Como Brizola consolidou o poder do crime no Rio de Janeiro

Trechos de um artigo sobre como as facções criminosas tomaram conta da cidade do Rio de Janeiro
SOCIALISMO - GUERRILHAS - NARCOTRÁFICO - FAVELAS - RIO DE JANEIRO
.
BRIZOLA no seu governo em 1983 a 87 muito contribuiu com a manutenção do narcotráfico e de favelas no Rio de Janeiro

Como nasceu o poder paralelo no Rio de Janeiro

A história do poder paralelo do narcotráfico no Rio de Janeiro começa nos anos 70, quando guerrilheiros comunistas do grupo Falange Vermelha presos pela Ditadura Militar resolveram ensinar táticas de guerrilha a presos comuns na extinta prisão Cândido Mendes, na Ilha Grande, Rio de Janeiro (RJ), no período em que conviveram juntos ali de 1969 a 1978. Esses guerrilheiros acreditavam que, dessa forma, conseguiriam trazer esses bandidos para sua causa criminosa e, assim, fazer com que a guerrilha comunista não morresse no país, embora já esmagada pelos militares àquela época. Por isso, deram um curso completo de guerrilha, dentro e fora do presídio, usando como material didático as obras "O Pequeno Manual do Guerrilheiro Urbano", de Carlos Marighela; "Guerra de Guerrilhas", de Ché Guevara; "A Revolução da Revolução", de Régis Debray; e "A Guerrilha Vista por Dentro", de Wilfred Burchett. Todas as táticas e estrutura organizacional e operacional do Comando Vermelho estão explicitadas nesses livros e foram seguidas à risca pelo grupo desde a sua fundação.

William Lima da Silva, chamado de "Professor", foi um dos fundadores e gurus do grupo de bandidos-alunos. Nos anos 90, ele lançou sua autobiografia "400 contra 1 - Uma História do Comando Vermelho", com apoio do então petista e ex-guerrilheiro César Benjamin.

Pois bem, em 1979, alguns desses presos de Ilha Grande fugiram e se instalaram nos morros do Rio, onde começaram a pôr em prática tudo que aprenderam com os guerrilheiros. Em homenagem aos seus mestres do Falange Vermelha, batizaram o grupo de “Comando Vermelho” (CV) e passaram a promover uma série de assaltos no Rio: assaltos a banco, a joalherias, a várias lojas, a depósito de materiais militares etc. Mas, diferentemente do que esperavam seus mestres comunistas da prisão, não se interessaram em dar continuidade ao ideal comunista no Brasil, mas em enriquecer com roubos e tráfico.
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As políticas “nonsense” de Brizola na área de urbanismo e de segurança pública consistiam no seguinte:

(1) Na área de urbanismo, Brizola era contra proibir o crescimento das favelas no Rio, e o fazia em nome do “respeito e valorização dos trabalhadores”. Para Brizola, o Estado não tinha nada que impedir a invasão dos morros e o aumento de construções irregulares no espaço urbano, pois ele achava que “o pobre do trabalhador” precisava disso para se estabelecer. É a mesma mentalidade burra que defende as invasões ilegais, criminosas, do MST, cujas propostas Brizola sempre defendeu, desde a época das Ligas Camponeses dos anos 60.
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(2) Mas, em segundo lugar, e ainda mais decisivo, o governo de Brizola também proibiu qualquer tipo de incursão policial nas favelas. Ele simplesmente tornou as favelas os únicos locais das cidades fluminenses onde o poder público era impedido de exercer qualquer vigilância. A ordem era: “No meu governo, polícia não sobe em morro e não entra em favela”. Foram oito anos de ausência absoluta do Estado nesses lugares. Com isso, o senhor Brizola favoreceu a organização e consolidação dos criminosos nos morros e favelas do Rio. Como era o único lugar onde não havia presença da polícia, esses lugares se tornaram seus quartéis generais. O tráfico fazia incursões no asfalto e, quando era perseguido, fugia para o seu quartel impenetrável dos morros e favelas. E como o crescimento dessas favelas não foi controlado, o tamanho do território sob o domínio do narcotráfico dentro das cidades aumentou, se alastrando por vários bairros. Já em 2002, se dizia que 2/5 da cidade do Rio de Janeiro eram formados por favelas, todas dominadas pelo tráfico.
[...]
Outro efeito terrível dessa política burra é que, além da consolidação de um poder paralelo bem armado e cristalizado nos morros e favelas da cidade (com bazucas, granadas, fuzis AR-15 e muito mais), criou-se uma cultura de fascínio em relação ao narcotráfico nas gerações que foram surgindo, a partir dessa época em diante, nesses locais que não contavam com a presença do poder público. Facilmente, os criminosos conseguiam adolescentes e jovens para se “alistarem” ao seu exército e dar continuidade ao seu trabalho, posto que essas crianças e jovens haviam crescido sem ver a presença do poder público onde moram e, por isso, entendiam que ser do tráfico significa ser respeitado e conseguir as coisas que quiser.
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http://silasdaniel.blogspot.com.br/2010/11/uma-historia-resumida-do-narcotrafico.html

Comentários

  • editado October 2016
    Saudações Fernando


    Fernando, eu estava na faculdade na época das construções dos chamados Brizolões (Ciep's) idealizações do Darcy Ribeiro, e tinha uma grande amiga minha que era esposa do vice-prefeito da minha cidade na época. Ela era filiada ao partido do PDT.

    Nossa, fazer qualquer crítica ou observação ao modelo da época era complicado, ela logo se voltava contra a gente... Eu para não perder a amizade dela, pois eu a adorava, ficava quieta em algumas observações sobre os Ciep's... E na época tb não havia formado uma opinião muito fundamentada sobre os modelos do governo.

    Um dia... Estávamos terminando o curso e estávamos também na área de especialidade em ADM, houve um debate na sala de aula sobre a inércia do governo em controlar o tráfico na época, e quais as consequências futuras que essa inércia traria para os futuros diretores de escolas...
    Ela se levantou e fez um discurso lindo sobre os modelos humanistas, passou pelos exemplos do comunismo, partidos de minoria, etc, etc...

    Ficamos todos escutando... Ela sempre foi uma boa palestrante... rs

    Eu lembro que perguntei a ela no final dentro do carro quando voltávamos para casa, ela mora num bairro depois da minha casa...

    - Só não entendi como poderemos trabalhar com uma escola que esteja cercada de traficantes, e em algum momento nós diretores tenhamos de bater de frente com essa gente em defesa de nossas crianças...

    Óbvio, que ela logo me ofereceu respostas pautadas nos modelos de sociedade equilibrada, educada, autônoma, que se auto preserva do tráfico, pois uma escola integral afastaria os traficantes, as crianças não teriam tentações, pois seriam sistematicamente libertadas da ignorância...

    Eu mais uma vez lembro ter ficado calada...

    Muitos anos depois... Encontrei com ela na mesma faculdade... Agora eu estava saindo de uma de minhas aulas de farmacotécnica, havíamos trabalhado numa fórmula de Diclofenaco de Potássio...

    Ela estava lá por outros motivos, estava lá por conta de um procedimento de estética que lá na Faculdade Universitária disponibiliza ao público...

    Enfim... Conversa vai e conversa vem... Ela mesma entrou no assunto que nunca terminamos...

    Lembra que um dia vc me perguntou sobre o tráfico e as escolas... Eu respondi, sim...

    Ela me disse... Pois é... Eu estava errada... :(

    Eu respondi... Bem, atualmente isso para mim é um problema social, pois não segui na área de administradora escolar... Se eu estivesse na situação de alguns diretores das escolas reféns do tráfico... Sinceramente já estaria morta... rs

    Disse a ela... Vc me conhece, eu iria bater de frente com os traficantes... :(

    Completei... Com o atual conhecimento em farmacologia que tenho... Diria a vc naquele discurso na aula de temas transversais... Lembra ?!

    Ela me respondeu... Sim...

    Completei: Na maioria dos casos no uso de entorpecentes não adianta ter muita educação e consciência... A questão são as implicações químicas e a dependência que o usuário cria com esse tipo de substância... Os traficantes hj em dia estão cada vez mais ousados, circulam pelas escolas de educação infantil para aliciar na tenra idade... Não tem como a escola combater isso senão for pela proteção do estado com um efetivo lutando contra...

    Ela ficou em silêncio pela primeira vez em anos para me ouvir...



    [fraternos]
  • Primeiro você elimina os bandidos, depois pensa em educar as crianças para não se tornarem bandidos também.
    No meio de constantes tiroteios, não há escola que consiga funcionar.
    E como dizer a uma criança que o tráfico é errado se ela tem como opções a riqueza e o poder dos traficantes de um lado e do outro o trabalho duro?

    Aliás, instalar orelhões nos presídios para que os "cidadãos presidiários" pudessem se comunicar com suas famílias é, ou muita ingenuidade ou muito má intenção.

    Brizola criou o programa "Cada família, um lote", o que levou a cidade do Rio a ser invadida pelos pobres de todo o estado e até de outros estados, com muitas invasões de terrenos para criação de novas favelas.

    Quanto aos CIEPs, foram construídos na beira das estradas, onde ficariam bem visíveis e serviriam de propaganda, e longe das comunidades a que deveriam atender, enquanto que as escolas existentes, que poderiam ser reformadas, foram abandonadas.

    Como já contei antes, o prefeito Saturnino Braga tirou os camelôs das ruas. Brizola foi vaiado por eles numa cerimônia pública e logo depois autorizou-os a invadir as calçadas outra vez.
  • Muito extenso, mas muito bom o vídeo. Verei o resto depois na folga.
  • Saudações Fernando

    Fernando disse: Quanto aos CIEPs, foram construídos na beira das estradas, onde ficariam bem visíveis e serviriam de propaganda, e longe das comunidades a que deveriam atender, enquanto que as escolas existentes, que poderiam ser reformadas, foram abandonadas.

    Sim. Esse era um dos meus questionamentos...

    O motivo da criação estrutural até podia ser justificado... Pois as escolas possuem uma configuração interessante ao conjunto da proposta pedagógica de educação integral...

    O problema foi o abandono das antigas escolas já construídas e em funcionamento...


    [fraternos]
  • Os relatos da Silvana e do Fernando são tão interessantes quanto o post original.
    Eu não sou dessa época e não sei muito sobre como tudo ocorreu.
    Tudo que eu conheço do Rio sempre foi essa cidade dividida entre políticos e traficantes.
  • NadaSei escreveu: »
    Tudo que eu conheço do Rio sempre foi essa cidade dividida entre políticos e traficantes.

    Acho que todas as capitais estão na mesma situação em relação às drogas. Em Belém um traficante é morto/preso e aparecem 10.

    Minha surpresa ficou por conta da cidade do interior de minha família. Após alguns anos sem frequentar festas (de aparelhagem) deparei com a seguinte situação:

    Em vez de vário jovens dançando e se divertindo, o som tocava e a maioria ficava parada só conversando com latas de cerveja nas mãos enquanto no banheiro pó e baseado rolava solto.

    Fiquei muito triste e fui embora.
  • Eu me lembro, meio que vagamente, que corria um boato que, um dos motivos de Brizola não deixar a polícia ir na favela era pra deixar a filhinha dele, a Neuzinha Brizola poder comprar seus baseados sossegada.
  • editado October 2016
    Leandro escreveu: »


    Em vez de vário jovens dançando e se divertindo, o som tocava e a maioria ficava parada só conversando com latas de cerveja nas mãos enquanto no banheiro pó e baseado rolava solto.

    Fiquei muito triste e fui embora.
    Eu sou avesso a reuniões sociais também, por causa das pessoas encherem a cara com a droga chamada álcool, entre outras.

  • Eu que sou de São Paulo não vou pra balada nenhuma.
    Odeio o "tuts tuts tuts" dos labirintos escuros onde gente drogada vai pra se agarrar sem nem ao menos conseguir conversar antes.
    Gostaria de viver no interior onde o pessoal ao menos dança forró e se conhece um pouco, pra só então se agarrar.
  • Senhor escreveu:
    Eu sou avesso a reuniões sociais também, por causa das pessoas encherem a cara com a droga chamada álcool, entre outras.
    A partir de um certo ponto, quem não bebe fica por fora das conversas de bêbado porque não consegue entender mais nada, não porque enrolem a língua, mas porque deixa de fazer sentido para os sóbrios.
  • editado October 2016
    Toco na noite e o que vejo é desanimador em todos os sentidos.
    O pior dessa geração é a egolatria e a guerrinha de sexos desse povo.

    Quando você escuta o que os ídolos deles cantam é só isso, as letras falam:

    Mulher poderosa, bonita, sarada de academia pode tudo
    Homem com dinheiro pra comprar red bull e balde de cerveja/ice/whisky é o melhor
    Não deu valor agora já era
    Ela gosta é de homem que não presta

    E piora quando o assunto é Funk carioca.
  • @Judas, se você fosse meu inimigo, ia mandar pra você uns mp3 de tecnobrega.

    : )

    A onda aqui é aparelhagem.
    Antigamente era até legal porque embora não tocasasse rock, tocava dance, axé, pagode, carimbó, forró e brega original.
    Depois passaram a tocar só tecnobrega.
    Agora quase nem toca música, é só o DJ gritando!

    E pra completar tem vários debilóides que compram as gravações das festas e ficam ouvindo bem alto o tal do DJ gritando.

    : (

    Se tiver coragem, dá o play só pra entender o que estou dizendo:

  • editado October 2016
    Leandro escreveu:
    Depois passaram a tocar só tecnobrega.
    Agora quase nem toca música, é só o DJ gritando!
    Imagino que boa parte do público:
    - Não conhece coisa melhor e não tem como comparar
    - Está lá para comer gente e o fundo musical é só um pretexto. Se for vagamente dançável já está bom.

    Como eu ouvi uma mulher dizer: "Detesto pagode, mas churrasco tem que ter".
    Leandro escreveu:
    E pra completar tem vários debilóides que compram as gravações das festas e ficam ouvindo bem alto o tal do DJ gritando.
    Esses são débeis mentais que querem aparecer. Quanto pior a "música", mais alto eles tocam.
    Você não vê um carro passando de janela aberta tocando Vivaldi, Pink Floyd ou Ataulfo Alves.
    Se o cara estiver ouvindo isso, ele fecha tudo para ter silêncio e ouvir melhor.

    Já os que ouvem lixo fazem questão de proclamar ao mundo sua debilidade mental.
  • Fernando_Silva escreveu: »
    Imagino que boa parte do público:
    - Não conhece coisa melhor e não tem como comparar

    Esse pessoal tem acesso ao Youtube e TV. Mas esse tipo de som é tido como cultura do paraense. Toca direto nas rádios e até jingle de candidatos.
    Fernando_Silva escreveu: »
    Imagino que boa parte do público:
    - Está lá para comer gente e o fundo musical é só um pretexto. Se for vagamente dançável já está bom.

    Não me importo quando eles fazem a zueira nos lugares apropriados como no vídeo.

    O foda é quando um vizinho abre o porta malas do carro e deixa o som altíssimo e a gente tem que ouvir berro de DJ (idênticos ao do vídeo) na marra.

    No domingo passado à tarde só tivemos paz depois que ligamos pra polícia, pois estava insuportável.
  • Leandro escreveu:
    Esse pessoal tem acesso ao Youtube e TV. Mas esse tipo de som é tido como cultura do paraense. Toca direto nas rádios e até jingle de candidatos.
    Não basta ter acesso: é preciso saber o que procurar e ter a paciência de ouvir algumas vezes até se familiarizar com a novidade.

    Sem isto, esse pessoal sem nenhuma cultura musical nunca vai ouvir outras coisas e, se ouvir, vai rejeitar porque não pertence a seu universo.
  • Leandro escreveu: »
    @Judas, se você fosse meu inimigo, ia mandar pra você uns mp3 de tecnobrega.

    : )

    Não tem como me torturar com essas coisas.
    Dia 14 e 15 tenho show em bailão sertanejo e Tecnobrega é Vivaldi perto do que estou ouvindo aqui pra tocar lá no dia.
  • Leandro escreveu: »
    : (

    Se tiver coragem, dá o play só pra entender o que estou dizendo:


    Jesus toma conta...
  • Senhor escreveu: »
    Leandro escreveu: »


    Em vez de vário jovens dançando e se divertindo, o som tocava e a maioria ficava parada só conversando com latas de cerveja nas mãos enquanto no banheiro pó e baseado rolava solto.

    Fiquei muito triste e fui embora.
    Eu sou avesso a reuniões sociais também, por causa das pessoas encherem a cara com a droga chamada álcool, entre outras.

    Eu sou assim: até acompanho. Só que não sou de beber pra ficar bêbado, simplesmente um copo, dois e olhe lá.

    Minhas reuniões com colegas meus se baseiam em games, filmes, séries, animes e até política. Isso me agrega mais que festas hoje em dia.

  • @Leandro , mas esse pessoal do tecnobrega só fica falando no meio da musica e mandando agradecimentos.
    O negocio já é ruim, quem esses cara falando é pior ainda.
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