Suicídio um direito

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Comentários

  • editado December 2017
    Cameron disse:
    O problema da filosofia niilista está justamente em nadificar o que é abstrato ou não objetivo. 

    Estaria mais para um filtro diferenciando o que é real de ilusório.

    Abstrações são ferramentas muito úteis mas é um erro elevá-las ao patamar de real, do contrário bastaria imaginar uma mesa farta para todo mundo e o problema da fome estaria resolvido, não se trata de menosprezo ou "nadificação".

    O que você chama de ilusão é a "aparência das coisas". Como isso sequer poderia "não existir", que sentido há em postular a possibilidade de inexistência disso?  Não existe “ilusão de consciência subjetiva” em que tal ilusão = irreal, inexistente. Se me parece que estou consciente, então estou. Não posso ter ilusão da consciência se não estiver consciente. Como já disse John Searle: “(...)o fenômeno padrão das reduções eliminatórias é mostrar que o fenômeno reduzido é apenas uma ilusão. No entanto, no que diz respeito à consciência, a existência da ilusão é a própria realidade.”. Um outro trecho dessa argumentação:

    "However, John Searle argues[9] that Dennett, who insists that discussing subjectivity is nonsense because it is unscientific and science presupposes objectivity, is making a category error. Searle argues that the goal of science is to establish and validate statements which are epistemically objective, (i.e., whose truth can be discovered and evaluated by any interested party), but are not necessarily ontologically objective. Searle calls any value judgment epistemically subjective. Thus, "McKinley is prettier than Everest" is epistemically subjective, whereas "McKinley is higher than Everest" is epistemically objective. In other words, the latter statement is evaluable (in fact, falsifiable) by an understood ('background') criterion for mountain height, like 'the summit is so many meters above sea level'. No such criteria exist for prettiness. Searle says that in Dennett's view, there is no consciousness in addition to the computational features, because that is all that consciousness amounts to for him: mere effects of a von Neumann(esque) virtual machine implemented in a parallel architecture and therefore implies that conscious states are illusory, but Searle points out: "where consciousness is concerned, the existence of the appearance is the reality."

    http://en.wikipedia.org/wiki/Consciousness_Explained

     
  • editado December 2017
    Cameron disse:



    Abstrações são ferramentas muito úteis mas é um erro elevá-las ao patamar de real, do contrário bastaria imaginar uma mesa farta para todo mundo e o problema da fome estaria resolvido, não se trata de menosprezo ou "nadificação".

    Destaquei com um grifo. Mais uma vez confundiu a ilusão em si com o "objeto" da ilusão.
  • editado December 2017
    Niilismo (do latim nihil, nada) é uma doutrina filosófica que atinge as mais variadas esferas do mundo contemporâneo (literaturaarteciências humanas, teorias sociais, ética e moral) cuja principal característica é uma visão cética radical em relação às interpretações da realidade, que aniquila valores e convicções. É a desvalorização e a morte do sentido, a ausência de finalidade e de resposta ao “porquê”. Os valores tradicionais depreciam-se e os "princípios e critérios absolutos dissolvem-se". "Tudo é sacudido, posto radicalmente em discussão. A superfície, antes congelada, das verdades e dos valores tradicionais está despedaçada e torna-se difícil prosseguir no caminho, avistar um ancoradouro".[1]O niilismo, de acordo com a perspectiva de Gianni Vattimo, filósofo niilista italiano, pode ser considerado como um movimento “positivo” – quando pela crítica e pelo desmascaramento nos revela a abissal ausência de cada fundamento, verdade, critério absoluto e universal e, portanto, convoca-nos diante da nossa própria liberdade e responsabilidade, agora não mais garantidas, nem sufocadas ou controladas por coisa alguma. Mas também pode ser considerado como um movimento “negativo” – quando nesta dinâmica prevalecem os traços destruidores e iconoclastas, como os do declínio, do ressentimento, da incapacidade de avançar, da paralisia, do “vale-tudo” e do célebre silogismo ilustrado pela frase de Ivan Karamazov, em Os Irmãos Karamazov personagem de Dostoiévski: "Se Deus não existe, então tudo é permitido"[2]. Índice  [esconder]   Niilismo existencial [url=https://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Niilismo&action=edit&section=1]editar código-fonte[/urlMais comumente, o niilismo é apresentado sob a forma de niilismo existencial, que argumenta que a vida é sem sentido objetivo, propósito ou valor intrínseco. No que diz respeito ao universo, o niilismo existencial postula que um único ser humano ou mesmo toda a espécie humana é insignificante, sem propósito e irrisória a ponto de não mudar em nada a totalidade da existência. Dada esta circunstância, a própria existência — toda a ação, o sofrimento e sentimento — é, em última instância, sem sentido e vazia.Em The Dark Side: Thoughts on the Futility of Life (1994), Alan Pratt demonstra que o niilismo existencial, de uma forma ou de outra, tem sido uma parte da tradição intelectual ocidental desde o início, presente em obras de filósofos como Empédocles e Hegésias. Durante o renascimento, William Shakespeare eloquentemente resumiu a perspectiva do niilista existencial quando, nesta famosa passagem perto do fim de Macbeth, ele tem Macbeth a derramar seu desgosto pela vida:Apaga-te, apaga-te, chama breve! A vida é apenas uma sombra ambulante, um pobre ator que por uma hora se espavona e se agita no palco, sem que depois seja ouvido; é uma história contada por idiotas, cheia de fúria e barulho, que nada significa.O 'nada' revela cada indivíduo como um ser isolado jogado em um universo estranho e sem resposta, impedido para sempre de saber, obrigados a inventar o que significa. É uma situação que é nada menos que um absurdo. Escrevendo a partir da perspectiva iluminada do absurdoAlbert Camus (1913-1960) observou que a situação de Sísifo, personagem da Mitologia Grega, condenado à eterna luta inútil, era uma metáfora excelente para a existência humana (O Mito de Sísifo,1942).[3]Ao se deparar com o vazio da existência, o indivíduo tem sua vida prática profundamente alterada. Em O Vazio da Máquina (2007), André Cancian descreve o abismo niilista:É possível que, por meio do pensamento, ao compreendermos nossa condição, venhamos a entrar num estado de luto pela "morte da realidade", por assim dizer, já que para nós a realidade é nossa compreensão da realidade, e a destruição dos alicerces de nossa cosmovisão pode ser algo bastante difícil de administrar, sendo comum que haja episódios de ansiedade e angústia nesse processo indigesto.(...) “O sentimento de que tudo nunca passou de uma fantasia nos esmaga. A vida é um sonho dentro de uma máquina”. Diante disso, ficamos atônitos, perplexos, e 'luto' é a melhor palavra que nos ocorre para descrever esse sentimento de que algo morreu.(...)“O modo como pensamos e encaramos o mundo corresponde exatamente ao niilismo, no qual tudo perde o sentido e a vida fica suspensa no nada, perfeitamente consciente de si mesma e de sua condição precária. A consciência da indiferença da realidade nos chega como algo corrosivo, como um silêncio que escarnece todos os nossos sonhos.” A superação do consequente efeito paralisante é, segundo Cancian, a rendição ao subjetivo. “Não há para onde fugir: temos de encarar nossa condição de existência em nosso elemento, a subjetividade. São nossas pequenas fantasias humanas que apesar de todo o nada, nos permitem levar a vida adiante, ainda que isso não faça sentido algum”[4].Filosofia [url=https://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Niilismo&action=edit&section=2]editar código-fonte[/urlAs primeiras ocorrências do termo remontam à Revolução Francesa, quando foram definidos como “niilistas” os grupos que não eram nem a favor nem contra a Revolução. Por outro lado, indo além da pretensa paternidade do termo atribuída ao grande escritor russo Turgueniev, no livro Pais e Filhos, o primeiro uso propriamente filosófico do conceito pode ser localizado no final do século XVIII, ao longo dos debates e das disputas que caracterizam a fundação do idealismo – mais especificamente na carta escrita em 1799 de F. H. Jacobi a Johann Fichte, na qual o idealismo é acusado de ser um niilismo. Filósofos como Friedrich Schlegel e Hegel intervêm na discussão servindo-se do termo.Na Rússia, uma vez saído do restricto âmbito filosófico e literário para o plano social e político, o niilismo passa a designar um movimento de rebelião contra a ordem estabelecida, o atraso, o imobilismo da sociedade e os seus valores. Muito dessa postura engajada do niilismo advém da influência exercida por Nietzsche, talvez o maior dos filósofos niilistas, com quem a reflexão filosófica sobre o niilismo alcança um alto grau de teorização, através de um pensamento radical que, partindo do método genealógico, pretende demonstrar as origens mais remotas do fenômeno, como o platonismo e o cristianismo, denunciando a tradição metafísica como a grande causa do niilismo contemporâneo. Contudo, abraçar o niilismo acarretado pela metafísica é a solução encontrada para o período, uma vez que se trata de reconhecer o "nada" que subjaz a toda e qualquer instituição de sentido. Assim, Nietzsche não só diagnostica a doença do nosso tempo, como tenta indicar um remédio.[5]O século XX é, como ele diz claramente, "o século do niilismo que impregna a atmosfera cultural de toda uma época e se transforma numa “categoria” fundamental no laboratório filosófico contemporâneo". Dentre os autores e movimentos mais significativos que se defrontaram com o conceito, destacam-se: Martin Heidegger, partindo de uma profunda crítica ontológica ao niilismo e suas consequências; Ernst Jünger, com sua análise niilista da condição humana, assinalada pela figura do trabalhador que retira o ser-humano de sua essência; Gilles Deleuze, como grande expoente da corrente filosófica em França; a filosofia "desesperada e negativa" de Emil Cioran; a visão crítica do niilismo como essência do Ocidente de Emanuele Severino; a obra de Jacques Derrida; as reflexões de Jean-Luc Nancy; o “pensamento fraco” e a apologia do niilismo de Gianni Vattimo.Concepção nietzschiana de niilismo [url=https://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Niilismo&action=edit&section=3]editar código-fonte[/urlNiilismo passivo - Segundo Nietzsche, o niilismo passivo, ou niilismo incompleto, podia ser considerado uma evolução do indivíduo, mas jamais uma transvaloração ou mudança nos valores. Através do anarquismo compreende-se um avanço; porém, os valores demolidos darão lugar para novos valores. É a negação do desperdício da força vital na esperança vã de uma recompensa ou de um sentido para a vida; opondo-se frontalmente a autores socráticos e, obviamente, à moral cristã, nega que a vida deva ser regida por qualquer tipo de padrão moral tendo em vista um mundo superior, pois isso faz com que o homem minta a si próprio, falsifique-se, enquanto vive a vida fixado numa mentira. Assim no niilismo não se promove a determinação de valores fixos, postulados, uma vez que tal determinação é considerada uma atitude negativa.Niilismo ativo - ou niilismo-completo, é onde Nietzsche se coloca, considerando-se o primeiro niilista de facto, intitulando-se o niilista-clássico, prevendo o desenvolvimento e discussão de seu legado. Este segundo sentido segue o mesmo rumo, mas propõe uma atitude mais ativa: renegando os valores metafísicos, redireciona a sua força vital para a destruição da moral. Após essa destruição, tudo cai no vazio: a vida é desprovida de qualquer sentido, reina o Absurdo e o niilista não pode ver alternativa senão esperar pela morte (ou provocá-la). No entanto, esse final não é, para Nietzsche, o fim último do niilismo: no momento em que o homem nega os valores de Deus, deve aprender a ver-se como criador de valores e no momento em que entende que não há nada de eterno após a vida, deve aprender a ver a vida como um eterno retorno, sem o qual o niilismo seria sempre um ciclo incompleto.Niilismo pós-Nietzsche [url=https://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Niilismo&action=edit&section=4]editar código-fonte[/urlComo Nietzsche previra, o assunto ganhou grande atenção, mas só após o advento da Primeira Guerra Mundial e dos avanços científicos. Nesta época, sobrelevaram autores como Spengler e Max Weber. Mas, pouco mais tarde, foram Heidegger e Jürgen Habermas que, discutindo o niilismo, legaram notáveis reflexões.Naturalmente, o termo encontrou novas significações e derivações, das quais podemos destacar o niilismo-existencialista, de Sartre, e o niilismo-gnóstico/niilismo-absurdista, de Albert Camus.Ver também [url=https://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Niilismo&action=edit&section=5]editar código-fonte[/url46px-SeptemArtes-Philosophia-Detail.jpgA Wikipédia possui o:
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    Wikcionário possui o verbete niilismo. Referências
    1. Ir para cima↑ Rossano Pecoraro, Niilismo, JZE, Rio, 2007
    2. Ir para cima↑ Sartre, Jean-Paul (1946). L'existentialisme est un Humanisme. Paris: Éditions Nagel (1996 ed., Gallimard). ISBN 2-07-032913-5
    3. Ir para cima↑ Alan Pratt, Nihilism, Internet Encyclopedia of Philosophy
    4. Ir para cima↑ O Vazio da Máquina: Niilismo e outros abismos, André Cancian, 2007
    5. Ir para cima↑ Rossano Pecoraro, Niilismo, JZE, Rio, 2007
    • Rossano Pecoraro Niilismo e pós-modernidade, Rio/São Paulo, PUC/Loyola, 2005.
  • " Mais comumente, o niilismo é apresentado sob a forma de niilismo existencial, que argumenta que a vida é sem sentido objetivo, propósito ou valor intrínseco. No que diz respeito ao universo, o niilismo existencial postula que um único ser humano ou mesmo toda a espécie humana é insignificante, sem propósito e irrisória a ponto de não mudar em nada a totalidade da existência. Dada esta circunstância, a própria existência — toda a ação, o sofrimento e sentimento — é, em última instância, sem sentido e vazia. " 


    Isso é foda ! Mas assim é que é ...
  • " Mais comumente, o niilismo é apresentado sob a forma de niilismo existencial, que argumenta que a vida é sem sentido objetivo, propósito ou valor intrínseco.

    "Não há sentido objetivo, logo não existe sentido". Isso é como dizer que "não existe vermelho objetivo, logo o vermelho não existe".  

    Não é a toa que niilismo é associado ao pós-modernismo, que é considerado sinônimo de filosofia ruim.
  • Emmedrado disse: " Mais comumente, o niilismo é apresentado sob a forma de niilismo existencial, que argumenta que a vida é sem sentido objetivo, propósito ou valor intrínseco. No que diz respeito ao universo, o niilismo existencial postula que um único ser humano ou mesmo toda a espécie humana é insignificante, sem propósito e irrisória a ponto de não mudar em nada a totalidade da existência. Dada esta circunstância, a própria existência — toda a ação, o sofrimento e sentimento — é, em última instância, sem sentido e vazia. " 


    Isso é foda ! Mas assim é que é ...
    A vida, o ser humano e tudo o mais podem não ter um sentido ou propósito intrísecos, mas isto não impede que cada um de nós lhes dê um sentido e propósito. Que podem valer para uns e não para outros, que podem não corresponder a coisas reais, mas, ainda assim, tornam nossas vidas significativas.
     
  • editado December 2017
    O erro é chamar um valor de "ilusão" e achar que chamar algo de ilusão é suficiente para dizer que esse algo não existe. A qualia de fedor, maciez, vermelhidão e doçura não existiriam segundo essa ótica.

    O pior ainda é, como fez a Cameron, confundir uma "ilusão" com o "objeto" da ilusão. Por exemplo, imagens mentais de dragões existem, daí negá-lo na mesma perspectiva descrita seria como dizer que "como os dragões não existem, logo as imagens mentais dos dragões não existem".  Essa é uma falácia chamada de "erro categorial". Como no caso de alguém que quer provar que nem todos são ateus dizendo que "os morangos não são ateus". 
  • Fernando_Silva disse:
    Emmedrado disse: " Mais comumente, o niilismo é apresentado sob a forma de niilismo existencial, que argumenta que a vida é sem sentido objetivo, propósito ou valor intrínseco. No que diz respeito ao universo, o niilismo existencial postula que um único ser humano ou mesmo toda a espécie humana é insignificante, sem propósito e irrisória a ponto de não mudar em nada a totalidade da existência. Dada esta circunstância, a própria existência — toda a ação, o sofrimento e sentimento — é, em última instância, sem sentido e vazia. " 


    Isso é foda ! Mas assim é que é ...
    A vida, o ser humano e tudo o mais podem não ter um sentido ou propósito intrísecos, mas isto não impede que cada um de nós lhes dê um sentido e propósito. Que podem valer para uns e não para outros, que podem não corresponder a coisas reais, mas, ainda assim, tornam nossas vidas significativas.
     

    Concordo 100 % e estendo isso a vida de outra pessoas que amamos , se não somos o sonho de uma borboleta temos que dar valor a existência destas .
  • editado December 2017
    Eu estava bebado
  • Huxley disse: O pior ainda é, como fez a Cameron, confundir uma "ilusão" com o "objeto" da ilusão. Por exemplo, imagens mentais de dragões existem, daí negá-lo na mesma perspectiva descrita seria como dizer que "como os dragões não existem, logo as imagens mentais dos dragões não existem".
    Pelo que eu entendi, ela apenas disse que "fantasiar sobre dragões não faz com que eles passem a existir como objetos reais".
     
  • Fernando_Silva disse:
    Huxley disse: O pior ainda é, como fez a Cameron, confundir uma "ilusão" com o "objeto" da ilusão. Por exemplo, imagens mentais de dragões existem, daí negá-lo na mesma perspectiva descrita seria como dizer que "como os dragões não existem, logo as imagens mentais dos dragões não existem".
    Pelo que eu entendi, ela apenas disse que "fantasiar sobre dragões não faz com que eles passem a existir como objetos reais".
     

    Concordo mas de qualquer forma tudo que pensamos existe .Se imagino um dragão ele já existe mesmo não sendo concreto .Existiu em minha mente .
  • editado December 2017
    O que você chama de ilusão é a "aparência das coisas". Como isso sequer poderia "não existir", que sentido há em postular a possibilidade de inexistência disso? 

    É claro que existe, dentro de parâmetros subjetivos, e não objetivos.

    O ponto de ser subjetivo apenas diz respeito a tal atribuição depender de um individuo para exitir, temos que atribuir esses valores justamente por que a realidade carece de todos eles, e é esse ponto, por exemplo, a referência de "bom" ou "mau" baseia-se em um sujeito, sem um sujeito, inexiste a referência, torna-se indiferente e é esse tipo de indiferença que a realidade se torna após retirarmos nossas decorações subjetivas.
  • editado December 2017
    Cameron disse:
    O que você chama de ilusão é a "aparência das coisas". Como isso sequer poderia "não existir", que sentido há em postular a possibilidade de inexistência disso? 

    É claro que existe, dentro de parâmetros subjetivos, e não objetivos.

    O ponto de ser subjetivo apenas diz respeito a tal atribuição depender de um individuo para exitir, temos que atribuir esses valores justamente por que a realidade carece de todos eles, e é esse ponto, por exemplo, a referência de "bom" ou "mau" baseia-se em um sujeito, sem um sujeito, inexiste a referência, torna-se indiferente e é esse tipo de indiferença que a realidade se torna após retirarmos nossas decorações subjetivas.

    Você usou o parâmetro "realidade externa" e/ou "objetividade" para dizer que os valores não são reais. Todavia, dentro de certo parâmetro, o conceito de valor também é um mero enuciado de fatos, portanto o valor também existe objetivamente segundo essa perspectiva. O filósofo Ludwig Wittgesntein já explicou isso com competência maior do que eu faria:
    (....) Ao invés de dizer que “a Ética é a investigação sobre o que é bom”, poderia ter dito que a Ética é a investigação sobre o valioso, ou sobre o que realmente importa, ou ainda, poderia ter dito que a Ética é a investigação sobre o significado da vida, ou daquilo que faz com que a vida mereça ser vivida, ou sobre a maneira correta de viver. Creio que se observarem todas estas frases, então terão uma ideia aproximada do que se ocupa a Ética. A primeira coisa que nos chama a atenção nestas expressões é que cada uma delas é usada, realmente, em dois sentidos muito distintos. Vou denominá-los, por um lado, o sentido trivial ou relativo, e por outro, o sentido ético ou absoluto. Por exemplo, se digo que esta é uma boa poltrona, isto significa que esta poltrona serve para um propósito predeterminado e a palavra bom aqui tem somente significado na medida em que tal propósito tenha sido previamente fixado. De fato, a palavra bom no sentido relativo significa simplesmente que satisfaz um certo padrão predeterminado. Assim, quando afirmamos que este homem é um bom pianista, queremos dizer que pode tocar peças de um certo grau de dificuldade com um certo grau de habilidade. Igualmente, se afirmo que para mim é importante não me resfriar quero dizer que apanhar um resfriado produz em minha vida certos transtornos descritíveis e se digo que esta é a estrada correta significa que é a estrada correta em relação a uma certa meta. Usadas desta forma, tais expressões não apresentam problemas difíceis ou profundos. Mas isto não é o uso que delas faz a Ética. Suponhamos que eu soubesse jogar tênis e alguém de vocês, ao ver-me, tivesse dito “Você joga bastante mal” e eu tivesse contestado “Sei que estou jogando mal, mas não quero fazê-lo melhor”, tudo o que poderia dizer meu interlocutor seria “Ah, então tudo bem.”. Mas suponhamos que eu tivesse contado a um de vocês uma mentira escandalosa e ele viesse e me dissesse “Você se comporta como um animal” e eu tivesse contestado “Sei que minha conduta é má, mas não quero comportar-me melhor”, poderia ele dizer “Ah, então, tudo bem”? Certamente não. Ele afirmaria “Bem, você deve desejar comportar-se melhor”. Aqui temos um juízo de valor absoluto, enquanto no primeiro caso era um juízo relativo. A essência desta diferença parece obviamente esta: cada juízo de valor relativo é um mero enunciado de fatos e, portanto, pode ser expresso de tal forma que perca toda a aparência de juízo de valor. Ao invés de dizer “Esta é a estrada correta para Granchester”, eu poderia perfeitamente dizer “Esta é a estrada correta que deves tomar se queres chegar a Granchester no menor tempo possível”. (...)

    Fonte: http://ateus.net/artigos/filosofia/conferencia-sobre-etica/
  • editado December 2017
    Se fosse verdade que valores não existem objetivamente sob qualquer parâmetro, então não existiria Psicologia da Moral e nem Psicologia da Estética. Todavia, sabemos que a Psicologia é uma ciência. E toda ciência deve estabelecer e validar asserções que são epistemologicamente objetivas. Se, de qualquer modo, valores não existem objetivamente, então como eles seriam estudados por várias ciências humanas?
  • editado December 2017
    Se fosse verdade que valores não existem objetivamente sob qualquer parâmetro, então não existiria Psicologia da Moral e nem Psicologia da Estética. Todavia, sabemos que a Psicologia é uma ciência. E toda ciência deve estabelecer e validar asserções que são epistemologicamente objetivas. Se, de qualquer modo, valores não existem objetivamente, então como eles seriam estudados por várias ciências humanas?

    O mero fato de ser alvo de estudo não concede status de objetividade a algo, se alguém decidir estudar anjos, sabe-se lá por qual metodologia, não implicaria na existência objetiva de tais seres.
  • Cameron disse:
    1- Fui pelo lado de que você define o que você é porque você é a vida.

    2- Se você define você já tem um objetivo que é dar sentido a vida. Dizer quem não tem é não cumprir o objetivo.

    1- As pessoas são o que são independente de como se definam, do contrário teríamos muitas reencarnações de Napoleão por aí.

    2- Ter objetivos na vida não implica "automagicamente" que o Niilismo estaria errado, falhar ou ter sucesso em seus anseios subjetivos não refutaria as premissas niilistas.
     

    Se eu nao tenho proposito eu tenho um proposito de nao ter um proposito. A partir da afirmativa a vida e o que voce e implica nisso.
  • A definicao do que sou tem implicacao com a realidade ou visao de mundo dentro de uma mente saudavel, nao e perfeito vao existir pessoas com visoes de mundo distorcidas. 
  • editado December 2017
    O mero fato de ser alvo de estudo não concede status de objetividade a algo, se alguém decidir estudar anjos, sabe-se lá por qual metodologia, não implicaria na existência objetiva de tais seres.
     

    Implica sim, pois se algo é alvo de estudo científico, não há como não haver conceito científico envolvido, tanto é que "anjo" não é conceito científico, enquanto "valor moral" e "valor estético" são. Valores morais explicam grande parte dos comportamentos humanos observados.
  • Implica sim, pois se algo é alvo de estudo científico, não há como não haver conceito científico envolvido, tanto é que "anjo" não é conceito científico, enquanto "valor moral" e "valor estético" são. Valores morais explicam grande parte dos comportamentos humanos observados.

    Dizer que algo é subjetivo em nada diz respeito a existência desse, a questão apenas surge quando misturamos o que nós mesmos implantamos com condições efetivas e objetivas, afirmar um algo como subjetivo apenas significa que esse é dependende de um sujeito para existir, mas não que esse, enquanto ocorrência, é inexistente.
  •  
    Se eu nao tenho proposito eu tenho um proposito de nao ter um proposito. A partir da afirmativa a vida e o que voce e implica nisso.

    Hã? Isso não ficou muito claro, poderia reformular?
  • editado December 2017
    Cameron disse:
    Implica sim, pois se algo é alvo de estudo científico, não há como não haver conceito científico envolvido, tanto é que "anjo" não é conceito científico, enquanto "valor moral" e "valor estético" são. Valores morais explicam grande parte dos comportamentos humanos observados.

    Dizer que algo é subjetivo em nada diz respeito a existência desse, a questão apenas surge quando misturamos o que nós mesmos implantamos com condições efetivas e objetivas, afirmar um algo como subjetivo apenas significa que esse é dependende de um sujeito para existir, mas não que esse, enquanto ocorrência, é inexistente.

    Não há uma linha divisória precisa entre objetividade e intersubjetividade. Mesmo a objetividade só funciona relativamente a um “pano de fundo” partilhado de capacidades cognitivas sendo portanto, num certo sentido, uma forma de intersubjetividade.

    E, se eu te espeto com uma agulha, então como eu vou explicar cientificamente  a sua expressão facial de dor sem usar o conceito de intersubjetividade? Eu vou apelar a características amplamente compartilhadas pela sensibilidade humana em várias ciências. A sua postulação de linha divisória precisa entre intersubjetividade e objetividade implica necessariamente dizer que todas as ciências humanas não são ciências. Não percebe o absurdo de afirmar isso? 
  • implica necessariamente dizer que a etologia e todas as ciências humanas não são ciências. Não percebe o absurdo de afirmar isso? 
     

    As ciências humanas não dependem da objetividade de nossos valores para serem ciências, nunca afirmei isso e sinceramente não entendi a razão pela qual o Niilismo implicaria nisso.
  • editado December 2017
    Cameron disse:
     

    As ciências humanas não dependem da objetividade de nossos valores para serem ciências, nunca afirmei isso e sinceramente não entendi a razão pela qual o Niilismo implicaria nisso.


    Os critérios para avaliar os produtos intelectuais nas ciências humanas frequentemente são “intersubjetivos” no sentido em que apelam a características amplamente partilhadas da sensibilidade humana. 

    A existência do Monte Everest não depende do fato de ele ser observado ou escalado por pessoas, mas a minha dor nas costas existe apenas na medida em que eu existo. Afinal, segundo sua perspectiva, dor é conceito científico ou não é?
  • Você parece confundir existência com objetividade.

    Dor existe, atribuir a dor um valor como por exemplo "Essa dor é uma tribulação necessária para a expiação dos meus pecados" ou "Eu me portei mal e mereço sofrer por causa disso" é subjetivo.
  • Cameron disse:  
    Se eu nao tenho proposito eu tenho um proposito de nao ter um proposito. A partir da afirmativa a vida e o que voce e implica nisso.

    Hã? Isso não ficou muito claro, poderia reformular?

    Se voce define ou nao um proposito e definir um proposito voce classificou da mesma forma.
     
  • Cameron disse: Você parece confundir existência com objetividade.

    Dor existe, atribuir a dor um valor como por exemplo "Essa dor é uma tribulação necessária para a expiação dos meus pecados" ou "Eu me portei mal e mereço sofrer por causa disso" é subjetivo.

    Dor e dor, idenpendente da causa. 
     
  • editado December 2017
    Cameron disse: Você parece confundir existência com objetividade.

    Dor existe, atribuir a dor um valor como por exemplo "Essa dor é uma tribulação necessária para a expiação dos meus pecados" ou "Eu me portei mal e mereço sofrer por causa disso" é subjetivo.


    Impossível o conceito psicológico de dor existir sem que haja simultaneamente o conceito de valor. Por exemplo, se alguém levanta peso na academia durante x segundos a uma intensidade elevada, ele fica com um sensação de dor nos músculos devido a uma acumulação de ácido láctico e depois para os movimentos (isso acontece com qualquer pessoa!). Então, como vou explicar psicologicamente esse evento sem apelar ao valor negativo da dor? O normal é que eu diga que esse valor negativo de dor causou a paralisação dos movimentos. E isso é uma explicação perfeitamente científica do evento psicológico citado.

    O exemplo que eu tratei aqui é juízo de valor relativo. Os exemplos que você deu são de juízos de valor absoluto. A diferença já foi explicada na citação de Ludwig Wittgenstein. Diferentemente do que você possa ter imaginado, eu não disse que os juízos de valor absolutos possam ser objetivos. Mas afirmo que juízo de valor relativo é um mero enunciado de fatos e isso ajudar entender porque os valores existem objetivamente segundo a perspectiva do juízo de valor relativo.
  • ESSE DIÁLOGO NÃO VAI ACABAR NUNCA. SÃO  VISÕES EM CONFLITO .
  • editado December 2017
    Impossível o conceito psicológico de dor existir sem que haja simultaneamente o conceito de valor. Por exemplo, se alguém levanta peso na academia durante x segundos a uma intensidade elevada, ele fica com um sensação de dor nos músculos devido a uma acumulação de ácido láctico e depois para os movimentos (isso acontece com qualquer pessoa!). Então, como vou explicar psicologicamente esse evento sem apelar ao valor negativo da dor? O normal é que eu diga que esse valor negativo de dor causou a paralisação dos movimentos. E isso é uma explicação perfeitamente científica do evento psicológico citado.

    O exemplo que eu tratei aqui é juízo de valor relativo. Os exemplos que você deu são de juízos de valor absoluto. A diferença já foi explicada na citação de Ludwig Wittgenstein. Diferentemente do que você possa ter imaginado, eu não disse que os juízos de valor absolutos possam ser objetivos. Mas afirmo que juízo de valor relativo é um mero enunciado de fatos e isso ajudar entender porque os valores existem objetivamente segundo a perspectiva do juízo de valor relativo.

    Sobre isso mas abordando principalmente a estética:

    "Estamos expressando uma impressão que temos da sensação de agrado vindo do apreço pela beleza, que pode ser feito por vários indivíduos e até animais e insetos, cada um vislumbrando algo de seu agrado, a questão é que, em sí, não há um parâmetro objetivo representando essa estética, existem padrões que podem ser atrativos a determinadas preferências, essa dinâmica entre as propriedades de um algo e a interação (objetiva) que temos com ela geralmente nos confunde a pensar que nossa relação e percepção da realidade é a própria realidade, quando está incorreto.

    Nós somos apreciadores da beleza, mas esse apreço não reside nos fatos, mas, nos seus apreciadores, como outro exemplo poderíamos citar a água, em sí, não é "refrescante", mas uma pessoa desesperada de sede não diria isso.

    As propriedades de um objeto são uma coisa, nossa forma de interação com eles, é outra."


    Fonte: Texto extraído de um tópico arquivado em Ateus.net.
  • editado December 2017
    Cameron disse:
    Impossível o conceito psicológico de dor existir sem que haja simultaneamente o conceito de valor. Por exemplo, se alguém levanta peso na academia durante x segundos a uma intensidade elevada, ele fica com um sensação de dor nos músculos devido a uma acumulação de ácido láctico e depois para os movimentos (isso acontece com qualquer pessoa!). Então, como vou explicar psicologicamente esse evento sem apelar ao valor negativo da dor? O normal é que eu diga que esse valor negativo de dor causou a paralisação dos movimentos. E isso é uma explicação perfeitamente científica do evento psicológico citado.

    O exemplo que eu tratei aqui é juízo de valor relativo. Os exemplos que você deu são de juízos de valor absoluto. A diferença já foi explicada na citação de Ludwig Wittgenstein. Diferentemente do que você possa ter imaginado, eu não disse que os juízos de valor absolutos possam ser objetivos. Mas afirmo que juízo de valor relativo é um mero enunciado de fatos e isso ajudar entender porque os valores existem objetivamente segundo a perspectiva do juízo de valor relativo.

    Sobre isso mas abordando principalmente a estética:

    "Estamos expressando uma impressão que temos da sensação de agrado vindo do apreço pela beleza, que pode ser feito por vários indivíduos e até animais e insetos, cada um vislumbrando algo de seu agrado, a questão é que, em sí, não há um parâmetro objetivo representando essa estética, existem padrões que podem ser atrativos a determinadas preferências, essa dinâmica entre as propriedades de um algo e a interação (objetiva) que temos com ela geralmente nos confunde a pensar que nossa relação e percepção da realidade é a própria realidade, quando está incorreto.

    Nós somos apreciadores da beleza, mas esse apreço não reside nos fatos, mas, nos seus apreciadores, como outro exemplo poderíamos citar a água, em sí, não é "refrescante", mas uma pessoa desesperada de sede não diria isso.

    As propriedades de um objeto são uma coisa, nossa forma de interação com eles, é outra."


    Fonte: Texto extraído de um tópico arquivado em Ateus.net.

    Eu não sei o que esse texto acrescenta a sua argumentação anterior, Cameron. Pois veja só um trecho dele: "Nós somos apreciadores da beleza, mas esse apreço não reside nos fatos, mas, nos seus apreciadores". Para entender como isso é um truísmo, substitua  isso por: "Nós somos apreciadores de Exterminador do Futuro 2, mas esse apreço não reside nos fatos, mas, nos seus apreciadores". O esforço para demonstrar que a estética é uma ficção é tão trivial quanto o esforço para demonstrar que nunca existiu uma história real chamada "Exterminador do Futuro 2". No último caso, a história é fictícia, mas a apreciação é factual, pois há uma proposição de juízo de valor relativo envolvida. A analogia funciona para entender o caso da estética.

    No mais, o autor do texto tem a visão popular e rudimentar de que os fundamentos se dividem de forma precisa em objetividade e subjetividade, ao contrário da visão alternativa que afirma que existe um contínuo entre subjetividade, intersubjetividade e objetividade. O primeiro ponto de vista leva em conta a premissa de que as experiências observacionais são determinadas apenas pelo objeto observado e que dois  observadores normais que estão vendo o mesmo objeto ou cenário do mesmo lugar “verão” a mesma coisa. Todavia, isso é uma descrição imprecisa do fenômeno da percepção humana, mesmo que você considerasse apenas a observação direta de objetos físicos. Basta ler o capítulo de percepção de um bom livro de Psicologia Cognitiva para entender o que estou falando, mas ler esse excerto do livro de Alan Chalmers já ajuda: http://criticanarede.com/cienciaefactos.html

    Ele também pôs uma afirmação contradita pelas evidências da Psicologia Evolutiva ao afirmar que não existe parâmetro objetivo representando essa estética da beleza. Isso é falso (ou, pelo menos, mais ou menos errado), pois, em diferentes povos e culturas, existem alguns detalhes do padrão de beleza universalmente apreciado, embora outros detalhes variem intensamente na preferência. Isto é, em boa parte, a experiência observacional de beleza é sim determinado pelo objeto observado, e não "está apenas nos olhos de quem vê". Padrão de beleza universal é o que corresponde ao seguinte padrão: simetria, traços de tamanho próximos ao mediano e traços típicos do sexo (um queixo vigoroso no homem, por exemplo). Alguns dados são indicadores de saúde que podem ser checados pelo observador ao escolher o possível parceiro sexual e fazem todo sentido da perspectiva adaptativa darwiniana.
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