A Igreja Católica

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Comentários

  • Fernando_Silva escreveu: »
    Deus escreveu: »
    É um princípio de Fé,não tem como necessariamente provar ou contrariar;tem que considera-la como uma verdade revelada e partir dela como base para o nosso raciocínio.
    Pois é. Temos que acreditar mesmo sem provas.
    Qualquer raciocínio que parta de uma premissa não comprovada será falho por mais lógico que seja.

    Pergunta: por que acreditar cegamente em uma coisa não provada, mas recusar milhares de outras coisas também não provadas?

    Verdades reveladas são aquelas que não se pode chegar pela razão natural inscrita no homem,logo somente pela revelação de Deus;e partindo de sua revelaçao dada aos apóstolos e passada aos seus discipulos;a partir dela ou seja a Tradição,rejeitamos toda interpretação que a contraria,no caso da Bíblia e o Magistério da Igreja são pilares de uma verdade só,logo;uma não pode contradizer a outra.

    Não é a partir de uma premissa que não foi comprovada,e sim;a partir de uma premissa que não se pode comprovar,por isso;com a Fé vem a razão para raciocina-la e não banaliza-la,por essa razão não se pode ter fé sem razão;mas na hierarquia a Fé está acima da Razão mas não Opostas uma da outra.

    Para os católicos, a fé consiste na sua livre entrega e amor a Deus, prestando-Lhe "o obséquio pleno do seu intelecto e da sua vontade e dando voluntário assentimento à revelação feita por Ele". Essa revelação é transmitida pela Igreja sob a forma de Tradição apostólica.

    TRADIÇÃO
    substantivo feminino
    1.
    ato ou efeito de transmitir ou entregar; transferência.
    2.
    comunicação oral de fatos, lendas, ritos, usos, costumes etc. de geração para geração.
    "t. esquimós"
    3.
    herança cultural, legado de crenças, técnicas etc. de uma geração para outra.
    conjunto dos valores morais, espirituais etc., transmitidos de geração em geração.
    "a geração hippie rompeu com a t."
    4.
    transmissão de uma notícia ou de um fato.
    "t. oral"
    5.
    em certas religiões, conjunto de doutrinas essenciais ou dogmas não explicitamente consignados nos escritos sagrados, mas que, reconhecidos e aceitos por sua ortodoxia e autoridade, são, por vezes, us. na interpretação dos mesmos.
    6.
    aquilo que ocorre ao espírito como resultado de experiências já vividas; recordação, memória, eco.
    7.
    tudo o que se pratica por hábito ou costume adquirido.
    uso, costume.
    "a t. do feijão com arroz"
    Origem
    ⊙ ETIM lat. traditĭo,ōnis 'ação de dar; entrega; transmissão, tradição, ensino'
  • editado February 2022
    LIVRO EM DEFESA DA FÉ DE FREI DAMIÃO

    I A VERDADEIRA REGRA DE FÉ
    Regra de Fé: Meio lógico, objetivo, pelo qual podemos conhecer as verdades reveladas por Deus. Nosso Senhor Jesus Cristo ensinou ao mundo a sua doutrina, exigindo que todos a abraçassem sob pena de condenação eterna. Logo nos deve ter deixado um meio fácil e seguro para conhecermos esta doutrina.
    Qual este meio?
    Segundo os protestantes é a Bíblia tal qual é compreendida por cada indivíduo, ignorante ou douto.
    Segundo os católicos, é um magistério vivo, infalível, autêntico, isto é, a igreja docente, constituída por Jesus Cristo depositária das verdades reveladas. E as fontes, onde essa igreja vai haurir os ensinamentos de Jesus Cristo são a Bíblia e a Tradição.
    Onde a razão? Vejamo-lo. Neste capítulo vamos apenas provar a tese católica.
    a) Dizemos, antes de tudo, que Jesus, para dar conhecer ao mundo sua doutrina, constituiu um magistério vivo, isto é, escolheu certo número de homens, aos quais confiou o munus e o oficio de pregar a sua doutrina, obrigando todo o mundo a neles crer. Eis as provas:
    "Foi-me dado todo o poder no céu e na terra. Ide pois, instrui as gentes....ensinando-as a observar tudo que vos mandei; e eis que estou convosco todos os dias até a consumação dos séculos".(Mt. 28,18).
    Ainda mais: "Ide, pregai o evangelho por todo o mundo. Quem crer e for batizado será salvo, quem não crer será condenado". (Mc 10,16 )." "Quem vos ouve, a mim ouve. Quem vos rejeita, a mim rejeita, e quem me rejeita, rejeita aquele que me enviou". (Lc. 10 16).
    Por estas palavras deu aos apóstolos e somente a eles o oficio de pregarem o seu Evangelho; de fato, quando se tratou de colocar Matias no lugar de Judas que tinha prevaricado, afim de que pudesse pregar o Evangelho com os demais apóstolos, recorreu-se a uma eleição. (Atos 1, 23 ). Ora, esta não teria sido necessária, se Jesus tivesse a todos os cristãos o oficio de pregar o Evangelho, pois Matias, já mesmo antes da eleição, era cristão, discípulo de Cristo.
    Se, pois, foi preciso uma eleição, quer isto dizer que Jesus Cristo confiou somente aos apóstolos o oficio de pregar o seu Evangelho.
    E os apóstolos compreenderam dessa maneira as palavras de Jesus, isto é, que Ele lhes tinha imposto o munus e o oficio de pregar a sua doutrina. Por isso S. Marcos acrescenta: "Eles, os apóstolos, partiram e pregaram por toda a parte ". (Mc 16, 20).
    Eis, pois, o meio escolhido por Nosso Senhor para difundir sua doutrina: O magistério dos apóstolos; eles devem ensinar, pregar esta doutrina e todo o mundo deve acreditar nos seus ensinamentos.
    b) Dizemos, além disso, que este magistério vivo, por vontade de Jesus, devia durar até o fim dos séculos, ou por outras palavras, este munus, este oficio, que receberam, não devia acabar com a morte deles, mas devia ser transmitido aos seus sucessores. Com efeito Jesus diz: "foi-me dado todo o poder no céu e na terra. Ide pois, instrui todas as gentes.... ensinando-as a observar tudo que vos mandei. E eis que estou convosco todos os dias até a consumação dos séculos"(Mt. 28,18).
    Mas não sabia Nosso Senhor que os apóstolos não poderiam ficar neste mundo até o fim dos séculos, para ensinar a todas as gentes a sua doutrina? Sem dúvida o sabia.
    Portanto, ele aqui falou aos apóstolos, como a pessoas que deveriam ter sucessores até o fim dos séculos, para ensinar a todas as gentes a sua doutrina E os apóstolos, fiéis executores do pensamento do divino Mestre, tinham cuidado de deixar quem continuasse seu magistério. Por isso S. Paulo escreve a Timóteo: "O que de mim ouviste por muitas testemunhas, ensina-o a homens fiéis, que se tornem idôneos para ensinar a outros". ( IITim 2,2 ).
    c) Dizemos, enfim, que este magistério vivo, é infalível, isto é, não pode ensinar erro algum sobre a fé ou sobre a moral.
    __ Com efeito, consideramos as palavras evangélicas:
    "Foi-me dado, diz Jesus, todo o poder no céu e na terra. Ide pois, instrui todas as gentes.... ensinando-as a observar tudo que vos mandei. E e eis que estou convosco todos os dias até a consumação dos séculos". (Mt. 28,18).
    Como vemos, Jesus aqui impõe aos apóstolos e aos seus sucessores ensinar tudo o que Ele ensinou e ensiná-lo até o fim dos séculos. E como esta fora uma empresa superior a simples forças humanas, promete-lhes a assistência onipotente.
    Ora, será possível que um magistério, assistido pela própria verdade que é Cristo, possa errar? Não é possível.
    Portanto, a igreja, assistida por Cristo, é infalível. Jesus diz ainda: "Quem vos ouve, a mim ouve. Quem vos rejeita, a mim rejeita, e quem me rejeita, rejeita aquele que me enviou". (Lc 10, 16).
    Porventura, ouvir a Jesus, não é ouvir ensinamentos infalíveis?
    Ora, ele afirma que aquele que ouve os apóstolos e aos seus sucessores, isto é, à Igreja docente, o ouve a Ele mesmo.
    Portanto, quem ouve a Igreja, ouve ensinamentos infalíveis.
    __ O mesmo repete Jesus naquela passagem que lemos em S. João (14 16 e 26 ) "Eu rogarei ao Pai e Ele vos dará outro Consolador, para que fique eternamente convosco, o Espírito de verdade... Ele vos ensinará todas as coisas e vos recordará tudo que vos tenho dito". Pois bem, é possível o erro onde está o Espírito da verdade, que ensina e recorda tudo o que Jesus tem ensinado? Impossível.
    Ora, Jesus afirma que o Espírito da verdade ficará eternamente com os apóstolos e seus sucessores e ensinará e recordará tudo o que ele tem ensinado.
    Portanto com os apóstolos e com os seus sucessores não pode estar o erro, logo são
    infalíveis. Finalmente Jesus diz: "Ide, pregai o evangelho por todo o mundo, quem crer, e for batizado será salvo, quem não crer será condenado."(Mt 16,15).
    Ora, pergunto eu, será possível que Deus imponha ao mundo acreditar no erro sob pena de condenação eterna? Não: isto repugnaria à sua justiça, à sua santidade, à sua veracidade. Portando, Jesus impondo ao mundo a obrigação de acreditar no que ensina a Igreja sobe pena de condenação eterna, ao mesmo tempo dava a esta mesma Igreja a infalibilidade, afim de que nunca pudesse errar.
    Tudo isto é confirmado pelo Apóstolo S. Paulo quando chama a igreja: "Coluna e sustentáculo da verdade ". (Tim. 3,15).
    É claro, com efeito, que a Igreja não poderia ser coluna e alicerce da verdade se ensinasse o erro e a superstição.
    Eis portanto, provada pela Bíblia a primeira parte da tese católica. Passemos a provar a segunda parte que sustenta serem duas as fontes, onde a Igreja vai haurir os ensinamentos de Jesus: a Divina Escritura e a Tradição.
    A Divina Escritura, é a palavra de Deus contidas nos livros por Ele inspirados.
    Chama-se também Bíblia, que significa: livro dos livros, livro por excelência.
    A Tradição é também a palavra de Deus que não foi escrita, mas ensinada de viva voz por Jesus e pelos Apóstolos.
    Existe esta tradição, ou por outras palavras, existem verdades reveladas que não se acham contidas na Bíblia? Existem. A própria Bíblia o declara. Eis, por exemplo, como fala S. Paulo na 2° epístola aos Tess 2,4: "Estai firmes, irmãos, e conservai as tradições que aprendestes de viva voz ou por epístola nossa".
    E no cap. 3,6 acrescenta: "Nós vos prescrevemos, em nome de N. S. Jesus Cristo, que vos aparteis de todos os irmãos que andam desordenadamente e não segundo a tradição receberam de nós". E na 2° epístola a Tim escreve: "O que de mim ouvistes por muitas testemunhas, ensina-o a homens fiéis, que se tornem idôneos para ensinar a outros".
    E no capítulo 1, 13 exorta ao mesmo Timóteo:
    "Toma por modelo as Santas Palavras que me tens ouvido na fé." E na 1° epístola aos Cor 11,2, congratula-se com os fiéis, porque haviam conservado as suas instruções: "Eu vos louvo, irmãos, porque em tudo vos lembrais de mim e guardais as minhas instruções, como eu vo-las ensinei". De que instruções fala aqui o Apóstolo? Sem dúvida, fala de instruções dadas de viva voz, já que era esta a primeira epístola que lhes enviava.
    Como S. Paulo, assim também fala S. João, quando diz no seu evangelho: "Muitas outras coisas há que fez Jesus, se elas fossem escritas uma por uma, suponho que nem no mundo inteiro caberiam os livros que se escrevessem". (Jo 21,25 ) e quando, concluindo as suas ultimas epístolas, diz claramente que não quis confiar tudo à tinta e ao papel, deixando para fazê-lo de viva voz.
    Os textos citados e outros, que poderíamos alegar nos demonstram que nem tudo o que ensinaram Jesus e os Apóstolos, foi escrito: há verdade que ensinaram de viva voz; e por isso mesmo a tradição existe. Com razão, pois, a igreja vai haurir os ensinamentos de Jesus na Divina Escritura e na Tradição.

    II REGRA DE FÉ PROTESTANTE
    REGRA DE FÉ:
    Meio estabelecido por Nosso Senhor, para dar a conhecer ao mundo a sua Doutrina. No capítulo precedente demonstramos que esse meio é um magistério vivo, autêntico, infalível, isto é, a Igreja Docente; e demonstramos também que as fontes, onde essa igreja vai haurir os ensinamentos de Cristo, são a Divina Escritura e a Tradição. Os protestantes, porém, não concordam conosco: segundo eles a única regra de fé é a Bíblia, tal qual é compreendida por cada indivíduo, seja, ignorante ou sábio. Portanto não há Tradição, isto é, verdades de fé ensinadas somente de viva voz; tudo o que nosso senhor ensinou se acha na Bíblia. Nem há um magistério vivo, infalível, que tenha direito de interpretar a Bíblia e de impor aos outros sua interpretação: Cada qual pode interpretá-la como entender.
    Vamos refutar essa doutrina.
    Os protestantes dizem, em primeiro lugar, que o meio, pelo qual podemos conhecer a doutrina de Nosso Senhor é tão somente a Bíblia.
    Respondo:
    __ Se assim fosse, dever-se-ia encontrar na Bíblia essa verdade, visto como seria de suma importância conhecê-la.
    Ora, pelo contrário, ninguém até hoje encontrou nem jamais encontrará, porque na Bíblia não figura.
    É, pois, esta uma afirmação gratuita dos protestantes.
    __ Se Nosso Senhor pretendesse nos deixar a Bíblia como Regra de fé, isto é, como meio para conhecermos a sua doutrina, deveria ter dito aos Apóstolos:
    Ide, escrevei Bíblias para todas as nações; pelo contrário disse: "Ide por todo o mundo, pregai o evangelho a toda criatura". (Mc 16,15).
    Não foi, pois, sua intenção deixar-nos a Bíblia como Regra de fé.
    E confirmou-o também com exemplo.Com efeito, quando Saulo na estrada de Damasco, lhe perguntou:
    __ Senhor, que queres tu que eu faça? __ Ele não respondeu: "Lê a Bíblia", e sim:
    __ Levanta-te, entra na cidade e ai te será dito o que deves fazer. (Atos 9,7).
    __ S. Paulo falava da mesma forma na sua epístola aos romanos. (Rm 10, 14).
    "Sem fé, diz ele, é impossível agradar a Deus".
    Mas qual o meio para chegar à fé?
    A Bíblia? Não. É a pregação dos que foram enviados a pregar. E conclui: "Logo a fé pelo ouvido e o ouvido pela palavra de Cristo." __ De resto a própria razão nos diz que Jesus não podia deixar-nos a Bíblia como única Regra de fé. De fato, ele quer que todos os homens conheçam e professem a sua doutrina. Mas se para isso, fosse necessária a leitura da Bíblia, como poderia então os analfabetos e os que não podem comprar uma Bíblia, conhecer e professar a doutrina de Jesus Cristo?
    Todos estes (e são maior parte do gênero humano) não poderiam ser cristãos.
    Não digam os protestantes que, que é bastante para os analfabetos que seus pastores lhes leiam e expliquem a Bíblia. Essas explicações, segundo a doutrina dos protestantes, não passam de opiniões individuais, que não tem autoridade alguma e variam segundo o capricho de cada um. Não são a palavra de Deus, e sim a palavra de Fulano, de Beltrano, de Sicrano.
    Por isso, repito-o, se fosse verdade, como dizem os protestantes, que o único meio, para chegarmos à fé, é leitura da Bíblia, os analfabetos nunca poderiam ser cristãos.
    Será possível que Jesus tenha estabelecido este meio para nos dar a conhecer a sua doutrina?
    Além disso, se a Bíblia fosse a única Regra de fé, como poderíamos conhecer com certeza qual é o verdadeiro sentido dos passos difíceis? Por exemplo: Quanto às palavras, com que Jesus instituiu à Santíssima Eucaristia, a Igreja Católica da uma explicação, e as seitas protestantes dão, pelo menos duzentas, cada uma sustentando que a sua é verdadeira.
    Agora quem é que tem razão? Pela Bíblia é impossível resolver a questão, pois a Bíblia é muda e a ninguém diz: Tu enxergas o verdadeiro sentido de minhas palavras e todos os outros estão no erro.
    Portanto, se a Bíblia fosse a única regra de fé, não poderíamos conhecer com certeza o verdadeiro sentido dos passos difíceis da mesma.
    Mas Jesus quer que conheçamos com certeza toda sua doutrina, todas as verdades que Ele ensinou, tanto as fáceis, como as difíceis. É impossível, pois que nos tenham deixado a Bíblia como Regra de fé.Em segundo lugar dizem os protestantes que não existe a tradição: Todas as verdades reveladas se acham na Bíblia.
    Mas quais são as razões que alegam para provar essa asserção? Ouçamo-las e vejamos quanto valem.
    S. Paulo na sua 2° Epístola a Timóteo (3, 15) diz que "todas as Escrituras são úteis e que elas podem instruir para a salvação".
    Resp. __ Se o referido texto dissesse, que a Escritura só, torna o homem instruído em todas as coisas necessárias para a salvação, então sim, a objeção seria irrefutável;
    mas dizendo simplesmente:
    "Todas as Escrituras são úteis e que elas podem instruir para a salvação" não exclui que a Tradição o seja da mesma forma.
    Mas replicam, __ é certo que Jesus em Mc 7,13 e Mt 15,3 rejeita a tradição dizendo:
    "E vós também, porque transgredis o mandamento de Deus pela vossa tradição?" "Em vão, pois me honram, ensinando doutrina e mandamentos que vem dos homens".
    Os referidos textos nada provam contra a tradição: pois Jesus rejeita as doutrinas e os mandamentos que vêm dos homens, que são feitos pelos homens. sem que tivessem autoridade para fazê-los.
    Ora, pelo contrário, a tradição que para a qual apela a Igreja Católica e que ela reconhece como segunda fonte de verdade revelada, não contém doutrinas e mandamentos que vêm dos homens, mas do próprio Deus; pois a tradição no sentido católico é: Certas verdades reveladas que Jesus Cristo e os Apóstolos ensinaram de viva voz e não por escrito e que, por isso mesmo, não se acham na Bíblia.
    Mas insistem os protestantes: "Não escreveu Moisés (Pen 4,2): "Não acrescenteis nada ao que vos digo"?
    __ Não escreveu S. João no Apocalipse (22,18) "Se alguém acrescentar uma palavra a estas coisas, que Deus faça cair sobre ele os flagelos descritos nesse livro?" Não escreveu S. Paulo (Gal 1,8). "Mas ainda que nós mesmos ou um anjo do céu vos anuncie um evangelho diferente do que vos anunciamos, que seja anátema"?
    Resp.-- Sim, escreveram tudo isto. Esses textos porém, nada provam contra a tradição, afirmam somente que a divina Escritura não deve ser adulterada.
    Como estas, assim também são as outras razões que os protestantes alegam contra a tradição, razões nada valem em si mesmas; e por isso bem podemos dizer que é outra afirmação gratuita dos protestantes o não existir a tradição.
    Afirmação gratuita? Não só. Mas também afirmação contrária à realidade.
    Com efeito, se fosse verdade que tudo o que Jesus e os apóstolos ensinaram se acha na Bíblia e que, consequentemente, não existe tradição, na Bíblia deveríamos encontrar quantos e quais são os livros inspirados, pois são ambas verdades reveladas.
    Mas onde se encontram?
    Já dirigi esta pergunta a um pastor protestante e como resposta alegou ele o texto:
    "Toda a Escritura divinamente inspirada é útil para ensinar, para repreender, para corrigir, para formar na justiça (II Tim 3, 16 ).
    Ora, cada qual pode ver que o texto acima não vem ao caso. Se S. Paulo tivesse dito:
    "Toda Escritura que se compõe de tais livros e tantos livros etc." então sim, poderíamos por esse texto conhecer quais e quantos são os livros, que compõe a Bíblia. Mas tendo dito simplesmente "Toda escritura divinamente inspirada é útil, etc." é necessário procurar em outra parte quais e quantos são os livros inspirados. Onde?
    Na Bíblia? Não, na Bíblia não figuram estas duas verdades. Devemos procurá-las na tradição; só ela diz quais e quantos são os livros inspirados; e portanto, existem verdades reveladas que não se acham na Bíblia, que é como dizer: A tradição existe. Poderíamos também acrescentar que a afirmação dos protestantes, além de ser gratuita é contrária à realidade, é também contrária aos ensinamentos claros da Bíblia, visto que a Bíblia fala em tradição.
    Dispenso-me, porém, de alegar textos como prova disto, tendo-os alegado na exposição da tese católica.Por fim dizem os protestantes que cada qual tem o direito de interpretar a Bíblia conforme entender. Mas também isto como podem demonstrá-lo? Sei que alegam as palavras que lemos no cap. 5, 39 de S. João: "Examinai as Escrituras, pois julgais ter nelas a salvação..." Note-se, porém, que as alegam adulteradas, visto que Jesus não diz: "Examinai as Escrituras..." e sim: "Vós examinais as Escrituras..." Portanto estas palavras não contem uma ordem, como querem os protestantes, mas apenas indicam, enunciam um fato. Os hebreus não queriam reconhecê-Lo como o enviado de Deus; então Jesus, para lhes mostrar que era verdadeiramente o Messias, apela para o testemunho do Pai, para o testemunho de S. João Batista, para o testemunho das obras que cumpriu e, por fim como argumento ad hominem, diz: "Vós examinais as Escrituras, julgando ter nelas a salvação, pois bem, são elas que dão testemunho de mim". Qualquer pessoa pode reconhecer que Jesus aqui a ninguém impõe um preceito de ler as Escrituras e de interpretá-las como entender. Bem longe de dar esse direito, reprova-o pela boca de S. Pedro. De fato S. Pedro (II Epis 1, 19 ) depois de ter recomendado... etc.. a leitura e a meditação da Sagrada Escritura, acrescenta logo que ninguém deve ter a pretensão de a interpretar por autoridade própria. Tendo a Deus por autor só Deus pode explicar o seu verdadeiro sentido. De que maneira o explica? por meio de sua Igreja, como provamos na tese católica. O que é confirmado também pelo exemplo que lemos nos Atos dos Apóstolos (Cap. 15). Os judeus e os habitantes da Antioquia, fiando-se na sua própria razão, julgavam a circuncisão necessária. Saulo e Barnabé pensavam de outro modo.
    Apelaram para o livre exame, ou para a Bíblia interpretada por particulares? Não.
    Enviaram uma deputação, com Saulo e Barnabé, para consultar os pastores da Igreja em Jerusalém e estes decidiram a questão sob a inspiração do Espírito Santo.
    Mas não é preciso acrescentar argumentos, para provar que os protestantes não tem razão em sustentar que cada qual tem o direito de explicar a Bíblia como entender: o próprio bom senso repele esse absurdo. Explicar-me-ei com uma comparação:
    O Brasil tem seu códigos de leis. Todos podem ler esse código. Mas quem é que o pode interpretar autenticamente? Por exemplo: nasce uma questão entre Fulano e Sicrano. Fulano exige para si uma herança, interpretando de uma forma a lei do código civil; Sicrano também exige para si a mesma herança, interpretando de outra forma a mesma lei. Agora quem é que pode resolver a questão e dizer: A lei deve ser interpretada assim e assim; portanto a herança pertence a Fulano e não a Sicrano?
    É um pessoa qualquer ou é um Tribunal, uma autoridade legitimamente constituída? Até um menino me responderia que é um Tribunal, visto que a razão demonstra que, se um legislador deixasse as suas leis à livre interpretação de todos os cidadãos, poria a desordem e a confusão no seu país. Pois bem, a Bíblia é o código de Deus. Teria Ele deixado esse código à livre interpretação de todos? Nesse caso seria menos sábio que qualquer legislador humano. Sendo pelo, contrário, infinitamente mais sábio do que todos os legisladores, a própria razão nos diz que é impossível que tenha deixado a Bíblia à livre interpretação de todos. __ Para melhor compreensão disto, veja-se a que tristes consequências já tem levado no passado e ainda pode levar no futuro a livre interpretação da Bíblia. Os anabatistas de Musnter, e depois deles muitos outros, das palavras do Senhor: "Crescei e multiplicai-vos" tiraram como conclusão necessária a legitimidade da poligamia. Foi baseado, não sei em que passagem da Bíblia, que Lutero permitiu a Filipe de Hessem ter duas mulheres ao mesmo tempo. João de Leyde descobriu, lendo a Bíblia, que devia desposar onze mulheres ao mesmo tempo. Hermann ali descobriu que ele era o Messias enviado por Deus. Nicolau, que tudo o que tem relação com a fé é desnecessário, e que se deve viver em pecado afim de que a graça superabunde: Sympson, que se deve andar nu pelas ruas para convencer os ricos que devem ser despojados de tudo. E, para dizermos tudo numa palavra, não há crime e abominação que não tenha encontrado sua pretendida justificação em qualquer texto da Bíblia interpretado pelo espírito privado, fora da autoridade tutelar da Igreja Católica. Façamos aqui ponto e seja essa a nossa conclusão: A única regra de fé não é a Bíblia, interpretada como cada qual entender. A única regra de fé é o magistério da Igreja; e as fontes, onde ela vai haurir os ensinamentos de Jesus, são a Bíblia e a Tradição. Felizes os que seguem esta Doutrina.
  • editado February 2022
    Deus escreveu: »
    Verdades reveladas são aquelas que não se pode chegar pela razão natural inscrita no homem,logo somente pela revelação de Deus;e partindo de sua revelaçao dada aos apóstolos e passada aos seus discipulos;a partir dela ou seja a Tradição,rejeitamos toda interpretação que a contraria,no caso da Bíblia e o Magistério da Igreja são pilares de uma verdade só,logo;uma não pode contradizer a outra.
    Se algum deus nos aparecer e nos revelar alguma coisa, sim, é provável que essa coisa seja algo que não tenhamos como entender ou descobrir por nós mesmos.

    Mas, se não ficar provado que essa "revelação" veio de algum deus, todo o resto é fantasia e ilusão.
    Deus escreveu: »
    Não é a partir de uma premissa que não foi comprovada,e sim;a partir de uma premissa que não se pode comprovar,por isso;com a Fé vem a razão para raciocina-la e não banaliza-la,por essa razão não se pode ter fé sem razão;mas na hierarquia a Fé está acima da Razão mas não Opostas uma da outra.
    Repetindo: a premissa aqui é que uma religião foi revelada por algum deus.
    Essa premissa pode e deve ser comprovada, caso contrário teremos que acreditar em todas as religiões "reveladas", sem distinção.
  • Deus escreveu: »
    Para os católicos, a fé consiste na sua livre entrega e amor a Deus, prestando-Lhe "o obséquio pleno do seu intelecto e da sua vontade e dando voluntário assentimento à revelação feita por Ele". Essa revelação é transmitida pela Igreja sob a forma de Tradição apostólica.
    Tradição: coisa que é transmitida de uma geração à outra ao longo dos séculos.
    Nada garante que essa tradição se baseie em fatos ou que seja boa (ex.: escravidão).
    Deus escreveu: »
    em certas religiões, conjunto de doutrinas essenciais ou dogmas não explicitamente consignados nos escritos sagrados, mas que, reconhecidos e aceitos por sua ortodoxia e autoridade, são, por vezes, us. na interpretação dos mesmos.
    Já que essas "certas religiões" também se baseiam na tradição, devemos acreditar nos deuses delas?
  • editado February 2022
    Deus escreveu: »
    LIVRO EM DEFESA DA FÉ DE FREI DAMIÃO
    [...]
    Ainda mais: "Ide, pregai o evangelho por todo o mundo. Quem crer e for batizado será salvo, quem não crer será condenado". (Mc 10,16 )." "Quem vos ouve, a mim ouve. Quem vos rejeita, a mim rejeita, e quem me rejeita, rejeita aquele que me enviou". (Lc. 10 16).
    Ou seja: "Ou se converte ou vai para o Inferno. Porque Deus te ama!"

    Onde fica o livre arbítrio?

    Quer dizer que, se um missionário bater na nossa porta e nós rejeitarmos suas baboseiras iremos para o Inferno?
    Deus escreveu: »
    Eis, pois, o meio escolhido por Nosso Senhor para difundir sua doutrina: O magistério dos apóstolos; eles devem ensinar, pregar esta doutrina e todo o mundo deve acreditar nos seus ensinamentos.
    Senão vai para o Inferno.
    Deus escreveu: »
    Com efeito Jesus diz: "foi-me dado todo o poder no céu e na terra.
    Tão modesto e humilde, ele ...
    Deus escreveu: »
    Portanto, a igreja, assistida por Cristo, é infalível. Jesus diz ainda: "Quem vos ouve, a mim ouve. Quem vos rejeita, a mim rejeita, e quem me rejeita, rejeita aquele que me enviou". (Lc 10, 16).
    Porventura, ouvir a Jesus, não é ouvir ensinamentos infalíveis?
    Ora, ele afirma que aquele que ouve os apóstolos e aos seus sucessores, isto é, à Igreja docente, o ouve a Ele mesmo.
    Portanto, quem ouve a Igreja, ouve ensinamentos infalíveis.
    Ou, pelo menos, é isto que afirma um livro que não sabemos quem escreveu nem se diz a verdade.
    Sendo que o conceito de "Igreja infalível" é rejeitado pelos cristãos não católicos.
    Deus escreveu: »
    __ O mesmo repete Jesus naquela passagem que lemos em S. João (14 16 e 26 ) "Eu rogarei ao Pai e Ele vos dará outro Consolador, para que fique eternamente convosco, o Espírito de verdade... Ele vos ensinará todas as coisas e vos recordará tudo que vos tenho dito". Pois bem, é possível o erro onde está o Espírito da verdade, que ensina e recorda tudo o que Jesus tem ensinado? Impossível.
    Mais fé cega baseada em textos de propaganda de uma seita.
    Deus escreveu: »
    Ora, pergunto eu, será possível que Deus imponha ao mundo acreditar no erro sob pena de condenação eterna? Não: isto repugnaria à sua justiça, à sua santidade, à sua veracidade. Portando, Jesus impondo ao mundo a obrigação de acreditar no que ensina a Igreja sobe pena de condenação eterna, ao mesmo tempo dava a esta mesma Igreja a infalibilidade, afim de que nunca pudesse errar.
    Que justiça há em obrigar as pessoas a aceitar uma coisa, sob pena de tortura eterna, sem apresentar evidências incontestáveis?
    Deus escreveu: »
    Eis portanto, provada pela Bíblia a primeira parte da tese católica. Passemos a provar a segunda parte que sustenta serem duas as fontes, onde a Igreja vai haurir os ensinamentos de Jesus: a Divina Escritura e a Tradição.
    Não provou nada.
    Deus escreveu: »
    A Divina Escritura, é a palavra de Deus contidas nos livros por Ele inspirados.
    Afirmação sem prova desmentida pelos trocentos absurdos, contradições e atrocidades que encontramos nessa tal de "Divina Escritura".
    Deus escreveu: »
    Existe esta tradição, ou por outras palavras, existem verdades reveladas que não se acham contidas na Bíblia? Existem. A própria Bíblia o declara.
    "A própria Bíblia"?!!
    E, por acaso, já ficou provado que a Bíblia merece crédito?
    Deus escreveu: »
    Não escreveu S. Paulo (Gal 1,8). "Mas ainda que nós mesmos ou um anjo do céu vos anuncie um evangelho diferente do que vos anunciamos, que seja anátema"?
    Quanta humildade!
    Ele se acha superior em sabedoria aos anjos do céu ...
    Deus escreveu: »
    Resp.-- Sim, escreveram tudo isto. Esses textos porém, nada provam contra a tradição, afirmam somente que a divina Escritura não deve ser adulterada.
    Não sabemos quem escreveu a Bíblia, seus textos foram mil vezes alterados ao serem copiados e reinterpretados, os livros que dela fazem parte foram arbitrariamente selecionados por gente que não conhecemos segundo critérios que não conhecemos.
    Deus escreveu: »
    Sei que alegam as palavras que lemos no cap. 5, 39 de S. João: "Examinai as Escrituras, pois julgais ter nelas a salvação..." Note-se, porém, que as alegam adulteradas, visto que Jesus não diz: "Examinai as Escrituras..." e sim: "Vós examinais as Escrituras..." Portanto estas palavras não contem uma ordem, como querem os protestantes, mas apenas indicam, enunciam um fato.
    Não são um fato e sim apenas palavras não comprovadas num livro de autores desconhecidos.
    Não se pode partir da premissa de que Jesus disse tais coisas.
    Deus escreveu: »
    Apelaram para o livre exame, ou para a Bíblia interpretada por particulares? Não.
    Enviaram uma deputação, com Saulo e Barnabé, para consultar os pastores da Igreja em Jerusalém e estes decidiram a questão sob a inspiração do Espírito Santo.
    Eles provaram que a "inspiração" lhes tinha vindo do tal do "Espírito Santo" ?
  • editado February 2022
    LIVRE ARBÍTRIO

    Como os anjos, podemos escolher entre fazer a vontade de Deus ou rejeitar a Sua graça. Podemos lutar contra nossas tentações ou nos deixar levar por elas. Podemos optar por buscar nossa realização na lei de Deus ou no pecado.

    Isso é o livre-arbítrio.

    Dia após dia, dizendo "sim" ou "não" ao Senhor, cada um escolhe colaborar com a construção do Reino de Deus, ou caminhar rumo ao Inferno. "Porque o salário do pecado é a morte" - morte no sentido de condenação da alma, como ensina São Paulo -, "mas o dom gratuito de Deus é a vida eterna" (Rom 6,23).

    ATENÇÃO: o livre-arbítrio é uma realidade de natureza estritamente ESPIRITUAL, e nada tem a ver com o universo das leis civis das nações e cidades. É completamente absurdo tentar usar a doutrina do livre-arbítrio para defender que os governantes devem permitir os crimes e deixá-los impunes!

    Mesmo podendo, Deus não impede os maus de executarem suas más ações (ao menos não sempre). Deus abomina o mal, mas muitas vezes permite que Ele ocorra. Deus não invade a mente e o coração de quem se fecha para a Sua graça. Ele bate à porta dos corações, e só entra onde lhe deixam entrar.

    Essa compreensão básica está sendo desconsiderada por muita gente, especialmente os católicos-jujuba que querem defender a legalização do aborto.

    Será que aplicaria o mesmo raciocínio para o caso de um bandido invadindo sua casa? Em vez de chamar a polícia ou dar um pau no ladrão, diria: "Ain, Deus nos deu o livro-arbítrio, para fazermos o que quisermos e arcar com as consequências dos nossos atos. Se Ele não proibiu, porque uma lei deve proibir?".

    Em primeiro lugar, não confunda "Deus nos dá livre-arbítrio", com "Deus não nos proíbe de fazer nada", como se Deus achasse o pecado uma coisa super tranquila. Deus proíbe todo e qualquer tipo de pecado! Ele só não interfere na sua escolha sem o seu consentimento, Ele não te faz mudar de ideia se você se fechar completamente a Ele.

    Agora precisamos deixar clara a diferença entre pecado de ordem puramente espiritual e de pecado que também é crime.

    Alguns pecados são relativos à vida pessoal de cada um. Por exemplo, se um filho é ingrato e não dá atenção a seu pai e sua mãe, isso não é um problema de polícia, não é um problema da sociedade, é uma questão estritamente familiar. Ou se uma pessoa falta à missa por preguiça, isso também é um problema de ordem pessoal, que interessa somente a ela e a Deus.

    Já outros pecados não implicam somente o interesse dos envolvidos, mas de toda a sociedade. Roubo, estupro e assassinato, por exemplo. E aborto é uma das mais crueis modalidades de assassinato, pois a vítima é um ser humano completamente indefeso e inocente.

    Sendo CRIME, e não somente pecado, o aborto deve ser reprimido e punido pelas autoridades civis e pela lei.

    Os argumentos "aborto é questão de saúde pública", "a mulher é dona de seu corpo" e "o embrião é um amontoado de células" são completamente furados e não servem para defender o ato hediondo de matar um ser humano em gestação. Para quiser saber mais sobre isso, leia o livro CONTRA O ABORTO, de Francisco Razzo. O autor propõe uma reflexão com bases filosóficas, sem colocar argumentos religiosos na questão.

    Uma das diferenças fundamentais entre as teologias católica e protestante é a crença no livre arbítrio que, em princípio, foi negada por Lutero e Calvino. Devido à doutrina da “Sola Fide” – que a fé, por si mesma, é suficiente para a salvação – os reformadores concluíram que o indivíduo não pode, de maneira nenhuma, colaborar em sua própria salvação.


    Isto nos leva a afirmar que toda eleição moral está pré-determinada. Ao contrário, os católicos crêem que o homem, por ser criado à imagem e semelhança de Deus, foi criado com a capacidade de aceitar ou rejeitar a graça de Deus. Como os anjos, podemos escolher entre fazer a vontade de Deus ou satisfazer as nossas próprias inclinações egoístas ou, dito em outras palavras, pecar. Logo, de nós depende. E este é o grande presente que brota do sacrifício redentor de Cristo: o participar livremente na construção do seu Reino. Sem Jesus, não teríamos a oportunidade de aceitar nosso lugar como filhos de Deus. Sem dúvida, o caminho que escolhemos é da maior importância na disposição divina da salvação porque ninguém pode tomar nosso lugar no plano de Deus, nem completar para Deus o trabalho que nos corresponde realizar.

    “Os céus e a terra tomo hoje por testemunhas contra vós, de que te tenho proposto a vida e a morte, a bênção e a maldição; escolhe pois a vida, para que vivas, tu e a tua descendência, amando ao SENHOR teu Deus, dando ouvidos à sua voz, e achegando-te a ele; pois ele é a tua vida, e o prolongamento dos teus dias; para que fiques na terra que o SENHOR jurou a teus pais, a Abraão, a Isaque, e a Jacó, que lhes havia de dar” (Deuteronômio 30,19-20).


    O homem não é apenas livre para escolher: está obrigado a escolher.

    “Se bem fizeres, não é certo que serás aceito? E se não fizeres bem, o pecado jaz à porta, e sobre ti será o seu desejo, mas sobre ele deves dominar” (Gênese 4,7).

    Deus diz a Caim que pode derrotar o pecado se assim desejar.

    “Acho então esta lei em mim, que, quando quero fazer o bem, o mal está comigo” (Romanos 7,21).

    São Paulo indica que o problema está em nossa vontade e não em nossos destinos.

    “É por causa de Deus que ela me falta. Pois cabe a ti não fazer o que ele abomina. Não digas: Foi ele que me transviou, pois que Deus não necessita dos pecadores. O Senhor detesta todo o erro e toda a abominação; aqueles que o temem não amam essas coisas. No princípio Deus criou o homem, e o entregou ao seu próprio juízo; deu-lhe ainda os mandamentos e os preceitos. Se quiseres guardar os mandamentos, e praticar sempre fielmente o que é agradável (a Deus), eles te guardarão. Ele pôs diante de ti a água e o fogo: estende a mão para aquilo que desejares. A vida e a morte, o bem e o mal estão diante do homem; o que ele escolher, isso lhe será dado, porque é grande a sabedoria de Deus. Forte e poderoso, ele vê sem cessar todos os homens. Os olhos do Senhor estão sobre os que o temem, e ele conhece todo o comportamento dos homens. Ele não deu ordem a ninguém para fazer o mal, e a ninguém deu licença para pecar;” (Eclesiástico 15,11-21).

    “Não veio sobre vós tentação, senão humana; mas fiel é Deus, que não vos deixará tentar acima do que podeis, antes com a tentação dará também o escape, para que a possais suportar” (1Coríntios 10,13).

    “Ninguém, sendo tentado, diga: De Deus sou tentado; porque Deus não pode ser tentado pelo mal, e a ninguém tenta. Mas cada um é tentado, quando atraído e engodado pela sua própria concupiscência. Depois, havendo a concupiscência concebido, dá à luz o pecado; e o pecado, sendo consumado, gera a morte” (Tiago 1,13-15).

    “Eu clamei e recusastes; e estendi a minha mão e não houve quem desse atenção, antes rejeitastes todo o meu conselho, e não quisestes a minha repreensão” (Provérbios 1,24-25).

    Vemos aqui uma afirmação explícita do ensinamento do livre arbítrio na Igreja. Deus nos convida, porém, não nos obriga.

    “O Senhor não retarda a sua promessa, ainda que alguns a têm por tardia; mas é longânimo para conosco, não querendo que alguns se percam, senão que todos venham a arrepender-se” (2Pedro 3,9).

    O fato de que nem todos se arrependam – apesar de Deus desejar que isto o façam – prova concludentemente que somos capazes de decidir se queremos aceitar ou rejeitar a vontade de Deus. Isto é a essência do livre arbítrio.

    “Todo o que o Pai me dá virá a mim; e o que vem a mim não o lançarei fora” (João 6,37).

    Jesus promete aceitar aqueles que O aceitem e tem tentado alcançar toda pessoas criada desde o princípio.

    “Vendo, pois, Faraó que havia descanso, endureceu o seu coração, e não os ouviu, como o SENHOR tinha dito” (Êxodo 8,15).

    Deus não forçou a vontade do Faraó para obrigá-lo a fazer o mal; Deus simplesmente previu as ações do Faraó antes que ocorressem.

    “Desejaria eu, de qualquer maneira, a morte do ímpio? diz o Senhor DEUS; Não desejo antes que se converta dos seus caminhos, e viva?” (Ezequiel 18,23).

    A eleição de fazer o bem ou o mal não é totalmente nossa. Deus deseja que façamos o bem, porém, não nos obriga a fazê-lo.

    “Pois, se nós, que procuramos ser justificados em Cristo, nós mesmos também somos achados pecadores, é porventura Cristo ministro do pecado? De maneira nenhuma” (Gálatas 2,17).

    O pecado é obra nossa e não de Deus. São Paulo vai diretamente ao ponto. Nós somos os pecadores, não Deus!

    “Porque não sois um Deus que ama a iniqüidade” (Salmo 5,5).

    Deus não pode ter má vontade ou planejar o mal. No entanto, a doutrina errônea da predestinação requer que acreditemos que Ele o faz. Aqueles que crêem na predestinação devem crer também que Deus é autor tanto do bem quanto do mal. Isto é o resultado de uma teologia totalmente monstruosa.

    “Palavra fiel é esta: que, se morrermos com ele, também com ele viveremos; Se sofrermos, também com ele reinaremos; se o negarmos, também ele nos negará; Se formos infiéis, ele permanece fiel; não pode negar-se a si mesmo” (2Timóteo 2,11-13).

    São Paulo nos explica que nossa salvação depende do caminho que escolhemos seguir, aproximando-nos ou afastando-nos de Deus.

    “Porque as suas coisas invisíveis, desde a criação do mundo, tanto o seu eterno poder, como a sua divindade, se entendem, e claramente se vêem pelas coisas que estão criadas, para que eles fiquem inescusáveis; Porquanto, tendo conhecido a Deus, não o glorificaram como Deus, nem lhe deram graças, antes em seus discursos se desvaneceram, e o seu coração insensato se obscureceu” (Romanos 1,20-21).

    A glória de Deus é evidente a todos; porém, nem todos decidem reconhecê-la.

    “Sabendo, pois, Davi, que Saul maquinava este mal contra ele, disse a Abiatar, sacerdote: Traze aqui o éfode. E disse Davi: Ó SENHOR, Deus de Israel, teu servo tem ouvido que Saul procura vir a Queila, para destruir a cidade por causa de mim. Entregar-me-ão os cidadãos de Queila na sua mão? Descerá Saul, como o teu servo tem ouvido? Ah! SENHOR Deus de Israel! Faze-o saber ao teu servo. E disse o SENHOR: Descerá. Disse mais Davi: Entregar-me-ão os cidadãos de Queila, a mim e aos meus homens, nas mãos de Saul? E disse o SENHOR: Entregarão. Então Davi se levantou com os seus homens, uns seiscentos, e saíram de Queila, e foram-se aonde puderam; e sendo anunciado a Saul, que Davi escapara de Queila, cessou de sair contra ele” (1Samuel 23,9-13).

    Davi, envolvido em uma disputa com Saul, pergunta a Deus sobre certos acontecimentos que ainda não tinham ocorrido. Pergunta a Deus se Saul virá a Queila para matá-lo. Deus responde afirmativamente. Conseqüentemente, Davi pergunta a Deus se os habitantes da cidade o trairão e Deus novamente responde que sim. Sabemos que Deus sabe tudo e que é incapaz de enganar alguém. Com efeito, Deus está avisando Davi o que vê no futuro: as intenções de Saul e do povo da cidade, de matar Davi. Isto não é uma simples previsão, mas o aviso de uma realidade que sem dúvida irá ocorrer se as circunstâncias forem mantidas. Esta visão do futuro provém da mente de Deus, que não só pode ver como se sucederão os acontecimentos como também cada versão de futuro que possa ocorrer. Entretanto, a previsão divina que era certa quando foi pronunciada, nunca chegou a ocorrer. Por quê? Porque Davi recebeu a informação e decidiu seguir “um roteiro” diferente. Ao invés de permanecer em Queila, Davi se retirou dali com seus homens e, com isto, alterou o futuro. Saul não visitou a cidade e Davi não foi traído por seus habitantes. Vemos que as ações de Davi, ao exercer o seu livre arbítrio, conseguiram alterar a ordem futura dos eventos. A premonição de Deus não limitou a liberdade de Davi; ao contrário, as ações de Davi, concebidas e guiadas por seu livre arbítrio, determinaram o futuro imediato. Assim é o dom que Deus nos deu: participar no desenvolvimento da criação. Os primeiros Padres da Igreja desmantelaram o erro da predestinação sem maiores dificuldades. Eusébio Pânfilo escreveu em 315 d.C.: “O conhecimento prévio dos eventos não é a causa de que tenham ocorrido. As coisas não ocorrem [somente] porque Deus sabe. Quando as coisas estão para ocorrer, Deus o sabe”[1]. Santo Agostinho, com sua forma tão coerente, nos diz em 390 d.C.: “Assim como você, pelo exercício da memória, não obriga a ocorrência dos eventos passados, tampouco Deus, por sua presciência, obriga a ocorrência dos eventos futuros”[2]. —– Notas: [1] “The Faith of the Early Fathers”, Volume I. William A. Jurgens. Liturgical Press, Collegeville Minnesota, 1970, p. 296. [2] Ibídem, Volume III. P. 39. Fonte: http://www.prodigos.org. Tradução de Carlos Martins Nabeto

    “Como a Igreja Católica compreende o tema da “eleição” de Deus? Me confunde um pouco o limite entre o que é livre arbítrio (isto é, a própria capacidade do indivíduo decidir seguir a vontade Deus) e o que é a “eleição” em si mesma. Frases como: ‘Se sou cristão, é por vontade de Deus, porque Deus me elegeu’, me fazem refletir” (Ronny – Venezuela).

    Santo AgostinhoEste assunto é tratado no Catecismo (§§ 301 a 314 inclusive); convém relê-lo e meditá-lo calmamente. Vou enfocar o tema da forma como você o propõe, para encará-lo com clareza e de maneira mais específica. Vemos na Bíblia como Deus coloca diante de suas criatura a escolha entre a vida e a morte. A vida compreende a bênção de Deus; a morte, todo o contrário. Em Deuteronômio 30,15-20 Deus informa Israel:


    “Vês aqui, hoje te tenho proposto a vida e o bem, e a morte e o mal; Porquanto te ordeno hoje que ames ao SENHOR teu Deus, que andes nos seus caminhos, e que guardes os seus mandamentos, e os seus estatutos, e os seus juízos, para que vivas, e te multipliques, e o SENHOR teu Deus te abençoe na terra a qual entras a possuir. Porém se o teu coração se desviar, e não quiseres dar ouvidos, e fores seduzido para te inclinares a outros deuses, e os servires, então eu vos declaro hoje que, certamente, perecereis; não prolongareis os dias na terra a que vais, passando o Jordão, para que, entrando nela, a possuas; Os céus e a terra tomo hoje por testemunhas contra vós, de que te tenho proposto a vida e a morte, a bênção e a maldição; escolhe pois a vida, para que vivas, tu e a tua descendência, amando ao SENHOR teu Deus, dando ouvidos à sua voz, e achegando-te a ele; pois ele é a tua vida, e o prolongamento dos teus dias; para que fiques na terra que o SENHOR jurou a teus pais, a Abraão, a Isaque, e a Jacó, que lhes havia de dar”.


    Esta passagem pode ser usada para ilustrar o cenário no qual se desenvolve o drama da vida humana. O Jordão pode ser usado em nossa ilustração como a fronteira entre a vida e a morte. Ao passar o Jordão do Batismo, passamos da morte segura para a vida em Deus. No entanto, essa preciosa dádiva divina pode ser perdida pela desobediência.

    Todo pacto forma um só corpo consistente: devemos passar o Jordão (o Batismo), habitar a terra prometida (figura da Igreja), [viver] as bênçãos e ser fiéis a Deus por inteiro, verdadeiros com Ele. Destas condições, algumas provêm de Deus e outras do homem. Deus dá ao homem a terra que lhe prometeu, os mandamentos para conservá-la e se beneficiar; porém, o homem deve escolher “passar o Jordão” e permanecer na bênção de Deus. Implícito nisto está a dignidade que se concede ao homem, ao estabelecer um pacto com o próprio Deus, que o trata como um indivíduo livre.


    A liberdade e a dignidade são bens que nos tornam semelhantes a Deus. Se não fôssemos livres para escolher não teríamos dignidade alguma, pois seríamos virtualmente escravos submetidos totalmente à vontade de um senhor. O Catecismo propõe a pergunta: Por que Deus não nos criou de outra maneira, para que não pudéssemos pecar? Isto pode ser respondido de diversas maneiras. Vou responder através de algumas meditações que fiz hoje.

    No início da história que levará o Povo de Deus a este momento de eleição – quando Deus encontra Moisés na sarça ardente – Ele se dá a conhecer como Yahweh, “Aquele que É”, ou, segundo outros, “Aquele que Causa o que Seja”. Este Nome revela que Deus existe de uma maneira essencial e total, como a primeira causa de todas as coisas. Todas as coisas que “são” remontam sua existência a Ele, porque Ele não é “algo” mas a própria essência do ser e, por definição, a potência que causa todas as coisas. Potência e essência são absolutas em Deus: todo o poder está Nele e também o ideal de todas as coisas criadas.

    A sarça ardente que não se consome é uma figura que nos ajuda a entender a Deus, a causa de todas as coisas.

    Quando Deus cria a ordem universal em que vivemos, Ele o faz a partir do amor. Ele “é” amor, novamente: a essência e a potência do amor. E assim nos cria e começa a nos preparar para que herdemos a mesma classe de vida que Ele tem, algo que entendo tão incrível e formoso que a eternindade não nos vai alcançar para agradecê-lo.

    Essa classe de vida transcendente é a que escolhemos quando nos colocamos “do lado de Deus” e coincidimos com Ele na prática da virtude. A virtude é, basicamente, fazer o que mais nos convém a longo prazo; obedecer a Deus não é apenas uma forma de amá-Lo e estar-lhe agradecido; é também uma forma de amarmos a nós mesmos.

    Na prática da virtude contemplamos o paradoxo do homem servindo a si mesmo uma porção – por assim dizê-lo – da vida de Deus. Isto, dito de passagem, é o que a Eucaristia É e REPRESENTA ao mesmo tempo: uma ascensão gradual e infinita à semelhança da perfeição divina. Para que essa ascensão seja possível, é necessário SER LIVRE… de outra maneira, a semelhança com Deus se acabaria aí mesmo, porque Deus não está sujeito a nada. Um Grande Rei não pode gerar escravos.

    Pois bem: o que ocorre quando escolhemos nos sujeitar à nossa própria conveniência e escolhemos nos afastar de Deus? Isso é um forma de loucura, porque a obediência a Deus é o que dispõe todo universo em sua justa ordem; ousaríamos então desobecer Àquele que até as feras e a matéria inanimada obedecem? Se fizermos isto, estaremos reduzindo o exercício da nossa liberdade à simples desobediência. É aqui onde entra o caráter absoluto das qualidades divinas: Deus como essência do ser não pode “não ser” Deus, não pode nos justificar se nós não nos amamos a nós mesmos e não fazemos o que mais nos convém. Deus não pode participar da loucura.

    No princípio, nos deu a liberdade para tornar-nos dignos Dele, para que fôssemos semelhantes a Ele. No entanto, a liberdade é paradoxalmente uma espada de dois fios. Para ser realmente livre, alguém deve estar vivo; porém, se alguém usa a liberdade para suicidar-se, esta liberdade é usada nesciamente e dura pouco. E o abandono da virtude é um suicídio, pois nos afasta da Essência do Ser que é Deus e da oferta de Deus, de viver a vida que Ele vive e de aprender e descobrir sua Pessoa infinita pela eternidade. A isto os místicos chamam “contemplar o rosto de Deus”, a Visão Beatífica, a vida para a qual fomos realmente projetados. Não há nada “menor” que possamos escolher porque esse feliz destino é absoluto por definição. Não existe “um pedacinho menor de eternidade” que outro; não há “mais” ou “menos” vida eterna. É tudo ou nada. Vida Nele ou morte fora Dele.

    Até a Encarnação e a Cruz alguém poderia dizer – bem equivocadamente – que a oferta foi obrigatória, que Deus não nos deixou mais do que uma única opção. Quando Ele próprio veio, submeteu-se às nossas mesmas dores e penas, e permitiu que fosse crucificado para nos redimir… Assim, vemos que essa queixa não tem nenhuma base para se apoiar. Deus mesmo deu o exemplo e escolheu a vida, abrindo o caminho para que o sigamos à alegria eterna da Ressurreição. O livre arbítrio é a melhor prova do amor de Deus e um convite à vida eterna.

    “Também gostaria de saber o que diz a Igreja acerca da ‘justificação’, isto é, como o homem se salva? Esta última pergunta é muito ampla, eu sei. Porém, talvez você pudesse me recomendar algum material para que eu pudesse estudar. Porque fiquei confuso quando ouvi alguém dizer que um dos pontos diferenciadores da Reforma de Lutero é que este dizia que o homem se salva pela fé e não pelas obras, porque a justificação mediante o cumprimento da Lei é impossível. Isso me abriu uma interrogação, porque eu pensava que a Igreja Católica também dizia isso”.

    Em poucas palavras, a “salvação pelas obras” (Pelagianismo) é uma heresia condenada pela Igreja já há muitos séculos. Porém, a “salvação unicamente pela fé” é um reducionismo igualmente errado. Nos salvamos pela fé, porém “não apenas pela fé”. A aliança com Deus é um contrato. Alguém que assina um contrato não pode eximir-se do seu dever de cumprí-lo com a base de que tem fé na boa vontade da outra parte. O contrato deve ser cumprido. Deus nos dá um “contrato” muito misericordioso, porém, igualmente estrito. Devo amar o meu próximo, devo prestar conta das minhas ações, devo crescer espiritualmente, devo me aproximar de Deus e a sua perfeição nos Sacramentos fazem parte dessa aliança.

    Recomendo a leitura do artigo de Greg Oatis intitulado “Livre Arbítrio”, que também publicamos.

    Fonte: Primera Luz
    Tradução: Carlos Martins Nabeto

    O Livre Arbítrio fica na escolha entre se aproximar de Deus ou se afastar Dele,o pecado é uma prisão que te afasta de estar em comunhão com a própria definição de liberdade que é Deus;logo,utilizar o livre arbítrio para pecar e não para exercer a sua liberdade,seria mais ou menos como escolher uma ferramenta como o martelo para matar e não para pregar;que seria o fim pela qual ela foi feita.
  • editado February 2022
    A fé católica está morta, o que é trágico, pois significa o fim desta civilização.

    Muitos ateus choram a morte de Deus, por se darem conta daquilo que lhe sucedeu. Todavia, não basta querer para crer, os europeus em largo número ateus, já não conseguem acreditar. A sociedade europeia deixou espaço vazio, que será ocupado por outros europeus mais "jovens".



  • editado February 2022
    PugII escreveu: »
    A fé católica está morta, o que é trágico, pois significa o fim desta civilização.

    Muitos ateus choram a morte de Deus, por se darem conta daquilo que lhe sucedeu. Todavia, não basta querer para crer, os europeus em largo número ateus, já não conseguem acreditar. A sociedade europeia deixou espaço vazio, que será ocupado por outros europeus mais "jovens".



    Quantas vezes já se previu o fim do mundo em determinada época que provou-se errada do mesmo modo previram a decaida da Igreja e ela continua de pé o que para um católico é afirmado pelo livro de São Mateus Capitulo 16 versículo 18 :E eu te declaro: tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja; as portas do inferno não prevalecerão contra ela.

    É por isso que existe a renovação,do mesmo modo que Jesus foi "crucificado morto e sepultado...ressuscitou";do mesmo modo a Igreja é crucificada morta e sepultada todos os dias e sempre ressuscita se renovando sem perder os seus princípios que regem a nossa existência e que estão além do tempo e do espaço,ou seja;são universais e absolutas,porque vem de Deus que é a base de toda a existência.

    Quanto mais se conheçe a Deus mais o ama e quanto mais o ama mais o conheçe.
    Quanto mais praticar a Fé,por meio da pratica das virtudes;mais a conheçerá e quanto mais a conheçer mais a praticará e quanto mais a praticar mais conheçerá a Deus e mais o amará.

    A Bíblia e a Igreja sobre o que é a fé

    A Sagrada Escritura, na carta aos Hebreus capítulo 11 versículo 1, diz que “a fé é a garantia dos bens que se esperam, a prova das realidades que não se veem”. A fé é um dom de Deus, uma virtude sobrenatural infundida por Ele em nós, que nos certifica dos bens vindouros, como a promessa da vida eterna.

    O Catecismo da Igreja Católica ensina que “a fé é a virtude teologal pela qual cremos em Deus e em tudo o que Ele nos disse, revelou e a Santa Igreja nos propõe a crer, porque Ele é a própria verdade. Pela fé, “o homem livremente se entrega todo a Deus”. Por isso, o fiel procura conhecer e fazer a vontade d’Ele. “O justo viverá da fé” (Rm 1,17). A fé viva “age pela caridade” (Gl 5,6). (CIC. 1814).

    Nessa perspectiva, a Igreja diz que “a fé é, primeiramente, uma adesão pessoal do homem a Deus; é, ao mesmo tempo e inseparavelmente, o assentimento livre a toda verdade que Deus revelou” (CIC 150). Isso porque “a fé é a resposta do homem a Deus, que se revela e a ele se doa, trazendo, ao mesmo tempo, uma luz superabundante ao homem em busca do sentido último de sua vida” (CIC 26). Dessa forma, não é suficiente dizer que temos fé, mas é preciso responder, concretamente, com a vida o que Deus nos revelou, o seu amor e salvação: Jesus Cristo.

    Com isso, para que o homem possa entrar em intimidade com Deus, numa experiência pessoal, o próprio Senhor quis “revelar-se ao homem e dar-lhe a graça de poder acolher esta revelação na fé. Contudo, as provas da existência de Deus podem dispor à fé e ajudar a ver que a fé não se opõe à razão humana.” (CIC. 35). Pois, como bem explicou o Papa João Paulo II: “a fé e a razão (fides et ratio) constituem como que as duas asas pelas quais o espírito humano se eleva para a contemplação da verdade.”

    Por: Márcio Leandro Fernandes

    Fonte: https://formacao.cancaonova.com/espiritualidade/vida-de-oracao/o-que-e-ter-fe-e-tambem-ser-uma-de-pessoa-de-fe/

    A Fé é um dom de Deus

    Como DEUS é Espírito, Ele não tem partes, massa, altura, largura, profundidade, cor, em outras palavras, não tem parâmetros que possam ser medidos como os encontrados na ciência. Ele não ocupa espaço, nem está no tempo. Como disse o grande teólogo e autor, Frank Sheed, recontando uma vez o que alguém lhe disse: “Esta é a melhor definição para algo do qual nunca ouvi falar”. Verdades apresentadas no processo de aprender as coisas de DEUS não têm medidas científicas, já que falamos de coisas do Espírito, ao invés de coisas terrenas que podem ser medidas. As verdades do Espírito são aceitas por nós se temos o “Dom da Fé”.

    Como recebemos este “Dom da Fé”?

    Em primeiro lugar, você sabe a diferença entre um “Dom” e um “Presente”?

    Um “Dom” é dado livremente e não está vinculado a nada.

    Um “Presente” está vinculado a uma ou várias coisas.

    O “Dom da Fé” vem diretamente de DEUS e Ele o dá livremente…

    …se o pedirmos.

    Fonte: O Baú do Tesouro Católico.
  • editado February 2022
    Sobre Catolicismo, o principal a saber é que existe o Catolicismo erudito, formatado na Tradição Patrística, Escolástica e Tomista, e o Catolicismo Popular, uma versão de cordel do Catolicismo Erudito, simplificado e simbolizado para ser entendido por quem não domina seus fundamentos filosóficos e teológicos.

    No Brasil, prá complicar, o Catolicismo Popular se tornou sincrético, absorvendo desde fragmentos de ritos afro até conteúdos neopentecostais, como no caso da Renovação Carismática Católica.
    Mesmo o Catolicismo Erudito não ficou livre de contaminação, sendo a pior e a mais grave a contaminação marxista que criou a malfadada Teologia da Libertação e sua interpretação materialista dialética da doutrina.

    É óbvia a distância entre o Catolicismo Erudito e o praticado pelos fiéis, quando ou se praticam.
    Nesta confusão, é difícil identificar o Catolicismo sobre o qual as portas do Inferno não prevalecerão, mesmo porque a maioria dos sacerdotes católicos navegam à deriva entre as subculturas católicas populares, vide a enxurrada de padres cantores e a escassez deles com algo de significativo à dizer.
  • editado February 2022
    Durante imenso tempo deixei de ter contacto com os praticantes católicos, quanto muito havia os ditos católicos não praticantes.
    No entanto, nos últimos anos mudei-me para a região centro de Portugal (diocese Leiria-Fátima), junto a isto deparei com a oportunidade de voltar a conhecer o catolicismo dos comuns. Tendo o hábito de visitar o santuário de Fátima (ainda ontem), ganhei a oportunidade para observar a prática católica. Neste contexto, comecei então a conviver com católicos, frequentando até a missa (em diversas igrejas, para conhecer melhor o panorama). Durante meses acompanhei idas à missa, pacientemente, escutei os sermões pouco interessentes (comparados à riqueza filosófica cristã).

    Missa após missa, estoicamente escutando, então um dia comecei a apresentar novas ideias de cristianismo católico. Simplesmente, as pessoas rejeitaram. Após isto, persisti ao comentar os sermões, ao mesmo tempo mostrando crenças diferenças das deles.
    Respeitaram a minha opinião, mas recusaram aceitar as crenças. Por fim, revelei que estava a dar-lhe o cristianismo do Santo Agostinho (entre outros, mas especialmente este, pois supostamente é o padroeiro deles).

    Actualmente, ainda visito o santuário (como já referi), mas estas pessoas sem deixarem de serem católicos estão a tornar-se pouco ou nada praticantes.


    Todas estas palavras para repetir, o catolicismo morreu - o catolicismo relevante para ditar os costumes.
    A igreja católica, especialmente agora com Papa Francisco, segue os costumes, já não os indica.

    Nota: a filosofia cristã continua sendo interessante, só que não chega nas pessoas comuns.



    Deus escreveu: »
    PugII escreveu: »
    A fé católica está morta, o que é trágico, pois significa o fim desta civilização.

    Muitos ateus choram a morte de Deus, por se darem conta daquilo que lhe sucedeu. Todavia, não basta querer para crer, os europeus em largo número ateus, já não conseguem acreditar. A sociedade europeia deixou espaço vazio, que será ocupado por outros europeus mais "jovens".



    Quantas vezes já se previu o fim do mundo em determinada época que provou-se errada do mesmo modo previram a decaida da Igreja e ela continua de pé o que para um católico é afirmado pelo livro de São Mateus Capitulo 16 versículo 18 :E eu te declaro: tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja; as portas do inferno não prevalecerão contra ela.

    É por isso que existe a renovação,do mesmo modo que Jesus foi "crucificado morto e sepultado...ressuscitou";do mesmo modo a Igreja é crucificada morta e sepultada todos os dias e sempre ressuscita se renovando sem perder os seus princípios que regem a nossa existência e que estão além do tempo e do espaço,ou seja;são universais e absolutas,porque vem de Deus que é a base de toda a existência.

    Quanto mais se conheçe a Deus mais o ama e quanto mais o ama mais o conheçe.
    Quanto mais praticar a Fé,por meio da pratica das virtudes;mais a conheçerá e quanto mais a conheçer mais a praticará e quanto mais a praticar mais conheçerá a Deus e mais o amará.

    A Bíblia e a Igreja sobre o que é a fé

    A Sagrada Escritura, na carta aos Hebreus capítulo 11 versículo 1, diz que “a fé é a garantia dos bens que se esperam, a prova das realidades que não se veem”. A fé é um dom de Deus, uma virtude sobrenatural infundida por Ele em nós, que nos certifica dos bens vindouros, como a promessa da vida eterna.

    O Catecismo da Igreja Católica ensina que “a fé é a virtude teologal pela qual cremos em Deus e em tudo o que Ele nos disse, revelou e a Santa Igreja nos propõe a crer, porque Ele é a própria verdade. Pela fé, “o homem livremente se entrega todo a Deus”. Por isso, o fiel procura conhecer e fazer a vontade d’Ele. “O justo viverá da fé” (Rm 1,17). A fé viva “age pela caridade” (Gl 5,6). (CIC. 1814).

    Nessa perspectiva, a Igreja diz que “a fé é, primeiramente, uma adesão pessoal do homem a Deus; é, ao mesmo tempo e inseparavelmente, o assentimento livre a toda verdade que Deus revelou” (CIC 150). Isso porque “a fé é a resposta do homem a Deus, que se revela e a ele se doa, trazendo, ao mesmo tempo, uma luz superabundante ao homem em busca do sentido último de sua vida” (CIC 26). Dessa forma, não é suficiente dizer que temos fé, mas é preciso responder, concretamente, com a vida o que Deus nos revelou, o seu amor e salvação: Jesus Cristo.

    Com isso, para que o homem possa entrar em intimidade com Deus, numa experiência pessoal, o próprio Senhor quis “revelar-se ao homem e dar-lhe a graça de poder acolher esta revelação na fé. Contudo, as provas da existência de Deus podem dispor à fé e ajudar a ver que a fé não se opõe à razão humana.” (CIC. 35). Pois, como bem explicou o Papa João Paulo II: “a fé e a razão (fides et ratio) constituem como que as duas asas pelas quais o espírito humano se eleva para a contemplação da verdade.”

    Por: Márcio Leandro Fernandes

    Fonte: https://formacao.cancaonova.com/espiritualidade/vida-de-oracao/o-que-e-ter-fe-e-tambem-ser-uma-de-pessoa-de-fe/

    A Fé é um dom de Deus

    Como DEUS é Espírito, Ele não tem partes, massa, altura, largura, profundidade, cor, em outras palavras, não tem parâmetros que possam ser medidos como os encontrados na ciência. Ele não ocupa espaço, nem está no tempo. Como disse o grande teólogo e autor, Frank Sheed, recontando uma vez o que alguém lhe disse: “Esta é a melhor definição para algo do qual nunca ouvi falar”. Verdades apresentadas no processo de aprender as coisas de DEUS não têm medidas científicas, já que falamos de coisas do Espírito, ao invés de coisas terrenas que podem ser medidas. As verdades do Espírito são aceitas por nós se temos o “Dom da Fé”.

    Como recebemos este “Dom da Fé”?

    Em primeiro lugar, você sabe a diferença entre um “Dom” e um “Presente”?

    Um “Dom” é dado livremente e não está vinculado a nada.

    Um “Presente” está vinculado a uma ou várias coisas.

    O “Dom da Fé” vem diretamente de DEUS e Ele o dá livremente…

    …se o pedirmos.

    Fonte: O Baú do Tesouro Católico.

  • Tentativa e Erro não impede o Espirito Santo de nos guiar sempre em direção a Igreja Católica,catolicismo erudito e popular é catolicismo;não conheçer o catecismo não impede as pessoas de praticarem as virtudes,de irem a pregação de buscar a verdade de seguir a Igreja na medida do possível;de se salvarem.

    Queiram me desculpar se eu lhes fiz entender algo errado,as verdades universais estão infusos em nossa natureza humana mas opacas por causa do pecado e a Igreja é o farol que guia,lembrando que enquanto você tentar buscar a verdade estará praticando de forma extraordinária o catolicismo,o título Católica dada a Igreja não é somente um titulo é a natureza da Igreja,ser universal;nem todos os Santos eram verdadeiros eruditos e mesmo assim chegaram a santidade a ponto de praticarem a mesma verdade sem nem saber da existência um do outro,saber ou não sobre Santo Agostinho não impede as pessoas de praticarem e conhecerem a verdade.

    Diga-se de passagem podem conhecer facilmente o Catolicismo pela própria internet,como ja tantas pessoas conheceram e se converteram e continuam estudando pregando e incentivando os seus irmãos as virtudes do evangelho da tradiçao do magisterio do plano salvífico de Deus.

    Não se esqueçam da ignorancia invencivel e ignorância culposa,do Espirito Santo que se utiliza de meios ordinários e extraordinários para alçancar o coração das pessoas esse é um dos vários princípios da Igreja,ou o fato das pessoas serem pecadoras e nao poderem se salvar apenas com o seu esforço ou apenas com a Fé;faz parte da Tradição.

    Se o Catolicismo morreu,não se preocupe ele ressuscita como a própria história e os vários profetas da suposta queda da Igreja nos provaram;se está tudo confuso lembre-se e que exista a oração para pedir a Deus o discernimento enquanto você caminha meio a este vale de lágrimas que é o mundo do pecado buscando a verdade representada pelos dogmas por exemplo que católicos desde os eruditos aos mais populares acreditam fielmente por meio da Tradição.

    Lembrando que Deus permite o mal menor para que o mal maior não aconteça.

    O povo esta em confusão porque está em pecado,sim;isso já estava previsto por Deus e era esperado pela sua Igreja que assim como Jesus foi perseguido de uma forma ou de outra a Igreja também seria.

    Faz parte do plano salvifico de Deus e consequentemente da sua Igreja.
  • editado February 2022
    Acauan escreveu: »
    É óbvia a distância entre o Catolicismo Erudito e o praticado pelos fiéis, quando ou se praticam...
    Depois daquela de "Católicos não praticantes reencarnacionistas" eu não duvido de mais nada. :P
  • Cameron escreveu: »
    Acauan escreveu: »
    É óbvia a distância entre o Catolicismo Erudito e o praticado pelos fiéis, quando ou se praticam...
    Depois daquela de "Católicos não praticantes reencarnacionistas" eu não duvido de mais nada. :P

    Um indício,não está de acordo com a Tradição e o Magistério e a Bíblia em conjunto;e ela afirma que haverá após a morte um julgamento particular e a ressurreição no fim dos tempos.
    "E, como aos homens está ordenado morrerem uma vez, vindo depois disso o juízo," (Hebreus 9:27).
  • O debate entre católicos e protestantes parece ser possível, ao menos parece fazer sentido dentro das premissas que adotam além de debaterem muito questões históricas.

    Já debater a partir de "verdades reveladas" com céticos parece não fazer sentido algum.
    Nunca usei o termo "petição de princípio" mas se fosse pra arriscar onde usar seria aqui e agora.
  • Deus escreveu: »
    Tentativa e Erro não impede o Espirito Santo de nos guiar sempre em direção a Igreja Católica,...
    Tentativa e erro???
    catolicismo erudito e popular é catolicismo;
    Não é não.
    O Cânone delimita muito claramente as fronteiras do Catolicismo, que se ultrapassadas definem o que se pratica como heresia.
    nem todos os Santos eram verdadeiros eruditos e mesmo assim chegaram a santidade a ponto de praticarem a mesma verdade sem nem saber da existência um do outro,saber ou não sobre Santo Agostinho não impede as pessoas de praticarem e conhecerem a verdade.
    Estes santos são apresentados como modelos de virtude, principalmente quando mártires, mas quem formatou a doutrina católica foram os chamados doutores da Igreja.
  • editado February 2022
    Deus escreveu: »

    "E, como aos homens está ordenado morrerem uma vez, vindo depois disso o juízo," (Hebreus 9:27).
    Apenas um pequeno esclarecimento: "ao Homem está ordenado..." porque o homem é mortal mas seu espírito é imortal. Mesmo na bíblia encontramos os que foram ressuscitados por Jesus: a filha do Centurião, Lazaro, e outros cujos nomes não aparecem
    E notemos que os casos de EQM e ressureições em hospital não são raras.

  • Deus escreveu: »
    LIVRE ARBÍTRIO

    Como os anjos, podemos escolher entre fazer a vontade de Deus ou rejeitar a Sua graça. Podemos lutar contra nossas tentações ou nos deixar levar por elas. Podemos optar por buscar nossa realização na lei de Deus ou no pecado.

    Isso é o livre-arbítrio.
    Um texto enorme tentando justificar o injustificável.
    Não vou me estender porque há trocentos tópicos sobre o livre arbítrio no Rév.
    Digo apenas: se o Criador é onisciente, suas criaturas não têm livre arbítrio.
    Ao escolher criar este universo em particular dentre as infinitas opções que tinha, definiu nosso destino e nossas ações antes mesmo de existirmos.

    Livre arbítrio seria a capacidade de surpreender nosso criador.
    E de não sermos punidos por nossas escolhas, caso contrário não é diferente do bandido que diz "Ou me dá o dinheiro ou morre". Ou o psicopata que diz à namorada "Ou me ama ou te dou um tiro na cabeça".
    Deus escreveu: »
    Dia após dia, dizendo "sim" ou "não" ao Senhor, cada um escolhe colaborar com a construção do Reino de Deus, ou caminhar rumo ao Inferno. "Porque o salário do pecado é a morte" - morte no sentido de condenação da alma, como ensina São Paulo -, "mas o dom gratuito de Deus é a vida eterna" (Rom 6,23).
    Isto é ridículo. Quer dizer que as pessoas têm que aceitar como verdade afirmações não comprovadas caso contrário sofrerão torturas eternas?

    Até faria algum sentido se todos nós fôssemos levados a visitar o céu e o inferno antes de tomarmos nossas decisões, mas o que temos são apenas historinhas confusas sobre um monte de crendices diferentes.
    Deus escreveu: »
    O pecado é obra nossa e não de Deus. São Paulo vai diretamente ao ponto. Nós somos os pecadores, não Deus!

    “Porque não sois um Deus que ama a iniqüidade” (Salmo 5,5).
    A Bíblia diz que foi Deus quem criou o mal. E que o praticou em várias ocasiões.
  • Isaías 45:7
    Eu formo a luz, e crio as trevas; eu faço a paz, e crio o mal; eu sou o Senhor, que faço todas estas coisas.

    "Quem é aquele que diz, e assim acontece, quando o Senhor o não mande? Acaso, não procede do Altíssimo tanto o mal como o bem? (Lamentações 3:37-38)."

    "Não é da boca do Altíssimo que saem os males e a felicidade?" (Lam. 3:38).

    "Assim disse Javé: ... então eu me arrependerei do mal que eu pensava fazer-lhes" (Jer. 26:3).

    "Talvez ao escutar todo o mal que tenciono fazer-lhes..." (Jer. 36:3).

    "Dei-lhes então estatutos que não eram bons e normas pelas quais não alcançariam a vida. Contaminei-os com as suas oferendas...a fim de confundí-los" (Ezeq. 20:25-26)

    Provérbios 16:4
    O SENHOR fez todas as coisas para atender aos seus próprios desígnios, até o ímpio para o dia do mal.

    Isaías 54: 16
    Eis que eu criei o ferreiro, que assopra o fogo de brasas, e que produz a ferramenta para a sua obra; também criei o assolador, para destruir.

    Exo 4:11 - E disse-lhe o Senhor: Quem fez a boca do homem? ou quem fez o mudo, ou o surdo, ou o que vê, ou o cego? Não sou eu, o Senhor?

    1 Reis 22
    19. Miquéias replicou: "Ouça a palavra de Javé. Eu vi Javé sentado em seu trono, e todo o exército do céu estava em pé, à direita e à esquerda de Javé.
    20. E Javé perguntou: 'Quem poderá enganar Acab, para que ele vá e morra em Ramot de Galaad?' Uns diziam uma coisa, e outros diziam outra.
    21. Então um espírito se aproximou, ficou diante de Javé, e disse: 'Eu posso enganá-lo'. Javé lhe perguntou: 'De que modo?'
    22. Ele respondeu: 'Irei e me transformarei em oráculo falso na boca de todos os profetas'. Javé lhe disse. 'Você conseguirá enganá-lo. Vá e faça isso'.
    23. Como você pode ver, Javé colocou oráculos falsos na boca de todos esses profetas do rei, porque Javé decretou a ruína do rei".

    Isaías 31
    1. Ai daqueles que vão até o Egito em busca de ajuda e procuram apoio nos cavalos. Eles confiam nos carros porque são numerosos e nos cavaleiros porque são muito fortes, em vez de levar em consideração o Santo de Israel, em vez de consultar a Javé.
    2. No entanto, ele também é sábio, ele é capaz de fazer que venha o mal; ele só não é capaz de faltar com a palavra. Ele vai levantar-se contra a casa dos maus, contra a ajuda dos malfeitores.

    1 Reis 14
    7. Diga a Jeroboão: 'Assim diz Javé, o Deus de Israel: Eu tirei você do meio do povo e o coloquei como chefe do meu povo Israel.
    8. Tirei o reino da casa de Davi para dá-lo a você. Mas você não foi como o meu servo Davi, que observou os meus mandamentos e me seguiu de todo o coração, fazendo apenas o que eu aprovo.
    9. Você se comportou de modo pior dos que reinaram antes de você. E até chegou a fazer para você outros deuses, imagens fundidas, para me irritar, e voltou as costas para mim.
    10. Por isso, vou trazer a desgraça para a sua casa: eliminarei da casa de Jeroboão todos os que urinam na parede, tanto os escravos como os livres em Israel. Eu varrerei a casa de Jeroboão, como se varre completamente o lixo.
    11. Os membros da família de Jeroboão que morrerem na cidade, serão devorados pelos cães; e os que morrerem no campo, serão devorados pelas aves do céu. É isso que Javé tem a dizer'.
    12. Quanto a você, levante-se e volte para casa. Quando você puser o pé na cidade, o menino morrerá.

    1 Samuel 16
    14 E o Espírito do Senhor se retirou de Saul, e atormentava-o um espírito mau da parte do Senhor.
    15 Então os criados de Saul lhe disseram: Eis que agora o espírito mau da parte de Deus te atormenta;
    16 Diga, pois, nosso senhor a seus servos, que estão na tua presença, que busquem um homem que saiba tocar harpa, e será que, quando o espírito mau da parte de Deus vier sobre ti, então ele tocará com a sua mão, e te acharás melhor.
    23 E sucedia que, quando o espírito mau da parte de Deus vinha sobre Saul, Davi tomava a harpa, e a tocava com a sua mão; então Saul sentia alívio, e se achava melhor, e o espírito mau se retirava dele.

    "Sucederá algum mal à cidade, sem que o SENHOR o tenha feito? (Amós 3:6)."
  • editado February 2022
    Acauan escreveu: »
    No Brasil, prá complicar, o Catolicismo Popular se tornou sincrético, absorvendo desde fragmentos de ritos afro até conteúdos neopentecostais, como no caso da Renovação Carismática Católica.
    Mesmo o Catolicismo Erudito não ficou livre de contaminação, sendo a pior e a mais grave a contaminação marxista que criou a malfadada Teologia da Libertação e sua interpretação materialista dialética da doutrina.

    É óbvia a distância entre o Catolicismo Erudito e o praticado pelos fiéis, quando ou se praticam.
    Nesta confusão, é difícil identificar o Catolicismo sobre o qual as portas do Inferno não prevalecerão, mesmo porque a maioria dos sacerdotes católicos navegam à deriva entre as subculturas católicas populares, vide a enxurrada de padres cantores e a escassez deles com algo de significativo à dizer.
    Sem falar no cisma que se iniciou por volta de 1966 em reação às novidades do Concílio Vaticano II.
    Muitos tradicionalistas foram contra as mudanças e se tornaram sedevacantistas, rejeitando todos os papas a partir daí como ilegítimos.
  • editado February 2022
    Judas escreveu: »
    O debate entre católicos e protestantes parece ser possível, ao menos parece fazer sentido dentro das premissas que adotam além de debaterem muito questões históricas.

    Já debater a partir de "verdades reveladas" com céticos parece não fazer sentido algum.
    Nunca usei o termo "petição de princípio" mas se fosse pra arriscar onde usar seria aqui e agora.
    Pois é. Ao despejar esses textões, ele apenas nos informa sobre a doutrina católica.
    Apenas nos diz em que ele acredita, sem nos dar elementos para aceitar sua crendice.

    Baseia-se em premissas não comprovadas e em um livro dito "sagrado". Mais um livro "sagrado" entre tantos. Além das elucubrações ociosas daqueles que neles acreditam e se arrogam o direito de interpretá-los.

    Tem o mesmo efeito sobre nós que se divagasse sobre os Vedas, o Alcorão ou o Zend Avesta.
  • Tentativa e erro,não se trata somente de pecar ou não pecar;mas do hábito de praticar ações que lhe afastam ou lhe aproximem da comunhão com Deus.
    O pecado não impede os Espírito Santo de se utilizar meios de fora para guiar alguem ao caminho certo.

    não deixar ser dominado por seus impulsos. “O domínio de si mesmo é um trabalho a longo prazo. Nunca deve ser considerado definitivamente. Suponha um esforço a ser retomado em todas as idades da vida.” (CIC 2342)

    Os atos virtuosos devem se transformar em hábito e isto é somente feito pelo esforço.

  • editado February 2022
    Mas interpretou por meio da Tradição e o Magistério da Igreja assim como pelo estudo da Bíblia?
    Ou foi de acordo com o que você achou que fosse a interpretação correta?

    Como no caso em que Jesus diz que é o caminho a verdade e a vida,a luz da interpretação da Igreja Católica;Jesus sendo Deus,não está sendo desumilde mas simplesmente está falando a verdade;a de que Ele é o caminho a verdade e a vida.

    Deus criou o mal – Será que a Bíblia diz isso?
    16/02/2015 Emerson de Oliveira

    Uma das razões mais comuns pelas quais os céticos rejeitam a existência de Deus é devido à presença do mal no universo. Eles argumentam que um Deus perfeito não criaria um universo em que o mal existe. Os céticos afirmam que como Deus criou tudo então Deus deve ter também criado o mal. Eles ainda citam versículos da Bíblia, tais como:

    Eu formo a luz, e crio as trevas; eu faço a paz, e crio o mal; eu, o SENHOR, faço todas estas coisas. (Isaías 45,7, KJV)
    Quando se toca uma buzina na cidade, não treme então o próprio povo? Quando acontece uma calamidade na cidade, não foi então o Senhor quem agiu? (Amós3,6,NVI)
     Da boca do Altíssimo não saem coisas más e aquilo que é bom. (Lamentações 3,38 )
    No entanto, o mal não é realmente uma coisa criada. Você não pode ver, tocar, sentir, cheirar ou ouvir o mal. Não é uma das forças fundamentais da física, nem consiste de matéria, energia ou as dimensões espaciais do universo. Ainda assim, os céticos gostam de afirmar que Deus criou o mal e citam a Bíblia para “provar” o seu ponto. A Bíblia é muito clara de que Deus não é o autor do mal e insiste que ele é incapaz de fazê-lo.

    Amor pela tradução King James!
    Os céticos adoram tanto usar a versão King James (ou versão do rei Tiago, a Almeida Corrigida e Fiel brasileira) que alguém poderia pensar que eles ainda estavam de volta na Inglaterra medieval. O uso desta tradução é problemático nos dias atuais, uma vez que utiliza uma versão arcaica do inglês moderno, o que não significa necessariamente as mesmas coisas como foi traduzida 400 anos atrás. Além disso, a KJV foi produzida a partir de um número limitado de manuscritos medievais que não representam o conjunto mais antigo de manuscritos alexandrinos.

    O que as traduções modernas dizem?

    Formando a luz e criando a escuridão, fazendo paz e criando calamidade, eu, o Senhor, faço todas estas coisas. (Isaías 45,7, TNM)
    Eu formo a luz e crio as trevas, trago prosperidade e crio desastres; Eu, o SENHOR, faço todas estas coisas. (Isaías 45,7, NVI)
    Isaías 45,7 contrasta opostos. A escuridão é o oposto da luz. No entanto, o mal não é o oposto da paz. A palavra hebraica traduzida como “paz” é Shalom, que tem muitos significados, principalmente relacionadas ao bem-estar dos indivíduos. ra’ah , a palavra hebraica traduzida por “mal” na Almeida muitas vezes refere-se a adversidade ou calamidade. Existem duas formas da palavra. O termo H7451a no dicionário Strong na maioria das vezes refere-se ao mal moral, enquanto H7451b de Strong (a forma usada aqui) na maioria das vezes refere-se a calamidade ou de emergência. Obviamente, “calamidade” é melhor antônimo de “paz” do que “o mal”.

    Amós 3,6

    Quando se toca uma buzina na cidade, não treme então o próprio povo? Quando acontece uma calamidade na cidade, não foi então Deus quem agiu?(Amós 3,6, TNM)
    Quando a buzina soa em uma cidade, as pessoas não tremem? Quando o desastre trata de uma cidade, não o Senhor fez isso? (Amós 3,6, NVI )
    Da mesma forma, Amós 3,6 usa a mesma palavra, ra’ah , referindo-se a calamidade ou catástrofe. O contexto (um desastre acontecendo com a cidade) não se refere ao mal moral.

    Lamentações 3:38

    Da boca do Altíssimo não saem coisas más e aquilo que é bom. (Lamentações 3:38, TNM)
    Não é da boca do Altíssimo que tanto o bem e mal procedem? (Lamentações 3,38, NVI)
    A Almeida de Lamentações 3,38 parece sugerir que Deus fala tanto o bem como o mal. No entanto, se alguém ler o versículo em contexto, os versículos anteriores indicam que Deus não faz ou aprova o mal. O verso seguinte indica que as pessoas não devem se queixar, tendo em conta os seus pecados. O que o versículo realmente está dizendo é que Deus decreta épocas de boas coisas e épocas de juízos. Lamentações foi escrito por Jeremias durante um tempo de julgamento, quando Judá tinha ido para o exílio. Jeremias foi escolhido por Deus para ser o profeta para dizer a Judá para reformar ou ser julgado. As pessoas não acreditavam em Jeremias e, portanto, caíram sob o julgamento de Deus. Em Lamentações 3,38 , a palavra traduzida como “bom” é TOB (H2896 de Strong). A palavra geralmente se refere a coisas boas em oposição a coisas ruins. Mais uma vez, ra’ah não se refere ao mal moral, mas calamidades, neste verso. Da mesma forma, os comentários bíblicos indicam que o versículo se refere ao julgamento de Deus com base em pecado das pessoas. 7

    Conclusão Início da página

    Deus não é o autor do mal. No entanto, Deus recompensa e pune com base no comportamento bom e ruim. Portanto, Deus traz julgamento e calamidade (diretamente ou através de autoridades humanas) sobre aqueles que se rebelam. Deus acabará por julgar todas as pessoas, uma vez que os rebeldes não serão permitido na nova criação perfeita.

  • editado February 2022
    Deus escreveu: »

    Deus não é o autor do mal...
    Claro que não...

    Terremotos, vírus mortais, desastres naturais, defeitos genéticos, tempestades solares e outros eventos mortíferos e que causam todo tipo de desgraça é tudo culpa da humanidade pecadora...

    Eu não acredito que ele seja o autor do mal até porque não acredito sequer que exista mas partindo da premissa que ele teria criado a Terra e o que conhecemos da história natural do planeta afirmar que ele não seria o autor do mal é forçar demais a barra.

  • Uma defesa melhor do cristianismo entre céticos poderia vir por parte da cultura que inspiraram e comparar com as demais religiões. Neste quesito o Cristianismo tem muito o que mostrar.
    O problema parece ser que Católicos não aceitam fazer essa defesa utilitarista de sua religião ou a acham prejudicial no longo prazo pois isso poderia levar ao esvaziamento dos conceitos de fé e a igreja não seria mais do que um movimento político comportamental.
    Não é um desafio fácil quando se soma a "inimigos internos" como os protestantes. No entanto nesta batalha interna os elementos de fé e metafísicos não sofrem do mesmo problema.

    Acho que a questão pra eles seria como disseminar a Doutrina Social da Igreja como quem aduba o solo onde vão crescer no futuro praticantes dela ou ao menos uma sociedade que entende a importância dela como conjunto de valores a serem preservados ou no máximo serem mudados de forma conservadora e por vezes imperceptível no tempo. A sociedade muda, a igreja vai atrás torcendo o nariz e finge que não foi mudada pela sociedade mas sim o contrário.

    O que há nas religiões é um freio pra parar o progressismo.
    Para as religiões há valores inegociáveis, algo que considero bom. Para progressistas toda a mudança é boa porque vem depois e seria um aperfeiçoamento. Não concordo com isso.
  • Fernando_Silva escreveu: »
    Sem falar no cisma que se iniciou por volta de 1966 em reação às novidades do Concílio Vaticano II.
    Muitos tradicionalistas foram contra as mudanças e se tornaram sedevacantistas, rejeitando todos os papas a partir daí como ilegítimos.
    Entre estes tradicionalistas e/ ou sedevacantistas têm os esquisitões inofensivos, mas na turma se manifestam também uns malucos bem perigosos.
    Fernando deve lembrar de uma que apareceu aqui e após despejar o rosário usual de bobagens e frases feitas anti-ateístas, resolveu fazer elogios a... Adolf Hitler... pelo que foi imediatamente expulsa do Fórum e suas postagens apagadas.
    Não deve ser a única.
    O antissemitismo come solto em algumas organizações católicas ditas tradicionalistas, o que já é ruim o sufiente, mas não sei se eles param por aí.
  • Os atributos de Deus e a existência do mal
    17/02/2014 Emerson de Oliveira
    n. º 1: Deus é todo-poderoso

    O que significa dizer que Deus é todo-poderoso? — Peter Kreeft (filósofo católico) perguntou, e em seguida respondeu a própria pergunta: — Significa que ele pode fazer tudo o que seja significativo, tudo o que seja possível, tudo o que faça algum sentido. Deus não pode fazer com que ele mesmo deixe de existir. Ele não pode tornar o bem em mal.

    — Desse modo — rebati, — existem algumas coisas que ele não pode fazer muito embora seja todo-poderoso.

    — Precisamente porque é todo-poderoso, ele não pode fazer algumas coisas. Ele não pode cometer erros. Somente seres fracos e tolos cometem erros. Um desses erros seria tentar criar uma contradição óbvia, como dois mais dois é igual a cinco ou um quadrado redondo.

    — Agora, a defesa clássica de Deus diante do problema do mal é que não é logicamente possível se ter livre-arbítrio e nenhuma possibilidade de maldade moral. Em outras palavras, uma vez que Deus escolheu criar seres humanos com livre-arbítrio, então dependia destes, e não de Deus, haver pecado ou não. É isso o que significa o livre-arbítrio. Embutida na situação em que Deus decide criar seres humanos está a possibilidade do mal e, conseqüentemente, o sofrimento que daí decorre.

    — Então Deus é o criador do mal.

    — Não, ele criou a possibilidade do mal; as pessoas concretizaram essa potencialidade. A fonte do mal não é o poder de Deus, mas a liberdade do homem. Até mesmo o Deus todo-poderoso não poderia ter criado o mundo no qual as pessoas tivessem genuína liberdade e, no entanto, não houvesse potencialidade para o pecado, porque a nossa liberdade inclui a possibilidade do pecado stríctu sensu. E uma contradição em si — um nada sem sentido — ter um mundo em que existe verdadeira escolha e ao mesmo tempo nenhuma possibilidade de escolher o mal. Perguntar por que Deus não criou tal mundo é como perguntar por que Deus não criou uma cor sem cor ou quadrados redondos.

    — Então por que Deus não criou um mundo sem liberdade humana?

    — Porque esse teria sido um mundo sem seres humanos. Teria sido um lugar sem ódio? Sim. Um lugar sem sofrimento? Sim. Mas também teria sido um mundo sem amor, que é o valor mais elevado do universo. Esse bem supremo jamais poderia ter sido experimentado. O amor verdadeiro — nosso amor para com Deus e o amor de uns para com os outros — deve envolver uma escolha. Porém, com a concessão dessa escolha viria a possibilidade de que em vez disso as pessoas escolhessem odiar.

    — Veja o Gênesis — alertei. — Deus criou o mundo no qual as pessoas eram livres e no entanto não havia pecado.

    — Foi exatamente isso o que ele fez — disse Kreeft. —-Após a criação, ele declarou que o mundo era “bom”. As pessoas eram livres para escolher amar a Deus ou afastar-se dele. No entanto, esse mundo necessariamente é o lugar em que o pecado é livremente possível —- e certamente essa potencialidade para o pecado foi concretizada não por Deus, mas pelas pessoas. A culpa em última análise pertence a nós. Ele fez a sua parte com perfeição; fomos nós que criamos confusão.

    — O rabino Harold Kushner chega a uma conclusão diferente no seu livro campeão de vendas Quando coisas ruins acontecem a pessoas boas — observei. — Ele diz que afinal de contas Deus não é todo-poderoso — que ele gostaria de ajudar, mas simplesmente não pode resolver todos os problemas do mundo. Escreveu: “Até Deus tem dificuldade em manter o caos sob controle”.12

    Kreeft levantou uma das sobrancelhas.

    — Para um rabino, isso é difícil de entender, porque o conceito peculiarmente judaico de Deus é o oposto disso — falou. — Surpreendentemente — contra as evidências, me parece — os judeus insistiram que existe um Deus que é todo-poderoso e mesmo assim todo-bondoso.

    — Ora, isso não parece tão razoável quanto o paganismo, que diz que se existe mal no mundo, então devem existir muitos deuses, cada um deles menos que todo-poderoso, alguns deles bons, alguns deles maus, ou se existe um Deus, então ele se defronta com forças que não pode controlar inteiramente. Até à revelação do verdadeiro Deus por meio do judaísmo, essa era uma filosofia muito popular.

    — Eu não me impressiono muito com o Deus de Kushner – disse mais como afirmação que pergunta.
    — Honestamente, não vale a pena crer nesse Deus. Teria eu um grande irmão que estivesse fazendo o que pode, mas não muito? Bem, quem se importa? — disse ele encolhendo os ombros. — Na prática, isso é o mesmo que ateísmo. Dependa de si mesmo primeiro, e então talvez de Deus, talvez não.

    Não, a evidência é que Deus é todo-poderoso. O ponto a lembrar é que criar o mundo no qual existe livre-arbítrio e nenhuma possibilidade de pecado é contradição — e isso abre as portas para as pessoas escolherem o mal em vez de Deus, tendo como consequência o sofrimento. A esmagadora parcela de dor que existe no mundo é causada pulas nossas escolhas de matar, caluniar, ser egoístas, desviar-nos sexualmente, quebrar as nossas promessas, ser insensatos.

    Atributo n.° 2: Deus é onisciente

    Pedi que Kreeft passasse para a qualidade divina seguinte — a onisciência de Deus. Empurrou para trás a cadeira a fim de ficar mais confortável, olhou para o lado enquanto ordenava seus pensamentos uma vez mais.

    — Vamos começar da seguinte maneira — disse. — Se ele ó inteiramente sábio, Deus conhece não somente o presente, mas o futuro. E ele conhece não somente o bem e o mal presentes, mas o bem e o mal futuros. Se a sua sabedoria excede em muito a nossa, como a do caçador excede a do urso, é pelo menos possível — ao contrário da análise de Templeton — que esse Deus amoroso possa deliberadamente tolerar coisas horríveis como a inanição porque ele pode prever que a longo prazo mais pessoas serão melhores e mais felizes que se ele interviesse miraculosamente. Isso é pelo menos intelectualmente possível.

    Meneei a cabeça. — Ainda é difícil aceitar — disse. — Parece uma fuga.

    — Está bem. Então, vamos testá-la — Kreeft respondeu.

    — Você sabe, Deus tem nos mostrado especificamente, de modo muito claro, como isso pode funcionar. Ele demonstrou como a pior coisa que já aconteceu na história do mundo acabou resultando na melhor coisa que já aconteceu na história do mundo.

    — O que o senhor quer dizer?

    — Estou me referindo ao deicídio — respondeu. — A morte do próprio Deus sobre a cruz. Naquela época, ninguém viu como alguma coisa boa poderia resultar dessa tragédia. No entanto, Deus previu que o resultado seria a abertura do céu aos seres humanos. Assim, a pior tragédia da história resultou no evento mais glorioso da história. E se aconteceu lá — o mal supremo resultar no bem supremo — pode acontecer em outros lugares, até mesmo em nossa vida individual. Aqui Deus levanta a cortina e nos deixa ver. Em outro lugar ele simplesmente diz: “Confie em mim”.

    — Tudo isso significa que a vida humana é incrivelmente dramática, como uma história em que não se conhece o final em vez de uma fórmula científica. Com efeito, vamos seguir esse enredo dramático por um minuto.

    — Suponha que você é o Diabo. Você é o inimigo de Deus e (quer matá-lo, mas não pode. No entanto, ele tem essa ridícula fraqueza de criar e amar seres humanos, os quais você pode atingir. Aí está! Agora você tem reféns! Portanto, você simplesmente desce ao mundo, corrompe os seres humanos e arrasta alguns deles para o inferno. Quando Deus envia profetas para iluminá-los, você mata os profetas.

    — Deus faz então a coisa mais tola de todas — envia o próprio Filho, o qual joga de acordo com as regras do mundo. Você diz para si mesmo: “Eu não posso acreditar que ele seja táo estúpido. O amor perturbou seu cérebro! Tudo 0 que tenho a fazer é inspirar alguns de meus agentes — Herodes, Pilatos, Caifás, os soldados romanos — e fazer com que ele seja crucificado”. E é isso o que você faz.
    Assim, lá está ele pendurado na cruz — desamparado pelos homens e aparentemente por Deus, sangrando até a morte e clamando: “Meu Deus! Meu Deus! Por que me abandonaste?” O que você sente agora como Diabo? Triunfo e vingança! Mas, é claro, você não poderia estar mais enganado. Esse é o supremo triunfo dele e sua suprema derrota. Ele enfiou o calcanhar na sua boca, você o mordeu e o sangue destruiu você. Agora, se essa não é uma ocorrência anormal, mas um paradigma da condição humana, quando sangramos e quando sofremos, como ocorreu com Cristo, talvez o mesmo esteja acontecendo. Talvez seja essa a maneira de Deus derrotar o Diabo.

    — A época da crucificação, os discípulos não puderam perceber como algo de bom poderia resultar dessa ocorrência; de igual modo, quando enfrentamos lutas, provações e sofrimento, por vezes não podemos imaginar que isso possa resultar em algum bem. Mas vimos como isso aconteceu no caso de Jesus e podemos confiar que também acontecerá no nosso caso. Por exemplo. os maiores cristãos da história parecem dizer que os seus sofrimentos acabaram por levá-los o mais perto possível de Deus — assim, essa é a melhor coisa que poderia acontecer, não a pior.

    Atributo n.° 3: Deus é todo-bondoso

    Fiquemos agora com o atributo da bondade de Deus.

    — Bom é uma palavra notoriamente traiçoeira — Kreeft começou, — porque até mesmo nas questões humanas ela tem uma amplitude considerável de significado. Porém, uma vez mais, a diferença entre nós e Deus certamente é maior que a diferença entre nós e os animais, e como o bem varia enormemente entre nós e os animais, ele deve variar mais ainda entre nós e Deus.

    — Concordo — disse. — Mas se eu ficasse sentado e não fizesse nada caso meu filho fosse atropelado por um caminhão, eu não seria bom em nenhum sentido da palavra. Seria um mau pai se agisse assim. Deus faz o equivalente a isso. Ele fica sentado e se recusa a realizar milagres para livrar-nos de perigos ainda maiores que ser atropelado por um caminhão. Isto posto, por que então ele não seria mau?

    Kreeft assentiu. — Dá a impressão que ele é — disse. — Mas o fato de que Deus deliberadamente permite certas coisas que se nós permitíssemos nos transformaria em monstros, não depõe necessariamente contra ele.

    Eu não podia entender o seu raciocínio.

    — O senhor terá de explicar por que é assim — insisti.

    — Está bem, deixe-me apresentar-lhe uma analogia aos relacionamentos humanos — respondeu. — Se eu dissesse ao meu irmão, que tem mais ou menos a minha idade: “Posso livrá-lo de um problema, mas não o farei”, provavelmente eu seria irresponsável e talvez cruel. Mas nós fazemos isso com os nossos filhos o tempo todo. Nós não fazemos os deveres de casa por eles. Nós não os colocamos dentro de uma bolha e os protegemos de todos os males.

    Eu me lembro quando uma de minhas filhas tinha cerca de quatro ou cinco anos e estava tentando enfiar a linha no buraco da agulha. Isso era muito difícil para ela. Toda vez que tentava, se feria no dedo, o qual por vezes sangrou. Eu a estava observando, mas ela não me viu. Simplesmente continuou tentando uma vez após a outra.
    O meu primeiro desejo foi fazer por ela, assim que vi a gota de sangue. Mas sabiamente me contive, dizendo para mim mesmo: “Ela pode conseguir”. Depois de uns cinco minutos, finalmente foi bem sucedida. Saí de onde estava e ela exclamou: “Papai, papai — veja o que eu fiz! Veja o que eu fiz!”. Ela estava tão orgulhosa por ter enfiado a linha na agulha que havia esquecido totalmente a dor.

    Daquela vez a dor foi uma coisa boa para ela. Eu fui sábio o suficiente para ter previsto que isso era bom para ela. Ora, Deus certamente é muito mais sábio do que eu fui com a minha filha. Assim, pelo menos é possível que Deus seja sábio o suficiente para prever que necessitamos de alguma dor por razões que podemos não entender, mas que ele prevê como necessária para algum bem eventual. Portanto, ele não está sendo mau ao permitir que a dor exista. Os dentistas, os treinadores esportivos, os professores e os pais — todos eles sabem que às vezes ser bom não é ser gentil. Certamente existem ocasiões em que Deus permite 0 sofrimento e nos priva do bem menor do prazer a fim de ajudar-nos a alcançar o bem maior da educação moral e espiritual. Até mesmo os antigos gregos acreditavam que os deuses ensinavam a sabedoria por intermédio do sofrimento. Ésquilo escreveu: “Dia após dia, hora após hora / A dor goteja sobre o coração / Quando, contra a nossa vontade e mesmo a despeito de nós/ Vem a Sabedoria da temível graça de Deus”.

    Sabemos que o caráter moral é formado por meio de provações, da superação de obstáculos, e da perseverança diante de dificuldades. A coragem, por exemplo, seria impossível em um mundo sem dor. O apóstolo Paulo deu testemunho dessa qualidade refinadora do sofrimento quando escreveu que “a tribulação produz perseverança; a perseverança, caráter, esperança”. (Rm. 5,3-4)

    Sejamos honestos: nós aprendemos com os erros que cometemos e o sofrimento que produzem. O universo é uma máquina modeladora da alma e parte desse processo consiste em aprender, amadurecer e crescer por meio de experiências difíceis, desafiadoras e dolorosas. A razão de ser de nossa vida neste mundo não é a comodidade, mas o treinamento e a preparação para a eternidade. As Escrituras nos dizem que até mesmo Jesus “aprendeu a obedecer por aquilo que sofreu” (Hb,.5,8) — e se isso foi verdadeiro para ele, por que não deveria ser ainda mais verdadeiro para nós?

    Kreeft deixou a pergunta suspensa no ar por um momento enquanto as suas engrenagens mentais giravam. E prosseguiu. — Suponha que nós não tivéssemos sofrimento algum — acrescentou. — Suponha que tivéssemos remédios para toda espécie de dor, entretenimento gratuito, amor livre — tudo menos a dor. Nada de Shakespeare, nada de Beethoven, nada de Boston Red Sox, nada de morte — nada de sentido. Diabretes insuportavelmente mimados — é nisso que nos tornaríamos.

    — E como aquele antigo programa de televisão, Além da Imaginação, em que um bando de assaltantes de bancos leva tiros e um deles acorda caminhando sobre nuvens macias no portão dourado de uma cidade celestial. Um bondoso homem de vestes brancas lhe oferece tudo o que ele quer. Mas ele logo se aborrece com o ouro, pois tudo é de graça, e com as garotas bonitas, que só riem quando tenta feri-las, pois ele tem um pendor para o sadismo.

    Desse modo, manda chamar a figura de são Pedro. “Deve haver algum erro”. “Não, nós não cometemos erros aqui”. “O senhor não pode me enviar de volta para a terra?” “Claro que não, você está morto”. “Bem, então eu preciso ficar com os meus amigos no Outro Lugar. Mande-me para lá”. “Oh, não, não podemos fazer isso. Regras, você sabe”. “Que lugar é este, então?” “E o lugar onde você recebe tudo o que quer”. “Mas eu achava que deveria gostar do céu”. “Céu? Quem falou em céu? O céu é o Outro Lugar”. A lição é que em um mundo sem sofrimento se parece mais com o inferno do que com o céu.

    Isso parecia uma hipérbole.

    — O senhor realmente acredita nisso? — perguntei.

    — Sim, acredito. De fato, se você não acredita, então faça de conta que você é Deus e tente criar um mundo melhor em sua imaginação. Tente criar a utopia. Mas você tem de refletir sobre as consequências de tudo o que tentar melhorar. Toda vez que você usa a força para impedir o mal, você tira a liberdade. Para impedir todo o mal, você precisa remover toda a liberdade e reduzir as pessoas a bonecos, o que significa que elas então não teriam a capacidade de escolher livremente o amor. Você pode acabar criando um mundo preciso que um engenheiro poderia apreciar — talvez. Mas uma coisa é certa: você perderá o tipo de mundo que um pai iria querer.

    Fonte: Em Defesa da Fé, de Lee Strobel (Editora Vida Acadêmica)
  • Acauan escreveu: »
    Fernando_Silva escreveu: »
    Sem falar no cisma que se iniciou por volta de 1966 em reação às novidades do Concílio Vaticano II.
    Muitos tradicionalistas foram contra as mudanças e se tornaram sedevacantistas, rejeitando todos os papas a partir daí como ilegítimos.
    Entre estes tradicionalistas e/ ou sedevacantistas têm os esquisitões inofensivos, mas na turma se manifestam também uns malucos bem perigosos.
    Fernando deve lembrar de uma que apareceu aqui e após despejar o rosário usual de bobagens e frases feitas anti-ateístas, resolveu fazer elogios a... Adolf Hitler... pelo que foi imediatamente expulsa do Fórum e suas postagens apagadas.
    Não deve ser a única.
    O antissemitismo come solto em algumas organizações católicas ditas tradicionalistas, o que já é ruim o sufiente, mas não sei se eles param por aí.

    Lembrou-me de um atentado ao Papa São João Paulo II


  • editado February 2022
    DEUS CRIOU O MAL?

    12/08/2013 Emerson de Oliveira

    Deus criou todas as coisas.
    O mal é uma coisa.
    Portanto, Deus criou o mal.

    O amor não é mau.
    Um Deus amoroso não criaria o mal.
    Portanto, Deus não é amoroso (ele é mau).

    Isso é bem devastador à cristandade, não é? O argumento é logicamente válido. Se você concorda que as premissas são verdadeiras, então não pode escapar das conclusões.

    Tenho ouvido algumas pessoas usarem esse argumento para refutar a existência do Deus amoroso da cristandade. Parece-me que esse argumento é bem sólido. Logicamente, é razoável. Mas, há uma falha, não na lógica, mas na verdade de uma das premissas. O que é realmente elegante sobre argumentos é que se você puder mostrar que uma das premissas seja falsa, todas as conclusões subsequentes (e dependentes delas) vão por água abaixo. Qualquer conclusão precedente (não dependente de premissas abaixo), no entanto, está a salvo.

    O importante é que a premissa problemática nesse argumento é a segunda premissa. “O mal é uma coisa.” Então, nós não temos que aceitar nenhuma das conclusões. Se quero afirmar que “o mal é uma coisa” é falso e que o “mal não é uma coisa”, eu preciso apresentar um argumento. Lá vai:

    Eu quero começar definindo qual o oposto de “mal”. Bem. O “bem” não é uma coisa também. É a descrição da natureza de Deus. Deus tem uma natureza moral que é boa. Deus não está sujeito ao “bem” (caso contrário “bem” seria maior que Deus, portanto tornando-o Deus) e Deus não determina o “bem” (se O fizesse então o “bem” seria arbitrariamente determinado – Deus poderia ter feito o estupro bom). Entretanto, “bem” é a descrição da natureza de Deus. Deus sabe qual é Sua natureza, então Ele pode nos dizer o que é “bom” e o que é “mau”. Isso é chamado de lei moral.

    Baseado nisso, a ausência de “bom” faria algo “mau”. Porém, deixe-me esclarecer. Só porque algo é “não bom” não significa que seja “mau”. Por exemplo, considere as cores preta e branca. Elas são opostas. Se a cor cinza aparece, seria perfeitamente aceitável dizer que ela não é branca, mas não seria aceitável dizer que ela é preta. Muitas coisas são moralmente neutras. Assim como a escolha de um sorvete. Uma escolha ou ação não passa a cair na categoria de “mal” a não ser que esteja “agindo ativamente ou se posicionando contra” a lei moral de Deus ou natureza.

    Deus criou os seres humanos “à Sua imagem e semelhança” (imago Dei). Uma das propriedades da imagem de Deus é o reconhecimento do que é “bom” e “mau”. Porém, quando o pecado entrou no mundo, essa habilidade foi obscurecida. Irei abordar mais disso num futuro post sobre a depravação do homem.

    Seres humanos podem discernir “bem” e “mal” por si próprios (Romanos 2,14-15). Muitos secularistas podem elaborar um argumento de como (e não por que) eles discriminam o “bem” do “mal” – eles observam o comportamento humano e a natureza. Mas esta observação possui um limite, principalmente porque a cultura humana muda e o que é constatado como “mau” irá, um dia, mudar para “bom”. Algumas áreas que parecem cinza podem, na verdade, serem brancas ou pretas. Levando em conta que nosso discernimento foi obscurecido por nosso pecado, precisamos nos dirigir à revelação de Deus (a Bíblia e a Igreja) para nos ajudar a determinar mais concretamente o que é o “bem” e o que é o “mal”.

    Uma vez reconhecido que o padrão Divino de bem não pode ser encontrado; e, não importa o quanto tentemos, nossas boas ações não irão restaurar nossa relação com Ele, reconhecemos a necessidade de um Salvador. Quando reconhecemos nossa necessidade e nos humilhamos ao ponto de entender Jesus como nosso Salvador, então O permitimos revelar a nós muito mais da Sua natureza e sobre o que é “bom”.

    Fonte: http://lukenixblog.blogspot.com.br/2009/04/did-god-create-evil.html

    Tradução: Hendrio Medeiros Marques

    SOFRIMENTO E MAL: O PROBLEMA LÓGICO

    18/03/2021 Emerson de Oliveira

    Estamos todos bem cientes do sofrimento e do mal no mundo: sofrimento horrível, mal impensável. Como então alguém pode acreditar na existência de um Deus todo-amoroso e todo-poderoso?

    E se Deus existe, por que alguém iria querer adorá-lo? Epicuro formulou o problema lógico do sofrimento e do mal assim: se Deus deseja prevenir o mal, mas não é capaz, então ele não é todo poderoso. Se ele é capaz de prevenir o mal, mas não quer, ele não é bom.

    Mas se ele é ambos disposto e capaz, como pode o mal existir? E se ele não é nenhum capaz nem disposto, então por que chamá-lo de Deus? Em outras palavras, é logicamente impossível pois Deus e o sofrimento existem, mas sabemos muito bem que o sofrimento existe.

    Portanto, Deus não o faz. Este é um bom argumento? Vamos examinar isso mais de perto. Essas duas declarações são logicamente inconsistentes? Não; aqui está um exemplo de duas declarações logicamente inconsistentes.

    Davi não pode ser casado e um solteiro, mas não há contradição explícita entre esses dois declarações, então deve haver suposições ocultas por trás desse argumento de que traria a alegada contradição.

    Aqui estão eles. Se Deus é todo-poderoso, ele pode criar qualquer mundo que quiser, e se Deus é todo-amoroso, ele prefere um mundo sem sofrimento. Então, se um todo-poderoso, Deus todo-amoroso existe, segue-se que o sofrimento não existe.

    Desde o sofrimento obviamente existe, o ateu conclui que Deus não deve existir. Mas as duas suposições ocultas do ateu são necessariamente verdadeiras? Considere o primeiro suposição.

    Deus pode criar o mundo que ele quiser? E se ele quiser um mundo povoado por pessoas de livre arbítrio? É logicamente impossível para Deus forçar alguém para escolher livremente fazer o bem. Forçar escolhas livres é como fazer uma circulo quadrado; não é logicamente possível.

    Não é que falte a Deus poder para realizar a tarefa; é que a suposta tarefa em si não faz sentido. Então pode não ser viável criar um mundo povoado por pessoas que sempre livremente escolher fazer o que é moralmente bom, então a primeira suposição não é necessariamente verdadeira.

    Portanto, o argumento falha, e o que dizer da segunda suposição? É isso necessariamente verdade que Deus prefere um mundo sem sofrimento? Como poderíamos possivelmente sabe disso?

    Todos nós sabemos de casos em que permitimos o sofrimento a fim de trazer um bem maior. Se é mesmo possível que Deus permita o sofrimento em a fim de alcançar um bem maior, então não podemos dizer que esta suposição é necessariamente verdade.

    Para que o problema lógico do sofrimento seja bem-sucedido, o ateu teria que mostrar que é logicamente impossível que exista o livre arbítrio, e que é logicamente impossível que Deus tenha boas razões para permitir Sofrimento.

    Este ônus da prova é muito pesado para suportar. É bem possível que Deus e o sofrimento existem. É por isso que os filósofos, até mesmo os filósofos ateus, desistiram do problema lógico do mal.

    Podemos admitir que o problema do mal não mostra, afinal, que a central as doutrinas do teísmo são logicamente inconsistentes umas com as outras. Alguns filósofos argumentaram que a existência do mal é logicamente inconsistente com a existência de um Deus teísta.

    Ninguém que eu acho que tem conseguiu estabelecer tal afirmação extravagante. Agora é reconhecido em quase todos os lados que o argumento lógico está falido. Mas isso dificilmente é o fim da discussão. Ainda precisamos explorar a versão probabilística do problema do mal.

    POR QUE UM DEUS BOM PERMITE O MAL?

    14/04/2015 Emerson de Oliveira

    Para muitos, a presença do mal moral é uma evidência contra a existência de um Deus todo-poderoso e todo amoroso. O problema do mal é, talvez, a única objeção mais freqüente eu ouvida quando se fala aos incrédulos, e foi proferida por milhares em toda a extensão da história. Epicuro (o antigo filósofo grego, 341-270 a.C.) expressa claramente o problema:

    Deus quer impedir o mal, mas não é capaz? Então ele não é onipotente. É capaz, mas não quer? Então é malévolo. Ele é capaz e disposto? Então de onde vem o mal? Ele não é nem capaz nem disposto?

    Então você tem: Se um existe um Deus todo-poderoso e amoroso e nós, como seres humanos, somos supostamente criado à Sua “imagem”, por que as pessoas são tão inclinado a fazer coisas imorais? E por que esse Deus todo-poderoso não faz alguma coisa para parar o comportamento mal e imoral? Um Deus como este ou é muito impotente para parar o mal, não se importando o suficiente para agir, ou simplesmente não existe, em primeiro lugar .

    Mas pense nisso por um minuto. O que é mais amoroso: um Deus que cria um mundo em que o amor é possível, ou um Deus que cria um mundo em que o amor é impossível? Parece razoável que um Deus de amor (se Ele existe), criaria um mundo onde o amor é possível. Um bom Deus criaria um mundo onde o amor pode ser vivido e expresso por criaturas concebidas “à Sua imagem”. Mas este tipo de “amor-possível” num mundo é, por necessidade, um lugar perigoso. O amor requer liberdade.

    O amor verdadeiro exige que os seres humanos tenham a capacidade de escolher livremente; o amor não pode ser forçado, se é para ser sincero e real. Eu não posso forçar meus filhos, por exemplo, a me amar. Em vez disso, devo demonstrar meu amor por eles, proporcionando-lhes o conhecimento e sabedoria moral necessária para fazer escolhas seguras e amorosa e, em seguida, permitir-lhes a liberdade pessoal para amar uns aos outros e fazer a coisa certa. Logo, como um pai, eu tenho que deixar ir, e este processo de desapego é perigoso. Para que meus filhos tenham a liberdade de amar, eles também precisam de liberdade para odiar. A liberdade desta natureza é muitas vezes cara. Um mundo em que as pessoas têm a liberdade de amar e realizar grandes atos de bondade é também um mundo em que as pessoas têm a liberdade de ódio e cometem grandes atos de maldade. Você não pode ter um sem o outro, e nós entendemos isso intuitivamente. Vamos considerar um exemplo.

    Todos os anos, milhões de tesouras são fabricadas e vendidas em países de todo o mundo. Todo mundo sabe o quão valiosas e úteis as tesouras podem ser. Ninguém está defendendo leis para impedir a fabricação ou venda de tesoura; entendemos como elas são benéficas. No entanto, a cada ano, centenas de homicídios e assaltos são cometidos com tesouras (eu realmente investiguei algumas delas). Enquanto a tesoura foi desenhada para um propósito bom e útil, elas são muitas vezes utilizadas para cometer um grande mal. De forma semelhante, o nosso “livre-arbítrio” pessoal é um belo presente que nos permite amar. Destinava-se a fornecer-nos os meios pelos quais podemos amar uns aos outros e até mesmo o amor a Deus. Mas essa liberdade, como um par de tesouras, pode ser usada para grande mal, bem, se optar por rejeitar seu propósito original.

    Como cristãos, acreditamos que Deus nos criou à Sua imagem. Temos a liberdade de amar e nós somos criaturas eternas que vão viver para além da nossa curta existência na terra. Nosso livre-arbítrio nos permite amar e realizar atos de bondade, e nossa vida eterna fornece o contexto para Deus para lidar justamente com aqueles que escolhem odiar e realizar atos de maldade. Deus vai fazer alguma coisa para parar o comportamento mal e imoral, Ele é poderoso o suficiente para parar o mal completamente, e Ele se preocupa com a justiça. Mas, como um Ser Eterno, Ele tem a capacidade de lidar com a questão em uma linha do tempo eterna. Não que Deus não agiu; é simplesmente que ele não escolheu atuar ainda.

    1 João 4,7-8
    Amados, amemo-nos uns aos outros, porque o amor vem de Deus; e todo aquele que ama é nascido de Deus e conhece a Deus. Aquele que não ama não conhece a Deus, porque Deus é amor.

    Em comparação com a eternidade, esta existência temporal terrena é apenas um vapor, criado pelo bom Deus para ser um lugar maravilhoso, onde o amor é possível para aqueles que escolherem.

    J. Warner Wallace é um detetive investigador, apologista e autor de “Os arquivos fechados do cristianismo”

    Fonte: http://coldcasechristianity.com/2013/why-would-a-good-god-allow-moral-evil/

    Tradução: Emerson de Oliveira
  • Fernando_Silva escreveu: »
    Livre arbítrio seria a capacidade de surpreender nosso criador.
    E de não sermos punidos por nossas escolhas, caso contrário não é diferente do bandido que diz "Ou me dá o dinheiro ou morre". Ou o psicopata que diz à namorada "Ou me ama ou te dou um tiro na cabeça".
    Belo ponto de vista sobre tema tão complexo, mas veja, caro @Fernando, um general em batalha não deixaria seu posto de comando para dar ordens aos soldados, porque, antes, providenciou recursos e treinamento.

    Na Doutrina Espírita é ensinado que existe uma hierarquia baseada no valor intelecto/moral, no plano invisível, que permite aos subordinados agirem providencialmente em cada caso e a questão do livre-arbítrio é rigorosamente avaliada.
    No Catolicismo, são os denominados Anjos de Guarda.

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