Comentários

  • Com o "politicamente correto", nem mesmo o passado é imutável.

    Lembra-me o "Ministério da Verdade", do livro "1984", onde a História era continuamente reescrita para se adaptar às decisões do Partido.

    Se hoje 2 + 2 = 4 (e sempre foi 4), amanhã talvez 2 +2 = 5 (e sempre foi 5).
    Porque o Partido decidiu.
  • Fernando,

    Vivemos tempos quase surreais. A epidemia, real, usada para um enorme projecto de engenharia social...

    A bem dizer, perdi um pouco o fio, no momento em que o mundo pareceu enlouquecer, passei a duvidar da minha própria sanidade.
  • PugII escreveu: »

    A bem dizer, perdi um pouco o fio, no momento em que o mundo pareceu enlouquecer, passei a duvidar da minha própria sanidade.

    Muitos aqui sabem que tu é louco.

  • Álvaro de Campos (Fernando Pessoa)


    Esta velha angústia,
    Esta velha angústia,

    Esta angústia que trago há séculos em mim,

    Transbordou da vasilha,

    Em lágrimas, em grandes imaginações,

    Em sonhos em estilo de pesadelo sem terror,

    Em grandes emoções súbitas sem sentido nenhum.

    Transbordou.

    Mal sei como conduzir-me na vida

    Com este mal-estar a fazer-me pregas na alma!

    Se ao menos endoidecesse deveras!

    Mas não: é este estar entre,

    Este quase,

    Este poder ser que...,

    Isto.

    Um internado num manicómio é, ao menos, alguém,

    Eu sou um internado num manicómio sem manicómio.

    Estou doido a frio,

    Estou lúcido e louco,

    Estou alheio a tudo e igual a todos:

    Estou dormindo desperto com sonhos que são loucura

    Porque não são sonhos

    Estou assim...

    Pobre velha casa da minha infância perdida!

    Quem te diria que eu me desacolhesse tanto!

    Que é do teu menino? Está maluco.

    Que é de quem dormia sossegado sob o teu tecto provinciano?

    Está maluco.

    Quem de quem fui? Está maluco. Hoje é quem eu sou.

    Se ao menos eu tivesse uma religião qualquer!

    Por exemplo, por aquele manipanso

    Que havia em casa, lá nessa, trazido de África.

    Era feiíssimo, era grotesco,

    Mas havia nele a divindade de tudo em que se crê.

    Se eu pudesse crer num manipanso qualquer —

    Júpiter, Jeová, a Humanidade —

    Qualquer serviria,

    Pois o que é tudo senão o que pensamos de tudo?

    Estala, coração de vidro pintado!
  • Estados da alma, difíceis de se expressar com palavras. Só o artista.
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