diversos países, ameaçavam a estabilidade dos aliados dos Estados Unidos, e entra no Banco Mundial em 1980. Por outro lado, Moscou, sob a presidência de Gorbatchev, assina acordos geoestratégicos, no final dos anos oitenta, com Washington; o muro de Berlim cai em 1989 e a URSS implode em 1992. A Guerra Fria chega ao fim.A situação político-militar, a nível internacional, herdada da Segunda Guerra Mundial, da vitória da Revolução Chinesa de 1949 e da Guerra da Coreia de 1950-1953, muda profundamente. Washington considera que a partir desse momento é melhor não teimar em sustentar ditaduras que vivem confrontadas com poderosos movimentos sociais de oposição. Perante movimentos dispostos a irem até às últimas consequências, é melhor ceder (como em 1987) e salvar o fundamental : as relações privilegiadas com o regime que substitui a ditadura. Além disso, é mais eficaz ter um governo democrático para aplicar a agenda neoliberal, porque isso evita ter de enfrentar a união entre a oposição democrática e os movimentos sociais que se opõem ao neoliberalismo.Em 1992, na sequência da fusão entre o partido no poder e os dois partidos da oposição, Kim Youngsam, antigo opositor moderado, é eleito com o apoio de Roh Taewoo. Kim Youngsam é o primeiro presidente civil após 32 anos. No entanto, depende do apoio dos militares e se alinha, de forma determinada, ao lado de Washington url=http://voyager1.net/economia/o-mito-sul-coreano/#nb38]38[/url. Enfim, a sua agenda é claramente neoliberal.A Coreia ocupa hoje uma posição militar estratégica, porém os Estados Unidos, que mantêm 37.000 soldados no país, consideram não ser necessário dar tanto espaço de manobra ao apetite econômico da Coreia do Sul. É preciso dimensionar modestamente as suas pretensões. Washington pressiona a Coreia e utiliza diversos instrumentos diferentes, entre os quais proteções tarifárias nos Estados Unidos contra produtos coreanos. Pede à Coreia que siga as recomendações do Banco Mundial e do FMI e obtém um ganho parcial. O relatório da missão enviada à Coreia pelo FMI, em novembro de 1996, e as atas de um debate entre dirigentes do FMI provam isso mesmo. Eis alguns extratos :1) Sobre a supressão das barreiras alfandegárias e de outras formas de limitar as importações: “A partir de 1994, as autoridades desmantelaram progressivamente os obstáculos à importação e reduziram as tarifas alfandegárias conforme estabelecido nos Acordos do Uruguai Round url=http://voyager1.net/economia/o-mito-sul-coreano/#nb39]39[/url. A concessão de licenças para importação passa a ser, a partir desse momento, automática, salvo para um pequeno número de produtos que podem ameaçar a saúde ou a segurança públicas” url=http://voyager1.net/economia/o-mito-sul-coreano/#nb40]40[/url.2) Sobre as privatizações : « Ao longo dos dez primeiros anos as autoridade aplicaram parcialmente dois programas de privatização de empresas públicas. O programa posto em prática em dezembro de 1993 previa, durante o período 1994-1998, a privatização de 58 das 113 empresas públicas. Em meados de 1996, dezasseis empresas tinham sido privatizadas » |41|.3) Sobre a liberalização dos movimentos de capitais : « os administradores do FMI congratularam-se com a liberalização recente dos movimentos de capitais. Embora alguns administradores tenham subscrito um processo progressivo nessa área, outros consideram que uma liberalização rápida e integral oferecia inúmeras vantagens na fase de desenvolvimento económico em que a Coreia se encontrava ».Décima sétima constatação: A partir da segunda metade dos anos oitenta, num contexto de fim da Guerra Fria, Washington modificou progressivamente a sua política em relação às ditaduras aliadas. Essa reviravolta ocorreu no Brasil na segunda metade dos anos oitenta, nas Filipinas, em 1986, na Coreia do Sul, em 1987, aconteceu também na década seguinte na África do Sul, em 1994, na Indonésia, em 1998, e progressivamente no Chile. Do ponto de vista dos Estados Unidos, o balanço foi positivo, sendo os seus interesses essenciais salvaguardados. De facto, o que teria acontecido com os Estados Unidos se tivessem teimado em apoiar todas as ditaduras aliadas, que estavam sob pressão dos movimentos populares ? Essa reviravolta não foi geral. Em relação aos países árabes, Washington manteve o seu apoio às ditaduras, começando pela Arábia Saudita.A crise económica asiática de 1997 e as suas consequênciascs-crise-1997.jpg
    Entre 1990 e 1996, os trabalhadores sul-coreanos conseguiram através das suas lutas um aumento de 66% do salário real url=http://voyager1.net/economia/o-mito-sul-coreano/#nb42]42[/url. Impressionante. A agenda neoliberal esbarra na Coreia do Sul, como em todo lado, contra a resistência dos trabalhadores. Em dezembro de 1996, foi convocada a primeira greve geral no país desde 1948. Os trabalhadores opõem-se a um reforma do código do trabalho, que facilitaria as demissões. Após 24 dias de greve, obtiveram uma vitória : a reforma do código do trabalho é abandonada e a KCTU sai fortalecida do episódioAs vitórias importantes dos trabalhadores são postas em causa pela crise que ocorre em 1997. O patronato consegue a sua vingança.Além disso, o que os Estados Unidos e as outras potências industriais conseguiram obter através das negociações até 1996 foi potenciado pela crise de 1997, provocada por uma vaga especulativa de ataques contra as moedas do sudeste asiático e da Coreia. Essa especulação é facilitada pelas medidas de liberalização de movimentos de capitais mencionadas acima. Essa crise, originada nos países do sudeste asiático (a Tailândia é a primeira a sofrer) afeta brutalmente a Coreia do Sul a partir de novembro de 1997. Entre novembro de 1997 e 8 de janeiro de 1998, a moeda coreana, o won, desvaloriza-se 96,5% em relação ao dólar americano. Em dezembro de 1997, o governo de Seul submete-se às condições impostas pelo FMI (a Malásia recusou a fazer o mesmo) url=http://voyager1.net/economia/o-mito-sul-coreano/#nb43]43[/url.Uma verdadeira rearrumação é posta em prática; o encerramento de inúmeros estabelecimentos financeiros, demissões em massa, autonomia do banco central em relação ao governo, aumento brutal das taxas de juro (o que empurra a indústria local e os trabalhadores para a recessão), abandono de grandes projetos de investimento, desmantelamento de alguns grandes grupos coreanos (os chaebols), venda de determinadas empresas às multinacionais de países mais industrializados. Modificação e adoção do código do trabalho coreano, que tinha sido abandonado após a greve geral de janeiro de 1996. Essa modificação permitiu demissões em massa. A cura neoliberal imposta à Coreia é radical. O país entra numa recessão profunda (queda de 7% do PIB em 1998).Todos os empréstimos concedidos pelo FMI, pelo Banco Mundial e pelos bancos privados incluem um prêmio de risco. Portanto, essas instituições colhem frutos extremamente rentáveis no momento do reembolso. Dezenas de milhares de dólares emprestados à Coreia são utilizados imediatamente para capitalizar os bancos. Todos os participantes do plano de “resgate” são reembolsados graças ao rendimento das exportações e aos cortes da despesa pública. Uma parte crescente das receitas fiscais serviram para pagar a dívida externa. A dívida pública da Coreia cresceu de maneira espetacular devido ao facto de o Estado assumir as dívidas das empresas privadas. A dívida pública, que representava 12% do produto interno bruto antes da crise, quase duplicou em percentagem, passando para 22,2% em finais de 1999.O aumento da dívida pública serve de pretexto para mais cortes nas despesas sociais e para aprofundar ainda mais o programa de privatizações e de abertura a capital estrangeiro.As medidas impostas visavam impor também uma derrota aos trabalhadores coreanos, cujas organizações tinham sido fortalecidas nos anos anteriores. Após a crise, em 1998, o salário real coreano baixou 4,9%.Do mesmo modo, o aprofundamento das medidas de abertura comercial atingem profundamente os camponeses sul-coreanos, que fazem aumentar as formas de resistência no país e passam a enviar com regularidade delegações de manifestantes ao estrangeiro quando ocorrem reuniões da Organização Mundial do Comércio (OMC) : Cancun em setembro de 2003 e Hong-Kong em dezembro de 2005.Para o Banco Mundial, a Coreia é hoje um país desenvolvido. Mas ainda há muitas lutas a serem travadas.Tradução: Maria da Liberdade
    Publicação original em Coreia do Sul: o milagre desmascarado
    [author title=”Eric Toussaint” image=”http://www.cadtm.org/local/cache-vignettes/L200xH200/auton5-c93f5.png”]docente na Universidade de Liège, é o porta-voz do CADTM Internacional.É autor do livro Bancocratie, ADEN, Bruxelles, 2014,Procès d’un homme exemplaire, Editions Al Dante, Marseille, 2013; Un coup d’œil dans le rétroviseur. L’idéologie néolibérale des origines jusqu’à aujourd’hui, Le Cerisier, Mons, 2010. É coautor com Damien Millet do livro A Crise da Dívida, Auditar, Anular, Alternativa Política, Temas e Debates, Lisboa, 2013; La dette ou la vie, Aden/CADTM, Bruxelles, 2011.Coordenou o trabalho da [Comissão para a Verdade sobre a dívida pública> 11511], criada pela presidente do Parlamento grego. Esta comissão funcionou sob a alçada do Parlamento entre Abril e Outubro de 2015. Após a sua dissolução, anunciada a 12/11/2015 pelo novo presidente do Parlamento grego, a ex-Comissão prosseguiu o trabalho sob o estatuto legal de associação sem fins lucrativos. [/author]Notas|1| Bong-Young Choy, A History of the Korea Reunification Movement : Issues and Prospects. Bradley University, Peoria, 1984.|2| Roy E. Applemanb, South to the Naktong, North to the Yalu, Washington, 1961, p. 18.0|3| Os Estados Unidos obtêm mandato da ONU para intervirem na Coreia do Norte. O corpo expedicionário comandado por Washington é composto por soldados de dezasseis países. Como é que o Conselho de Segurança da ONU chega a esse ponto, se a China e a União Soviética são membros permanentes com direito de veto ? Desde a exclusão da China do Conselho de Segurança e das Nações Unidas, depois da vitória da revolução chinesa, é o representante do regime anticomunista de Taiwan, dirigido pelo
  • “NAZIFASCISMO É DE ESQUERDA”? A FALÁCIA BIZARRA QUE AFRONTA NÃO SÓ A HISTÓRIA, MAS TAMBÉM A FILOSOFIAO fascismo é um projeto reacionário a serviço do capitalismo monopolista, do status quo e das hierarquias, o que o torna totalmente oposto a qualquer vertente socialista.FILOSOFIAGERAL
    5b36f4582fa45fe864b30a92809d290b?s=26&d=monsterid&r=gPor Roni Pereira Última Atualização mar 22, 2017
    nazifascismo-direita-filosofia-capa-750x430.png
     24,036  49 196.002“Se a interpretação pragmática da ‘XI tese’ [‘Os filósofos até hoje interpretaram o mundo; trata-se de transformá-lo’] fosse legítima, Marx seria o teórico do fascismo e não do comunismo. Para as concepções fascistas os problemas se põem na ação e se resolvem pela ação. Trata-se de um pressuposto irracionalista que está plenamente de acordo com as propostas políticas do fascismo, que se baseiam na manipulação das massas pelos ‘grandes chefes”. – Adelmo Genro Filho, jornalista. url=http://voyager1.net/filosofia/o-nazifascismo-e-de-direita-uma-abordagem-filosofica/#1]1[/urlIntroduçãoNas redes sociais é cada vez mais comum nos deparamos com um “argumento” inusitado: “O nazismo é de esquerda“. O finado filósofo Umberto Eco citou, certa vez, em entrevista, um dos lados ruins da internet“O drama da Internet é que ela promoveu o idiota da aldeia a portador da verdade”, afirmou o intelectual.Como muita gente segue a famosa máxima “se está na internet, é porque é verdade”, uma mentira qualquer pode ser rapidamente disseminada nas redes sociais como se fosse “verdade”.Facções políticas (à esquerda e à direita), através de blogs e sites obscuros, têm se aproveitado disso para disseminar factoides e fraudes históricas com o intuito de demonizar o outro lado.Listar todas as mentiras desses grupos daria um livro (e eu ainda correria o risco de ser acusado de omissão), por isso vou me ater a somente uma fraude histórica que é muito disseminada pela direita e extrema-direita para demonizar o outro lado do espectro político: “nazi-fascismo é de esquerda”.Não vou aqui rebater essa fraude com argumentos políticos e econômicos. Esses tipos de refutação são fartamente encontrados na internet. A perspectiva adotada aqui será filosófica.O fascismo antes do podernazifascimo-direita-filosofia-marcha.pngMarcha dos camisas negras sobre Roma.O regime fascista é fácil de ser identificado quando se está em forma de Estado. No entanto, a coisa complica quando busca identificar sua gênese filosófica e política antes de alcançar o poder. O discurso político do fascismo nunca revela inteiramente sua natureza.Por exemplo: o integralismo, versão tupiniquim do fascismo, surgiu com propostas claramente conservadoras e reacionárias. Por outro lado, na Europa o fascismo emerge com propostas “de esquerda”.O programa fascista italiano, por exemplo, defendia propostas reformistas do capitalismo e o programa nacional-socialista chegou a propor “participação dos trabalhadores nos lucros das grandes empresas”.
    Para compreender essa “confusão”, e para desmascarar esse suposto esquerdismo, vou adotar a advertência de Palmiro Toggliati: nunca se deve considerar o fascismo como “algo fixo, esquema ou modelo”. url=http://voyager1.net/filosofia/o-nazifascismo-e-de-direita-uma-abordagem-filosofica/#2]2[/urlAnticapitalismo de direita?nazifascismo-direita-filosofia-anti-capitalismo.png
    A Europa pós-Primeira Guerra ficou marcada, também, pela ascensão de movimentos anticapitalistas (ou que se diziam anticapitalistas), tanto à esquerda quanto à direita. O nome “socialismo”, que nunca foi de pertencimento exclusivo do marxismo, entrou na moda e foi adotado também por movimentos e intelectuais de direita, mas com uma concepção totalmente diferente.O direitista Werner Sombart, economista e sociólogo alemão, elaborou um conceito de “socialismo nacional” ou “socialismo alemão”. Ele entendia esse socialismo como pragmático e contrário ao materialismo proletário do marxismo.Outro exemplo clássico de “socialismo direitista” foi elaborado por Oswald Spengler através do conceito de “socialismo prussiano”, em que ele busca formular um socialismo “livre do marxismo”.Ambos os movimentos nunca defenderam abolição de propriedade privada. Spengler chegou a dizer que “o marxismo é o capitalismo da classe trabalhadora e não o verdadeiro socialismo”.Em um momento em que o anticapitalismo estava em alta, parte da direita europeia fora influenciada por esses intelectuais e passou a se distanciar do conservadorismo tradicional.O insuspeito economista Friedrich Hayek revela a existência de “anticapitalistas de direita” na obra O Caminho da Servidão (o livro mais citado e o menos lido entre supostos liberais na internet):“Foi a união das forças anticapitalistas da esquerda e da direita, a fusão do socialismo radical e do socialismo conservador, que destruiu na Alemanha tudo quanto ali havia de liberal”, escreveu o guru Hayek, na página 164. url=http://voyager1.net/filosofia/o-nazifascismo-e-de-direita-uma-abordagem-filosofica/#3]3[/urlAinda mais surpreendente é o guru da nossa “nova direita”, o economista austríaco Ludwig von Mises, admitir que sim, o fascismo é de direita, no caso uma “direita hegeliana”:“Georg Wilhelm Friedrich Hegel, o famoso filósofo alemão, deu origem a duas escolas — os hegelianos de “esquerda” e os hegelianos de “direita”. Karl Marx era o mais importante dos hegelianos de “esquerda”. Os nazistas vieram da “direita” hegeliana”. Mises, O Livre Mercado e Seus Inimigos, página 20 url=http://voyager1.net/filosofia/o-nazifascismo-e-de-direita-uma-abordagem-filosofica/#4]4[/urlFica aqui registrado que a dicotomia “esquerda = anticapitalista x direita = capitalismo” não existia (pelo menos enquanto discurso político) na Europa pós-Primeira Guerra, durante a ascensão do nazi-fascismo.Então voltemos ao “socialismo de direita”.O “socialismo prussiano” de Spengler influenciou o nazismo. O fundamental princípio deste “socialismo” pode ser sintetizado em uma frase dele: “O significado do socialismo é que a vida não é controlada pela oposição entre ricos e pobres, mas pelo grau que a conquista e o talento conferem, que é a nossa liberdade, a liberdade do despotismo econômico do indivíduo”. url=http://voyager1.net/filosofia/o-nazifascismo-e-de-direita-uma-abordagem-filosofica/#5]5[/url Quanta ‘pelegagem’, não?Também é bom citar o “Movimento Conservador Revolucionário” (paradoxal, eu sei), um movimento político direitista e alemão do início do século XX, que foi claramente influenciado por ideais anticapitalistas, especificamente pelo socialismo prussiano. url=http://voyager1.net/filosofia/o-nazifascismo-e-de-direita-uma-abordagem-filosofica/#6]6[/urlA adoção de um discurso anticapitalista, portanto, não torna o fascismo de esquerda.Plágio e anti-emancipação liberalOs fascistas adaptaram o nome e os símbolos dos revolucionários de esquerda. O nome “Partido Nacional Socialista dos Trabalhadores”, de Adolf Hitler e a instituição do “Primeiro de Maio” como feriado nacional em 1933 são os exemplos mais emblemáticos.Mas o nazi-fascismo tem aspectos opostos à extrema-esquerda, o que o torna contrarrevolucionário. O historiador Eric Hobsbawm explica que os fascistas invocavam valores tradicionais, apesar de não serem tradicionalistas. A retórica ultradireitista era de retorno a um passado tradicional, que supostamente seria melhor que aquele presente.No discurso político do fascismo também encontra-se oposição à emancipação liberal (como direitos das mulheres), uma forma escancarada de conservadorismo.A esquerda revolucionária, por outro lado, apesar de rejeitar o regime político liberal (como a democracia), não rejeitava essa emancipação: a União Soviética, por exemplo, foi pioneiro em relação aos direitos das mulheres.O fascismo no podernazifascismo-direita-filosofia-no-poder.png
    No poder, o fascismo revelou sua verdadeira face: uma tendência ao capitalismo monopolista, que se desenvolve na fase imperialista. Isso fica evidenciado com as alianças que os fascistas fazem quando chegam ao poder: setores reacionários da sociedade alemã e italiana, grandes empresários da indústria monopolista e os bancos.Surge um pacto em que o Estado fascista passa a ser financiado pelos grandes capitalistas para manutenção da “ordem social” e conter o “perigo vermelho” comunista.A “ordem social” pode ser entendida aqui como a vida “racionalmente” organizada pelo capitalismo monopolista. Nesta organização há a tentativa de cooptar os trabalhadores para o “projeto da burguesia” e abafar a luta de classes com a ilusão de que os operários e o empresariado têm identidade de interesses.
    Porém, os trabalhadores dotados de consciência crítica e com interesses e ideias comuns tendem a constituir uma “classe trabalhadora” que se articula contra a organização e “racionalidade” do capitalismo monopolista.O objetivo da esquerda, especialmente o marxismo, era (e é) de despertar essa consciência nos trabalhadores para que pudessem se opor à exploração econômica.Por outro lado, o fascismo busca despertar, politicamente, a “energia negativa” dos trabalhadores para que lutem contra seus próprios interesses, ou seja, em prol da “ordem social” e da hierarquia. Não é por acaso que fazem apologia ao nacionalismo e outras “particularidades estereotipadas” e idealistas.O fascismo objetiva manter a ordem social através do terror e dos mitos. Pode se dizer que essa forma de ultradireita é uma reação violenta a qualquer ameaça ao capitalismo. Por isso o anticomunismo radical. Para os fascistas, as massas devem ser manobradas a colocarem suas energias destrutivas em defesa da ordem social do capitalismo monopolista.O nazifascismo tem horror ao intelectualismo e ao racionalismo. Por isso despreza fortemente a consciência crítica das massas. O objetivo é despertar o irracionalismo e o fanatismo das classes médias e dos setores populares e assim acabar com as fronteiras de classes, seja em prol da nação, do Estado, da raça ou de outras particularidades estereotipadas.Não é por acaso que o fascismo detesta a teoria e se desenvolve pelo primado da ação.Fascismo e União Soviéticanazifascismo-direita-filosofia-sovieticos-berlim.png
    Muito da argumentação falaciosa utilizada pela direita nas redes sociais para equiparar fascismo e comunismo, ou para jogar o fascismo do lado da esquerda, vem de comparações entre Alemanha Nazista e a União Soviética. Da fato, há algumas similaridades entre ambos os regimes. Mas há também diferenças que os tornam inconciliáveis.Por exemplo, tecla-se frequentemente que os regimes nazi-fascista e comunista são idênticos porque pretenderam construir o “homem novo”, mas não se discute quais as propostas de ambos para se alcançar esse objetivo.Ontologicamente o fascismo pretende ser naturalista. Sua proposta para a construção do “homem novo”, além de ser idealista, é de uma perspectiva biológica: não apenas pela educação e cultura, mas também por “fundamentos naturais”, ou seja, a biologia. Não foi por acaso as experiências pseudocientíficas e cruéis praticadas contra judeus.O alcance deste objetivo não será pela história, o que torna a proposta a-histórica. Na verdade, para os fascistas, o natural predomina sobre o histórico.Isso contrapõe a perspectiva marxista. Deixemos o próprio Adolf Hitler falar:”A doutrina judaica do marxismo repele o princípio aristocrático na natureza. Contra o privilégio eterno do poder e da força do indivíduo levanta o poder das massas e o peso-morto do número. Nega o valor do indivíduo, combate a importância das nacionalidades e das raças, anulando assim na humanidade a razão de sua existência e de sua cultura. Por essa maneira de encarar o universo, conduziria a humanidade a abandonar qualquer noção de ordem. E como nesse grande organismo, só o caos poderia resultar da aplicação desses princípios, a ruína seria o desfecho final para todos os habitantes da terra.” url=http://voyager1.net/filosofia/o-nazifascismo-e-de-direita-uma-abordagem-filosofica/#7]7[/urlO caráter profundamente reacionário, nacionalista, naturalista ontológico e de negação abstrata das classes sociais em prol da manutenção do capitalismo monopolista coloca o fascismo como antagonista a qualquer forma de marxismo.Porém, em um ponto pode se encontrar identidade filosófica entre o stalinismo e o fascismo. Ambas correntes políticas possuem um traço naturalista que pressupõe que o destino da humanidade é traçado, de forma objetiva, pelas “leis do desenvolvimento sociais”. Esse naturalismo rejeita o pressuposto marxista da necessidade do “sujeito histórico” e da práxis revolucionária, pois os fins estão fixados por “leis objetivistas”.A diferença é que, enquanto o stalinismo encara o socialismo como dado apriorístico – ou seja, uma tendência naturalista otimista- o naturalismo fascista é pessimista.O nazi-fascista acredita que o destino da humanidade é a desagregação. Somente as elites que conduzem as massas podem evitar esse destino e de forma heroica. Mitos como “nação”, “estado”, “raça” e as próprias “elites” servem como mitos congregadores e têm função educativa.A teoria stalinista também pressupõe a existência de uma “elite socialista” que possa projetar a futura sociedade socialista de acordo com as supostas leis sociais, através de imposições econômicas que agilizem o processo. Esse traço em comum reproduziu semelhantes práticas e discursos políticos em ambos os regimes.“Nacional-socialismo”Outro dos argumentos mais simplistas utilizados por direitistas apela para o nome do partido nazista (“nacional-socialismo”). Conclui-se que o partido era socialista por causa do nome “socialismo” presente. Eles focam no nome “socialismo” e esquecem o nome “nacional”.O “nacional” presente no nome do partido é referente ao nacionalismo nazifascista, aspecto incompatível com o socialismo marxista. O nacionalismo do nazi-fascismo é idealista, portanto rejeita o materialismo histórico do marxismo. A luta de classes também é negada e substituída pela “solidariedade nacional”. As classes sociais devem se unir em prol da nação.Outro aspecto repudiado pelo marxismo, mas que está presente na concepção nacionalista do fascismo, é o imperialismo justificado a partir de um conceito “biológico” do Estado.Para Benito Mussolini, a nação “é um organismo dotado de existência, de um fim, de meios de ação superiores em poderio e em duração aos indivíduos isolados e agrupados que a compõem… Unidade ética, política e econômica, realizam-se integralmente no Estado fascista”.Na Alemanha, surgiu a pregação de que o “organismo” Estado precisava de “espaço vital” que só poderia ser encontrada fora de seu território: ÁustriaDantzigPolônia e Ucrânia foram os alvos do Estado nazista. É uma teoria que justifica o imperialismo.[ads2]ConclusõesApesar de apresentar um discurso “revolucionário”, o fascismo é um projeto reacionário a serviço do capitalismo monopolista, do status quo e das hierarquias. Projeto político antagonista a qualquer vertente de esquerda.Os argumentos de direitistas para tentar enquadrar o fascismo como “projeto de esquerda” não resistem a uma profunda pesquisa. Qualquer historiador minimamente informado sabe disto, o problema é que a desinformação tem se espalhado como água de esgoto pelo mar e enganado muitos leigos. É necessário combater isso.O estudo aprofundado da política nazi-fascista também deixa evidente a necessidade de defender as instituições democráticas para que não passem por uma transformação reacionária rumo ao fascismo.Notasurl=http://voyager1.net/filosofia/o-nazifascismo-e-de-direita-uma-abordagem-filosofica/#jornalista]1[/url GENRO FILHO, Adelmo. Teoria e revolução (proposições políticas e algumas reflexões filosóficas). In: Teoria & Política. São Paulo, Brasil Debates, 1987 n.8. pp.32-53.
    url=http://voyager1.net/filosofia/o-nazifascismo-e-de-direita-uma-abordagem-filosofica/#ou]2[/url TOGLIATTI, Palmiro. Lições sobre o fascismo. São Paulo, 1º vol., Coleção História e Política, Liv, Editorial Ciências Humanas, 1978, p.4.
    url=http://voyager1.net/filosofia/o-nazifascismo-e-de-direita-uma-abordagem-filosofica/#3c]3[/url Disponível em PDF aqui.
    url=http://voyager1.net/filosofia/o-nazifascismo-e-de-direita-uma-abordagem-filosofica/#4d]4[/url Disponível em PDF aqui.
    url=http://voyager1.net/filosofia/o-nazifascismo-e-de-direita-uma-abordagem-filosofica/#5e]5[/url Heinrich August Winkler, Alexander Sager. Germany: The Long Road West. English edition. Oxford, England, UK: Oxford University Press, 2006
    url=http://voyager1.net/filosofia/o-nazifascismo-e-de-direita-uma-abordagem-filosofica/#6f]6[/url Heinrich August Winkler, Alexander Sager op.cit.
    url=http://voyager1.net/filosofia/o-nazifascismo-e-de-direita-uma-abordagem-filosofica/#7g]7[/urlEssa citação na edição do Mein Kampf, publicado pela Editora Centauro, 2001, p.53Referências• Blamires, Cipriano; Jackson, Paul. Fascismo mundial: uma enciclopédia histórica, Volume 1. Santa Barbara, Califórnia, EUA: ABC-CLIO, Inc, 2006.• GENRO FILHO, Adelmo. Teoria e revolução (proposições políticas e algumas reflexões filosóficas). In: Teoria & Política. São Paulo, Brasil Debates, 1987 n.8. pp.32-53.• GENRO FILHO, Adelmo; ROLIM, Marcos et WEIGERT, Sérgio.Hora do povo – uma vertente para o fascismo. São Paulo, Brasil Debates, 1980. 55 pp• H. Stuart Hughes. Oswald Spengler. New Brunswick, New Jersey, US: Transaction Publishers, 1992Harris, Abram Lincoln. Race, radicalism, and reform: selected papers. New Brunswick, New Jersey, US: Transaction Publishers, 1989.• HOBSBAWM, Eric. Era dos Extremos: o Breve Século XX. (1914-1991). São Paulo, Companhia das Letras, 2003.• TOGLIATTI, Palmiro. Lições sobre o fascismo. São Paulo, 1º vol., Coleção História e Política, Liv, Editorial Ciências Humanas, 1978.

    http://voyager1.net/filosofia/o-nazifascismo-e-de-direita-uma-abordagem-filosofica/
  • É tanto direito trabalhista que desestimula os empreendedores e, no fim, o trabalhador fica sem o principal: o emprego.
  • O trabalhador só pode ter direitos trabalhisas se tiver quem lhe dê um emprego. Mas se na hora de dar o dito cujo, tem TANTAS REGRAS, LEIS, DEVERES, etc e tal que faz com que para cada empregado que trabalhe, ele tem de "contratar" 3, 4, 5 ou mais que NADA produzirão, pois serão as coisas que o empregador tem de recolher e dar ao governo, aí fodeu! Em vez de o trabalhador poder ganhar mais, é o incompetente governo quem ganha para gastar com vagabundos apadrinhados. Viram essa aí da Assembleia Legislativa e TCE de São Paulo, que tem 4 vezes mais indicados do que concursados e os tais indicados exercem funções (se é que as exercem) técnicas? Para burlar a ação da justiça, então MUDARAM OS NOMES dos cargos, acrescentando um IZPECIAL que NADA SIGNIFICA. Espero que o juiz que ajuizou a ação conta a AL não dê mole quanto a isso.

    Ademais, gente, soube que lá na Escandinávia, os paralamentares não têm assessores. O cara que se candidata e é especialista numa área na qual atuará na política, já tem de saber o que é importante e o que faltar, procure no santo google... Tá faltando o povão bater panelas e jogar ovos e tomates podres nos nossos políticos. Eles fazem por merecer.
  • Não se preocupe, passei anos como empregado e vinte como autônomo em um país de merda que teve Sarney ,Collor FHC, Lulla e El Sapaton no governo. 

    Sei me virar sem me encostar em sindicato ou partido político. 

    Bem que eu gostaria de explicar para o Juca, por exemplo, o que é ser autônomo por 20 anos tendo só meu trabalho como fonte de renda, sem direitos trabalhistas ou férias remuneradas, pagando impostos de todo tipo e sem poder me dar ao luxo de ficar doente.

    E que mesmo tendo um monte de trabalho preferia não ter empregado algum porque teria que bancar ao sujeito um monte de direitos que eu mesmo não tinha.

    E que se ele se machucasse em uma máquina eu estaria fudido.

    Mas não adianta explicar que lei trabalhista é feita pensando na situação financeira de uma multinacional e não nos 500.000 donos de mercadinhos, marcenarias e quitandas que gerariam milhares de empregos....

    É  perda de tempo explicar esse tipo de coisa para quem nunca teve um negócio próprio.
    http://clubecetico.org/forum/index.php?topic=12149.23350#msg929462
  • Marcus Valerio XR12 h · EXPLICANDO O ANTI-ESTATISMO LIBERALO Estado sempre levantou questionamentos e trouxe problemas, afinal é na melhor das hipótese um Bem Controverso, e na pior um Mal Necessário. E durante praticamente toda a história, sempre esteve muito direta e claramente associado ao poder político dominante. Era o Rei, o Faraó, o Imperador, que encarnava a figura estatal máxima.Mas apesar dos pesares, pouco se registrou ao longo da história a pretensão do anarquismo nas sociedades maiores e mais complexas, pretensão que viria a se popularizar no século XIX com mais ênfase por parte dos comunistas, que viam o Estado como mero instrumento de opressão do Capitalismo, advogando pelo ocupação do mesmo por meio do Socialismo até sua dissolução no Comunismo Utópico.Curiosamente porém, hoje quem mais ataca o Estado não são os comunistas, mas seus maiores adversários, os liberais, e isso se explica porque com o advento do Liberalismo e do Capitalismo houve o surgimento de entidades completamente inéditas na história, que são as grandes corporações empresariais cujo imenso poder econômico em grande parte sobrepuja o poder político, mas que ainda encontram no Estado a única força capaz de contê-las.Por uma simples questão de disputa e avidez por poder, esses grandes conglomerados privados, controlados por oligarquias, não gostam da existência de forças maiores do que eles, e por isso passaram a financiar largamente discursos ideológicos disfarçados de econômicos, partindo desde economistas críticos ao Estado mas ainda sérios, como Friedrich Hayek, e sobre este fomentando radicalizações mais e mais ousadas passando por Milton Friedman até o completo delírio Anarco-Capitalista de Murray Rothbard, que assim como o Libertarianismo, a Escola Austríaca de Economia, a visão econômica da Universidade de Chicago e o Consenso de Washigton são basicamente produtos intelectuais encomendados por mega empresários e banqueiros como William Wolker, Harold Luhnow, os Rockefelleres e os Irmãos Koch.Todavia esse discurso, por parte de seus financiadores (o próprio David Rockefeller se considerava libertário) é hipócrita, poi o tal "Estado Mínimo" só se aplica ao setores produtivos e lucrativos que interessam às mega corporações, bem como na desregulação de mercado de capitais e isenção de impostos às grande fortunas, ao passo que jamais lhes interessariam os setores infra estruturais cruciais sem os quais sociedade alguma pode subsistir. Assim, apesar da desfaçatez de alguns que chegam ao ponto de fingir acreditar que até o Judiciário poderia ser privado, o fato e que não há qualquer evidência de que seja possível existir uma sociedade minimamente complexa, e consequentemente o próprio Capitalismo, sem Estado.Curioso que sendo perfeitamente possível abolir a Propriedade Privada dentro do Estado, como as experiências revolucionárias comunistas já demonstraram ainda que de forma temporária, continua completamente impossível haver Propriedade Privada sem Estado em qualquer sentido legal concebível. O Capitalismo é inteiramente dependente de uma estrutura legal estatizada que viabilize e regule seu funcionamento, bem como o é o Socialismo ou qualquer forma de Nacionalismo. O Anarquismo continua sendo, para qualquer efeito prático, uma miragem inatingível.O discurso anti estatista liberal tem como propósito apenas maximizar o sequestro dos recursos estratégicos e funções lucrativas estatais pelo setor privado afim de aumentar ainda mais sua riqueza e poder dando-lhes ainda mais capacidade de submeter o Estado aos seus interesses e privilégios específicos. E para isso, seduz inocentes úteis fundamentalmente incitando-lhes o ódio à própria ideia de Estado, para o qual é necessário vender ilusões muito além de suas reais pretensões de minimizá-lo.E então temos essa vexaminosa situação de trabalhadores e estudantes de média e baixa renda defendendo interesses de bilionários que eles jamais verão, ou serão, na vida. 
  • O que interessa ao socialista é a percentagem da verba estatal
    No filme “O Nono Portal” (de Roman Polanski), Johnny Depp interpreta Dean Corso, um picareta que negocia livros raros.

    Ele é contratado por Boris Balkan (Frank Languella) para encontrar um livro que teria sido escrito pelo Demônio. A partir daí, várias pessoas começam a morrer. Seja lá como for, vale a pena ver o filme, pelo menos em razão da ótima fotografia e da trilha sonora.

    Em um momento, Balkan pergunta a Corso: “Você acredita no sobrenatural?”. Corso responde: “Eu acredito na minha percentagem”.

    É mais ou menos assim que se avalia o socialismo. Imagine alguém perguntando para o socialista: “Você acredita na sociedade sem classes?”. Se o socialista estivesse dopado com a pílula da verdade, diria: “Eu acredito na minha porcentagem da verba estatal”.

    Ah, mas e aqueles que acreditam “de verdade” nas promessas do socialismo? Esses são os funcionais e só contam como massa de manobra. Os socialistas espertos e mais hábeis são os que vivem como Dean Corso.

    A cena está abaixo, aos 6:30:


  • Marcus Valerio XR compartilhou a foto de Avante.Ontem às 18:36 ·  ["O sujeito da Esquerda deixou de ser o proletário e passou a ser o indivíduo. Para esta Esquerda, o verdadeiro "militante" e foco da "revolução" é o burguês de condomínio que é simpático a todas as pautas culturais e morais da "Esquerda" (o "esclarecido", "desconstruído"), e não mais o operário pobre "reacionário", "machista", "fanático religioso", etc. Essa Esquerda se decepcionou com o proletário: um sujeito "inferior" que precisa ser "civilizado", cujos valores mais sagrados são "fascismo". Tendo se decepcionado com esse proletário, essa Esquerda abraçou o burguês (e principalmente a classe média-alta) como seu novo protagonista."] 17800417_1360755574011382_2341966713054186356_n.jpg?oh=bae94d25cc719f106c359bac3b82c92d&oe=595F35A5AvanteOntem às 13:22 · O capitalismo é um sistema muitíssimo flexível e dinâmico. Como um vírus, ele se adapta, "evolui" (não usamos aqui "evolução" no sentido positivo), e, prestes a morrer, consegue uma sobrevida, um novo fôlego, novas energias. É um sistema essencialmente predatório, parasitário e oportunista, que opera numa dimensão muito além da mera esfera econômica (é um conjunto também cultural, psicológico, ideológico, etc.).Esse sistema quase viu seu fim com a ascensão do Comunismo (a Segunda Teoria Política) já no século XIX e início do século XX. Quando, ainda em 1929, acionistas e executivos cometiam suicídio em Nova Iorque e a"maior economia do mundo" cambaleava em meio a uma das maiores crises econômicas da humanidade, um país até então semi-feudal, nada industrializado e com grande parcela de analfabetos conseguia crescer numa taxa assustadora, se industrializando rapidamente e, nas décadas seguintes, lançando a maior parte das conquistas espaciais. Tratava-se da Rússia (e, mais amplamente, da União Soviética).Em seis décadas, os soviéticos fizeram o que a Revolução Industrial havia levado três séculos para fazer. E, diferente dos marxistas, vemos aqui o Comunismo soviético como uma "releitura" do capitalismo: ampliar os potenciais industriais e redistribuir mais igualitariamente seus resultados. Não vamos entrar aqui nas diferenças entre a teoria e a prática; e, por mais que fosse uma "releitura", tratou-se dum sistema "alternativo" e que competia com as potências da Europa Ocidental e dos EUA. Para a Esquerda, o fim do capitalismo e o triunfo do comunismo eram coisas dadas como certas. Mas em 1991, por vários fatores, esse sonho acabou - e o "pesadelo" começou.Sem um referencial concreto, a Esquerda (majoritariamente trotskista, depois desse evento) fez uma transição: o cerne não seria mais a construção de um modelo econômico alternativo. O campo principal não seria mais o econômico, anti-imperialista e trabalhista, mas sim o campo moral e cultural. Essa transição foi concretizada em 1968, nos protestos estudantis na França (dirigidos contra DeGaulle, herói francês e anti-imperialista - aqui já notamos que essa "Nova Esquerda" se instrumentalizava cada vez mais aos interesses da hegemonia liberal).Isso tudo desembocou nos atuais bundaços, vomitaços, cirandas, oficinas de masturbação, cuspaços, "marchas de vadias", foco em "coletivos revolucionários" homossexuais, transexuais, bissexuais (além das dezenas de "orientações sexuais" e "gêneros" - a politização da sexualidade). O foco passou a ser cada vez mais o micro (grupos de minorias, vontades individuais, abstrações pessoais, etc.) e cada vez menos o macro (socialismo patriótico, desenvolvimentismo, anti-imperialismo, anticapitalismo, trabalhismo, etc.).O sujeito da Esquerda deixou de ser o proletário e passou a ser o indivíduo. Para esta Esquerda, o verdadeiro "militante" e foco da "revolução" é o burguês de condomínio que é simpático a todas as pautas culturais e morais da "Esquerda" (o "esclarecido", "desconstruído"), e não mais o operário pobre "reacionário", "machista", "fanático religioso", etc. Essa Esquerda se decepcionou com o proletário: um sujeito "inferior" que precisa ser "civilizado", cujos valores mais sagrados são "fascismo". Tendo se decepcionado com esse proletário, essa Esquerda abraçou o burguês (e principalmente a classe média-alta) como seu novo protagonista.As ações e pautas dessa "Esquerda" são essencialmente resultantes do tédio burguês (a moça de classe alta em seu tédio expresso por meio do "meu corpo, minhas regras" em oposição às necessidades imediatas e reais de mulheres pobres) e da imitação mecânica de pautas culturais impostas pelo Primeiro Mundo. O desejo máximo é tornar o Brasil numa Suécia (como a Direita, que deseja transformar esse chão numa versão tropical dos Estados Unidos).Essa Esquerda é bem-vinda ao capitalismo, e mesmo incentivada por ele. O capitalismo percebeu que essa "oposição" é inofensiva, e que o vazio estimulado por ela só clama por mais e mais consumismo. Representatividade ao invés de Revolução (e "revolução" em todos os sentidos, exceto o social), uma demanda que o capitalismo pode suprir - inclusive adicionando em suas propagandas todo esse novo público e essa nova linguagem. A Nova Esquerda vende, é rentável e lucrativa, e os senhores do mundo já perceberam isso (aliás, em grande parte eles criaram isso).O capitalismo, já passando por crises e em ponto de morte, continua sobrevivendo graças à ação desses "revolucionários" que nada mais desejam do que maior protagonismo no processo capitalista. No Brasil, vemos isso claramente: diante do ataque aos direitos trabalhistas, essa "Esquerda" responde com todo o tipo de manifestação vazia e patética. É a maior ferramenta da Direita.Nada de bom virá desse antro. É preciso resgatar as pautas identitárias, regionalistas, anti-imperialistas, anti-capitalistas, trabalhistas e Nacionalistas. E é isso o que temos feito e continuaremos fazendo.Se você se contenta com bundaços e ações teatrais sem valor, siga as "novas tendências" (que não são novas, mas antigas, iniciadas há quase 50 anos atrás). Se quer realmente construir um Brasil, seu lugar é conosco.
  • A superioridade moral das esquerdas
    Agora, raciocinam algumas pessoas racionais, os petistas, psolistas, pcdobistas, pstubistas, lulistas, dilmistas e todososoutrosistas vão ter que, finalmente, abrir os olhos.

    Agora, raciocinam essas pessoas, eles vão enfim reconhecer que gastaram vela com mau defunto, e que na verdade verdadeira todos nós deveríamos estar juntos na rua, aos berros, indignados com o destino dado ao nosso país e ao nosso dinheiro.

    Tolinhos.

    Não é de corrupção que se trata aqui, não é do país que se trata, não é sequer do povo ou da monstruosa desigualdade brasileira que se trata.

    O que mantém Dilma como "reserva moral da nação", Lula como candidato a 2018 e a narrativa vitimista do golpe intacta apesar de tudo é a noção intoxicante de superioridade moral que move a esquerda, e a ideia de que tudo lhe será eternamente perdoado porque as suas intenções são sempre as melhores possíveis.

    Apesar de tudo o que já se sabe hoje, continua sendo cool usar camiseta com a cara do Che, e pendurar poster com a cara do Mao na parede.

    Ter conhecimento dos fatos jamais abriu os olhos de quem quer que fosse quando o assunto é religião.
    Cora Rónai  12-04-2017

    https://www.facebook.com/cronai/posts/10210034043302236
     
  • Marcus Valerio XR13 h · A princípio, eu não acreditava na inocência de Lula, ou qualquer outro grande ex presidente, por achar ser impossível que um político de tal estatura pudesse ficar tanto tempo no poder sem ao menos algumas irregularidades menores. Mas com todo um aparato estatal, político, jurídico e midiático dedicado inteiramente a condená-lo, contando com vastos recursos, inclusive prisioneiros sob coerção podendo fazer delação premiada, e ainda assim não conseguindo sequer forjar algum factóide minimamente crível, me vejo obrigado a achar que ele é mais inocente do que eu esperava.Curtir
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    Thiago Wendling ou na pior das hipoteses: graças a esse espetaculo e esse show de arbitrariedades e irregularidades.....nunca saberemos a verdade.
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    15078729_228773180877987_7997332954984710093_n.jpg?oh=9838347ac100e5b69ce0f7ec6f444837&oe=5988BC90

    Thiago Wendling com a divulgação do material da investigação, o clamor social , perverteu e contaminou todo o processo penal.
    Curtir · Responder · 1 · 13 h
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    Thiago Wendling Ninguém ligado a essa merda será imparcial mais.
    Curtir · Responder · 1 · 13 h
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    Noemi Rodrigues Chaves Ferreira Kkkkkkkk
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    Abigail Pereira Aranha Essa operação foi feita para salvar o Lula. Você não entendeu por que Lula comprou o Congresso, nomeou ministros do STF e desviou dinheiro da Petrobrás para financiar a BLOSTA?
    Curtir · Responder · 10 h
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    Cibele Felipe Pereira Ou pra limpar o nome dele e fazer ele virar um Martir, todos sabem que Temer e oposição controlada
    Curtir · Responder · 9 h
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    Marcus Valerio XR Então... Inventaram uma gigantesca operação policial, política, midiática e judicial para salvar o Lula... Salvar de quê?! Expliquem por favor.
    Curtir · Responder · 1 · 6 h
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    Eliseu Silva Barros Eu ja pensei o mesmo! Poxa , 3 anos de lava jato , vários aparatos midiáticos, políticos e jurídicos sendo executado contra o cara , e até agora, nada .
    O moro, usando todos esses recursos, ou ele é extremamente incompetente ou o lula de fato não cometeu crime algum.
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    Fabio Duarte Ribeiro Eu sempre pensei que se Lula realmente tem um projeto para o Brasil e que para isso precisa se manter no poder, direta ou indiretamente, então ele sabe muito bem que não deve se envolver em nenhum esquema de corrupção, pois mesmo sem qualquer prova inequívoca ele já é alvo de perseguições, pior seria se realmente houvesse algo de concreto que o incriminasse. Mas ainda não estou seguro quanto a sua total inocência.
    Curtir · Responder · 4 h · Editado
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    Noemi Rodrigues Chaves Ferreira Se acreditar na inocência de Lula, também tem que acreditar na de Eduardo Cunha, Sérgio Cabral, Palocci, Guido Mantega e etc. Todos se dizem inocentes, injustiçados e bla, bla, bla. ...
    Descurtir · Responder · 2 · 4 h · Editado
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    Eliseu Silva Barros A diferença entre o lula e os que vc citou, exceto o Guido, todos ja estão presos.
    Curtir · Responder · 3 h
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    Noemi Rodrigues Chaves Ferreira O Lula é só uma questão de tempo. Afinal ele é um ex presidente e, influência e articulação política para para se defender ě o que não falta.
    Descurtir · Responder · 2 · 3 h · Editado
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    Escreva uma resposta...


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    Abigail Pereira Aranha Marcus Valerio XR, você ignora o Mensalão e o Petrolão, foi para isso que a Operação Lava Jato se degenerou. Propina da Construtora Odebrecht é desconversa.
    Curtir · Responder · 3 h
  • Emmedrado disse: 17426060_1510783958932022_952377335585054035_n.jpg?oh=b46e91cee71b31c85fc8e7b98d309c11&oe=594E44D9

    - Eu concordo, não vai melhorar mesmo não, vai melhorar a vida de quem está desempregado.

    Abraços,
  • Há atualmente em torno de 10 milhões de ações trabalhistas na Justiça do Trabalho.
    Isto só mostra que há problemas com a CLT.
  • Marcus Valerio XR5 h · Vamos ilustrar o conceito de "pensamento" em estado de dissociação cognitiva.Você apresenta uma série de evidências públicas e não questionáveis como a espionagem da CIA na Petrobrás, da relação entre o poder financeiro e o poder político dos EUA, o histórico das petrolíferas e seu modo de operação perfeitamente previsível mundo afora, documentos que mostram promessas entre políticos locais e empresários norte americanos do ramo, evidências de relacionamento do Judiciário com a NSA, encadeia toda a sequência de eventos com uma penca de notícias e evidências correlatas, e daí propõe como explicação uma intervenção estrangeira na política brasileira com vista ao benefício das mesmas corporações. A explicação pode não corresponder a realidade, mas tem plausibilidade baseada em fatos.Então vem uns homúnculos e chamam isso de "Teoria da Conspiração."Até aí menos mal. Ninguém é obrigado a saber o que isso significa e muito menos ter alguma noção do conceito de 'teoria'. Mas o único modo de 'Teoria da Conspiração' ter algum sentido é se caracterizar justo pelo fato de não ter evidências que a suportem, e essa ausência ser explicada pelo suposto acobertamento promovido pelos conspiradores.Mas eis que os mesmos homúnculos depois vem com a certeza de que tudo o que está ocorrendo agora é um plano do PT e do Foro de São Paulo para reconduzir Lula a presidência e implantar a Ditadura Comunista, e que até mesmo a Globo, Sérgio Moro, o PSDB e o pseudo governo de Michel Temer estão cooperando com esse objetivo.A evidência para isso? ZERO! Nem sequer um ato falho qualquer de um ou outro personagem de baixo escalão!Dissociação cognitiva é basicamente caracterizada por estados mentais inconsistentes, que não vem necessidade de relacionar fatos concretos de modo harmônico, bastando para a sustentação da crença a mera vontade prévia, que se projeta sobre a realidade independente de encontrar confirmação ou não.
    Aliás fiquem espertos que o grau de desinformação nesse ponto está ficando mais sofisticado. Já há quem justifique o fato dizendo se tratar de um intercâmbio com o FBI, o que no entanto não é citado no documento.

    Se fosse o FBI não haveria nada a questionar, pois seria regular que os órgãos de investigação federal brasileiros tivessem parceria com o equivalente norte americano em crimes de âmbito internacional. Mas note que o documento explicita claramente terrorismo, a palavra-chave para justificar intervenções dos EUA a nível de espionagem e até mesmo incursões militares.

    É certo que Moro é citado apenas como palestrante a respeito de crimes de lavagem de dinheiro, e de fato isso não prova um envolvimento dele em atos relativos a expertise típica da CIA ou NSA. Mas o fato é que Moro participou de um evento internacional de intercâmbio de informações mal explicado e claramente associado a assunto de 'Inteligência', leia-se, espionagem.

    Portanto, não se pode alegar que não há evidências de contato entre Moro e órgãos de inteligência norte americanos.

    Olha só! Traduziram o documento na íntegra aqui! Ainda que com comentários do tradutor.
    http://www.patrialatina.com.br/da-vergonha-mas-e-preciso-ler-o-telegrama-moro-wikileaks/
     
  • Há um bando de imbecis debochando da afirmação de que a "greve" violentou o direito de ir e vir dos cidadãos.
    Segundo um, todo mundo foi avisado com um mês de antecedência, portanto não pode reclamar.
    Outro disse que o bloqueio foi só dos veículos e que as pessoas podiam circular livremente a pé.
  • editado May 2017
    Claudia Wild     17-05-2017

    A esquizofrenia esquerdosa nacional está piorando a cada dia que passa.

    Leio primeiro; MEC baixa portaria para ensino obrigatório do glorioso islã nas escolas públicas e privadas no Brasil. Leio em seguida; São Paulo adota o banheiro com critério na identidade de gênero.

    Vocês precisam escolher entre uma pauta ou outra, as duas juntas são absolutamente incompatíveis! No caso fica difícil saber onde começa a má-fé e termina a ignorância. 
    https://www.facebook.com/claudia.wild.96/posts/1915926758622161
  • Manifestante de extrema-esquerda ataca homem por causa de placa pedindo liberdade de expressão
    17 de maio de 2017



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    Um dos principais truques da esquerda é utilizar o “mas” ao tratar a liberdade de expressão. Envergonhados por dizerem que são censores naturais, afirmam “a liberdade de expressão é importante, mas não podemos tolerar o discurso de ódio”. Em seguida, evitam dar uma definição para “discurso de ódio”, que significa tudo que discorda da visão de mundo deles. Sem a vagueza intencional, o truque falha.

     Agora o que vemos vai além: uma manifestante de extrema-esquerda, nos EUA, resolveu atacar uma placa que dizia “o direito de discutir ideias abertamente deve ser defendido”. Ou seja, até mesmo abandonaram o truque do “mas” e reconheceram que são inimigos da liberdade de expressão.

     No vídeo abaixo, de Paul Joseph Watson, vemos o total descaramento na defesa da censura. Curiosidade: a miliciana “antifa” chamou o oponente de “escória nazista”. Porém, aqueles que historicamente proibiram a livre expressão foram os marxistas, fascistas e… nazistas.

     2017 é 1984!

     


    http://www.ceticismopolitico.com/manifestante-de-extrema-esquerda-ataca-homem-por-causa-de-placa-pedindo-liberdade-de-expresso/
  • A superioridade moral das esquerdas

    Afirma, constata ou simplesmente tem opinião formada?

    Sarcasmo, ironia

    Não dá para entender direito :)
  • PugII escreveu:
    A superioridade moral das esquerdas
    Afirma, constata ou simplesmente tem opinião formada?

    Sarcasmo, ironia

    Não dá para entender direito smile.png
    No Brasil, pelo menos, ser de esquerda valida e justifica qualquer coisa que a pessoa diga ou faça.
    Para as esquerdas, os fins justificam os meios.
    Tudo é lícito se for "pela causa", "pela governabilidade" ou "em benefício dos pobres e oprimidos".
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