Breves sobre História, Guerra e Moral
Por Acauan
A Guerra do Paraguai teria sido injusta se os inicialmente invadidos fossem eles. O que houve foi o contrário, com o Rato que Ruge bancando o gostosão e tomando o que tomou no final da aventura.
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E o que o Papa não disse e espero que saiba, é que se morreu tanta gente na Guerra do Paraguai, principalmente paraguaios, foi porque no quartil final da guerra, já com o Paraguai invadido e Asunción capturada, Solano Lopez levou suas forças para o interior do país e iniciou uma guerra de guerrilhas, sem a menor chance de sair vitoriosa, mas na qual ele se dispôs a sacrificar as vidas de seus governados aos montes com o único intuito de prolongar sua posição de Tirano da Aldeia. Os que acusam o nobre Caxias de ser perpetrador de massacres não sabe ou finge não saber que a posição do Duque e general comandante era que a Guerra deveria terminar com a conquista da capital inimiga, o que para Caxias era suficiente para vingar o ultraje contra o Império. D. Pedro II foi sabiamente contra e decretou que a Guerra só terminaria com a destituição, exílio ou morte de Solano Lopez. Se o ditador tivesse se rendido naquele momento da Guerra, dezenas de milhares de vidas paraguaias teriam sido poupadas. Só que o cara não tava nem aí para as vidas dos paraguaios e quem leva a culpa é o Império.
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Geralmente a guerra é justa e razoável do ponto de vista do lado agredido. Do ponto de vista dos Aliados, a Segunda Guerra Mundial foi justa. Houve também Guerras iniciadas para derrubar ditadores sanguinários. A Tanzânia invadiu Uganda para derrubar Idi Amin Dada. Mesmo que houvesse outros interesses por trás da invasão, foi um caso no qual o país agredido saiu beneficiado por se livrar de um genocida no poder. E tem aquelas batalhas, que não podem ser chamadas exatamente de Guerra, mas são casos no qual uma nação inicia um combate por uma causa inegavelmente moral, como quando a Marinha Real levantou suas armas para varrer dos mares o tráfico de escravos.
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Os ingleses não eram santos e nem fingiam sê-lo. Mas se havia algum lucro em acabar com a escravidão, haveria muito mais na época em monopolizá-la, coisa que a Royal Navy poderia facilmente garantir para os escravagistas britânicos (e os havia) se a intenção fosse apenas esta. Uma das falsidades dos revisionistas modernistas é negar que decisões históricas pudessem ter motivações morais e sempre haveria interesses escusos por trás. Isto é idiota. Motivações morais são influências fortíssimas nos indivíduos e por extensão no rumo da História. Se há muita sujeira nas relações políticas, vez ou outra alguém aparece e faz algo grandioso, como defender que todo Homem tem direito inalienável à Busca da Felicidade ou discursar sobre um Sonho no qual o Caráter prevalece sobre a Cor e mudar o rumo de uma Nação.
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Mais um mérito na conta do Grande Caxias. A Farroupilha só terminou assim porque o general Lima e Silva venceu os gaúchos no campo de batalha e lhes ofereceu em seguida uma rendição honrosa, inclusive incorporando revoltosos no Exército Imperial. O Homem não foi chamado de O Pacificador por acaso... Prá se ter uma ideia, quem já ouviu falar de um grupo derrotado em uma guerra civil que presta homenagem ao comandante das forças contra as quais lutaram? Bem... A cidade de Caxias do Sul tem este nome por causa deste tipo único de homenagem. Ninguém vai encontrar uma cidade com o nome de Getúlio Vargas no Estado de São Paulo...
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Ainda sobre os Farrapos, eles usaram o mesmo tipo de Guerrilha Rural que os Uruguaios usaram dez anos antes. Se os uruguaios ganharam, os gaúchos também poderiam ter vencido, uma vez que combater guerrilhas que contam com o apoio da população local é dificílimo quando as tropas oficiais respeitam os civis. Claro que há os senão e poréns, como a intervenção da Argentina no caso da Banda Oriental. Mas o decisivo foi a diferença dos comandos. Bento Gonçalves era um líder carismático, mas não não dava nem pro cheiro contra Caxias em estratégia militar.
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A derrota da Confederação na Guerra Civil Americana foi tão arrasadora que Washington impôs uma série de medidas visando acabar com o que restou da cultura do Velho Sul, incluindo medidas para integrar os negros àquela sociedade. O resultado foi a explosão de atos terroristas que deixaram claro que os brancos prefeririam exterminar a população negra um linchamento de cada vez do que aceitar a integração imposta. Washington recuou e os Direitos Civis só voltaram à pauta no Sul cem anos depois.
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O argumento de que a escravidão caiu por motivações exclusivamente econômicas é bobo. Roma nasceu, ascendeu e caiu como sociedade escravagista e nunca viu a mais mínima vantagem em abolir ou mesmo abrandar a escravidão. Pelo contrário, a certa época o Império queria conquistar terras mais pela mão de obra que poderia obter de graça do que pelo expansionismo propriamente dito. Se a escravidão fosse economicamente inviável, em quase mil anos de República e Império Romano alguém teria percebido isto. Aí poderiam dizer que isto valia para meios primitivos de produção, mas não para a era Industrial, quando surgiram os movimentos abolicionistas. Oras bolas, quando aboliram a escravidão no Brasil ou no Sul dos Estados Unidos, as plantações de cana de açúcar aqui e de algodão lá não eram assim tão diferentes do que deveria ser a produção agrícola romana. Os avanços das técnicas agrícolas neste intervalo - inegáveis - na época da abolição não haviam mudado nem um pouco o aspecto 100% manual das colheitas das culturas citadas, mesmo que depois o algodão fosse descaroçado mecanicamente. No mais, para o escândalo dos militantes, os primeiros abolicionistas eram cristãos fundamentalistas, como os Quakers, primeiros senhores de escravos nos Estados Unidos a libertá-los por iniciativa própria. Não tinham tantos escravos assim, mas valeu a intenção. A Esquerda nega o fator moral como historicamente decisivo porque defende que só a Luta de Classes é libertadora. Para negar isto, basta verificar que depois do Império Romano a grande nação que mais explorou o trabalho escravo foi a Rússia Stalinista.
A Guerra do Paraguai teria sido injusta se os inicialmente invadidos fossem eles. O que houve foi o contrário, com o Rato que Ruge bancando o gostosão e tomando o que tomou no final da aventura.
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E o que o Papa não disse e espero que saiba, é que se morreu tanta gente na Guerra do Paraguai, principalmente paraguaios, foi porque no quartil final da guerra, já com o Paraguai invadido e Asunción capturada, Solano Lopez levou suas forças para o interior do país e iniciou uma guerra de guerrilhas, sem a menor chance de sair vitoriosa, mas na qual ele se dispôs a sacrificar as vidas de seus governados aos montes com o único intuito de prolongar sua posição de Tirano da Aldeia. Os que acusam o nobre Caxias de ser perpetrador de massacres não sabe ou finge não saber que a posição do Duque e general comandante era que a Guerra deveria terminar com a conquista da capital inimiga, o que para Caxias era suficiente para vingar o ultraje contra o Império. D. Pedro II foi sabiamente contra e decretou que a Guerra só terminaria com a destituição, exílio ou morte de Solano Lopez. Se o ditador tivesse se rendido naquele momento da Guerra, dezenas de milhares de vidas paraguaias teriam sido poupadas. Só que o cara não tava nem aí para as vidas dos paraguaios e quem leva a culpa é o Império.
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Geralmente a guerra é justa e razoável do ponto de vista do lado agredido. Do ponto de vista dos Aliados, a Segunda Guerra Mundial foi justa. Houve também Guerras iniciadas para derrubar ditadores sanguinários. A Tanzânia invadiu Uganda para derrubar Idi Amin Dada. Mesmo que houvesse outros interesses por trás da invasão, foi um caso no qual o país agredido saiu beneficiado por se livrar de um genocida no poder. E tem aquelas batalhas, que não podem ser chamadas exatamente de Guerra, mas são casos no qual uma nação inicia um combate por uma causa inegavelmente moral, como quando a Marinha Real levantou suas armas para varrer dos mares o tráfico de escravos.
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Os ingleses não eram santos e nem fingiam sê-lo. Mas se havia algum lucro em acabar com a escravidão, haveria muito mais na época em monopolizá-la, coisa que a Royal Navy poderia facilmente garantir para os escravagistas britânicos (e os havia) se a intenção fosse apenas esta. Uma das falsidades dos revisionistas modernistas é negar que decisões históricas pudessem ter motivações morais e sempre haveria interesses escusos por trás. Isto é idiota. Motivações morais são influências fortíssimas nos indivíduos e por extensão no rumo da História. Se há muita sujeira nas relações políticas, vez ou outra alguém aparece e faz algo grandioso, como defender que todo Homem tem direito inalienável à Busca da Felicidade ou discursar sobre um Sonho no qual o Caráter prevalece sobre a Cor e mudar o rumo de uma Nação.
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Mais um mérito na conta do Grande Caxias. A Farroupilha só terminou assim porque o general Lima e Silva venceu os gaúchos no campo de batalha e lhes ofereceu em seguida uma rendição honrosa, inclusive incorporando revoltosos no Exército Imperial. O Homem não foi chamado de O Pacificador por acaso... Prá se ter uma ideia, quem já ouviu falar de um grupo derrotado em uma guerra civil que presta homenagem ao comandante das forças contra as quais lutaram? Bem... A cidade de Caxias do Sul tem este nome por causa deste tipo único de homenagem. Ninguém vai encontrar uma cidade com o nome de Getúlio Vargas no Estado de São Paulo...
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Ainda sobre os Farrapos, eles usaram o mesmo tipo de Guerrilha Rural que os Uruguaios usaram dez anos antes. Se os uruguaios ganharam, os gaúchos também poderiam ter vencido, uma vez que combater guerrilhas que contam com o apoio da população local é dificílimo quando as tropas oficiais respeitam os civis. Claro que há os senão e poréns, como a intervenção da Argentina no caso da Banda Oriental. Mas o decisivo foi a diferença dos comandos. Bento Gonçalves era um líder carismático, mas não não dava nem pro cheiro contra Caxias em estratégia militar.
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A derrota da Confederação na Guerra Civil Americana foi tão arrasadora que Washington impôs uma série de medidas visando acabar com o que restou da cultura do Velho Sul, incluindo medidas para integrar os negros àquela sociedade. O resultado foi a explosão de atos terroristas que deixaram claro que os brancos prefeririam exterminar a população negra um linchamento de cada vez do que aceitar a integração imposta. Washington recuou e os Direitos Civis só voltaram à pauta no Sul cem anos depois.
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O argumento de que a escravidão caiu por motivações exclusivamente econômicas é bobo. Roma nasceu, ascendeu e caiu como sociedade escravagista e nunca viu a mais mínima vantagem em abolir ou mesmo abrandar a escravidão. Pelo contrário, a certa época o Império queria conquistar terras mais pela mão de obra que poderia obter de graça do que pelo expansionismo propriamente dito. Se a escravidão fosse economicamente inviável, em quase mil anos de República e Império Romano alguém teria percebido isto. Aí poderiam dizer que isto valia para meios primitivos de produção, mas não para a era Industrial, quando surgiram os movimentos abolicionistas. Oras bolas, quando aboliram a escravidão no Brasil ou no Sul dos Estados Unidos, as plantações de cana de açúcar aqui e de algodão lá não eram assim tão diferentes do que deveria ser a produção agrícola romana. Os avanços das técnicas agrícolas neste intervalo - inegáveis - na época da abolição não haviam mudado nem um pouco o aspecto 100% manual das colheitas das culturas citadas, mesmo que depois o algodão fosse descaroçado mecanicamente. No mais, para o escândalo dos militantes, os primeiros abolicionistas eram cristãos fundamentalistas, como os Quakers, primeiros senhores de escravos nos Estados Unidos a libertá-los por iniciativa própria. Não tinham tantos escravos assim, mas valeu a intenção. A Esquerda nega o fator moral como historicamente decisivo porque defende que só a Luta de Classes é libertadora. Para negar isto, basta verificar que depois do Império Romano a grande nação que mais explorou o trabalho escravo foi a Rússia Stalinista.
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Comentários
Vc ainda vai enfartar um esquerdista @Acauan rsrsrsrsr
Ali se vê - pelo menos foi a sensação que se me passou ao ler o livro emprestado muitos anos atrás - que não tinha plano nenhum. Tivessem eles vencido o Imperador, teria ficado uma Lybia da vida, com bandos de warlords digladiando-se mutuamente em completa anarquia.
Bem como se vê o heroismo com que lutaram as tropas imperiais.
Vou ver se consigo n'alguma biblioteca esse livro, visto que o amigo foi-se pro exterior...