Entenda! A bunda de Anitta é sujeito e não objeto WhatsAppTelegramTwitterFacebook
Anitta durante gravações do vídeo clip Vai, MalandraTutudum! Hipnótico o novo clipe de Anitta! Retomando essa figura meio arquetípica do Brasil, o funk feminino de Anitta incorporou as questões de gênero conjugando a malandragem com um feminino plural.Vai, Malandra, o clipe, traz verdadeiros memes visuais, culturais e musicais que valem por um tratado sociológico. Ainda não se escreveu, e faz falta, um tratado sobre os corpos pensantes das mulheres, para além do imaginário em torno da bunda, da raba, do bumbum, do traseiro da mulher brasileira, que virou um disparador de questões sensações! O corpo sexualizado na era da sua ressignificação pelas próprias mulheres!Um corpo que o funk, o samba, o biquíni de fita isolante, toda a cultura solar carioca já vem dizendo, tem tempo, que não precisa ser apenas objeto e signo de assujeitamento, toda vez que quiser se exibir.A bunda (e o corpo das mulheres) pode se deslocar da objetificação para a subjetivação! A bunda viva de Anitta com sua celulite sem photoshop é sujeito e não objeto. Se as mulheres fazem o que quiserem com seus corpos (a Marcha das Vadias explicou isso para a classe média), elas podem inclusive se “autoexplorarem”, ensina o funk. A bunda ostentação de Anitta no início do clipe já aponta para esse outro feminismo (de mulheres brancas, apenas? Acho que não!)Sabemos que o feminismo negro questiona, e com muitas razões, o feminismo branco liberal. Pois a emancipação do corpo as vezes se confunde com sua exposição e objetificação, para um grupo em que racismo e sexismo significaram a exploração violentíssima do corpo exposto e hipersexualizdo da mulher negra servindo ao gozo de seus algozes. Mas é sempre assim?Foram as mulheres do funk (Tati Quebra Barraco, Deise Tigrona, Anitta etc.) e depois as meninas pretas do rap e do pop (de Nega Gizza a Karol Conka) que vem fazendo essa outra política, esse outro feminismo, na marra. Expondo seus corpos de maneira ativa, muitas vezes escandalosa, falando de desejo, sexualidade, multi parceiros, posições sexuais, motel, masturbação, corpo gordo, celulite, beleza negra, sexo anal, oral, sexismo, patriarcalismo, gozo, de forma explícita e desencanada.Leila Diniz (mulher branca da Zona Sul) virou musa pelo seu comportamento libertário, que agradava mulheres e homens, mas existe toda uma linhagem outra das mulheres negras e brancas periféricas que ainda são consideradas “vulgares” quando assumem sua virilidade. E fato é que essas mulheres da periferia meteram o pé, entraram nas universidades e hoje temos entre as novas divas contemporâneas, de Anitta até uma jovem negra universitária, fashion e filósofa, como Djamila Ribeiro e outras mulheres incríveis e lacradoras, como se diz.Mas voltemos ao corpo. A “surra de bunda” que Anitta mostra a certa altura no clipe não é só sacanagem ou vulgaridade. Se Anitta decide oferecer seu bumbum para ser cutucado por dedos masculinos ou feito percussão de forma lúdica, quem vai achar ruim? Os homens brincaram com seus paus por séculos e erigiram uma cultura falocêntrica, que se auto homenageia, um paucentrismo, que produziu “tudo que está aí”.Deixem as mulheres brincarem com suas bundas, bucetas etc. E mais: deixem as mulheres ganharem dinheiro e projeção com seus corpos, no comando da própria monetização de suas vidas – e não sendo assujeitadas. As mulheres têm que ter o copyright e serem as principais beneficiadas de séculos de assujeitamento e sexismo.Essa periferia global, cultural, potente, dos corpos que falam, do parlamento dos corpos (das mulheres, dos gays, trans) é o que torna ainda mais intolerável e insuportável o massacre epidêmico dos corpos negros e periféricos, pela polícia e pelo Estado, ou o feminicídio, em um país como o Brasil.Existe uma potência dos corpos periféricos, negros, femininos, que o funk ostentou, que o rap e o feminismo negro deslocou, tirou do lugar de “objeto”, numa reviravolta cultural que explicita o outro lado: o racismo de base da nossa sociedade e as contradições da cultura pop global brasileira.
Além do funk hipnótico minimalista – “Ê, tá louca, tu brincando com o bumbum. Tutudum!” -, Anitta coloca os homens de coadjuvantes: o incrível funkeiro brasileiro MC Zaac e o rapper norte-americano Maejor . Ela comanda o espetáculo pop.
Desde o início do ano 2000, quando explodiu a produção cultural das periferias em todos os campos, que certo estranhamento se dá. Quando se vê que, mesmo querendo entrar no mundo do consumo, das marcas, das comodidades do mundo capitalismo, parte dos artistas, produtores culturais, ativistas da periferia que ascenderam socialmente, não querem abrir mão da sua cultura e pertencimento, do seu território.Estão aí, no clipe de Anitta, filmado no Vidigal, os memes culturais da periferia pop e global: a popozuda com o corpo sendo regado por homens sarados que as servem; o biquíni de fita isolante da Érika do Bronze (a mulher que monetizou a marquinha de sol! Isso que é startup!); o pobre-star que pauta os editoriais da moda praia ao ativismo; a reinvenção do cotidiano que transforma a carroceria de um caminhão velho em piscina e felicidade; a funkeira negra, gorda e glamourosa, Jojo Toddynho; a cultura evangélica “Ergo a bandeira da vitória em nome de Jesus”; as trans, o black power nos corpos e cabelos, as louraças e os meninos de cabelos descoloridos.Toda essa cultura da laje, de uma pobreza potente, inventa mundos, modas, gírias, linguagem, inventa a sua própria vida. Se hoje o Brasil, associado a corrupção das suas elites, crise ética, perda de direitos, retrocessos comportamentais, tem outros horizontes, passa por essa força dos corpos e sujeitos que emergiram das bordas e podem reinventar a nossa trágica e solar democracia. Os corpos como política.Anitta e a Teoria King KongUma outra questão: Anitta faz parte da emergência de um feminino e feminismo viril! O masculinismo e a virilidade podem, sim, ser apropriados e transformados pelas mulheres, como propõe a Teoria King Kong, de Virginie Despentes, o manifesto mais ácido para um outro feminismo que chuta uma quantidade extraordinária de baldes e lugares comuns sobre as mulheres e reivindica para si as vantagens inerentes à masculinidade e à virilidade.Do que nos diz Virginie Despentes e que vale para o feminismo viril de Anittas e que tais eu destacaria:
– “o exercício direto do poder”, pois espera-se que renunciemos a esse tipo de prazer em função do nosso sexo.
– o direito de comercializar e negociar nossos “encantos” e explicitar essas relações em contratos saudáveis e claros entre sexos. “Não precisa nem complicá-lo e nem culpabilizá-lo”. E aqui Despentes está falando, inclusive, da prostituição como trabalho digno e todos os demais usos monetizáveis que podemos fazer de nossos corpos. Como fazem as “minas” do funk!O desafio é um só: abandonar a “arte do servilismo” que diz que as mulheres não devem se expor, não devem falar alto; não devem se expressar em tons categóricos; não devem sentar com as pernas abertas; não devem se expressar num tom autoritário; não devem falar de dinheiro; não devem conquistar poder; não devem ocupar um posto de autoridade; não procurar prestígio; não rir muito alto; não ser muito engraçada. A lista de “nãos” é infinita!Por isso é tão importante as Anittas e as mulheres que estão produzindo um outro imaginário, mesmo clichês, mesmo questionáveis, mesmo dentro de um campo de consumo. É possível politizar o pop, o fervo, o funk? Na real, tudo já é político. Estamos em uma disputa de imaginários.“O que pode um corpo?”, Pergunta o filósofo. E o que pode um corpo de uma mulher do funk, o que podem as mulheres das periferias, as negras e brancas? A mais incrível batalha não começa na mente, começa nos corpos e pode ser ao som do hipnótico tutudum.P.S. Sim, teria sido mais coerente Anitta ter como diretor do seu clipe outro tipo de homem, que não Terry Richardson, acusado de assédio e abusos contra mulheres ou ser dirigida por uma outra mulher. São muitas ainda as contradições e os limites de um processo em curso.http://midianinja.org/ivanabentes/entenda-a-bunda-de-anitta-e-sujeito-e-nao-objeto/
Fernando_Silva disse: Postaram por aí:
"Lembra daquela panela que você bateu e depois escondeu? O resultado foram milhões de panelas vazias!"
Até desanima de tentar debater com gente assim...
Não é possível convencer gente neste estado mental.
A pessoa de maneira geral tem dificuldade assumir pra sí que foi enganada ou que está equivocada.
A Internet piora isso porque no caso de postagens públicas é preciso assumir o erro na frente de muitos.
Essa postagem sua é o caso.
São 13 anos de um governo contra menos de dois de um governo tampão sem maioria política e sem dinheiro pra investir e a culpa é do segundo e não do primeiro.
Essa desonetidade praticamente incurável baseada nos sentimentos análogos à religião e futebol em suas características "hereditárias", ou cultivadas desde cedo e jamais revistas ignorando todas as demais opções de pensamento se apresenta sempre da mesma forma:
"Eu sempre vou votar no Lula. Eu nunca estou errado. Qualquer coisa que o Lula faça de errado pode ser jsutificada por qualquer outra coisa infinitamete menor que um adversário dele tenha feito.
Eu só preciso de uma desculpa esfarrapada pra dar em público pra justificar minha safadeza, meu autoritarismo e minha intransigência."
O que me deixa na dúvida é se gente assim sabe que não nos engana ou tem uma certeza íntima de que essas desculpas enganam mesmo os outros que discordam deles.
Também se eles acham que quem concorda com eles acredita nessas desculpas ou apenas não são sinceros uns com os outros. Isso entre os idiotas, as reuniões e debates internos dessa gente não deixam margem pra dúvidas.
Como disse um parlamentar do PT diante de uma contradição destas: "É da política".
Como disse o Lula depois das eleições de 2014: "Depois da eleição, a gente mudou o discurso" (ou seja, admitiram a crise que haviam negado durante a campanha).
@Fernando: Como disse o Lula depois das eleições de 2014: "Depois da eleição, a gente mudou o discurso" .
Foi apenas força de expressão.
Entenda:
Moro: Na semana passada, em 5 de maio de 2017, o senhor ex-presidente prestou as seguintes declarações em evento partidário: ‘Se eles não me prenderem logo, quem sabe um dia eu mando prendê-los pelas mentiras que eles contam’. O que o senhor quis dizer com esse tipo declaração?
Lula: O seguinte: que a história não para com esse processo. A história um dia vai julgar se houve abuso ou não de autoridade nesse caso, no comportamento tanto da Polícia Federal como do Ministério Público no meu caso.
Moro: E o senhor pretende mandar prender os agentes públicos?
Lula: Como é que eu vou saber? Não sei se eu vou estar vivo amanhã.
Moro: Foi o que o senhor afirmou.
Lula: Isso é uma força de expressão. O dia que o senhor for candidato vai ter muita força de expressão no palanque.
O sujeitinho diz, em resumo, que Moro é um bandido que aplica as leis criadas pelo capitalismo.
Que não há provas contra Lula e que a Justiça deve atender à vontade do povo.
Nenhuma justiça feita por uma minoria é justa! A justiça tem que servir a maioria. O Moro é um bandido, independente da sentença que proferiu no caso Lula. E ele é um bandido reconhecido pois é companheiro político de outros bandidos e ainda não puniu nenhum corrupto confesso com uma sentença adequada. Além disso, recuperou uma merreca aos cofres da Petrobras, permitindo que os que roubaram mantenham a maior parte de seus bens. Essa é a sua justiça? Pra mim ela não serve, nem pra maioria da população humilde que mais sofre com a corrupção legalizada praticada nas barbas do judiciário.
[...]
Não existe parecer imparcial. Essa ilusão é uma infantilidade fabricada por essa justiça burguesa e propagandeada pela mídia oligárquica nacional. Penso que todos temos que julgar os autos de um processo de acordo com nossa capacidade e consciência. Se você julgou que o Lula é culpado, pouco me importa, o que me incomoda é a declaração de uma pessoa é ladra sem base em fatos concretos.
[...]
A legislação deve servir a maioria. Leis feitas por uma minoria sob pressão do capital jamais servirão a maioria, mas aos donos do capital! No entanto, já entendi que suas limitações a impedem de pensar numa sociedade em outros moldes, por isso, não me iludo que você seja capaz de imaginar uma sociedade mais democrática.
Bem, parece crescer, segundo as pesquisas, de que menores de 18 anos que cometem crimes violentos devem ser punidos como adultos. Será que os petistas concordam com a vontade da maioria neste caso? Ou aí entram os pareceres dos "especialistas" e "intelequituais" sobre o assunto e portanto a vontade da maioria não vale?
E por acaso o Lula não fez alianças com o zemprezários, com o zoligarcas, com o zempreiteirus, etc e tal, tudo para roubar a Petrobras e verbas do governo e fazer o caixa dois dos partidos aliados e do PT? Ah! Esqueci:
_ Eu não sabia que estavam roubando o erário e a Petrobras. Ninguém nunca me disse.
Será que os petistas concordam com a vontade da maioria neste caso? Ou aí entram os pareceres dos "especialistas" e "intelequituais" sobre o assunto e portanto a vontade da maioria não vale?
Se a maioria quer, então cabe à esquerda defender os interesses da minoria (quando bem conveniente, claro). : )
Comunistas espanhóis querem que Espanha peça desculpas ao Islã pela reconquista de Granada
Podemos exige que España pida perdón al islam por la Toma de Granada
Granada conmemoró este sábado el 524 aniversario de la conquista de Granada por los Reyes Católicos, una efeméride que a pesar del mal tiempo congregó a miles de personas en la plaza del Ayuntamiento en la que se tremola el pendón ante partidarios y detractores de una fiesta sin incidentes.
El ceremonial cívico religioso volvió a enfrentar a grupos de extrema derecha e izquierda custodiados por la Policía, que iniciaron un intercambio de insultos que se mantuvo hasta el final de la celebración.
Como informa Negocios.com otro de los colectivos que ya mostró abiertamente su rechazo a la celebración de la 'Toma de Granada' fueron los círculos de Podemos, con amplia presencia y representación municipal. Las bases de la formación comunista en la ciudad calificaron la victoria, a través de su cuenta oficial de Twitter, de "celebración fascista" y "genocidio" contra el pueblo andaluz, y exigieron que España pidiera perdón al Islam.
#NoAlaToma La toma de Granada fue un genocidio contra los andaluces. Debería ilegalizarse esas celebraciones fascistas y ofrecer disculpas.
— Podemos bases (@Podemos_bases) enero 2, 2015
El alcalde de Granada, José Torres Hurtado, ha defendido la celebración de la Toma como un hecho histórico y recalcó que concita el cariño y el apoyo de los granadinos, que acompañaron al cortejo durante todo el trayecto a pesar de la amenaza de lluvia, y ha subrayado que es una tradición familiar.
Mientras tanto, la Plataforma Granada Abierta reunió a cerca de un centenar de personas en el acto alternativo a la Toma de Granada que reivindicaron la figura de Federico García Lorca como ejemplo de tolerancia frente a la llamada que agita "a la peor burguesía".
Botânico disse: Vá catar coquinho na ladeira, seu comunistoide! Primeiro o Islã tem que pedir perdão aos espanhois por terem invadido seu território antes.
Isto não vai acontecer. Pelo contrário, muitos deles já declararam que vão retomar o território que lhes pertence.
Um equivalente do Sakamoto que repete o discurso exato do PT na imprensa internacional.
Nem as palavras ele troca, recebe o texto direto da Carta Capital e do Brasil 247.
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Anitta durante gravações do vídeo clip Vai, MalandraTutudum! Hipnótico o novo clipe de Anitta! Retomando essa figura meio arquetípica do Brasil, o funk feminino de Anitta incorporou as questões de gênero conjugando a malandragem com um feminino plural.Vai, Malandra, o clipe, traz verdadeiros memes visuais, culturais e musicais que valem por um tratado sociológico. Ainda não se escreveu, e faz falta, um tratado sobre os corpos pensantes das mulheres, para além do imaginário em torno da bunda, da raba, do bumbum, do traseiro da mulher brasileira, que virou um disparador de questões sensações! O corpo sexualizado na era da sua ressignificação pelas próprias mulheres!Um corpo que o funk, o samba, o biquíni de fita isolante, toda a cultura solar carioca já vem dizendo, tem tempo, que não precisa ser apenas objeto e signo de assujeitamento, toda vez que quiser se exibir.A bunda (e o corpo das mulheres) pode se deslocar da objetificação para a subjetivação! A bunda viva de Anitta com sua celulite sem photoshop é sujeito e não objeto. Se as mulheres fazem o que quiserem com seus corpos (a Marcha das Vadias explicou isso para a classe média), elas podem inclusive se “autoexplorarem”, ensina o funk. A bunda ostentação de Anitta no início do clipe já aponta para esse outro feminismo (de mulheres brancas, apenas? Acho que não!)Sabemos que o feminismo negro questiona, e com muitas razões, o feminismo branco liberal. Pois a emancipação do corpo as vezes se confunde com sua exposição e objetificação, para um grupo em que racismo e sexismo significaram a exploração violentíssima do corpo exposto e hipersexualizdo da mulher negra servindo ao gozo de seus algozes. Mas é sempre assim?Foram as mulheres do funk (Tati Quebra Barraco, Deise Tigrona, Anitta etc.) e depois as meninas pretas do rap e do pop (de Nega Gizza a Karol Conka) que vem fazendo essa outra política, esse outro feminismo, na marra. Expondo seus corpos de maneira ativa, muitas vezes escandalosa, falando de desejo, sexualidade, multi parceiros, posições sexuais, motel, masturbação, corpo gordo, celulite, beleza negra, sexo anal, oral, sexismo, patriarcalismo, gozo, de forma explícita e desencanada.Leila Diniz (mulher branca da Zona Sul) virou musa pelo seu comportamento libertário, que agradava mulheres e homens, mas existe toda uma linhagem outra das mulheres negras e brancas periféricas que ainda são consideradas “vulgares” quando assumem sua virilidade. E fato é que essas mulheres da periferia meteram o pé, entraram nas universidades e hoje temos entre as novas divas contemporâneas, de Anitta até uma jovem negra universitária, fashion e filósofa, como Djamila Ribeiro e outras mulheres incríveis e lacradoras, como se diz.Mas voltemos ao corpo. A “surra de bunda” que Anitta mostra a certa altura no clipe não é só sacanagem ou vulgaridade. Se Anitta decide oferecer seu bumbum para ser cutucado por dedos masculinos ou feito percussão de forma lúdica, quem vai achar ruim? Os homens brincaram com seus paus por séculos e erigiram uma cultura falocêntrica, que se auto homenageia, um paucentrismo, que produziu “tudo que está aí”.Deixem as mulheres brincarem com suas bundas, bucetas etc. E mais: deixem as mulheres ganharem dinheiro e projeção com seus corpos, no comando da própria monetização de suas vidas – e não sendo assujeitadas. As mulheres têm que ter o copyright e serem as principais beneficiadas de séculos de assujeitamento e sexismo.Essa periferia global, cultural, potente, dos corpos que falam, do parlamento dos corpos (das mulheres, dos gays, trans) é o que torna ainda mais intolerável e insuportável o massacre epidêmico dos corpos negros e periféricos, pela polícia e pelo Estado, ou o feminicídio, em um país como o Brasil.Existe uma potência dos corpos periféricos, negros, femininos, que o funk ostentou, que o rap e o feminismo negro deslocou, tirou do lugar de “objeto”, numa reviravolta cultural que explicita o outro lado: o racismo de base da nossa sociedade e as contradições da cultura pop global brasileira. Desde o início do ano 2000, quando explodiu a produção cultural das periferias em todos os campos, que certo estranhamento se dá. Quando se vê que, mesmo querendo entrar no mundo do consumo, das marcas, das comodidades do mundo capitalismo, parte dos artistas, produtores culturais, ativistas da periferia que ascenderam socialmente, não querem abrir mão da sua cultura e pertencimento, do seu território.Estão aí, no clipe de Anitta, filmado no Vidigal, os memes culturais da periferia pop e global: a popozuda com o corpo sendo regado por homens sarados que as servem; o biquíni de fita isolante da Érika do Bronze (a mulher que monetizou a marquinha de sol! Isso que é startup!); o pobre-star que pauta os editoriais da moda praia ao ativismo; a reinvenção do cotidiano que transforma a carroceria de um caminhão velho em piscina e felicidade; a funkeira negra, gorda e glamourosa, Jojo Toddynho; a cultura evangélica “Ergo a bandeira da vitória em nome de Jesus”; as trans, o black power nos corpos e cabelos, as louraças e os meninos de cabelos descoloridos.Toda essa cultura da laje, de uma pobreza potente, inventa mundos, modas, gírias, linguagem, inventa a sua própria vida. Se hoje o Brasil, associado a corrupção das suas elites, crise ética, perda de direitos, retrocessos comportamentais, tem outros horizontes, passa por essa força dos corpos e sujeitos que emergiram das bordas e podem reinventar a nossa trágica e solar democracia. Os corpos como política.Anitta e a Teoria King KongUma outra questão: Anitta faz parte da emergência de um feminino e feminismo viril! O masculinismo e a virilidade podem, sim, ser apropriados e transformados pelas mulheres, como propõe a Teoria King Kong, de Virginie Despentes, o manifesto mais ácido para um outro feminismo que chuta uma quantidade extraordinária de baldes e lugares comuns sobre as mulheres e reivindica para si as vantagens inerentes à masculinidade e à virilidade.Do que nos diz Virginie Despentes e que vale para o feminismo viril de Anittas e que tais eu destacaria: – o direito de comercializar e negociar nossos “encantos” e explicitar essas relações em contratos saudáveis e claros entre sexos. “Não precisa nem complicá-lo e nem culpabilizá-lo”. E aqui Despentes está falando, inclusive, da prostituição como trabalho digno e todos os demais usos monetizáveis que podemos fazer de nossos corpos. Como fazem as “minas” do funk!O desafio é um só: abandonar a “arte do servilismo” que diz que as mulheres não devem se expor, não devem falar alto; não devem se expressar em tons categóricos; não devem sentar com as pernas abertas; não devem se expressar num tom autoritário; não devem falar de dinheiro; não devem conquistar poder; não devem ocupar um posto de autoridade; não procurar prestígio; não rir muito alto; não ser muito engraçada. A lista de “nãos” é infinita!Por isso é tão importante as Anittas e as mulheres que estão produzindo um outro imaginário, mesmo clichês, mesmo questionáveis, mesmo dentro de um campo de consumo. É possível politizar o pop, o fervo, o funk? Na real, tudo já é político. Estamos em uma disputa de imaginários.“O que pode um corpo?”, Pergunta o filósofo. E o que pode um corpo de uma mulher do funk, o que podem as mulheres das periferias, as negras e brancas? A mais incrível batalha não começa na mente, começa nos corpos e pode ser ao som do hipnótico tutudum.P.S. Sim, teria sido mais coerente Anitta ter como diretor do seu clipe outro tipo de homem, que não Terry Richardson, acusado de assédio e abusos contra mulheres ou ser dirigida por uma outra mulher. São muitas ainda as contradições e os limites de um processo em curso.http://midianinja.org/ivanabentes/entenda-a-bunda-de-anitta-e-sujeito-e-nao-objeto/
"Lembra daquela panela que você bateu e depois escondeu? O resultado foram milhões de panelas vazias!"
Até desanima de tentar debater com gente assim...
Não é possível convencer gente neste estado mental.
A pessoa de maneira geral tem dificuldade assumir pra sí que foi enganada ou que está equivocada.
A Internet piora isso porque no caso de postagens públicas é preciso assumir o erro na frente de muitos.
Essa postagem sua é o caso.
São 13 anos de um governo contra menos de dois de um governo tampão sem maioria política e sem dinheiro pra investir e a culpa é do segundo e não do primeiro.
Essa desonetidade praticamente incurável baseada nos sentimentos análogos à religião e futebol em suas características "hereditárias", ou cultivadas desde cedo e jamais revistas ignorando todas as demais opções de pensamento se apresenta sempre da mesma forma:
"Eu sempre vou votar no Lula. Eu nunca estou errado. Qualquer coisa que o Lula faça de errado pode ser jsutificada por qualquer outra coisa infinitamete menor que um adversário dele tenha feito.
Eu só preciso de uma desculpa esfarrapada pra dar em público pra justificar minha safadeza, meu autoritarismo e minha intransigência."
O que me deixa na dúvida é se gente assim sabe que não nos engana ou tem uma certeza íntima de que essas desculpas enganam mesmo os outros que discordam deles.
Também se eles acham que quem concorda com eles acredita nessas desculpas ou apenas não são sinceros uns com os outros. Isso entre os idiotas, as reuniões e debates internos dessa gente não deixam margem pra dúvidas.
"O capitalismo é bom? Bom pra quem?!"
@Leandro
Tem fontes confirmando isto?
Direto do Twiter da Bandilma:
Como disse o Lula depois das eleições de 2014: "Depois da eleição, a gente mudou o discurso" (ou seja, admitiram a crise que haviam negado durante a campanha).
Foi apenas força de expressão.
Entenda:
Moro: Na semana passada, em 5 de maio de 2017, o senhor ex-presidente prestou as seguintes declarações em evento partidário: ‘Se eles não me prenderem logo, quem sabe um dia eu mando prendê-los pelas mentiras que eles contam’. O que o senhor quis dizer com esse tipo declaração?
Lula: O seguinte: que a história não para com esse processo. A história um dia vai julgar se houve abuso ou não de autoridade nesse caso, no comportamento tanto da Polícia Federal como do Ministério Público no meu caso.
Moro: E o senhor pretende mandar prender os agentes públicos?
Lula: Como é que eu vou saber? Não sei se eu vou estar vivo amanhã.
Moro: Foi o que o senhor afirmou.
Lula: Isso é uma força de expressão. O dia que o senhor for candidato vai ter muita força de expressão no palanque.
Que não há provas contra Lula e que a Justiça deve atender à vontade do povo.
E por acaso o Lula não fez alianças com o zemprezários, com o zoligarcas, com o zempreiteirus, etc e tal, tudo para roubar a Petrobras e verbas do governo e fazer o caixa dois dos partidos aliados e do PT? Ah! Esqueci:
_ Eu não sabia que estavam roubando o erário e a Petrobras. Ninguém nunca me disse.
Se a maioria quer, então cabe à esquerda defender os interesses da minoria (quando bem conveniente, claro). : )
"Para todos e para Lula"
Cada um diz isso no final com vozinha empostada pra emocionar.
Não da pra suportar isso. Me causa mal estar de verdade.
Pior é ver caras conhecidas que eu tinha algum respeito como o José Santa Cruz (Dublador/Comediante) apoiando isso tudo.
Filhas da Puta
Um equivalente do Sakamoto que repete o discurso exato do PT na imprensa internacional.
Nem as palavras ele troca, recebe o texto direto da Carta Capital e do Brasil 247.