Quem faz a foto? Fotógrafo ou câmera?

Postando porque tinha um tópico no antigo fórum:

Postado Por Gilson Lorenti em 08 06 2017 em Equipamentos

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Discussão mais do que antiga no mundo da fotografia. O responsável pela qualidade de uma imagem é o conhecimento do fotógrafo ou o equipamento que ele está utilizando? Ou melhor ainda. A qualidade técnica de uma imagem pode ser creditada à qualidade da ferramenta ou ao cérebro de quem está manejando essa ferramenta? Embora exista muita discussão a respeito disso, a resposta é simples. A pessoa que está manejando a ferramenta é responsável pela qualidade da imagem, mas uma boa ferramenta na mão de alguém que possui conhecimento torna a vida mais confortável.

 Em 10 anos de ensino de fotografia eu encontrei vários casos de interações com equipamentos fotográficos. Eu encontrei fotógrafos que trocavam de equipamento compulsoriamente todos os anos. Encontrei fotógrafos com dezenas de lentes (mesmo não usando todas elas). Encontrei gente que acreditava que a qualidade de suas imagens era limitada por conta do equipamento. Encontrei gente produzindo imagens maravilhosas com câmeras compactas.


 O que aprendi com tudo isso? A qualidade de sua fotografia vem de dentro. Vem da sua capacidade de se divertir e de utilizar toda sua bagagem cultural para representar o cotidiano em suas imagens.

 Eu não acredito em dom quando falamos de fotografia. Claro que encontramos indivíduos com maior facilidade em produzir boas imagens, mas eu gosto da teoria que afirma que nascemos todos iguais. Mas, nossas experiências e oportunidades durante a vida é que nos levam a apurar o olhar para determinadas situações. Eu não nasci com o olhar privilegiado. Tive que ralar muito para entender conceitos como composição, enquadramento, luz, fatores técnicos e estética. Digo que se eu consegui, todos também conseguem.

 Mas, e o equipamento? Não vou ser idiota em afirmar que um bom equipamento não ajuda. Quando você compra sua primeira câmera reflex é nitido a diferença em relação ao seu celular. Assim como você vai perceber que uma 50mm f/1,8 é bem melhor do que a lente do kit. E que uma câmera mais robusta vai proporcionar mais nitidez e menos ruido, ou uma lente da linha profissional com sua qualidade elevada. Mas, de nada serve o equipamento se você não tiver conhecimento de como utilizá-lo.

 Aproveitando esse tema, vejam que legal o teste que os fotógrafos do canal  Mango Street fizeram. Eles chamaram um amigo que tem apenas conhecimentos básicos de fotografia e deram para ele um equipamento top de linha: uma Canon 5D Mark IV com a lente Canon 35mm f/1,4. Um conjunto que hoje está valendo US$ 5.000,00. Em contrapartida os fotógrafos se equiparam com uma Canon T3i com a lente 40mm f/2,8 (US$ 600,00) e com uma Canon T5 com a lente 18-55mm do kit (US$ 350,00). Com esses equipamentos eles fotografaram a mesma modelo, no mesmo local e na mesma hora.

 Você pode ver no resultado do vídeo que o rapaz com a 5D Mark IV não chegou a fazer feio, mas a diferença entre as fotos dele e dos dois profissionais não justifica a diferença de preço entre os equipamentos. Ou seja, mesmo com uma câmera custando 10 vezes mais, as fotos não são 10 vezes melhores.

 O único conselho que posso dar para vocês crianças é estudar e adquirir conhecimento. Equipamento é apenas um pequeno detalhe.




http://meiobit.com/366880/quem-faz-a-foto-fotografo-ou-camera/

Comentários

  • editado June 2017
    Mesmo uma câmera vagabunda, até mesmo uma pinhole, pode resultar em grandes fotos na mão de quem sabe usar.

    A qualidade da foto é apenas um detalhe e só tem importância se você estiver documentando alguma coisa, tipo uma descoberta arqueológica, documentos importantes ou novas espécies biológicas.

    Se a ideia é causar impacto ou registrar a emoção de um momento, o principal é saber o que fotografar, em qual momento, de que ângulo.
  • editado June 2017
    A fotografia é talvez a unica arte onde um amador pode dar sorte de produzir algumas belas obras se usar uma câmera profissional e clicar bastate.
    Não é uma questão de menosprezar a arte, um profissional precisa de conhecimento e técnica que um amador não tem, mas diferente de outras artes que necessitam de uma coordenação motora que não permite a um amador fazer algo bom por acidente, uma boa foto pode sim acabar saindo mesmo sem que o fotografo seja bom, por pura por sorte.

    Ao menos pensando em pintura, escultura e musica existe uma diferença. Não tem como alguém esculpir isso aqui por acidente:

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    Já uma foto como essa pode sair das mãos de um amador com bom gosto e sorte:

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    Um amador não vai conseguir fazer isso sempre, mas pode dar sorte em uma.
  • A fotografia necessita de técnica e muitas vezes paciência, disposição para ir viajar e chegar em um local inacessível, etc... São outros méritos.
    Talvez arquitetura e moda se comparem a ela.

    Mas artes como pintura, escultura e musica tem uma questão de coordenação motora que obriga um treinamento e empenho do artista que só pode ser comparado aos esportes.
  • Fotografia é tão banalizado que até o Niels anda ganhando uns trocados com isso. Qualquer macaca aloprada consegue tirar fotos com o minimo de coordenação motora.
  • ENCOSTO disse: Fotografia é tão banalizado que até o Niels anda ganhando uns trocados com isso. Qualquer macaca aloprada consegue tirar fotos com o minimo de coordenação motora.

    Pior que sim, mas saber tirar uma foto decente é realmente uma questão de prática.
  • 20170620gerenciamento_de_cor_03-634x462.jpg
    No texto sobre os lançamentos de aniversário da Nikon, o leitor Rodolfo fez uma pergunta espinhosa sobre qual o monitor comprar para edição de fotografias. Digo espinhosa, pois a resposta não é simples e não está ligada apenas a questão do monitor. Existe uma metodologia que envolve algo que chamamos de gerenciamento de cores na fotografia e passa pela calibração de câmera, monitor e impressora.

     Mas, antes vou contar uma historinha. Eu montei efetivamente meu estúdio fotográfico há 6 anos atrás. Foi quando decidi investir no aluguel de um local e comprar as tochas de estúdio. Um de meus primeiros clientes foi uma pequena empresa que fabricava lustres. Era uma empresa familiar com um trabalho artesanal impressionante e os produtos eram entregues em diferentes cores (mais de 15 possibilidades). O cliente queria montar um site e utilizar uma amostra das cores para os compradores escolherem a sua preferida. Então o trabalho era fotografar lustres com exemplos de todas as cores para serem postadas no site.

     Depois de muito trampo para fotografar objetos muito grandes e várias horas de edição para acertar a representação das cores, o resultado final foi enviado para o cliente. Alguns minutos após mandar as fotos o cliente me liga e diz que está tudo muito ruim, que as cores estão erradas e que ele não gostou do resultado. Abri os arquivos novamente e percebi que estava tudo certo. Pequei as fotos, gravei em um pendrive e fui até o escritório da fábrica. Quando cheguei percebi que eles estavam vendo as imagens em um monitorzinho de 15 polegadas que já tinha alguns anos de estrada. Foi nesse momento que a ficha caiu. Como representar cores de maneira perfeita quando cada pessoa vai visualizar em um monitor diferente com diferentes regulagens e qualidades? Esse é o começo do martírio de qualquer fotógrafo.

     Viver em um mundo digital com monitores e telas de celular de diferentes preços, idades e qualidades é um problema para o fotógrafo que quer manter a fidelidade das cores. Esse é um dos motivos pelo qual me recuso a entregar qualquer serviço apenas em formato digital. A impressão em papel ainda é a melhor prova de cor que posso fazer de minhas imagens e mostrar ao cliente que as cores estão legais, independente do local que ele vai visualizar os arquivos digitais. Mas, existe um pequeno caminho para você ter certeza de que suas imagens estarão o mais perto possível da realidade.
  • Passo 01 – A câmera

     Câmeras fotográficas digitais são dispositivos que capturam imagens e interpretam as cores segundo o perfil instalado pelos fabricantes. Quando você fotografa em JPEG é possível escolher as formas como você quer que a câmera interprete as cores (Landscape, Neutral, Portrait, Standard, Vivid) e quando você fotografa em RAW essa calibração é escolhida na hora da edição (geralmente o Lightroom aplica o Adobe Standard para todas as imagens como padrão). Porém, câmeras também precisam ser calibradas para representarem as cores de maneira fiel. Duas câmeras do mesmo fabricante e modelo podem (e irão) representar cores de maneiras ligeiramente diferentes.

     A maneira mais fácil de calibrar a câmera é utilizar um colorchecker (um cartão com representações fiéis das cores) e dois softwares gratuitos oferecidos pela Adobe, o Camera Profiles e o DNG Profile Editor. Você fotografa o colorchecker com condições adequadas de luz e em RAW, converte a imagem em DNG e, através do software de calibração, vai identificar desvios de cores do sensor e criar um perfil ICC específico para sua câmera. É possível acionar o perfil correto para sua câmera na aba de Calibração de Câmera no Lightroom ou no Câmera RAW.

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    Passo 02 – O Monitor

     Agora que fizemos nossa câmera representar as cores de maneira mais fiel, está na hora de trabalhar com o monitor. Da mesma maneira que o sensor fotográfico, monitores de mesma marca e modelos podem representar cores de maneira diferente. Mas, vamos por partes.

     Primeiro você deve escolher um bom monitor para as edições de suas fotos. TVs e notebooks, salvo algumas exceções, não são as melhores opções para uma edição mais refinada. Um bom monitor deve ser capaz de representar em 100% o espaço de cor sRGB e, preferível, que também represente o Adobe RGB (espaço de cor fica para o próximo artigo). Ele deve ter a tecnologia IPS, ter um tamanho adequado (24 polegadas) e resolução full HD (no mínimo). Ao representar 100% do espaço de cor sRGB teremos maior fidelidade de cores, a tecnologia IPS ajuda na qualidade de cores e o tamanho e resolução ajudam a identificar problemas nas fotos, como imagens desfocadas.

     Se você tem bala na agulha pode apostar em um monitor Eizo e ser feliz para o resto da vida, mas se você é apenas um reles mortal então a linha ultrasharp da Dell é um caminho acertado. Uma opção bem em conta, mas que não chega a ser profissional, é o modelo 23mb35vq-hk da LG. Você pode encontrar esse modelo no Mercado Livre com valor médio de R$ 800,00. Os monitores Apple são muito bons também. Aliás, a qualidade dos monitores é o único atrativo atualmente para fotógrafos nos equipamentos da Apple.

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    Ter um bom monitor é o começo, mas todo monitor precisa ser calibrado. E aqui a coisa fica mais complicada. Se quer levar a coisa a níveis extremos de qualidade alguns passos devem ser observados. O primeiro passo é calibrar o seu monitor com um colorímetro. Ele vai fazer a leitura de como o seu monitor representa as cores e vai criar um perfil de cor específico para ele. Monitores descalibram com o tempo (vai depender da qualidade do monitor esse tempo) e o processo deve ser repetido a cada 30 dias (recomendado). O monitor calibrado deve estar em um local onde a iluminação não tenha variação durante o dia, pois os calibradores levam em conta a iluminação do local para criar o perfil de cor.

     Calibradores são a melhor maneira de deixar tudo certo. Aqui o resultado é conseguido através da união da qualidade do monitor e da calibração precisa (alguns monitores mesmo calibrados não possuem qualidade de cor). Colorímetros são muito caros. Se você trabalha profissionalmente é um bom investimento (ainda mais se tiver vários monitores), mas é possível alugar o equipamentos nas grandes cidades. Para vocês terem uma ideia, aqui em minha cidade eu sou o único que possuí o equipamento.

     Uma maneira tabajara de calibrar o seu monitor é utilizando um target de impressão. É uma foto 20x30cm com várias representações de cores e escalas de cinza. Você imprime uma cópia em papel (fotográfico de preferência) e abre a mesma imagem no monitor. Com base na imagem impressa você vai alterando as configurações do monitor até as cores ficarem o mais próximas possíveis da imagem que está em suas mãos.
  • Passo 3 – Impressora

     Como você já deve ter adivinhado, as impressoras também passam pelo mesmo processo. Elas também devem ser calibradas e algumas podem reconhecer tanto o espaço de cor sRGB quanto o Adobe RGB. Porém, conheço poucas pessoas que investem uma grana para comprar uma impressora profissional. Geralmente trabalhamos com empresas de minilabs para imprimir nossas fotos. Mas, tem um segredinho nisto também.

     Os minilabs são impressoras fotográficas que também precisam de calibração periódica. Assim que a máquina é calibrada e um perfil de cor ICC de impressão é gerado. Vá até o local onde você costuma imprimir suas fotos e peça o arquivo ICC de impressão. Se ninguém no local souber do que você está falando então saia de lá e nunca mais volte. Laboratórios sérios já possuem CDs gravados com esse arquivo para entregar aos clientes com conhecimentos avançados.

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    De posse deste arquivo é só abrir a imagem que vai para impressão no Photoshop ou Lightroom e utilizar a função Soft proofing para que o programa mostre no monitor como a foto ficará levando em conta o perfil de impressão do minilab. Claro que isso só funciona se o monitor estiver calibrado e temos que levar em conta  que o resultado mostrado é uma previsão. Algumas empresas de impressão pegam perfis ICC genéricos dos equipamentos na internet, mas isso não funciona bem. O perfil correto, calibrado na máquina, geralmente tem o nome da empresa.

     Finalizando

     Esses são cuidados para quem está procurando fidelidade de cores. É muito bom para a impressão e para você entregar um arquivo correto para as pessoas, mas a visualização de seus arquivos em diferentes dispositivos sempre terão variações de cor, brilho e contraste que fogem de seu controle. Várias vezes vejo trabalhos interessantes de fotógrafos que estão com desvios de balanço de branco berrantes. Pessoas que ficam azuis, vermelhas ou púrpuras. Um bom monitor e preocupações básicas podem resolver isso. Questão de investimento.http://meiobit.com/367493/pequena-pequena-mesmo-introducao-ao-gerenciamento-de-cores-na-fotografia/
  • Os monitores IPS têm cores mais fiéis e maior ângulo de visão, mas são lentos, portanto são ideais para trabalhos gráficos, mas ruins para games. 

    Monitores TN são bons para games pela velocidade, mas as cores não são tão fiéis.

    https://forum.zwame.pt/threads/topico-oficial-de-monitores.901597/
  • Não sabia dessa diferenciação de monitores.
  • editado October 2017
    Estaríamos vivendo a era de ouro da foto impressa?


    Houve uma época, crianças, em que nem todo mundo andavam com um celular no bolso, muito menos capaz de tirar fotos. Para isso tínhamos um equipamento chamado câmera fotográfica, que usava algo chamado filme. Era uma fita de material sensível à luz, igual seu primo gótico. Cada filme fazia no máximo 36 fotos, e você não tinha como ver o resultado na hora.
    Depois de usado o filme você levava o rolo ou cartucho para uma loja onde ele seria revelado. Caro, você receberia as fotos em uma hora. Barato, em alguns dias. Aí vinha a fase de mostrar aos amigos e parentesl. Mandar para os avós em Pingolim do Mato Dentro, Acre do Sul, significava pegar os negativos, levar na loja e pagar por cópias.
    Por mais de 100 anos foi assim a rotina de quem tirava fotos: o resultado final era uma versão impressa. Mesmo com essa burocracia toda, por volta do ano 2000 estávamos tirando (e em grande parte imprimindo) 80 bilhões de fotos por ano.




    Parece muito, mas hoje, quando seu celular é uma câmera decente e dá pra guardar fotos em qualquer canto, iremos tirar 1,3 trilhão de fotos em 2017. Somente uma fração delas serão impressas, é o fim do papel, certo?
    Não necessariamente. O Digital Trends argumenta que o impresso como um todo não está morrendo, ao menos não tão rápido. Nos EUA o número de revistas se mantém o mesmo desde 2008, com melhorias na qualidade de impressão, do papel, etc.

    Eu complemento dizendo que o Porta-Retratos Digital, que iria mudar o mundo também não pegou. Eu tenho um, mas e a preguiça? Baixa resolução, tem que ligar na tomada, gravar fotos e jogar pra cartão de memória, ou usar um Wi-Fi cheio de segurança ou você acordará cercado de fotos de jirombas…


    A foto em papel tem todas as vantagens possíveis, e as pessoas sabem disso. Quando compram impressoras a primeira exigência é “Imprime foto?” — geladeiras ainda são decoradas com fotos de papel e serviços de impressão continuam populares, sejam os comuns, sejam os mais hipsters como os tais Moo Cards.
    A Polaroid se reinventou com câmeras com impressoras acopladas, e ano passado a linha de câmeras instantâneas na Fuji representou 7 dos 10 ítens mais populares nas vendas de fotografia da Amazon.


    Jovens e crianças ADORAM gratificação imediata e para eles mesmo o simples processo de ir até um PC imprimir uma foto é demais. Câmeras que fotografem e imprimam na hora são brinquedos irresistíveis.


    Paredes ainda são decoradas com fotos, não LCDs. Nosso mundo sem fio e sem papel continua repleto de coisas impressas e pra cada cabo que se perde é um carregador que se ganha. Hoje temos menos porém melhores fotos.
    Quanto aos jovens, estão fomentando um mercado de gadgets, trambolhos ou não, capazes de imprimir fotos na rua, às vezes direto do celular. Fica a dica pros modernistas: o papel veio para ficar e não está pensando em ir embora tão cedo.


    http://meiobit.com/373901/estariamos-vivendo-a-era-de-ouro-da-fotografia-impressa/
  • Fica a dica pros modernistas: o papel veio para ficar e não está pensando em ir embora tão cedo.
    Hoje em dia, a gente tira um milhão de fotos, mas só imprime as favoritas.
    São essas que nós vamos olhar de vez em quando ou botar no porta-retratos.
    O resto vai ficar esquecido num HD e nunca mais será visto.
     
  • Sem contar que dá pra dar uma melhorada no visual da imagem antes de imprimir.
  • editado December 2017
    Eu não tenho nada contra um saudosismo saudável. Lembro com muito carinho do meu ZX Spectrum, de como me virei para implementar rotinas de números complexos e coloquei o bicho para produzir fractais. A diferença é que eu também lembro que para renderizar uma fractal em 256 × 192 pixels ele levou mais de 24 horas, com o micro aberto e um ventilador resfriando o Z-80. Disso não tenho saudades.
    Não me entendam mal, eu acompanho vários canais “saudosistas” no YouTube, como o Techmoan, o Lazy Game Review, o Retro Man Cave, o 8-Bit Guy, a Fran Blanche, Obsolete Geek e o GameHut (bota no search não vou linkar esse monte de canal). Todos eles falam de tecnologia de outros tempos, mas ninguém quer voltar pra eles. É legal restaurar um PC 286 e brincar com ele? Com certeza, mas ninguém em sã consciência o usará como máquina principal.
    Aí entram os malditos millennials, que adoram pagar de saudosistas de uma época em que nunca viveram.


    A nova moda é a fotografia. Não, não estou falando de entusiastas que mantém laboratórios, usam câmeras de filme, revelam e ampliam seus negativos. Isso é legal, estou falando de algo que usa a tecnologia moderna, iPhones, para trazer de volta toda a parte chata da fotografia por filme, um app da Pior Coréia chamado Gudak.


    O app simula uma câmera vagabunda descartável dos anos 80.
    Está vendo o quadrado claro na borda superior do celular? É um “viewfinder”, a imagem do que você está fotografando aparece só ali, mas calma que piora.
    Você tem um “rolo de filme”, antes de poder visualizar as fotos que tirou, precisa fotografar 24 vezes. Aí então é só… mandar revelar. Isso mesmo. O app vai então levar TRÊS DIAS pra liberar as imagens. E elas poderão vir com efeitos de luz vazada, superexposição e todos os lixos que quem usavam essas máquinas vagabundas está acostumado.



    Agora a cereja do bolo: essa desgraça hipster faz um sucesso desgraçado na Pior Coréia, já foi baixado 1,3 milhão de vezes e custa US$ 0,99. Ou seja, enquanto eu estou aqui num sábado de noite reclamando, o japa que fez essa bobagem faturou US$ 1,287 milhão.
    Fonte: CNet.


    http://meiobit.com/376848/gudak-aplicativo-ios-coreia-sul-reproduz-todos-os-inconvenientes-da-fotografia-com-filme-para-millennials/
  • Quando as pessoas lembram do tempo da pedra lascada e dizem "Tempo bom aquele!", elas estão confundindo a lembrança das emoções e momentos felizes que viveram naquela época com o uso de equipamentos primitivos.

    Você pode ter sido muito feliz brincando na praia com um baldinho aos 4 anos, mas não vai sentir nada se fizer a mesma coisa hoje em dia. Você não é mais aquela pessoa.
  • editado May 2018
    O tamanho do sensor ainda é importante para a fotografia?20180530sensor_fotografico-648x486.jpgEu sou um velho dentro da fotografia. Sabe aquela pessoa que tem dificuldade com as novidades e acha que as coisas não vão mudar? Então, sou eu. Fazer exercício de futurologia não é comigo. Quando os celulares começaram a fazer fotos eu pensei que nunca iriam desbancar câmeras fotográficas de verdade. Ou seja, cuspi para cima, e caiu na minha testa. Hoje celulares podem executar fotos com a mesma qualidade de câmeras compactas, o que demonstra o grande desenvolvimento da tecnologia. Agora, uma reflexão tem que ser feita: o tamanho do sensor fotográfico é tão importante assim para a fotografia digital atual?Quem colocou-se a pensar sobre isso foi o Richard Butler do Dpreview. Ele levantou algumas questões muito bacanas e interessantes sobre o tamanho do sensor fotográfico para a qualidade da fotografia. De regra sempre ensinamos nos cursos de fotografia que quanto maior o sensor fotográfico de uma câmera, melhor será a qualidade de imagem. Basicamente essa afirmação é feita por 3 motivos. Na realidade 1 motivo principal e 2 que são secundários, mas muito importantes. O motivo principal é o tamanho do pixel do sensor. Quanto maior a superfície do sensor fotográfico, maior será o pixel. Por isso que dizemos que aumentar a resolução de uma câmera sem mudar o tamanho físico do sensor é negativo para a qualidade de imagem. Com mais pixels eles precisam diminuir de tamanho para caberem na mesma superfície. Um pixel grande capta luz com mais qualidade e maior eficiência.O segundo motivo é que, com o pixel maior, temos um menor aparecimento de ruido em ISO elevado e a faixa dinâmica da captação da imagem também aumenta. E o que é faixa dinâmica? Imagine uma foto de paisagem onde uma zona da imagem tem muito sol e na outra muita sombra. A capacidade de captar detalhes nessa variação brusca de luz na mesma foto é o que chamamos de faixa dinâmica do sensor. E o terceiro motivo de falarmos da qualidade dos sensores grandes é que as lentes, por conta do grande tamanho do sensor, possuem um diâmetro muito maior, o que permite diafragmas maiores e o controle da profundidade de campo. Lembrando que o que causa a perda de profundidade de campo (aquele desfoque bacana na foto) é o diâmetro do diafragma e não, necessariamente, o f/stop.Porém, Butler nos chama a atenção para a chamada Fotografia Computacional e como ela está transformando o modo como entendemos a qualidade da fotografia digital. Hoje os Smartphones são capazes, através de câmeras duplas e processamento interno, de simular a perda da profundidade de campo entregando um Bokeh artificial. Ainda não é perfeito, mas imagino o que será capaz com mais alguns anos de desenvolvimento técnico. Por outro lado, a maior parte dos smpartphones agora é capaz de fazer uma grande sequência de fotos e combiná-las em uma única imagem de maneira rápida e automática. Isso reduz o aparecimento de ruido nas imagens e aumenta consideravelmente o alcance dinâmico dos minúsculos sensores.Outra coisa que deve ser levado em conta é o avanço tecnológico dos novos sensores em produção. Sensores menores com tecnologia BSI (retroiluminados) continuam pequenos, mas tornaram mais eficiente a captura da luz, o que seria a sua grande desvantagem. Além disso, sensores menores possuem uma velocidade de leitura e transmissão de dados muito mais rápidos do que sensores maiores, o que é extremamente benéfico para a captura de vídeo e a velocidade de funcionamento do equipamento. É possível trazer essa velocidade de leitura para os sensores maiores, mas o custo da tecnologia é elevado. Sem falar que sensores menores também geram câmeras e lentes menores e mais leves.Ainda hoje, se você quer obter o melhor resultado possível, um sensor maior é a melhor pedida para sua fotografia. Mas, a junção de melhores tecnologias, com um processamento mais eficiente e lentes mais nítidas e luminosas, estão transformando a fotografia com sensores pequenos em algo bom o suficiente para a maior parte das pessoas. No futuro, se a tecnologia continuar evoluindo assim, poderemos ter uma grande disponibilidade de equipamentos com alto desempenho e tamanho reduzido, até mesmo smartphones.Fonte: Dpreview

    https://meiobit.com/385200/o-tamanho-do-sensor-ainda-e-importante-para-a-fotografia/
  • Para mim é igual à Fórmula 1. Já dizia um ex-piloto sul africano: _ Não acredito que um mau piloto num bom carro vença, mas um bom piloto num mau carro certamente perderá. Bem, eu gostava da minha Zenit, mas quando comprei uma digital das boas, com foco próximo, pois a maioria das minhas fotos são assim, então adaptei-me aos tempos. O lance é que tiro várias fotos de uma mesma coisa e no final escolho a melhor. Não dava para fazer isso com filme e uma vez perdida a oportunidade...
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