Os papas, de Pedro até hoje
Segundo a Igreja Católica, o apóstolo Pedro foi o primeiro papa, nomeado por Jesus em pessoa, e depois veio uma sucessão ininterrupta de papas até os dias de hoje:
Pedro - Lino - Anacleto - Clemente I - etc. (sendo que cada um dos outros onze apóstolos também teve um sucessor, com a função de bispo).
É até possível que estas pessoas tenham existido, mas as primeiras não foram papas e a lista é questionável por várias razões:
1 - Os evangelhos não são um documento histórico confiável. Pode ter havido um mestre ou rabino, possivelmente chamado Jesus, que fundou uma seita e teve um Pedro entre seus seguidores, mas não há evidências de que as coisas tenham acontecido segundo eles relatam, mesmo porque Jesus e seus discípulos eram judeus e sua religião era uma seita judaica. Foram os "Paulos" que adaptaram a doutrina ao gosto dos gentios e expulsaram os judeus.
2 - Não há registros confiáveis dos primeiros tempos da Igreja. Ela só começou a existir como instituição bem mais tarde, sendo mencionada apenas a partir do evangelho de João, enquanto que Mateus, Marcos e Lucas, mais antigos, só pregam o respeito à doutrina deixada por Jesus, sem mencionar uma autoridade central.
3 - No início, a doutrina era livremente debatida pelos cristãos das várias comunidades espalhadas pelo mundo da época. Havia, em cada uma, pessoas mais respeitadas por sua idade, dons da profecia, da cura, "falar em línguas" ou conhecimentos, mas não uma hierarquia de poder que impusesse dogmas aos demais. A primeira autoridade foram os presbíteros, nomeados entre os anciãos. Sua influência era apenas local e, inicialmente, apenas administrativa, ficando a doutrina a cargo dos "tocados pela graça". Com o tempo, assumiram também funções religiosas.
O crescimento das comunidades, constituídas em geral por gente humilde e analfabeta, ou mesmo escravos, levou-as a contratarem supervisores letrados e de nível social mais elevado para administrar seus bens. Foi a palavra grega para "supervisor" (episkopos) que deu origem a "episcopum" em latim e, finalmente, a "bispo". Os bispos, inicialmente, tinham pouca autoridade, tendo sido preciso que as epístolas recomendassem que o mesmo respeito lhes fosse dado que aos presbíteros e profetas.
Mais tarde, sua influência cresceu, entre outros motivos porque controlavam o dinheiro e os bens das comunidades, e surgiram discussões sobre quem mandava mais, presbíteros ou bispos. Os bispos começaram a se meter em assuntos de dogmas e heresias, mas comentários irônicos de escritores da época mostram que ainda não eram levados a sério.
Acabaram tornando-se o topo da hierarquia, a ponto de se dizer que os fiéis deviam uma obediência completa aos bispos e que Jesus era o "bispo do mundo".
Ou seja, no cristianismo primitivo, não se falava em "igreja" e nem havia uma doutrina centralizada. Um século depois, os bispos tinham se tornado a Igreja, institucionalizada e dona da verdade, e os fiéis, apenas a periferia.
Eles conseguiram se impor e tornaram-se a autoridade máxima de cada região. Não havia ainda um poder central. Tertuliano criticou um bispo que pretendeu interferir em comunidades da Gália, por exemplo, perguntando-lhe se ele pretendia ser o "bispo dos bispos". O bispo de Roma só conseguiu algum respeito quando recebeu o apoio do imperador Constantino, no século IV. Na verdade, até hoje a fragmentação permanece, sendo um exemplo claro as várias igrejas ortodoxas, além da etíope, armênia, copta, indiana e outras.
4 - Segundo a Bíblia, Jesus deu a Pedro o poder de decidir sobre a doutrina, mas nada disse sobre sucessores (mesmo porque o fim estava próximo e ele voltaria em breve). A Igreja Católica decretou que esse poder foi transmitido aos papas, que seriam os sucessores de Pedro, mas os protestantes não concordam. E, na verdade, temos aí uma falácia (argumentação circular): "O papa tem poder porque está na Bíblia. A Bíblia está certa porque o papa assim determinou".
5 - Além da origem obscura, a sucessão dos papas não tem nada de ininterrupta. Houve períodos de "sede vacante" e épocas em que dois e até três papas, apoiados por facções rivais, disputavam o trono declarando-se, cada um, o papa legítimo. Mesmo hoje, há seitas tradicionalistas, surgidas em oposição ao Concílio Vaticano II, que não aceitam nenhum papa depois de Paulo VI.
Em resumo, uma gigantesca estrutura hierárquica, que se considera infalível e autorizada a definir os dogmas cristãos, mas apoiada sobre nada. Sobre um vazio.
Pedro - Lino - Anacleto - Clemente I - etc. (sendo que cada um dos outros onze apóstolos também teve um sucessor, com a função de bispo).
É até possível que estas pessoas tenham existido, mas as primeiras não foram papas e a lista é questionável por várias razões:
1 - Os evangelhos não são um documento histórico confiável. Pode ter havido um mestre ou rabino, possivelmente chamado Jesus, que fundou uma seita e teve um Pedro entre seus seguidores, mas não há evidências de que as coisas tenham acontecido segundo eles relatam, mesmo porque Jesus e seus discípulos eram judeus e sua religião era uma seita judaica. Foram os "Paulos" que adaptaram a doutrina ao gosto dos gentios e expulsaram os judeus.
2 - Não há registros confiáveis dos primeiros tempos da Igreja. Ela só começou a existir como instituição bem mais tarde, sendo mencionada apenas a partir do evangelho de João, enquanto que Mateus, Marcos e Lucas, mais antigos, só pregam o respeito à doutrina deixada por Jesus, sem mencionar uma autoridade central.
3 - No início, a doutrina era livremente debatida pelos cristãos das várias comunidades espalhadas pelo mundo da época. Havia, em cada uma, pessoas mais respeitadas por sua idade, dons da profecia, da cura, "falar em línguas" ou conhecimentos, mas não uma hierarquia de poder que impusesse dogmas aos demais. A primeira autoridade foram os presbíteros, nomeados entre os anciãos. Sua influência era apenas local e, inicialmente, apenas administrativa, ficando a doutrina a cargo dos "tocados pela graça". Com o tempo, assumiram também funções religiosas.
O crescimento das comunidades, constituídas em geral por gente humilde e analfabeta, ou mesmo escravos, levou-as a contratarem supervisores letrados e de nível social mais elevado para administrar seus bens. Foi a palavra grega para "supervisor" (episkopos) que deu origem a "episcopum" em latim e, finalmente, a "bispo". Os bispos, inicialmente, tinham pouca autoridade, tendo sido preciso que as epístolas recomendassem que o mesmo respeito lhes fosse dado que aos presbíteros e profetas.
Mais tarde, sua influência cresceu, entre outros motivos porque controlavam o dinheiro e os bens das comunidades, e surgiram discussões sobre quem mandava mais, presbíteros ou bispos. Os bispos começaram a se meter em assuntos de dogmas e heresias, mas comentários irônicos de escritores da época mostram que ainda não eram levados a sério.
Acabaram tornando-se o topo da hierarquia, a ponto de se dizer que os fiéis deviam uma obediência completa aos bispos e que Jesus era o "bispo do mundo".
Ou seja, no cristianismo primitivo, não se falava em "igreja" e nem havia uma doutrina centralizada. Um século depois, os bispos tinham se tornado a Igreja, institucionalizada e dona da verdade, e os fiéis, apenas a periferia.
Eles conseguiram se impor e tornaram-se a autoridade máxima de cada região. Não havia ainda um poder central. Tertuliano criticou um bispo que pretendeu interferir em comunidades da Gália, por exemplo, perguntando-lhe se ele pretendia ser o "bispo dos bispos". O bispo de Roma só conseguiu algum respeito quando recebeu o apoio do imperador Constantino, no século IV. Na verdade, até hoje a fragmentação permanece, sendo um exemplo claro as várias igrejas ortodoxas, além da etíope, armênia, copta, indiana e outras.
4 - Segundo a Bíblia, Jesus deu a Pedro o poder de decidir sobre a doutrina, mas nada disse sobre sucessores (mesmo porque o fim estava próximo e ele voltaria em breve). A Igreja Católica decretou que esse poder foi transmitido aos papas, que seriam os sucessores de Pedro, mas os protestantes não concordam. E, na verdade, temos aí uma falácia (argumentação circular): "O papa tem poder porque está na Bíblia. A Bíblia está certa porque o papa assim determinou".
5 - Além da origem obscura, a sucessão dos papas não tem nada de ininterrupta. Houve períodos de "sede vacante" e épocas em que dois e até três papas, apoiados por facções rivais, disputavam o trono declarando-se, cada um, o papa legítimo. Mesmo hoje, há seitas tradicionalistas, surgidas em oposição ao Concílio Vaticano II, que não aceitam nenhum papa depois de Paulo VI.
Em resumo, uma gigantesca estrutura hierárquica, que se considera infalível e autorizada a definir os dogmas cristãos, mas apoiada sobre nada. Sobre um vazio.
Esta discussão está fechada.
Comentários
Kkkkkk
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"É totalmente ilícito exigir, defender ou conceder incondicionalmente a liberdade de pensamento, expressão ou culto, como se esta fosse um direito natural do homem" (Encíclica do Papa Leão XIII)
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"Tolerar igualmente todas as religiões...é o mesmo que ateísmo" (Papa Leão XIII, "Immortale Dei")
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"Desprezar uma autoridade legitimamente constituída, não importando quem a exerça, é rebelar-se contra a vontade de Deus" (Papa Leão XIII)
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"Não é lícito ao Estado nem aos indivíduos ignorar as obrigações religiosas ou tratar como iguais as demais religiões" (Papa Leão XIII, "A constituição cristã dos Estados", 1885)
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"Já se propôs que todas as religiões deveriam ser livres e seu culto publicamente exercido. Nós católicos rejeitamos esta idéia como contrária ao cânon da lei católica romana" (Papa Pio VII, 1808)
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"O estado (constituição dos EUA) não tem o direito de deixar que cada um seja livre para professar e abraçar qualquer religião que deseje" (Papa Pio IX)
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"Mussolini: uma dádiva da Providência" (Papa Pio XI)
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"Nós [...] concedemos livre e ampla licença ao rei Afonso para invadir, perseguir, capturar, derrotar e submeter todos os sarracenos e quaisquer pagãos e outros inimigos de Cristo onde quer que estejam e seus reinos [...] e propriedades e reduzi-los à escravidão perpétua e tomar para si e seus sucessores seus reinos [...] e propriedades" (Bula "Romanus Pontifex", Papa Nicolau V, 08 de janeiro de 1455)
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"Os papas, como Jesus, são concebidos por suas mães por influência do Espírito Santo. Todos os papas são uma espécie de homens-deus, com o propósito de serem os mais habilitados a mediar entre Deus e a humanidade. Todos os poderes no Céu e na Terra lhes são dados" (Papa Estêvão V, século 9)
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"Houve um tempo em que a filosofia da Igreja governava os Estados. [...] Então o sacerdócio e o império estavam ligados por um entendimento feliz e a troca amigável de favores" (Papa Leão XIII, encíclica "Immortale Dei", 01/novembro/1885).
Esta época ficou conhecida como a Idade das Trevas.
"Tirem suas conclusões."
Na época do santo, liderança das igrejas cristãs era 'compartilhada' por anciãos.
Papado 'monárquico' surgiu séculos mais tarde; martírio em Roma é provável.
Católicos do mundo todo vêem São Pedro como o protótipo dos papas, o homem que fundou a sucessão ininterrupta de líderes da Igreja que chega até Bento XVI, mas o papel real do "príncipe dos apóstolos" provavelmente foi bem mais modesto, afirmam historiadores. Embora seja bem possível que Pedro tenha vivido, pregado e morrido em Roma, ele não fundou um governo centralizado da igreja romana, o qual demorou séculos para emergir.
Mais importante ainda, embora a igreja de Roma tenha conquistado desde cedo uma posição de destaque entre as comunidades cristãs espalhadas pela bacia do Mediterrâneo, as outras igrejas não creditavam o prestígio romano ao "papado" de Pedro, mas ao fato de que tanto ele quanto seu companheiro de apostolado, São Paulo, haviam pregado a palavra de Jesus e morrido em Roma. É o que diz um texto escrito por volta do ano 180 pelo líder cristão Irineu de Lyon.
Segundo Irineu, a comunidade de Roma havia sido "fundada e organizada pelos dois gloriosos apóstolos, Pedro e Paulo". "Para Irineu, a competência da igreja de Roma provinha de sua fundação pelos dois apóstolos, Pedro ePaulo, não só por Pedro", resume o historiador irlandês Eamon Duffy, da Universidade de Cambridge, em seu livro "Santos e Pecadores: História dos Papas".
Chegando mais tarde
Na verdade, a situação era ainda mais complicada do que Irineu imaginava. Tudo indica que a comunidade cristã de Roma foi fundada por um anônimo seguidor de Jesus, provavelmente um judeu da Palestina que se juntou aos dezenas de milhares de membros da comunidade judaica da capital do Império Romano. São Paulo, ao escrever para os cristãos de Roma na década de 50 do século 1, em nenhum momento menciona a presença de Pedro na cidade.
No entanto, sabemos pelos Atos dos Apóstolos, livro do Novo Testamento escrito no fim do século 1, que Paulo acabou indo para a cidade para ser julgado pelo imperador romano num processo que estava sofrendo. E outros textos, também do fim do século 1 e começo do século 2, dão conta de que tanto Paulo quanto Pedro foram mortos durante a perseguição contra os cristãos ordenada pelo imperador Nero entre os anos 64 e 67. A tradição sobre o martírio é relativamente próxima dos eventos, embora não esteja registrada na Bíblia, e há pouca razão para duvidar que os santos morreram mesmo na Cidade Eterna.
Pescador impetuoso
Para o padre e historiador americano John P. Meier, professor da Universidade Notre Dame e autor da monumental série "Um Judeu Marginal" (ainda não concluída) sobre a figura histórica de Jesus, o Novo Testamento traz uma série de informações importantes e confiáveis sobre Pedro. Originalmente, ele era um pescador da Galiléia (norte de Israel), casado, e aderiu ao grupo de discípulos de Jesus junto com seu irmão André. O nome de seu pai era João ou Jonas, e seu nome original era Simão.
O mais provável é que Jesus tenha dado a ele o apelido aramaico de Kepa (ou Kephas, como escreve São Paulo), "a pedra" ou "a rocha", depois traduzido como Petros, ou Pedro, em grego. Todos os evangelistas o apresentam como o principal membro do grupo dos Doze Apóstolos, ou como o porta-voz deles, e também retratam-no como um homem ao mesmo tempo generoso, extremamente apegado a Jesus, cabeça-dura (talvez uma relação irônica com seu apelido), indeciso e dado a súbitas mudanças de opinião.
Em suas cartas, São Paulo relata um relacionamento tempestuoso com Pedro. Ao se converter à fé em Jesus (Paulo, judeu com cidadania romana, antes perseguia os cristãos), Paulo teria passado alguns anos sozinho até ir a Jerusalém e falar com Pedro e outros apóstolos. Depois, conseguiu convencer o grupo original de seguidores de Jesus que os pagãos também poderiam ser convertidos, mas entrou em conflito com Pedro, chamando-o de hipócrita. É que Pedro foi visitar a comunidade cristã de Antioquia, na Síria, e inicialmente fazia suas refeições com os crentes de origem pagã, coisa proibida pela lei judaica. No entanto, quando outros judeus cristãos apareceram na cidade, ele parou de fazê-lo, o que provocou a reprimenda de Paulo.
As chaves do Reino dos Céus
Há indícios de que, antes de ir para Roma, o santo passou por Antioquia e por Corinto, na Grécia. No entanto, o momento definidor de sua carreira como "papa", segundo os apóstolos, teria acontecido ainda durante a vida de Jesus. Segundo o Evangelho de Mateus, Pedro teria dado mostras impressionantes da fé em seu mestre eu declarar a ele: "Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo". Jesus, então, teria prometido a Pedro a liderança de seus seguidores: "Eu te digo que tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha igreja, e as portas do Inferno não prevalecerão contra ela. Darei a ti as chaves do Reino dos Céus".
John P. Meier afirma que a "profissão de fé" extraordinária de Pedro provavelmente é um fato histórico, por estar registrada nas diversas fontes usadas pelos evangelistas para compor suas narrativas. Também não duvida do papel de liderança de Pedro na Igreja primitiva. No entando, diz acreditar que a promessa de Jesus não é histórica, justamente porque ela usa a expressão "igreja" -- que praticamente não aparece nos textos do Novo Testamento que tratam da vida de Jesus. Para ele, Mateus "retrojeta" uma situação da Igreja primitiva para a época em que Cristo ainda estava vivo.
Mais importante ainda para a questão do "papado" de Pedro, escreve Eamon Duffy, é o fato de que Roma aparentemente não tinham um bispo único até por volta do ano 150, ou seja, quase um século após a morte do apóstolo. É bom lembrar que, originalmente, o papa era o bispo de Roma, que recebia especial atenção de seus pares por governar a comunidade cristã onde tinham sido martirizados Pedro e Paulo. No entanto, vários documentos do começo do século 2, escritos para a comunidade de Roma e por membros dela, em nenhum momento fazem menção a um bispo, mas apenas aos "anciãos da igreja" ou "dirigentes da igreja".
Para Duffy, a explicação mais provável é que a unificação do comando da igreja romana nas mãos de um só bispo veio mais tarde, por causa de uma série de pressões externas e internas, entre elas o surgimento de heresias poderosas, que contrariavam os ensinamentos cristãos originais. Como forma de defesa, as igrejas, entre elas a de Roma, teriam instituído a "monarquia" dos bispos.
https://g1.globo.com/Noticias/0,,MUL617791-9982,00-SAO+PEDRO+LIDEROU+CRISTAOS+ROMANOS+MAS+NUNCA+FOI+PAPA+DIZEM+HISTORIADORES.html
Jesus disse: tu és pedra e sobre esta pedra edificarei a minha igreja.
Não seria uma apropriada figura para o papa?
E, se tivesse dito, se aplicaria aos supostos sucessores?
Digo eu: "Isto é inaceitável". (Trecho do "Catecismo do Concílio de Trento", onde se explicam, de forma didática, suas determinações)
No século das luzes a razão passa a preponderar e gradualmente a fé passas a ter conotação diferente daquela que obstava questionamentos.
Mas ainda assim os avanços teológicos e filosóficos alcançavam apenas as camadas sociais mais esclarecidas.
A pergunta é: o que poderia despertar e conclamar a "massa" a um novo modo de pensar, crer e sentir?
Na França, por exemplo, desde a revolução de 1789, que assomou muito mais pela miséria do povo do que por qualquer razão política, a Cruz perde sua força pelo poder da Espada, que encontra forte aliada na fome e na pobreza.
A partir de então, embora ainda de forma pouco eficaz, a inteligência, a arte e as habilidades individuais despontam como novo elemento direcionador às aspirações de povos e nações.
E nova ordem se instala distante do direcionamento religioso, de qualquer espécie.
É um quadro que de certa forma dá força à expressão Vitória de Pirro.
A moral religiosa, de um jeito ou de outro, impunha pelo medo, freio aos instintos de baixa classe, até então contidos, mas que, como a caixa de Pandora revela o que de pior existe nas mentes ignorantes, abstrusas e perversas. Estas sempre existiram e ainda persistem até nossos dias.
Cabe a reflexão: Não seria o caso de se implementar políticas públicas que objetivassem, com prioridade absoluta, a melhoria da educação formal e moral?