Como a virada da guerra cultural já está acontecendo

É a frase que definiu o cenário sociopolítico da década: “Politics is downstream from culture” (A política desce da cultura), popularizada por Andrew Breitbart, o homem que mudou para sempre o jeito como o movimento conservador se enxerga e luta na guerra das ideias. A noção é simples – política não se vence com estratégias de campanha, marketing e redes de financiamento, mas influenciando a cultura de uma sociedade.

A história nos mostra isso. O lado que teve o melhor aparato propagandístico cultural sempre venceu no final – aliás, já havia vencido antes mesmo de disparar uma bala sequer. A esquerda moderna, com o Partido Democrata americano como seu principal influenciador, entende isso melhor do que qualquer um. Por décadas eles foram lentamente tomando conta de redações de jornais, estúdios de Hollywood, corpos docentes e cooptando estrelas da música até possuírem um poder quase hegemônico sobre a produção cultural americana.

Através da cultura, você muda a percepção da realidade. O que o Partido ditar, torna-se o comportamento padrão. Se a guerra da cultura fosse como uma guerra comum, a esquerda teria a posição estratégica ideal e acesso a todas as linhas de produção e recursos naturais da região.

Em uma conversa com Milo Yiannopoulos no podcast do jornalista em agosto do ano passado, o quadrinhista Chuck Dixon descreveu o estado de território ocupado em que se tornou a indústria dos quadrinhos, onde artistas conservadores são execrados do mercado quando relevados e o bom comportamento ideológico é recompensado. Domínio esse que foi sentido até mesmo no Brasil recentemente.

Por isso a relevância do anúncio de que a Marvel irá “despolitizar” seus quadrinhos devido a vendas pífias. Transformados em panfletos ativistas pelos artistas da indústria, os quadrinhos da editora vinham num crescente discurso de justiça social e abusando de “alegorias” com o cenário político atual, principalmente em relação ao Presidente Donald Trump.

A mudança não serve somente como celebração, mas como prova de que a guerra cultural está, realmente, lentamente mudando de lado. Encurralados pela influência liberal, Trump, assim como alguns nomes da mídia alternativa – Andrew Breitbart incluso -, enxergaram que o caminho para o conservadorismo no século XXI era se tornar a contra-cultura. No momento em que você é suprimido e acossado pelo establishment, você se torna um rebelde.

O senso de humor ácido expelido por pessoas como eu e você na internet não é ódio – é a única resposta possível perante o autoritarismo.

A cultura já mudou. É fácil perceber. Feministas, ativistas da justiça social… essas pessoas se tornaram o padrão, o quadrado, tão surpreendentes e intrigantes quanto um misto-quente de pão integral. Quando o mundo se torna Woodstock, o rebelde é aquele que usa terno e gravata e vai trabalhar todo dia sem dever nada a ninguém.

É o pêndulo do poder e da cultura em ação. Mas, diferentemente de outras épocas, pela primeira vez conservadores estão na posição onde não só podem, como devem, desafiar as regras percebidas da sociedade. O período é curto e não durará para sempre, mais cedo ou mais tarde nos tornaremos o establishment novamente.

Até lá, tire graça de algo, dê risadas, desafie e mude a cultura ao seu redor. Seja punk enquanto pode.

http://lolygon.moe/2017/02/como-a-virada-da-guerra-cultural-ja-esta-acontecendo/

Comentários

  • Kotaku celebra a violência contra “fascistas”
    Um dos fenômenos mais interessantes da Era SJW é a hipocrisia. Enquanto reclamam de incitação disso ou daquilo em tudo, os “justiceiros” não hesitam em achar graça e não ver nada de errado em agredir pessoas por causa de suas opiniões políticas. E o mesmo acaba acontecendo do nosso lado, onde na cruzada anti-esquerdista às vezes acabamos agindo exatamente como os “floquinhos de neve” facilmente ofendidos que tanto zoamos.

    É preciso saber separar as coisas e aqui está um bom exemplo pra exercitar isso. O Kotaku nesta quarta-feira publicou um artigo onde promove um pequeno joguinho indie chamado Handväska!. Inspirado na foto de uma senhorinha polonesa dando uma “bolsada” num neo-nazista durante ato em 1985, o jogo lhe dá uma bolsa que você usa pra fazer fascistas voarem no ar, num tom satírico e cartunesco.

    Não há nada de errado com o jogo em si. Por mais que discordemos da orientação política de seus criadores e enxerguemos que a motivação por trás dele é enraizada no autoritarismo, o jogo tem o direito de existir e não existe nenhuma razão pra nós ficarmos ofendidos com ele. Primeiro que não somos neo-nazistas de verdade e segundo que é um joguinho de comédia que não se leva a sério – e pra ser honesto até parece ser divertido por três minutos.

    Já o texto da colunista trans de cabelo rosa do Kotaku sobre o jogo, ah, aí é outra história. Vale sempre lembrar que, diferente de um site como o Loly, o Kotaku não admite abertamente a sua veia política, disfarçando o seu progressismo em sinalização de virtude.

    É esse tipo de postura que ajuda a normatizar o discurso de esquerda, passando a impressão de que ele é a opinião padrão e socialmente aceitável, afinal, “não é um site político falando, é um site de games comum, logo essas opiniões devem ser senso comum”. E o Kotaku não é nenhum casual quando o assunto é a agenda política progressista – ela está entranhada na essência e identidade do site.

    No texto em si, a colunista de cabelo rosa não só menciona o “fascismo moderno” sem aspas nem ironia, como ainda descreve o jogo como “catártico”, mesmo termo ecoado pela mídia-esquerda ao descrever – e justificar – o momento em que o líder da “alt-right” Richard Spencer levou um soco durante protesto em Washington – fato que o Kotaku também se lambuzou de alegria ao noticiar.

    Segundo ela, Handväska! “é a prova de que a política não precisa ser sempre tão deprimente”. Você sabe, tipo quando você não sai por aí agredindo deliberadamente que tem uma posição contrária a sua.

    Eu odeio ter que bancar o moralista, mas vocês me deixam sem opção. Não há nada em discurso político – salve, talvez, uma incitação direta à violência – que justifique uma agressão física. Não existe “discurso de ódio”, existe só discurso – o ódio está dentro do locutor ou do ouvinte. Contra palavras, só se deve usar palavras. Guarde os socos pra combater os socos.

    No about us do Kotaku, o editor-chefe Stephen Totilo diz que o site é um lugar inclusivo para gamers de todas as raças, gêneros e sexualidades. Acontece que esses não são os únicos traços que nos diferenciam um do outro e entre todas as minorias, você vai encontrar pessoas que abominam e se sentem totalmente excluídos pela linha editorial do site. Você pode tentar marcar todas as caixinhas na cartilha da diversidade, mas nunca vai escapar da verdade: vocês são um site fechado, intolerante e motivado politicamente sem ter a coragem de admitir isso abertamente. O objetivo de vocês não é informar, é influenciar.

    Ao menos parem de mentir para os seus leitores sobre quem vocês realmente são.

    http://lolygon.moe/2017/02/kotaku-celebra-a-violencia-contra-fascistas/
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