Drogas. Por que não legalizar a venda e ao mesmo tempo punir o viciado?

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Comentários

  • editado May 2023
    Os fundamentos meus senhores, os fundamentos e as premissas!

    Muito se discute e no geral não se chega a lugar algum.

    É igual debater aborto, antes de mais nada é preciso estabelecer os parâmetros a partir dos quais o debate tomará forma. Fulano considera o zigoto/mórula/feto vida? Se não considera, então é perder tempo tentar convencê-lo, por exemplo, que abortar é assassinato. Ou talvez para ele a vida não possua valor intrínseco, ou seja, vida ou não, ela só ganha valor na medida que se atribui valor a ela. Tem a projeção... que seria impor sua visão de mundo e valores a terceiros - "Você não considera vida, mas eu considero e isso basta para que não seja permissível para terceiros" - num caso assim não há espaço para debate, apenas proibi-se ou não e prevalece quem tem o lobby mais forte.

    - Ahhhh...mas que merd@ você está falando, amigo?

    Digo que é preciso estabelecer certos parâmetros no debate das drogas também:

    - Pode uma pessoa fazer mal a si mesma? - e aqui não vamos nos alongar, uma situação hipotética, como todas as demais, onde ela prejudica apenas a si mesma.

    - Seria aceitável um local exclusivo para o consumo? Como levar a Cracolândia para uma ilha e quem quiser que se drogue lá até morrer.

    - O Estado deveria prestar auxílio diante de consequências negativas? (overdose, perda cognitiva, dependência...)

    - Nem todas as drogas são iguais, afetam de formas e intensidades diferentes. Sobre quais drogas falamos e quais os efeitos?

    - Caso a liberação implique no fim do narcotráfico, seria uma troca aceitável? Troca-se a violência urbana por um monte de zumbis (dependendo da droga), e alguns surtados...

    A lista vai longe... mas EU ACHO que uma sistematização seria fundamental para tratar esses temas mais polêmicos.

    E respondendo a uma das colocações acho que poderíamos dividir em 3 grupos: drogas leves e sociais (maconha, álcool, tabaco); drogas que viciam no médio prazo (cocaína); drogas pesadas e altamente viciantes (anfetamina, heroína, crack).

    Opinião pessoal:

    Dessas aí, último grupo deveria ser combatido a todo custo, comercialização e consumo. Danos a parte, ninguém quer morar na merda de uma cracolândia cercado de zumbis fedendo a cocô, por mais inofensiveis que sejam.

    OUUUUU... quem quiser usar vá para a tal ilha e use até se matar, o Estado visitaria a ilha apenas pra pegar os corpos pra fazer sabão, que seria usado para limpar a própria ilha. E deixar a nova remessa de crack. (rs)

    Mas acho que essa segunda opção, APESAR DE EFICIENTE, seria um atestado que fracassamos enquanto sociedade. hihihihi
  • It's me, Butters!
  • editado May 2023
    NadaSei escreveu: »
    Não conheço nenhum caso que tenha feio o que foi sugerido por mim:
    Legalizar a droga e punir o viciado.

    Em geral essas experiências citadas fazem o oposto, criminalizam a venda, descriminalizam o uso e dão aos viciados suporte, chegando a extremos como oferecer locais para uso e agulhas esterilizadas.

    O fato é que do ponto de vista moral não faz sentido proibir o jogo, a prostituição e o consumo de drogas, mas faz sentido punir quem sai da linha e perde o controle de si, sendo que o consumo de drogas leva alguma pessoas a isso, o que inclui drogas como o álcool e uma serie de analgésicos legalizados.

    Hoje o foco e os esforços estão claramente direcionados na direção errada, resta descobrir o que ocorreria se a direção fosse outra.

    Talvez funcione, de fato não há experiência que permita afirmar que sim ou não quanto à eficácia da proposta.

    O problema é que ela conflita o Direito estabelecido que responsabiliza solidariamente os envolvidos na cadeia de eventos de um crime, como no caso de roubo e receptação.
    Não haveria roubo se não houvesse alguém disposto a pagar pelo produto roubado e vice-versa.
    Criminalizar o usuário de drogas e não o traficante é como prender o receptador e deixar o ladrão livre.
  • editado May 2023
    Acauan escreveu: »
    Talvez funcione, de fato não há experiência que permita afirmar que sim ou não quanto à eficácia da proposta.

    O problema é que ela conflita o Direito estabelecido que responsabiliza solidariamente os envolvidos na cadeia de eventos de um crime, como no caso de roubo e receptação.
    Não haveria roubo se não houvesse alguém disposto a pagar pelo produto roubado e vice-versa.
    Criminalizar o usuário de drogas e não o traficante é como prender o receptador e deixar o ladrão livre.

    Mas é ai que está a outra questão. Não falei sobre criminalizar o usuário e sim o VICIADO.
    É preciso diferenciar o usuário do viciado.

    É fato que algumas pessoas perdem o controle de si com as drogas, no momento em que elas se tornam um perigo para si próprias e para quem está ao redor delas, punimos esse comportamento perigoso para preservar a pessoa e a sociedade, não por ser a droga intrinsecamente ruim.

    O já citado Fentanyl é uma poderosa arma medica quando usada da forma adequada, uma ferramenta potente para o alivio do sofrimento e da dor.
    Já o vicio em Fentanyl coloca em risco o viciado e muitas vezes quem está ao redor dele.

    O foco é no DESVIO DO INDIVIDUO e não na substancia em si.
    Não faz sentido prender o fabricante do Fentanyl, o médico que o receita nem o paciente que faz uso dele, mas faz sentido prender o cara que rouba a loja da esquina para poder sustentar seu vicio em Fentanyl.
    Também faz sentido prender o cara que foi parar no hospital com overdose de Fentanyl e quase morreu por isso.
  • LaraAS escreveu: »
    ENCOSTO escreveu: »
    Acho a visão de vocês muito paternalista para alguns tipos de drogados.

    Assim como não se deve prender o pinguço para evitar que ele chegue em casa e bata na esposa e filhos, não devemos prender o cracudo se ele não tiver praticado outro crime.

    O vendedor de drogas deve ser tratado como o Moe, dono do alambique, boteco, etc.

    O fabricante devem ser tratados como os executivos da Ambev.

    E as vitimas que os drogados agridem? São coisas? São escravos aos quais os drogados devem ter o direito de fazer o que quiserem?

    Não foi isso que eu disse.
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