Brexit
Já fazem mais de 9 meses que o povo do Reino Unido, em votação histórica, escolheu deixar a União Europeia e finalmente, após uma troca de mandatário e diversos recursos burocráticos tentando atrasar ou bloquear a medida, está tudo pronto para acionar o Artigo 50 do Tratado de Lisboa e começar oficialmente o processo de saída de Brexit.
A data já está marcada: 29 de março. A partir desta data, começa o período de dois anos de negociações entre as partes, com a saída se consolidando em 29 de março de 2019. Na pauta, estão o futuro de cidadãos europeus que vivem e trabalham na Grã-Bretanha sob o regime de movimento livre da união (e vice-versa), as relações comerciais entre o país e o bloco e o restante da conta a pagar por suas obrigações com a UE até 2020.
De um lado, está a hiper-popular Primeira-Ministra Theresa May, com a missão de fechar um acordo que não prejudique seu país e do outro, Tusk, Tajani, Juncker e o resto da elite europeia, em busca de uma saída que impeça o dissolvimento do Projeto Europeu. O ministro inglês em cargo do Brexit, David Davis, pôs o momento em palavras contundentes – “Estamos no limite da negociação mais importante para este país em uma geração.”
Dentro de 48 horas após o Artigo 50 ser acionado, a União Europeia irá enviar o rascunho das principais linhas de negociação para as 27 capitais de países membros do bloco, em preparação ao primeiro debate sobre o tema numa cúpula extraordinária em abril ou maio – já sem a presença do Reino Unido.
O processo afetará não somente as duas partes envolvidas, mas as relações internas e externas da UE no mundo e podem ter efeito nas eleições locais dos países membros, além de balançar também o status quo do próprio Reino Unido, com movimentos para assegurar um novo referendo sobre a independência da Escócia para 2019.
É o começo de um novo mapa geopolítico – resta saber só o quão “novo” ele será.
http://lolygon.moe/2017/03/brexit-baby/
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Comentários
Ainda sim valeu pena e valerá concretizar a saída de um bloco capitalista ainda pior.
Ingleses e Americanos são os que mais tem os sacos roxos no planeta .
Enquanto as montadoras se inquietam com a demora na aprovação do Rota 2030 no Brasil, o Reino Unido passa por uma situação parecida, mas com pressão ainda mais forte, praticamente oficial por parte do governo japonês. O embaixador nipônico no país comunicou a preocupação de Tóquio em relação à saída da Grã-Bretanha da União Europeia.
Koji Tsuruoka declarou que sem rentabilidade nas operações das empresas privadas – não só as japonesas – nenhuma delas poderá continuar com seus negócios no país. O embaixador do Japão no Reino Unido expressou preocupação com a situação das empresas nipônicas no país. Honda, Nissan e Toyota já haviam participado de uma reunião com o governo de Theresa May com a mesma preocupação em relação ao Brexit.
Atualmente, as três montadoras japonesas representam quase metade da produção de carros no Reino Unido, que foi de 1,67 milhão de veículos em 2017. Desde que chegaram ao país nos anos 80, essas empresas já investiram US$ 56 bilhões por conta da relação entre a Grã-Bretanha e o continente europeu, vital para as operações automotivas.
Com a aproximação do prazo oficial para o Reino Unido sair da União Europeia, o que deve acontecer em março de 2019, os fabricantes de veículos instalados no país e mais aqueles de origem local estão preocupados com a possível imposição de barreiras tarifárias no comércio com o restante da Europa.
Uma reunião de cúpula entre Reino Unido e União Europeia foi prometida para o mês de março, a fim de que possa ser firmado um acordo comercial onde o país permaneceria livre de tarifas alfandegárias com o continente, vital para as relações entre os dois lados sem atritos após a saída do bloco. As montadoras esperam que tal acordo aconteça para que suas operações continuem no país.
Por ora, existe alguma confiança de que um acordo será firmado, embora não haja consenso no parlamento britânico sobre o assunto, pois o livre comércio entre Reino Unido e União Europeia será regido pelas leis do bloco econômico como acontece atualmente e não por novas regras que seriam criadas em outra situação.
Além das três montadoras japonesas, o Reino Unido ainda possui grandes operações da Ford – que já está mudando suas operações financeiras para a Alemanha por conta do Brexit – PSA (Vauxhall), BMW (MINI) e Jaguar Land Rover, fora as operações menores de Rolls-Royce e Bentley. Na Vauxhall, a PSA diz que as operações locais precisam ser enxugadas e já demitiu uma boa parte dos empregados da marca inglesa, ligada à alemã Opel, ambas compradas pelo grupo francês. Obviamente, o temor de um Brexit “duro” ajuda nesse processo de esvaziamento da empresa.
A BMW já declarou que pode mudar a produção da MINI para a Holanda e outras plantas caso não haja acordo comercial. A Jaguar Land Rover esta expandido suas operações para Eslováquia e Áustria, mas mantém firme a proposta de permanecer no país. A Bentley já tem parte de suas operações no continente.
No caso da Ford, o problema nem está diretamente ligado ao Brexit, mas às operações europeias, que não estão completamente saudáveis. Até rumores de uma possível saída da Europa ventilaram, mas a empresa reafirmou que não tomará o mesmo caminho da GM. Em três quartos do ano passado, a montadora teve lucro de US$ 178 milhões no bloco, ante US$ 1,04 bilhão de prejuízo no mesmo período em 2016.
[Fonte: Auto News Europe/Forbes]
https://www.noticiasautomotivas.com.br/reino-unido-montadoras-japonesas-alertam-que-brexit-pode-significar-saida-do-pais/