Huxley disse: Sem falar que a Alemanha arrasada economicamente faria com que grande parte da população não tivesse o acompanhamento do dia a dia da política através de meios de comunicação. A hiperinflação trucidou uma parcela muito grande da classe média alemã.
A hiperinflação alemã foi em 1923 e teve pouco ou nenhum efeito sobre a ascenção do Nazismo.
Foi a crise de 1929 que criou o ambiente econômico propício à repercussão do discurso de Hitler.
Huxley disse: Sem falar que a Alemanha arrasada economicamente faria com que grande parte da população não tivesse o acompanhamento do dia a dia da política através de meios de comunicação. A hiperinflação trucidou uma parcela muito grande da classe média alemã.
A hiperinflação alemã foi em 1923 e teve pouco ou nenhum efeito sobre a ascenção do Nazismo.
Foi a crise de 1929 que criou o ambiente econômico propício à repercussão do discurso de Hitler.
A hiperinflação de 1923 teve efeitos que se estenderam por vários anos depois de terminada. O achatamento da classe média (não totalmente vencido posteriormente, pois a hiperinflação contraiu demais o salário médio prévio e reduziu a poupança de muitos abastados para zero) foi um deles. Na verdade, as duas recessões agiram de forma combinada.
Huxley disse:As evidências mostradas são muito fracas para justificar a repulsa de ver imigrantes muçulmanos em locais públicos.
Alguém sabe de grupos budistas estuprando mulheres para forçá-las a se converter?
Notícias de organizações judaicas radicais decapitando e crucificando prisioneiros por motivos religiosos?
Milícias cristãs sequestrando aviões e lançando-os contra prédios civis?
Hindus explodindo bombas em estações de metrô?
Milícias umbandistas apedrejando mulheres até a morte?
Zoroastristas roubando caminhões e atropelando crianças pelas calçadas?
Adeptos do Xintoísmo metralhando cartunistas porque não gostaram dos desenhos deles?
O seu desafio é muito fácil de responder. Intolerância de grupos religiosos que envolveu crimes hediondos comparáveis aos que você citou, como genocídios contra civis de outras religiões e misoginia feminicida, também já foram vistos, na história recente, fora do Islamismo...
No livro "Deus Não é Grande", Cristopher Hitchens diz que: "Em Belfast, eu vi ruas inteiras incendiadas por uma guerra sectária entre diferentes seitas cristãs, e entrevistei pessoas que tiveram parentes e amigos sequestrados, assassinados ou torturados por esquadrões da morte de religiões rivais, frequentemente por nenhum outro motivo além de filiação a outra confissão religiosa. Há uma velha piada irlandesa sobre o homem que é parado na barreira na rua e tem se responder qual é a sua religião. Quando ele responde que é ateu, ouve a pergunta: 'Ateu protestante ou católico?'. Acho que isso mostra como a obsessão se entranhou até mesmo no lendário senso de humor local".
Se quiser ver outros exemplos, ver o capítulo 2 do livro citado, chamado "Religião mata". Para ver exemplos de assassinatos suicidas arquitetado por guerrilha religiosa e outros crimes hediondos em religiões orientais, ver o capítulo 14 do livro.
Para o caso das religiões africanas:
"Tribos Africanas: as mulheres infiéis eram submetidas a castração e até mesmo retiravam-se o útero. Em algumas regiões, como na Colônia de Toquin, elefantes pisoteavam as mulheres até a morte."
O mundo multicultural é preferível ao nacionalismo arcaico
Fernando_Silva disse:
PugII disse:
Mudaram as regras e o financiamento. A cidade de paris na década de 90 já não existe...
recordo como era mais limpa.
Curiosamente, os meus vizinhos eram argelinos.
Havia uma sociedade multicultural a funcionar.
Mas, o dinheiro acabou, o modelo capitalista em vigor, exige desvio dos fundos de investimento públicos para os cofres de poucos...
France era um país magnífico, igualitário, conservador, funcional...
Através da aplicação das regras capitalistas da UE desconstruiu-se e tornou-se naquilo que é hoje, modesto...
Quando havia apenas "l'arabe du coin" com sua lojinha pitoresca, os franceses não se sentiam ameaçados, nem fisicamente nem culturalmente.
Mas, quando se formam guetos onde os franceses sentem-se estrangeiros e mal vindos, quando atentados terroristas são cometidos por imigrantes e até por seus filhos, nascidos e criados na Europa, o clima muda.
Há uma diferença entre "acolher" e "ser inundado".
France foi colonizador daqueles que se tornaram seus cidadãos. De Gaulle estava certo, Argélia francesa ou France se tornaria na Argélia...
Ainda na década de 90 os magrebinos ( especialmente argelinos) eram recebidos em condições especiais mais vantajosas que os portugueses. A realidade mudaria com a entrada de Portugal na então CEE.
No mesmo instante estava iria nascer os movimentos extremistas islâmicos ( veteranos do Afeganistão, etc).
---
Os guetos foram criados pelo sistema sociais francês, construindo grandes aglomerados habitacionais, que serviram os franceses que partiram de lá primeiro. Serviram italianos, espanhóis, portugueses...que partiram de lá assim que puderam. Os que ainda por lá restam são maioria de pele negra ou pardos ( das colónias, árabes e/ou indígenas).
Há um detalhe, ser francês não está necessariamente na cor.
Brancos podem alistar-se no daesh e não brancos defenderem os valores da república.
Huxley disse:O seu desafio é muito fácil de responder. Intolerância de grupos religiosos que envolveu crimes hediondos comparáveis aos que você citou, como genocídios contra civis de outras religiões e misoginia feminicida, também já foram vistos, na história recente, fora do Islamismo...
Mais comparações a la Timothy McVeigh...
Sério que você achou que aqui, no Fórum Religião é Veneno seria novidade que existe uma coisa chamada intolerância religiosa e que é preciso ler Hitchens prá saber disto?
"Religiosos A" contra "religiosos B" existe desde que a religião B surgiu e obviamente não é disto que estamos falando.
Estamos falando em Terrorismo Religioso Global.
Não é uma religião disputando um espaço contra outra.
É uma ideologia na qual membros de UMA determinada religião declaram guerra contra todas as outras, contra o mundo que não é deles na esperança de que um dia seja.
Vamos repassar a listinha:
- Estuprar mulheres para forçá-las a se converter.
- Decapitar e crucificar prisioneiros por motivos religiosos.
- Sequestrar aviões para lançar contra prédios civis.
- Explodir bombas em estações de metrô.
- Apedrejar mulheres até a morte.
- Roubar caminhões e atropelar crianças pelas calçadas.
- Metralhar cartunistas porque não gostaram dos desenhos deles.
Me indique um conflito religioso no qual membros de uma religião sistematicamente perpetraram atos do tipo por todo globo, de Kandahar a Paris, de Damaturo - Nigéria à Nova York?
Observe o perfil das vítimas e dos agressores.
Não se trata de católicos irlandeses atacando protestantes irlandeses e vice-versa.
Trata-se de que amanhã ou depois algum destes assassinos pode colocar uma bomba na Estação da Sé porque Bolsonaro manifestou apoio ao Estado de Israel.
Estas justificativas são analogas aos dos Petistas que tentavam justificar esquemas de saque aos cofres públicos da ordem de bilhões acusando o povo que fura fila ou cola nas provas escolares, alegando que todos são igualmente corruptos.
Se não existem atitudes suspeitas, grupos suspeitos, países suspeitos e toda suspeição tem apenas o propósito de ser preconceituosa e humilhante mesmo que baseada na experiência sucessiva de casos que a justifique, então procedimentos como uma entrevista de visto para os EUA onde se suspeita que pessoas de Governador Valadares vão e não voltam mais deveria ser ser contestada.
Procedimentos em aeroportos pra se pegar contrabandistas também seriam preconceito infundado.
A proporção de velhos que trafica droga no tubo digestivo é insignificante diante dos que só estão viajando.
Suspeitar é preconceito? Acredito que sim. Essas palavras me parecem sinônimos. No entanto como vivemos no mundo real é preciso pesar o que incomoda mais, o ato de se suspeitar de alguém sendo justificado por um dano potencial muito maior do que o incômodo de uma revista em um aeroporto, um atraso pra pegar um voo ou um visto negado ou ignorar este potencial em virtude de que suspeitar dos outros é preconceito e ninguém deveria ter que passar por isso.
Acauan disse:
Não é uma religião disputando um espaço contra outra.
Dentro do contexto desta guerra religiosa deveria haver suspeições e preconceitos justificáveis.
Dentro da Irlanda conflagrada uma pessoa protestante entrando em uma igreja católica poderia ser alguém que não estava envolvido no conflito e foi visitar um amigo ou um terrorista com uma bomba.
O que acontece com o Islam é a mesma coisa porém a experiência mostra que isso não está geograficamente contido, não é um conflito localizado, cabe ao resto dos países mundo então adotar as proteções que achar conveniente usando por exemplo fatos que vão do atentado ao WTC nos EUA a um foguete caseiro usado como bomba em um outro país qualquer pra determinar o quão temível e ameaçador seria um atentado ao seu país.
Com isso o Brasil não teria bons motivos pra impor barreiras de imigração enquanto os EUA sim.
De novo, o mundo real se impõe.
Quem quer ser o próximo presidente dos EUA a ter em seu mandato/curriculum um atentado que matou mais de três mil pessoas?
"Ah mas barrar a imigração não adianta."
Pode ser mas, não marcar posição, não ao menos parecer que tentou fazer alguma coisa bastará pra ser condenado pela oposição política seja esta condenação justificada ou não.
Diante disso é melhor que os próprios islâmicos tratem de tentar melhorar a imagem da religião deles diante do mundo ou lidem com as consequências disso.
Brasileiros são mal vistos no Japão. Que bom que eu não quero ir lá nem pra visitar.
Huxley disse:O seu desafio é muito fácil de responder. Intolerância de grupos religiosos que envolveu crimes hediondos comparáveis aos que você citou, como genocídios contra civis de outras religiões e misoginia feminicida, também já foram vistos, na história recente, fora do Islamismo...
Mais comparações a la Timothy McVeigh...
Sério que você achou que aqui, no Fórum Religião é Veneno seria novidade que existe uma coisa chamada intolerância religiosa e que é preciso ler Hitchens prá saber disto?
"Religiosos A" contra "religiosos B" existe desde que a religião B surgiu e obviamente não é disto que estamos falando.
Estamos falando em Terrorismo Religioso Global.
Não é uma religião disputando um espaço contra outra.
É uma ideologia na qual membros de UMA determinada religião declaram guerra contra todas as outras, contra o mundo que não é deles na esperança de que um dia seja.
Vamos repassar a listinha:
- Estuprar mulheres para forçá-las a se converter.
- Decapitar e crucificar prisioneiros por motivos religiosos.
- Sequestrar aviões para lançar contra prédios civis.
- Explodir bombas em estações de metrô.
- Apedrejar mulheres até a morte.
- Roubar caminhões e atropelar crianças pelas calçadas.
- Metralhar cartunistas porque não gostaram dos desenhos deles.
Me indique um conflito religioso no qual membros de uma religião sistematicamente perpetraram atos do tipo por todo globo, de Kandahar a Paris, de Damaturo - Nigéria à Nova York?
Observe o perfil das vítimas e dos agressores.
Não se trata de católicos irlandeses atacando protestantes irlandeses e vice-versa.
Trata-se de que amanhã ou depois algum destes assassinos pode colocar uma bomba na Estação da Sé porque Bolsonaro manifestou apoio ao Estado de Israel.
Estas justificativas são analogas aos dos Petistas que tentavam justificar esquemas de saque aos cofres públicos da ordem de bilhões acusando o povo que fura fila ou cola nas provas escolares, alegando que todos são igualmente corruptos.
Ah, então, suas perguntas retóricas tratavam de mencionar uma religião que tem efeitos multiplicativos que geram risco sistêmico no mundo por ser uma religião e uma doutrina política. Parece que você não leu com atenção o que já escrevi neste tópico num post em 1 de setembro, pois eu já mencionei essa religião: ela se chama salafismo-wahabismo. Nada de surpreendente no que você falou, isso que você postou é quase truísmo. O meu único ponto de discordância foi chamar atenção para o seu erro categorial, que nada mais é do que uma "síndrome de é tudo a mesma coisa", já que aparentemente você usa as palavras "Islamismo" e "Salafismo-wahabismo" mais ou menos como sinônimas. Repetindo o que você deixou passar. A designação "Islã" como se fosse uma única religião é absurda. O que chamam de Islã são, na verdade, três religiões: (1) Salafismo-wahabismo; (2) Sunismo Secular/Sufi etc. (em resumo, Sunismo não-wahabista) e (3) Xiismo. (Para mais explicações das diferenças, basta ler meu post anterior que mencionei, em que uso um conceito-chave importante chamado "preferências reveladas")
Suas perguntas retóricas podem ser respondidas com outras perguntas retóricas. Nos últimos 20 anos, em cerca de 99,9% das vezes, os cidadãos europeus e americanos foram alvejados terroristicamente por salafistas-wahabistas, e ainda assim, a culpa é de outras religiões? Condicional ao ato desse tipo de terrorismo mencionado, qual é a probabilidade de uma pessoa ser salafista-wahabista? Uns 99,9%, imagino. É absurdo direcionar a "islamofobia" para, por exemplo, os xiitas quando eles, em média, agem de maneira diferente. Deveria haver uma Salafifobia, já que os salafistas têm a particularidade da extrema dificuldade de entender o conceito de "secular, porém religioso." Salafismo-wahabismo não é meramente uma religião: assim como o Nazismo e o Socialismo, é uma doutrina política intolerante, que quer usurpar as pessoas de terem sua própria expressão. Lembrando que, apesar de tudo, isso não quer dizer que não existam casos de terroristas ou fanáticos criminosos hediondos nas outras categorias islâmicas de religiosos, assim como nas demais religiões não-islâmicas do mundo.
Ah, então, suas perguntas retóricas tratavam de mencionar uma religião que tem efeitos multiplicativos que geram risco sistêmico no mundo por ser uma religião e uma doutrina política. Parece que você não leu com atenção o que já escrevi neste tópico num post em 1 de setembro, pois eu já mencionei essa religião: ela se chama salafismo-wahabismo. Nada de surpreendente no que você falou, isso que você postou é quase truísmo. O meu único ponto de discordância foi chamar atenção para o seu erro categorial, que nada mais é do que uma "síndrome de é tudo a mesma coisa", já que aparentemente você usa as palavras "Islamismo" e "Salafismo-wahabismo" mais ou menos como sinônimas. Repetindo o que você deixou passar. A designação "Islã" como se fosse uma única religião é absurda.
Consideração totalmente irrelevante. Quando um muça intimida e ameaça visando outrem à conversão ele invoca e impõe o islão, não interessando qual vertente.
É preciso considerar também, que não é só uma questão do risco de imigrantes muçulmanos serem terroristas, eles também são na Europa e nos EUA uma proporção muito maior dos criminosos, inclusive hediondos, sobretudo estupradores, uma proporção 4 vezes maior, considerando a sua quantidade na população e a sua quantidade nas prisões, inclusive em casos crimes hediondos e sobretudo por estupros. É curioso que isso parece mostrar que a suposta baixa criminalidade em crimes, fora de situação de guerra, nos países muçulmanos ou de maioria muçulmana, ou são estatísticas falsas, ou só são pura coação externa, sem nenhuma interiorização das regras, ao contrário do caso dos de cultura budista-confucionista que mesmo fora de seus países,quanto imigrantes nos EUA, Europa ocidental e América Latina tem baixa criminalidade verdadeira (casos de chineses com comércios informais não é bem o caso de criminalidade, mas sim uma questão de burocratismo, seria absurdo dizer que 50% da população brasileira é de criminosos, ou mesmo 25% da população europeia inclusive a de boa cepa que é a proporção de economia informal nesses lugares) e de todo modo baixa proporção de seus membros presos mesmo quando se compara com a sua própria proporção na população desses países da Europa, EUA e América Latina, bem ao contrário dos muçulmanos, aliais já dá para ver isso também, nos casos de democracias de povos com maioria dessa cultura, como o Japão, Coreia do sul e Taiwan que são democracias segundo os principais índices (o da "The economist" a do grupo "Freedom house" e a da "Polity 4" e mesmo assim a sua criminalidade continua baixa, sinal de estatísticas autenticas sobre o assunto e de interiorização das regras.
Huxley disse:
O que chamam de Islã são, na verdade, três religiões: (1) Salafismo-wahabismo; (2) Sunismo Secular/Sufi etc. (em resumo, Sunismo não-wahabista) e (3) Xiismo. (Para mais explicações das diferenças, basta ler meu post anterior que mencionei, em que uso um conceito-chave importante chamado "preferências reveladas")
O islamismo já nasceu em guerra. O próprio fundador formou e liderou exércitos de invasão e conversão à força.
Em pouco tempo, já tinham ocupado um enorme território e só não tomaram a Europa inteira porque foram detidos pelos franceses.
Esta filosofia expansionista de transformar o mundo inteiro num enorme califado ainda permanece.
O que mudou foi a cabeça de muitos islamistas que, assim como os cristãos, escolhem quais partes de seu livro "sagrado" são importantes e quais podem ser ignoradas.
Mas o fato é que, exceto por alguns idiotas querendo impor os "valores cristãos" ao mundo, a sociedade ocidental é basicamente laica. Já os islamitas ainda têm dificuldades em separar Estado e religião e muitos deles continuam em guerra pelo ideal de um planeta islamizado.
Huxley disse:
O que chamam de Islã são, na verdade, três religiões: (1) Salafismo-wahabismo; (2) Sunismo Secular/Sufi etc. (em resumo, Sunismo não-wahabista) e (3) Xiismo. (Para mais explicações das diferenças, basta ler meu post anterior que mencionei, em que uso um conceito-chave importante chamado "preferências reveladas")
O islamismo já nasceu em guerra. O próprio fundador formou e liderou exércitos de invasão e conversão à força.
Em pouco tempo, já tinham ocupado um enorme território e só não tomaram a Europa inteira porque foram detidos pelos franceses.
Esta filosofia expansionista de transformar o mundo inteiro num enorme califado ainda permanece.
O que mudou foi a cabeça de muitos islamistas que, assim como os cristãos, escolhem quais partes de seu livro "sagrado" são importantes e quais podem ser ignoradas.
Mas o fato é que, exceto por alguns idiotas querendo impor os "valores cristãos" ao mundo, a sociedade ocidental é basicamente laica. Já os islamitas ainda têm dificuldades em separar Estado e religião e muitos deles continuam em guerra pelo ideal de um planeta islamizado.
A acusação de que os islamitas desejam transformar o mundo num califado por meio da força é válido para APENAS para UMA das TRÊS religiões do agrupamento de religiões que muitas pessoas chamam de "Islã". Observe o comportamento social médio dos xiitas. Eles já são bastante ocidentalizados. Principalmente nos países democráticos onde eles são numerosos, e eu não falo só de EUA e países da Europa Ocidental, mas também de países democráticos de maioria muçulmana, como Indonésia e Malásia.
Huxley disse:Parece que você não leu com atenção o que já escrevi neste tópico num post em 1 de setembro, pois eu já mencionei essa religião: ela se chama salafismo-wahabismo.
Só prá constar, tenho artigos meus sobre o Islã publicados em sites islâmicos e os mais antigos aqui do Fórum lembram dos milhares de posts de debates que mantive com o grupo de muçulmanos que participou aqui por anos, logo, seu post com ar professoral me é dispensãvel. http://islamicchat.net/acauan_ihram.html
Nada de surpreendente no que você falou, isso que você postou é quase truísmo. O meu único ponto de discordância foi chamar atenção para o seu erro categorial, que nada mais é do que uma "síndrome de é tudo a mesma coisa", já que aparentemente você usa as palavras "Islamismo" e "Salafismo-wahabismo" mais ou menos como sinônimas. Repetindo o que você deixou passar. A designação "Islã" como se fosse uma única religião é absurda. O que chamam de Islã são, na verdade, três religiões: (1) Salafismo-wahabismo; (2) Sunismo Secular/Sufi etc. (em resumo, Sunismo não-wahabista) e (3) Xiismo. (Para mais explicações das diferenças, basta ler meu post anterior que mencionei, em que uso um conceito-chave importante chamado "preferências reveladas")
Chamar Wahabismo de religião tá completamente errado, mas como disse antes não vou dispersar para outras questões.
Quanto a Sunismo e Xiismo, são divisões do Islã tanto quanto Catolicismo, Protestantismo e Ortodoxismo são do Cristianismo.
Suas perguntas retóricas podem ser respondidas com outras perguntas retóricas.
Porque se responder direito a resposta não vai te agradar.
Nos últimos 20 anos, em cerca de 99,9% das vezes, os cidadãos europeus e americanos foram alvejados terroristicamente por salafistas-wahabistas, e ainda assim, a culpa é de outras religiões? Condicional ao ato desse tipo de terrorismo mencionado, qual é a probabilidade de uma pessoa ser salafista-wahabista? Uns 99,9%, imagino. É absurdo direcionar a "islamofobia" para, por exemplo, os xiitas quando eles, em média, agem de maneira diferente. Deveria haver uma Salafifobia, já que os salafistas têm a particularidade da extrema dificuldade de entender o conceito de "secular, porém religioso." Salafismo-wahabismo não é meramente uma religião: assim como o Nazismo e o Socialismo, é uma doutrina política intolerante, que quer usurpar as pessoas de terem sua própria expressão. Lembrando que, apesar de tudo, isso não quer dizer que não existam casos de terroristas ou fanáticos criminosos hediondos nas outras categorias islâmicas de religiosos, assim como nas demais religiões não-islâmicas do mundo.
Seus jogos de números são pura enrolação.
A maioria dos terroristas islâmicos são sunitas porque 90% dos muçulmanos são sunitas, simples e óbvio.
Quanto aos xiitas que agem de maneira diferente, tá na conta deles o Hezbollah, um dos mais antigos, atuantes e brutais grupos terroristas.
Prá não falar da ditadura do Aiatolá Khomeini, que devolveu o Irã ao século X.
Irã este onde vivem metade dos xiitas do mundo, numa república islâmica onde as leis determinam que homossexuais devem ser enforcados, mulheres são proibidas de sair sem véu na rua e, de novo, o apedrejamento por adultério.
Lembrando, não são tribos bárbaras de locais idem fazendo sua própria interpretação da Sharia ao cometer seus atos de brutalidade.
É um Estado com um sistema jurídico tão sofisticado quanto o dos países ocidentais que emite aquelas sentenças.
Mas citar isto também deve ser Islamofobia...
Meu Deus @Huxlei acorda, o islamismo é uma ameaça do presente e do futuro .Isso é auto-evidente e o @Acauan esta tendo que te explicar didaticamente amigo .Hoje a Europa acordou e está preocupada com isso !
Seus jogos de números são pura enrolação.
A maioria dos terroristas islâmicos são sunitas porque 90% dos muçulmanos são sunitas, simples e óbvio.
Nos últimos anos, os ataques terroristas do tipo "Terrorismo Religioso Global Anti-Ocidente" (vou recapitular esse assunto mais à frente), QUASE TODOS, foram de salafistas-wahabbistas. Negar isso NÃO seria válido mesmo se você considerasse que o movimento salafista-wahabbista seria um movimento dentro do islamismo sunita. Pois, mesmo que se considere a última coisa, é importante salientar que, além desse Sunismo, existe também o Sunismo Não-Wahabista - o do Sufismo, por exemplo. Então, são três religiões distintas: (1) Salafismo-Wahabismo; (2) Sunismo Não-Wahabista; (3) Xiismo... pelos motivos que já expliquei neste tópico (e, que, aparentemente, você não entendeu).
(...) Irã este onde vivem metade dos xiitas do mundo, (...)
Fora do Irã só existem 50% dos xiitas do mundo? Número possivelmente subestimado - e por grande margem. Segundo a Wikipedia em inglês... Os xiitas compõe de 10% a 20% da população do mundo islâmico. Pegando a população do Irã e do mundo islâmico, considerando que o Irã tem 90% de xiitas, então a proporção de xiitas fora do Irã é estimado em até 79% (59%, no limie inferior estimado).
Quanto aos xiitas que agem de maneira diferente, tá na conta deles o Hezbollah, um dos mais antigos, atuantes e brutais grupos terroristas.
Prá não falar da ditatura do Aiatolá Khomeini, que devolveu o Irã ao século X. (...)
Nada disso que você colocou prova que os xiitas, EM MÉDIA, não agem de forma RADICALMENTE diferente dos salafistas-wahabbistas. Para eventos esparsos como a existência de terroristas/burocratas ditadores serem colocados na conta da média da população, você teria que seguir o raciocínio falso de que "se há terroristas/burocratas ditadores em um país, então o resto da população, de uma forma geral, deve ser moralmente como eles". Isso é COMPLETAMENTE FALSO. A seguir, falarei mais desse assunto.
(...), numa república islâmica onde as leis determinam que homossexuais devem ser enforcados, mulheres são proibidas de sair sem véu na rua e, de novo, o apedrejamento por adultério.
Lembrando, não são tribos bárbaras de locais idem fazendo sua própria interpretação da Sharia ao cometer seus atos de brutalidade.
É um Estado com um sistema jurídico tão sofisticado quanto o dos países ocidentais que emite aquelas sentenças.
Aqui, mais uma vez, repetiu o raciocínio FALSO de que "burocratas ditadores = população geral (ou isso é uma boa generalização)".
Se for assim, então aqui vai uma paródia... Então, quer dizer que, na 84% cristã Uganda, que tem uma ditadura violenta com teocracia cristã de um ditador cristão que já perseguiu legalmente homossexuais com prisão perpétua e pena de morte, a população cristã ugandesa, como boa generalização, é um bando de teocratas violentos? Mostrando G1 e Wikipédia:
Voltando ao caso do Irã. Todos sabemos que o terrorismo e a teocracia são contrários aos valores seculares, mas, até onde sei, quem mais financia o terrorismo no exterior e espalha "madraçal" na Europa e na Ásia é a Arábia Saudita, a aliada dos Estados Unidos. Quantos ataques no Ocidente (contra europeus ocidentais/americanos) nos últimos anos foram feitos por xiitas? Não era de "Terrorismo Religioso Global" de que você estava falando (ver o seu segundo post, contando de cima para baixo, na página deste tópico)? A conta desse tipo de terrorismo global anti-ocidente está QUASE TODA na conta dos salafistas-wahabbistas - leia-se: Arábia Saudita, ISIS, Al Qaeda e afins. E não na conta dos xiitas.
Seus jogos de números são pura enrolação.
A maioria dos terroristas islâmicos são sunitas porque 90% dos muçulmanos são sunitas, simples e óbvio.
Nos últimos anos, os ataques terroristas do tipo "Terrorismo Religioso Global Anti-Ocidente" (vou recapitular esse assunto mais à frente), QUASE TODOS, foram de salafistas-wahabbistas. Negar isso NÃO seria válido mesmo se você considerasse que o movimento salafista-wahabbista seria um movimento dentro do islamismo sunita. Pois, mesmo que se considere a última coisa, é importante salientar que, além desse Sunismo, existe também o Sunismo Não-Wahabista - o do Sufismo, por exemplo. Então, são três religiões distintas: (1) Salafismo-Wahabismo; (2) Sunismo Não-Wahabista; (3) Xiismo... pelos motivos que já expliquei neste tópico (e, que, aparentemente, você não entendeu).
Misturar no mesmo balaio Sufismo e Wahabb compõe um samba do crioulo doido resultante do total desconhecimento da teologia islâmica, a mais unificadora das grandes teologias.
Repito que não vou desviar prá este lado e cair na estratégia do "olha o avião".
Toda esta balela de os terroristas não são muçulmanos são salafistas-wahabbistas-malvadistas-feiosistas e coisas do tipo é apenas a repetição do velho artifício de renomear os sujeitos para desviar responsabilidades.
Chamar um camelo de cavalo não o torna mais bonito e vou continuar apontando as corcovas.
Wahabb não é religião. Ponto. É uma das muitas derivações históricas do tribalismo árabe que no caso específico dos sauditas ganhou poder por dominar os locais sagrados do Islã.
O papel de Wahabb e dos sauditas, aí inclusos membros da casa real, é financiar o terrorismo internacional islâmico, mas este financiamento só é bem sucedido e fomenta grupos terroristas ao redor do mundo porque ao redor do mundo estes financiadores encontram comunidades muçulmanas com devotos prontos para se explodir pela causa.
O fenômeno pelo qual comunidades islâmicas tão distantes do Oriente Médio e díspares entre si como Europa Ocidental, Sudão, Nigéria, Afeganistão, Paquistão, Sri Lanka e tantas mais se mostram permeáveis ao discurso radical Islâmico ao ponto de fornecer entusiasmados para se alistar em organizações terroristas é o cerne do problema, cuja raiz está, SIM, nos conteúdos imperialistas intrínsecos ao Islã, que se manifestam desde que o Islã surgiu e nunca deixaram de se manifestar.
Escrevi sobre isto no texto "De Poitiers a Viena".
Mais uma vez, insistir nesta historinha de terroristas não são do Islã, são de uma subdivisão derivativa não integrada subauxiliar de uma ramificação não significativa do Islã é a mesma desculpa fuleira da turma do "A União Soviética não era comunista", coisa de gente que define e redefine as coisas conforme seus interesses.
(...) Irã este onde vivem metade dos xiitas do mundo, (...)
Fora do Irã só existem 50% dos xiitas do mundo? Número possivelmente subestimado - e por grande margem. Segundo a Wikipedia em inglês... Os xiitas compõe de 10% a 20% da população do mundo islâmico. Pegando a população do Irã e do mundo islâmico, considerando que o Irã tem 90% de xiitas, então a proporção de xiitas fora do Irã é estimado em até 79% (59%, no limie inferior estimado).
Mais jogos numéricos...
Faixa de "10 a 20%", ou seja, parte de uma margem de 100% de variação em pontos percentuais para chegar à conclusão de que na faixa inferior não são 50%, são 59%.
Nossa... Agora sim a coisa mudou muito de figura...
Quanto aos xiitas que agem de maneira diferente, tá na conta deles o Hezbollah, um dos mais antigos, atuantes e brutais grupos terroristas.
Prá não falar da ditatura do Aiatolá Khomeini, que devolveu o Irã ao século X. (...)
Nada disso que você colocou prova que os xiitas, EM MÉDIA, não agem de forma RADICALMENTE diferente dos salafistas-wahabbistas. Para eventos esparsos como a existência de terroristas/burocratas ditadores serem colocados na conta da média da população, você teria que seguir o raciocínio falso de que "se há terroristas/burocratas ditadores em um país, então o resto da população, de uma forma geral, deve ser moralmente como eles". Isso é COMPLETAMENTE FALSO. A seguir, falarei mais desse assunto.
Quem falou em MÉDIA da população foi você e não eu, que sequer acredito nesta bobagem, como se centenas de milhões de pessoas pudessem ser resumidas a um cálculo aritmético básico.
É um absurdo conceitual desenvolver um raciocínio conciliando radical e média se referindo a comportamento, pois, por definição comportamento radical é o que foge à média de modo extremado.
Chato ter que recorrer a Etimologia, mas fazer o que...
É ofensivo me ver atribuídos pensamentos que erram na linguística e na matemática.
Da próxima vez tente com Desvio Padrão pelo menos.
(...), numa república islâmica onde as leis determinam que homossexuais devem ser enforcados, mulheres são proibidas de sair sem véu na rua e, de novo, o apedrejamento por adultério.
Lembrando, não são tribos bárbaras de locais idem fazendo sua própria interpretação da Sharia ao cometer seus atos de brutalidade.
É um Estado com um sistema jurídico tão sofisticado quanto o dos países ocidentais que emite aquelas sentenças
Aqui, mais uma vez, repetiu o raciocínio FALSO de que "burocratas ditadores = população geral (ou isso é uma boa generalização)".
Olha lá de novo...
Você para prá pensar que está postando no Religião é Veneno, espaço há quase vinte anos frequentado por gente que sabe o que é falácia?
Eu cito DADOS sobre o Irã e você me atribui este Espantalho.
Primário...
Se for assim, então aqui vai uma paródia... Então, quer dizer que, na 84% cristã Uganda, que tem uma ditadura violenta com teocracia cristã de um ditador cristão que já perseguiu legalmente homossexuais com prisão perpétua e pena de morte, a população cristã ugandesa, como boa generalização, é um bando de teocratas violentos? Mostrando G1 e Wikipédia:
Eu cito explicitamente o Irã diferenciando-o de locais regidos pela barbárie para exemplificar que comunidades islâmicas sofisticadas e civilizatoriamente avançadas adotam sistemas jurídicos modernos que aplicam penas bárbaras e você tenta me refutar citando uma sociedade de cultura tribal que pratica barbárie tribal.
Lembrando que, mantendo seu exemplo de Uganda, Idi Amim que era muçulmano foi o maior assassino da História do país, mas independente de ele ser muçulmano, seu regime brutal também era movido por barbarismos tribais herdados, motivação análoga do que se viu em Ruanda.
Há sempre uma análise desapaixonada de cada situação, enxergando suas particularidades se assim se quiser fazer.
Voltando ao caso do Irã. Todos sabemos que o terrorismo e a teocracia são contrários aos valores seculares, mas, até onde sei, quem mais financia o terrorismo no exterior e espalha "madraçal" na Europa e na Ásia é a Arábia Saudita, a aliada dos Estados Unidos. Quantos ataques no Ocidente (contra europeus ocidentais/americanos) nos últimos anos foram feitos por xiitas? Não era de "Terrorismo Religioso Global" de que você estava falando (ver o seu segundo post, contando de cima para baixo, na página deste tópico)? A conta desse tipo de terrorismo global anti-ocidente está QUASE TODA na conta dos salafistas-wahabbistas - leia-se: Arábia Saudita, ISIS, Al Qaeda e afins. E não na conta dos xiitas.
Terroristas religiosos que cometem atentados no mundo todo não são Terrorismo Religoso Global, são o que, Terrorismo Religioso da Terra Plana?
Sauditas são grandes financiadores do terrorismo internacional sim, mas não só eles, O Irã xiita também tem seus terroristas de estimação e os financia.
Nada disto muda o fato de que terroristas muçulmanos são recrutados do Sri Lanka a França, não porque alguém sequestrou as mães destes muçulmanos e ameaçou jogá-las aos crocodilos se não se alistassem.
Alistam-se voluntariamente e cheios de entusiasmo, entusiasmo que tem explicações menos banais do que "é tudo culpa dos salafistas-wahabbistas".
Acauan disse:Nada disto muda o fato de que terroristas muçulmanos são recrutados do Sri Lanka a França, não porque alguém sequestrou as mães destes muçulmanos e ameaçou jogá-las aos crocodilos se não se alistassem.
Alistam-se voluntariamente e cheios de entusiasmo, entusiasmo que tem explicações menos banais do que "é tudo culpa dos salafistas-wahabbistas".
Se até europeus louros de olho azul que nunca estiveram no Oriente Médio se encantam com a pregação extremista e se juntam à guerra "santa", por que os que já nasceram encharcados da cultura islâmica não seriam tanto ou mais vulneráveis?
Acauan disse:Nada disto muda o fato de que terroristas muçulmanos são recrutados do Sri Lanka a França, não porque alguém sequestrou as mães destes muçulmanos e ameaçou jogá-las aos crocodilos se não se alistassem.
Alistam-se voluntariamente e cheios de entusiasmo, entusiasmo que tem explicações menos banais do que "é tudo culpa dos salafistas-wahabbistas".
Se até europeus louros de olho azul que nunca estiveram no Oriente Médio se encantam com a pregação extremista e se juntam à guerra "santa", por que os que já nasceram encharcados da cultura islâmica não seriam tanto ou mais vulneráveis?
É muito difícil superar a força que as suas raízes exercem sobre sua personalidade.
Eu aprendi a tolerar mais os católicos porque acho que os evangélicos são piores mas, lá no fundo, ainda que eu saiba que nunca irá e nem deveria acontecer eu queria viver em um mundo sem nenhum dos dois. Isso passa pela minha cabeça como uma ideia de fundo, eu mesmo sei que isso não pode acontecer porque coisa pior acaba tomando o lugar.
No final eu certamente seria contra extinguir as religiões por piores que elas me possam parecer.
Mas nem todo mundo é assim e muita gente acha que é possível ter as duas coisas ao mesmo tempo.
Alguém como eu idealizando um mundo sem religião e ao mesmo tempo sem ideologias materialistas tomando lugar dela e muçulmanos achando que da pra ter o conforto e liberdade do Ocidente vivendo sob os regimes, leis e costumes de teocracias islâmicas.
Há sentido no nacionalismo. Países e culturas são diferentes e pra isso existem as fronteiras e os governos.
Não faz sentido banir imigrantes mas faz sentido querer que eles assimilem a cultura do local para o qual decidiram imigrar.
Países e fronteiras existem há séculos, isso não é por acaso. Forçar que isso mude me parece uma atitude nada conservadora no sentido de considerar a experiência acumulada antes de impor mudanças.
Um mundo sem religião, países e fronteiras é o que consta na letra de "Imagine" que considero um hino à inocência de pessoas que não são mais crianças.
Misturar no mesmo balaio Sufismo e Wahabb compõe um samba do crioulo doido resultante do total desconhecimento da teologia islâmica, a mais unificadora das grandes teologias.
Repito que não vou desviar prá este lado e cair na estratégia do "olha o avião".
Toda esta balela de os terroristas não são muçulmanos são salafistas-wahabbistas-malvadistas-feiosistas e coisas do tipo é apenas a repetição do velho artifício de renomear os sujeitos para desviar responsabilidades.
Chamar um camelo de cavalo não o torna mais bonito e vou continuar apontando as corcovas.
Wahabb não é religião. Ponto. É uma das muitas derivações históricas do tribalismo árabe que no caso específico dos sauditas ganhou poder por dominar os locais sagrados do Islã.
O papel de Wahabb e dos sauditas, aí inclusos membros da casa real, é financiar o terrorismo internacional islâmico, mas este financiamento só é bem sucedido e fomenta grupos terroristas ao redor do mundo porque ao redor do mundo estes financiadores encontram comunidades muçulmanas com devotos prontos para se explodir pela causa.
O fenômeno pelo qual comunidades islâmicas tão distantes do Oriente Médio e díspares entre si como Europa Ocidental, Sudão, Nigéria, Afeganistão, Paquistão, Sri Lanka e tantas mais se mostram permeáveis ao discurso radical Islâmico ao ponto de fornecer entusiasmados para se alistar em organizações terroristas é o cerne do problema, cuja raiz está, SIM, nos conteúdos imperialistas intrínsecos ao Islã, que se manifestam desde que o Islã surgiu e nunca deixaram de se manifestar.
Escrevi sobre isto no texto "De Poitiers a Viena".
Mais uma vez, insistir nesta historinha de terroristas não são do Islã, são de uma subdivisão derivativa não integrada subauxiliar de uma ramificação não significativa do Islã é a mesma desculpa fuleira da turma do "A União Soviética não era comunista", coisa de gente que define e redefine as coisas conforme seus interesses.
A classificação das religiões islâmicas que usei não tem nada de trivial e você não a contestou em qualquer momento. Gostaria de expor mais detalhes do esquema conceitual que uso para que tente me compreender. A classificação que uso das religiões parte do pressuposto que muitas pessoas religiosas são, em grande parte, "ateístas", dependendo do domínio. Uma contribuição brilhante dos economistas é o conceito de "conversa fiada", ou a diferença entre "preferências declaradas" (o que você diz) e "preferências reveladas" (das ações). As ações são mais significativas do que as palavras: o que as pessoas dizem (em pesquisas de opinião ou em outros lugares) não é tão relevante, pois os indivíduos revelam suas preferências com dinheiro vivo, ou ações geralmente mais caras ou ações ainda mais arriscadas (que, invariavelmente, nos traz para o "arriscar a própria pele"). Resumindo: o quanto você "acredita" em alguma coisa pode se manisfestar somente do que você está disposto a arriscar por ela. Da mesma forma, considero a diferença usualmente definida entre "crente" e "ateu" como mera verborragia, a menos que alguém mostre diferença na ação. Neste contexto, pode-se dizer que a maioria dos cristãos, quando se trata de situações médicas, éticas e de tomada decisão, não age de forma muito diferente dos ateus. Assim, eu defino o ateísmo ou o secularismo em ações, pela distância entre as ações de uma pessoa e as de um indivíduo não-ateu em situação equivalente, não suas crenças e suas questões decorativas e simbólicas. Então, existem pessoas ateias nas suas ações, religiosas em seu discurso (a maioria dos cristãos ortodoxos e católicos). E outras que são religiosas nas suas ações, religiosas em seu discurso (islâmicos salafistas e homens-bomba). Religiões como o cristianismo, judaísmo e, até certo ponto, o islamismo xiita evoluíram (ou melhor, deixaram seus membros evoluir no sentido de desenvolvimento de uma sociedade sofisticada) ao se afastar do literal. O literal não deixa espaço para adaptação. Já da proximidade do salafismo do literal, nem preciso falar muito, pois ela é muito auto-evidente. Dessa forma, como existe o sunismo secular e o sufismo, por exemplo, que se assemelham mais ao islamismo xiita, pode-se dizer que o sunismo salafista e o sunismo não-salafista são distintos como religiões. Essa conceituação é aplicação direta da teoria das preferências reveladas. Veja como tudo isso é MUITO DIFERENTE de dizer "terroristas não são do Islã" (a deturpação de Acauan de minhas palavras no quote acima). Eu não disse que eles não eram do Islã. Eu só disse que os terroristas que atacaram americanos e europeus ocidentais nos últimos anos eram de religião islâmica distinta dos islamistas xiitas e dos islamitas sunitas não-salafistas e que esses últimos normalmente agem bem diferente dos primeiros. Qualquer coisa que tente descrever meu esquema conceitual diferente disso é deturpação e foi o que aconteceu neste tópico. Repito. A adequabilidade funcional de minha classificação de religiões islâmicas não foi contestada em qualquer momento.
Quem falou em MÉDIA da população foi você e não eu, que sequer acredito nesta bobagem, como se centenas de milhões de pessoas pudessem ser resumidas a um cálculo aritmético básico.
É um absurdo conceitual desenvolver um raciocínio conciliando radical e média se referindo a comportamento, pois, por definição comportamento radical é o que foge à média de modo extremado.
Chato ter que recorrer a Etimologia, mas fazer o que...
É ofensivo me ver atribuídos pensamentos que erram na linguística e na matemática.
Da próxima vez tente com Desvio Padrão pelo menos.
Eu falei que os xiitas, em média, se comportam diferente dos salafistas. Qual é o problema nisso? Se você estiver lidando com inferências qualitativas, como em psicologia empírica, em buscas de respostas sim/não, às quais as magnitudes não se aplicam, você pode falar em frequência de determinados comportamentos e também em médias, sem precisar falar a respeito de suas intensidades. Ou se assassina ou não, ou se divorcia ou não. Graus de assassinato e de divórcio não são relevantes. Mas se estivesse lidando com agregados, onde magnitudes importam, como renda, riqueza e vendas de livros aí sim o conceito de média não se aplicaria. Sendo assim, o comportamento pode ser descrito sim por estatística de dados não-paramétricos, embora nem sempre.
Olha lá de novo...
Você para prá pensar que está postando no Religião é Veneno, espaço há quase vinte anos frequentado por gente que sabe o que é falácia?
Eu cito DADOS sobre o Irã e você me atribui este Espantalho.
Primário...
Ok, vamos rever o que você disse: "Seus jogos de números são pura enrolação. (...) Quanto aos xiitas que agem de maneira diferente, tá na conta deles o Hezbollah, um dos mais antigos, atuantes e brutais grupos terroristas. Prá não falar da ditadura do Aiatolá Khomeini, que devolveu o Irã ao século X."
Na citação em que digo em que os xiitas normalmente agem de forma diferente dos salafistas, você aparentemente tenta contestar mostrando o que está na conta de burocratas ditadores e terroristas xiitas que barbarizaram tanto quanto os bárbaros salafistas. Como diabos isso, levando em conta o contexto da população geral, rechaça o que eu disse? Para entender o absurdo sugestivo disso, imagine a seguinte a analogia. Imagine que eu estou dizendo que "Os homens, em média, são mais altos do que as mulheres; os homens realmente têm alturas diferentes e maiores" aí viria alguém dizendo: "Quanto aos homens, que têm altura diferente e maiores, está na conta deles o Tom Cruise, que é mais baixo que a Nicole Kidman. Para não falar da Jacqueline do vôlei, que é 16 cm mais alta do que o ator americano, blablablá...". Percebe-se que ficou a aparência de subentendido de que você tentou me rechaçar usando um um raciocínio análogo ao do exemplo hipotético anterior.
Eu cito explicitamente o Irã diferenciando-o de locais regidos pela barbárie para exemplificar que comunidades islâmicas sofisticadas e civilizatoriamente avançadas adotam sistemas jurídicos modernos que aplicam penas bárbaras e você tenta me refutar citando uma sociedade de cultura tribal que pratica barbárie tribal.
Lembrando que, mantendo seu exemplo de Uganda, Idi Amim que era muçulmano foi o maior assassino da História do país, mas independente de ele ser muçulmano, seu regime brutal também era movido por barbarismos tribais herdados, motivação análoga do que se viu em Ruanda.
Há sempre uma análise desapaixonada de cada situação, enxergando suas particularidades se assim se quiser fazer.
Eu não sei como o fato de que Uganda tem tribos primitivas na Idade do Bronze (ou antes) foi parar nessa discussão. Nada a ver. O exemplo de Uganda usei só para demonstrar que o que um presidente ou uma plêiade de burocratas ditadores que governa um Estado-nação é (teocrata cristão violento) não necessariamente é o que a população como um todo é. A população xiita governante do Irã é muito menor que a população xiita geral do Irã. Por sua vez, a população geral xiita do Irã também é significativamente menor, talvez até quase cinco vezes menor, do que a população xiita mundial. E levando em conta o subentendido que já mencionei na resposta ao quote anterior...
Terroristas religiosos que cometem atentados no mundo todo não são Terrorismo Religoso Global, são o que, Terrorismo Religioso da Terra Plana?
Sauditas são grandes financiadores do terrorismo internacional sim, mas não só eles, O Irã xiita também tem seus terroristas de estimação e os financia.
Nada disto muda o fato de que terroristas muçulmanos são recrutados do Sri Lanka a França, não porque alguém sequestrou as mães destes muçulmanos e ameaçou jogá-las aos crocodilos se não se alistassem.
Alistam-se voluntariamente e cheios de entusiasmo, entusiasmo que tem explicações menos banais do que "é tudo culpa dos salafistas-wahabbistas".
Quantos ataques no Ocidente contra europeus ocidentais/americanos nos últimos anos foram feitos por xiitas, qual é a comparação nesse item com os salafistas? O Irã está focado principalmente na geopolítica local, no apoio aos xiitas na área. A Arábia Saudita, amiga geopolítica dos EUA, espalha salafismo intolerante na Europa, Ásia e em todos os lugares, financiando terrorismos em todo o mundo e financiando cortadores de cabeça. Exterminando diretamente cristãos e alawis na Síria, coptas no Egito. Dito isto, enquanto os cidadãos da Arábia Saudita (como os do Egito) são obsessivamente anti-ocidentais (e anti-semitas), do outro lado seu governo é amigo geopolítico do Ocidente / EUA, o inverso é verdadeiro para o Irã. Note que o Irã ainda tem 25.000 judeus (sem falar na extensa convivência tolerada com cristãos, que também não existe paralelo na Arábia Saudita e afins). Nos países árabes, praticamente não sobrou judeu. Os comportamentos dos governos e de suas populações como um todo nem sempre são congruentes, portanto mencionar comportamentos de governos para julgar comunidades de religiosos, como já foi feito certas vezes nesse fórum, está errado. E, como já disse, xiitas e sunitas não-salafistas normalmente agem de forma diferente de salafistas. Essa questão não é nem um pouco trivial, como mostra a aplicação da teoria das preferências reveladas na classificação das religiões islâmicas que já fiz.
O drama do nosso tempo é a mentira, que assim permitiu eleger imbecis para governar os mesmos que não sabem discernir o falso do verdadeiro nas notícias. Muito menos em base de dados.
p.s. há países europeus onde não existe dados estatísticos ( especificos...), mas o mané da esquina apresenta números - dá que pensar...
Huxley disse: A classificação das religiões islâmicas que usei não tem nada de trivial e você não a contestou em qualquer momento.
Não contestei porque não há o que contestar.
Você criou definições arbitrárias para questões que filósofos e teólogos discutem há milênios e tenta justificá-las com uma teoria igualmente arbitrária.
Se eu fosse discutir isto, começaria pelas conceituações de Religião apresentadas no verbete específico da Enciclopédia Católica, uma das fontes mais respeitadas no assunto.
Só ali há informação suficiente para definir sua teoria como reductio ad absurdum.
Agora vou te fazer uma pergunta contando com sua honestidade.
Você conhece os fundamentos islâmicos do DIN e da UMAH?
Isto sem correr pro Google e depois voltar com um monte de considerações críticas.
Se conhecia estes dois conceitos antes de começar esta discussão, vá lá...
Se não, lamento, você não tem a mais mínima informação para começar a discutir o assunto.
Percebe-se que ficou a aparência de subentendido de que você tentou me rechaçar usando um um raciocínio análogo ao do exemplo hipotético anterior.
Aparência de subentendido coisa nenhuma.
O que eu escrevi tá lá explícito para quem quiser ler.
Citei os sujeitos República Islâmica do Irã, o Estado Iraniano e o Sistema Jurídico daquele país.
Aí vem você e diz que eu igualei burocratas ditadores à população em geral, quando nada do que escrevi remete a isto.
Espantalho puro e simples.
E o Hezbollah cai na conta dos Xiitas, sim, porque é um grupo terrorista Xiita.
Devia cair na conta de quem, dos Cristãos Coptas?
Não contestei porque não há o que contestar.
Você criou definições arbitrárias para questões que filósofos e teólogos discutem há milênios e tenta justificá-las com uma teoria igualmente arbitrária.
Se eu fosse discutir isto, começaria pelas conceituações de Religião apresentadas no verbete específico da Enciclopédia Católica, uma das fontes mais respeitadas no assunto.
Só ali há informação suficiente para definir sua teoria como reductio ad absurdum.
Pois eu queria saber onde e como minhas asserções estão erradas.
Agora vou te fazer uma pergunta contando com sua honestidade.
Você conhece os fundamentos islâmicos do DIN e da UMAH?
Isto sem correr pro Google e depois voltar com um monte de considerações críticas.
Se conhecia estes dois conceitos antes de começar esta discussão, vá lá...
Se não, lamento, você não tem a mais mínima informação para começar a discutir o assunto.
R: Sim... e?
Aparência de subentendido coisa nenhuma.
O que eu escrevi tá lá explícito para quem quiser ler.
Citei os sujeitos República Islâmica do Irã, o Estado Iraniano e o Sistema Jurídico daquele país.
Aí vem você e diz que eu igualei burocratas ditadores à população em geral, quando nada do que escrevi remete a isto.
Espantalho puro e simples.
E o Hezbollah cai na conta dos Xiitas, sim, porque é um grupo terrorista Xiita.
Devia cair na conta de quem, dos Cristãos Coptas?
Eles caem na conta dos xiitas e...? E...? Se eu digo que "Os homens, em média, são mais altos do que as mulheres; os homens realmente têm alturas diferentes e maiores", o que tem de relevante alguém responder dizendo que Nelson Ned e Romário, que são muito mais baixos do que Nicole Kidman e Jacqueline do vôlei, "caem na conta dos homens"? Essa afirmação só faz sentido se alguém acredita que a menção de Nelson Ned e Batoré na amostra transborda para a avaliação geral da sua respectiva categoria. Ou seja, uma categoria é claramente superior à outra categoria em um aspecto, mas existiu menções de certos "notáveis" como se fosse algo que alterasse as conclusões da generalização previamente feita.
Não contestei porque não há o que contestar.
Você criou definições arbitrárias para questões que filósofos e teólogos discutem há milênios e tenta justificá-las com uma teoria igualmente arbitrária.
Se eu fosse discutir isto, começaria pelas conceituações de Religião apresentadas no verbete específico da Enciclopédia Católica, uma das fontes mais respeitadas no assunto.
Só ali há informação suficiente para definir sua teoria como reductio ad absurdum.
Pois eu queria saber onde e como minhas asserções estão erradas.
Você quer saber onde e como suas asserções estão erradas, então:
1) Estão erradas logicamente, pois suas asserções recorrem à Petição de Princípio, que neste caso foi utilizar premissas materialistas para analisar conceitos teológicos e religiosos, vide a citada Teoria da Conversa Fiada. Se as premissas são materialistas, as conclusões serão sempre que religião é idiotice ou loucura e a explicação do porquê é apenas retórica. Discutir fundamentos religiosos só faz sentido provando a partir das próprias premissas religiosas que os fundamentos são contraditórios dentro destas premissas ou partindo de premissas maiores neutras, aceitas como verdadeiras por religiosos e materialistas, demonstrar a incoerência do fundamento religioso.
2) Estão erradas historicamente.
Procure referências históricas que classifiquem Wahabb e Salafismo como religião ou mesmo divisões teológicas do Islã.
Não vai achar porque não existem.
Estes termos foram difundidos NO OCIDENTE por certos círculos intelectuais após o 11 de Setembro, quando liberais (no sentido americano do termo) a título de combater a Islamofobia adotaram o uso de classificações que visavam direcionar a hostilidade aos muçulmanos para extratos radicais da comunidade que não teriam relação com muçulmanos comuns.
Exatamente o discurso que você repete aqui como se fosse original.
3) Estão erradas pelo já citado uso do Reductio ad Absurdum, ao achar que com meia dúzia de palavras pode redefinir conceitos teológicos e filosóficos forjados ao longo de milênios e adotar estas redefiniçoes simplificadas como premissas.
Como a tal tese da Conversa Fiada, que ao redefinir religião em termos utilitários materialistas simplesmente NEGA o conceito histórico, filosófico e teológico do que é religião. O que não deixa de incidir também na falácia do Espantalho.
Na referência que fiz da Enciclopédia Católica, Religião é a sujeição voluntária do indivíduo a Deus.
Esta definição contém o fundamento civilizatório da sacralização do Indivíduo:
- O Homem só perante Deus e a Consciência Individual como centro da existência.
É neste dualismo solitário que se definem as premissas religiosas.
Você reduz isto a interações sociais cotidianas - como o sujeito age com relação a outras pessoas.
Pode dizer que é um modo concreto de analisar, mas quem disse que religião é concreta e ou deveria ser?
4) Estão erradas por contradição intrínseca.
Você diz que só interessa como as pessoas agem e não o que elas dizem.
Bem, radicais islâmicos agem morrendo voluntariamente pela causa, com entusiasmo e alegria.
Eles morrem por Allah, pelo Profeta, pelo Islã.
NENHUM deles já morreu por Salafi ou por Wahabb.
Seu uso da classificação Salafista-Wahabbista nada mais é do que um substituto para o termo Jihadista, convenientemente renomeado porque a Jihad é intrínseca ao Islã, portanto um termo incômodo para quem quer partidariamente desassociar o Islã do terrorismo perpetrado por seus membros e em seu nome.
5) E finalmente estão erradas por ignorar fundamentos do Islã, como detalhado a seguir.
Agora vou te fazer uma pergunta contando com sua honestidade.
Você conhece os fundamentos islâmicos do DIN e da UMAH?
Isto sem correr pro Google e depois voltar com um monte de considerações críticas.
Se conhecia estes dois conceitos antes de começar esta discussão, vá lá...
Se não, lamento, você não tem a mais mínima informação para começar a discutir o assunto.
R: Sim... e?
E... e que se você conhece realmente os significados de DIN e UMAH não deveria fazer esta pergunta pois estes fundamentos do Islã colapsam suas teses.
DIN determina que Islã é o modo de vida unificado ao qual os crentes devem se submeter, que inclui religião, sociedade, política, economia, vida familiar e todas as interações humanas.
Islã significa Submissão, submissão a Deus que se expressa na submissão ao DIN.
UMAH é a Comunidade dos Crentes, que deve ser única e unida.
Único sistema de vida para a única Comunidade dos Crentes.
Esta unicidade deriva do Tawhid, Monoteísmo Islâmico.
O Islã absorveu o conceito judaico da unidade como princípio de toda existência, expresso tanto na Shemá, a confissão de Fé judaica, quanto na Shahada, a confissão de Fé islâmica.
Respectivamente:
"Ouve, Israel. O Senhor é Deus. O Senhor é UM".
"Só há UM Deus, Allah. E Mohamed é seu profeta".
Uma vez que o crente profere a Shahada em voz alta torna-se um muçulmano e toda UMAH é OBRIGADA a aceitá-lo como muçulmano e PROIBIDA de negar que seja.
Tire a unidade do Islã e não existe mais Islã.
A divisão entre Sunitas e Xiitas NÃO é um cisma como o que separou a Igreja Ortodoxa da Igreja Católica, porque tal Cisma simplesmente não pode existir no Islã sem negar o próprio.
Um evangélico pentecostal pode negar que um adventista seja cristão, mesmo ambos pertencendo à divisão protestante do Cristianismo.
Um Sunita NÃO pode negar que um Xiita seja muçulmano e vice-versa.
Divergências doutrinárias são previstas e aceitas no Islã, o que é diferente de Cisma.
Para lidar com as divergências doutrinárias existem as Escolas de Fiqh - Jurisprudência Islâmica, que determinam que interpretações do Corão são aprovados (e no caso dos Sunitas, também das Sunas).
Não existe Sola Scriptura no Islã, assim não podem existir divisões religiosas baseadas em interpretações ditas literais feitas por indivíduos ou de faccões dos fundamentos Islâmicos - Corão e Sunas para os Sunistas e única e exclusivamente o Corão para os Xiitas.
O conceito vulgarmente usado de "Fundamentalismo Islâmico" para definir facções radicais do Islã tem que ser entendido dentro das particularidades do Islã que são muito diferentes das particularidades que definem o Fundamentalismo Cristão.
Aparência de subentendido coisa nenhuma.
O que eu escrevi tá lá explícito para quem quiser ler.
Citei os sujeitos República Islâmica do Irã, o Estado Iraniano e o Sistema Jurídico daquele país.
Aí vem você e diz que eu igualei burocratas ditadores à população em geral, quando nada do que escrevi remete a isto.
Espantalho puro e simples.
E o Hezbollah cai na conta dos Xiitas, sim, porque é um grupo terrorista Xiita.
Devia cair na conta de quem, dos Cristãos Coptas?
Eles caem na conta dos xiitas e...? E...? Se eu digo que "Os homens, em média, são mais altos do que as mulheres; os homens realmente têm alturas diferentes e maiores", o que tem de relevante alguém responder dizendo que Nelson Ned e Romário, que são muito mais baixos do que Nicole Kidman e Jacqueline do vôlei, "caem na conta dos homens"? Essa afirmação só faz sentido se alguém acredita que a menção de Nelson Ned e Batoré na amostra transborda para a avaliação geral da sua respectiva categoria. Ou seja, uma categoria é claramente superior à outra categoria em um aspecto, mas existiu menções de certos "notáveis" como se fosse algo que alterasse as conclusões da generalização previamente feita.
Sério que eu li isto?
Sério que você igualou a relação entre o Hezbollah e o Islã Xiita com a relação entre o Nelson Ned e a Nicole Kidman?
Reductio ad Absurdum 2 - A Missão.
Você quer saber onde e como suas asserções estão erradas, então:
1) Estão erradas logicamente, pois suas asserções recorrem à Petição de Princípio, que neste caso foi utilizar premissas materialistas para analisar conceitos teológicos e religiosos, vide a citada Teoria da Conversa Fiada. Se as premissas são materialistas, as conclusões serão sempre que religião é idiotice ou loucura e a explicação do porquê é apenas retórica. Discutir fundamentos religiosos só faz sentido provando a partir das próprias premissas religiosas que os fundamentos são contraditórios dentro destas premissas ou partindo de premissas maiores neutras, aceitas como verdadeiras por religiosos e materialistas, demonstrar a incoerência do fundamento religioso.
2) Estão erradas historicamente.
Procure referências históricas que classifiquem Wahabb e Salafismo como religião ou mesmo divisões teológicas do Islã.
Não vai achar porque não existem.
Estes termos foram difundidos NO OCIDENTE por certos círculos intelectuais após o 11 de Setembro, quando liberais (no sentido americano do termo) a título de combater a Islamofobia adotaram o uso de classificações que visavam direcionar a hostilidade aos muçulmanos para extratos radicais da comunidade que não teriam relação com muçulmanos comuns.
Exatamente o discurso que você repete aqui como se fosse original.
3) Estão erradas pelo já citado uso do Reductio ad Absurdum, ao achar que com meia dúzia de palavras pode redefinir conceitos teológicos e filosóficos forjados ao longo de milênios e adotar estas redefiniçoes simplificadas como premissas.
Como a tal tese da Conversa Fiada, que ao redefinir religião em termos utilitários materialistas simplesmente NEGA o conceito histórico, filosófico e teológico do que é religião. O que não deixa de incidir também na falácia do Espantalho.
Na referência que fiz da Enciclopédia Católica, Religião é a sujeição voluntária do indivíduo a Deus.
Esta definição contém o fundamento civilizatório da sacralização do Indivíduo:
- O Homem só perante Deus e a Consciência Individual como centro da existência.
É neste dualismo solitário que se definem as premissas religiosas.
Você reduz isto a interações sociais cotidianas - como o sujeito age com relação a outras pessoas.
Pode dizer que é um modo concreto de analisar, mas quem disse que religião é concreta e ou deveria ser?
4) Estão erradas por contradição intrínseca.
Você diz que só interessa como as pessoas agem e não o que elas dizem.
Bem, radicais islâmicos agem morrendo voluntariamente pela causa, com entusiasmo e alegria.
Eles morrem por Allah, pelo Profeta, pelo Islã.
NENHUM deles já morreu por Salafi ou por Wahabb.
Seu uso da classificação Salafista-Wahabbista nada mais é do que um substituto para o termo Jihadista, convenientemente renomeado porque a Jihad é intrínseca ao Islã, portanto um termo incômodo para quem quer partidariamente desassociar o Islã do terrorismo perpetrado por seus membros e em seu nome.
5) E finalmente estão erradas por ignorar fundamentos do Islã, como detalhado a seguir.
1- É errado representar o Realismo como um ponto de vista, pois negar que existe uma maneira de se verificar como as coisas são no mundo, independentemente de nossas representações, já seria um fato sobre como o mundo é, e pressuporia, portanto, o Realismo. Portanto, o problema em julgar as pessoas religiosas da perspectiva da epistemologia dos "religiosos nas ações" não é meramente empírico: há uma inconsistência lógica. Negação do realismo é uma posição epistêmica auto-refutatória. Dentro desse contexto, não ajuda dizer que "algo é realidade por que é uma asserção que veio de Deus". As experiências religiosas, embora possivelmente verídicas, não poderiam ser cognitivas. Mesmo se fosse possível que seu objeto aparente existisse e fosse o tipo certo de causa da experiência, nunca poderíamos saber, com base nessas experiências, que esse objeto existe ou que a experiência é causada da "maneira correta" por ele. Em outras palavras, não há resposta satisfatória para a pergunta: "Como saber se algo veio de Deus?".
Outra questão é que, pelo axioma das preferências reveladas, não é possível ter uma ideia sobre o que as pessoas pensam simplesmente perguntando a elas - elas próprias não necessariamente sabem. Não há aqui julgamento das crenças declaradas dos religiosos: julgar as pessoas por suas crenças declaradas não é científico. Não existe algo semelhante à "racionalidade" de uma crença, o que há é uma racionalidade de uma ação. E, por fim, a racionalidade de uma ação pode ser julgada apenas em termos de considerações evolutivas. Para entender isso, deve-se compreender a seguinte distinção. Em ciência, crença é crença literal. É certa ou errada, nunca metafórica. Na vida real, crença é um instrumento para fazer as coisas, não o produto final. Isso é semelhante à visão: o objetivo de nossos olhos é nos orientar da melhor maneira possível, e nos livrar de problemas quando necessário, ou ajudar-nos encontrar uma presa a distância. A atribuição dos olhos não é produzir a representação científica mais precisa da realidade; antes, a representação mais útil para a sobrevivência (e reprodução). Nosso aparato perceptivo comete erros ("ilusões") a fim de nos levar a ações mais precisas. Algo análogo pode ocorrer com as chamadas "crenças epistemicamente falsas" (inclusive as religiosas). Elas não são irracionais, a menos que cause dano. Ninguém conseguiu elaborar um critério para racionalidade baseado em ações que não arcam com custo algum. As crenças que não causam um balanço negativo de dano não são irracionais, mesmos aquelas que são epistemicamente falsas. Por exemplo, Jared Diamond discute a "paranoia construtiva" dos moradores da Papua Nova Guiné, cujas superstições os impedem de dormir debaixo de árvores. Quer se trate de superstição ou compreensão científica da probabilidade, não importa, contanto que a pessoa não durma sob árvores mortas. Nem tudo o que acontece, acontece por um motivo, mas tudo o que sobrevive, sobrevive por algum motivo. Racionalidade é evitar a ruína sistêmica, coisa que as superstições religiosas podem fazer bem.
2, 3, 4 e 5- Como já visto, o que os religiosos mais teólogos dizem da religião não é muito informativo sobre aquilo de que trata a religião. A racionalidade da religião existe quando ela impõe o gerenciamento de risco de ruína sistêmica através de suas gerações, já que suas regras binárias e incondicionais são fáceis de ensinar e impor. Superstições podem ser vetores de regras de gerenciamento de risco. Isso só faz sentido quando se compreende que não devemos prestar atenção ao que as pessoas dizem, mas apenas ao que elas fazem e até que medida arriscam a própria pele. É o filtro da sobrevivência que opera seus milagres, não a veracidade epistêmica das crenças religiosas. A noção de racionalidade que uso aqui é a do matemático, lógico e teórico da decisão Ken Binmore. Segundo ele, o que chamamos informalmente de "irracional" é mal definido e que não há nada de particularmente irracional nas crenças em si (dado que elas podem ser atalhos e instrumentos para outras coisas): tudo está na noção de "preferências reveladas". É por isso que eu digo que o fato de que boa parte dos islamitas tolerem as crenças religiosas (ou não-religiosas) dos outros e digam que o intolerante Al Corão é a palavra de Deus não é irracional. Afinal, preferências declaradas são... conversa fiada.
Comentários
A hiperinflação alemã foi em 1923 e teve pouco ou nenhum efeito sobre a ascenção do Nazismo.
Foi a crise de 1929 que criou o ambiente econômico propício à repercussão do discurso de Hitler.
A hiperinflação de 1923 teve efeitos que se estenderam por vários anos depois de terminada. O achatamento da classe média (não totalmente vencido posteriormente, pois a hiperinflação contraiu demais o salário médio prévio e reduziu a poupança de muitos abastados para zero) foi um deles. Na verdade, as duas recessões agiram de forma combinada.
O seu desafio é muito fácil de responder. Intolerância de grupos religiosos que envolveu crimes hediondos comparáveis aos que você citou, como genocídios contra civis de outras religiões e misoginia feminicida, também já foram vistos, na história recente, fora do Islamismo...
https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Terrorismo_cristão
https://pt.wikipedia.org/wiki/Sacrifícios_humanos_na_América_pré-colombiana
No livro "Deus Não é Grande", Cristopher Hitchens diz que: "Em Belfast, eu vi ruas inteiras incendiadas por uma guerra sectária entre diferentes seitas cristãs, e entrevistei pessoas que tiveram parentes e amigos sequestrados, assassinados ou torturados por esquadrões da morte de religiões rivais, frequentemente por nenhum outro motivo além de filiação a outra confissão religiosa. Há uma velha piada irlandesa sobre o homem que é parado na barreira na rua e tem se responder qual é a sua religião. Quando ele responde que é ateu, ouve a pergunta: 'Ateu protestante ou católico?'. Acho que isso mostra como a obsessão se entranhou até mesmo no lendário senso de humor local".
Se quiser ver outros exemplos, ver o capítulo 2 do livro citado, chamado "Religião mata". Para ver exemplos de assassinatos suicidas arquitetado por guerrilha religiosa e outros crimes hediondos em religiões orientais, ver o capítulo 14 do livro.
Para o caso das religiões africanas:
"Tribos Africanas: as mulheres infiéis eram submetidas a castração e até mesmo retiravam-se o útero. Em algumas regiões, como na Colônia de Toquin, elefantes pisoteavam as mulheres até a morte."
Fonte: https://br.blastingnews.com/curiosidades/2016/12/6-lugares-onde-traicao-e-brutalmente-severa-principalmente-para-as-mulheres-001291825.html
France foi colonizador daqueles que se tornaram seus cidadãos. De Gaulle estava certo, Argélia francesa ou France se tornaria na Argélia...
Ainda na década de 90 os magrebinos ( especialmente argelinos) eram recebidos em condições especiais mais vantajosas que os portugueses. A realidade mudaria com a entrada de Portugal na então CEE.
No mesmo instante estava iria nascer os movimentos extremistas islâmicos ( veteranos do Afeganistão, etc).
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Os guetos foram criados pelo sistema sociais francês, construindo grandes aglomerados habitacionais, que serviram os franceses que partiram de lá primeiro. Serviram italianos, espanhóis, portugueses...que partiram de lá assim que puderam. Os que ainda por lá restam são maioria de pele negra ou pardos ( das colónias, árabes e/ou indígenas).
Há um detalhe, ser francês não está necessariamente na cor.
Brancos podem alistar-se no daesh e não brancos defenderem os valores da república.
Mais comparações a la Timothy McVeigh...
Sério que você achou que aqui, no Fórum Religião é Veneno seria novidade que existe uma coisa chamada intolerância religiosa e que é preciso ler Hitchens prá saber disto?
"Religiosos A" contra "religiosos B" existe desde que a religião B surgiu e obviamente não é disto que estamos falando.
Estamos falando em Terrorismo Religioso Global.
Não é uma religião disputando um espaço contra outra.
É uma ideologia na qual membros de UMA determinada religião declaram guerra contra todas as outras, contra o mundo que não é deles na esperança de que um dia seja.
Vamos repassar a listinha:
- Estuprar mulheres para forçá-las a se converter.
- Decapitar e crucificar prisioneiros por motivos religiosos.
- Sequestrar aviões para lançar contra prédios civis.
- Explodir bombas em estações de metrô.
- Apedrejar mulheres até a morte.
- Roubar caminhões e atropelar crianças pelas calçadas.
- Metralhar cartunistas porque não gostaram dos desenhos deles.
Me indique um conflito religioso no qual membros de uma religião sistematicamente perpetraram atos do tipo por todo globo, de Kandahar a Paris, de Damaturo - Nigéria à Nova York?
Observe o perfil das vítimas e dos agressores.
Não se trata de católicos irlandeses atacando protestantes irlandeses e vice-versa.
Trata-se de que amanhã ou depois algum destes assassinos pode colocar uma bomba na Estação da Sé porque Bolsonaro manifestou apoio ao Estado de Israel.
Estas justificativas são analogas aos dos Petistas que tentavam justificar esquemas de saque aos cofres públicos da ordem de bilhões acusando o povo que fura fila ou cola nas provas escolares, alegando que todos são igualmente corruptos.
Procedimentos em aeroportos pra se pegar contrabandistas também seriam preconceito infundado.
A proporção de velhos que trafica droga no tubo digestivo é insignificante diante dos que só estão viajando.
Suspeitar é preconceito? Acredito que sim. Essas palavras me parecem sinônimos. No entanto como vivemos no mundo real é preciso pesar o que incomoda mais, o ato de se suspeitar de alguém sendo justificado por um dano potencial muito maior do que o incômodo de uma revista em um aeroporto, um atraso pra pegar um voo ou um visto negado ou ignorar este potencial em virtude de que suspeitar dos outros é preconceito e ninguém deveria ter que passar por isso.
Dentro do contexto desta guerra religiosa deveria haver suspeições e preconceitos justificáveis.
Dentro da Irlanda conflagrada uma pessoa protestante entrando em uma igreja católica poderia ser alguém que não estava envolvido no conflito e foi visitar um amigo ou um terrorista com uma bomba.
O que acontece com o Islam é a mesma coisa porém a experiência mostra que isso não está geograficamente contido, não é um conflito localizado, cabe ao resto dos países mundo então adotar as proteções que achar conveniente usando por exemplo fatos que vão do atentado ao WTC nos EUA a um foguete caseiro usado como bomba em um outro país qualquer pra determinar o quão temível e ameaçador seria um atentado ao seu país.
Com isso o Brasil não teria bons motivos pra impor barreiras de imigração enquanto os EUA sim.
De novo, o mundo real se impõe.
Quem quer ser o próximo presidente dos EUA a ter em seu mandato/curriculum um atentado que matou mais de três mil pessoas?
"Ah mas barrar a imigração não adianta."
Pode ser mas, não marcar posição, não ao menos parecer que tentou fazer alguma coisa bastará pra ser condenado pela oposição política seja esta condenação justificada ou não.
Diante disso é melhor que os próprios islâmicos tratem de tentar melhorar a imagem da religião deles diante do mundo ou lidem com as consequências disso.
Brasileiros são mal vistos no Japão. Que bom que eu não quero ir lá nem pra visitar.
Ah, então, suas perguntas retóricas tratavam de mencionar uma religião que tem efeitos multiplicativos que geram risco sistêmico no mundo por ser uma religião e uma doutrina política. Parece que você não leu com atenção o que já escrevi neste tópico num post em 1 de setembro, pois eu já mencionei essa religião: ela se chama salafismo-wahabismo. Nada de surpreendente no que você falou, isso que você postou é quase truísmo. O meu único ponto de discordância foi chamar atenção para o seu erro categorial, que nada mais é do que uma "síndrome de é tudo a mesma coisa", já que aparentemente você usa as palavras "Islamismo" e "Salafismo-wahabismo" mais ou menos como sinônimas. Repetindo o que você deixou passar. A designação "Islã" como se fosse uma única religião é absurda. O que chamam de Islã são, na verdade, três religiões: (1) Salafismo-wahabismo; (2) Sunismo Secular/Sufi etc. (em resumo, Sunismo não-wahabista) e (3) Xiismo. (Para mais explicações das diferenças, basta ler meu post anterior que mencionei, em que uso um conceito-chave importante chamado "preferências reveladas")
Suas perguntas retóricas podem ser respondidas com outras perguntas retóricas. Nos últimos 20 anos, em cerca de 99,9% das vezes, os cidadãos europeus e americanos foram alvejados terroristicamente por salafistas-wahabistas, e ainda assim, a culpa é de outras religiões? Condicional ao ato desse tipo de terrorismo mencionado, qual é a probabilidade de uma pessoa ser salafista-wahabista? Uns 99,9%, imagino. É absurdo direcionar a "islamofobia" para, por exemplo, os xiitas quando eles, em média, agem de maneira diferente. Deveria haver uma Salafifobia, já que os salafistas têm a particularidade da extrema dificuldade de entender o conceito de "secular, porém religioso." Salafismo-wahabismo não é meramente uma religião: assim como o Nazismo e o Socialismo, é uma doutrina política intolerante, que quer usurpar as pessoas de terem sua própria expressão. Lembrando que, apesar de tudo, isso não quer dizer que não existam casos de terroristas ou fanáticos criminosos hediondos nas outras categorias islâmicas de religiosos, assim como nas demais religiões não-islâmicas do mundo.
Em pouco tempo, já tinham ocupado um enorme território e só não tomaram a Europa inteira porque foram detidos pelos franceses.
Esta filosofia expansionista de transformar o mundo inteiro num enorme califado ainda permanece.
O que mudou foi a cabeça de muitos islamistas que, assim como os cristãos, escolhem quais partes de seu livro "sagrado" são importantes e quais podem ser ignoradas.
Mas o fato é que, exceto por alguns idiotas querendo impor os "valores cristãos" ao mundo, a sociedade ocidental é basicamente laica. Já os islamitas ainda têm dificuldades em separar Estado e religião e muitos deles continuam em guerra pelo ideal de um planeta islamizado.
A acusação de que os islamitas desejam transformar o mundo num califado por meio da força é válido para APENAS para UMA das TRÊS religiões do agrupamento de religiões que muitas pessoas chamam de "Islã". Observe o comportamento social médio dos xiitas. Eles já são bastante ocidentalizados. Principalmente nos países democráticos onde eles são numerosos, e eu não falo só de EUA e países da Europa Ocidental, mas também de países democráticos de maioria muçulmana, como Indonésia e Malásia.
Só prá constar, tenho artigos meus sobre o Islã publicados em sites islâmicos e os mais antigos aqui do Fórum lembram dos milhares de posts de debates que mantive com o grupo de muçulmanos que participou aqui por anos, logo, seu post com ar professoral me é dispensãvel.
http://islamicchat.net/acauan_ihram.html
Chamar Wahabismo de religião tá completamente errado, mas como disse antes não vou dispersar para outras questões.
Quanto a Sunismo e Xiismo, são divisões do Islã tanto quanto Catolicismo, Protestantismo e Ortodoxismo são do Cristianismo.
Porque se responder direito a resposta não vai te agradar.
Seus jogos de números são pura enrolação.
A maioria dos terroristas islâmicos são sunitas porque 90% dos muçulmanos são sunitas, simples e óbvio.
Quanto aos xiitas que agem de maneira diferente, tá na conta deles o Hezbollah, um dos mais antigos, atuantes e brutais grupos terroristas.
Prá não falar da ditadura do Aiatolá Khomeini, que devolveu o Irã ao século X.
Irã este onde vivem metade dos xiitas do mundo, numa república islâmica onde as leis determinam que homossexuais devem ser enforcados, mulheres são proibidas de sair sem véu na rua e, de novo, o apedrejamento por adultério.
Lembrando, não são tribos bárbaras de locais idem fazendo sua própria interpretação da Sharia ao cometer seus atos de brutalidade.
É um Estado com um sistema jurídico tão sofisticado quanto o dos países ocidentais que emite aquelas sentenças.
Mas citar isto também deve ser Islamofobia...
Nos últimos anos, os ataques terroristas do tipo "Terrorismo Religioso Global Anti-Ocidente" (vou recapitular esse assunto mais à frente), QUASE TODOS, foram de salafistas-wahabbistas. Negar isso NÃO seria válido mesmo se você considerasse que o movimento salafista-wahabbista seria um movimento dentro do islamismo sunita. Pois, mesmo que se considere a última coisa, é importante salientar que, além desse Sunismo, existe também o Sunismo Não-Wahabista - o do Sufismo, por exemplo. Então, são três religiões distintas: (1) Salafismo-Wahabismo; (2) Sunismo Não-Wahabista; (3) Xiismo... pelos motivos que já expliquei neste tópico (e, que, aparentemente, você não entendeu).
Fora do Irã só existem 50% dos xiitas do mundo? Número possivelmente subestimado - e por grande margem. Segundo a Wikipedia em inglês... Os xiitas compõe de 10% a 20% da população do mundo islâmico. Pegando a população do Irã e do mundo islâmico, considerando que o Irã tem 90% de xiitas, então a proporção de xiitas fora do Irã é estimado em até 79% (59%, no limie inferior estimado).
Nada disso que você colocou prova que os xiitas, EM MÉDIA, não agem de forma RADICALMENTE diferente dos salafistas-wahabbistas. Para eventos esparsos como a existência de terroristas/burocratas ditadores serem colocados na conta da média da população, você teria que seguir o raciocínio falso de que "se há terroristas/burocratas ditadores em um país, então o resto da população, de uma forma geral, deve ser moralmente como eles". Isso é COMPLETAMENTE FALSO. A seguir, falarei mais desse assunto.
Aqui, mais uma vez, repetiu o raciocínio FALSO de que "burocratas ditadores = população geral (ou isso é uma boa generalização)".
Se for assim, então aqui vai uma paródia... Então, quer dizer que, na 84% cristã Uganda, que tem uma ditadura violenta com teocracia cristã de um ditador cristão que já perseguiu legalmente homossexuais com prisão perpétua e pena de morte, a população cristã ugandesa, como boa generalização, é um bando de teocratas violentos? Mostrando G1 e Wikipédia:
http://g1.globo.com/mundo/noticia/2014/02/uganda-promulga-lei-que-pune-homossexualidade-com-prisao.html
https://pt.wikipedia.org/wiki/Yoweri_Museveni
Voltando ao caso do Irã. Todos sabemos que o terrorismo e a teocracia são contrários aos valores seculares, mas, até onde sei, quem mais financia o terrorismo no exterior e espalha "madraçal" na Europa e na Ásia é a Arábia Saudita, a aliada dos Estados Unidos. Quantos ataques no Ocidente (contra europeus ocidentais/americanos) nos últimos anos foram feitos por xiitas? Não era de "Terrorismo Religioso Global" de que você estava falando (ver o seu segundo post, contando de cima para baixo, na página deste tópico)? A conta desse tipo de terrorismo global anti-ocidente está QUASE TODA na conta dos salafistas-wahabbistas - leia-se: Arábia Saudita, ISIS, Al Qaeda e afins. E não na conta dos xiitas.
Misturar no mesmo balaio Sufismo e Wahabb compõe um samba do crioulo doido resultante do total desconhecimento da teologia islâmica, a mais unificadora das grandes teologias.
Repito que não vou desviar prá este lado e cair na estratégia do "olha o avião".
Toda esta balela de os terroristas não são muçulmanos são salafistas-wahabbistas-malvadistas-feiosistas e coisas do tipo é apenas a repetição do velho artifício de renomear os sujeitos para desviar responsabilidades.
Chamar um camelo de cavalo não o torna mais bonito e vou continuar apontando as corcovas.
Wahabb não é religião. Ponto. É uma das muitas derivações históricas do tribalismo árabe que no caso específico dos sauditas ganhou poder por dominar os locais sagrados do Islã.
O papel de Wahabb e dos sauditas, aí inclusos membros da casa real, é financiar o terrorismo internacional islâmico, mas este financiamento só é bem sucedido e fomenta grupos terroristas ao redor do mundo porque ao redor do mundo estes financiadores encontram comunidades muçulmanas com devotos prontos para se explodir pela causa.
O fenômeno pelo qual comunidades islâmicas tão distantes do Oriente Médio e díspares entre si como Europa Ocidental, Sudão, Nigéria, Afeganistão, Paquistão, Sri Lanka e tantas mais se mostram permeáveis ao discurso radical Islâmico ao ponto de fornecer entusiasmados para se alistar em organizações terroristas é o cerne do problema, cuja raiz está, SIM, nos conteúdos imperialistas intrínsecos ao Islã, que se manifestam desde que o Islã surgiu e nunca deixaram de se manifestar.
Escrevi sobre isto no texto "De Poitiers a Viena".
Mais uma vez, insistir nesta historinha de terroristas não são do Islã, são de uma subdivisão derivativa não integrada subauxiliar de uma ramificação não significativa do Islã é a mesma desculpa fuleira da turma do "A União Soviética não era comunista", coisa de gente que define e redefine as coisas conforme seus interesses.
Mais jogos numéricos...
Faixa de "10 a 20%", ou seja, parte de uma margem de 100% de variação em pontos percentuais para chegar à conclusão de que na faixa inferior não são 50%, são 59%.
Nossa... Agora sim a coisa mudou muito de figura...
Quem falou em MÉDIA da população foi você e não eu, que sequer acredito nesta bobagem, como se centenas de milhões de pessoas pudessem ser resumidas a um cálculo aritmético básico.
É um absurdo conceitual desenvolver um raciocínio conciliando radical e média se referindo a comportamento, pois, por definição comportamento radical é o que foge à média de modo extremado.
Chato ter que recorrer a Etimologia, mas fazer o que...
É ofensivo me ver atribuídos pensamentos que erram na linguística e na matemática.
Da próxima vez tente com Desvio Padrão pelo menos.
Olha lá de novo...
Você para prá pensar que está postando no Religião é Veneno, espaço há quase vinte anos frequentado por gente que sabe o que é falácia?
Eu cito DADOS sobre o Irã e você me atribui este Espantalho.
Primário...
Eu cito explicitamente o Irã diferenciando-o de locais regidos pela barbárie para exemplificar que comunidades islâmicas sofisticadas e civilizatoriamente avançadas adotam sistemas jurídicos modernos que aplicam penas bárbaras e você tenta me refutar citando uma sociedade de cultura tribal que pratica barbárie tribal.
Lembrando que, mantendo seu exemplo de Uganda, Idi Amim que era muçulmano foi o maior assassino da História do país, mas independente de ele ser muçulmano, seu regime brutal também era movido por barbarismos tribais herdados, motivação análoga do que se viu em Ruanda.
Há sempre uma análise desapaixonada de cada situação, enxergando suas particularidades se assim se quiser fazer.
Terroristas religiosos que cometem atentados no mundo todo não são Terrorismo Religoso Global, são o que, Terrorismo Religioso da Terra Plana?
Sauditas são grandes financiadores do terrorismo internacional sim, mas não só eles, O Irã xiita também tem seus terroristas de estimação e os financia.
Nada disto muda o fato de que terroristas muçulmanos são recrutados do Sri Lanka a França, não porque alguém sequestrou as mães destes muçulmanos e ameaçou jogá-las aos crocodilos se não se alistassem.
Alistam-se voluntariamente e cheios de entusiasmo, entusiasmo que tem explicações menos banais do que "é tudo culpa dos salafistas-wahabbistas".
Exato!
Eu aprendi a tolerar mais os católicos porque acho que os evangélicos são piores mas, lá no fundo, ainda que eu saiba que nunca irá e nem deveria acontecer eu queria viver em um mundo sem nenhum dos dois. Isso passa pela minha cabeça como uma ideia de fundo, eu mesmo sei que isso não pode acontecer porque coisa pior acaba tomando o lugar.
No final eu certamente seria contra extinguir as religiões por piores que elas me possam parecer.
Mas nem todo mundo é assim e muita gente acha que é possível ter as duas coisas ao mesmo tempo.
Alguém como eu idealizando um mundo sem religião e ao mesmo tempo sem ideologias materialistas tomando lugar dela e muçulmanos achando que da pra ter o conforto e liberdade do Ocidente vivendo sob os regimes, leis e costumes de teocracias islâmicas.
Há sentido no nacionalismo. Países e culturas são diferentes e pra isso existem as fronteiras e os governos.
Não faz sentido banir imigrantes mas faz sentido querer que eles assimilem a cultura do local para o qual decidiram imigrar.
Países e fronteiras existem há séculos, isso não é por acaso. Forçar que isso mude me parece uma atitude nada conservadora no sentido de considerar a experiência acumulada antes de impor mudanças.
Um mundo sem religião, países e fronteiras é o que consta na letra de "Imagine" que considero um hino à inocência de pessoas que não são mais crianças.
A classificação das religiões islâmicas que usei não tem nada de trivial e você não a contestou em qualquer momento. Gostaria de expor mais detalhes do esquema conceitual que uso para que tente me compreender. A classificação que uso das religiões parte do pressuposto que muitas pessoas religiosas são, em grande parte, "ateístas", dependendo do domínio. Uma contribuição brilhante dos economistas é o conceito de "conversa fiada", ou a diferença entre "preferências declaradas" (o que você diz) e "preferências reveladas" (das ações). As ações são mais significativas do que as palavras: o que as pessoas dizem (em pesquisas de opinião ou em outros lugares) não é tão relevante, pois os indivíduos revelam suas preferências com dinheiro vivo, ou ações geralmente mais caras ou ações ainda mais arriscadas (que, invariavelmente, nos traz para o "arriscar a própria pele"). Resumindo: o quanto você "acredita" em alguma coisa pode se manisfestar somente do que você está disposto a arriscar por ela. Da mesma forma, considero a diferença usualmente definida entre "crente" e "ateu" como mera verborragia, a menos que alguém mostre diferença na ação. Neste contexto, pode-se dizer que a maioria dos cristãos, quando se trata de situações médicas, éticas e de tomada decisão, não age de forma muito diferente dos ateus. Assim, eu defino o ateísmo ou o secularismo em ações, pela distância entre as ações de uma pessoa e as de um indivíduo não-ateu em situação equivalente, não suas crenças e suas questões decorativas e simbólicas. Então, existem pessoas ateias nas suas ações, religiosas em seu discurso (a maioria dos cristãos ortodoxos e católicos). E outras que são religiosas nas suas ações, religiosas em seu discurso (islâmicos salafistas e homens-bomba). Religiões como o cristianismo, judaísmo e, até certo ponto, o islamismo xiita evoluíram (ou melhor, deixaram seus membros evoluir no sentido de desenvolvimento de uma sociedade sofisticada) ao se afastar do literal. O literal não deixa espaço para adaptação. Já da proximidade do salafismo do literal, nem preciso falar muito, pois ela é muito auto-evidente. Dessa forma, como existe o sunismo secular e o sufismo, por exemplo, que se assemelham mais ao islamismo xiita, pode-se dizer que o sunismo salafista e o sunismo não-salafista são distintos como religiões. Essa conceituação é aplicação direta da teoria das preferências reveladas. Veja como tudo isso é MUITO DIFERENTE de dizer "terroristas não são do Islã" (a deturpação de Acauan de minhas palavras no quote acima). Eu não disse que eles não eram do Islã. Eu só disse que os terroristas que atacaram americanos e europeus ocidentais nos últimos anos eram de religião islâmica distinta dos islamistas xiitas e dos islamitas sunitas não-salafistas e que esses últimos normalmente agem bem diferente dos primeiros. Qualquer coisa que tente descrever meu esquema conceitual diferente disso é deturpação e foi o que aconteceu neste tópico. Repito. A adequabilidade funcional de minha classificação de religiões islâmicas não foi contestada em qualquer momento.
Eu falei que os xiitas, em média, se comportam diferente dos salafistas. Qual é o problema nisso? Se você estiver lidando com inferências qualitativas, como em psicologia empírica, em buscas de respostas sim/não, às quais as magnitudes não se aplicam, você pode falar em frequência de determinados comportamentos e também em médias, sem precisar falar a respeito de suas intensidades. Ou se assassina ou não, ou se divorcia ou não. Graus de assassinato e de divórcio não são relevantes. Mas se estivesse lidando com agregados, onde magnitudes importam, como renda, riqueza e vendas de livros aí sim o conceito de média não se aplicaria. Sendo assim, o comportamento pode ser descrito sim por estatística de dados não-paramétricos, embora nem sempre.
Ok, vamos rever o que você disse: "Seus jogos de números são pura enrolação. (...) Quanto aos xiitas que agem de maneira diferente, tá na conta deles o Hezbollah, um dos mais antigos, atuantes e brutais grupos terroristas. Prá não falar da ditadura do Aiatolá Khomeini, que devolveu o Irã ao século X."
Na citação em que digo em que os xiitas normalmente agem de forma diferente dos salafistas, você aparentemente tenta contestar mostrando o que está na conta de burocratas ditadores e terroristas xiitas que barbarizaram tanto quanto os bárbaros salafistas. Como diabos isso, levando em conta o contexto da população geral, rechaça o que eu disse? Para entender o absurdo sugestivo disso, imagine a seguinte a analogia. Imagine que eu estou dizendo que "Os homens, em média, são mais altos do que as mulheres; os homens realmente têm alturas diferentes e maiores" aí viria alguém dizendo: "Quanto aos homens, que têm altura diferente e maiores, está na conta deles o Tom Cruise, que é mais baixo que a Nicole Kidman. Para não falar da Jacqueline do vôlei, que é 16 cm mais alta do que o ator americano, blablablá...". Percebe-se que ficou a aparência de subentendido de que você tentou me rechaçar usando um um raciocínio análogo ao do exemplo hipotético anterior.
Eu não sei como o fato de que Uganda tem tribos primitivas na Idade do Bronze (ou antes) foi parar nessa discussão. Nada a ver. O exemplo de Uganda usei só para demonstrar que o que um presidente ou uma plêiade de burocratas ditadores que governa um Estado-nação é (teocrata cristão violento) não necessariamente é o que a população como um todo é. A população xiita governante do Irã é muito menor que a população xiita geral do Irã. Por sua vez, a população geral xiita do Irã também é significativamente menor, talvez até quase cinco vezes menor, do que a população xiita mundial. E levando em conta o subentendido que já mencionei na resposta ao quote anterior...
Quantos ataques no Ocidente contra europeus ocidentais/americanos nos últimos anos foram feitos por xiitas, qual é a comparação nesse item com os salafistas? O Irã está focado principalmente na geopolítica local, no apoio aos xiitas na área. A Arábia Saudita, amiga geopolítica dos EUA, espalha salafismo intolerante na Europa, Ásia e em todos os lugares, financiando terrorismos em todo o mundo e financiando cortadores de cabeça. Exterminando diretamente cristãos e alawis na Síria, coptas no Egito. Dito isto, enquanto os cidadãos da Arábia Saudita (como os do Egito) são obsessivamente anti-ocidentais (e anti-semitas), do outro lado seu governo é amigo geopolítico do Ocidente / EUA, o inverso é verdadeiro para o Irã. Note que o Irã ainda tem 25.000 judeus (sem falar na extensa convivência tolerada com cristãos, que também não existe paralelo na Arábia Saudita e afins). Nos países árabes, praticamente não sobrou judeu. Os comportamentos dos governos e de suas populações como um todo nem sempre são congruentes, portanto mencionar comportamentos de governos para julgar comunidades de religiosos, como já foi feito certas vezes nesse fórum, está errado. E, como já disse, xiitas e sunitas não-salafistas normalmente agem de forma diferente de salafistas. Essa questão não é nem um pouco trivial, como mostra a aplicação da teoria das preferências reveladas na classificação das religiões islâmicas que já fiz.
O drama do nosso tempo é a mentira, que assim permitiu eleger imbecis para governar os mesmos que não sabem discernir o falso do verdadeiro nas notícias. Muito menos em base de dados.
p.s. há países europeus onde não existe dados estatísticos ( especificos...), mas o mané da esquina apresenta números - dá que pensar...
Não contestei porque não há o que contestar.
Você criou definições arbitrárias para questões que filósofos e teólogos discutem há milênios e tenta justificá-las com uma teoria igualmente arbitrária.
Se eu fosse discutir isto, começaria pelas conceituações de Religião apresentadas no verbete específico da Enciclopédia Católica, uma das fontes mais respeitadas no assunto.
Só ali há informação suficiente para definir sua teoria como reductio ad absurdum.
Agora vou te fazer uma pergunta contando com sua honestidade.
Você conhece os fundamentos islâmicos do DIN e da UMAH?
Isto sem correr pro Google e depois voltar com um monte de considerações críticas.
Se conhecia estes dois conceitos antes de começar esta discussão, vá lá...
Se não, lamento, você não tem a mais mínima informação para começar a discutir o assunto.
Aparência de subentendido coisa nenhuma.
O que eu escrevi tá lá explícito para quem quiser ler.
Citei os sujeitos República Islâmica do Irã, o Estado Iraniano e o Sistema Jurídico daquele país.
Aí vem você e diz que eu igualei burocratas ditadores à população em geral, quando nada do que escrevi remete a isto.
Espantalho puro e simples.
E o Hezbollah cai na conta dos Xiitas, sim, porque é um grupo terrorista Xiita.
Devia cair na conta de quem, dos Cristãos Coptas?
Pois eu queria saber onde e como minhas asserções estão erradas.
R: Sim... e?
Eles caem na conta dos xiitas e...? E...? Se eu digo que "Os homens, em média, são mais altos do que as mulheres; os homens realmente têm alturas diferentes e maiores", o que tem de relevante alguém responder dizendo que Nelson Ned e Romário, que são muito mais baixos do que Nicole Kidman e Jacqueline do vôlei, "caem na conta dos homens"? Essa afirmação só faz sentido se alguém acredita que a menção de Nelson Ned e Batoré na amostra transborda para a avaliação geral da sua respectiva categoria. Ou seja, uma categoria é claramente superior à outra categoria em um aspecto, mas existiu menções de certos "notáveis" como se fosse algo que alterasse as conclusões da generalização previamente feita.
Você quer saber onde e como suas asserções estão erradas, então:
1) Estão erradas logicamente, pois suas asserções recorrem à Petição de Princípio, que neste caso foi utilizar premissas materialistas para analisar conceitos teológicos e religiosos, vide a citada Teoria da Conversa Fiada. Se as premissas são materialistas, as conclusões serão sempre que religião é idiotice ou loucura e a explicação do porquê é apenas retórica. Discutir fundamentos religiosos só faz sentido provando a partir das próprias premissas religiosas que os fundamentos são contraditórios dentro destas premissas ou partindo de premissas maiores neutras, aceitas como verdadeiras por religiosos e materialistas, demonstrar a incoerência do fundamento religioso.
2) Estão erradas historicamente.
Procure referências históricas que classifiquem Wahabb e Salafismo como religião ou mesmo divisões teológicas do Islã.
Não vai achar porque não existem.
Estes termos foram difundidos NO OCIDENTE por certos círculos intelectuais após o 11 de Setembro, quando liberais (no sentido americano do termo) a título de combater a Islamofobia adotaram o uso de classificações que visavam direcionar a hostilidade aos muçulmanos para extratos radicais da comunidade que não teriam relação com muçulmanos comuns.
Exatamente o discurso que você repete aqui como se fosse original.
3) Estão erradas pelo já citado uso do Reductio ad Absurdum, ao achar que com meia dúzia de palavras pode redefinir conceitos teológicos e filosóficos forjados ao longo de milênios e adotar estas redefiniçoes simplificadas como premissas.
Como a tal tese da Conversa Fiada, que ao redefinir religião em termos utilitários materialistas simplesmente NEGA o conceito histórico, filosófico e teológico do que é religião. O que não deixa de incidir também na falácia do Espantalho.
Na referência que fiz da Enciclopédia Católica, Religião é a sujeição voluntária do indivíduo a Deus.
Esta definição contém o fundamento civilizatório da sacralização do Indivíduo:
- O Homem só perante Deus e a Consciência Individual como centro da existência.
É neste dualismo solitário que se definem as premissas religiosas.
Você reduz isto a interações sociais cotidianas - como o sujeito age com relação a outras pessoas.
Pode dizer que é um modo concreto de analisar, mas quem disse que religião é concreta e ou deveria ser?
4) Estão erradas por contradição intrínseca.
Você diz que só interessa como as pessoas agem e não o que elas dizem.
Bem, radicais islâmicos agem morrendo voluntariamente pela causa, com entusiasmo e alegria.
Eles morrem por Allah, pelo Profeta, pelo Islã.
NENHUM deles já morreu por Salafi ou por Wahabb.
Seu uso da classificação Salafista-Wahabbista nada mais é do que um substituto para o termo Jihadista, convenientemente renomeado porque a Jihad é intrínseca ao Islã, portanto um termo incômodo para quem quer partidariamente desassociar o Islã do terrorismo perpetrado por seus membros e em seu nome.
5) E finalmente estão erradas por ignorar fundamentos do Islã, como detalhado a seguir.
E... e que se você conhece realmente os significados de DIN e UMAH não deveria fazer esta pergunta pois estes fundamentos do Islã colapsam suas teses.
DIN determina que Islã é o modo de vida unificado ao qual os crentes devem se submeter, que inclui religião, sociedade, política, economia, vida familiar e todas as interações humanas.
Islã significa Submissão, submissão a Deus que se expressa na submissão ao DIN.
UMAH é a Comunidade dos Crentes, que deve ser única e unida.
Único sistema de vida para a única Comunidade dos Crentes.
Esta unicidade deriva do Tawhid, Monoteísmo Islâmico.
O Islã absorveu o conceito judaico da unidade como princípio de toda existência, expresso tanto na Shemá, a confissão de Fé judaica, quanto na Shahada, a confissão de Fé islâmica.
Respectivamente:
"Ouve, Israel. O Senhor é Deus. O Senhor é UM".
"Só há UM Deus, Allah. E Mohamed é seu profeta".
Uma vez que o crente profere a Shahada em voz alta torna-se um muçulmano e toda UMAH é OBRIGADA a aceitá-lo como muçulmano e PROIBIDA de negar que seja.
Tire a unidade do Islã e não existe mais Islã.
A divisão entre Sunitas e Xiitas NÃO é um cisma como o que separou a Igreja Ortodoxa da Igreja Católica, porque tal Cisma simplesmente não pode existir no Islã sem negar o próprio.
Um evangélico pentecostal pode negar que um adventista seja cristão, mesmo ambos pertencendo à divisão protestante do Cristianismo.
Um Sunita NÃO pode negar que um Xiita seja muçulmano e vice-versa.
Divergências doutrinárias são previstas e aceitas no Islã, o que é diferente de Cisma.
Para lidar com as divergências doutrinárias existem as Escolas de Fiqh - Jurisprudência Islâmica, que determinam que interpretações do Corão são aprovados (e no caso dos Sunitas, também das Sunas).
Não existe Sola Scriptura no Islã, assim não podem existir divisões religiosas baseadas em interpretações ditas literais feitas por indivíduos ou de faccões dos fundamentos Islâmicos - Corão e Sunas para os Sunistas e única e exclusivamente o Corão para os Xiitas.
O conceito vulgarmente usado de "Fundamentalismo Islâmico" para definir facções radicais do Islã tem que ser entendido dentro das particularidades do Islã que são muito diferentes das particularidades que definem o Fundamentalismo Cristão.
Sério que eu li isto?
Sério que você igualou a relação entre o Hezbollah e o Islã Xiita com a relação entre o Nelson Ned e a Nicole Kidman?
Reductio ad Absurdum 2 - A Missão.
1- É errado representar o Realismo como um ponto de vista, pois negar que existe uma maneira de se verificar como as coisas são no mundo, independentemente de nossas representações, já seria um fato sobre como o mundo é, e pressuporia, portanto, o Realismo. Portanto, o problema em julgar as pessoas religiosas da perspectiva da epistemologia dos "religiosos nas ações" não é meramente empírico: há uma inconsistência lógica. Negação do realismo é uma posição epistêmica auto-refutatória. Dentro desse contexto, não ajuda dizer que "algo é realidade por que é uma asserção que veio de Deus". As experiências religiosas, embora possivelmente verídicas, não poderiam ser cognitivas. Mesmo se fosse possível que seu objeto aparente existisse e fosse o tipo certo de causa da experiência, nunca poderíamos saber, com base nessas experiências, que esse objeto existe ou que a experiência é causada da "maneira correta" por ele. Em outras palavras, não há resposta satisfatória para a pergunta: "Como saber se algo veio de Deus?".
Outra questão é que, pelo axioma das preferências reveladas, não é possível ter uma ideia sobre o que as pessoas pensam simplesmente perguntando a elas - elas próprias não necessariamente sabem. Não há aqui julgamento das crenças declaradas dos religiosos: julgar as pessoas por suas crenças declaradas não é científico. Não existe algo semelhante à "racionalidade" de uma crença, o que há é uma racionalidade de uma ação. E, por fim, a racionalidade de uma ação pode ser julgada apenas em termos de considerações evolutivas. Para entender isso, deve-se compreender a seguinte distinção. Em ciência, crença é crença literal. É certa ou errada, nunca metafórica. Na vida real, crença é um instrumento para fazer as coisas, não o produto final. Isso é semelhante à visão: o objetivo de nossos olhos é nos orientar da melhor maneira possível, e nos livrar de problemas quando necessário, ou ajudar-nos encontrar uma presa a distância. A atribuição dos olhos não é produzir a representação científica mais precisa da realidade; antes, a representação mais útil para a sobrevivência (e reprodução). Nosso aparato perceptivo comete erros ("ilusões") a fim de nos levar a ações mais precisas. Algo análogo pode ocorrer com as chamadas "crenças epistemicamente falsas" (inclusive as religiosas). Elas não são irracionais, a menos que cause dano. Ninguém conseguiu elaborar um critério para racionalidade baseado em ações que não arcam com custo algum. As crenças que não causam um balanço negativo de dano não são irracionais, mesmos aquelas que são epistemicamente falsas. Por exemplo, Jared Diamond discute a "paranoia construtiva" dos moradores da Papua Nova Guiné, cujas superstições os impedem de dormir debaixo de árvores. Quer se trate de superstição ou compreensão científica da probabilidade, não importa, contanto que a pessoa não durma sob árvores mortas. Nem tudo o que acontece, acontece por um motivo, mas tudo o que sobrevive, sobrevive por algum motivo. Racionalidade é evitar a ruína sistêmica, coisa que as superstições religiosas podem fazer bem.
2, 3, 4 e 5- Como já visto, o que os religiosos mais teólogos dizem da religião não é muito informativo sobre aquilo de que trata a religião. A racionalidade da religião existe quando ela impõe o gerenciamento de risco de ruína sistêmica através de suas gerações, já que suas regras binárias e incondicionais são fáceis de ensinar e impor. Superstições podem ser vetores de regras de gerenciamento de risco. Isso só faz sentido quando se compreende que não devemos prestar atenção ao que as pessoas dizem, mas apenas ao que elas fazem e até que medida arriscam a própria pele. É o filtro da sobrevivência que opera seus milagres, não a veracidade epistêmica das crenças religiosas. A noção de racionalidade que uso aqui é a do matemático, lógico e teórico da decisão Ken Binmore. Segundo ele, o que chamamos informalmente de "irracional" é mal definido e que não há nada de particularmente irracional nas crenças em si (dado que elas podem ser atalhos e instrumentos para outras coisas): tudo está na noção de "preferências reveladas". É por isso que eu digo que o fato de que boa parte dos islamitas tolerem as crenças religiosas (ou não-religiosas) dos outros e digam que o intolerante Al Corão é a palavra de Deus não é irracional. Afinal, preferências declaradas são... conversa fiada.