Os sinais de que o fascismo de Mussolini está de volta.
Decálogo da catástrofe
O que impressiona em “M — o filho do século”, de Scurati, é que Mussolini representava a expressão de uma série de desejos latentes em parte da sociedade
Fabio Giambiagi 02/06/2020
‘O ovo da serpente” é um filme magistral dirigido por I. Bergman, ambientado na Alemanha que sucedeu à Primeira Guerra Mundial. Ele expõe a origem insidiosa do mal e serve para entender as raízes do que aconteceu naquele país nos anos 30 e 40.
Nesse sentido, gostaria de compartilhar com os leitores o efeito que produziu em mim a leitura de “M —o filho do século”, de A. Scurati, que apresenta com meticulosidade de historiador o quadro político e social italiano em 1919/1920, quando estava despontando a figura de Mussolini. O que impressiona no relato é a percepção de que este representava a expressão de uma série de desejos latentes em parte da sociedade, fruto da situação do imediato pós-guerra e que indicavam sintomas de uma patologia social. O resto foi consequência. O final da história é conhecido, mas entre o cenário inicial retratado por Scurati e o fim, a Itália viveu os seus dias mais negros, durante 25 anos. O que vou reproduzir nos próximos parágrafos deveria provocar uma reflexão. Há vários traços distintivos daquela situação, entre os quais destaco os seguintes, sempre com a citação de trechos-chave, copiados do livro:
1) O combate à neutralidade (os “isentões!”): critica-se “os moderados e seu bom senso, a quem desde sempre devemos nossa desgraça” (página 11). E explicita-se: “A luta não admite uma terceira opção, nenhuma neutralidade. Nada de espectadores!” (p.37).
2) O ódio: a descrição que o livro aplica a vários dos personagens que compõem as figuras de proa do fascismo é inequívoca: como o líder, cada um deles é um “odiador profissional” (p.23). A descrição é complementada páginas mais tarde: “Entre eles e o passado, ergue-se um muro de ódio, desprezo e sangue” (p.62).
3) O culto à morte. Na descrição das lutas políticas entre grupos polarizados, chamando a atenção para o fato de que no núcleo do fascismo estava parte dos combatentes da Primeira Guerra — então desempregados. Scurati diagnostica: “É a relação diferente que os dois grupos têm com a morte o que cava um abismo entre eles” (p. 37). É nesse contexto que ele descreve a cena de um dos personagens, almoçando e insistindo, “entre uma bocada e outra, em verificar o funcionamento do seu revólver com o tambor carregado” (p.41).
4) o isolamento do líder. Há uma passagem especial, em que o autor descreve num capítulo a relação (ou falta dela) entre Mussolini e o resto das pessoas, cuja última frase é: “Uma distância intransponível o separa do gênero humano” (p.42).
5) O recurso às ameaças. Estas aparecem em diversas passagens, das quais destaco a seguinte proclamação afixada num muro de Milão na época, dirigida aos “combatentes vitoriosos que devem, e vão, dirigir sozinhos, custe o que custar, a nova Itália. Não provocaremos, mas, se formos provocados, acrescentaremos alguns meses aos nossos quatro anos de guerra” (p.43).
6) A rejeição da concórdia. Scurati cita a carta de um dos líderes intelectuais do movimento, na qual ele escreve, explicitamente, que “para mim e para os nossos pares, a paz é hoje uma desgraça” (p.50).
7) A confusão mental. Este é um dos traços mais marcantes da construção dos personagens. Diz o autor, acerca de um dos tipos: “é um fanático que não sabe viver sem elaborar planos de vingança”. E logo depois, sobre outro, registra: “não tem uma única ideia na cabeça e, por isso, é um ótimo orador” (p.62);
8) A crítica aos partidos: “Quem são os fascistas? O que eles são? São algo novo, inédito, um antipartido. Fazem antipolítica” (p.64).
9) O ressentimento: “Trata-se apenas de fomentar as facções, exasperar os ressentimentos” (p.64).
10) A falta de rumos: a massa de manobra do fascismo é composta por aqueles que “não têm noção de futuro, não sabem onde desaguar... Seu verdadeiro programa está contido na palavra ‘combate’” (p.64/65).
É um decálogo da catástrofe. “M” é, provavelmente, um dos livros que mais me impressionaram em quase cinco décadas como leitor. Recomendo a leitura.
Os sinais de que o fascismo de Mussolini está de volta.
Decálogo da catástrofe
O que impressiona em “M — o filho do século”, de Scurati, é que Mussolini representava a expressão de uma série de desejos latentes em parte da sociedade
Fabio Giambiagi 02/06/2020
‘O ovo da serpente” é um filme magistral dirigido por I. Bergman, ambientado na Alemanha que sucedeu à Primeira Guerra Mundial. Ele expõe a origem insidiosa do mal e serve para entender as raízes do que aconteceu naquele país nos anos 30 e 40.
Nesse sentido, gostaria de compartilhar com os leitores o efeito que produziu em mim a leitura de “M —o filho do século”, de A. Scurati, que apresenta com meticulosidade de historiador o quadro político e social italiano em 1919/1920, quando estava despontando a figura de Mussolini. O que impressiona no relato é a percepção de que este representava a expressão de uma série de desejos latentes em parte da sociedade, fruto da situação do imediato pós-guerra e que indicavam sintomas de uma patologia social. O resto foi consequência. O final da história é conhecido, mas entre o cenário inicial retratado por Scurati e o fim, a Itália viveu os seus dias mais negros, durante 25 anos. O que vou reproduzir nos próximos parágrafos deveria provocar uma reflexão. Há vários traços distintivos daquela situação, entre os quais destaco os seguintes, sempre com a citação de trechos-chave, copiados do livro:
1) O combate à neutralidade (os “isentões!”): critica-se “os moderados e seu bom senso, a quem desde sempre devemos nossa desgraça” (página 11). E explicita-se: “A luta não admite uma terceira opção, nenhuma neutralidade. Nada de espectadores!” (p.37).
2) O ódio: a descrição que o livro aplica a vários dos personagens que compõem as figuras de proa do fascismo é inequívoca: como o líder, cada um deles é um “odiador profissional” (p.23). A descrição é complementada páginas mais tarde: “Entre eles e o passado, ergue-se um muro de ódio, desprezo e sangue” (p.62).
3) O culto à morte. Na descrição das lutas políticas entre grupos polarizados, chamando a atenção para o fato de que no núcleo do fascismo estava parte dos combatentes da Primeira Guerra — então desempregados. Scurati diagnostica: “É a relação diferente que os dois grupos têm com a morte o que cava um abismo entre eles” (p. 37). É nesse contexto que ele descreve a cena de um dos personagens, almoçando e insistindo, “entre uma bocada e outra, em verificar o funcionamento do seu revólver com o tambor carregado” (p.41).
4) o isolamento do líder. Há uma passagem especial, em que o autor descreve num capítulo a relação (ou falta dela) entre Mussolini e o resto das pessoas, cuja última frase é: “Uma distância intransponível o separa do gênero humano” (p.42).
5) O recurso às ameaças. Estas aparecem em diversas passagens, das quais destaco a seguinte proclamação afixada num muro de Milão na época, dirigida aos “combatentes vitoriosos que devem, e vão, dirigir sozinhos, custe o que custar, a nova Itália. Não provocaremos, mas, se formos provocados, acrescentaremos alguns meses aos nossos quatro anos de guerra” (p.43).
6) A rejeição da concórdia. Scurati cita a carta de um dos líderes intelectuais do movimento, na qual ele escreve, explicitamente, que “para mim e para os nossos pares, a paz é hoje uma desgraça” (p.50).
7) A confusão mental. Este é um dos traços mais marcantes da construção dos personagens. Diz o autor, acerca de um dos tipos: “é um fanático que não sabe viver sem elaborar planos de vingança”. E logo depois, sobre outro, registra: “não tem uma única ideia na cabeça e, por isso, é um ótimo orador” (p.62);
8) A crítica aos partidos: “Quem são os fascistas? O que eles são? São algo novo, inédito, um antipartido. Fazem antipolítica” (p.64).
9) O ressentimento: “Trata-se apenas de fomentar as facções, exasperar os ressentimentos” (p.64).
10) A falta de rumos: a massa de manobra do fascismo é composta por aqueles que “não têm noção de futuro, não sabem onde desaguar... Seu verdadeiro programa está contido na palavra ‘combate’” (p.64/65).
É um decálogo da catástrofe. “M” é, provavelmente, um dos livros que mais me impressionaram em quase cinco décadas como leitor. Recomendo a leitura.
Os Antifas irão impedir, mesmo que custe vandalismo e depredação de propriedades privadas e leve prejuízo e miséria a diversos indivíduos.
Significado de Antifa pela Wikipédia:
"O movimento Antifa é uma conglomeração de grupos de esquerda. A principal característica dos grupos antifa é a sua oposição ao fascismo por quaisquer meios necessários. Eles atuam com táticas de militância em protestos expondo identidades de nazistas e fascistas e realizam manifestações contra a extrema-direita" https://pt.wikipedia.org/wiki/Antifa_(Estados_Unidos)
Essa definição é meio que dizer que antifa, um grupo de esquerda, persegue o próprio rabo.Deve ter sido algum comuna de butique que escreveu.
Documentário mostra Sara Winter admitindo que recebia dinheiro para protestar
Thiago Prado 15/06/2020
Alçada ao posto de grande estrela do movimento pró-Bolsonaro e contra o Supremo Tribunal Federal, a ativista Sara Winter já tem até um filme para chamar de seu. O serviço de streaming conservador Lumine produziu e lançou há algumas semanas “A vida de Sara”, documentário que mostra a trajetória um tanto bipolar da jovem de 30 anos que migrou em menos de uma década da agenda feminista para as pautas antidemocráticas de confronto com as instituições.
O longa de 1 hora e 16 minutos mostra como o período na prostituição levou Sara a buscar o ativismo no início da década. Embora fizesse curso de relações internacionais, a jovem entrou no ramo após fugir da casa onde morava com os pais e dois irmãos, um deles ligado a uma facção criminosa. Ela relata que, em 18 de maio de 2010, um cliente a violentou de uma forma que a fez abandonar a prostituição e buscar formas de protestar contra a violência.
No documentário, Sara relata que viu, na época, a página no Facebook do Femen - movimento ativista ucraniano em que mulheres protestavam por diversas causas fazendo topless - e enviou mensagem propondo trazer a iniciativa para o Brasil. Imediatamente, ela foi convidada a passar um período de treinamento no Leste Europeu e depois acabou retornando com a função de colocar em prática a sua própria ideia.
É daí que surgem as aspas mais interessantes do filme da líder do “300 do Brasil”. “Aprendi a fazer técnicas honestas e desonestas de protestos”, diz Sara, que em maio esteve em frente ao STF usando símbolos que faziam alusão a Ku Klux Klan. “Recebia 2 mil dólares a cada manifestação que fazia. (...). Já recebi várias encomendas de protestos, até de marca de roupa”, afirma a ativista sobre o passado, embora atualmente ainda não se saiba quem a financia (é esse, aliás, um dos focos do inquérito do STF que tem Sara como alvo).
Sara explica que se desvinculou do ativismo feminista após ter abortado um filho, atitude que atribui à influência de colegas feministas. Não fica claro em que momento Sara migra para a defesa do bolsonarismo e, muito menos, quando é que passa a achar natural ameaçar um ministro do STF com socos (a propósito, essa fase atual da vida dela não foi tratada no documentário, produzido em 2019).
Três detalhes do documentário que evidenciam a nova ideologia de Sara Winter: o abraço que recebe da ministra Damares Alves em visita ao seu gabinete; a blusa que veste com a mensagem “Olavo tinha razão” estampada; e a frase que diz enquanto treina tiros com um instrutor: “Não defendendo o empoderamento. Defendo o empoderarmamento”.
Não aceito a violência dos manifestantes da extrema direita, mas lembro que, quando a esquerda fez igual ou pior, disseram que era por uma causa justa e citaram a Queda da Bastilha como exemplo de que nem sempre é possível mudar as coisas com boas maneiras.
Não aceito a violência dos manifestantes da extrema direita, mas lembro que, quando a esquerda fez igual ou pior, disseram que era por uma causa justa e citaram a Queda da Bastilha como exemplo de que nem sempre é possível mudar as coisas com boas maneiras.
Vivemos a revolução cultural da extrema esquerda. Eles estão vencendo, talvez até, mais do que devido a uma vitória cultural por haver a direita de Bolsonaro, Trump... imbecis.
É muito mau terem eleito imbecis para tentar derrubar uma ideologia organizada há décadas.
A Pandemia serviu como cenário perfeito. A direita imbecil, negacionista da realidade não alcança sucesso a longo prazo. Colocaram-se no contra sem entender o momento revolucionário. Pior, parecem insensíveis ao drama humano causado pela epidemia. Aliás, negam e fazem humor contra quem alerta para o problema.
Nota: Europa ocidental foi ocupada pela ideologia anti-cultura europeia. Denunciar isto equivale ao risco de ostracismo social.
Essas figuras soltas (Sara)são péssimas para quem quiser genuinamente reconstruir uma sociedade estruturada. Décadas de desconstrução, não se revertem com actos de tontos.
A incapacidade das pessoas de direita verem inteligência na estratégia de esquerda, será a ruína da direita.
Ainda a inabilidade de lidar com os problemas sem ser em modo reactivo, isto é, se é a esquerda que o diz então não presta.
A supremacia cultural faz-se por promover uma ideologia, um modelo com valor intrínseco. A direita promove banditismo ao invés. No Brasil são seitas religiosas... EUA algo semelhante.
Na Europa, são uns neo-nazis inconsequentes.
Falta inteligência. Todavia, há lugares como França onde na sombra foi nascendo resistência de esquerda anti extrema esquerda. Estes, que no Brasil seriam chamados de comunistas, debatem com a direita conservadora autentica.
Pode não ser tarde para construir um futuro mais digno para todos...
Ontem no Aqui na Band o Ernesto Lacombe a certa altura de um diálogo com um de seus convidados
envolvendo a questão da imigração crescente para a Europa de pessoas de diversos paises, contemporizou(pragmaticamente) que uma solução para a questão seriam ações que promovessem a permanência dos quais em seus próprios territórios, no que um convidado disparou que as pessoas imigram por estarem insastifeitas procurando melhores condições(como isso fosse a coisa mais natural do mundo invadir propriedade alheia) e nas mesmas linhas emendou (com uma retoricada) que, o Brasil seria uma nação feita por pessoas insastifeitas de outros lugares(como se isso validasse o seu ponto).O pessoal das redes sociais comentando no programa começou a chamá-lo(não sem razão) de esquerdopata.
Comentários
Daí "aceitou a Jesus" e virou extrema direita.
Si eu sô insentaum a matéria procedi. I si eu sô apoiadô do Naro, a matéria procedi...
Brasileiros votaram em Bolsonaro movidos por ressentimento, mesmo os mais cultos.
Essa definição é meio que dizer que antifa, um grupo de esquerda, persegue o próprio rabo.Deve ter sido algum comuna de butique que escreveu.
Sim, até num protesto de fanáticos violentos, vândalos e saqueadores.
Por isso os únicos protestos válidos são na internet: onde as pessoas fingem se importar durante duas semanas, depois voltam as suas vidas normais.
"MST invade Ministério da Agricultura e joga tinta vermelha no chão"
Leia mais em: https://www.gazetadopovo.com.br/republica/breves/mst-invade-ministerio-da-agricultura-e-joga-tinta-vermelha-no-chao/
Jogar tinta no STF pode. Foguete não:
https://exame.com/brasil/pichacao-vermelha-coloca-seguranca-do-stf-em-alerta/
Vivemos a revolução cultural da extrema esquerda. Eles estão vencendo, talvez até, mais do que devido a uma vitória cultural por haver a direita de Bolsonaro, Trump... imbecis.
É muito mau terem eleito imbecis para tentar derrubar uma ideologia organizada há décadas.
A Pandemia serviu como cenário perfeito. A direita imbecil, negacionista da realidade não alcança sucesso a longo prazo. Colocaram-se no contra sem entender o momento revolucionário. Pior, parecem insensíveis ao drama humano causado pela epidemia. Aliás, negam e fazem humor contra quem alerta para o problema.
Nota: Europa ocidental foi ocupada pela ideologia anti-cultura europeia. Denunciar isto equivale ao risco de ostracismo social.
A incapacidade das pessoas de direita verem inteligência na estratégia de esquerda, será a ruína da direita.
Ainda a inabilidade de lidar com os problemas sem ser em modo reactivo, isto é, se é a esquerda que o diz então não presta.
A supremacia cultural faz-se por promover uma ideologia, um modelo com valor intrínseco. A direita promove banditismo ao invés. No Brasil são seitas religiosas... EUA algo semelhante.
Na Europa, são uns neo-nazis inconsequentes.
Falta inteligência. Todavia, há lugares como França onde na sombra foi nascendo resistência de esquerda anti extrema esquerda. Estes, que no Brasil seriam chamados de comunistas, debatem com a direita conservadora autentica.
Pode não ser tarde para construir um futuro mais digno para todos...
A eleição do Bolsonaro e do Trumplis são atos pragmáticos.
envolvendo a questão da imigração crescente para a Europa de pessoas de diversos paises, contemporizou(pragmaticamente) que uma solução para a questão seriam ações que promovessem a permanência dos quais em seus próprios territórios, no que um convidado disparou que as pessoas imigram por estarem insastifeitas procurando melhores condições(como isso fosse a coisa mais natural do mundo invadir propriedade alheia) e nas mesmas linhas emendou (com uma retoricada) que, o Brasil seria uma nação feita por pessoas insastifeitas de outros lugares(como se isso validasse o seu ponto).O pessoal das redes sociais comentando no programa começou a chamá-lo(não sem razão) de esquerdopata.
Olha ai a Carla Zambelli