Algumas culturas são melhores do que outras, SIM

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Comentários

  • editado December 2016
    Huxley disse:

    O exemplo do Japão que você citou só reforça meu argumento, pois ajuda a entendê-lo melhor. Você argumentou que as atuais boas crenças da sociedade japonesa acerca da liberdade resultaram de um acontecimento histórico institucional, não de mudanças na ética nacional. Ora, É EXATAMENTE ISSO que, muitas vezes, explica as diferenças de prosperidade que existem entre as nações do mundo e as diferenças de prosperidade que existem entre as nações do Ocidente (que não é tão homegenamente próspero; veja o caso dos países da América Latina com ascendência majoritariamente europeia como Argentina e Uruguai: eles são bem inferiores em desenvolvimento em relação ao Japão e os Tigres Asiáticos).

    Como disse antes, concordamos no essencial, primeiro sobre a superioridade evidente do modelo de civilização ocidental e sobre as Instituições serem os protagonistas desta superioridade.
    O que precisa ser acertado é que não estamos discutindo o sucesso das civilizações em termos exclusivamente econômicos, mas sim o conjunto das realizações civilizatórias, economia inclusa e isto que faz o Ocidente melhor.

    A civilização Ocidental criou duas instituições que revolucionaram a concepção humana de modo de vida - a democracia moderna fundamentada nos direitos e garantias individuais e igualdade perante a lei - e o capitalismo industrial, que em três séculos de existência produziu muitas vezes mais riqueza e progresso científico-tecnológico que toda experiência humana anterior.

    Há explicações diversas sobre porque algumas civilizações são mais bem sucedidas que outras, como por exemplo  o determinismo geográfico defendido por Jared Diamond, mas esta e outras teorias explicam apenas como sociedades se tornam mais eficientes, sem julgar aspectos espirituais e morais destas sociedades.
    Diamond explica com riqueza de evidências porque a geografia fez com que as civilizações do eixo leste-oeste Eurasiano progredissem muito mais rapidamente que as civilizações nativo-americanas e africanas, mas não coloca em questão os modos como este progresso se deu.  Por exemplo, praticamente todas estas civilizações exploraram a escravidão ou servidão em parte ou no todo de sua História, o que não é considerado quando olhamos apenas seu desenvolvimento econômico, técnico e cultural.

    Obviamente a civilização Ocidental a medida em que se torna hegemônica também se torna escravagista e colonialista, mas ao contrário de outras civilizações hegemônicas criou dentro de sua própria sociedade forças poderosas de oposição a estas práticas, forças que só poderiam existir em democracias que dentre outras instituições garantiam a liberdade de pensamento e expressão, outro ineditismo civilizacional criado deste lado do mundo.
  • Existe algum motivo para lugares frios serem mais desenvolvidos que lugares quentes? Parece que os trópicos estão sempre um (dez?) passo atrás.
  • editado December 2016
    Existe algum motivo para lugares frios serem mais desenvolvidos que lugares quentes? Parece que os trópicos estão sempre um (dez?) passo atrás.

    - Isto nem sempre foi verdade, basta lembrar que o berço das primeiras civilizações foi um lugar bem quente e desértico.

    Abraços,
  • editado December 2016
    Cameron disse: Existe algum motivo para lugares frios serem mais desenvolvidos que lugares quentes? Parece que os trópicos estão sempre um (dez?) passo atrás.


    Esta é uma questão muito interessante, que pode ser analisada com base na teoria do determinismo geográfico defendida por Jared Diamond.

    As regiões equatoriais e tropicais incluem a maior parte das Américas e da África, o subcontinente Indiano e a Austrália.
    Segundo Diamond, estas regiões (com exceção do subcontinente indiano) não lograram desenvolvimento comparável ao das grandes civilizações do eixo eurasiano por conta de sua orientação geográfica ser predominantemente norte-sul e não leste-oeste como no caso da Eurásia, o que fornecia imensas extensões de terra com mesmo clima e características geográficas que permitiam transferência de tecnologias agrícolas sem necessidade de adaptações climáticas.  Além disto estas regiões dispunham de abundância de cavalos e animais domésticos, essenciais para o desenvolvimento civilizatório e que faltavam na África e Américas.

    Quanto ao frio, as regiões mais frias das Américas não produziram civilizações significativas, sejam entre os patagões ou esquimós.  As principais civilizações nativo-americanas se criaram na faixa tropical, com os Maias e Astecas.
    Mesmo no eixo Eurasiano, a civilização floresce no Crescente Fertil, Egito, China e India, não nas regiões mais frias como Escandinávia ou norte da Bretanha.  
    As civilizações mais expressivas do Ocidente Antigo, Grécia e Roma crescem no clima moderado do Mediterrâneo e não nos climas gelados do norte da Rússia.

    Quando as Américas são colonizadas pelos europeus, as regiões mais frias que constituíriam os Estados Unidos e a Argentina saem em vantagem por favorecer tanto a transposição de culturas agrícolas européias quanto por estimular a emigração de colonizadores com interesse em residir e empreender nas terras temperadas, contra o interesse inicialmente extrativista da ocupação das colônias tropicais.

    Pode-se concluir que climas temperados são úteis ao desenvolvimento, mas é um coadjuvante no sucesso civilizacional.
  • editado December 2016
     
    Existe algum motivo para lugares frios serem mais desenvolvidos que lugares quentes? Parece que os trópicos estão sempre um (dez?) passo atrás.

    É uma correlação curiosa na atualidade, mas ela não se sustenta historicamente com uma análise intracontinental. Os incas e os astecas, que ficavam localizados entre os trópicos, construíram sociedades bem mais avançadas do que os índios pré-colombianos de regiões temperadas e frias. Em tempos mais recentes, antes de começar o intenso contato europeu com os africanos, o sul da África era a área de menor densidade populacional e a que estava mais longe de apresentar Estados estruturados que exercessem algum tipo de controle sobre seus territórios. Por fim, a Índia medieval foi, durante certo tempo, uma das duas maiores potências econômicas e militares do mundo (a China era a outra), superando quase todos os povos de latitudes altas do mundo.
  • editado December 2016
    Cameron disse: Existe algum motivo para lugares frios serem mais desenvolvidos que lugares quentes? Parece que os trópicos estão sempre um (dez?) passo atrás.


    Sobre isto, Gilberto Freyre em Casa Grande e Senzala apresenta um cenário terrível sobre as dificuldades de se estabelecer uma civilização de cultura européia nos trópicos.
    Primeiro ele destaca que os portugueses no Brasil criaram o primeiro experimento bem sucedido de colonização européia em climas quentes, empreitada na qual espanhóis, ingleses, franceses e holandeses haviam tentado antes e falhado miseravelmente derrotados pelo clima.  As colônias tropicais inglesas, francesas e holandesas bem sucedidas só foram estabelecidas depois que a ocupação do Brasil estava consolidada pelos portugueses.

    Freyre detalha como o calor incapacitava para o trabalho os europeus não aclimatados, como a quantidade devastadora de pássaros, insetos e outras pragas agrícolas destruíam as plantações em tempo que não existiam defensivos e a dificuldade de conservar o que que fosse da deterioração sob um calor de quarenta graus.

    Estes relatos não indicam necessariamente que climas quentes são economicamente menos viáveis, mas deixa clara a dificuldade de transpor culturas de climas temperados para zonas tropicais.
  • Entendo que climas temperados, com quatro estações bem definidas, ditam um ritmo anual que precisa ser obedecido sob pena de se morrer de fome e frio. Há um tempo de plantar e um tempo de colher. É preciso construir casas e armazenar comida antes do inverno chegar. Ao contrário do clima tropical, não dá para deixar para depois.

    O Egito era quente, mas tinha o ritmo imposto pelas enchentes do Nilo.

    A Mesopotâmia tinha as terras férteis entre os rios Tigre e Eufrates (e estações bem definidas).
  • editado December 2016
    Fernando_Silva disse: Entendo que climas temperados, com quatro estações bem definidas, ditam um ritmo anual que precisa ser obedecido sob pena de se morrer de fome e frio. Há um tempo de plantar e um tempo de colher. É preciso construir casas e armazenar comida antes do inverno chegar. Ao contrário do clima tropical, não dá para deixar para depois.

    O Egito era quente, mas tinha o ritmo imposto pelas enchentes do Nilo.

    A Mesopotâmia tinha as terras férteis entre os rios Tigre e Eufrates (e estações bem definidas).

    Isso daí(essa resposta acima) produz civilizações massivas, mas não necessariamente grandes povos. O buraco com grandes povos, aqueles cuja os filhos trazem ciência e aperfeiçoamento das instituições ao mundo, é mais embaixo.
  • Fernando_Silva disse: Entendo que climas temperados, com quatro estações bem definidas, ditam um ritmo anual que precisa ser obedecido sob pena de se morrer de fome e frio. Há um tempo de plantar e um tempo de colher. É preciso construir casas e armazenar comida antes do inverno chegar. Ao contrário do clima tropical, não dá para deixar para depois.

    O Egito era quente, mas tinha o ritmo imposto pelas enchentes do Nilo.

    A Mesopotâmia tinha as terras férteis entre os rios Tigre e Eufrates (e estações bem definidas).

    Isso daí(essa resposta acima) produz civilizações massivas, mas não necessariamente grandes povos. O buraco com grandes povos, aqueles cuja os filhos trazem ciência e aperfeiçoamento das instituições ao mundo, é mais embaixo.

    - Mas foi exatamente o que as civilizações que ele citou fizeram.

    Abraços,
  • Isso daí(essa resposta acima) produz civilizações massivas, mas não necessariamente grandes povos. O buraco com grandes povos, aqueles cuja os filhos trazem ciência e aperfeiçoamento das instituições ao mundo, é mais embaixo.

    what?!

    Continuo sem tempo para ler tudo. Aconselho ler mesmo Kant, o gajo é acerta neste campo em toda a linha.
    Tudo o mais é etno-centrismo racial colorido disfarçado de erudição.
  • aqueles cuja os filhos trazem ciência e aperfeiçoamento das instituições ao mundo
    Tudo tem que ser contextualizado.
    O Egito sim produziu uma civilização aperfeiçoadíssima e que já era multimilenar quando o Herodoto por lá (acho que) foi. Era muito mais antiga do que pra nós é a Roma do Numa Pompílio. Grandes colheitas e talvez o melhor a mais útil de todos os inventos: a cerveja.

     
  • Pug disse:
    Tudo o mais é etno-centrismo racial colorido disfarçado de erudição.

    Ainda estou esperando o Kant demonstrar que a Suiça não é melhor que o Império Asteca.
  • Eu pessoalmente desconfio que o Motēuczōma ele próprio já tava farto daquela loucura sanguinária dos sacerdotes. Sempre que releio os fatos fico c/a impressão que ele queria acabar c/aquilo...
    Agora, onde o Kant entra na história se me escapaconfused.png
  • PugPug
    editado December 2016
    Ainda estou esperando o Kant demonstrar que a Suiça não é melhor que o Império Asteca.
    Citar · Share on Facebook

    Vc pretende a partir da sua subjetividade universalizar - é um erro comum, tanto mal fez à humanidade esse tipo de pensamento.
    No fundo a cultura Tupi é inferior, devia mesmo ser interdita e só a cultura europeia ser ensinada aos seus filhos. 
    Fala sério Acauam...

    Kant não se moveu pelos conteúdos subjectivos, fugiu ao relativismo.
    Ele está cheio de falhas, todo o seu sistema assenta em "pouco", só que tem o mérito de não chamar de sub-humanos aos povos não brancos. Pois, é isto que se considera a partir de povos que produzem sub-cultura.

    O Ricardo diz algo de simples: os homens todos possuem a mesma ferramenta ou não. A primeira é apoiada na visão kantiana do homem, a segunda justificou o exterminio de sub-povos, talvez nem humanos fossem...
  • Bem que poderiam citar o que Kant afirma que refuta essa questão.
  • No entanto, a comparação de suíços com ameríndios sub-humanos é interessante.

    Entre fogueiras esporádicas e corações arrancados, temos belos exemplos do que o homem através da sua racionalidade é capaz de produzir.

    Racionalizar barbaridades é uma banalidade. Matar um milhão de ciganos, milhão e meio de arménios. Ok, 6 milhões de judeus é exemplificação máxima da mais elevada cultura. Ao menos os europeus são eficientes naquilo que fazem!

    Pena que não possuo o dom de passar através das palavras o meu divertimento e desinteresse pelo que escrevo aqui.
  • Pug disse: No entanto, a comparação de suíços com ameríndios sub-humanos é interessante.

    O sub-humanos é por sua conta.
  • editado December 2016
    Pug disse:

    Vc pretende a partir da sua subjetividade universalizar - é um erro comum, tanto mal fez à humanidade esse tipo de pensamento.
    No fundo a cultura Tupi é inferior, devia mesmo ser interdita e só a cultura europeia ser ensinada aos seus filhos. 
    Fala sério Acauam...

    Meus filhos tem outras perspectivas na vida além plantar mandioca e caçar capivaras, perspectivas que a cultura européia deu a eles.
    Estamos bem cientes da nossa ancestralidade e conservamos a parte da Cultura que diz quem somos e de onde viemos, o resto que fique lá no meio do mato de onde não deve sair e - ao contrário de você - eu sei do que estou falando.
    Kant não se moveu pelos conteúdos subjectivos, fugiu ao relativismo.
    Ele está cheio de falhas, todo o seu sistema assenta em "pouco", só que tem o mérito de não chamar de sub-humanos aos povos não brancos. Pois, é isto que se considera a partir de povos que produzem sub-cultura.
    Prá mim rasgar o peito de um cara com obsidiana, arrancar-lhe o coração ainda pulsando e devorá-lo na frente de uma população em frenesi é argumento bastante concreto e, portanto, objetivo para concluir que aquilo lá não é melhor que a Suiça de hoje.
    Pug disse:
    O Ricardo diz algo de simples: os homens todos possuem a mesma ferramenta ou não. A primeira é apoiada na visão kantiana do homem, a segunda justificou o exterminio de sub-povos, talvez nem humanos fossem...

    Não entendi bulhufas do que quis dizer, a começar sobre se o Ricardo é uma citação própria em terceria pessoa, o economista ou algum terceiro que não imagino quem.
  • Pug disse:

    Racionalizar barbaridades é uma banalidade. Matar um milhão de ciganos, milhão e meio de arménios. Ok, 6 milhões de judeus é exemplificação máxima da mais elevada cultura. Ao menos os europeus são eficientes naquilo que fazem!

    Você quer mesmo comparar ritos de sacrifício humano que eram o fundamento civilizacional e o centro da estrutura social dos Astecas com o Holocausto?
  • O sub-humanos é por sua conta.

    Não é. Vc tem erudição sufificente para traçar no tempo distante este legado cultural.

     
  • Pug disse:

    Não é. Vc tem erudição sufificente para traçar no tempo distante este legado cultural.

    Este "legado cultural" do tipo "indígenas não tem alma" é na maioria das vezes uma falsificação histórica.
    A prioridade da Igreja Católica no Brasil colonial era batizar e catequizar os Índios para salvar suas almas, o que evidencia a contradição daquele legado em particular.
  • Pug disse:
    O sub-humanos é por sua conta.

    Não é. Vc tem erudição sufificente para traçar no tempo distante este legado cultural.
    E o legado cultural específico do Brasil é a miscigenação.
    Fomos na origem uma nação de pai português e mãe Tupi-Guarani.
    Depois vieram os africanos e completaram a mistura.
    Ninguém casa e constitui família com quem considera sub-humano.
    Nosso legado cultural, neste ponto em particular, é um exemplo para o mundo.
     
  • Esse vídeo representa o que eu penso do assunto:

  • Cameron disse: Esse vídeo representa o que eu penso do assunto:



    Muito bom esse vídeo 
  • O legado cultural é mais antigo que a igreja!


    Sou português com orgulho.
    Do Brasil destaco os jesuitas ( o mais conhecido por aqui Padre António Vieira), que se dedicaram a um projecto criador civilizacional, ainda, creio eu, pouco reconhecido pelos respectivos povos. 
    Um lamento que tenho foi os meus pais não me terem colocado no colégio jesuíta.

    Portugal ou Brasil, os dois não são exemplos da cultura "Ocidental". Confunde-se a excepção destes povos ibéricos com outra visão do mundo daqueles outros. Embora, ambos tenham recebido as influências europeias, quer as boas ou as más. Os ibero-americanos são excepcionais, tantas vezes, por isto mesmo, auto-odiados por admiradores de mais Europa. 
    No Brasil revisionista ou no Portugal sem estima de si, há tantos a desejar ser franceses, ingleses e mesmo alemães.
    Todos estes cegos esquecem as palavras do poeta, a quem se lhes inspirou outro destino aos portugueses ( aqui incluímos os brasileiros e outros mais).

    Nestas palavras apressadas mostro o motivo de não ter tempo ou levar a sério este tipo de debates.
    Sou português e tenho uma vida clarificado enquanto tal. Não me interessa o que diz Kant, nem quem necessita de comparar-se a terceiros. Limitei-me a debitar contra-exemplos, para alargar a visão do mundo. Quando tantos estavam só a bater que x é melhor e que y é pior - disse, talvez, isso seja estupidez.
    Afinal, esperando não ser confuso na intenção, o Brasil multicultural é o exemplo vivo dessa visão torpe e limitada comparativa...

    Um feliz 2017 para todos vós!
     
  • Pug disse: O legado cultural é mais antigo que a igreja!


    Sou português com orgulho.
    Do Brasil destaco os jesuitas ( o mais conhecido por aqui Padre António Vieira), que se dedicaram a um projecto criador civilizacional, ainda, creio eu, pouco reconhecido pelos respectivos povos. 
    Um lamento que tenho foi os meus pais não me terem colocado no colégio jesuíta.

    Portugal ou Brasil, os dois não são exemplos da cultura "Ocidental". Confunde-se a excepção destes povos ibéricos com outra visão do mundo daqueles outros. Embora, ambos tenham recebido as influências europeias, quer as boas ou as más. Os ibero-americanos são excepcionais, tantas vezes, por isto mesmo, auto-odiados por admiradores de mais Europa. 
    No Brasil revisionista ou no Portugal sem estima de si, há tantos a desejar ser franceses, ingleses e mesmo alemães.
    Todos estes cegos esquecem as palavras do poeta, a quem se lhes inspirou outro destino aos portugueses ( aqui incluímos os brasileiros e outros mais).

    Nestas palavras apressadas mostro o motivo de não ter tempo ou levar a sério este tipo de debates.
    Sou português e tenho uma vida clarificado enquanto tal. Não me interessa o que diz Kant, nem quem necessita de comparar-se a terceiros. Limitei-me a debitar contra-exemplos, para alargar a visão do mundo. Quando tantos estavam só a bater que x é melhor e que y é pior - disse, talvez, isso seja estupidez.
    Afinal, esperando não ser confuso na intenção, o Brasil multicultural é o exemplo vivo dessa visão torpe e limitada comparativa...

    Um feliz 2017 para todos vós!
     

    Portugueses de verdade não ficam chupando religiões de povos tão distintos de Portugal, como os invasores mouros.
  • editado January 2017
    Pug disse:

    O legado cultural é mais antigo que a igreja!

    No caso particular do Ocidente, sem Igreja não haveria legado cultural,
    Quando não existiam editoras e best sellers, foram os monges que copiaram pacientemente a mão, durante toda a vida as obras clássicas que hoje fazem sermos quem somos.
    Sou português com orgulho.
    Tem motivos mais do que justos para se orgulhar.
    Como disse seu poeta, partidos da ocidental praia lusitana, por mares nunca dantes navegados, foram além, muito além.
    Portugal ou Brasil, os dois não são exemplos da cultura "Ocidental".

    São, sim...
    Depois do Samuel Huntington pegou esta ideia de que o Ocidente é uma espécie de Maçonaria Civilizacional, um clube para iniciados.
    Ocidente é o nome genérico para a civilização cujos fundamentos culturais são greco-judaico-cristãos, o que é uma definição ampla o bastante para admitir matizes tão variados que incluem o Brasil, um lugar tão particular no mundo que nem os brasileiros tem ideia de o quanto. 
    No Brasil revisionista ou no Portugal sem estima de si, há tantos a desejar ser franceses, ingleses e mesmo alemães.

    Enquanto ingleses. francese e alemães esquecem de quem são e desejam ser alguma outra coisa que não sabem o que seria.
    No caso dos alemães, vá lá...  Não dá prá esquecer o que fizeram e é melhor que queiram ser outra coisa, mas que seja uma coisa legal pelo menos.
    Sou português e tenho uma vida clarificado enquanto tal. Não me interessa o que diz Kant, nem quem necessita de comparar-se a terceiros. Limitei-me a debitar contra-exemplos, para alargar a visão do mundo. Quando tantos estavam só a bater que x é melhor e que y é pior - disse, talvez, isso seja estupidez

    Pug... Confesso que tenho dificuldade de entender como você pensa.
    Você faz referência aos triunfos de Portugal, os quais eu reconheço e se não reconhecesse não mudaria o fato em nada.
    E depois fala como se não houvesse diferença entre este legado triunfante e os legados de outras culturas que tinham a violência como sua razão de ser.  Não se distraia da diferença.  Todas as civilizações tiveram momentos em que usaram a violência como meio, mas algumas tinham a violência como fim e estas são piores que aquelas.
    Um feliz 2017 para todos vós!

    E um feliz 2017 para você também.
    Se vier ao Brasil avise e tomaremos uma cerveja juntos, caso agora possa.
  • editado January 2017
    Pug... Confesso que tenho dificuldade de entender como você pensa.

    - Creio que nem ele entende o que pensa...

    Abraços,
  • Pug... Confesso que tenho dificuldade de entender como você pensa.
    Você faz referência aos triunfos de Portugal, os quais eu reconheço e se não reconhecesse não mudaria o fato em nada.
    E depois fala como se não houvesse diferença entre este legado triunfante e os legados de outras culturas que tinham a violência como sua razão de ser.  Não se distraia da diferença.  Todas as civilizações tiveram momentos em que usaram a violência como meio, mas algumas tinham a violência como fim e estas são piores que aquelas.
    Foi necessário. Nisto é o que temos de europeus. Há uma crença de que os ibéricos não são europeus, aqui, europeu significa violência guerreira de dominação. Porém, estes que assim pensam, reconhecem que fizemos uso da violência para dominar. 

    Nisto tudo não há muito para entender, sou um lusitano num sentido amplo do termo, inclusivo. Nós somos aqueles que fazem ligar a diversidade do mundo.
    Expandimos as fronteiras humanas muito além, além.

    A contradição faz parte de nós lusos, humanos em geral. 

    Podemos ser racionais e ainda assim, pensar o tudo e o seu contrário. Esta nossa atitude na vida, quase mística, dificulta a nossa tarefa de catologar e ordenar os conteúdos da mente. Não o fizemos de propósito, apenas existe em nós uma aspiração à elevação ( seja lá o que isto signifique para cada um).


    Nota adicional: repito-me muitas vezes. Nem tudo o que falo é aquilo que defendo, tantas vezes, só apresento uma visão contrária à maioria apenas para que a ponderem. Não é se uma é certa e a outra errada, mas serve como referente para pensar e fortalecer a crença de cada um ( seja esta qual for). 
    Anti-Islão necessita do Islão para existir. 
    Para haver a melhor cultura tem que haver a não melhor cultura ( leia-se o que escrevo a sorrir, pois é a rir que o faço e sem dar seriedade à coisa).


    p.s. Venha a Lisboa, será muito bem vindo. Poderemos beber cerveja sim!
  • PugPug
    editado January 2017
    Se for para dizer o que penso ou defendo ou aspiro:
    As liberdades essenciais são três: liberdade de cultura, liberdade de organização social, liberdade económica. Pela liberdade de cultura, o homem poderá desenvolver ao máximo o seu espírito crítico e criador; ninguém lhe fechará nenhum domínio, ninguém impedirá que transmita aos outros o que tiver aprendido ou pensado. Pela liberdade de organização social, o homem intervém no arranjo da sua vida em sociedade, administrando e guiando, em sistemas cada vez mais perfeitos à medida que a sua cultura se for alargando; para o bom governante, cada cidadão não é uma cabeça de rebanho; é como que o aluno de uma escola de humanidade: tem de se educar para o melhor dos regimes, através dos regimes possíveis. Pela liberdade económica, o homem assegura o necessário para que o seu espírito se liberte de preocupações materiais e possa dedicar-se ao que existe de mais belo e de mais amplo; nenhum homem deve ser explorado por outro homem; ninguém deve, pela posse dos meios de produção e de transporte, que permitem explorar, pôr em perigo a sua liberdade de Espírito ou a liberdade de Espírito dos outros. No Reino Divino, na organização humana mais perfeita, não haverá nenhuma restrição de cultura, nenhuma coacção de governo, nenhuma propriedade. A tudo isto se poderá chegar gradualmente e pelo esforço fraterno de todos. 

    Agostinho da Silva, in 'Textos e Ensaios Filosóficos' 
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