Que "Jesus" tenha existido e provavelmente crucificado acho que todos concordam, certo?
Pra mim talvez a questão crucial é se a história da ressurreição dessa pessoa surgiu lá mesmo em Jerusalém - pois como diz o Bevan o Estado judeu não ultrapassava umas 15 milhas dali...- ou já fora desse perímetro.
- Eu li "O que Jesus disse e o que Jesus não disse", muito bom, o cara conhece centenas de manuscritos, é um perito em crítica textual, e usa o método de análise que você citou em várias passagens para identificar o que aconteceu realmente e o que é mito, mas vai além, compara vários manuscritos, várias traduções para definir o que é original e o que foi adicionado ao longo do tempo, a parábola da adúltera e o parêntese joanino, por exemplo, ele descarta como adições tardias ao texto.
1) O evangelho de Marcos, por exemplo, termina no sepulcro vazio nos manuscritos mais antigos. O que vem depois foi adicionado posteriormente.
É tudo atribuído ao mesmo autor, Paulo de Tarso, mas dá para perceber que, na verdade, foram vários.
Especula-se até que "Hebreus" foi escrito por uma mulher.
Há diferenças estilísticas e doutrinárias.
"Paulo" começa como um judeu, apenas discutindo se todos os seus rituais eram obrigatórios para os gentios, e termina excluindo-os da nova religião e rejeitando a Lei de Moisés como um todo (*).
* Pode ter sido influência dos gnósticos, que consideravam Javé como um mentiroso que queria manter a humanidade afastada do verdadeiro deus. Suponho que essa história de "não sou do mundo", que os crentes adoram proclamar, tenha sido uma concessão à crença gnóstica de que a matéria era ruim por ter sido criada por Javé.
Pode ser que ele tenha se estressado porque os judeus não embarcaram na história dele. Mais ou menos como no old onde chutou o balde porque ninguém enguliu a pregação...
DE SACO PRA MALA... 14 E, se Cristo não ressuscitou, logo é vã a nossa pregação, e também é vã a vossa fé.
29 Doutra maneira, que farão os que se batizam pelos mortos, se absolutamente os mortos não ressuscitam? Por que se batizam eles então pelos mortos?
Me parece papo de quem não tem muita firmeza na realidade do que tá dizendo. A argumentação não é factual mas silogísmo escolástico: dado que temos Fé em tal coisa, então temos que admitir uma maior antecedente...
No espíritismo o Kardec também dá várias dessas vaciladas o que prova que a "certeza" não era tão grande assim como tentavam passar.
Paulo é bastante arrogante quando proclama que só sua doutrina é a verdadeira e que até mesmo se os anjos pregarem outra coisa devem ser ignorados.
Ele também começa com a certeza de que Jesus voltaria muito breve e que não fazia mais sentido preocupar-se com as coisas materiais ou os laços de família. O tempo passa, Jesus não volta e ele muda o discurso para "Ninguém sabe quando ele virá".
14 E, se Cristo não ressuscitou, logo é vã a nossa pregação, e também é vã a vossa fé.
Portanto é imprescindível se provar que Jesus ressuscitou, o que não é possível (embora crentes já tenham me dito que o túmulo vazio é prova suficiente).
Comentários
Pra mim talvez a questão crucial é se a história da ressurreição dessa pessoa surgiu lá mesmo em Jerusalém - pois como diz o Bevan o Estado judeu não ultrapassava umas 15 milhas dali...- ou já fora desse perímetro.
2) Não há um, mas vários "Paulos".
É tudo atribuído ao mesmo autor, Paulo de Tarso, mas dá para perceber que, na verdade, foram vários.
Especula-se até que "Hebreus" foi escrito por uma mulher.
Há diferenças estilísticas e doutrinárias.
"Paulo" começa como um judeu, apenas discutindo se todos os seus rituais eram obrigatórios para os gentios, e termina excluindo-os da nova religião e rejeitando a Lei de Moisés como um todo (*).
* Pode ter sido influência dos gnósticos, que consideravam Javé como um mentiroso que queria manter a humanidade afastada do verdadeiro deus. Suponho que essa história de "não sou do mundo", que os crentes adoram proclamar, tenha sido uma concessão à crença gnóstica de que a matéria era ruim por ter sido criada por Javé.
DE SACO PRA MALA...
14 E, se Cristo não ressuscitou, logo é vã a nossa pregação, e também é vã a vossa fé.
29 Doutra maneira, que farão os que se batizam pelos mortos, se absolutamente os mortos não ressuscitam? Por que se batizam eles então pelos mortos?
Me parece papo de quem não tem muita firmeza na realidade do que tá dizendo. A argumentação não é factual mas silogísmo escolástico: dado que temos Fé em tal coisa, então temos que admitir uma maior antecedente...
No espíritismo o Kardec também dá várias dessas vaciladas o que prova que a "certeza" não era tão grande assim como tentavam passar.
Ele também começa com a certeza de que Jesus voltaria muito breve e que não fazia mais sentido preocupar-se com as coisas materiais ou os laços de família. O tempo passa, Jesus não volta e ele muda o discurso para "Ninguém sabe quando ele virá".
Portanto é imprescindível se provar que Jesus ressuscitou, o que não é possível (embora crentes já tenham me dito que o túmulo vazio é prova suficiente).