Ateu Maluco 3A
Ateu Maluco 3A
Conversa 3
H - Iniciando a terceira conversa...
D - Obrigado. Pode prosseguir...
H - Ora! Mas o que foi isto?? Tive ideia de iniciar a conversa e, realmente, só por isto você aparece?...
D - Sim... Iniciou a conversa sem estar, realmente, disposto a iniciar?
H - Estou disposto, mas, eu poderia ter iniciado assim ontem, ou anteontem!
D - Sim, querendo, claro que poderia.
H - Claro? Eu não sabia que bastaria iniciar para você imediatamente prosseguir!
D - Hoje você achou que poderia ser o caso?
H - Não, não achei, apenas iniciei...
D - Quer dizer que poderia ter iniciado antes?
H - Sim, claro que sim...
D - Não pode ter ocorrido algo, que o impediu?
H - Nada me impediu - não que eu saiba...
D - Então, não poderia ao menos ter tentado iniciar?
H - Sim, claro que poderia!
D - E por que não tentou?
H - Por acaso isto vai virar psicoterapia fajuta?! Eu não sei por que não tentei antes - e nem você vai dizer que sabe, posso apostar!
D - Sim, na presente situação, não tenho como saber.
H - Espere aí! Você prosseguiria caso eu iniciasse esta conversa imediatamente depois da última conversa? Quero dizer, logo após nos despedirmos?
D - Por mim, sim. De sua parte, entretanto, constavam fatores concorrentes, como a necessidade de descansar, de tomar cerveja, etc.
H - É... eu estou é maluco, mesmo! Então, agora vou poder iniciar as próximas conversas, simplesmente iniciando-as?...
D - Note que, apesar de afirmar que está maluco, você está perguntando - para mim - se você pode, ou não, efetivamente iniciar as conversas...
H - Bem observado, parabéns! Agora, por favor responda: você não poderia ter me informado sobre esta possibilidade?
D - Já que insiste, sim, possivelmente informaria, mas apenas se eu concluísse que você não a consideraria por si mesmo - já que eu afirmei ao final da última conversa que poderia ser a qualquer momento. Você sabe que não posso saber o que realmente quer, sem que esteja escrevendo...
H - Mesmo me ouvindo falar claramente o que eu quero?
D - Já discutimos isto antes de iniciarmos este projeto. Você não me deixa saber o que quer apenas falando. Você fala, eu entendo as palavras, e mesmo assim fico impedido de saber o significado, porque na verdade você não quer que eu saiba.
H - Que loucura, não é?... Nas outras duas conversas - você iniciou porque eu estava escrevendo?
D - Sim, claro.
H - Claro que não. Na última você iniciou quando eu estava dormindo!
D - Claro que deve lembrar que estava sonhando que estava escrevendo, ou seja, no nível mental. Como tudo o mais parecia estar bem, aproveitei para você poder prosseguir no nível físico, assim que quisesse, depois de acordar.
H - Certo, e foi o que achei que entendi... tanto que fiquei até em dúvida sobre se poderia ir ao banheiro...
D - Mas - como foi - deve ser porque endendeu que poderia, ou, que deveria...
H - Por acaso você me ouviu quando eu gritei para você esperar, enquanto estava no banheiro?
D - Não precisei ouvir, mas, mesmo você estando sozinho em casa, foi compreensível. Não creio que a maioria dos leitores achará que foi sintoma de loucura...
H - Que tal um palavrão bem grande?!
D - Por favor, evite isto.
H - Então, por favor, sem brincadeiras! Afinal, você poderia ou não me avisar diretamente que sou eu quem decide o início das conversas?
D - Não vejo importância nisto - é redundante...
H - Mas - eu - acho importante! E claro que é importante!
D - Bem, mas, se conversarmos sobre isto, ainda assim aproveitarei para fazer minhas revelações...
H - Como se fosse novidade! Repito: você poderia ou não me avisar diretamente que sou eu quem decide o início das conversas?
D - Se você pergunta para mim sobre uma decisão sua, então a resposta vai depender de para quem está perguntando: eu como Deus, ou, eu como personagem de sua loucura.
H - Ah, vai querer me pegar por aí? É óbvio que, pelo que já conversamos, você deve supor que é como produto da minha loucura.
D - Bem, se é mesmo apenas para supor, também é óbvio que neste caso é você mesmo quem decide quando ou como inicia as conversas, não precisando indagar-se. Porém, minha resposta a uma suposição não é a mesma que a uma decisão.
H - Acho que não entendi. A pegada deve ser por aí...
D - Obviamente. Cada vez que se dirige a mim como não sendo você, tenho que considerar que você pode estar intuindo que sou, mesmo, Deus.
H - Pobrezinho! Quanta esperança... Você precisa muito disto, não é? Ou, na verdade, simplesmente odeia não ser reconhecido!
D - Bem, devo entender que está criticando o seu suposto personagem. Mas, objetivamente, o problema é que: se quer que eu lhe responda também verdadeiramente, e não apenas supostamente, posso fazê-lo, tendo apenas que lhe perguntar sob qual alternativa devo responder primeiro.
H - Por quê? Não consegue responder das duas maneiras, como sendo você e como não sendo você?
D - Já afirmei que sim, mas, eu - como sendo eu mesmo - responderia à minha própria maneira, enquanto a maneira suposta não seria eu, e dependeria de você.
H - Entendo... Mas, ainda assim, você daria as duas respostas?
D - Daria; basta que me diga qual devo dar em primeiro lugar.
H - Mas, para que essa complicação!?.. Olha: minha opinião é que, se você é mesmo Deus, então tem que conseguir tranquilamente me dar as respostas das duas maneiras de uma vez!
D - Quer dizer: apenas no caso de eu ser Deus - e ao mesmo tempo?
H - Caramba... Se acha que tem que ser uma separada da outra, por mim tudo bem, mas não faço ideia de como fazer isto sem ser em sequência...
D - De fato, posso dar as duas respostas exatamente ao mesmo tempo, e deixar que você mesmo intuitivamente escolha qual ouvirá primeiro.
H - Bacana... Mas, é tão importante assim que eu escolha qual será a primeira que ouvirei?
D - Certamente, porque as respostas são diferentes, de modo que ao saber de uma, ela influenciará seu entendimento da outra.
H - Ahaha! Olha, se quer fazer este joguinho de dilema com uma questão banal, então você é quem tem que admitir ser incapaz de dar as duas respostas, uma independentemente da outra!
D - Bem, eu também posso impedir seu raciocínio de influenciar mutuamente as respostas. Posso fazer isto excepcionalmente, apenas neste caso específico. Basta que me autorize.
H - Impressionante, mas, envolveria uma pequena astúcia... Se eu autorizar, dá na mesma: a decisão fica para mim - não para você!
D - Mas, eu não posso decidir a sua parte por você. O privilégio da autodeterminação faz parte de sua natureza prístina.
H - Não, não... Faz parte da minha loucura!
D - Também posso fazê-lo não achar que está louco, apenas para evitar que percamos esta oportunidade...
H - Meu deus... Você está mesmo querendo que eu me envolva nisto, de qualquer jeito!
D - Veja, mesmo sendo uma questão banal, foi você mesmo quem a apresentou - e de um modo que ela tornou-se muito oportuna para minha revelação. De modo que lhe faço esta proposta incomum apenas nesta ocasião - não será algo frequente.
H - Mesmo assim, o que propõe faria o entendimento das respostas não ser meu, tal como eu sou naturalmente!
D - Posso fazê-lo e restituir o estado anterior de sua inteligência - imediatamente a seguir.
H - E eu continuaria entendendo as duas respostas como imediatamente antes?
D - Isto não posso saber, sem conhecer mais de sua mente.
H - É... Você está é enrolado! Aliás... isto enseja uma outra questão: por acaso você ainda iria me alertar também sobre que, aceitando qualquer uma das propostas, eu de fato estaria concedendo reconhecimento prático de que você é um outro ser, muito poderoso, e não loucura da minha cabeça?
D - Parece-me uma pergunta meramente retórica - vinda de você. Apesar de minha demonstração de poder, por que me reconheceria como sendo um outro ser? A questão primária é esta.
H - Certo... concordo. Mas, como eu poderia reconhecê-lo como sendo um outro ser?
D - A única maneira de reconhecer é reconhecendo.
H - E o que eu reconhecesse ficaria sendo um fato...
D - Se foi uma pergunta - sim. Um fato apenas torna-se um fato ao ser reconhecido como tal, pois é um valor intuído, seja ainda como possibilidade, ou como questão, ou como impossibilidade.
H - Não seria necessário primeiramente haver o fato, para então ele ser (ou não) reconhecido?
D - Quem decidirá haver o fato?
H - Entendo... O fato seria estabelecido com seu próprio reconhecimento pelo interessado, certo?
D - Sim.
H - Sinto muito, não é o meu caso... Bem, mas então, essas são as únicas possibilidades de você responder?
D - Já propus tudo o que está permissivelmente ao meu alcance - neste caso. Mas você tem liberdade para sugerir alguma outra possibilidade, independentemente de mim.
H - Ora, se tiver que ser independentemente de você, para ser dependente de mim, isto indicará que você depende de mim - porque é uma criação da minha cabeça...
D - Mas é você quem é o profeta! Eu sou apenas Deus... Claro que dependo de você.
H - Ok, agora uma resposta séria...
D - Mas é sério. É óbvio que qualquer ser tem o grau de autonomia que lhe é próprio. Entretanto, à medida em que este ser demande uma resposta sua, ele passa a depender da sua autonomia para reagir de acordo com a dele. Eu não sou exceção. Ainda que sendo realmente Deus, em minha relação com você eu sou dependente de você. Por que você admitiria ser independente de algo que julga ser você mesmo? De fato, é preciso que você me recrie - mentalmente - como um ser autônomo, se quiser me conceder existência, assim como lhe concedi a sua.
H - Desculpe, mas, conceder existências não seria bem típico de sintomas de esquizofrenia?
D - Não no caso de eu ser real. Por exemplo, você naturalmente acredita na existência de alguém com quem conversa ao telefone, mesmo sem nunca tê-lo visto - porque para você é natural acreditar na possibilidade da pessoa ser real. Você não pode ter certeza absoluta, pois poderia ser algum supreendente novo sistema de voz artificial, mas, na prática nem pensa nisto, porque acredita piamente na presença real da pessoa com quem fala.
H - Isso mesmo, exatamente... Os acontecimentos reais são assim, são incisivos, e por si sugerem possibilidades muito evidentes. Não são questões mirabolantes e supérfluas.
D - A voz, que você ouve como sendo minha, não seria um exemplo desta incisividade evidente?
H - Não - porque é indefinida, sem referência experimental: não sei se a voz é uma presença, ou loucura, ou sei lá o quê!
D - Mas, ela não adquire significado e importância exatamente por sua reação prática a ela?
H - Como pergunta isto, depois do que já explicou?
D - Se me permitir - a revelação é minha.
H - Tudo bem... Estou reagindo à voz como quem reage aos próprios pensamentos. Pessoas sãs não acham que um pensamento inteligente que lhes ocorra, ainda que estranho, venha de outra pessoa. Elas podem até conversar consigo mesmas, em pensamento, sem problema algum!
D - Quis dizer que pode não estar louco?
H - Eu quis dizer o que disse: as pessoas podem naturalmente conversar consigo mesmas.
D - Sim, mas para isto, normalmente utilizam um diálogo interno, em que simuladamente conversam com outra pessoa, certo?
H - Sim...
D - Para que, se podem dialogar consigo mesmas?
H - Questão de recurso cognitivo, simbólico, perfeitamente natural. Uma coisa: você passou a fazer muitas perguntas... O combinado é eu fazer as perguntas. Por acaso, está usando o método socrático comigo?
D - Sim, em parte.
H - Então pare, por favor. E, bem, as pessoas também dialogam internamente com personagens alheios porque os assuntos envolvem mesmo outras pessoas...
D - Mas, por exemplo, quando perguntam-se por algo que esqueceram, ou perderam, quem normalmente é perguntado e apresenta respostas, são elas mesmas...
H - Não tem problema: conversam consigo mesmas coerentemente - envolvendo ou não envolvendo outras pessoas, conforme o caso.
D - Pois o problema de sua pergunta é precisamente este. Mesmo internamente, ou eu represento você mesmo, ou represento alguém que não é você.
H - Não acha muito simplista abordar este problema assim: ou é, ou não é...?
D - Acha que pode ser as duas coisas? Desculpe a pergunta...
H - A cada momento, não. Ou algo faz parte de mim, ou não faz. Entretanto, eu não sei o que, quanto, ou quando, faz parte de mim, ou não. O ar, por exemplo, antes de eu respirar não faz parte de mim; após eu respirar passa a fazer, e assim com praticamente tudo o que permita este tipo de consideração.
D - Então, sugiro considerar se, neste mesmo sentido, uma outra pessoa pode fazer e não fazer parte de você.
H - Psicologicamente, acho que sim, de um modo parecido... Em parte faz parte de mim, e em parte não faz.
D - E eu?
H - Caramba... Não tem vergonha de ficar se insinuando? Para que insistir tanto nisto... Como se você não soubesse como eu penso!
D - Sim, sobre este assunto realmente sei bem como pensa. Mas, a maioria de meus leitores não sabe...
H - Ah, estou servindo de exemplo... Conteúdo didático...
D - Realmente, sim. Tudo bem por você? Podemos prosseguir?
H - Que me importa...
D - Ok. Então, continuando: eu posso fazer parte de você?
H - Bem, acho que faltam alguns atributos, em você, para eu considerá-lo como sendo uma outra pessoa...
D - Uma existência física, por exemplo?
H - Ajudaria imensamente...
D - Surgi fisicamente na pessoa de meu verbo, o cristo Jesus. E também, ainda hoje, no mistério santíssimo da transubtanciação do corpo e do sangue do mesmo cristo.
H - Não acredito... Dogmas não servem de respostas! Estou fazendo perguntas filosóficas, mesmo sendo sobre religião...
D - Mas aviso que, assim, você estará desprezando justamente o que é mais importante!
H - Não combinamos conversar especificamente sobre dogmas religiosos.
D - Está certo. Neste caso, estarei continuando a usar o método socrático, tudo bem?
H - Tudo bem, mas, olhe: excepcionalmente, apenas nesta ocasião...
D - Combinado. Então, considerando pessoas progressivamente sem membros, etc., que partes imprescindíveis deveriam restar para que continuassem a ser pessoas?
H - Quer que eu admita que apenas o cérebro seria imprescindível, e que portanto o restante do corpo não define a presença de uma pessoa...
D - Que parte do cérebro?
H - Ah, quanta esperteza! Eu sei lá - não sou neurologista! Especulativamente, será aquilo que mantiver as funções conscientes, individualizantes, capazes de intenção, de escolha, relacionamento, etc. - isto seria suficiente. E daí?
D - Se este ser humano fosse assim reduzido ao ponto de poder ser injetado em seu sangue, inteiramente dotado destas funções definitivas - você o consideraria uma pessoa que faz parte de si, mas, não sendo você mesmo?
H - Mas que trabalheira, hein! Por que não perguntar logo se eu não acho possível que você seja uma pessoa em mim mesmo, mas independente de mim?
D - Mas, não é esta a questão fundamental? E a razão é que eu, como espírito puro, de fato - física e mentalmente - apenas faço parte de você, por você não ser cristão! Se não aceita minha presença espiritual, então nem espiritualmente deixarei de ser apenas parte de você, algo seu, tal como uma faculdade, ou, um sintoma...
H - Não está querendo me culpar disto, não é?
D - Obrigado: se eu assim o estivesse culpando, você teria maior propensão a considerar-me como sendo pelo menos alguém... Reconhece isto?
H - Ah, não vai começar a lamuriar-se agora...
D - Estou conduzindo um argumento, se me permitir e quiser corresponder...
H - Ora, se você lamuriar-se, ou manifestar ressentimentos, claro que vai parecer-se mais com uma pessoa real, e portanto, instintivamente inspirando maior consideração humana, de minha parte. E daí?
D - Também não tornaria a existência independente de Deus menos provável?
H - Se entendi bem, sim, você ficaria mais parecido comigo, e assim ainda mais provável de ser um produto meu.
D - Este é o ponto: será que você valorizaria mais uma pessoa menos propensa a ressentimentos - por ser mais segura, compreensiva e solidária?
H - Ah, agora entendi. Você seria muito mais digno de ser respeitado como sendo outra pessoa, exatamente por ser perfeito, genial, maravilhoso, sem nem precisar de matéria física... Uau! Só ficaria faltando existir, de fato!
***
(continua em Ateu Maluco 3B)
Conversa 3
H - Iniciando a terceira conversa...
D - Obrigado. Pode prosseguir...
H - Ora! Mas o que foi isto?? Tive ideia de iniciar a conversa e, realmente, só por isto você aparece?...
D - Sim... Iniciou a conversa sem estar, realmente, disposto a iniciar?
H - Estou disposto, mas, eu poderia ter iniciado assim ontem, ou anteontem!
D - Sim, querendo, claro que poderia.
H - Claro? Eu não sabia que bastaria iniciar para você imediatamente prosseguir!
D - Hoje você achou que poderia ser o caso?
H - Não, não achei, apenas iniciei...
D - Quer dizer que poderia ter iniciado antes?
H - Sim, claro que sim...
D - Não pode ter ocorrido algo, que o impediu?
H - Nada me impediu - não que eu saiba...
D - Então, não poderia ao menos ter tentado iniciar?
H - Sim, claro que poderia!
D - E por que não tentou?
H - Por acaso isto vai virar psicoterapia fajuta?! Eu não sei por que não tentei antes - e nem você vai dizer que sabe, posso apostar!
D - Sim, na presente situação, não tenho como saber.
H - Espere aí! Você prosseguiria caso eu iniciasse esta conversa imediatamente depois da última conversa? Quero dizer, logo após nos despedirmos?
D - Por mim, sim. De sua parte, entretanto, constavam fatores concorrentes, como a necessidade de descansar, de tomar cerveja, etc.
H - É... eu estou é maluco, mesmo! Então, agora vou poder iniciar as próximas conversas, simplesmente iniciando-as?...
D - Note que, apesar de afirmar que está maluco, você está perguntando - para mim - se você pode, ou não, efetivamente iniciar as conversas...
H - Bem observado, parabéns! Agora, por favor responda: você não poderia ter me informado sobre esta possibilidade?
D - Já que insiste, sim, possivelmente informaria, mas apenas se eu concluísse que você não a consideraria por si mesmo - já que eu afirmei ao final da última conversa que poderia ser a qualquer momento. Você sabe que não posso saber o que realmente quer, sem que esteja escrevendo...
H - Mesmo me ouvindo falar claramente o que eu quero?
D - Já discutimos isto antes de iniciarmos este projeto. Você não me deixa saber o que quer apenas falando. Você fala, eu entendo as palavras, e mesmo assim fico impedido de saber o significado, porque na verdade você não quer que eu saiba.
H - Que loucura, não é?... Nas outras duas conversas - você iniciou porque eu estava escrevendo?
D - Sim, claro.
H - Claro que não. Na última você iniciou quando eu estava dormindo!
D - Claro que deve lembrar que estava sonhando que estava escrevendo, ou seja, no nível mental. Como tudo o mais parecia estar bem, aproveitei para você poder prosseguir no nível físico, assim que quisesse, depois de acordar.
H - Certo, e foi o que achei que entendi... tanto que fiquei até em dúvida sobre se poderia ir ao banheiro...
D - Mas - como foi - deve ser porque endendeu que poderia, ou, que deveria...
H - Por acaso você me ouviu quando eu gritei para você esperar, enquanto estava no banheiro?
D - Não precisei ouvir, mas, mesmo você estando sozinho em casa, foi compreensível. Não creio que a maioria dos leitores achará que foi sintoma de loucura...
H - Que tal um palavrão bem grande?!
D - Por favor, evite isto.
H - Então, por favor, sem brincadeiras! Afinal, você poderia ou não me avisar diretamente que sou eu quem decide o início das conversas?
D - Não vejo importância nisto - é redundante...
H - Mas - eu - acho importante! E claro que é importante!
D - Bem, mas, se conversarmos sobre isto, ainda assim aproveitarei para fazer minhas revelações...
H - Como se fosse novidade! Repito: você poderia ou não me avisar diretamente que sou eu quem decide o início das conversas?
D - Se você pergunta para mim sobre uma decisão sua, então a resposta vai depender de para quem está perguntando: eu como Deus, ou, eu como personagem de sua loucura.
H - Ah, vai querer me pegar por aí? É óbvio que, pelo que já conversamos, você deve supor que é como produto da minha loucura.
D - Bem, se é mesmo apenas para supor, também é óbvio que neste caso é você mesmo quem decide quando ou como inicia as conversas, não precisando indagar-se. Porém, minha resposta a uma suposição não é a mesma que a uma decisão.
H - Acho que não entendi. A pegada deve ser por aí...
D - Obviamente. Cada vez que se dirige a mim como não sendo você, tenho que considerar que você pode estar intuindo que sou, mesmo, Deus.
H - Pobrezinho! Quanta esperança... Você precisa muito disto, não é? Ou, na verdade, simplesmente odeia não ser reconhecido!
D - Bem, devo entender que está criticando o seu suposto personagem. Mas, objetivamente, o problema é que: se quer que eu lhe responda também verdadeiramente, e não apenas supostamente, posso fazê-lo, tendo apenas que lhe perguntar sob qual alternativa devo responder primeiro.
H - Por quê? Não consegue responder das duas maneiras, como sendo você e como não sendo você?
D - Já afirmei que sim, mas, eu - como sendo eu mesmo - responderia à minha própria maneira, enquanto a maneira suposta não seria eu, e dependeria de você.
H - Entendo... Mas, ainda assim, você daria as duas respostas?
D - Daria; basta que me diga qual devo dar em primeiro lugar.
H - Mas, para que essa complicação!?.. Olha: minha opinião é que, se você é mesmo Deus, então tem que conseguir tranquilamente me dar as respostas das duas maneiras de uma vez!
D - Quer dizer: apenas no caso de eu ser Deus - e ao mesmo tempo?
H - Caramba... Se acha que tem que ser uma separada da outra, por mim tudo bem, mas não faço ideia de como fazer isto sem ser em sequência...
D - De fato, posso dar as duas respostas exatamente ao mesmo tempo, e deixar que você mesmo intuitivamente escolha qual ouvirá primeiro.
H - Bacana... Mas, é tão importante assim que eu escolha qual será a primeira que ouvirei?
D - Certamente, porque as respostas são diferentes, de modo que ao saber de uma, ela influenciará seu entendimento da outra.
H - Ahaha! Olha, se quer fazer este joguinho de dilema com uma questão banal, então você é quem tem que admitir ser incapaz de dar as duas respostas, uma independentemente da outra!
D - Bem, eu também posso impedir seu raciocínio de influenciar mutuamente as respostas. Posso fazer isto excepcionalmente, apenas neste caso específico. Basta que me autorize.
H - Impressionante, mas, envolveria uma pequena astúcia... Se eu autorizar, dá na mesma: a decisão fica para mim - não para você!
D - Mas, eu não posso decidir a sua parte por você. O privilégio da autodeterminação faz parte de sua natureza prístina.
H - Não, não... Faz parte da minha loucura!
D - Também posso fazê-lo não achar que está louco, apenas para evitar que percamos esta oportunidade...
H - Meu deus... Você está mesmo querendo que eu me envolva nisto, de qualquer jeito!
D - Veja, mesmo sendo uma questão banal, foi você mesmo quem a apresentou - e de um modo que ela tornou-se muito oportuna para minha revelação. De modo que lhe faço esta proposta incomum apenas nesta ocasião - não será algo frequente.
H - Mesmo assim, o que propõe faria o entendimento das respostas não ser meu, tal como eu sou naturalmente!
D - Posso fazê-lo e restituir o estado anterior de sua inteligência - imediatamente a seguir.
H - E eu continuaria entendendo as duas respostas como imediatamente antes?
D - Isto não posso saber, sem conhecer mais de sua mente.
H - É... Você está é enrolado! Aliás... isto enseja uma outra questão: por acaso você ainda iria me alertar também sobre que, aceitando qualquer uma das propostas, eu de fato estaria concedendo reconhecimento prático de que você é um outro ser, muito poderoso, e não loucura da minha cabeça?
D - Parece-me uma pergunta meramente retórica - vinda de você. Apesar de minha demonstração de poder, por que me reconheceria como sendo um outro ser? A questão primária é esta.
H - Certo... concordo. Mas, como eu poderia reconhecê-lo como sendo um outro ser?
D - A única maneira de reconhecer é reconhecendo.
H - E o que eu reconhecesse ficaria sendo um fato...
D - Se foi uma pergunta - sim. Um fato apenas torna-se um fato ao ser reconhecido como tal, pois é um valor intuído, seja ainda como possibilidade, ou como questão, ou como impossibilidade.
H - Não seria necessário primeiramente haver o fato, para então ele ser (ou não) reconhecido?
D - Quem decidirá haver o fato?
H - Entendo... O fato seria estabelecido com seu próprio reconhecimento pelo interessado, certo?
D - Sim.
H - Sinto muito, não é o meu caso... Bem, mas então, essas são as únicas possibilidades de você responder?
D - Já propus tudo o que está permissivelmente ao meu alcance - neste caso. Mas você tem liberdade para sugerir alguma outra possibilidade, independentemente de mim.
H - Ora, se tiver que ser independentemente de você, para ser dependente de mim, isto indicará que você depende de mim - porque é uma criação da minha cabeça...
D - Mas é você quem é o profeta! Eu sou apenas Deus... Claro que dependo de você.
H - Ok, agora uma resposta séria...
D - Mas é sério. É óbvio que qualquer ser tem o grau de autonomia que lhe é próprio. Entretanto, à medida em que este ser demande uma resposta sua, ele passa a depender da sua autonomia para reagir de acordo com a dele. Eu não sou exceção. Ainda que sendo realmente Deus, em minha relação com você eu sou dependente de você. Por que você admitiria ser independente de algo que julga ser você mesmo? De fato, é preciso que você me recrie - mentalmente - como um ser autônomo, se quiser me conceder existência, assim como lhe concedi a sua.
H - Desculpe, mas, conceder existências não seria bem típico de sintomas de esquizofrenia?
D - Não no caso de eu ser real. Por exemplo, você naturalmente acredita na existência de alguém com quem conversa ao telefone, mesmo sem nunca tê-lo visto - porque para você é natural acreditar na possibilidade da pessoa ser real. Você não pode ter certeza absoluta, pois poderia ser algum supreendente novo sistema de voz artificial, mas, na prática nem pensa nisto, porque acredita piamente na presença real da pessoa com quem fala.
H - Isso mesmo, exatamente... Os acontecimentos reais são assim, são incisivos, e por si sugerem possibilidades muito evidentes. Não são questões mirabolantes e supérfluas.
D - A voz, que você ouve como sendo minha, não seria um exemplo desta incisividade evidente?
H - Não - porque é indefinida, sem referência experimental: não sei se a voz é uma presença, ou loucura, ou sei lá o quê!
D - Mas, ela não adquire significado e importância exatamente por sua reação prática a ela?
H - Como pergunta isto, depois do que já explicou?
D - Se me permitir - a revelação é minha.
H - Tudo bem... Estou reagindo à voz como quem reage aos próprios pensamentos. Pessoas sãs não acham que um pensamento inteligente que lhes ocorra, ainda que estranho, venha de outra pessoa. Elas podem até conversar consigo mesmas, em pensamento, sem problema algum!
D - Quis dizer que pode não estar louco?
H - Eu quis dizer o que disse: as pessoas podem naturalmente conversar consigo mesmas.
D - Sim, mas para isto, normalmente utilizam um diálogo interno, em que simuladamente conversam com outra pessoa, certo?
H - Sim...
D - Para que, se podem dialogar consigo mesmas?
H - Questão de recurso cognitivo, simbólico, perfeitamente natural. Uma coisa: você passou a fazer muitas perguntas... O combinado é eu fazer as perguntas. Por acaso, está usando o método socrático comigo?
D - Sim, em parte.
H - Então pare, por favor. E, bem, as pessoas também dialogam internamente com personagens alheios porque os assuntos envolvem mesmo outras pessoas...
D - Mas, por exemplo, quando perguntam-se por algo que esqueceram, ou perderam, quem normalmente é perguntado e apresenta respostas, são elas mesmas...
H - Não tem problema: conversam consigo mesmas coerentemente - envolvendo ou não envolvendo outras pessoas, conforme o caso.
D - Pois o problema de sua pergunta é precisamente este. Mesmo internamente, ou eu represento você mesmo, ou represento alguém que não é você.
H - Não acha muito simplista abordar este problema assim: ou é, ou não é...?
D - Acha que pode ser as duas coisas? Desculpe a pergunta...
H - A cada momento, não. Ou algo faz parte de mim, ou não faz. Entretanto, eu não sei o que, quanto, ou quando, faz parte de mim, ou não. O ar, por exemplo, antes de eu respirar não faz parte de mim; após eu respirar passa a fazer, e assim com praticamente tudo o que permita este tipo de consideração.
D - Então, sugiro considerar se, neste mesmo sentido, uma outra pessoa pode fazer e não fazer parte de você.
H - Psicologicamente, acho que sim, de um modo parecido... Em parte faz parte de mim, e em parte não faz.
D - E eu?
H - Caramba... Não tem vergonha de ficar se insinuando? Para que insistir tanto nisto... Como se você não soubesse como eu penso!
D - Sim, sobre este assunto realmente sei bem como pensa. Mas, a maioria de meus leitores não sabe...
H - Ah, estou servindo de exemplo... Conteúdo didático...
D - Realmente, sim. Tudo bem por você? Podemos prosseguir?
H - Que me importa...
D - Ok. Então, continuando: eu posso fazer parte de você?
H - Bem, acho que faltam alguns atributos, em você, para eu considerá-lo como sendo uma outra pessoa...
D - Uma existência física, por exemplo?
H - Ajudaria imensamente...
D - Surgi fisicamente na pessoa de meu verbo, o cristo Jesus. E também, ainda hoje, no mistério santíssimo da transubtanciação do corpo e do sangue do mesmo cristo.
H - Não acredito... Dogmas não servem de respostas! Estou fazendo perguntas filosóficas, mesmo sendo sobre religião...
D - Mas aviso que, assim, você estará desprezando justamente o que é mais importante!
H - Não combinamos conversar especificamente sobre dogmas religiosos.
D - Está certo. Neste caso, estarei continuando a usar o método socrático, tudo bem?
H - Tudo bem, mas, olhe: excepcionalmente, apenas nesta ocasião...
D - Combinado. Então, considerando pessoas progressivamente sem membros, etc., que partes imprescindíveis deveriam restar para que continuassem a ser pessoas?
H - Quer que eu admita que apenas o cérebro seria imprescindível, e que portanto o restante do corpo não define a presença de uma pessoa...
D - Que parte do cérebro?
H - Ah, quanta esperteza! Eu sei lá - não sou neurologista! Especulativamente, será aquilo que mantiver as funções conscientes, individualizantes, capazes de intenção, de escolha, relacionamento, etc. - isto seria suficiente. E daí?
D - Se este ser humano fosse assim reduzido ao ponto de poder ser injetado em seu sangue, inteiramente dotado destas funções definitivas - você o consideraria uma pessoa que faz parte de si, mas, não sendo você mesmo?
H - Mas que trabalheira, hein! Por que não perguntar logo se eu não acho possível que você seja uma pessoa em mim mesmo, mas independente de mim?
D - Mas, não é esta a questão fundamental? E a razão é que eu, como espírito puro, de fato - física e mentalmente - apenas faço parte de você, por você não ser cristão! Se não aceita minha presença espiritual, então nem espiritualmente deixarei de ser apenas parte de você, algo seu, tal como uma faculdade, ou, um sintoma...
H - Não está querendo me culpar disto, não é?
D - Obrigado: se eu assim o estivesse culpando, você teria maior propensão a considerar-me como sendo pelo menos alguém... Reconhece isto?
H - Ah, não vai começar a lamuriar-se agora...
D - Estou conduzindo um argumento, se me permitir e quiser corresponder...
H - Ora, se você lamuriar-se, ou manifestar ressentimentos, claro que vai parecer-se mais com uma pessoa real, e portanto, instintivamente inspirando maior consideração humana, de minha parte. E daí?
D - Também não tornaria a existência independente de Deus menos provável?
H - Se entendi bem, sim, você ficaria mais parecido comigo, e assim ainda mais provável de ser um produto meu.
D - Este é o ponto: será que você valorizaria mais uma pessoa menos propensa a ressentimentos - por ser mais segura, compreensiva e solidária?
H - Ah, agora entendi. Você seria muito mais digno de ser respeitado como sendo outra pessoa, exatamente por ser perfeito, genial, maravilhoso, sem nem precisar de matéria física... Uau! Só ficaria faltando existir, de fato!
***
(continua em Ateu Maluco 3B)
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Comentários
nosso inconsciente representa nossa loucura? de fato o ser humano tenta se individualizar porque sua mente tem dificuldades para se ver interligada a toda existência, no filme Matrix foi ensinado que para conseguir entortar uma colher usando a força da mente é necessário acreditar sermos tambem a colher .
Então uma resposta limitada apenas ao indivíduo não representaria a verdade coletiva, dai a necessidade de repostas por parábolas
onde para um melhor entendimento é necessário o indivíduo se ver integrado ao todo, isto não é nada fácil para quem matem a crença na sua individualidade desde o berço é necessário então força de vontade muito grande para poder ativar a intuição!
falo isto por experiência próprias! eis a questão o pensamento humano NÃO É TOTALMENTE LIVRE enquanto humano não pode
como diz o Fernando : "fé não pode remover montanhas mas pode fazer enxergar um a onde não esta" .....kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk
tenho que reconhecer que isto é uma verdade pratica!
se bem que o primeiro passo para se conseguir remover montanhas é ter fé em si mesmo com se fosse deus! uma inteligência artificial não pensa por si só ela pensa porque foi programada por outra mente, logo sua existência ainda faz parte da outra mente, mesmo que consiga produzir pensamentos aleatórios imprevisíveis pela mente criadora, todas possibilidade dos resultados pensados são consequência dos dados que foram inseridos pela mente criadora, ou seja pertence a mente criadora.
Então aparentemente é como eu digo a nossa liberdade em poder gerar resultados aleatórios LIMITA-SE a processar dados JÁ EXISTENTES absorvidos do mundo externo a nossa mente.
Mentes intuitivas não se contentam apenas em ficar "criando" novos resultados transformando as formas ja existentes que foram absorvidas no mundo externo, elas se interessam em conhecer a origem da própria existência.
Mentes coerente sabem que resultados inteligentes só podem ser conseguidos por força de vontade, logo a origem da mente humana só pode ter sido concebida por uma força de vontade muito grande.
a questão de haver seres espirituais trabalhando em conjunto com a mente humana, só pode ser reconhecida a partir do momento que a mente humana consegue finalmente reconhecer que algum conhecimento não lhe foi absorvido pelos cinco sentidos físicos, como por exemplo a solução para algum problema ou mais evidente alguma previsão do futuro.
É engraçado quando reclamam que não pediram para nascer. Como podem lembrar disto? kkk Neste caso acho que você deve mesmo concluir de acordo com o que sua experiência lhe inspira. Na teologia católica, o pensamento não é livre. A vontade é que é (livre arbítrio). O pensamento segue a vontade, a obedece. Se for para remover a montanha bem devagar, nem tanto. kkk
Por este entendimento, a fé pode remover montanhas, e também fazer ver uma onde não está, e mesmo criar uma onde não existe. Pelo que entendi, sim, a origem da mente é a vontade. Já a concepção de uma ideia, origina-se no espírito (logos), dele sendo aceita pela vontade, e a qual a repassa para a mente usar. Também pode ser reconhecida no simples fato de que freqeuntemente pensamos o que não estavamos querendo pensar. O ambiente mental é como a atmosfera: todos eventualmente (frequentemente) respiramos ar já respirado por outros.
digamos que inconsciente seja seja atos involuntários, como em um sonho informações do nosso consciente são usadas pelo nosso consciente para formar imagens aleatórias, tentando se libertar da razão consciente.
dai eu ter perguntado se o inconsciente representa loucura falta de razão humana.
consciente e inconsciente parecem dois seres brigando entre si para ver que assumi o controle do corpo
o cerebro parece habitar dois mundos quando no sonho para o ser inconsciente tudo parece fazer sentido e muitas vezes até bem mais que no mundo real , mas o ser consciente quando acordado vê seus sonhos sem sentido.
Então para o louco o mundo do inconsciente dele deve fazer mais sentido do que o mundo consciente por isso ele não deseja voltar para a razão da realidade.
o que que isto tem haver com a sua fé? oras fé é acreditar mais na realidade inconsciente do que na realidade consciente , mas por que nossa razão consciente rejeita nosso ser inconsciente? (Medo de ficar maluco...kkkkkkkkkkkkk) Não!
Por termos mais fé, acreditamos mais na nossa razão consciente,mas nem sempre fomos assim tão crentes da nossa razão nascemos perfeitamente ingênuos, ignorantes livres da razão humana.
somos seres totalmente dependentes da razão inconsciente porque só ela ela é capaz de nos manter vivos, controlando nossas funções vitais, cérebro ,sistema nervoso, é ela que nos faz chorar quando necessitamos comer, ela que manda empurrar alimento para fora, abrir os olhos, mamar.
seria até interessante fazer experiência dos pais não rirem para criança, para ver se ela aprende rir por si mesma???????
provavelmente porque ja nasce sabendo chorar.
pois bem neste estagio de inconsciência pueril o recém nascido esta com seu estado inconsciente mais LIBERTO da razão consciente, dai a criança ter mais espaço para fé acreditar , querer rezar conversar com deus.
"deixai vir a mim as criancinhas por que é dela o reino do céus"
com o desenvolvimento da memória ela começa a ser preenchida com dados deste mundo que passam alimentar incessantemente
a razão que não para nunca de raciocinar, ou seja o ser inconsciente passa a ser escravizado, sufocado, ignorado pelo ser consciente, que até mesmo nos sonhos ainda tenta racionalizar o ser inconsciente.
e o que que tudo isso tem haver com o paraíso perdido?
o inconsciente é o ser superior capaz de manter as funções vitais do corpo tudo isso sem depender de nenhuma razão humana, porque ele é o que ainda resta de ligação com o divino, no nascimento inicia a anulação da perda desta ligação apegando-se a crença exclusiva da razão.
Deus vem ao mundo em forma de criança!
este espírito logos seria deus, ou espírito do homem, ou ambos são uma única coisa?
no caso a ideia de adão em comer o fruto proibido de quem foi a ideia? da serpente, dele adão , da eva ou de Deus?
a questão de haver seres espirituais trabalhando em conjunto com a mente humana, só pode ser reconhecida a partir do momento que a mente humana consegue finalmente reconhecer que algum conhecimento não lhe foi absorvido pelos cinco sentidos físicos, como por exemplo a solução para algum problema ou mais evidente alguma previsão do futuro. isso não é tão simples assim saber distinguir nossos pensamento dos induzidos por espíritos, ja que pensamos o tempo todo tudo quanto é tipo de coisas desde as mais deploráveis quanto as mais nobres.
tem hora que pensar o tempo todo satura se fosse possível gostaria de poder esvaziar a mente,mas meu cérebro não deixa porque tem medo de morrer! por isso vivo pensando!