Destruindo Encantos Ateístas
Achei contra-argumentos dispostos a combater alegações de movimentos ditos Neo-Ateístas,achei interessante posta-los aqui;o que acham?
Técnica: Ateus são fortes, cristãos são fracos(crença em Deus por necessidade)
"No que consiste essa técnica? Simples: O ateu diz que a crença do Cristão se origina do medo de se sentir sozinho e por isso ele se engana e cria um Deus para acompanhá-lo(uma espécie de amigo imaginário), ou mesmo diz que o teísta tem medo da morte e por isso cria uma vida fora dela para se reconfortar. Ou seja, o teísta, em sua fraqueza, cria um Deus para se suportar e o ateu, forte, consegue viver sem essa crença irracional e símbolo da fragilidade humana.
Quero discutir, nesse post, o seguinte:
Erro na argumentação: Falácia Genética
Erro na argumentação: Leitura Mental
Usando o mesmo raciocínio, podemos dizer o contrário
Utilidade no debate
Erro na argumentação: Falácia Genética
A falácia genética consiste na crítica da origem de determinada crença e, a partir dela, a tentativa de invalidá-la. Contudo, é evidente que a origem de determinado pensamento não é suficiente para considerá-lo falso. Pode ser que alguém creia que os desertos são secos porque fez um estudo e passou em todos os desertos medindo a umidade do ar neles por um período de tempo determinado, e outro creia nisso simplesmente porque viu na TV. Se aplicarmos a falácia Genética, alguém poderá facilmente dizer: “Ah, ele só acredita que desertos são secos porque viu na TV. Então desertos não são secos.”.
Numa comparação entre as duas ideias até chegaríamos a um absurdo: A informação, se for dada pelo estudioso que citei primeiro, é mais verdadeira que se for dada pelo segundo exemplo. Ou ainda pior: Se for dada pelo primeiro, a informação é verdadeira, mas se for dada pelo segundo(o que assistiu TV), então é falsa. Isso é, obviamente, sem sentido, já que ambos fazem a mesma alegação e ela não pode ser verdadeira E falsa ao mesmo tempo. Resumindo: Mesmo que o Teísta do debate creia em Deus por causa do medo, isso não faz com que sua crença seja falsa, já que a origem de uma alegação não pode ser definida pela origem dela.
Erro na argumentação: Leitura Mental
Se não bastasse o erro da Falácia Genética, ainda temos uma tentativa de leitura mental evidente. Ora, como ele pode alegar com certeza que todos os Teístas creem em Deus por medo(ou carência)? Ou mesmo, como ele alega que eu tenho essa crença por isso? Só há uma forma de ele ter descoberto isso: Lendo minha mente. Como a maioria das pessoas duvida que ele(ou qualquer outra pessoa) tenha tal habilidade, a alegação do neo-ateu que foi feita foi uma mera acusação incomprovada e desonesta.
Usando o mesmo raciocínio, podemos dizer o contrário
Se, mesmo diante dessas evidências, o ateu insistir na argumentação e repeti-la(o que acontece frequentemente) use-a contra ele, sempre lembrando que você sabe que o raciocínio é falso. Como fazê-lo? Diga que os ateus são fracos porque não querem aceitar uma divindade à qual devem servir, pois isso na vida do Teísta é um fardo diário que realmente dá trabalho, e quem leva o cristianismo a sério sabe do que estou falando. Dessa forma, a aceitação de Deus é, na verdade, uma decisão que torna sua vida mais difícil, e não mais fácil como dizem os ateus. Com essa perspectiva(Vou lembrá-los novamente: é uma argumentação que possui falácias), o ateu é o fraco e o teísta o forte, e o golpe do ateu se volta contra ele por analogia.
Fazendo isso, lembro vocês novamente, é necessário deixar claro que você sabe que a argumentação é falha, mas ela segue a lógica do neo-ateu e, quando você usá-la, ele terá de abrir mão para ser coerente ou aceitar ser chamado de fraco, o que duvido que ele faça. Se ele abrir mão, serviu ainda melhor para você, que fez com que o neo-ateu concordasse que a argumentação proposta por ele é falha e agora o debate pode voltar ao normal.
Utilidade no debate
Acho importante frisar porque essa técnica é utilizada por neo-ateus, embora nem sempre eles mesmo saibam disso. Ao se auto denominar forte, o ateu já faz com que o teísta do outro lado do debate seja excluído do debate. Afinal, ninguém quer ouvir o pensamento de uma pessoa que possui uma crença por necessidade e não consegue encarar a realidade. Isso serve para o neo-ateu falar a besteira que bem entender sem ser questionado, e isso é um dos fatores que determinam a vitória ou a derrota no debate: não importa o quão bons sejam seus argumentos, se você for taxado a priori de fraco, então você já não será ouvido e o neo-ateu vencerá o debate do ponto de vista da plateia.
Conclusão
Esse truque precisa ser desmascarado sempre que surgir no debate, uma vez que ele é determinante para o que aqueles que o veem ou leem pensarão dos debatedores. Deixar que esse self selling seja propagado é perder o debate. É um truque fácil de se refutar, mas se não for refutado pode gerar a derrota do teísta no debate, o que não nos interessa nem um pouco."
Técnica: Ateus são fortes, cristãos são fracos(crença em Deus por necessidade)
"No que consiste essa técnica? Simples: O ateu diz que a crença do Cristão se origina do medo de se sentir sozinho e por isso ele se engana e cria um Deus para acompanhá-lo(uma espécie de amigo imaginário), ou mesmo diz que o teísta tem medo da morte e por isso cria uma vida fora dela para se reconfortar. Ou seja, o teísta, em sua fraqueza, cria um Deus para se suportar e o ateu, forte, consegue viver sem essa crença irracional e símbolo da fragilidade humana.
Quero discutir, nesse post, o seguinte:
Erro na argumentação: Falácia Genética
Erro na argumentação: Leitura Mental
Usando o mesmo raciocínio, podemos dizer o contrário
Utilidade no debate
Erro na argumentação: Falácia Genética
A falácia genética consiste na crítica da origem de determinada crença e, a partir dela, a tentativa de invalidá-la. Contudo, é evidente que a origem de determinado pensamento não é suficiente para considerá-lo falso. Pode ser que alguém creia que os desertos são secos porque fez um estudo e passou em todos os desertos medindo a umidade do ar neles por um período de tempo determinado, e outro creia nisso simplesmente porque viu na TV. Se aplicarmos a falácia Genética, alguém poderá facilmente dizer: “Ah, ele só acredita que desertos são secos porque viu na TV. Então desertos não são secos.”.
Numa comparação entre as duas ideias até chegaríamos a um absurdo: A informação, se for dada pelo estudioso que citei primeiro, é mais verdadeira que se for dada pelo segundo exemplo. Ou ainda pior: Se for dada pelo primeiro, a informação é verdadeira, mas se for dada pelo segundo(o que assistiu TV), então é falsa. Isso é, obviamente, sem sentido, já que ambos fazem a mesma alegação e ela não pode ser verdadeira E falsa ao mesmo tempo. Resumindo: Mesmo que o Teísta do debate creia em Deus por causa do medo, isso não faz com que sua crença seja falsa, já que a origem de uma alegação não pode ser definida pela origem dela.
Erro na argumentação: Leitura Mental
Se não bastasse o erro da Falácia Genética, ainda temos uma tentativa de leitura mental evidente. Ora, como ele pode alegar com certeza que todos os Teístas creem em Deus por medo(ou carência)? Ou mesmo, como ele alega que eu tenho essa crença por isso? Só há uma forma de ele ter descoberto isso: Lendo minha mente. Como a maioria das pessoas duvida que ele(ou qualquer outra pessoa) tenha tal habilidade, a alegação do neo-ateu que foi feita foi uma mera acusação incomprovada e desonesta.
Usando o mesmo raciocínio, podemos dizer o contrário
Se, mesmo diante dessas evidências, o ateu insistir na argumentação e repeti-la(o que acontece frequentemente) use-a contra ele, sempre lembrando que você sabe que o raciocínio é falso. Como fazê-lo? Diga que os ateus são fracos porque não querem aceitar uma divindade à qual devem servir, pois isso na vida do Teísta é um fardo diário que realmente dá trabalho, e quem leva o cristianismo a sério sabe do que estou falando. Dessa forma, a aceitação de Deus é, na verdade, uma decisão que torna sua vida mais difícil, e não mais fácil como dizem os ateus. Com essa perspectiva(Vou lembrá-los novamente: é uma argumentação que possui falácias), o ateu é o fraco e o teísta o forte, e o golpe do ateu se volta contra ele por analogia.
Fazendo isso, lembro vocês novamente, é necessário deixar claro que você sabe que a argumentação é falha, mas ela segue a lógica do neo-ateu e, quando você usá-la, ele terá de abrir mão para ser coerente ou aceitar ser chamado de fraco, o que duvido que ele faça. Se ele abrir mão, serviu ainda melhor para você, que fez com que o neo-ateu concordasse que a argumentação proposta por ele é falha e agora o debate pode voltar ao normal.
Utilidade no debate
Acho importante frisar porque essa técnica é utilizada por neo-ateus, embora nem sempre eles mesmo saibam disso. Ao se auto denominar forte, o ateu já faz com que o teísta do outro lado do debate seja excluído do debate. Afinal, ninguém quer ouvir o pensamento de uma pessoa que possui uma crença por necessidade e não consegue encarar a realidade. Isso serve para o neo-ateu falar a besteira que bem entender sem ser questionado, e isso é um dos fatores que determinam a vitória ou a derrota no debate: não importa o quão bons sejam seus argumentos, se você for taxado a priori de fraco, então você já não será ouvido e o neo-ateu vencerá o debate do ponto de vista da plateia.
Conclusão
Esse truque precisa ser desmascarado sempre que surgir no debate, uma vez que ele é determinante para o que aqueles que o veem ou leem pensarão dos debatedores. Deixar que esse self selling seja propagado é perder o debate. É um truque fácil de se refutar, mas se não for refutado pode gerar a derrota do teísta no debate, o que não nos interessa nem um pouco."
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Comentários
Por que você acha que o Socialismo é tão popular e se espalha feito praga no mundo todo apesar de tantos exemplos práticos que essa ideologia só traz desgraça, escravidão e desespero? A razão é prometer mundos e fundos e dizer o que as pessoas querem ouvir, justiça e fim das desigualdades sociais, para a pessoa que é fraca intelectualmente e foca no que quer ao invés dos fatos é presa fácil e acaba virando militante como tantos por aí e para esses apontar o que aconteceu em Cuba, Coreia do Norte e Venezuela não tem qualquer efeito, você consideraria "leitura da mente" quem diz que essa pessoa é uma iludida e ingênua?
Não é diferente no caso dos teístas (deístas tem passe livre nesse ponto), vivemos em um mundo com vírus mortais, falhas geológicas, desastres naturais, super vulcões, tempestades solares e toda sorte de evento adverso e devastador para a humanidade e ainda assim, sem o menor resquício de evidência, querem convencer a todos que a Terra foi intencionalmente criada por uma entidade onipotente, onisciente e que estaria preocupada com o bem-estar do ser humano, ideia que é rechaçada por todos os fatos conhecidos da história geológica e natural desse planeta.
Isso é claro sem contar o aspecto pessoal na forma de lidar com a própria mortalidade, para quem os anseios são mais relevantes que os fatos o discurso religioso "Deus te ama e você vai para um lugar melhor depois que morrer." tem muito mais apelo que o discurso cético "Não existem evidências de vida após a morte, a imensa maioria das pessoas são esquecidas depois de duas ou três gerações e depois disso é como se jamais houvessem existido".
Então repetindo, a acusação cética não se trata de leitura de mente e sim do entendimento sobre como a razão de muitas pessoas funcionam, movida pelos sentimentos e anseios muito mais que pela observação racional e isenta dos fatos.
"a Terra foi intencionalmente criada por uma entidade onipotente, onisciente e que estaria preocupada com o bem-estar do ser humano,"
É mais fácil para o ateu argumentar contra a crença, se servindo de uma realidade que impressiona, mas não é despropositada ou absoluta. São notícias trágicas que não se verificam com frequência e nem em todos os lugares.
Qualquer teísta com melhor fundamentação em sua fé descarta de imediato o argumento de que
"Deus te ama e você vai para um lugar melhor depois que morrer."
Pois sabe que este tal 'lugar melhor' não lhe será reservado só porque Deus o ama. Ele sabe que não há acepção de pessoa quanto aos favores de Deus, que ama a todos igualmente.
Sabe que o nível de consciência e responsabilidade que empregamos na relação com pessoas e ambientes definirão as múltiplas circunstâncias post mortem e que, exatamente porque não nos criou perfeitos, aqueles estados e circunstâncias não serão eternos ou definitivos.
Existe uma balança sutil na Justiça Divina que avalia méritos e deméritos, em níveis inabordáveis à nossa compreensão.
E mesmo admitindo que fosse verdadeiro, ainda assim não seria o suficiente para dizer que Deus não existe. Tentar invalidar um argumento pelo modo que se adquire ele, na Filosofia, é conhecida como Falácia Genética. Mesmo que todas as pessoas do mundo acreditassem em Deus só pelo desejo de “companhia” , ainda poderia ser o caso de Deus existir.
Imagine a seguinte situação: um sujeito é pego por traficantes que fugiram da cadeia recentemente e espancado por não querer comprar suas drogas. A partir daí, começa a fazer campanhas para os presídios se tornarem locais mais vigiados e não fugirem mais condenados. Antes disso, ele nunca tinha pensando em fazer campanhas pela segurança. Alguém chega e tenta refutar: “Ele só quer mais segurança nos presídios porque ele foi espancado por alguns presos fugitivos.”
Isso provaria que a segurança atual é suficiente e o que o sujeito estava errado?
Claro que não. O modo pelo qual se adquire a crença é irrelevante filosoficamente. Importa se os argumentos conferem.
Ao meu ver, o Falácia Genética é um dos recursos mais desonestos que podem ser usados numa discussão.
Outra forma muita aplicada é a frase de Carl Sagan: “não é possível convencer um crente de coisa alguma, pois suas crenças não se baseiam em evidências, baseiam-se numa profunda necessidade de acreditar”. É simplesmente uma outra versão do estratagema feito acima. O próprio Olavo de Carvalho já havia desmontado de forma simples e objetiva tal técnica, no seu debate com Rodrigo Constantino. Publico aqui, para reflexão, as melhores partes:
"O retrato depreciativo é complementado pela afirmação de Carl Sagan que divide os seres humanos em duas classes: os fracos, que “necessitam acreditar” e os fortes e durões, como ele próprio, que encaram a realidade. A finalidade do parágrafo é puramente intimidatória: quer fazer com que você já entre na leitura prevenido de que, se não concordar com Constantino, será um fracote desprezível, um bobalhão sugestionável. A citação de Sagan só impressiona pela pobreza do seu diagnóstico psicológico
A fé religiosa não é nenhum tranqüilizante para fracotes amedrontados. É um desafio temível, que implica, no mínimo, a disciplina do autoconhecimento através do exame de consciência. O advento do cristianismo trouxe um aprofundamento da autoconsciência humana ao ponto de gerar a idéia mesma do eu como unidade autônoma responsável, desprovida das garantias da mera conformidade grupal que bastava aos gregos e romanos como supremo teste da moralidade. A idéia do indivíduo solitário, responsável por suas próprias escolhas morais sem nenhum apoio externo, aparece prefigurada na vida de Sócrates e no teatro grego, mas não se impregna de maneira alguma na ética predominante, focada no “cidadão” enquanto membro do grupo e não na individualidade enquanto tal. Inumeráveis estudos, que tomam como material de referência as narrativas autobiográficas, assinalam essa diferença. AsConfissões de Sto. Agostinho inauguram o gênero autobiográfico moderno porque nelas pela primeira vez um indivíduo faz o seu próprio julgamento moral não perante a comunidade de seus pares, mas perante sua própria consciência, balizada pelo confronto com o observador onisciente, Deus. Sem esse passo, a própria idéia da “independência de julgamento” teria permanecido em potência, sem efetivação histórica, e é claro que sem ela a pretensão mesma do “livre exame racional” seria inviável. (v. Karl Joachim Weintraub, The Value of the Individual. Self and Circumstance in Autrobiography, Chicago, The University of Chicago Press, 1978, reed. 1982.)
Não vejo o que possa haver de tranqüilizante e anestésico num jogo onde a maior possibilidade é a de que o jogador termine no inferno, já que “muitos são os chamados e poucos os escolhidos”. A profunda incerteza quanto ao destino eterno de cada qual está no cerne mesmo da vida cristã, e essa experiência é incompatível com a “necessidade de acreditar” da qual fala Carl Sagan. Os relatos de crentes famosos a esse respeito são tantos, mas os Sagans da vida não se dão o trabalho de lê-los: preferem adivinhar tudo de fora. Se lessem os depoimentos de Santa Teresa, Thomas Merton, Léon Bloy, Georges Bernanos, C. S. Lewis, Julien Green, Simone Weil – escolhidos a esmo entre milhares –, entenderiam claramente o óbvio: a fé como tranqüilizante para pessoas inseguras é apenas um slogandifamatório que não tem nada a ver com a realidade da vida cristã.
No final das contas, não sobra muita coisa dessa besteira. É puro charlatanismo."
Conclusão
Se o neo-ateu tentar aplicar essa fraude, é só demonstrar o discurso de auto-ajuda e as falhas lógicas. Nesse sentido, paródias do tipo “O ateu não acredita em Deus por puro medo do inferno e também porque quer cometer imoralidades toleradas pela sociedade, mas não pelo cristianismo, sem ficar com peso na consciência” é um bom modo de fazê-lo acordar para a realidade e para a falha do argumento. Só um pouco de ceticismo já demole essa técnica.
As coisas não "estão lá" só porque uma parcela ou a maioria das pessoas querem que estejam.
Não pressuponha que eu nunca li livros apologéticos, li vários como "O Cristianismo No Banco Dos Réus", "Razões Para Crer" e "Ensaios De Teodiceia" e um monte de bobagens cheias de proselitismo de seitas como "O Grande Conflito" e livros criacionistas das Testemunhas de Jeová.
Eu não acredito na visão cristã sobre Deus porque as evidências do planeta não apontam nessa direção e porque a Astronomia nos revela um Universo impessoal com muitos astros espalhados a esmo sem propósito algum e nenhum sinal de que estamos em um drama cósmico de pecado e redenção, tão logo boas evidências sobre a existência de divindades, anjos e demônios apareçam eu revejo minha descrença.
Creio que não tenha entendido,eu só transmito o que leio;não pressupus nada.
Mas foi um ótimo começo de discussão,mandarei mais conteúdo que encontrei sobre o assunto;creio que será muito produtivo algo um pouco mais desafiador.
Como vocês sabem que Deus sequer existe e se importa com o que fazemos ou deixamos de fazer?
É um ponto que me canso bem rápido em discussões como essas, qualquer questão mais específica sobre as crenças e já respondem com "Deus é transcendente", "Está acima de nossa compreensão" e similares mas ao mesmo tempo sabem de cor e salteado todas as suas preferências pessoais e ordens a serem seguidas...
Então tá... >_>
Técnica: A Ciência nunca provou Deus!
Essa é um tanto perturbadora, porque mexe com uma técnica bastante utilizada chamada Inversão de Planos(vou falar mais adiante). Os ateus adoram usá-la não somente no sentido de Deus, mas também no sentido de alma, anjos e qualquer ser metafísico. Ele viria com um papo mais ou menos assim:
NEO-ATEU: Deus nunca foi provado cientificamente!
REFUTADOR: E daí?
NEO-ATEU: Isso indica que você e sua fé não tem base científica alguma, Deus nunca foi provado cientificamente, ou seja, você é irracional em acreditar em Deus. Já os ateus, são racionais ao acreditar que não há um Deus!
Temos alguns pontos para ressaltar enquanto discutindo esse argumento:
(A) Ausência de Evidência não é Evidência de Ausência
(B) Ateus na mesma posição que Religiosos
(C) Inversão de Planos
Avaliemos esses três problemas com mais detalhes:
(A) Ausência de Evidência não é Evidência de Ausência
A frase em negrito explica tudo. Os neo-ateus que utilizam essa técnica dizem que “não há evidência, então é racional que se deduza a não-existência”. Isso é, obviamente, um erro crasso. Observe essa situação hipotética: Não é porque nunca me apresentaram evidências da existência de pessoas no Zimbábue que faz com que eu seja racional em dizer que não há nenhuma pessoa lá.
Nessa situação, eu nunca vi entrevistas ou documentários sobre o Zimbábue, ou seja, estou completamente sem evidências para poder dizer que há pessoas lá. Nem por isso sou racional ao dizer que não há ninguém lá. Eu posso dizer que não sei se há pessoas lá(que seria a postura mais adequada, neste caso), mas para tornar racional a afirmação de que não há pessoas no país eu preciso de alguma evidência para a não-existência dessas pessoas.
(B) Ateus na mesma posição que Religiosos
Nós podemos, então, jogar os ateus na mesma situação que os religiosos. Eu desconheço qualquer evidência ateísta(que não seja falaciosa) para não-existência de Deus(embora eu tenha argumentos para a existência dele), ou seja, a situação dele de negar veemente(observe que a maioria dos neo-ateus são mais fanáticos que religiosos ao dizer que Deus não existe) não é diferente da situação de aceitação do religioso: O ateu não tem provas para sustentar sua visão.
Nesse caso, o argumento do neo-ateu vai de encontro com o argumento que ele apresentou, ou seja, ele se mostra tão “irracional” quanto o religioso ao dizer que “não há Deus” e não apresentar suas tão amadas provas científicas para a não-existência. Em geral, o máximo que eles fazem é xingar a religião e os religiosos, como se isso provasse que a religião está errada.
(C) Inversão de Planos
Pra finalizar, o erro que citei primeiro no post, que é a Inversão de Planos. O que é a Inversão de Planos? É uma mistura ao se observar os planos de conhecimento. Em primeiro lugar, temos que ter em mente que o meio científico não é a única fonte de conhecimento(Filosofia, por exemplo, é outro meio de conhecimento. Teologia, outro) para poder compreender a falha do neo-ateu.
A ciência tem limitações: Ela se limita a descobrir como funciona o meio Físico. Porém, Deus está no Plano Metafísico, tornando um erro grotesco tentar provar a não-existência(ou existência) de Deus por meio da ciência. Você pode sim usar coisas descobertas pela ciência para apoiar sua argumentação(e isso é bastante normal), mas não pode exigir que se usesomente o meio científico para isso, pois a questão de Deus(alma, anjo, etc) está além do conhecimento científico.
Conclusão:
É mais tranquilo jogar logo no ateu o erro da Inversão de Planos e que Ausência de evidência não é evidência de ausência. Mas se o cara for um troll e estiver te amolando ou insistindo no argumento, vale a pena jogar ele na mesma posição dos religiosos ou mesmo ignorá-lo(não se esqueça de dar um aviso prévio a ele).
Voltando as evidências, a história natural desse planeta e da civilização humana demonstram claramente que se existir um Deus e ele foi responsável pela criação desse planeta Ele não tinha a humanidade e o bem-estar dela como foco, o que destrói por completo não a crença em um criador por si (deísmo tem passe livre aqui) mas a ideia de que ele se importa conosco, teísmo.
A ausência de evidências de um Deus não é evidência de ausência mas a abundância de evidências, um planeta inteiro na verdade, rechaçando a ideia de criação especial e dedicada a humanidade, cerne da maioria das crenças religiosas, é incontestável, em outras palavras, um criador consciente do universo pode até existir mas mesmo que seja esse o caso ele está pouco se lixando para a gente.
E na prática um deus que não se importa e não interage é o mesmo que um inexistente.
Você tem a mesma fonte de informação, a partir de agora.
Mas pesquisei com interesse, debati, e me convenci.
É como digo, cabe a cada pessoa o esforço próprio pois que é algo que vale a pena. Embora a fonte de informação possa ser a mesma, e a capacidade de análise seja igual entre as pessoas, acreditar ou não, está além dos fatos analisados, e reside em certas predisposições íntimas
Sem a mínima intenção de lhe ofender mas o que eu tenho a partir de agora sobre esse tema é o relato de um adepto, nada mais, ao menos por enquanto.
Convencimento pessoal não se traduz em prova de objetividade, até porque as pessoas podem ser convencidas de muitas coisas, não necessariamente reais.
A realidade não é um balcão de negócios aonde você faz a opção pelo pacote que lhe ofereça as melhores vantagens, ela é o que é, independente do que eu ou você queira, entenda ou aceite, por isso fatos importam muito mais que anseios quando se busca a verdade.
Técnica: Teístas tem o ônus da prova, não(nunca) os ateus
Não é raro que estejamos em um debate, sendo continuamente atacados pelos neo-ateus(geralmente com as técnicas bastante simplórias deles), e então decidimos que está passando da hora de eles justificarem o seu ateísmo, e pedimos evidências que suportem o ateísmo. E é nessa hora que eles mandam a pérola:
NEO-ATEU: O ônus da prova é dos Teístas, e não dos ateus! Vocês que fazem a alegação “Deus existe”, nós apenas apresentamos uma descrença nesse Deus.
O que eu acho mais curioso nessa técnica é que muitas vezes o Teísta nem estava alegando nada, ele simplesmente acreditava em Deus, e estava feliz com isso. O neo-ateu foi até ele e começou a atacar o Teísmo e quer ficar sem precisar argumentar dizendo que “é apenas uma descrença em Deus”, então não precisa de evidenciar nada?! Vejamos se isso faz sentido, analisando esses pontos:
(A) Ateus também apresentam uma crença.
(B) O ônus da prova é de qualquer um que faça uma alegação.
(C) Teísmo seria uma burrice, se não tivesse evidências?
(A) Ateus também apresentam uma crença.
A argumentação neo-ateísta se apresenta falha em um aspecto principal, a meu ver: Eles apresentam uma crença. O ateu acredita na não-existência de Deus. Usando a mesma lógica dos neo-ateus, podemos dizer que o Teísmo é a descrença nessa crença do Ateísmo! Isso retiraria o ônus da prova Teísta? Claro que não. Ou seja, a própria “descrença” ateísta esconde uma alegação: O Ateísmo alega que Deus não existe. Então eles precisam apresentar evidências para isso, e não simplesmente refutar os argumentos Teístas: A refutação de todos os argumentos teístas não leva ao ateísmo, leva ao agnosticismo.
(B) O ônus da prova é de qualquer um que faça uma alegação.
Como acabamos de ver, o ateísmo apresenta uma alegação: “Deus não existe”. E essa alegação necessita, também, de suas evidências, tal como a alegação de que Deus existe necessita das suas evidências. Se não houver evidências para nenhum dos dois lados, então a postura correta é o agnosticismo, e não o ateísmo(Ausência de evidência não é evidência de ausência, embora possa vir a ser alguns casos).
(C) Teísmo seria uma burrice, se não tivesse evidências?
Esse aqui vai em particular para os neo-ateus que vivem dizendo que o ateísmo é a solução para os problemas do mundo e o teísmo é coisa de gente burra. Mesmo que não houvesse evidência alguma para o Teísmo¹, isso não implicaria que acreditar no Teísmo seja uma burrice ou irracionalidade. Se não temos evidências para nenhum dos dois lados – nem Teísmo, nem ateísmo -, então você poderia simplesmente escolher um dos dois lados de acordo com a sua vontade, já que você simplesmente não sabe, não faz a mínima idéia se Deus existe ou não.
Conclusão:
Não deixe que o neo-ateu se esquive com essa técnica, ele também tem uma alegação e ele precisa evidênciá-la. Se ele insistir em não apresentar argumentos para a crença ateísta dele, então a fé dele é, provavelmente, cega(não compreendo porque ele teria motivos para sua crença e não as apresentaria) e acho bastante justo que você mostre isso a ele, principalmente porque ele vai ficar irritadinho e provavelmente vai aplicar qualquer uma das técnicas já previstas no manual.
Notas:
¹Apenas lembrando: Não estou aqui, ainda, para evidenciar o Teísmo! Não é o objetivo deste post.
Evidências que existem divindades ou seres espirituais nos protegendo e se preocupando conosco são 0.
O deísmo não tem problemas aqui porque não acredita na interferência de divindades na história humana mas o teísmo é rechaçado com o conhecimento moderno que temos sobre a história natural do planeta e da ancestralidade humana.
Essa afirmação é derivada do argumento de Epicuro?
A formação de um ateu conviccto ela não é da noite pro dia: muitos pegam cartilhas prontas por uma análise por identificação por isso que em comunidades ceticas que participei diziam a celebre frase: existe uma diferença entre ateu e religioso revoltado.
Temendo cair na falácia do bom escoses o que se observa é que Ateu não tem uma preocupação com Deus porque ele não crê em sua existência. Ele vai ter uma análise racional do assunto e sua crítica ao mesmo em conjunto com sua visão de mundo.
Fazer 1 carimbo "CRIADOR" e ficar carimbando o "mistério" não acrescenta conhecimento👎
Deus nas lacunas.
Técnica: Ciência/Deus nas lacunas
Imagino que quase todos(senão todos) conhecem a expressão “Deus nas lacunas”. Antes de ver a técnica em si, vamos à definição de Deus nas lacunas.
Deus nas lacunas seria a tentativa de Teístas em colocar Deus nas coisas que a Ciência não explicava. Como assim? Simples. Via-se um determinado fenômeno, como por exemplo a chuva, e não tinha-se nenhuma explicação para aquilo. Dessa forma, eles concluíam que Deus havia feito aquilo.
Agora sim vamos à técnica. O que seria a Ciência nas lacunas? Algo parecido com o Deus nas lacunas. O neo-ateísmo atual usa-se muito disso. Ao ver que as coisas estão ficando feias pro lado deles, o neo-ateu vira pro Cristão e diz algo do tipo: “Ah, isso a Ciência ainda vai explicar, pode ficar tranquilo”.
Onde essas afirmações são mais frequentes? Em debates de Design Inteligente contra Evolução, por exemplo. O Teísta que defende o Design Inteligente apresenta algumas falhas na Evolução, às quais o neo-ateu responde dizendo que a Ciência pode ainda não ter explicado, mas irá explicar com o passar do tempo.
Qual o problema disso? Afinal, a Ciência já não mostrou que diversas coisas antes não explicadas agora são explicadas? Porque essas não podem ser explicadas futuramente? Observe que não estou dizendo que o problema nunca irá ser resolvido, eu disse que não é possível que se afirme algo do tipo “A Ciência há de explicar”. E digo isso por um motivo bastante simples: Isso impossibilita discussões.
Por exemplo, o ateu diz: “A Ciência há de provar que Deus não existe”. O Teísta vira para ele e responde: “A Ciência há de provar que Deus existe”. Acho que agora o problema está mais esclarecido. Atualmente, essa técnica vem sendo usada com bastante frequência, e cabe ao Teísta desmascarar o neo-ateu que tenta utilizá-la. Ao meu ver, o modo mais simples e eficiente de fazê-lo é simplesmente repetir na mesma moeda, conforme o exemplo citado nesse mesmo parágrafo, pois o neo-ateu fica sem ter o que dizer: Fica a palavra do Teísta contra a dele.
Daí é só pedir que o neo-ateu se atenha aos fatos que nós temos, e não aos que desejamos ou que possivelmente venhamos a ter.
Continua sendo arbitrário e sem evidências. O velho truque de afirmar que Deus existe e, diante de absurdos, apelar para "Deus é incompreensível".
Se Deus está além de nossa compreensão, nada podemos dizer a seu respeito. Religiões não fazem sentido.
Nada de certezas nem afirmações categóricas. Acontecimentos futuros não servem como argumentos.
É porque isso imbossibilita discussões,como dito no post.
Tem coisas que a gente não "sabe" — e, claro, tendo em mente que cientificamente o "saber" potencialmente se modifica sempre — e não sabemos se algum dia "saberemos".
Ciências formulam modelos "explicativos" sobre o que é possível "saber" num dado tempo e lugar.
Já começa capengando porque você pressupõe que ciência preenche lacunas, na verdade ela vem elucidar fenômenos. Não é simplório, o que você pode criticar é má fé de uso de conhecimento científico para determinado fim, contanto que tenha base para uma discussão.
E mais uma coisa não ligue ciência com ceticismo diretamente, até porque tem outros caminhos para o ceticismo. O que leva a diversos argumentos e opiniões.
O sujeito escreveu uma espécie de manual sobre como usar argumentos ruins contra argumentos ruins.
Um bosta desses não duraria uma semana por aqui.
Coitado...
Há argumentos de ateus que se salvam aí de serem uma bosta, estes são atacados com, aí sim, táticas pra tentar se livrar deles.
É um espantalho mal feito.