Ao Estudar a Bíblia se compara-la com a doutrina Católica verá que há muitas similaridades com a Tradição,lembrando que o texto acima é uma resposta aos achismos protestantes mas que muitos além dos próprios evangélicos também acreditaram nesses achismos.
A BíBLIA INTEIRA É INSPIRADA POR DEUS?
Por Dom Estevão
Última Atualização 25 Maio, 2020
Para quem aborda as Escrituras Sagradas, uma das dificuldades que em primeiro lugar se põem, é a de admitir a divina inspiração dessas páginas. Como pode a Bíblia ser Palavra inspirada por Deus, quando apresenta tantas deficiências do ponto de vista científico e literário? Que vem a ser inspiração bíblica?
Para responder devidamente a tais questões, procuraremos, antes do mais, delimitar a noção de inspiração bíblica, dizendo o que ela não é. A seguir, consideraremos positivamente o conceito de inspiração. Por fim, examinaremos algumas importantes consequências da inspiração bíblica.
1. O que a inspiração bíblica não é
Faz-se mister estabelecer clara distinção entre inspiração bíblica e dois conceitos afins:
a) Revelação. Na Revelação religiosa, Deus comunica ao homem verdades que este nunca poderia ter aprendido, ou de fato nunca aprendeu, na escola de seu tempo. Sob o efeito da revelação divina, um arauto sagrado, por exemplo, prediz o futuro, desvenda mistérios, sem que se possa assinalar uma fonte humana para o seu saber. Tal foi, sem dúvida, o caso do profeta Isaías (7,14), quando predisse o parto virginal de Maria mais de sete séculos antes que ocorresse; falava então estritamente por efeito de revelação divina.
Ora a inspiração bíblica não implica necessàriamente revelação de verdades desconhecidas ao autor sagrado. Este, sob o dom da inspiração divina, conserva simplesmente o cabedal (rico ou pobre) de noções cientificas, históricas ou religiosas, que ele tenha adquirido na escola de sua gente; o Senhor Deus nada acrescenta a essas noções. — Eis o que por ora nos interessa relevar.
Digamos ainda que inspiração bíblica também não é:
b) Assistência meramente extrínseca. Pela assistência meramente extrínseca, o Espírito Santo apenas preserva de erro o trabalho humano de um pregador ou escritor sagrado, de modo tal que o raciocínio e a formulação das ideias exprimam certamente a verdade.
Ora a inspiração bíblica, se, de um lado, é menos do que revelação sobrenatural, de outro lado é mais do que assistência meramente extrínseca. Positivamente então, que vem a ser?
2. O que é a inspiração bíblica
2.1. Dizíamos que, pela inspiração bíblica, o Senhor nada revela ao autor sagrado. Deixa-o, portanto, desenvolver toda a atividade necessária para adquirir a verdade e formulá-la com clareza (e essa atividade foi assaz árdua para certos autores sagrados, como atestam os prólogos do Evangelho de S. Lucas 1,1-4 e do 2o livro dos Macabeus [2,26-31], assim como a conclusão do Eclesiastes [12,10-12]).
Pois bem. Em se tratando da redação de um livro, a atividade do autor abrange três etapas:
1) tarefa da inteligência, que procura angariar conhecimentos, investigar e estudar a matéria a ser explanada no livro;
2) tarefa da vontade, que deve decidir (e decidir com firmeza e perseverança) redigir tal e tal livro, correspondente às verdades adquiridas pelo estudo prévio;
3) tarefa das potências executivas do escritor, que deve conseguir o material (papiro, estilete, etc.) e manejá-lo (ou mandar manejá-lo por um secretário) de tal modo que se origine o livro como expressão fiel da verdade.
Ora, no caso da inspiração bíblica, o Senhor Deus, de um lado, não dispensa esse trabalho humano nem, de outro lado, lhe assiste apenas de maneira extrínseca, mas (por assim dizer) penetra-o e percorre-o juntamente com o escritor sagrado. O que quer dizer:
1) Ilumina, de maneira especial, a inteligência do hagiógrafo (= autor sagrado) a fim de que este, dentro do patrimônio cultural (religioso e profano) que possui, possa estabelecer uma seleção entre as noções que condizem com a mensagem de Deus e as que não condizem. Iluminado pelo Espírito Santo, o hagiógrafo vê, com a certeza do próprio Deus, serem tais e tais proposições (adquiridas na escola de seu tempo) aptas a exprimir os desígnios de Deus, ao passo que tais e tais outras não o seriam. Assim a inspiração bíblica, sem revelar coisa alguma, garante, não obstante, a autenticidade da mensagem.
2) Além de iluminar a inteligência, o Espírito Santo fortalece a vontade do escritor humano, a fim de que este, sem vacilação nem infidelidade, queira escrever a verdade, e somente a verdade. — Enfim, pelo dom da inspiração bíblica
3) O Senhor faz que a execução da obra não dê lugar a enganos e falhas que perverteriam a mensagem sagrada.
Em consequência, o livro assim oriundo pode e deve ser dito, todo ele, obra do homem e simultaneamente obra de Deus; é mensagem ou palavra divina envolvida dentro dos moldes da palavra humana, numa antecipação e numa prolongação estupendas do mistério da Encarnação, que ocupa o centro da história do mundo.
Voltando ao exemplo do parto virginal de Maria, lembramos que, além do profeta Isaías, também o Evangelista São Lucas (2,6s) nos refere o fato; contudo São Lucas o narrou depois de ocorrido… já não por efeito da revelação divina (revelação de que gozou o profeta Isaías para o poder consignar mais de sete séculos antes do acontecimento), mas unicamente sob o efeito da inspiração bíblica (pois S. Lucas foi informado do acontecimento por autênticos testemunhos humanos; o Senhor Deus, pelo dom da inspiração, apenas tornou evidente a S. Lucas que esses depoimentos eram fiéis à realidade histórica, podendo por conseguinte ser utilizados para a redação de uma página bíblica).
2.2. Observe-se agora que a finalidade da inspiração bíblica é «comunicar mensagem religiosa, não doutrinas profanas (de astronomia, geologia, biologia, etc.)». Contudo, já que a mensagem religiosa se dirige a homens que vivem no tempo e no espaço, a Escritura Sagrada tem que aludir aos objetos do tempo e do espaço (objetos dos quais tratam as ciências profanas); alude a isso, porém, de maneira pré-científica, popular, servindo-se dos modos de falar aceitos entre os homens de determinada região e época. Tais modos de falar («o sol nasce, a baleia é um peixe, o morcego é uma ave…») não resistem sempre a um exame rigoroso da ciência; contudo não iludem o leitor, o qual sabe muito bem que a intenção do escritor não era ensinar ciências profanas, mas apenas chamar a atenção para tais objetos e mostrar o sentido religioso dos mesmos, a luz de Deus e da eternidade.
Por conseguinte, distinga-se na Bíblia Sagrada entre
a) objeto primário, diretamente visado pelo dom da inspiração: é a doutrina religiosa. Esta é exposta com veracidade absoluta e em termos perenes;
b) objeto secundário, indiretamente apenas visado pela inspiração bíblica: são as noções de ciência profana. Estas vêm mencionadas segundo o modo de falar comum (não científico, mas também não enganador), modo de falar suficiente para levar a mente do leitor à apreensão de verdades superiores.
Assim tenha-se em vista, por exemplo, a narrativa da criação do mundo em Gên 1,1-2,4… O autor sagrado não intencionava dizer em quantas etapas (dias ou eras) ela se deu nem em que ordem de sucessão apareceram os minerais, os vegetais e os animais sobre a face da terra. Essas noções todas são de pouca importância para a salvação eterna do homem; a pesquisa das mesmas ficou, por isto, entregue ao trabalho da inteligência humana no decorrer dos tempos… Mas o que o autor sagrado queria dizer é o que o mundo e o homem (assim e assim discriminados pelo vocabulário pré-científico de um judeu do séc. XIII a.C.) valem à luz de Deus e da eternidade. Donde se vê que não seria lícito querer deduzir da narrativa bíblica teses de cosmologia ou biologia (tais como «.o mundo foi feito em seis eras, o gênero humano tem cinco ou sete mil anos de existência, há evolução ou não há evolução dos seres vivos…»); mas apenas se depreenderão verdades de índole religiosa cujo valor paira acima de qualquer cultura ou vocabulário; tais verdades são:
o mundo não é eterno, mas começou no tempo;
há um Criador, Deus bom, de todas as coisas;
as criaturas não são más por si (nem mesmo as materiais), mas são obra boa de um Deus Bom;
não há, portanto, dualismo cósmico ou dois seres supremos (o Princípio Bom, da Luz, e o Princípio Mau, das Trevas) que disputem entre si a história do mundo;
o mal entrou no mundo, porque o homem abusou da liberdade que Deus lhe deu, desfazendo a harmonia inicial da criação.
Tais verdades (e estas só) constituem a mensagem da Bíblia no tocante à origem do mundo; é sobre elas que recai diretamente o dom da inspiração bíblica; as proposições de ordem profana ligadas com tais verdades têm na Escritura significado relativo, isto é, destinam-se a ser veículo (ou vestiário inteligível à luz da mentalidade do povo de Israel antigo) que não deve deter a atenção do leitor e, sim, levá-lo ao entendimento da mensagem religiosa. Cf. «P.R.» 26/1960, qu. 4.
Na Bíblia, portanto, os meios ou veículos de expressão podem ter sua «moda», podem ter perdido seu uso na linguagem moderna, não, porém, as proposições religiosas assim expressas, as quais são eternas.
2.3. O conceito de inspiração bíblica é bem ilustrado pela analogia do homem que, com um pedaço de giz, escreve sobre o quadro-negro. O efeito produzido na pedra se deve atribuir tanto ao escritor como ao seu instrumento; um sem o outro não o produziria. E nesse efeito encontram-se inevitàvelmente os vestígios de um e outro agente: ao homem se devem atribuir os pensamentos expressos, ao passo que ao giz se deve reduzir a forma visível dos mesmos na pedra (cor, grossura, certa graciosidade, etc.); um só pensamento pode mesmo tomar configurações bem diversas conforme os diversos tipos de giz usados. Analogamente se relacionam Deus e o hagiógrafo na composição dos livros sagrados: as ideias ensinadas pela obra provêm primariamente de Deus, Autor principal da Bíblia; todavia a forma literária, a veste, que serve para exprimir tais ideias, é condicionada pelo hagiógrafo; o que quer dizer: fica subordinada à educação e às categorias culturais de um escritor humano; mais precisamente :… de um judeu que viveu no Oriente há dois ou três milênios atrás, ignorando muita coisa das ciências e das artes que hoje em dia se conhecem, possuindo, não obstante, sua cultura própria e não desprezível. E note-se que cada hagiógrafo, como indivíduo, deu os seus pressupostos pessoais, o seu cabedal, rico ou pobre, de cultura humana, para exprimir a verdade divina na Bíblia.
Assim o profeta Isaias deu o seu ânimo nobre e culto de cortesão dos reis de Judá em Jerusalém; o profeta Jeremias deu a sua têmpera afetiva e sofredora; o profeta Amós, sua Índole de pastor de ovelhas, rústico amigo das cenas da natureza; o Apóstolo São João, a sua mente contemplativa; São Paulo, o seu caráter de mestre e polemista ardoroso, etc.
"Em vista da redação dos livros sagrados, Deus se servia de todos os elementos que Lhe eram úteis; em particular, serviu-se das aptidões pessoais dos escritores. Não escolheu um emotivo para escrever os textos jurídicos do Pentateuco, nem um espírito meticuloso para compor o Cântico dos Cânticos. Todas as condições sociais, todas as culturas, todos os temperamentos puderam assim ser aproveitados."
(Robert-Feuillet, Introduction à Ia Bible I. 1929, 25)
Destas considerações depreende-se que, na interpretação da Sagrada Escritura, é preciso discernir bem veste, forma literária, e o seu conteúdo, a fim de não se confundir a verdade infalível, divina, com a sua forma contingente de expressão. É mister, pois recorrer às leis de literatura dos antigos povos, a fim de se perceber com exatidão como falavam e apurar o que o hagiógrafo, em nome de Deus, queria dizer na Bíblia. Tenha-se por princípio firme que somente quando entendidas no sentido intencionado pelo autor sagrado (não, pois, como nós, modernos, as poderíamos entender numa leitura superficial) é que as afirmações da Sagrada Escritura são isentas de erro.
Eis a advertência de Pio XII:
"Com todo o esmero, recorrendo aos resultados das mais recentes pesquisas científicas, procure o exegeta averiguar o caráter pessoal e as circunstâncias de vida do escritor sagrado; examine a época em que viveu, quais as fontes orais ou escritas que tenha utilizado, quais os modos de expressão de que se tenha servido. Assim poderá o exegeta reconhecer adequadamente quem foi o hagiógrafo e o que intencionou exprimir mediante os seus escritos."
(Ene. «Divino afflante Spiritu» n* 19).
Voltemo-nos agora para a consideração de algumas importantes
3. Consequências da inspiração bíblica
De quanto foi até aqui dito, decorrem quatro corolários importantes:
1) Na Sagrada Escritura, existem gêneros literários diversos.
Que se entende por esta expressão?
«Gênero literário» é o conjunto de regras de estilo e vocabulário a que os homens de determinada época ou região costumam obedecer quando querem escrever sobre certo assunto. Assim há o gênero literário do jurista (estilo muito conciso, evitando figuras e termos ambíguos), o do historiador (estilo por vezes prolixo, minucioso, destituído de artifícios; vocabulário, por vezes, popular, adaptado ao modo de falar dos personagens da história), o do poeta (extremo oposto ao do jurista: liberdade de expressões, figuras literárias, frases inacabadas, intuições subjetivas…), etc. — É óbvio que cada um dos gêneros literários deve ser interpretado de modo consentâneo com as suas leis e propriedades: caso o leitor se descuide disto e queira ler um texto de poesia como lê uma página de leis arrisca-se a não perceber a mensagem que o texto quer exprimir.
Quem pela primeira vez propôs a existência de gêneros literários dentro da Sagrada Escritura, foram os críticos racionalistas do século passado, os quais mediante esse recurso visavam afirmar que na Bíblia existem mitos, lendas e outras narrativas que derrogam à autoridade e à dignidade do Livro Sagrado. Daí surgiu entre os exegetas católicos da primeira metade deste século a desconfiança para com a tendência a admitir gêneros literários na Bíblia.
Hoje em dia, porém, principalmente após a encíclica «Divino afflante Spiritu» (1943) de Pio XII, vê-se claramente que a inspiração bíblica não exclui, antes mesmo supõe, o uso de gêneros literários; na verdade, os autores sagrados, mesmo sob o influxo da inspiração bíblica, não deixaram de escrever como os demais autores de sua época, adaptando-se, portanto, às convenções de estilo e vocabulário vigentes para cada assunto. A inspiração divina apenas garantiu que nada de indigno, grosseiro ou mentiroso (como lendas e mitos) entrasse na Escritura Sagrada.
2) A inspiração bíblica se estende a todos os temas e mesmo a todos os vocábulos contidos na Sagrada Escritura.
Nos últimos decênios mais de um exegeta restringia a inspiração bíblica aos trechos concernentes à fé e aos costumes; assuntos profanos, portanto, não teriam sido atingidos pelo influxo da inspiração.
O Cardeal Newmann (+1890), por exemplo, julgava que a alusão ao cão que abanava a cauda, no livro de Tobias 11,9, ficava isenta da inspiração bíblica; da mesma forma, a menção do manto esquecido por São Paulo em Trôade e a ordem, dada a Timóteo, de o levar de novo ao Apóstolo (2 Tim 4,13)…
Contudo tais distinções são vãs… Para prová-lo, sirvamo-nos do exemplo já introduzido neste artigo: numa palavra escrita com giz em quadro-negro (como também numa estátua burilada por um artista com cinzel em mármore) não há traço algum que se deva exclusivamente ao autor principal (o homem que escreve ou burila) ou ao instrumento apenas (giz, cinzel…); mas todo e qualquer aspecto da escritura ou da estátua se deve reduzir integralmente à ação conjunta da causa principal e do instrumento respectivo. Assim também na Sagrada Escritura qualquer passagem, no seu teor preciso, versando sobre tal ou tal tema, com tal ou tal vocabulário, se reduz por inteiro à ação conjunta de Deus e do autor sagrado; nada fica entregue apenas ao autor humano, como nada fica entregue ao instrumento apenas (o cinzel) na confecção de uma estátua.
Então não há na Bíblia tema não inspirado? — Não; não o há. A possível surpresa que esta conclusão talvez provoque, se esvanecerá desde que se tenha em vista que «inspirado» não quer dizer «revelado, comunicado por Deus ao autor humano de maneira extraordinária». «Tema inspirado» quer dizer, no caso, apenas: «tema que, considerado à luz de Deus, apareceu ao hagiógrafo como condizente com a mensagem divina da Bíblia». Assim entraram na Escritura muitos assuntos totalmente indiferentes ou neutros do ponto de vista religioso (árvores genealógicas, mapas geográficos, catálogos de povos, etc.); contudo não ficaram isentos do influxo da inspiração, pois tais assuntos estavam naturalmente ligados com outros temas (temas religiosos) na mente do autor sagrado; servem de vigas ou traves de conexão entre os assuntos religiosos da Bíblia; contribuem destarte para constituir o «arcabouço» da Escritura Sagrada.
Em particular com referência às palavras mesmas da Bíblia, deve-se dizer que não há alguma que haja sido escolhida pelo autor humano apenas, sem a colaboração do Espírito Santo ou do dom da inspiração. Lembremo-nos, porém, mais uma vez de que «palavra inspirada», no caso, não quer dizer «palavra caída do céu» ou «palavra que prorrompe repentinamente no espírito do autor humano», mas apenas «palavra já contida no vocabulário do hagiógrafo, a qual com certeza infalível apareceu ao autor humano como veículo capaz de exprimir a mensagem divina». — Note-se bem que, segundo a psicologia humana, não há na mente verdades dissociadas de determinado vocabulário ou expressionismo; todas as nossas ideias, mesmo quando não proferidas com os lábios, estão sempre unidas a uma linguagem qualquer interior que as suporta e carrega. Por isto será vão ou contrário às leis da psicologia querer distinguir entre ideias e palavras na Bíblia, como se aquelas fossem objeto de inspiração, e estas não. Toda ideia, toda verdade existe no homem associada a palavras mentais, e a ação do Espírito Santo respeita este estado de coisas, apenas garantindo que por essa via não se introduzam erros de doutrina.
3) Não há na Escritura Sagrada páginas «mais inspiradas» e páginas «menos inspiradas». A ação do Espírito Santo e de seu instrumento humano (o autor sagrado) se exerce igualmente em toda e qualquer página da Bíblia, como a ação do artista e a do cinzel se exercem igualmente na configuração de qualquer traço da estátua de mármore.
4) À luz de quanto dissemos, também se percebe não ser incompatível com a inspiração a existência de fontes literárias da Bíblia. Os documentos-fontes terão sido redigidos independentemente da inspiração bíblica por quem quer que seja (judeu, pagão, na Palestina ou no estrangeiro); quando, porém, o autor bíblico resolveu utilizar tais documentos, transcrevendo-os ou adaptando-os de algum modo para redigir uma página da Escritura Sagrada, foi iluminado por Deus, a fim de distinguir com certeza infalível o que havia de verídico e consentâneo com a mensagem divina nessas fontes, e o que havia de não consentâneo ou não autêntico. O que o autor sagrado então tirou dessas fontes, passou a ser garantido pela prerrogativa da inspiração bíblica. Cf. «P. R.» 26/1960, qu. 5.
Admitem-se também acréscimos sucessivamente feitos ao texto de determinados livros bíblicos; tais acréscimos, muitas vezes, passaram a constituir partes do conteúdo oficial ou canônico da Sagrada Escritura (assim, por exemplo, o «estatuto do Rei» em Dt 17,14-20 é pelos críticos modernos atribuído a um autor do tempo da monarquia em Israel, posterior a Moisés, embora o estatuto apareça num discurso de Moisés). À vista disso, deve-se dizer que todos os escritores que de algum modo concorreram para dar a configuração definitiva do texto bíblico canônico gozaram do dom da inspiração bíblica.
As considerações propostas já bastam para evidenciar o sentido das «deficiências» do texto bíblico. Sem afetar de algum modo a verdade (o que é de importância capital), elas constituem a face humana da Palavra de Deus; são consequências do mistério da descida do Divino ao humano, mistério que culminou na Encarnação do Filho de Deus em Jesus Cristo. A Sagrada Escritura é, por isto, dita «um sacramental», ou seja, um sinal sensível que comunica a graça, estendendo os benefícios da Redenção a quem a use com fé e amor.
Como é que uma instituição que tem Maria como a criatura por excelência Santissima Rainha de todo Universo,alem de Santas venereadas por séculos em todo mundo;pode inferiorizar as mulheres;não seria contraditório?
Sim, mas nada de espantoso, já que a Bíblia tem uma longa lista de contradições (veja link mais abaixo).
Mas, atenção, se é verdade que a mulher deve reconhecer e respeitar a chefia do marido sobre a família, também é verdade que o homem deve exercer essa liderança com amor, respeito e espírito de serviço. O Papa Leão XIII enfatiza: “Seja a caridade a reguladora constante do dever”. Sem a CARIDADE CRISTÃ, o homem não é a cabeça da família, mas sim um tirano. O marido deve ser para a família aquilo que Cristo é para a Igreja: chefe amoroso e humilde, mas também firme e viril.
Em resumo: a Igreja diz que a mulher tem que obedecer ao marido.
Absurdos,de acordo com o parco entendimento que teve sobre as escrituras tendo como base já a conclusão preciptada de que a Bíblia não passa de fantasia;enquanto as autoridades legitimas como o são,estudaram as escrituras, a Tradição e o Magistério com extrema seriedade e em conjunto como uma comunidade e não como um grupinho de iluminados.
Errado. Eu era católico e aceitava tudo o que me diziam sem perceber os absurdos. Esta foi a minha base e meu ponto de partida: fé cega.
Mas um dia comecei a pensar com minha própria cabeça.
enquanto as autoridades legitimas como o são,estudaram as escrituras, a Tradição e o Magistério com extrema seriedade e em conjunto como uma comunidade e não como um grupinho de iluminados.
"Estudar com extrema seriedade" se aplica a todas as crendices. E de nada adianta se as premissas são falsas.
pois lembre-se que uma das definições da Igreja é ser uma comunidade universal de fiéis,o fato de haver grupinhos iluminados que a negam;não contraria a sua legitima autoridade de confirmar qual interpretação publicamente é a correta
De que adianta ser "comunidade de fiéis" se o que vale é o que o papa decreta?
Saindo um pouco do campo das discussões-clichê e estudando a questão mais a fundo, qualquer ateu de mente aberta verá que as evidências arqueológicas e históricas e críticas textuais tendem a confirmar a autenticidade dos textos bíblicos.
Vamos analisar primeiro o Antigo Testamento e, depois, o Novo Testamento.
Evidências sobre a autenticidade do Antigo Testamento Em 1947, um grupo de pastores de cabras encontrou por acaso, em uma caverna em Qumram, na Cisjordânia, às margens do Mar Morto, centenas de manuscritos. Foi uma descoberta bombástica!
Esse conjunto é simplesmente a versão mais antiga que conhecemos do Antigo Testamento, escrito entre os séculos III a.C. e 70 d.C.
Entre os manuscritos, havia pergaminhos e fragmentos de textos de diversos livros do Antigo Testamento, porém a peça mais impressionante foi o rolo do profeta Isaías, que contém o livro completo em aramaico. Quando os especialistas compararam os manuscritos do Mar Morto com os textos atuais da Bíblia, puderam verificar que, por mais de mil anos (!!!), os copistas reproduziram esses textos fielmente, sem qualquer alteração de sentido.
O AT começou a ser escrito por volta de 800 a.C.
As cópias mais antigas dos livros do AT datam de 120 a.C.
O que aconteceu nesse intervalo? Não sabemos.
Alguns estudiosos do Novo Testamento afirmam que, comparando essas cópias manuscritas, podem-se encontrar entre 200 e 400 mil variantes (uooooou!). O número impressiona, mas a sua interpretação pode ser enganosa. O fato é que quase todas as variantes entre uma cópia do Novo Testamento e outra são irrelevantes. Em sua grande maioria, são ligeiras falhas de ortografia ou palavras dispostas em ordem diferente em uma frase.
Da mesma forma, não temos os textos originais do NT, apenas um fragmento aqui, outro acolá.
Sem falar em que esses fragmentos nos mostram que houve proto-evangelhos que, mais tarde, evoluíram para a versão atual.
E sem falar que o cânon é arbitrário, decidido por gente que não conhecemos segundo critérios que não conhecemos. Ou tipo "Devem ser 4 evangelhos porque são 4 os cantos da Terra".
E se a verdade estiver nas centenas de evangelhos, epístolas e apocalipses queimados por não corresponderem à versão oficial?
Não sei de nenhuma doutrina que esteja em risco. […] As variações mais significativas não solapam nenhuma doutrina da Igreja. Qualquer Bíblia que se preza vem com notas que indicam as variações de texto mais importantes.
E, é claro, permanece o problema de confiabilidade dos supostos autores dos evangelhos.
Não sabemos se o que eles relatam aconteceu mesmo.
1) Um fato narrado de forma diferente em dois livros da Bíblia não está necessariamente errado. A maioria esmagadora dessas aparentes contradições já foi exaustivamente esclarecida pelos estudiosos, mas se — ainda — não se alcançou uma solução satisfatória para uma ou outra, isso não significa que a questão é inexplicável. Durante séculos, os cientistas não compreenderam certos fenômenos facilmente explicáveis nos dias de hoje, mas nem por isso desistiram de pesquisar e alcançar a verdade.
Não foi esclarecida.
E sem essa de achar que um dia haverá uma explicação.
Podemos viver diante das lacunas nos conhecimentos da ciência, mas a Bíblia tem que ser claríssima e sem contradições desde sempre.
a) Revelação. Na Revelação religiosa, Deus comunica ao homem verdades que este nunca poderia ter aprendido, ou de fato nunca aprendeu, na escola de seu tempo. Sob o efeito da revelação divina, um arauto sagrado, por exemplo, prediz o futuro, desvenda mistérios, sem que se possa assinalar uma fonte humana para o seu saber. Tal foi, sem dúvida, o caso do profeta Isaías (7,14), quando predisse o parto virginal de Maria mais de sete séculos antes que ocorresse; falava então estritamente por efeito de revelação divina.
Cara, se você vai apelar para este tipo de absurdo, que valor têm seus "argumentos"?
Isaías usou a palavra "Almah" (mulher jovem) e não "Betulah" (virgem).
Falou de uma criança que estava para nascer, não de alguém que nasceria 700 anos depois.
Disse que seu nome seria Emanuel, não Jesus.
Seu objetivo era dar uma ideia de tempo ao rei de Judá, que estava com medo de uma invasão dos assírios: "quando uma criança que está para nascer já estiver correndo pelos campos blá-blá-blá".
O rei estava pouco se lixando para o que poderia acontecer 700 anos depois.
Voltando ao exemplo do parto virginal de Maria, lembramos que, além do profeta Isaías, também o Evangelista São Lucas (2,6s) nos refere o fato; contudo São Lucas o narrou depois de ocorrido…
Ele citou uma suposta profecia das Escrituras para dar credibilidade às suas fantasias.
Em particular com referência às palavras mesmas da Bíblia, deve-se dizer que não há alguma que haja sido escolhida pelo autor humano apenas, sem a colaboração do Espírito Santo ou do dom da inspiração.
Uma comparação cuidadosa revela que vários outros trechos foram aproveitados
fora de contexto ou tomados como profecia, quando na verdade se referiam a outras
coisas. Exemplos:
-Lucas 01:28-33, onde o nascimento de Jesus é anunciado a Maria, uma cópia quase
exata de Sofonias 03:14-18, onde se profetiza o triunfo de Israel sobre as
nações que a oprimiram.
-Mateus 02:05-06 e João 07:42, onde se diz que o nascimento de Jesus em Belém fora
profetizado. Entretanto, o trecho que fala de Belém (Miqueias 05:02), se refere
ao clã de David, Belém Éfrata, e não a uma cidade. Além disto, mesmo que fosse
uma cidade, o tal Messias profetizado viria para espalhar o terror e a morte
entre os inimigos de Israel e torná-la poderosa, enquanto que Jesus afirmou que
"meu reino não é deste mundo". Fala também que tal messias libertaria Judá dos
assírios, mas estes nunca invadiram suas terras. Na época em que Jesus teria
vivido, os assírios já não existiam mais.
-Mateus 01:22 cita Isaías 07:14 sobre o nascimento do messias de uma virgem,
quando Isaías falava de uma criança de seu tempo, 700 anos antes de Cristo, não
de uma virgem mas de uma jovem, não de Jesus mas de Emanuel.
-Mateus 21:01-07 (e os outros evangelistas) dizem que a entrada de Jesus em
Jerusalém montado num jumento fora prevista em Zacarias 09:09 mas, mais uma
vez, o rei de que fala Zacarias era um rei humano, que reinaria sobre Israel,
não Jesus. As aclamações do povo foram tiradas do Salmo 117:26 ("Bendito o que
vem em nome do Senhor").
-Mateus 26:15 e 27:03-10 fala da traição de Judas e das 30 moedas como tendo
sido profetizada em Salmos 41:09 e Zacarias 11:12-13. Entretanto, nenhuma das
passagens fala do messias. Nos salmos, é David, o autor, que se diz traído e se
considera um pecador.
E Zacarias diz ter recebido as 30 moedas por um serviço prestado, sem nenhuma
traição envolvida (e ele também devolve as moedas). Mateus diz que a compra do
campo do oleiro com as 30 moedas fora profetizada por Jeremias, mas tal profecia
não existe.
-João 02:14-16 (e os outros evangelistas) falam sobre como Jesus expulsou os
vendilhões do Templo. Considerando-se o tamanho do pátio do Templo e o fato
de que o comércio de animais era essencial à realização dos sacrifícios pelos
fiéis, não tinha nada de ilegal e tinha o apoio das autoridades religiosas,
parece improvável que um único homem com um chicote conseguisse expulsar a
todos, ainda por cima impunemente. Esta passagem parece ter sido inspirada em
Zacarias 14:21 ("Naquele dia não tornará mais a haver mercador na casa do Senhor
dos Exércitos") e Jeremias 07:11 ("Esta minha casa está convertida em um covil de
ladrões").
-Os Salmos 22:02-19, 34(33):21 e 69:22 foram usado na crucificação, embora nele David
falasse de seus inimigos e da perseguição que sofria do rei Saul e Abimelec:
"Meu Deus, meu Deus, por que me abandonaste? [...] Todos os que me vêem
zombam de mim, abrem a boca e balançam a cabeça: "Ele recorreu a Javé ... pois
que Javé o salve! Que o liberte, se é que o ama de fato!" [...] Cães numerosos
me rodeiam, e um bando de malfeitores me envolve, furando minhas mãos e meus pés.
Posso contar todos os meus ossos. As pessoas me observam e me encaram, entre
si repartem minhas vestes, e sorteiam a minha túnica".
"Como alimento me deram fel, e na minha sede me deram vinagre"
"Javé protege os ossos do justo: nenhum deles será quebrado".
De qualquer modo, não se podem levar a sério profecias que se dizem realizadas no
mesmo livro em que foram feitas. É preciso que a comprovação seja externa ao
livro. E isto não acontece. Um exemplo perfeito de profecia fracassada está em
Ezequiel 26 e 29 (NOTA 2). E pode-se suspeitar de que várias "profecias" foram
feitas depois do fato ocorrido.
Talvez os judeus não devam ser julgados segundo critérios modernos pelas atrocidades
que a Bíblia descreve em Josué, Samuel e outros. Por outro lado, por que aceitar como
verdadeiras as palavras escritas por uma tribo de bárbaros primitivos sobre o que
lhes teria dito seu deus? Como saber se eles não entenderam errado ou adaptaram a
mensagem à sua realidade e conveniência? Se eles afirmam que o próprio Yaveh
ordenou que cometessem tantas atrocidades (ou que as cometeu ele mesmo), ou nada
do que dizem sobre seu deus é confiável ou, se for verdade, seu deus é um monstro
e não deveria ser venerado nem obedecido. Se Deus existe, deveria ofender-se com a
imagem que a Bíblia faz dele.
Algumas coisas não podem ser tomadas fora de contexto. Por exemplo: é normal que
índios vivam nus em suas aldeias no meio da floresta, mesmo que não possamos fazer
o mesmo numa cidade grande. Por outro lado, para que contexto podemos apelar que
justifique o comportamento de um pai que estupra a filha de 8 anos? Que valor podem
ter as palavras de um homem assim? Da mesma forma, que critérios temos para filtrar
ou decodificar a verdadeira mensagem de Deus à humanidade contida nas palavras
de gente que extermina povos inteiros, incluindo os animais, rasga a barriga das
gestantes para arrancar os fetos, poupando apenas as virgens, para estuprá-las, e diz
que seu deus o ordenou?
Tudo o que temos é uma colcha de retalhos escrita por auto-intitulados profetas
ou mestres, sobre os quais pouco ou nada sabemos, cheia de enigmas, absurdos
e contradições. Tentar criar "mensagens" a partir da Bíblia significa apenas inventar
uma religião segundo critérios pessoais e interpretações sem base lógica. Não é o
desejo dos crentes de que haja uma "mensagem" e um "contexto" que vai fazer com
que existam.
Alguns crentes criticam os que "só abrem a Bíblia para procurar defeitos, em vez de
olhar para o que há de bom". No caso do pai citado acima, talvez devamos nos
concentrar no fato de que é um cidadão respeitável, que faz caridade e vai à igreja
todos os domingos, e não dar tanta importância a pequenos detalhes de sua vida
pessoal ...
"O papa Leão XII, em 1829, proibiu o uso da vacina contra a varíola"
{Leão XII morreu em 1829, e a primeira referência à suposta proibição da vacina contra a varíola é de 1879.
A primeira coisa que chama a atenção neste caso é que não existe absolutamente nenhuma fonte primária – bula, discurso, decreto, encíclica, o que for – contendo a tal proibição, o que, no caso do Vaticano, em que tudo é registrado por escrito, praticamente equivale a um atestado de inexistência. Além disso, não há nem mesmo registros extraoficiais, de historiadores ou cronistas contemporâneos a Leão XII, o que provavelmente teria ocorrido caso o papa realmente tivesse tomado tal decisão.
Em 2008, a Revue d’Histoire Ecclésiastique publicou o artigo “Pratique de la vaccination antivariolique dans les Provinces de l’État pontifical au 19e s. Remarques sur le supposé interdit vaccinal de Léon XII”, de Yves-Marie Bercé e Jean-Claude Otteni.
Ainda em meados do século 18, o papa Bento XIV já tinha levado o método da variolação aos Estados Pontifícios; quando surgiu a vacina contra a varíola, o Estado papal esteve entre os países que a adotaram, graças ao papa Pio VII, antecessor imediato de Leão XII. Havia até mesmo um centro de vacinação no Hospital do Espírito Santo, perto do Vaticano, e em 1821 foi estabelecido um Conselho de Vacinação.
Mas tudo isso é anterior a Leão XII. E depois? Depois continuou tudo como estava. Em 1824, já no pontificado de Leão XII, o médico Luigi Sacco afirmava que praticamente todos os recém-nascidos em Roma eram vacinados a ponto de já não se temer a varíola. Não há nenhum registro de interrupção da prática de vacinação, nem de surtos de varíola ou número incomum de mortes durante as décadas de 1820 ou 1830.
Pelo contrário: um estudo de 1838 (nove anos após a morte de Leão XII) afirmou que os Estados pontifícios não deviam nada ao restante da Europa ocidental em termos médicos.
Jesus mandou usar essas roupas ridículas ou elas fazem parte da manipulação emocional com cânticos, incenso, procissões etc. ?
Essas roupas eram as roupas normais do império romano na época de Constantino ( já tinham mudado um pouco em relação à época de Júlio César mas ainda eram túnicas) e esses chapéus eram chapéus de luxo normais, a única coisa é que nos laicos acabou saindo de moda mas os religiosos profissionais continuaram usando elas e também em lugares em que nunca houve império romano.
Com tamanha liberdade de "interpretação" de textos qualquer livro seria livre de absurdos e erros. 😵
Não admira que existam tantas vertentes contraditórias dentro do Cristianismo e todas afirmarem terem as escrituras como base. 🙄
Isso porque não é um Deus de confusão, imagina se fosse. 😤
É correto interpretar a bíblia livremente?O texto encontra-se na Página 7 deste tópico.
A Bíblia inteira é inspirada por Deus?O texto encontra-se logo no começo da pagina 8 deste tópico.
Aconselhável ler também os textos citados pelos seguintes links postados acima para entender melhor as respostas às suas dúvidas.
Tendo como base a legitima autoridade de uma instituição eclesiástica dada pelo próprio Deus,que compôs e organizou as escrituras; logo,há restrições como se deve interpreta-la tendo a Igreja decisão final na interpretação sobre qualquer versículo de quaisquer livros tratados na Bíblia;confusão só há fora da Igreja em conluio com o pecado e não com Deus.
Este trecho já basta para dar uma ideia da bobajada:
Parece importante agora salientar que não há instância ulterior à qual se possa recorrer para provar a infalibilidade do magistério da Igreja; esta é uma das proposições básicas sobre as quais o Senhor quis fundar a sua obra. Poderíamos apenas ilustrá-la por via negativa: se Cristo não tivesse dado à Igreja um magistério infalível, vã teria sido a Redenção, pois os discípulos de Jesus, entregues exclusivamente ao seu bom senso ou à sua piedade, não teriam conservado a mensagem do Evangelho… ; haja vista o que a partir do séc. XVI acontece no movimento encabeçado por Lutero: movimento que, rejeitando o magistério vivo para ficar com a Escritura apenas, em quatro séculos já deu origem a cerca de oitocentas seitas, que, apesar de esforços sucessivos (cf. o Ecumenismo), não se conseguem unir entre si, antes tendem a ulteriores divisões (cf. o «Fundamentalismo» contemporâneo).
A tal de infalibilidade da Igreja foi decretada por ela própria com base em um texto que ela não tem como provar que é verdade.
Se seu intuito é nos fornecer material para estudarmos sua seita, beleza.
Se você quer nos convencer de que ela é a verdadeira, não está funcionando.
Você tem que começar pelo básico:
1. Provar que Deus existe
2. Provar que ele é o deus dos católicos
3. Provar que Jesus é Deus
4. Provar que as Escrituras foram inspiradas por Deus e são confiáveis.
Mas você já toma os itens acima como premissas.
Enquanto elas não forem comprovadas, nenhuma conclusão obtida a partir delas é válida.
Sem assumir nenhuma dessas premissas podemos apenas debater os aspectos práticos dessa religião, podemos os comparar com outras , podemos estudar os impactos dessa crença na história humana.
O problema que vejo para quem é Católico é que se eles assumirem que as premissas precisam ser provadas a fé vai pro buraco e acima disso a própria religião passaria a ser apenas um norte ético a ser seguido porém sem lastro sobrenatural ou divino, estando assim nivelada a qualquer outra ideologia política e nada mais.
É importante pro mundo que católicos não percam a fé porque sem isso teríamos problemas com certos aspectos do direito natural eu imagino.
Este trecho já basta para dar uma ideia da bobajada:
Parece importante agora salientar que não há instância ulterior à qual se possa recorrer para provar a infalibilidade do magistério da Igreja; esta é uma das proposições básicas sobre as quais o Senhor quis fundar a sua obra. Poderíamos apenas ilustrá-la por via negativa: se Cristo não tivesse dado à Igreja um magistério infalível, vã teria sido a Redenção, pois os discípulos de Jesus, entregues exclusivamente ao seu bom senso ou à sua piedade, não teriam conservado a mensagem do Evangelho… ; haja vista o que a partir do séc. XVI acontece no movimento encabeçado por Lutero: movimento que, rejeitando o magistério vivo para ficar com a Escritura apenas, em quatro séculos já deu origem a cerca de oitocentas seitas, que, apesar de esforços sucessivos (cf. o Ecumenismo), não se conseguem unir entre si, antes tendem a ulteriores divisões (cf. o «Fundamentalismo» contemporâneo).
A tal de infalibilidade da Igreja foi decretada por ela própria com base em um texto que ela não tem como provar que é verdade.
Em resumo:
"É verdade esse bilete"
O cristianismo não passa de uma seita judaica. Deu certo pois boa parte da população (longe da maioria) segue alguma vertente dessa seita.
Comentários
A BíBLIA INTEIRA É INSPIRADA POR DEUS?
Por Dom Estevão
Última Atualização 25 Maio, 2020
Para quem aborda as Escrituras Sagradas, uma das dificuldades que em primeiro lugar se põem, é a de admitir a divina inspiração dessas páginas. Como pode a Bíblia ser Palavra inspirada por Deus, quando apresenta tantas deficiências do ponto de vista científico e literário? Que vem a ser inspiração bíblica?
Para responder devidamente a tais questões, procuraremos, antes do mais, delimitar a noção de inspiração bíblica, dizendo o que ela não é. A seguir, consideraremos positivamente o conceito de inspiração. Por fim, examinaremos algumas importantes consequências da inspiração bíblica.
1. O que a inspiração bíblica não é
Faz-se mister estabelecer clara distinção entre inspiração bíblica e dois conceitos afins:
a) Revelação. Na Revelação religiosa, Deus comunica ao homem verdades que este nunca poderia ter aprendido, ou de fato nunca aprendeu, na escola de seu tempo. Sob o efeito da revelação divina, um arauto sagrado, por exemplo, prediz o futuro, desvenda mistérios, sem que se possa assinalar uma fonte humana para o seu saber. Tal foi, sem dúvida, o caso do profeta Isaías (7,14), quando predisse o parto virginal de Maria mais de sete séculos antes que ocorresse; falava então estritamente por efeito de revelação divina.
Ora a inspiração bíblica não implica necessàriamente revelação de verdades desconhecidas ao autor sagrado. Este, sob o dom da inspiração divina, conserva simplesmente o cabedal (rico ou pobre) de noções cientificas, históricas ou religiosas, que ele tenha adquirido na escola de sua gente; o Senhor Deus nada acrescenta a essas noções. — Eis o que por ora nos interessa relevar.
Digamos ainda que inspiração bíblica também não é:
b) Assistência meramente extrínseca. Pela assistência meramente extrínseca, o Espírito Santo apenas preserva de erro o trabalho humano de um pregador ou escritor sagrado, de modo tal que o raciocínio e a formulação das ideias exprimam certamente a verdade.
Ora a inspiração bíblica, se, de um lado, é menos do que revelação sobrenatural, de outro lado é mais do que assistência meramente extrínseca. Positivamente então, que vem a ser?
2. O que é a inspiração bíblica
2.1. Dizíamos que, pela inspiração bíblica, o Senhor nada revela ao autor sagrado. Deixa-o, portanto, desenvolver toda a atividade necessária para adquirir a verdade e formulá-la com clareza (e essa atividade foi assaz árdua para certos autores sagrados, como atestam os prólogos do Evangelho de S. Lucas 1,1-4 e do 2o livro dos Macabeus [2,26-31], assim como a conclusão do Eclesiastes [12,10-12]).
Pois bem. Em se tratando da redação de um livro, a atividade do autor abrange três etapas:
1) tarefa da inteligência, que procura angariar conhecimentos, investigar e estudar a matéria a ser explanada no livro;
2) tarefa da vontade, que deve decidir (e decidir com firmeza e perseverança) redigir tal e tal livro, correspondente às verdades adquiridas pelo estudo prévio;
3) tarefa das potências executivas do escritor, que deve conseguir o material (papiro, estilete, etc.) e manejá-lo (ou mandar manejá-lo por um secretário) de tal modo que se origine o livro como expressão fiel da verdade.
Ora, no caso da inspiração bíblica, o Senhor Deus, de um lado, não dispensa esse trabalho humano nem, de outro lado, lhe assiste apenas de maneira extrínseca, mas (por assim dizer) penetra-o e percorre-o juntamente com o escritor sagrado. O que quer dizer:
1) Ilumina, de maneira especial, a inteligência do hagiógrafo (= autor sagrado) a fim de que este, dentro do patrimônio cultural (religioso e profano) que possui, possa estabelecer uma seleção entre as noções que condizem com a mensagem de Deus e as que não condizem. Iluminado pelo Espírito Santo, o hagiógrafo vê, com a certeza do próprio Deus, serem tais e tais proposições (adquiridas na escola de seu tempo) aptas a exprimir os desígnios de Deus, ao passo que tais e tais outras não o seriam. Assim a inspiração bíblica, sem revelar coisa alguma, garante, não obstante, a autenticidade da mensagem.
2) Além de iluminar a inteligência, o Espírito Santo fortalece a vontade do escritor humano, a fim de que este, sem vacilação nem infidelidade, queira escrever a verdade, e somente a verdade. — Enfim, pelo dom da inspiração bíblica
3) O Senhor faz que a execução da obra não dê lugar a enganos e falhas que perverteriam a mensagem sagrada.
Em consequência, o livro assim oriundo pode e deve ser dito, todo ele, obra do homem e simultaneamente obra de Deus; é mensagem ou palavra divina envolvida dentro dos moldes da palavra humana, numa antecipação e numa prolongação estupendas do mistério da Encarnação, que ocupa o centro da história do mundo.
Voltando ao exemplo do parto virginal de Maria, lembramos que, além do profeta Isaías, também o Evangelista São Lucas (2,6s) nos refere o fato; contudo São Lucas o narrou depois de ocorrido… já não por efeito da revelação divina (revelação de que gozou o profeta Isaías para o poder consignar mais de sete séculos antes do acontecimento), mas unicamente sob o efeito da inspiração bíblica (pois S. Lucas foi informado do acontecimento por autênticos testemunhos humanos; o Senhor Deus, pelo dom da inspiração, apenas tornou evidente a S. Lucas que esses depoimentos eram fiéis à realidade histórica, podendo por conseguinte ser utilizados para a redação de uma página bíblica).
2.2. Observe-se agora que a finalidade da inspiração bíblica é «comunicar mensagem religiosa, não doutrinas profanas (de astronomia, geologia, biologia, etc.)». Contudo, já que a mensagem religiosa se dirige a homens que vivem no tempo e no espaço, a Escritura Sagrada tem que aludir aos objetos do tempo e do espaço (objetos dos quais tratam as ciências profanas); alude a isso, porém, de maneira pré-científica, popular, servindo-se dos modos de falar aceitos entre os homens de determinada região e época. Tais modos de falar («o sol nasce, a baleia é um peixe, o morcego é uma ave…») não resistem sempre a um exame rigoroso da ciência; contudo não iludem o leitor, o qual sabe muito bem que a intenção do escritor não era ensinar ciências profanas, mas apenas chamar a atenção para tais objetos e mostrar o sentido religioso dos mesmos, a luz de Deus e da eternidade.
Por conseguinte, distinga-se na Bíblia Sagrada entre
a) objeto primário, diretamente visado pelo dom da inspiração: é a doutrina religiosa. Esta é exposta com veracidade absoluta e em termos perenes;
b) objeto secundário, indiretamente apenas visado pela inspiração bíblica: são as noções de ciência profana. Estas vêm mencionadas segundo o modo de falar comum (não científico, mas também não enganador), modo de falar suficiente para levar a mente do leitor à apreensão de verdades superiores.
Assim tenha-se em vista, por exemplo, a narrativa da criação do mundo em Gên 1,1-2,4… O autor sagrado não intencionava dizer em quantas etapas (dias ou eras) ela se deu nem em que ordem de sucessão apareceram os minerais, os vegetais e os animais sobre a face da terra. Essas noções todas são de pouca importância para a salvação eterna do homem; a pesquisa das mesmas ficou, por isto, entregue ao trabalho da inteligência humana no decorrer dos tempos… Mas o que o autor sagrado queria dizer é o que o mundo e o homem (assim e assim discriminados pelo vocabulário pré-científico de um judeu do séc. XIII a.C.) valem à luz de Deus e da eternidade. Donde se vê que não seria lícito querer deduzir da narrativa bíblica teses de cosmologia ou biologia (tais como «.o mundo foi feito em seis eras, o gênero humano tem cinco ou sete mil anos de existência, há evolução ou não há evolução dos seres vivos…»); mas apenas se depreenderão verdades de índole religiosa cujo valor paira acima de qualquer cultura ou vocabulário; tais verdades são:
o mundo não é eterno, mas começou no tempo;
há um Criador, Deus bom, de todas as coisas;
as criaturas não são más por si (nem mesmo as materiais), mas são obra boa de um Deus Bom;
não há, portanto, dualismo cósmico ou dois seres supremos (o Princípio Bom, da Luz, e o Princípio Mau, das Trevas) que disputem entre si a história do mundo;
o mal entrou no mundo, porque o homem abusou da liberdade que Deus lhe deu, desfazendo a harmonia inicial da criação.
Tais verdades (e estas só) constituem a mensagem da Bíblia no tocante à origem do mundo; é sobre elas que recai diretamente o dom da inspiração bíblica; as proposições de ordem profana ligadas com tais verdades têm na Escritura significado relativo, isto é, destinam-se a ser veículo (ou vestiário inteligível à luz da mentalidade do povo de Israel antigo) que não deve deter a atenção do leitor e, sim, levá-lo ao entendimento da mensagem religiosa. Cf. «P.R.» 26/1960, qu. 4.
Na Bíblia, portanto, os meios ou veículos de expressão podem ter sua «moda», podem ter perdido seu uso na linguagem moderna, não, porém, as proposições religiosas assim expressas, as quais são eternas.
2.3. O conceito de inspiração bíblica é bem ilustrado pela analogia do homem que, com um pedaço de giz, escreve sobre o quadro-negro. O efeito produzido na pedra se deve atribuir tanto ao escritor como ao seu instrumento; um sem o outro não o produziria. E nesse efeito encontram-se inevitàvelmente os vestígios de um e outro agente: ao homem se devem atribuir os pensamentos expressos, ao passo que ao giz se deve reduzir a forma visível dos mesmos na pedra (cor, grossura, certa graciosidade, etc.); um só pensamento pode mesmo tomar configurações bem diversas conforme os diversos tipos de giz usados. Analogamente se relacionam Deus e o hagiógrafo na composição dos livros sagrados: as ideias ensinadas pela obra provêm primariamente de Deus, Autor principal da Bíblia; todavia a forma literária, a veste, que serve para exprimir tais ideias, é condicionada pelo hagiógrafo; o que quer dizer: fica subordinada à educação e às categorias culturais de um escritor humano; mais precisamente :… de um judeu que viveu no Oriente há dois ou três milênios atrás, ignorando muita coisa das ciências e das artes que hoje em dia se conhecem, possuindo, não obstante, sua cultura própria e não desprezível. E note-se que cada hagiógrafo, como indivíduo, deu os seus pressupostos pessoais, o seu cabedal, rico ou pobre, de cultura humana, para exprimir a verdade divina na Bíblia.
Assim o profeta Isaias deu o seu ânimo nobre e culto de cortesão dos reis de Judá em Jerusalém; o profeta Jeremias deu a sua têmpera afetiva e sofredora; o profeta Amós, sua Índole de pastor de ovelhas, rústico amigo das cenas da natureza; o Apóstolo São João, a sua mente contemplativa; São Paulo, o seu caráter de mestre e polemista ardoroso, etc.
"Em vista da redação dos livros sagrados, Deus se servia de todos os elementos que Lhe eram úteis; em particular, serviu-se das aptidões pessoais dos escritores. Não escolheu um emotivo para escrever os textos jurídicos do Pentateuco, nem um espírito meticuloso para compor o Cântico dos Cânticos. Todas as condições sociais, todas as culturas, todos os temperamentos puderam assim ser aproveitados."
(Robert-Feuillet, Introduction à Ia Bible I. 1929, 25)
Destas considerações depreende-se que, na interpretação da Sagrada Escritura, é preciso discernir bem veste, forma literária, e o seu conteúdo, a fim de não se confundir a verdade infalível, divina, com a sua forma contingente de expressão. É mister, pois recorrer às leis de literatura dos antigos povos, a fim de se perceber com exatidão como falavam e apurar o que o hagiógrafo, em nome de Deus, queria dizer na Bíblia. Tenha-se por princípio firme que somente quando entendidas no sentido intencionado pelo autor sagrado (não, pois, como nós, modernos, as poderíamos entender numa leitura superficial) é que as afirmações da Sagrada Escritura são isentas de erro.
Eis a advertência de Pio XII:
"Com todo o esmero, recorrendo aos resultados das mais recentes pesquisas científicas, procure o exegeta averiguar o caráter pessoal e as circunstâncias de vida do escritor sagrado; examine a época em que viveu, quais as fontes orais ou escritas que tenha utilizado, quais os modos de expressão de que se tenha servido. Assim poderá o exegeta reconhecer adequadamente quem foi o hagiógrafo e o que intencionou exprimir mediante os seus escritos."
(Ene. «Divino afflante Spiritu» n* 19).
Voltemo-nos agora para a consideração de algumas importantes
3. Consequências da inspiração bíblica
De quanto foi até aqui dito, decorrem quatro corolários importantes:
1) Na Sagrada Escritura, existem gêneros literários diversos.
Que se entende por esta expressão?
«Gênero literário» é o conjunto de regras de estilo e vocabulário a que os homens de determinada época ou região costumam obedecer quando querem escrever sobre certo assunto. Assim há o gênero literário do jurista (estilo muito conciso, evitando figuras e termos ambíguos), o do historiador (estilo por vezes prolixo, minucioso, destituído de artifícios; vocabulário, por vezes, popular, adaptado ao modo de falar dos personagens da história), o do poeta (extremo oposto ao do jurista: liberdade de expressões, figuras literárias, frases inacabadas, intuições subjetivas…), etc. — É óbvio que cada um dos gêneros literários deve ser interpretado de modo consentâneo com as suas leis e propriedades: caso o leitor se descuide disto e queira ler um texto de poesia como lê uma página de leis arrisca-se a não perceber a mensagem que o texto quer exprimir.
Quem pela primeira vez propôs a existência de gêneros literários dentro da Sagrada Escritura, foram os críticos racionalistas do século passado, os quais mediante esse recurso visavam afirmar que na Bíblia existem mitos, lendas e outras narrativas que derrogam à autoridade e à dignidade do Livro Sagrado. Daí surgiu entre os exegetas católicos da primeira metade deste século a desconfiança para com a tendência a admitir gêneros literários na Bíblia.
Hoje em dia, porém, principalmente após a encíclica «Divino afflante Spiritu» (1943) de Pio XII, vê-se claramente que a inspiração bíblica não exclui, antes mesmo supõe, o uso de gêneros literários; na verdade, os autores sagrados, mesmo sob o influxo da inspiração bíblica, não deixaram de escrever como os demais autores de sua época, adaptando-se, portanto, às convenções de estilo e vocabulário vigentes para cada assunto. A inspiração divina apenas garantiu que nada de indigno, grosseiro ou mentiroso (como lendas e mitos) entrasse na Escritura Sagrada.
2) A inspiração bíblica se estende a todos os temas e mesmo a todos os vocábulos contidos na Sagrada Escritura.
Nos últimos decênios mais de um exegeta restringia a inspiração bíblica aos trechos concernentes à fé e aos costumes; assuntos profanos, portanto, não teriam sido atingidos pelo influxo da inspiração.
O Cardeal Newmann (+1890), por exemplo, julgava que a alusão ao cão que abanava a cauda, no livro de Tobias 11,9, ficava isenta da inspiração bíblica; da mesma forma, a menção do manto esquecido por São Paulo em Trôade e a ordem, dada a Timóteo, de o levar de novo ao Apóstolo (2 Tim 4,13)…
Contudo tais distinções são vãs… Para prová-lo, sirvamo-nos do exemplo já introduzido neste artigo: numa palavra escrita com giz em quadro-negro (como também numa estátua burilada por um artista com cinzel em mármore) não há traço algum que se deva exclusivamente ao autor principal (o homem que escreve ou burila) ou ao instrumento apenas (giz, cinzel…); mas todo e qualquer aspecto da escritura ou da estátua se deve reduzir integralmente à ação conjunta da causa principal e do instrumento respectivo. Assim também na Sagrada Escritura qualquer passagem, no seu teor preciso, versando sobre tal ou tal tema, com tal ou tal vocabulário, se reduz por inteiro à ação conjunta de Deus e do autor sagrado; nada fica entregue apenas ao autor humano, como nada fica entregue ao instrumento apenas (o cinzel) na confecção de uma estátua.
Então não há na Bíblia tema não inspirado? — Não; não o há. A possível surpresa que esta conclusão talvez provoque, se esvanecerá desde que se tenha em vista que «inspirado» não quer dizer «revelado, comunicado por Deus ao autor humano de maneira extraordinária». «Tema inspirado» quer dizer, no caso, apenas: «tema que, considerado à luz de Deus, apareceu ao hagiógrafo como condizente com a mensagem divina da Bíblia». Assim entraram na Escritura muitos assuntos totalmente indiferentes ou neutros do ponto de vista religioso (árvores genealógicas, mapas geográficos, catálogos de povos, etc.); contudo não ficaram isentos do influxo da inspiração, pois tais assuntos estavam naturalmente ligados com outros temas (temas religiosos) na mente do autor sagrado; servem de vigas ou traves de conexão entre os assuntos religiosos da Bíblia; contribuem destarte para constituir o «arcabouço» da Escritura Sagrada.
Em particular com referência às palavras mesmas da Bíblia, deve-se dizer que não há alguma que haja sido escolhida pelo autor humano apenas, sem a colaboração do Espírito Santo ou do dom da inspiração. Lembremo-nos, porém, mais uma vez de que «palavra inspirada», no caso, não quer dizer «palavra caída do céu» ou «palavra que prorrompe repentinamente no espírito do autor humano», mas apenas «palavra já contida no vocabulário do hagiógrafo, a qual com certeza infalível apareceu ao autor humano como veículo capaz de exprimir a mensagem divina». — Note-se bem que, segundo a psicologia humana, não há na mente verdades dissociadas de determinado vocabulário ou expressionismo; todas as nossas ideias, mesmo quando não proferidas com os lábios, estão sempre unidas a uma linguagem qualquer interior que as suporta e carrega. Por isto será vão ou contrário às leis da psicologia querer distinguir entre ideias e palavras na Bíblia, como se aquelas fossem objeto de inspiração, e estas não. Toda ideia, toda verdade existe no homem associada a palavras mentais, e a ação do Espírito Santo respeita este estado de coisas, apenas garantindo que por essa via não se introduzam erros de doutrina.
3) Não há na Escritura Sagrada páginas «mais inspiradas» e páginas «menos inspiradas». A ação do Espírito Santo e de seu instrumento humano (o autor sagrado) se exerce igualmente em toda e qualquer página da Bíblia, como a ação do artista e a do cinzel se exercem igualmente na configuração de qualquer traço da estátua de mármore.
4) À luz de quanto dissemos, também se percebe não ser incompatível com a inspiração a existência de fontes literárias da Bíblia. Os documentos-fontes terão sido redigidos independentemente da inspiração bíblica por quem quer que seja (judeu, pagão, na Palestina ou no estrangeiro); quando, porém, o autor bíblico resolveu utilizar tais documentos, transcrevendo-os ou adaptando-os de algum modo para redigir uma página da Escritura Sagrada, foi iluminado por Deus, a fim de distinguir com certeza infalível o que havia de verídico e consentâneo com a mensagem divina nessas fontes, e o que havia de não consentâneo ou não autêntico. O que o autor sagrado então tirou dessas fontes, passou a ser garantido pela prerrogativa da inspiração bíblica. Cf. «P. R.» 26/1960, qu. 5.
Admitem-se também acréscimos sucessivamente feitos ao texto de determinados livros bíblicos; tais acréscimos, muitas vezes, passaram a constituir partes do conteúdo oficial ou canônico da Sagrada Escritura (assim, por exemplo, o «estatuto do Rei» em Dt 17,14-20 é pelos críticos modernos atribuído a um autor do tempo da monarquia em Israel, posterior a Moisés, embora o estatuto apareça num discurso de Moisés). À vista disso, deve-se dizer que todos os escritores que de algum modo concorreram para dar a configuração definitiva do texto bíblico canônico gozaram do dom da inspiração bíblica.
As considerações propostas já bastam para evidenciar o sentido das «deficiências» do texto bíblico. Sem afetar de algum modo a verdade (o que é de importância capital), elas constituem a face humana da Palavra de Deus; são consequências do mistério da descida do Divino ao humano, mistério que culminou na Encarnação do Filho de Deus em Jesus Cristo. A Sagrada Escritura é, por isto, dita «um sacramental», ou seja, um sinal sensível que comunica a graça, estendendo os benefícios da Redenção a quem a use com fé e amor.
Mas um dia comecei a pensar com minha própria cabeça. "Estudar com extrema seriedade" se aplica a todas as crendices. E de nada adianta se as premissas são falsas. De que adianta ser "comunidade de fiéis" se o que vale é o que o papa decreta? Errado. O AT começou a ser escrito por volta de 800 a.C.
As cópias mais antigas dos livros do AT datam de 120 a.C.
O que aconteceu nesse intervalo? Não sabemos.
Mais sobre o assunto:
https://fernandosilvamultiply.blogspot.com/2015/07/onde-esta-o-texto-original-da-biblia.html Mas não nos diz nada sobre o texto original. Da mesma forma, não temos os textos originais do NT, apenas um fragmento aqui, outro acolá.
Sem falar em que esses fragmentos nos mostram que houve proto-evangelhos que, mais tarde, evoluíram para a versão atual.
E sem falar que o cânon é arbitrário, decidido por gente que não conhecemos segundo critérios que não conhecemos. Ou tipo "Devem ser 4 evangelhos porque são 4 os cantos da Terra".
E se a verdade estiver nas centenas de evangelhos, epístolas e apocalipses queimados por não corresponderem à versão oficial? E, é claro, permanece o problema de confiabilidade dos supostos autores dos evangelhos.
Não sabemos se o que eles relatam aconteceu mesmo.
E sem essa de achar que um dia haverá uma explicação.
Podemos viver diante das lacunas nos conhecimentos da ciência, mas a Bíblia tem que ser claríssima e sem contradições desde sempre.
"Falsus in uno, falsus in omnibus"
Uma longa lista de contradições (que aumenta de vez em quando):
https://fernandosilvamultiply.blogspot.com/2008/06/contradicoes-biblicas.html
Isaías usou a palavra "Almah" (mulher jovem) e não "Betulah" (virgem).
Falou de uma criança que estava para nascer, não de alguém que nasceria 700 anos depois.
Disse que seu nome seria Emanuel, não Jesus.
Seu objetivo era dar uma ideia de tempo ao rei de Judá, que estava com medo de uma invasão dos assírios: "quando uma criança que está para nascer já estiver correndo pelos campos blá-blá-blá".
O rei estava pouco se lixando para o que poderia acontecer 700 anos depois. Ele citou uma suposta profecia das Escrituras para dar credibilidade às suas fantasias. Afirmação de fé, sem valor como argumento.
Uma comparação cuidadosa revela que vários outros trechos foram aproveitados
fora de contexto ou tomados como profecia, quando na verdade se referiam a outras
coisas. Exemplos:
-Lucas 01:28-33, onde o nascimento de Jesus é anunciado a Maria, uma cópia quase
exata de Sofonias 03:14-18, onde se profetiza o triunfo de Israel sobre as
nações que a oprimiram.
-Mateus 02:05-06 e João 07:42, onde se diz que o nascimento de Jesus em Belém fora
profetizado. Entretanto, o trecho que fala de Belém (Miqueias 05:02), se refere
ao clã de David, Belém Éfrata, e não a uma cidade. Além disto, mesmo que fosse
uma cidade, o tal Messias profetizado viria para espalhar o terror e a morte
entre os inimigos de Israel e torná-la poderosa, enquanto que Jesus afirmou que
"meu reino não é deste mundo". Fala também que tal messias libertaria Judá dos
assírios, mas estes nunca invadiram suas terras. Na época em que Jesus teria
vivido, os assírios já não existiam mais.
-Mateus 01:22 cita Isaías 07:14 sobre o nascimento do messias de uma virgem,
quando Isaías falava de uma criança de seu tempo, 700 anos antes de Cristo, não
de uma virgem mas de uma jovem, não de Jesus mas de Emanuel.
-Mateus 21:01-07 (e os outros evangelistas) dizem que a entrada de Jesus em
Jerusalém montado num jumento fora prevista em Zacarias 09:09 mas, mais uma
vez, o rei de que fala Zacarias era um rei humano, que reinaria sobre Israel,
não Jesus. As aclamações do povo foram tiradas do Salmo 117:26 ("Bendito o que
vem em nome do Senhor").
-Mateus 26:15 e 27:03-10 fala da traição de Judas e das 30 moedas como tendo
sido profetizada em Salmos 41:09 e Zacarias 11:12-13. Entretanto, nenhuma das
passagens fala do messias. Nos salmos, é David, o autor, que se diz traído e se
considera um pecador.
E Zacarias diz ter recebido as 30 moedas por um serviço prestado, sem nenhuma
traição envolvida (e ele também devolve as moedas). Mateus diz que a compra do
campo do oleiro com as 30 moedas fora profetizada por Jeremias, mas tal profecia
não existe.
-João 02:14-16 (e os outros evangelistas) falam sobre como Jesus expulsou os
vendilhões do Templo. Considerando-se o tamanho do pátio do Templo e o fato
de que o comércio de animais era essencial à realização dos sacrifícios pelos
fiéis, não tinha nada de ilegal e tinha o apoio das autoridades religiosas,
parece improvável que um único homem com um chicote conseguisse expulsar a
todos, ainda por cima impunemente. Esta passagem parece ter sido inspirada em
Zacarias 14:21 ("Naquele dia não tornará mais a haver mercador na casa do Senhor
dos Exércitos") e Jeremias 07:11 ("Esta minha casa está convertida em um covil de
ladrões").
-Os Salmos 22:02-19, 34(33):21 e 69:22 foram usado na crucificação, embora nele David
falasse de seus inimigos e da perseguição que sofria do rei Saul e Abimelec:
"Meu Deus, meu Deus, por que me abandonaste? [...] Todos os que me vêem
zombam de mim, abrem a boca e balançam a cabeça: "Ele recorreu a Javé ... pois
que Javé o salve! Que o liberte, se é que o ama de fato!" [...] Cães numerosos
me rodeiam, e um bando de malfeitores me envolve, furando minhas mãos e meus pés.
Posso contar todos os meus ossos. As pessoas me observam e me encaram, entre
si repartem minhas vestes, e sorteiam a minha túnica".
"Como alimento me deram fel, e na minha sede me deram vinagre"
"Javé protege os ossos do justo: nenhum deles será quebrado".
De qualquer modo, não se podem levar a sério profecias que se dizem realizadas no
mesmo livro em que foram feitas. É preciso que a comprovação seja externa ao
livro. E isto não acontece. Um exemplo perfeito de profecia fracassada está em
Ezequiel 26 e 29 (NOTA 2). E pode-se suspeitar de que várias "profecias" foram
feitas depois do fato ocorrido.
https://fernandosilvamultiply.blogspot.com/2004/10/o-mito-do-jesus-historico.html
que a Bíblia descreve em Josué, Samuel e outros. Por outro lado, por que aceitar como
verdadeiras as palavras escritas por uma tribo de bárbaros primitivos sobre o que
lhes teria dito seu deus? Como saber se eles não entenderam errado ou adaptaram a
mensagem à sua realidade e conveniência? Se eles afirmam que o próprio Yaveh
ordenou que cometessem tantas atrocidades (ou que as cometeu ele mesmo), ou nada
do que dizem sobre seu deus é confiável ou, se for verdade, seu deus é um monstro
e não deveria ser venerado nem obedecido. Se Deus existe, deveria ofender-se com a
imagem que a Bíblia faz dele.
Algumas coisas não podem ser tomadas fora de contexto. Por exemplo: é normal que
índios vivam nus em suas aldeias no meio da floresta, mesmo que não possamos fazer
o mesmo numa cidade grande. Por outro lado, para que contexto podemos apelar que
justifique o comportamento de um pai que estupra a filha de 8 anos? Que valor podem
ter as palavras de um homem assim? Da mesma forma, que critérios temos para filtrar
ou decodificar a verdadeira mensagem de Deus à humanidade contida nas palavras
de gente que extermina povos inteiros, incluindo os animais, rasga a barriga das
gestantes para arrancar os fetos, poupando apenas as virgens, para estuprá-las, e diz
que seu deus o ordenou?
Tudo o que temos é uma colcha de retalhos escrita por auto-intitulados profetas
ou mestres, sobre os quais pouco ou nada sabemos, cheia de enigmas, absurdos
e contradições. Tentar criar "mensagens" a partir da Bíblia significa apenas inventar
uma religião segundo critérios pessoais e interpretações sem base lógica. Não é o
desejo dos crentes de que haja uma "mensagem" e um "contexto" que vai fazer com
que existam.
Alguns crentes criticam os que "só abrem a Bíblia para procurar defeitos, em vez de
olhar para o que há de bom". No caso do pai citado acima, talvez devamos nos
concentrar no fato de que é um cidadão respeitável, que faz caridade e vai à igreja
todos os domingos, e não dar tanta importância a pequenos detalhes de sua vida
pessoal ...
{Leão XII morreu em 1829, e a primeira referência à suposta proibição da vacina contra a varíola é de 1879.
A primeira coisa que chama a atenção neste caso é que não existe absolutamente nenhuma fonte primária – bula, discurso, decreto, encíclica, o que for – contendo a tal proibição, o que, no caso do Vaticano, em que tudo é registrado por escrito, praticamente equivale a um atestado de inexistência. Além disso, não há nem mesmo registros extraoficiais, de historiadores ou cronistas contemporâneos a Leão XII, o que provavelmente teria ocorrido caso o papa realmente tivesse tomado tal decisão.
Em 2008, a Revue d’Histoire Ecclésiastique publicou o artigo “Pratique de la vaccination antivariolique dans les Provinces de l’État pontifical au 19e s. Remarques sur le supposé interdit vaccinal de Léon XII”, de Yves-Marie Bercé e Jean-Claude Otteni.
Ainda em meados do século 18, o papa Bento XIV já tinha levado o método da variolação aos Estados Pontifícios; quando surgiu a vacina contra a varíola, o Estado papal esteve entre os países que a adotaram, graças ao papa Pio VII, antecessor imediato de Leão XII. Havia até mesmo um centro de vacinação no Hospital do Espírito Santo, perto do Vaticano, e em 1821 foi estabelecido um Conselho de Vacinação.
Mas tudo isso é anterior a Leão XII. E depois? Depois continuou tudo como estava. Em 1824, já no pontificado de Leão XII, o médico Luigi Sacco afirmava que praticamente todos os recém-nascidos em Roma eram vacinados a ponto de já não se temer a varíola. Não há nenhum registro de interrupção da prática de vacinação, nem de surtos de varíola ou número incomum de mortes durante as décadas de 1820 ou 1830.
Pelo contrário: um estudo de 1838 (nove anos após a morte de Leão XII) afirmou que os Estados pontifícios não deviam nada ao restante da Europa ocidental em termos médicos.
Escrito por Márcio Antônio Campos
Essas roupas eram as roupas normais do império romano na época de Constantino ( já tinham mudado um pouco em relação à época de Júlio César mas ainda eram túnicas) e esses chapéus eram chapéus de luxo normais, a única coisa é que nos laicos acabou saindo de moda mas os religiosos profissionais continuaram usando elas e também em lugares em que nunca houve império romano.
https://cooperadoresdaverdade.com/idade-media-o-que-nao-nos-ensinaram/
https://cooperadoresdaverdade.com/socialismo-comunismo-e-coletivismo/
https://cooperadoresdaverdade.com/por-que-a-igreja-e-tao-inflexivel-em-certas-questoes/
https://cooperadoresdaverdade.com/e-possivel-ser-bom-cristao-fora-da-igreja/
https://cooperadoresdaverdade.com/amp/nao-a-paz-mas-a-espada-como-entender-as-palavras-de-jesus/
https://cooperadoresdaverdade.com/o-que-a-igreja-diz-sobre-a-propriedade-privada/
https://cooperadoresdaverdade.com/a-igreja-e-a-guerra/
https://cooperadoresdaverdade.com/o-diluvio-foi-real/
Não admira que existam tantas vertentes contraditórias dentro do Cristianismo e todas afirmarem terem as escrituras como base. 🙄
Isso porque não é um Deus de confusão, imagina se fosse. 😤
https://cooperadoresdaverdade.com/a-igreja-proibiu-a-leitura-da-biblia/
Hora de ignorar esse tópico. 😑
É correto interpretar a bíblia livremente?O texto encontra-se na Página 7 deste tópico.
A Bíblia inteira é inspirada por Deus?O texto encontra-se logo no começo da pagina 8 deste tópico.
Aconselhável ler também os textos citados pelos seguintes links postados acima para entender melhor as respostas às suas dúvidas.
Tendo como base a legitima autoridade de uma instituição eclesiástica dada pelo próprio Deus,que compôs e organizou as escrituras; logo,há restrições como se deve interpreta-la tendo a Igreja decisão final na interpretação sobre qualquer versículo de quaisquer livros tratados na Bíblia;confusão só há fora da Igreja em conluio com o pecado e não com Deus.
https://cooperadoresdaverdade.com/o-que-e-a-tradicao-da-igreja/
Eu tô vendo isso há um certo tempo aqui.
Este trecho já basta para dar uma ideia da bobajada:
A tal de infalibilidade da Igreja foi decretada por ela própria com base em um texto que ela não tem como provar que é verdade.
Em resumo:
"É verdade esse bilete"
Se você quer nos convencer de que ela é a verdadeira, não está funcionando.
Você tem que começar pelo básico:
1. Provar que Deus existe
2. Provar que ele é o deus dos católicos
3. Provar que Jesus é Deus
4. Provar que as Escrituras foram inspiradas por Deus e são confiáveis.
Mas você já toma os itens acima como premissas.
Enquanto elas não forem comprovadas, nenhuma conclusão obtida a partir delas é válida.
O problema que vejo para quem é Católico é que se eles assumirem que as premissas precisam ser provadas a fé vai pro buraco e acima disso a própria religião passaria a ser apenas um norte ético a ser seguido porém sem lastro sobrenatural ou divino, estando assim nivelada a qualquer outra ideologia política e nada mais.
É importante pro mundo que católicos não percam a fé porque sem isso teríamos problemas com certos aspectos do direito natural eu imagino.