Ateu Maluco 1A
Ateu Maluco 1A
Conversa 1
H - Este será o parágrafo inicial da primeira conversa a ser publicada. Assim está bom?
D - Sim, obrigado. Apresentando-me aos leitores, sou Deus. Este meu filho aceitou escrever um projeto de revelação pública, em forma de conversa, na qual ele tem o direito de perguntar o que quiser, desde que a respeito de assuntos religiosos. Conforme nosso grau de sucesso, este novo ministério apressará a conclusão do juízo final, por minha misericórdia, pelo mérito do meu verbo salvador e a amorosa graça de nosso espírito santo. Pode prosseguir.
H - Também me apresentando, meu nome é Hugo, e ouço uma voz que afirma ser Deus. Ela manifesta personalidade, vontade própria e ultrapassa bastante o que eu atribuiria à imaginação, parecendo mais uma alucinação bem forte. Como não sou espírita, não uso drogas e nem bebo muito, deverei buscar auxílio médico, caso o sintoma persista. É peculiar que a voz entende o que eu falo, mas apenas responde ao que escrevo. Ela afirmou que discutiria religião comigo (aproveitando para fazer suas revelações), desde que por escrito e aceitando algumas regras, como, não usar baixo calão, nada omitir de suas falas e não corrigir qualquer parágrafo depois de já ter começado a escrever o parágrafo seguinte. Como sou ateu militante, achei difícil dispensar a diversão. De modo que vossa divina onipotência pode prosseguir.
D - Obrigado. Pode iniciar as perguntas.
H - Mais um detalhe, a voz não exigiu, mas solicitou, que eu use maiúscula na palavra deus, quando eu considerá-la um nome próprio, pois, as revelações são principalmente dirigidas aos leitores que já têm fé religiosa. Vou iniciar com uma pergunta que já havia feito, e que a voz não respondeu, mas afirmando que o faria, se fosse para publicar. A pergunta é: para que eu fui criado, ou, para que eu existo?
D - Você existe para decidir o que você é.
H - Interessante, mas, esta resposta deve ser mesmo para os seus leitores encantados - não para mim. Entretanto, é curioso: você me criou, e sou eu quem tem que decidir o que sou?
D - Sim.
H - Mas, se você me criou, você deve saber o que sou!
D - Sim: você é a liberdade de ser!
H - Ora, por acaso esta resposta tem florezinhas em torno? Não acha que mais parece carolice simplória, do que ao menos alguma hipótese plausível?
D - Pode parecer qualquer das duas, mas não é nenhuma. Você é de fato a criatura mais livre que existe neste universo, mais até que os anjos, capaz de decidir, ser e fazer tudo o que bem quiser.
H - Hm... Então, por exemplo, se eu quiser virar um peixinho: eu apenas peço, você pisca, e pronto - já posso mergulhar no aquário!
D - Não precisaria pedir e, se acha necessário, você mesmo teria que piscar. É você quem é livre para fazer e ser o que quiser.
H - Bem, se espera que eu pisque especificamente para testar se viro peixe - não sou tão ingênuo (nem idiota). Se o fizesse, eu estaria concedendo crédito a um absurdo e, provavelmente, ainda agravando este meu surto psicótico. Entretanto, tenho certeza de que nada aconteceria, se eu piscasse.
D - Sim - neste caso, nada aconteceria.
H - Não aconteceria: por eu não acreditar, ou, por eu estar psicótico?
D - Tanto num caso, como no outro. Poderíamos analisar as exclusões mútuas com auxílio de uma tabela-verdade.
H - Não... prefiro discutir a sua própria exclusão - o que mata os dois coelhos de uma vez!
D - Como preferir.
H - Você disse que seria eu quem teria que piscar, porque sou eu quem é livre. Está implicando que você não é livre? Se você é Deus, deveria ser a liberdade em pessoa...
D - Sim, eu sou a liberdade absoluta e em pessoa, mas, a perfeição desta mesma liberdade completa-se em você. Você culmina a perfeição da liberdade absoluta.
H - Não é pouca coisa não... Mas, claro que não está se referindo a mim pessoalmente, e sim a toda a espécie humana, certo?
D - As duas coisas. Você é Adão e Eva, de modo que, tanto me refiro a você, quanto a toda a humanidade.
H - Meu deus... Até que você já estava ao menos coerente! Seria interessante manter alguma racionalidade básica! Mas agora vai apelar para esta historinha de Adão e Eva, e ainda afirmar que sou eu? Já estamos no finalzinho do século vinte, meu! Você não disse que este seu ministério é novo?
D - Já deveria lhe parecer novo. De qualquer modo, esta questão fica a meu critério, naturalmente. E, no meu parágrafo anterior, você corrigiu "Adão" para "Adão e Eva", quando já estava escrevendo o parágrafo seguinte...
H - De fato. Eu corrigi para não omitir nada (como combinado), e você realmente disse Adão e Eva, apesar de eu ser homem. Errei por capricho indevido quando escrevi apenas Adão.
D - Sim, errou, mas eu poderia tê-lo corrigido se achasse importante. Lembre-se de que não há pressa em redigir o que digo e em responder. Pode rascunhar em outra folha, se quiser. Mas, por favor, não passe para o próximo parágrafo sem estar determinado a manter o que escreveu, mesmo que descubra ter errado. Você também pode reportar-se e retificar qualquer erro, ou omissão, nos parágrafos seguintes.
H - Realmente acho isto bem estranho... Mas, por mim tudo bem - ainda mais sendo sobre esta lenda tão importante, de Adão e Eva...
D - Sim, é importante, mas, não é lenda. Se quer saber a respeito, pergunte.
H - Não, obrigado. Prefiro algo mais pensável, como esta questão da liberdade... Então, se você não me criasse, você não seria perfeitamente livre?
D - Exato. Mais especificamente, eu não seria livre para renunciar à minha própria liberdade.
H - Bomba! Deus renuncia à sua própria liberdade! Ora, mas, por que você iria querer ficar sem sua liberdade?
D - Porque a imperfeição é indispensável como um de meus infinitos modos de ser perfeitamente livre.
H - Hm, ou seja: sendo infinito, você também tem que ser capaz de ser finito...
D - Certo. E sendo esta apenas uma entre minhas infinitas versatilidades.
H - Mas, isto seria como alguém querer liberdade para ser escravo... É uma contradição.
D - Você intuiu bem, mas, passaria a ser contradição apenas após haver a experiência da escravidão - a qual de fato caracteriza uma necessidade experimental e específica desta criação. Em outras criações, não possibilitei este tipo de liberdade.
H - Ora... então foi justamente o ser humano, que aqui represento, o escolhido como cobaia para este seu especial experimento de escravidão?
D - Sim, meu filho - tenho orgulho de você.
H - Se foi piada, achei de péssimo gosto! Não poderia você mesmo se escravizar, sem envolver quem nada tem a haver com suas ambições esquisitas?
D - Temos muito a haver, reciprocamente. Eu sou a sua vida. Eu vivo - em você - a experiência da liberdade total. E você vive - em mim - a consequente experiência do poder total, podendo ser e fazer o que bem quiser. Você é o coroamento de minha liberdade - minha obra prima, perfeita e completa.
H - Puxa! Então, esta sua esplêndida obra prima é justamente uma criatura capaz de ser escrava e sofrer todo o mal que a escravidão implica?
D - Sim, isto mesmo.
H - Que maravilha! Muito obrigado! E você fica sentado aí, no seu trono de ouro, só assistindo a carnificina!
D - Mas, eu amo você!
H - Outra piada? Não gostei nada!
D - De fato, é uma piada famosa...
H - Não conheço, e acho absurda e reprovável. Ou, o seu aclamado amor pela humanidade é, mesmo, somente uma piada absurda, tal como parece?
D - Do ponto de vista descrente, claro que parece absurdo. Mas, é um absurdo importante, que faz parte da própria experiência do sofrimento.
H - Genial! Isto justifica o absurdo do sofrimento, pois o sofrimento tem, mesmo, que ser absurdo! Só mesmo sendo algum deus, para conceber algo assim, tão sofisticadamente desumano! Aliás, havíamos combinado alguma coisa sobre eu não poder ser sarcástico? Porque isto não parece merecer outra coisa!
D - Nossa conversa continua sendo informal, tanto quanto queira - ao que já venho correspondendo e assim continuarei. Mas, manifestações de cinismo e ceticismo são naturais em quem quer entender estas questões, até com boa vontade, mas, deparando-se com obstáculos quase intransponíveis.
H - Pois é! Não deveriam haver estes obstáculos, não acha?
D - Acho, mas, para experimentar a liberdade, você mesmo os criou; ingenuamente, claro.
H - Eu? Não lembro de nada disto!
D - Naturalmente, não lembra. Em conjunto, estes obstáculos são ilusões, ou expectativas enganosas, criadas exatamente pelo esquecimento dos fatos da vida. Você os esqueceu.
H - Que fatos?
D - Os fatos da história espiritual da vida.
H - Como se eu já tivesse notícia desta história...
D - E tem. É a história já conhecida ainda melhor por ateus militantes do que por religiosos, sobre a origem e situação espiritual do ser humano: o Éden, o pecado original, a queda do homem, etc. Caso não conheça bem, basta ler a gênese, ou perguntar a quem sabe: um padre, um pastor, um teólogo... Isto é conhecimento primário - o abc da religião.
H - Ah, novamente... Entendi. Bem, eu nem perguntaria mesmo a nenhum deles, porque, seria como pedir para uma criança crente esclarecer minhas dúvidas sobre o Papai Noel, e ela responder-me com suas fantasias!
D - Bem, se mesmo assim você ainda tiver interesse, claro que pode me perguntar. Porém, eu responderia basicamente o mesmo que algum teólogo - de modo que você também julgaria ser fantasioso.
H - Na verdade não acho que a maioria dos teólogos acredite nesta baboseira. Eles dirão que trata-se de um mito, uma simbologia cosmogônica, uma alegoria moral, ou algo assim. O problema é que eles deixam as ovelhinhas acreditarem em tudo literalmente - por que será, não?
D - Na verdade mesmo, é entre as ovelhas que esta crença é proporcionalmente minoritária. Sugiro que aproveite para perguntar a eles sobre isto, também.
H - Não entendi se está insinuando que devemos encerrar nossa conversa para eu consultar algum sacerdote - e assim não perdermos tempo com questões básicas... De qualquer modo, não vou fazer isto, e realmente pouco me importo, já que você não passa de uma voz na minha cabeça.
D - Como disse, eu mesmo posso responder a estas questões, pois realmente são muito importantes. Mas se, de qualquer modo você continua conversando comigo, é meu dever responder que eu sou Deus, e não uma voz na sua cabeça.
H - Ah, não? Mas, eu estou ouvindo você na minha cabeça! Se negar, vai confirmar a triste realidade de meu delírio solitário, e que você nem existe!
D - Eu existo. Agora, a voz, ou o delírio, são por sua conta.
H - O quê... Mas, você não está falando comigo?
D - Não.
H - Mas, eu estou ouvindo...
D - É evidente que deve estar, tanto por afirmar que ouve, como porque você consegue escrever o que eu comunico, ou transmito, espiritualmente. Claro que escreve com seu próprio estilo e vocabulário, mas, chega a riscar e corrigir o que escreveu, como se me ouvisse repetir. Está indo muito bem!
H - Quer dizer que você escolheu transmitir para mim, porque eu posso ouvir o que diz e passar para o papel, mesmo sem você estar falando?
D - Sim, e mesmo sendo um agnóstico descrente.
H - Inacreditável! Mas, e mentalmente - você não está usando palavras? Elas são apenas minhas?
D - Como eu sou espírito puro, minha transmissão não é física, nem mental, e sim puramente espiritual - de modo que você com ela comunga apenas espiritualmente. Em seguida a interpreta mentalmente e depois expressa literalmente. Sendo assim, apenas procuro adaptar-me às suas limitações pessoais e culturais, incluindo a simples inexistência de terminologia adequada.
H - Mas, e pelo meu lado? Eu o estou ouvindo fisicamente?
D - Como está ouvindo mesmo sem ser espiritualmente muito capacitado, então deve estar ouvindo mentalmente, e cerebralmente.
H - Não pela audição?
D - Pelo menos, acusticamente não. Não posso entrar em sua experiência, mas, acho que você me ouve como se ouvisse seus próprios pensamentos, porém alto e claro. Convém esclarecer que eu transmito espiritualmente, desta mesma maneira, amorosa e constantemente, para cada um de meus filhos e filhas nesta terra perdida, pois manifesto-me permanentemente como o espírito santo querido de seus corações. Porém, como com você, cada um me percebe apenas conforme sua vontade, capacidade, e receptividade.
H - Ainda que fosse, não acho que outros conseguiriam ouvir você na cabeça, como eu.
D - É verdade - assim como provavelmente não precisariam ficar escrevendo para poderem comunicar-se comigo. É o exercício sincero da fé, como o amor a Deus, a oração, e o perdão, o que mais desenvolve este poder de comunicação espiritual, mas ainda assim, dependendo de quanto e como a mente aceita minha presença.
H - Entendi. Ou seja, se não passam a ouvir vozes, podem ter visões, revelações, encontrar sinais, etc. Pois eu acho tudo isto uma alienação! Acho que ficar orando, ou rezando, serve apenas para condicionar o cérebro, e a pessoa acaba sentindo o que estava, mesmo, pretendendo sentir.
D - Claro que não apenas, mas, sim, naturalmente. O condicionamento do sistema nervoso também é importante na religião, assim como é em outras áreas que envolvam treinamento, como na maioria dos ofícios e artes. É preciso pretender que as requeridas habilidades desenvolvam-se, e que sejam úteis.
H - Bem, se está sugerindo que eu, como escritor, treinei para ouvir meus pensamentos pelo exercício de escrever, então, o fato de eu conseguir ouvir você, apenas por escrever nosso diálogo, pode ser apenas minha imaginação, ainda que louca.
D - De fato, tem sido apenas escrevendo que sua vontade abre-se à comunhão comigo. Mas, não posso negar que a hipótese da imaginação, vinda de você, é ao menos honestamente válida.
H - Bom, até agradeço o reconhecimento, mas, que relevância tem isto? Tenho um meio-parente doidinho que bate papo com o seu próprio carro, seja de fora, ou enquanto está dirigindo, e até comigo dentro...
D - Ele acha que o carro dele é vivo e inteligente... No fundo acha estranho, mas acostumou-se, de modo que às vezes ele me ouve também, mas, com a voz do carro.
H - Registro que fiquei me acabando de rir por uns dois minutos. Então, somos três loucos - mesmo que você exista! Não vê que deve agravar a loucura dele deixá-lo pensar que você é o carro?
D - Pois é como já mencionei: não sou eu quem escolhe como é entendido o que inspiro, mesmo que seja entendido como ilusão. Se um filho meu, ou filha, faz qualquer contato comigo, isto tem prioridade. Se me conceder apenas um segundo, ainda que distorcido, farei dele o máximo permissível. Além disto, o louco tem os mesmos direitos espirituais que o santo, apesar de que, obviamente, este me distingue e entende com muito maior fidelidade.
H - No meu caso, eu - entendo você com fidelidade?
D - Sim, o suficiente para cooperarmos numa boa obra. Convém relatar que há algum tempo você começou a escrever um diálogo fictício comigo, quando evidenciou realmente entender e conversar comigo, por este meio. E como você, mesmo desconfiando e desafiando - continua aceitando e escrevendo - então eu continuo revelando. Até aonde vamos, você decidirá.
H - É verdade, eu decidirei. E quero frisar bem que, racionalmente, continuo julgando esta conversa como pura ficção, talvez com algum potencial de sucesso! Agora: ter um personagem fictício falando alto e afirmando ser algum espírito - é isto o que começa a decolar da realidade, e até da própria ficção!
D - Deve estar se referindo ao seu conceito pessoal de realidade, o qual, evidentemente, é materialista.
H - Pois então: um materialista estranhamente ouvindo algum deus, que certamente vai ficar apenas falando, sem provar coisa alguma... O que você acha que devo concluir? Tem que ser alguma psicose! E, assim sendo, que valor terá esta conversa doida, em que discuto comigo mesmo?
***
(continua em Ateu Maluco 1B)
Conversa 1
H - Este será o parágrafo inicial da primeira conversa a ser publicada. Assim está bom?
D - Sim, obrigado. Apresentando-me aos leitores, sou Deus. Este meu filho aceitou escrever um projeto de revelação pública, em forma de conversa, na qual ele tem o direito de perguntar o que quiser, desde que a respeito de assuntos religiosos. Conforme nosso grau de sucesso, este novo ministério apressará a conclusão do juízo final, por minha misericórdia, pelo mérito do meu verbo salvador e a amorosa graça de nosso espírito santo. Pode prosseguir.
H - Também me apresentando, meu nome é Hugo, e ouço uma voz que afirma ser Deus. Ela manifesta personalidade, vontade própria e ultrapassa bastante o que eu atribuiria à imaginação, parecendo mais uma alucinação bem forte. Como não sou espírita, não uso drogas e nem bebo muito, deverei buscar auxílio médico, caso o sintoma persista. É peculiar que a voz entende o que eu falo, mas apenas responde ao que escrevo. Ela afirmou que discutiria religião comigo (aproveitando para fazer suas revelações), desde que por escrito e aceitando algumas regras, como, não usar baixo calão, nada omitir de suas falas e não corrigir qualquer parágrafo depois de já ter começado a escrever o parágrafo seguinte. Como sou ateu militante, achei difícil dispensar a diversão. De modo que vossa divina onipotência pode prosseguir.
D - Obrigado. Pode iniciar as perguntas.
H - Mais um detalhe, a voz não exigiu, mas solicitou, que eu use maiúscula na palavra deus, quando eu considerá-la um nome próprio, pois, as revelações são principalmente dirigidas aos leitores que já têm fé religiosa. Vou iniciar com uma pergunta que já havia feito, e que a voz não respondeu, mas afirmando que o faria, se fosse para publicar. A pergunta é: para que eu fui criado, ou, para que eu existo?
D - Você existe para decidir o que você é.
H - Interessante, mas, esta resposta deve ser mesmo para os seus leitores encantados - não para mim. Entretanto, é curioso: você me criou, e sou eu quem tem que decidir o que sou?
D - Sim.
H - Mas, se você me criou, você deve saber o que sou!
D - Sim: você é a liberdade de ser!
H - Ora, por acaso esta resposta tem florezinhas em torno? Não acha que mais parece carolice simplória, do que ao menos alguma hipótese plausível?
D - Pode parecer qualquer das duas, mas não é nenhuma. Você é de fato a criatura mais livre que existe neste universo, mais até que os anjos, capaz de decidir, ser e fazer tudo o que bem quiser.
H - Hm... Então, por exemplo, se eu quiser virar um peixinho: eu apenas peço, você pisca, e pronto - já posso mergulhar no aquário!
D - Não precisaria pedir e, se acha necessário, você mesmo teria que piscar. É você quem é livre para fazer e ser o que quiser.
H - Bem, se espera que eu pisque especificamente para testar se viro peixe - não sou tão ingênuo (nem idiota). Se o fizesse, eu estaria concedendo crédito a um absurdo e, provavelmente, ainda agravando este meu surto psicótico. Entretanto, tenho certeza de que nada aconteceria, se eu piscasse.
D - Sim - neste caso, nada aconteceria.
H - Não aconteceria: por eu não acreditar, ou, por eu estar psicótico?
D - Tanto num caso, como no outro. Poderíamos analisar as exclusões mútuas com auxílio de uma tabela-verdade.
H - Não... prefiro discutir a sua própria exclusão - o que mata os dois coelhos de uma vez!
D - Como preferir.
H - Você disse que seria eu quem teria que piscar, porque sou eu quem é livre. Está implicando que você não é livre? Se você é Deus, deveria ser a liberdade em pessoa...
D - Sim, eu sou a liberdade absoluta e em pessoa, mas, a perfeição desta mesma liberdade completa-se em você. Você culmina a perfeição da liberdade absoluta.
H - Não é pouca coisa não... Mas, claro que não está se referindo a mim pessoalmente, e sim a toda a espécie humana, certo?
D - As duas coisas. Você é Adão e Eva, de modo que, tanto me refiro a você, quanto a toda a humanidade.
H - Meu deus... Até que você já estava ao menos coerente! Seria interessante manter alguma racionalidade básica! Mas agora vai apelar para esta historinha de Adão e Eva, e ainda afirmar que sou eu? Já estamos no finalzinho do século vinte, meu! Você não disse que este seu ministério é novo?
D - Já deveria lhe parecer novo. De qualquer modo, esta questão fica a meu critério, naturalmente. E, no meu parágrafo anterior, você corrigiu "Adão" para "Adão e Eva", quando já estava escrevendo o parágrafo seguinte...
H - De fato. Eu corrigi para não omitir nada (como combinado), e você realmente disse Adão e Eva, apesar de eu ser homem. Errei por capricho indevido quando escrevi apenas Adão.
D - Sim, errou, mas eu poderia tê-lo corrigido se achasse importante. Lembre-se de que não há pressa em redigir o que digo e em responder. Pode rascunhar em outra folha, se quiser. Mas, por favor, não passe para o próximo parágrafo sem estar determinado a manter o que escreveu, mesmo que descubra ter errado. Você também pode reportar-se e retificar qualquer erro, ou omissão, nos parágrafos seguintes.
H - Realmente acho isto bem estranho... Mas, por mim tudo bem - ainda mais sendo sobre esta lenda tão importante, de Adão e Eva...
D - Sim, é importante, mas, não é lenda. Se quer saber a respeito, pergunte.
H - Não, obrigado. Prefiro algo mais pensável, como esta questão da liberdade... Então, se você não me criasse, você não seria perfeitamente livre?
D - Exato. Mais especificamente, eu não seria livre para renunciar à minha própria liberdade.
H - Bomba! Deus renuncia à sua própria liberdade! Ora, mas, por que você iria querer ficar sem sua liberdade?
D - Porque a imperfeição é indispensável como um de meus infinitos modos de ser perfeitamente livre.
H - Hm, ou seja: sendo infinito, você também tem que ser capaz de ser finito...
D - Certo. E sendo esta apenas uma entre minhas infinitas versatilidades.
H - Mas, isto seria como alguém querer liberdade para ser escravo... É uma contradição.
D - Você intuiu bem, mas, passaria a ser contradição apenas após haver a experiência da escravidão - a qual de fato caracteriza uma necessidade experimental e específica desta criação. Em outras criações, não possibilitei este tipo de liberdade.
H - Ora... então foi justamente o ser humano, que aqui represento, o escolhido como cobaia para este seu especial experimento de escravidão?
D - Sim, meu filho - tenho orgulho de você.
H - Se foi piada, achei de péssimo gosto! Não poderia você mesmo se escravizar, sem envolver quem nada tem a haver com suas ambições esquisitas?
D - Temos muito a haver, reciprocamente. Eu sou a sua vida. Eu vivo - em você - a experiência da liberdade total. E você vive - em mim - a consequente experiência do poder total, podendo ser e fazer o que bem quiser. Você é o coroamento de minha liberdade - minha obra prima, perfeita e completa.
H - Puxa! Então, esta sua esplêndida obra prima é justamente uma criatura capaz de ser escrava e sofrer todo o mal que a escravidão implica?
D - Sim, isto mesmo.
H - Que maravilha! Muito obrigado! E você fica sentado aí, no seu trono de ouro, só assistindo a carnificina!
D - Mas, eu amo você!
H - Outra piada? Não gostei nada!
D - De fato, é uma piada famosa...
H - Não conheço, e acho absurda e reprovável. Ou, o seu aclamado amor pela humanidade é, mesmo, somente uma piada absurda, tal como parece?
D - Do ponto de vista descrente, claro que parece absurdo. Mas, é um absurdo importante, que faz parte da própria experiência do sofrimento.
H - Genial! Isto justifica o absurdo do sofrimento, pois o sofrimento tem, mesmo, que ser absurdo! Só mesmo sendo algum deus, para conceber algo assim, tão sofisticadamente desumano! Aliás, havíamos combinado alguma coisa sobre eu não poder ser sarcástico? Porque isto não parece merecer outra coisa!
D - Nossa conversa continua sendo informal, tanto quanto queira - ao que já venho correspondendo e assim continuarei. Mas, manifestações de cinismo e ceticismo são naturais em quem quer entender estas questões, até com boa vontade, mas, deparando-se com obstáculos quase intransponíveis.
H - Pois é! Não deveriam haver estes obstáculos, não acha?
D - Acho, mas, para experimentar a liberdade, você mesmo os criou; ingenuamente, claro.
H - Eu? Não lembro de nada disto!
D - Naturalmente, não lembra. Em conjunto, estes obstáculos são ilusões, ou expectativas enganosas, criadas exatamente pelo esquecimento dos fatos da vida. Você os esqueceu.
H - Que fatos?
D - Os fatos da história espiritual da vida.
H - Como se eu já tivesse notícia desta história...
D - E tem. É a história já conhecida ainda melhor por ateus militantes do que por religiosos, sobre a origem e situação espiritual do ser humano: o Éden, o pecado original, a queda do homem, etc. Caso não conheça bem, basta ler a gênese, ou perguntar a quem sabe: um padre, um pastor, um teólogo... Isto é conhecimento primário - o abc da religião.
H - Ah, novamente... Entendi. Bem, eu nem perguntaria mesmo a nenhum deles, porque, seria como pedir para uma criança crente esclarecer minhas dúvidas sobre o Papai Noel, e ela responder-me com suas fantasias!
D - Bem, se mesmo assim você ainda tiver interesse, claro que pode me perguntar. Porém, eu responderia basicamente o mesmo que algum teólogo - de modo que você também julgaria ser fantasioso.
H - Na verdade não acho que a maioria dos teólogos acredite nesta baboseira. Eles dirão que trata-se de um mito, uma simbologia cosmogônica, uma alegoria moral, ou algo assim. O problema é que eles deixam as ovelhinhas acreditarem em tudo literalmente - por que será, não?
D - Na verdade mesmo, é entre as ovelhas que esta crença é proporcionalmente minoritária. Sugiro que aproveite para perguntar a eles sobre isto, também.
H - Não entendi se está insinuando que devemos encerrar nossa conversa para eu consultar algum sacerdote - e assim não perdermos tempo com questões básicas... De qualquer modo, não vou fazer isto, e realmente pouco me importo, já que você não passa de uma voz na minha cabeça.
D - Como disse, eu mesmo posso responder a estas questões, pois realmente são muito importantes. Mas se, de qualquer modo você continua conversando comigo, é meu dever responder que eu sou Deus, e não uma voz na sua cabeça.
H - Ah, não? Mas, eu estou ouvindo você na minha cabeça! Se negar, vai confirmar a triste realidade de meu delírio solitário, e que você nem existe!
D - Eu existo. Agora, a voz, ou o delírio, são por sua conta.
H - O quê... Mas, você não está falando comigo?
D - Não.
H - Mas, eu estou ouvindo...
D - É evidente que deve estar, tanto por afirmar que ouve, como porque você consegue escrever o que eu comunico, ou transmito, espiritualmente. Claro que escreve com seu próprio estilo e vocabulário, mas, chega a riscar e corrigir o que escreveu, como se me ouvisse repetir. Está indo muito bem!
H - Quer dizer que você escolheu transmitir para mim, porque eu posso ouvir o que diz e passar para o papel, mesmo sem você estar falando?
D - Sim, e mesmo sendo um agnóstico descrente.
H - Inacreditável! Mas, e mentalmente - você não está usando palavras? Elas são apenas minhas?
D - Como eu sou espírito puro, minha transmissão não é física, nem mental, e sim puramente espiritual - de modo que você com ela comunga apenas espiritualmente. Em seguida a interpreta mentalmente e depois expressa literalmente. Sendo assim, apenas procuro adaptar-me às suas limitações pessoais e culturais, incluindo a simples inexistência de terminologia adequada.
H - Mas, e pelo meu lado? Eu o estou ouvindo fisicamente?
D - Como está ouvindo mesmo sem ser espiritualmente muito capacitado, então deve estar ouvindo mentalmente, e cerebralmente.
H - Não pela audição?
D - Pelo menos, acusticamente não. Não posso entrar em sua experiência, mas, acho que você me ouve como se ouvisse seus próprios pensamentos, porém alto e claro. Convém esclarecer que eu transmito espiritualmente, desta mesma maneira, amorosa e constantemente, para cada um de meus filhos e filhas nesta terra perdida, pois manifesto-me permanentemente como o espírito santo querido de seus corações. Porém, como com você, cada um me percebe apenas conforme sua vontade, capacidade, e receptividade.
H - Ainda que fosse, não acho que outros conseguiriam ouvir você na cabeça, como eu.
D - É verdade - assim como provavelmente não precisariam ficar escrevendo para poderem comunicar-se comigo. É o exercício sincero da fé, como o amor a Deus, a oração, e o perdão, o que mais desenvolve este poder de comunicação espiritual, mas ainda assim, dependendo de quanto e como a mente aceita minha presença.
H - Entendi. Ou seja, se não passam a ouvir vozes, podem ter visões, revelações, encontrar sinais, etc. Pois eu acho tudo isto uma alienação! Acho que ficar orando, ou rezando, serve apenas para condicionar o cérebro, e a pessoa acaba sentindo o que estava, mesmo, pretendendo sentir.
D - Claro que não apenas, mas, sim, naturalmente. O condicionamento do sistema nervoso também é importante na religião, assim como é em outras áreas que envolvam treinamento, como na maioria dos ofícios e artes. É preciso pretender que as requeridas habilidades desenvolvam-se, e que sejam úteis.
H - Bem, se está sugerindo que eu, como escritor, treinei para ouvir meus pensamentos pelo exercício de escrever, então, o fato de eu conseguir ouvir você, apenas por escrever nosso diálogo, pode ser apenas minha imaginação, ainda que louca.
D - De fato, tem sido apenas escrevendo que sua vontade abre-se à comunhão comigo. Mas, não posso negar que a hipótese da imaginação, vinda de você, é ao menos honestamente válida.
H - Bom, até agradeço o reconhecimento, mas, que relevância tem isto? Tenho um meio-parente doidinho que bate papo com o seu próprio carro, seja de fora, ou enquanto está dirigindo, e até comigo dentro...
D - Ele acha que o carro dele é vivo e inteligente... No fundo acha estranho, mas acostumou-se, de modo que às vezes ele me ouve também, mas, com a voz do carro.
H - Registro que fiquei me acabando de rir por uns dois minutos. Então, somos três loucos - mesmo que você exista! Não vê que deve agravar a loucura dele deixá-lo pensar que você é o carro?
D - Pois é como já mencionei: não sou eu quem escolhe como é entendido o que inspiro, mesmo que seja entendido como ilusão. Se um filho meu, ou filha, faz qualquer contato comigo, isto tem prioridade. Se me conceder apenas um segundo, ainda que distorcido, farei dele o máximo permissível. Além disto, o louco tem os mesmos direitos espirituais que o santo, apesar de que, obviamente, este me distingue e entende com muito maior fidelidade.
H - No meu caso, eu - entendo você com fidelidade?
D - Sim, o suficiente para cooperarmos numa boa obra. Convém relatar que há algum tempo você começou a escrever um diálogo fictício comigo, quando evidenciou realmente entender e conversar comigo, por este meio. E como você, mesmo desconfiando e desafiando - continua aceitando e escrevendo - então eu continuo revelando. Até aonde vamos, você decidirá.
H - É verdade, eu decidirei. E quero frisar bem que, racionalmente, continuo julgando esta conversa como pura ficção, talvez com algum potencial de sucesso! Agora: ter um personagem fictício falando alto e afirmando ser algum espírito - é isto o que começa a decolar da realidade, e até da própria ficção!
D - Deve estar se referindo ao seu conceito pessoal de realidade, o qual, evidentemente, é materialista.
H - Pois então: um materialista estranhamente ouvindo algum deus, que certamente vai ficar apenas falando, sem provar coisa alguma... O que você acha que devo concluir? Tem que ser alguma psicose! E, assim sendo, que valor terá esta conversa doida, em que discuto comigo mesmo?
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(continua em Ateu Maluco 1B)
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Comentários
só piscamos por que deus assim o quis, podemos piscar voluntaria e involuntariamente e tambem podemos nos transformar em peixe eis a prova:
eu gosto desses peixões que ainda usam calcinhas!
afinal de contas o fim pode ser também o começo dependendo do sentido escolhido.
Deveras interessante:
não sei se a intenção foi apenas satirizar mas, as vezes malucos acabam profetizando verdades sobre o desconhecido deus.
Deus no absoluto é livre só porque dentro dele ha liberdade de outros seres
Santa burrice, ateu! se deus diz que vive no ser humano logo esta sujeito as nossas alegrias e tristezas, separação é coisa de mentes limitadas a ilusões dos sentidos debilitados.
lembre-se que deus tambem participa do seu sofrimento pois ironicamente ele também é voce Ateu!
"que venham obstáculos porque neste mundo eles ainda são necessários, mas tenhão bom animo porque eu venci o mundo!"
alguns obstáculo são criados pela natureza mecânica outros pela natureza do nosso caráter esses são os maiores e mais dificies de serem vencidos.
uma reta não é capaz de mudar nosso nivel somente degraus de escadas
de fato a moral da historia de adão ter desobedecido a deus representa a criação da liberdade e por consequência da necessidades
Aqui não deu para avaliar se você está brincando. Sim, mas, não foi sátira. É depreendido de (segundo o catolicismo) o homem ser a culminância da criação. Nesta ficcional revelação o absoluto não seria livre para ser relativo sem providenciar isto. Deus afirma que o objetivo foi exatamente ser capaz de sofrer através da liberdade que concedeu ao homem. Sim, isto é o que o próprio Deus afirma. Aqui Deus se refere aos obstáculos ao conhecimento da verdade, criados pelo próprio homem ao esquecê-la. Segundo o catolicismo, para isto que disse acontecer, Adão teria que criar em si uma liberdade que seu próprio criador não lhe teria dado.
Agora vejo que o fato de eu ter esperado que este fórum fosse basicamente ateu pode me colocar em dificuldade para interpretar comentários que me parecerem indefinidos quanto a serem ateus ou teístas (de algum tipo).
Aqui temos ateus agnósticos, teístas e católicos.
Temos também gente que acredita em religiões ridículas como espiritismo e socialismo democrático.
E temos o Criaturo que costuma acreditar sempre na primeira coisa que lhe vem à cabeça.
É a mesma liberdade que nos dá um bandido que nos encosta uma arma na cabeça: temos a opção de não obedecer e levar um tiro.
- "criações humanas": partimos da associações básicas atômicas até podermos alcançar o resultado pré ordenado pela nossa imaginação.
- Realidade divina pré ordenada, podemos dissocia-la até chegarmos a simplicidade básica atômica
- da relatividade dois seres olhando por um mesmo cone em sentidos contrários podem ter um percepção contraria da realidade, um dirá que a realidade trata-se de uma forma convergente, o outro de uma forma divergente.
interessante que o convergente enxergara todo mundo pequeno, e o outro grande, mas não conseguirão notar tal diferença por falta de comparação, ou seja não ha relatividade dentro do Todo Deus, NEM SEPARAÇÃO, NEM LIBERDADE apenas ILUSÕES de sentidos limitados.
sim e judeus serem o povo escolhido por deus, trata-se de pura vaidade
Se dentro de deus não houvessem seres inteligentes não haveria relativismos, nem ilusões de liberdade, de individualidades. se entendi bem o ateu diz que deus é um sacana sentando no paraíso curtindo o sofrimento humano muito de longe do "tipo eu sinto muito por voce"....sente por mim P...nenhuma !..............kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk entendi como uma critica ateísta ao sofrimento justificado pelo pecado original
de fato a moral da historia de adão ter desobedecido a deus representa a criação da liberdade e por consequência da necessidades liberdade é um conceito relativo, logo INEXISTENTE no deus absoluto, por que diferenças só podem ser vistas em partes .
Complicado, não ?
voltando ao conceito dos sentidos só o homem pode ver deus em partes,mas deus se vê no absoluto.
o homem se vê separado de deus, deus se vê único.
o homem que se vê livre, deduz que deus também seja, porem liberdade é apenas um conceito ilusório humano.
moral da história quando vivemos de ilusões elas passam a ser reais para nós enquanto sonhamos.
liberdade e "punição" são excludentes,mas na verdade toda ação esta ATRELADA a uma reação, por isso afirmo que liberdade de ação é uma ilusão humana!
O QUE PENSA SOBRE ISSO? Tai a graça da coisa , ser imparcial!
Sem partidarismo religioso fanático ou de convicção pessoal.
Estou usando seus comentários para aprender a fazer citações com o nome do citado, e sub-citações, e tal. E está difícil, kkk. Vou apenas dar uma olhada em outras postagens possivelmente menores, mas, retorno a você ok? Te agradeço muito.
Por acaso vocês usam alguma ferramenta wysiwyg para colar direto?
Renato
Não há motivo pra interpretar isso dessa forma.
É deus que delimita que comportamentos ele considera que vão te mandar pro inferno. É dele a ideia de punir infinitamente pecados cometidos por seres finitos.
São dele todas as condições.
Para simplificar citações faço assim abre colchete quote=fulano fecho colchetes
Texto abre colchetes barra quote fecha colchetes.
Vídeo só postar link direto
Figuras clicar no ícone do quadrinho na barra de ferramentas escrever o link não aceita todo tipo de arquivo, normalmente os jpeg
Uma boa noite a todos!
Não há livre-arbítrio se as únicas opções são obedecer ou ser castigado eternamente.
Mas será que as suas conclusões a respeito do tema não possam estar preciptadas?
Já tentou contrariar as suas afirmações?
E como eu poderia contrariar minhas afirmações?
Lembre-se: eu já mudei de ideia ao me desconverter. O que poderia me levar a voltar atrás ou adotar uma outra religião que não o catolicismo?
sua doutrina é o alimento que nos salva liberta da ignorância que nos causa sofrimento .
Criação tambem é mais uma das ilusões humanas causadas pela limitação dos sentidos, que não podendo enxergar o Absoluto Deus, limita-se na observação de partes numa divisão apenas imaginaria.
A natureza divina existe desde sempre suas leis são eternas, por isso não existe criação no sentido mágico de PODER tornar existente algo que antes era TOTALMENTE inexistente, que tenha saído DO NADA , ou seja que tenha vindo de algo que esteja fora do absoluto deus.
A criação que ocorre dentro do absoluto deus são novas formas resultado da sua eterna ação auto transformadora, a essência divina só tem o poder de assumir novas formas.
católicos querem por o homem no centro do universo por isso perseguiram Galilei, dai a crença de que deus criou o homem acima dos anjos dando a ele liberdade.
oras mais liberdade do que teve Lucifer para desafiar a deus????? o problema dos dogmas é que caem por terra diante da própria contradição.
Não creio que o homem seja o ápice da criação muito menos que ja tenha alcançado o cume, mas estou aberto a novas crenças que sejam mais lógicas que as minhas.
se bem que no panteísmo homem seria uma parte de deus.
interessante! se deus fosse algo único como um vácuo absoluto ele seria o nilismo, o nada absoluto, por falta de referencias.
o nada e o tudo seria uma única coisa humanamente incompressível ja que nossa consciência é formada a partir da existência e não da ausência de existências.
" o absoluto não seria livre para ser relativo sem providenciar isto"
Tento justificar que a providencia divina é intrínseca a natureza da sua existência tanto quanto o relativismo.
Deus não se tornou livre ao criar o relativismo de seres diferentes, porque as diferenças dentro dele existem desde sempre.
Deus não evolui por possuir essência eterna imutável capaz apenas de assumir novas formas dai a relatividade ser eterna.
Ser livre esta atrelado a existência do ser relativo
Panteisticamente falando não tem como haver um deus sem existência do homem, nem homem sem a existência de deus, porque ambos são a mesma coisa, apresentando-se em formas diferentes.
liberdade é um conceito muito complexo então digamos que para humanos ela represente capacidade de movimento , poder de ação.
Não ha Liberdade sem Relatividade
o ser humano se sente mais livre do que um peixe no aquário
o superior se sente mais livre do que seu subordinado.
Liberdade e Relativismo são conceitos humanos ilusórios, porque tudo e todos estão contidos (limitados) dentro de deus
a ilusão humana consiste em acreditar ser livre tanto quanto um rato dando voltas em uma rodinha , ou como um ponteiro de relógio em relação aos números fixos, no entanto nenhum deles esta de fato indo para algum lugar.
Voce pode acreditar no livre arbítrio com tanto que a sua vontade seja tambem a de Deus (homenagem ao forista Fernando Silva)
acidentes para deus podem ser evitados, então tudo que acontece faz parte da sua natureza e não por um acaso qualquer.
perfeito significa ser infalível
Só deus poderia ser perfeito se não houvesse dentro dele relativismos humanos podendo comparar e julgar diferenças entre suas formas.
Nós humanos somos o sonho da liberdade divina, enquanto deus estiver sonhando o homem poderá fazer o que tiver vontade
quanto a iluminação humana mais relativismo podemos acreditar seres mais iluminados do que um peixe no aquario,mas se de fato fôssemos não estaríamos colocando no aquário, ou deveríamos ?
para os Grodds que vivam nas cavernas um rapaz que apareceu carregando uma tocha pode ter sido considerado um iluminado, mas e o que dizer dos iluminados pelo sol?
Duvido muito que um dia possamos conseguir enxergar o Deus Absoluto, funciona assim nunca conheceremos a verdade absoluta apenas trocaremos uma crença por outra, uma ilusão por outra, um relativismo por outro.
Isto não é ser pessimista e sim a possibilidade de ser eterno.....kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk
a forma mais cômoda permanecer estático é acreditar na impossibilidade de poder andar
Aqui vim solicitar apenas críticas ao comportamento do ateu maluco. NÃO recuso tentativas de refutação, mas, minhas respostas não estarão em "mode" de debate. O motivo de eu interpretar dessa forma, é minha fé - acompanhada da narrativa que a racionaliza.
Respeito totalmente sua narrativa (considerando que não seja meramente retórica), pois assim ela deve expressar a sua fé - possivelmente assumida em sua vida prática.
Se quiser perguntar algo sobre minha narrativa, estou à sua disposição - assim como lhe perguntaria, se tivesse alguma dúvida sobre a sua.
Obrigado pelos comentários!
A frase:
"Silêncio! Área hospitalar."
Não pode ser interpretada como "Faça barulho nesta área, solte foguetes e ligue som alto".
Não há absolutamente nenhuma racionalidade em se fazer isso.
Já alegar "fé" neste caso é simplesmente evitar o debate que vai inevitavelmente demonstrar que esta fé não tem lastro na racionalidade.
Nada contra você agir assim desde que não queira chamar isso de racional.
Segundo os católicos deus é o responsável pela realidade e todos os seus atributos, inclusos o inferno e as leis que determinam quem fica lá dentro e quem fica de fora.
Todas as condições partiram dele e aos humanos só resta fazerem a escolha imposta por ele.
Seguindo daí para o que seria responder sua pergunta sobre a obra.
O ateu chamado de maluco serve de escada pra deus expor seus argumentos sobre sua existência.
Estes argumentos não sobreviveriam por aqui se fossem debatidos, foi o que presenciei aqui por 20 anos.
Para o que se presta, ser direcionado a religiosos, já está bom. Colocar argumentos mais sofisticados por parte do ateu não fará diferença nenhuma pois estes podem ser ignorados em nome "da fé e da narrativa que a racionaliza" que você usou aqui mesmo.
Em poucas palavras se é possível inverter completamente o sentido de um texto alegando fé, argumentos melhores ou piores têm o mesmo peso.
minha intuição me diz que no principio eram VARIAS células uniSEX mais ou menos parecidas, que em algum momento pela força da natureza se dividiram gerando célula masculina e outra feminina, sendo que o prazeroso reencontro das duas passou a dar origem a células filhos que podem ser aleatoriamente feminina, masculina ou ainda de gênero indefinido . pode me ajudar nisto?
não seria em um trialismo da trindade = corpo , espírito e alma?
alguma religiões creem que inteiração do corpo com a alma manifestem o EGO que seria o grande mal a ser dominado?
e que a missão de jesus como de todos os profetas era ensinar como se libertar do EGO, a iluminação a volta ao paraíso perdido.
se eu quisesse voltar ao paraíso mais facil seria tomar um metrô e descer direto no centro do paraíso.
brincadeiras a parte, lembro que jesus ensinou que céu e inferno estão dentro de nós!
o unico risco em acreditar no nilismo é a perda da razão, mas e voce crê na morte eterna para os que negarem ou que ignorarem que somente a morte de jesus pode salvar pessoas do nilismo eterno?
aqui mesmo temos um forista que afirma ter testado o espírito santo mandando ele para aquela lugar, o que irá acontecer com ele no pós vida??????????
como diria o Fernando "eu não pedi para nascer, ser criado"
"sendo assim" não posso ser responsabilizado pela criação da minha pessoa, a qual originalmente não fez parte da minha vontade . Tanto quanto após a criação COMPULSÓRIA de adão ele também não pode ser responsabilizado por ter tido uma vontade SECUNDÁRIA derivada da imposição da DIVINA VONTADE.
óbvio esta que se deus não desejasse que adão comesse do fruto proibido , este nem teria sido criado, logo "o fruto esta para os homens tanto quanto o homens estão para os frutos"
então seguindo o raciocínio de jesus que lei foram feitas para os homens e não ao contrario , pergunto?
quem é mais importante a lei ou o homem?
só a necessidade de haver leis onde existe a possibilidade delas serem desobedecidas, deus só necessitou proibir adão de comer o fruto porque ja sabia que ele iria desobedecer.
tudo bem que seu D- alegue desconhecer a vontade dos homens...bla...bla...bla.......
mas no AT testamento, Jó também diz que deus é um sacana:
"oh deus ! que nos fez do barro ja sabendo que iríamos pecar, agora fica ai no seu trono a espreita vigiando nossos pecados só com a intenção de nos punir.
diante da dor melhor seria não ter nascido amaldiçoou o dia em que nasci! "
Este deve ser o pensamento padrão dos que se encontram no inferno eterno
se adão fosse perfeito não teria desobedecido, então vejo esta suposta perfeição original semelhante a ignorância animal seguindo a sua natureza divina, mecanicamente sem poder questiona-la.
Quando eu li essa parte tinha certeza de que você iria gostar.
É divertido, a ideia geral é boa, você escreve bem e consegue prender a atenção do leitor.
Veremos como você desenvolve a história nos próximos capítulos.
imaginei que vc iria gostar porque ambos tem afinidade na crença do paraíso perdido devido ao pecado original, perfeição da alma...bla...bla..bla
os assuntos são deveras interessante como exercício da fé, livre arbítrio
Mas, vou ter que lhe explicar uns detalhes. O que já leu não se trata de uma primeira parte. Talvez dê para você notar que as conversas que postei foram criadas para serem escritas em tempo real, em vídeo.
Originalmente seria um filme, focando só a mesa, o caderno e as mãos do escritor ateu com a caneta escrevendo quase o tempo todo. Cada conversa era um script cinematográfico bem complicado. Mas, como de qualquer modo não consegui realizar isto, foi com a chegada do youtube que eu tentei adaptar para digitação animada, em vídeo. Desisti dos scripts e vai continuar neste formato, sem prazo de término, uma conversa depois da outra. Já publiquei 8 conversas, indo para a nona agora.
Estas quatro que postei em texto normal são transcrições custosas (incluindo correções) dos respectivos vídeos, especialmente para pedir avaliações (como faço aqui). Como são suficientes para isto, não vou transcrever mais.
Só não posso postar meu link do youtube com as próximas conversas aqui, pois isto seria divulgar meu trabalho aproveitando a presença dos foristas. E não foi esta a minha proposta, como consta no meu post original: Ateu Maluco :-)
Mas claro, quem quiser prosseguir lendo as conversas em vídeo, é só me contatar em privado para eu fornecer o link do canal.
Mais uma vez, muito obrigado! É raríssimo eu receber um elogio destes, mesmo de católicos kkk...
Valeu!
Meu esforço tem sido neste sentido mesmo. Vai me surpreender se eu vier a ter mais leitores ateus, ou agnósticos, do que crentes... kkk
Se, como os católicos, a interpretação correta é a imposta pela ICAR, idem.