Como o livre mercado lidaria com epidemias e quarentenas?
Como o livre mercado lidaria com epidemias e quarentenas?
https://www.mises.org.br/article/275/como-o-livre-mercado-lidaria-com-epidemias-e-quarentenas
Com o aumento da histeria governamental e midiática sobre uma possível pandemia de influenza suína - ou, popularmente, "gripe suína" (antes, a histeria era por causa da gripe aviária e da SARS) - algumas correntes levantaram uma discussão interessante: na ausência de autoridades estatais, como o livre mercado cuidaria dessas situações?
Antes, é preciso entender que todo e qualquer governo sempre se beneficia com essas "crises exógenas", pois é o momento propício e perfeito para que os burocratas possam exigir que obedeçamos a todo e qualquer decreto emergencial que eles porventura editem. Em qualquer governo, sempre há vários parasitas entranhados na mais alta burocracia implorando para que algum tipo de lei marcial seja declarada. O governo do México, por exemplo, já adotou essa prática, e vários outros governos estão salivando por essa oportunidade.
Poucos se lembram, mas em 1976 houve exatamente a mesma "epidemia" dessa mesma gripe suína. Na ocasião, o governo americano criou um programa de vacinação que custou enormes somas de dinheiro e, pior, deixou enfermos centenas de americanos que tomaram a vacina, sendo que aqueles que não se submeteram ao processo passaram imunes pela "epidemia".
Mas apesar deste e de vários outros exemplos da péssima gerência governamental tanto na saúde quanto em casos de crises epidêmicas, a maioria das pessoas ainda diria: "Sim, sei que o governo não é perfeito, mas doenças contagiosas definitivamente são uma daquelas áreas em que precisamos do governo. O livre mercado funciona para TVs e laptops, mas não para conter epidemias."
Assim como ocorre com os argumentos em prol de outros programas governamentais, este aqui também sofre de dois simples problemas: falta de informação e falta de imaginação. Se o governo abdicasse de sua função de controlar doenças contagiosas, o público estaria bem mais seguro.
Primeiro e mais óbvio: o governo restringe a liberdade de associação. Mais especificamente, a liberdade que os proprietários de estabelecimentos têm de proibir que determinados indivíduos adentrem seus recintos.
No atual ambiente jurídico, empresas aéreas, de ônibus, parques de diversão, hotéis, etc., não podem criar e seguir sua própria lista de pessoas que podem ou não adentrar suas propriedades. Por exemplo, essas empresas não podem hoje criar sua própria lista de pessoas com doenças contagiosas. Porque se essas pessoas não são consideradas um risco pelo governo, então elas estão livres para processar qualquer empresa ou dono de estabelecimento que não as permita adentrar seu recinto.
Assim, se um determinado indivíduo está com suspeita de tuberculose, porém o governo não o considera um risco, então uma empresa aérea não pode impedir que ele utilize seus serviços sem o risco de ser processada.
Porém, suponhamos agora que o governo de fato permitisse que os proprietários tivessem o direito de decidir quem pode e quem não pode utilizar sua propriedade (que radical!). Quais instituições voluntárias surgiriam para ajudar uma sociedade livre a enfrentar o problema das doenças contagiosas?
Há dois princípios concorrentes que precisamos considerar. Por um lado, é um mau negócio um estabelecimento excluir potenciais consumidores por motivos de saúde, especialmente se depois for revelado que a exclusão foi baseada em informações errôneas. Por outro lado, seria realmente um péssimo negócio para esse estabelecimento ou empresa se vários clientes contraíssem de outros clientes alguma doença contagiosa em decorrência de uma omissa supervisão.
Dado que esses empreendedores não estão em posição de fazer esses julgamentos - e nem têm a obrigação de possuir os conhecimentos para tal - eles iriam de bom grado pagar para que peritos e técnicos da saúde os orientassem a como melhor gerir suas operações de modo a minimizar os riscos para seus empregados e clientes.
Com o tempo, por meio destas consultorias e, principalmente, por meio do mecanismo de lucros e prejuízos, uma fatia eficiente dos recursos seria direcionada para a prevenção de doenças. Afinal, qualquer contágio poderia ser atribuído ao estabelecimento. Nesse cenário, por exemplo, restaurantes self-service teriam "vigias do espirro", todos os empregados em funções críticas teriam necessariamente de usar luvas e todos os banheiros teriam de ter portas-sabão.
Mas além dessas óbvias salvaguardas, outras mais sofisticadas poderiam surgir. Por exemplo, firmas especializadas em consultoria poderiam montar equipes de especialistas médicos para monitorar o mundo, identificando para as companhias aéreas indivíduos que apresentassem alguma suspeita de doenças contagiosas. Para que esses indivíduos marcados pudessem comprar suas passagens e embarcar nos aviões, eles primeiro teriam de ser checados pelos clínicos gerais (ou pelos seus próprios médicos, caso estes tenham sua competência reconhecida pelas companhias aéreas).
Desnecessário dizer que as empresas aéreas não teriam qualquer interesse em impedir as pessoas de viajar, pois isso significaria prejuízos; da mesma forma, elas não poderiam permitir que passageiros com doenças contagiosas contaminassem outros passageiros, pois isto lhe geraria processos. É sobre esse equilíbrio que elas - assim como restaurantes, cinemas, parques e hotéis - teriam de trabalhar.
A grande diferença entre mecanismos voluntários e o monopólio dado ao governo sobre o gerenciamento de questões de saúde pública é que no primeiro arranjo haveria todos os incentivos para se fazer um bom trabalho. Se uma companhia aérea rejeitasse determinados clientes porque a Consultoria Médica A disse que eles tinham tuberculose ou gripe suína quando na verdade eles eram sadios, tal vacilo seria péssimo para os negócios. Os concorrentes da Consultoria Médica A (aqueles que tivessem um melhor histórico) iriam propagandear esse fato em seus panfletos e a companhia aérea iria trocar de equipe médica caso imaginasse que a rival poderia fazer um trabalho melhor.
Em contraste, o que irá acontecer às agências de vigilância sanitária caso haja alguma pandemia? Seu orçamento será cortado? Cabeças rolarão? É claro que não. Ocorrerá o exato oposto: quando as agências do governo fazem um serviço ineficiente, isso é transformado em prova de que ela está carente de recursos e necessitada de mais dinheiro do contribuinte.
E QUANTO ÀS QUARENTENAS?
A possibilidade de quarentenas é apenas uma aplicação específica das ideias acima. Em uma sociedade livre, onde todos os pedaços de terra são propriedade privada de indivíduos, não seria possível uma pessoa ter cassado seu "direito de andar por aí", simplesmente porque, antes de tudo, não haveria algo como o "direito de andar por aí".
Mais propriamente, o que poderia acontecer é que, se algum indivíduo fosse considerado um perigo para a saúde pública, todas as agências de saúde que quisessem zelar por sua reputação iriam colocá-lo no topo de suas listas de perigos iminentes e iriam mandar e-mail, faxes e afins para alertar empresas e proprietários, aconselhando-os a ter cuidado com essa pessoa.
Ou poderíamos pensar também em seguradoras, que, para evitar prejuízos, alertariam seus clientes sobre eventuais ameaças. Esses donos de propriedade provavelmente iriam ter acordos predeterminados sobre como agir em casos como esse, de modo que a resposta pudesse ser coordenada.
Empresas privadas não são estúpidas; elas não precisam que o governo dê-lhes ordens para manter os leprosos afastados. E se, por exemplo, alguma igreja quiser abrir suas portas para tal pessoa, isso está perfeitamente dentro do seu direito de propriedade. (Por questão de cortesia, esperaríamos que tal política fosse anunciada para outros, de modo que estes pudessem escolher não visitar essa instalação).
Naturalmente, o repositório final para esse determinado tipo de pessoa seriam instalações cujos proprietários creem que podem seguramente conter a doença, evitando sua dispersão. E o nome comum que as pessoas dariam para essas instalações seria "hospital".
Em uma sociedade livre, estar sob "quarentena" significaria simplesmente que a maioria dos proprietários (de estradas, calçadas, shoppings, hotéis, fábricas, etc.) iria recusar o acesso de pessoas com doenças contagiosas, de modo que estas teriam poucas opções além das instalações que oferecem tratamento.
Em todo caso, a imagem de fugitivos egocêntricos carregando uma doença altamente contagiosa é um pouco irrealista. No mínimo, essas pessoas estariam colocando em risco as vidas de pessoas de suas próprias famílias e/ou de pessoas que amam. Aqueles que possuem uma doença contagiosa são pessoas também, e elas não querem que outras fiquem doentes. Ademais, se elas querem ser tratadas, elas, de um jeito ou de outro, terão de ir a um hospital.
CONCLUSÃO
O livre mercado pode lidar com doenças contagiosas mais eficientemente do que o governo, da mesma forma que se sai melhor que o governo quando a questão é a oferta de computadores, carros e produtos agrícolas. A ideia de que devemos dar ao governo o direito de trancafiar uma pessoa só porque ele a classifica como um risco à saúde pública é algo por si só bastante nauseante.
https://www.mises.org.br/article/275/como-o-livre-mercado-lidaria-com-epidemias-e-quarentenas
Com o aumento da histeria governamental e midiática sobre uma possível pandemia de influenza suína - ou, popularmente, "gripe suína" (antes, a histeria era por causa da gripe aviária e da SARS) - algumas correntes levantaram uma discussão interessante: na ausência de autoridades estatais, como o livre mercado cuidaria dessas situações?
Antes, é preciso entender que todo e qualquer governo sempre se beneficia com essas "crises exógenas", pois é o momento propício e perfeito para que os burocratas possam exigir que obedeçamos a todo e qualquer decreto emergencial que eles porventura editem. Em qualquer governo, sempre há vários parasitas entranhados na mais alta burocracia implorando para que algum tipo de lei marcial seja declarada. O governo do México, por exemplo, já adotou essa prática, e vários outros governos estão salivando por essa oportunidade.
Poucos se lembram, mas em 1976 houve exatamente a mesma "epidemia" dessa mesma gripe suína. Na ocasião, o governo americano criou um programa de vacinação que custou enormes somas de dinheiro e, pior, deixou enfermos centenas de americanos que tomaram a vacina, sendo que aqueles que não se submeteram ao processo passaram imunes pela "epidemia".
Mas apesar deste e de vários outros exemplos da péssima gerência governamental tanto na saúde quanto em casos de crises epidêmicas, a maioria das pessoas ainda diria: "Sim, sei que o governo não é perfeito, mas doenças contagiosas definitivamente são uma daquelas áreas em que precisamos do governo. O livre mercado funciona para TVs e laptops, mas não para conter epidemias."
Assim como ocorre com os argumentos em prol de outros programas governamentais, este aqui também sofre de dois simples problemas: falta de informação e falta de imaginação. Se o governo abdicasse de sua função de controlar doenças contagiosas, o público estaria bem mais seguro.
Primeiro e mais óbvio: o governo restringe a liberdade de associação. Mais especificamente, a liberdade que os proprietários de estabelecimentos têm de proibir que determinados indivíduos adentrem seus recintos.
No atual ambiente jurídico, empresas aéreas, de ônibus, parques de diversão, hotéis, etc., não podem criar e seguir sua própria lista de pessoas que podem ou não adentrar suas propriedades. Por exemplo, essas empresas não podem hoje criar sua própria lista de pessoas com doenças contagiosas. Porque se essas pessoas não são consideradas um risco pelo governo, então elas estão livres para processar qualquer empresa ou dono de estabelecimento que não as permita adentrar seu recinto.
Assim, se um determinado indivíduo está com suspeita de tuberculose, porém o governo não o considera um risco, então uma empresa aérea não pode impedir que ele utilize seus serviços sem o risco de ser processada.
Porém, suponhamos agora que o governo de fato permitisse que os proprietários tivessem o direito de decidir quem pode e quem não pode utilizar sua propriedade (que radical!). Quais instituições voluntárias surgiriam para ajudar uma sociedade livre a enfrentar o problema das doenças contagiosas?
Há dois princípios concorrentes que precisamos considerar. Por um lado, é um mau negócio um estabelecimento excluir potenciais consumidores por motivos de saúde, especialmente se depois for revelado que a exclusão foi baseada em informações errôneas. Por outro lado, seria realmente um péssimo negócio para esse estabelecimento ou empresa se vários clientes contraíssem de outros clientes alguma doença contagiosa em decorrência de uma omissa supervisão.
Dado que esses empreendedores não estão em posição de fazer esses julgamentos - e nem têm a obrigação de possuir os conhecimentos para tal - eles iriam de bom grado pagar para que peritos e técnicos da saúde os orientassem a como melhor gerir suas operações de modo a minimizar os riscos para seus empregados e clientes.
Com o tempo, por meio destas consultorias e, principalmente, por meio do mecanismo de lucros e prejuízos, uma fatia eficiente dos recursos seria direcionada para a prevenção de doenças. Afinal, qualquer contágio poderia ser atribuído ao estabelecimento. Nesse cenário, por exemplo, restaurantes self-service teriam "vigias do espirro", todos os empregados em funções críticas teriam necessariamente de usar luvas e todos os banheiros teriam de ter portas-sabão.
Mas além dessas óbvias salvaguardas, outras mais sofisticadas poderiam surgir. Por exemplo, firmas especializadas em consultoria poderiam montar equipes de especialistas médicos para monitorar o mundo, identificando para as companhias aéreas indivíduos que apresentassem alguma suspeita de doenças contagiosas. Para que esses indivíduos marcados pudessem comprar suas passagens e embarcar nos aviões, eles primeiro teriam de ser checados pelos clínicos gerais (ou pelos seus próprios médicos, caso estes tenham sua competência reconhecida pelas companhias aéreas).
Desnecessário dizer que as empresas aéreas não teriam qualquer interesse em impedir as pessoas de viajar, pois isso significaria prejuízos; da mesma forma, elas não poderiam permitir que passageiros com doenças contagiosas contaminassem outros passageiros, pois isto lhe geraria processos. É sobre esse equilíbrio que elas - assim como restaurantes, cinemas, parques e hotéis - teriam de trabalhar.
A grande diferença entre mecanismos voluntários e o monopólio dado ao governo sobre o gerenciamento de questões de saúde pública é que no primeiro arranjo haveria todos os incentivos para se fazer um bom trabalho. Se uma companhia aérea rejeitasse determinados clientes porque a Consultoria Médica A disse que eles tinham tuberculose ou gripe suína quando na verdade eles eram sadios, tal vacilo seria péssimo para os negócios. Os concorrentes da Consultoria Médica A (aqueles que tivessem um melhor histórico) iriam propagandear esse fato em seus panfletos e a companhia aérea iria trocar de equipe médica caso imaginasse que a rival poderia fazer um trabalho melhor.
Em contraste, o que irá acontecer às agências de vigilância sanitária caso haja alguma pandemia? Seu orçamento será cortado? Cabeças rolarão? É claro que não. Ocorrerá o exato oposto: quando as agências do governo fazem um serviço ineficiente, isso é transformado em prova de que ela está carente de recursos e necessitada de mais dinheiro do contribuinte.
E QUANTO ÀS QUARENTENAS?
A possibilidade de quarentenas é apenas uma aplicação específica das ideias acima. Em uma sociedade livre, onde todos os pedaços de terra são propriedade privada de indivíduos, não seria possível uma pessoa ter cassado seu "direito de andar por aí", simplesmente porque, antes de tudo, não haveria algo como o "direito de andar por aí".
Mais propriamente, o que poderia acontecer é que, se algum indivíduo fosse considerado um perigo para a saúde pública, todas as agências de saúde que quisessem zelar por sua reputação iriam colocá-lo no topo de suas listas de perigos iminentes e iriam mandar e-mail, faxes e afins para alertar empresas e proprietários, aconselhando-os a ter cuidado com essa pessoa.
Ou poderíamos pensar também em seguradoras, que, para evitar prejuízos, alertariam seus clientes sobre eventuais ameaças. Esses donos de propriedade provavelmente iriam ter acordos predeterminados sobre como agir em casos como esse, de modo que a resposta pudesse ser coordenada.
Empresas privadas não são estúpidas; elas não precisam que o governo dê-lhes ordens para manter os leprosos afastados. E se, por exemplo, alguma igreja quiser abrir suas portas para tal pessoa, isso está perfeitamente dentro do seu direito de propriedade. (Por questão de cortesia, esperaríamos que tal política fosse anunciada para outros, de modo que estes pudessem escolher não visitar essa instalação).
Naturalmente, o repositório final para esse determinado tipo de pessoa seriam instalações cujos proprietários creem que podem seguramente conter a doença, evitando sua dispersão. E o nome comum que as pessoas dariam para essas instalações seria "hospital".
Em uma sociedade livre, estar sob "quarentena" significaria simplesmente que a maioria dos proprietários (de estradas, calçadas, shoppings, hotéis, fábricas, etc.) iria recusar o acesso de pessoas com doenças contagiosas, de modo que estas teriam poucas opções além das instalações que oferecem tratamento.
Em todo caso, a imagem de fugitivos egocêntricos carregando uma doença altamente contagiosa é um pouco irrealista. No mínimo, essas pessoas estariam colocando em risco as vidas de pessoas de suas próprias famílias e/ou de pessoas que amam. Aqueles que possuem uma doença contagiosa são pessoas também, e elas não querem que outras fiquem doentes. Ademais, se elas querem ser tratadas, elas, de um jeito ou de outro, terão de ir a um hospital.
CONCLUSÃO
O livre mercado pode lidar com doenças contagiosas mais eficientemente do que o governo, da mesma forma que se sai melhor que o governo quando a questão é a oferta de computadores, carros e produtos agrícolas. A ideia de que devemos dar ao governo o direito de trancafiar uma pessoa só porque ele a classifica como um risco à saúde pública é algo por si só bastante nauseante.
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Comentários
As empresas privadas lucram com a pandemia então ficam adiando a vacina. Aliás, quem iria querer comprar vacinas de empresas privadas? Dar lucro pra essa gente é imoral.
Nos EUA libertários e conservadores estão delatando isso desde ANTES de se falar em obrigar comércios a fechar e isso acabou por se estender ao fechamento de igrejas e causando mais discussões.
Não é que não fosse preciso fazer algo, o problema pra eles foi quando o estado deixou de confiar no bom senso das pessoas e passou a EXIGIR por meio de força que elas fizessem o que era melhor pra elas.
Há esta preocupação lá bem mais do que por aqui.
Outro ponto que o texto não deixa espaço pra debate é quando diz que o estado justifica sua ineficiência pela falta de recursos e avança a mão no dinheiro dos outros. O texto não deixa claro mas isso pode acontecer ou tomando por meio de impostos ou se endividando/imprimindo dinheiro, o que acaba por dar no mesmo.
Aliás, mudam a roupa mas são da mesma estirpe, auto-ilusão...
Que horror, nê Ricado?
Ou seja: até nossos liberais são intervencionistas.
Eles esquecem que o mercado só para por causa das restrições impostas a força pelo estado, e não por decisões voluntárias de cada individuo.
Essa é a merda.
Com uma só canetada, milhões de empreendedores e trabalhadores foram humilhados pelo estado, o qual, além de proibi-los de auferirem seu ganha-pão, ainda afirmou arrogantemente que suas atividades não são essenciais para ninguém. Um golpe duplo.
Médicos e jornalistas dizem que o desligamento da economia é essencial para se ganhar tempo para controlar o vírus e preparar os hospitais. Mas esse tipo de análise é típica de quem não entende os efeitos econômicos em cascata. Eles veem o desligamento como um temporário dano colateral, acreditando que tudo voltará ao normal tão logo tudo acabe (se acabar).
Errado. O impacto será severo e prolongado.
A decisão de fechar a economia causa estragos duradouros que não podem ser desfeitos em poucos meses. Sim, é essencial conter a disseminação do vírus, mas é crucial relembrar que cada mês de paralisia significa milhares a mais de empresas falidas para sempre e milhões a mais de desempregados.
Por isso, a real questão é: por que essas extremadas e desproporcionais reações ao vírus por parte dos políticos, aniquilando as economias e reduzindo severamente as fundamentais liberdades individuais de milhões de cidadãos?
Uma pista inicial está na “formação” destes políticos. A maioria nunca trabalhou no setor privado ou estudou economia de mercado. Conhecem apenas macetes da engrenagem do setor público e artimanhas sobre como ascender e se dar bem na máquina estatal. Não entendem a complexidade dos mercados e tampouco têm apreço pela maneira como eles tornam possível nosso alto padrão de vida.
A lógica da política, ademais, determina que os políticos não podem ser vistos como "não fazendo nada". Políticos sempre têm de aparentar "estar fazendo alguma coisa", principalmente quando há uma mídia obcecada exigindo que eles façam alguma coisa (mais sobre isso no artigo). Político que não faz nada no meio de algo que é rotulado como "crise" enterrou sua carreira, ainda que tal inação possa ser exatamente a coisa certa a ser feita tendo em vista o longo prazo.
As reações políticas à pandemia de coronavírus confirmaram dramaticamente essa verdade mais uma vez.
Por mais deletérias que sejam suas ações, políticos geralmente não são responsabilizados e podem apresentar-se como como tendo sido heroicamente firmes em tempos perigosos, agindo com resoluta força e determinação.
Tudo tem método.
Confira os cinco motivos dessa atitude e as duas perspectivas futuras.
Políticos destruíram o mercado e ignoraram direitos humanos com um alarmante entusiasmo
Cinco motivos de terem agido assim
Um cataclismo econômico foi desencadeado no mundo por políticos e burocratas ocidentais.
Inacreditavelmente, a atividade econômica no Ocidente colapsou. Populações inteiras foram submetidas a algo semelhante a uma ordem de prisão domiciliar, ficando confinadas em suas casas por semanas, se não meses. Como resultado, milhões tiveram suas vidas completamente alteradas. A maioria dos empresários e trabalhadores autônomos teve seus meios de subsistência comprometidos.
A economia da UE pode encolher mais de 7%, de acordo com a sempre otimista Comissão Europeia. Na crise de 2009, ela encolheu 4,5%. Já o Banco da Inglaterra fala em 14%. Números semelhantes foram previstos para os EUA, cuja economia já perdeu mais de 20 milhões de empregos em um mês.
A devastação econômica imposta sobre as economias ocidentais pelos governos terá consequências por muitos anos vindouros. Ela irá inevitavelmente diminuir a qualidade de vida dos cidadãos por um longo tempo, comprovadamente afetando sua saúde.
É importante entender que esse desastre não é o resultado da pandemia de coronavírus, que é um problema de saúde pública, mas sim da maneira como políticos exaltados e funcionários públicos "excessivamente zelosos" (para dizer o mínimo) reagiram à pandemia. Um número crescente de pesquisadores e profissionais de saúde já afirma abertamente que o número total de casos é muito maior do que se pensava anteriormente, o que significa que o COVID-19 é muito menos mortal do que insistem a mídia e especialistas do governo.
Se tais pessoas estiveram corretas, essas taxas de letalidade revisadas colocam as mortes por COVID-19 em muitos locais em uma taxa semelhante à da gripe, que mata centenas de milhares de pessoas todos os anos ao redor do mundo, sem provocar nenhuma grande reação política.
Tudo isso nos leva à inevitável pergunta: por que essas extremadas e desproporcionais reações ao vírus por parte dos políticos ocidentais, aniquilando suas economias e reduzindo severamente as fundamentais liberdades individuais de milhões de cidadãos?
Obviamente, entre os políticos, há a tradicional incompetência e a total propensão a aderirem ao comportamento de manada. Isso é comum entre praticamente todos os políticos de todos os países. Mas existem outras razões para esse comportamento desastroso e irresponsável. Eis algumas.
Cinco razões para o autoritarismo
Em primeiro lugar, políticos geralmente têm pouco entendimento de como os mercados funcionam. Na esmagadora maioria das vezes, não entendem absolutamente nada de economia.
A maioria dos políticos nunca trabalhou no setor privado ou estudou economia de mercado. Conhecem apenas macetes da engrenagem do setor público e artimanhas sobre como ascender e se dar bem na máquina estatal. Não entendem a complexidade dos mercados e tampouco têm apreço pela maneira como eles tornam possível nosso alto padrão de vida. Essa complexidade inclui um número insondável de transações diárias, inúmeras relações comerciais e uma adaptação sem fim às condições circundantes. Eles realmente não fazem ideia de como tudo isso funciona.
A lógica da política, ademais, determina que os políticos não podem ser vistos como "não fazendo nada". Políticos sempre têm de aparentar "estar fazendo alguma coisa", principalmente quando há uma mídia obcecada exigindo que eles façam alguma coisa (mais sobre isso abaixo). Político que não faz nada no meio de algo que é rotulado como "crise" enterrou sua carreira, ainda que tal inação possa ser exatamente a coisa certa a ser feita tendo em vista o longo prazo.
Isso não é novo; sempre foi uma característica típica de políticos e burocratas. As reações políticas à pandemia de coronavírus confirmaram dramaticamente essa verdade mais uma vez.
Em segundo lugar, e isso é corolário do que foi dito acima, políticos naturalmente fazem cálculos políticos. Por só pensarem em reeleição (ou em novos cargos na máquina pública), eles não querem ser responsabilizados por qualquer coisa que "dê errado". Em uma crise, eles sempre preferem agir a não agir – isto é, mostrar que ao menos fizeram alguma coisa. Consequentemente, acreditam que não poderão ser acusados de ociosidade, negligência, miopia ou insensibilidade.
Por mais deletérias que sejam suas ações, os políticos geralmente não são responsabilizados, e então podem apresentar-se como tendo sido heroicamente firmes em tempos perigosos, agindo com resoluta força e determinação. As políticas econômicas catastróficas dos presidentes Hoover e Roosevelt durante a Grande Depressão e a Segunda Guerra Mundial são um exemplo disso.
Terceiro, os políticos às vezes confiam demais em cientistas, que geralmente não têm — e não são obrigados a ter — treinamento em questões sociais. De maneira ainda mais intensa que políticos, os cientistas costumam ter grande dificuldade em compreender o conceito de ordem espontânea do mercado, o que não é surpreendente, uma vez que são seguidores do rigoroso processo científico. As propostas econômicas francamente embaraçosas de Albert Einstein são um exemplo famoso.
Ao passo que o político ao menos tem total consciência dos sutis tons de cinza na formulação de políticas e do fino equilíbrio entre satisfazer várias partes interessadas, o cientista geralmente tem boas intenções, mas vê o mundo em preto e branco.
Assim, se for perguntado a um cientista como parar a propagação de uma pandemia, ele provavelmente responderá que a melhor e mais eficiente maneira é ordenando o confinamento estrito de toda a população em suas casas por semanas. É isso que o influente "Conseil Scientifique" da França recomendou, e pode muito bem ser verdade de um ponto de vista puramente científico (embora isso agora tenha se tornado totalmente debatível).
O problema surge quando políticos seguem entusiasticamente essas opiniões sem considerá-las à luz de suas consequências políticas e econômicas.
As duas primeiras razões mencionadas acima podem explicar por que os políticos tendem a depositar confiança excessiva nos cientistas: políticos não estão familiarizados o suficiente com a economia de mercado para compreender completamente as consequências de agir com base em pareceres puramente científicos, e pode ser do seu interesse agir com base em tais conselhos, já que fazer algo – qualquer coisa – é fundamental.
Uma quarta razão pela qual os políticos agiram de forma tão imprudente para combater a disseminação do COVID-19 é certamente a pressão política sob a qual estão sujeitos. Em tempos de (presumível) crise, um eleitorado inconsciente e politicamente sem instrução se volta a eles em busca de orientação, ou até em busca de ordens para seguir.
Mas a pressão vem não apenas do povo, o que talvez seja normal em uma democracia, mas também de políticos estrangeiros. Nenhum líder quer ser superado por seus colegas estrangeiros e ser visto como tendo o plano mais fraco para enfrentar a crise. Nesse caso, Boris Johnson, do Reino Unido, reverteu suas políticas, e Stefan Löfvén, da Suécia, vem dando indicações de que irá ceder a algumas pressões externa (embora ainda não o tenha feito, o que é extraordinário).
Mas a pressão mais forte sobre os governos provavelmente vem da mídia, especialmente, nos tempos atuais, da onipresente internet e suas redes sociais. Os políticos agora são constantemente examinados, investigados e responsabilizados, algo que não ocorria com a geração anterior. Escrutinar políticos é essencial, mas sempre há o risco de desdobramentos anti-liberdade.
Além disso, a mídia convencional, voltada para as massa, é propensa a dramatizar e exagerar eventos, pois isso contribui para mais audiência. Mas também porque os jornalistas não são virologistas. A grande mídia geralmente tende simplificar os fatos e interpretá-los erroneamente, de maneira propositada ou não. Um exemplo disso é a taxa de mortalidade do COVID-19, que é constantemente relatada como muito maior do que é, pois apenas casos declarados são usados (a chamada taxa de mortalidade de casos).
De maneira mais geral, a atitude predominante da mídia é que absolutamente tudo deve ser feito para salvar uma pequena minoria de toda a população, mesmo que isso custe um futuro sofrimento econômico para centenas de milhões de pessoas.
Este é o clássico dilema socialista e intervencionista: até onde isso vai? Onde tudo isso pára? Em um mundo de recursos escassos, quanto dinheiro do pagador de impostos o estado deve gastar para tentar salvar uma vida (e prejudicar centenas de milhões de outras)?
Por último, é necessário ter uma explicação mais sombria e cínica para a reação política à pandemia: o poder em tempos de crise.
O estado nunca perde a chance de aumentar seu poder. As crises são consideradas grandes oportunidades políticas e, portanto, têm sido usadas inúmeras vezes na história pelos governantes. Este foi o caso durante e após a Primeira Guerra Mundial e a Segunda Guerra Mundial, bem como após o 11 de setembro, com a aprovação no Congresso da Lei PATRIOT. Mas isso também se aplica a crises menores, como o pânico atual. Os pacotes de estímulo econômico que estão sendo propostos agora beneficiarão novamente os banqueiros corporativistas, como aconteceu durante a crise financeira.
Para concluir
O fato de a maioria dos governos ocidentais ter decidido imitar a ditadura chinesa ao impor um severo bloqueio da sociedade deve ser um alerta para as almas inocentes que ainda acreditam, mesmo após o julgamento de Julian Assange, que o Ocidente ainda protege a liberdade individual.
Uma perigosa e assustadora escalada do poder político pode estar a caminho em um sistema econômico já frágil. As consequências políticas do confinamento generalizado de milhões de pessoas terão consequências duradouras no equilíbrio de poder entre estado e sociedade.
Embora a ordem "democrática liberal" ocidental nunca tenha realmente existido, exceto no nome, é claro que agora foi dado um passo decisivo em direção oposta a ela.
Essa crise econômica, desencadeada por políticos, também poderia levar, esperançosamente, a um entendimento mais claro da população de que mudanças constitucionais são necessárias em muitos países, a fim de limitar os poderes estatais em todos os cantos do globo. Esperemos que esta seja a lição aprendida pelos milhões confinados em suas casas, presos pela vontade arbitrária do estado.
"Quando não sabemos exatamente o que fazer, o melhor é não fazermos nada".
Dom João VI
Precisamos ir testado para ver até onde ele é necessário.
Kkkkkkkkkkkkkkk
Já está bastante óbvio que esses burocratas não têm a mais mínima ideia do que estão fazendo. Nunca nem sequer tiveram um objetivo claro.
A ONU divulgou recentemente um relatório afirmando que, devido à crise econômica causada pelo desligamento compulsório da economia feito pelos governos, centenas de milhares de crianças poderão morrer apenas este ano. Especificamente, a Unicef afirma que o lockdown matará muito mais que a Covid, sendo 1,2 milhão de mortes apenas de crianças.
Para piorar, estimam que de 42 a 66 milhões de crianças podem cair em extrema pobreza nos próximos anos. E isso sem contar os inevitáveis casos de suicídio e depressão gerados pelo desemprego artificialmente imposto (veja as fontes no artigo).
No periódico medicinal "The Lancet", o clínico sueco de doenças infecciosas Johan Gieseck escreve que as "quarentenas não reduzem o total de mortes", e afirma que as jurisdições que não fizeram quarentena provavelmente terão taxas de mortalidade semelhantes às das áreas que praticaram a quarentena.
Ele acredita ser inevitável que toda a população venha a ser exposta ao novo coronavírus no futuro, e, por isso, acredita que a quarentena irá apenas adiar os casos graves por um tempo.
Se isso é verdade saberemos depois, mas esses números levantam uma questão: qual o valor aceitável? Quanto é o bastante?
Se é verdade que os governos apenas adiaram o inevitável em troca de um tsunami de estragos econômicos, a pergunta que fica é: eles assumirão a responsabilidade? Improvável.
Quando chegar o momento de arcar com todos os ônus do desligamento compulsório da economia, os burocratas responsáveis pelo descalabro já estarão fora da política e não serão responsabilizados. Até lá, eles sobreviverão enganado você, fazendo-o pensar que são eles que estão mantendo você seguro. Isso envolve o maciço uso de uma linguagem orwelliana em um arranjo social já emocionalmente carregado. O lema da política sempre foi "nunca permita que uma boa crise seja desperdiçada".
Eles irão insistir em dados que mostrem quantas vidas "foram salvas no curto prazo" [João Dória já está fazendo isso abertamente], sem considerar quaisquer danos a longo prazo causados pela quarentena. Você não verá nem ouvirá nenhum líder na televisão falando sobre o custo econômico da quarentena, pois não é politicamente aceitável "colocar um preço na vida".
Em uma época em que uma única medida errada do governo pode se revelar mais custosa do que em épocas normais, manter nossas liberdades individuais nunca foi tão crucial.
Sacrificar cegamente as liberdades individuais em nome da segurança é ingênuo — normalmente, fica-se sem as duas.
Confira.
Nos últimos meses, ao redor do mundo, governos mantiveram seus próprios cidadãos como reféns em nome de "proteger o povo".
O que eles não conseguiram entender — ou ao menos fingem não entender — é que todas as restrições que colocam têm custos. Ao forçarem a quarentena sobre seus cidadãos, os governos retiraram a capacidade de cada indivíduo avaliar por conta própria esses custos. Não aboliram apenas a liberdade individual. Aboliram, acima de tudo, a responsabilidade individual.
As feridas que o coronavírus infligiu à sociedade serão simplesmente aprofundadas por essas inimagináveis intervenções governamentais, que se sucedem em profusão. Os governos conseguiram apenas dar ao povo mais um inimigo a ser vencido nessa guerra contra o coronavírus. Aqueles que argumentam que as medidas tomadas são necessárias para evitar mortes desnecessárias se recusam a ver que essas mesmas medidas, sem dúvida, custarão muitas outras vidas e meios de subsistência no futuro.
Muitas vezes parece que apenas um lado da equação é levado em consideração durante esta crise. A própria ONU divulgou recentemente um relatório afirmando que, devido à crise econômica causada pelo desligamento compulsório da economia feito pelos governos, centenas de milhares de crianças poderão morrer apenas este ano. Mais especificamente, a Unicef afirma que o lockdown matará muito mais que a Covid, sendo 1,2 milhão de mortes apenas de crianças. Para piorar, estimam que de 42 a 66 milhões de crianças podem cair em extrema pobreza nos próximos anos. E isso sem contar os inevitáveis casos de suicídio e depressão gerados pelo desemprego artificialmente imposto.
Esses números, embora estimativas, levantam uma questão para as autoridades: qual o valor aceitável? Quanto é o bastante?
Nenhum governo possui um bom histórico de resposta a esta pergunta. Mesmo ao tentarem responder, já estão propensos a fracassar. E isso é uma questão de história. Já está mais do que comprovado que o planejamento centralizado não funciona. A história nunca se cansa de demonstrar isso. Impor limites como "apenas trinta pessoas para um funeral" ou "máximo de dez pessoas em casamentos" são exemplos de restrições arbitrárias que surgem quando um pequeno número de burocratas tentam planejar centralizadamente uma solução ideal. Um governo que tenta organizar a sociedade dessa maneira em nada se difere da economia controlada da União Soviética, cujos burocratas não sabiam nem quantas batatas deveriam ser produzidas no ano.
Ambos os cenários têm consequências ruinosas, e as ramificações de uma reação errada a esse vírus podem nos assombrar pelas próximas gerações. A solução mais racional seria permitir que indivíduos decidissem livremente suas próprias ações com base em suas próprias preferências de risco. E arcassem com as consequências. Isso é liberdade. Isso é responsabilidade.
Embora a Covid-19 seja classificada como pandemia, ela não é diferente de qualquer outro cenário em que um indivíduo tem de agir. O indivíduo, em qualquer situação, deve decidir tendo por base seu próprio cálculo de custo versus benefício. Apenas o indivíduo é capaz de saber por si próprio qual decisão é ideal de acordo com sua própria preferência de risco e sua situação pessoal, e não burocratas e políticos.
Isso é realmente algo bem básico e lógico, mas, nestes tempos estranhos, enfatizar o básico e o lógico tornou-se sinônimo de "radical".
No início, os burocratas mandaram todo mundo ficar em casa para "nosso próprio bem". Depois, passaram a falar que a quarentena era para "dar tempo" para que o sistema de saúde se preparasse para receber uma sobrecarga de pacientes. Em seguida, disseram que o objetivo era "achatar a curva". Agora, já estão dizendo que é para ficarmos confinados até "acharem uma vacina".
Já está bastante óbvio que esses políticos e burocratas não têm a mais mínima ideia do que estão fazendo. Nunca nem sequer tiveram um objetivo claro.
Sim, a decisão ótima para a sociedade pode muito bem ser a de limitar o risco ao ponto de a curva ser achatada. No entanto, recorrer a isso como uma razão para impor restrições é injustificado. Analisando o retrospecto histórico, o manejo governamental destas "externalidades" sempre foi, na melhor das hipóteses, desastroso — qual foi a última vez que um governo sequer soube coordenar bem uma equipe em uma enchente ou em um terremoto?.
A explicação dessa incompetência é que esses burocratas em quem confiamos para fazer esses cálculos de "otimizar" os benefícios sociais são, na verdade, apenas seres humanos como nós. Eles estão sujeitos a ideologias, a influências, a politicagens, a serem tendenciosos e, acima de tudo, a erros humanos. Inevitável.
Pouco importa o fato de que, em situações como essas, os interesses dos governos raramente estão alinhados com os do povo. Nossos interesses são muito mais longevos do que os mandatos de políticos e burocratas. Quando chegar o momento de arcar com todos os ônus do desligamento compulsório da economia, os burocratas que nos mantiveram trancados em nossas casas já estarão fora da política e não serão responsabilizados. Os interesses deles dependem de que eles sejam capazes de enganar você e fazê-lo pensar que eles estão mantendo você seguro. Isso envolve o uso maciço de uma linguagem orwelliana em um arranjo social já emocionalmente carregado. O lema da política sempre foi "nunca permita que uma boa crise seja desperdiçada".
Eles irão insistir em dados que mostrem quantas vidas "foram salvas no curto prazo" [João Dória já está fazendo isso abertamente], sem considerar quaisquer danos a longo prazo causados pela quarentena. Você não verá nem ouvirá nenhum líder na televisão falando sobre o custo econômico da quarentena, pois não é politicamente aceitável "colocar um preço na vida".
No entanto, os indivíduos fazem isso todos os dias, em todos os aspectos de suas vidas. Um indivíduo sabe do risco em que incorre ao dirigir em uma estrada, mas ainda assim insiste em dirigir porque a recompensa trazida por esse risco mais do que compensa o próprio risco incorrido. É essa liberdade de escolha que deve ser protegida sempre, e ainda mais especialmente em épocas como essa.
A Covid-19, sem dúvidas, terá efeitos negativos sobre o bem-estar das pessoas, de modo que abolir essa liberdade de escolha irá paralisar ainda mais uma sociedade já mutilada.
Em um recente artigo publicado no periódico medicinal The Lancet, o clínico sueco de doenças infecciosas Johan Gieseck escreve que as "quarentenas não reduzem o total de mortes", e afirma que, quando tudo acabar, as jurisdições que não fizeram quarentena provavelmente terão taxas de mortalidade semelhantes às das áreas que praticaram a quarentena. Ele acredita ser inevitável que toda a população venha a ser exposta ao novo coronavírus em algum momento no futuro, e, por isso, acredita que a quarentena irá apenas adiar os casos graves por um tempo.
Se isso é verdade saberemos depois, mas mostra que sacrificar cegamente as liberdades individuais em nome da segurança é ingênuo (normalmente, fica-se sem as duas).
Mas se é verdade que os governos apenas adiaram o inevitável em troca de criarem um tsunami de estragos econômicos, a pergunta que fica é: eles assumirão a responsabilidade? Improvável. O novo coronavírus, embora seja a causa inicial da dor, será usado como bode expiatório para todas as doenças causadas pelos governos. Estratégias forçadas como "achatar a curva" ou "confinamento até encontrarem a vacina" são justificadas com base em conselhos de especialistas em saúde, que são eles próprios inconsistentes. No final, a verdadeira estratégia ótima será confirmada pelas ações de indivíduos livres, como sempre.
À luz de tudo isso, parece imprudente entregarmos nosso destino aos governos e confiarmos em políticos e burocratas para calcular quantas pessoas podem utilizar um parque ou quantas podem frequentar um restaurante. Ou mesmo para nos dizerem por quais motivos vale a pena sairmos de casa para arriscar uma exposição.
Com as novas informações divulgadas pela própria ONU sobre as calamidades futuras em decorrência das políticas de confinamento, ficou ainda mais óbvio que os governos de todo o mundo são incapazes de avaliar o que é melhor para o interesse de uma sociedade. Por mais tentador que seja acreditar que os governos estão nos protegendo com a quarentena, o fato é que eles estão muito mais prejudicando a sociedade do que ajudando, assim como fazem com todas as suas outras regulamentações e todos os seus decretos.
Em uma época em que uma única medida errada do governo pode se revelar mais custosa do que em épocas normais, manter nossas liberdades individuais nunca foi tão crucial.
https://www.mises.org.br/article/3249/mais-do-que-nunca-e-exatamente-em-epocas-de-crise-que-precisamos-de-liberdade-
Mas esse caso é uma exceção, durante uma pandemia as ações individuais tem consequências coletivas, eu posso decidir sobre riscos aceitáveis quando as consequências desses riscos afetam apenas a mim, quando eu arrisco a sua vida minha liberdade não pode ser irrestrita, e vice-versa.
Você pode decidir ficar presa na sua casa, mas não pode decidir pela prisão arbitraria das outras pessoas. Fique presa e convença as pessoas do seu convívio social a fazer o mesmo de forma voluntária.
Depois, quando tudo passar, você volta a sua vida normal.
Simples, ético e racional.
Uma daquelas situações que nada parece certo.
Quem quer sair não deveria ter a liberdade de colocar a vida de terceiros inocentes em risco, quem não quer sair não deveria ter a autoridade de trancafiar inocentes que não fizeram nada de errado.
Tá mais os donos da metade do navio não deixarem os donos da outra metade do navio embarcarem por suspeita de que irão tacar fogo na embarcação.
Não há inocentes na rua. Quem está sabe do risco que corre.
Basta não receber ninguém na sua casa.
Adianta quase nada a própria pessoa ficar em distanciamento social e não haver coordenação para que as outras fiquem também. A maioria das pessoas que estão infectadas e contaminam outras pessoas sequer sabem que estão nessa situação.
Sobre o direito a liberdade. Quem tem Ebola, doença infecto-contagiosa que mata quase 70% dos infectados, também não deveria ter a liberdade de não ser quarentenado? Liberdade para infectar os outros com Ebola, liberdade para infectar os outros com MERS, liberdade para infectar os outros com o vírus que exterminou 99% da humanidade no filme Os 12 Macacos, etc... Por que não? Por que não ter direito a liberdade de dirigir completamente embriagado então?
Adianta sim. Fique em casa e estará seguro.
Ou quer que o governo coordene o distanciamento social dentro da sua casa também? Tem dificuldade de mandar na sua propria casa? Que tal um agente publico sentado na sua sala te observando para ver se está bovinamente bem confinado? Pode ser cameras também para o agente ficar de home office. Vá que voce resolva se aproximar da sua mulher ou dos seus filhos.
Que novidade. Sempre foi assim com todas as doenças contagiosas, em especial antes de ela se manifestar visivelmente para quem está próximo. De gripe a HIV. O Cazuza deve ter dado para um monte de gente sem saber que tinha HIV, por exemplo. E ninguém propôs confinamento para evitar que o cu alheio fosse dado acidentalmente para um aidetico.
Parece que essa palhaçada de confinamento apareceu só agora com essa gripezinha que só mata quem não tem historico de atleta.
Eu defendo a prisão de algum maniaco do espirro que queira transmitir covid 19 para os inocentes.
Quem está completamente embriagado e dirigindo perigosamente também pode dizer algo semelhante. "É só não sair na rua. Quem está na rua sabe do risco que corre". Muito lindo esse direito a liberdade de dirigir bêbado, não é?
Mesmo que a pessoa fique em casa quase todo o tempo, obviamente ela eventualmente será obrigada para sair para fazer um exame médico, fazer um exame de renovação da carteira de motorista do Detran, etc. E obviamente essas são pessoas potencialmente prejudicadas por quem quer ter a "liberdade de infectar os outros".
Mesmo as pessoas adeptas do isolamento social em uma crise dessas são obrigadas as sair eventualmente.