O artesanal e atual trabalho dos Foley Artists
Postado Por Carlos Cardoso em 10 07 2017 em Cinema, Engenharia, Televisão
Um velho ditado diz que a vida imita a arte. É verdade, pois raramente a vida é tão grandiosa quanto a Arte. Isso se reflete em todos os sentidos, inclusive na audição. Tanto que em um de seus westerns, John Ford usou canhões do exército para fazer o som dos revólveres de John Wayne.
Espadas fazem aqueles schhhiiiinnnnk quando desembainhadas, embainhadas ou dependendo do filme, apenas manipuladas lentamente. Armas parecem coleções de peças soltas, explosões soam baixo e lentas. E todo helicóptero tem o mesmo som, mesmo que nenhum mais use a transmissão de correia do modelo de MASH.A platéia já se acostumou com o cinema e seus sons irreais. Se você mostrar uma explosão distante e o som não chegar imediatamente, a platéia acha que há algo errado.
O melhor disso tudo é que a maioria desses sons não é criada em computador. Os sonoplastas, ou engenheiros de som, quando querem pedir aumento, misturam e editam sons reais como base de suas criações. Ben Burtt, o gênio por trás de todos os sons clássicos de Star Wars usou por exemplo um cabo de torre de rádio como base do som dos lasers dos Stormtroopers.
Originalmente sonoplastas não criavam coisas de outro mundo: estavam ocupados criando sons do dia-a-dia para as novelas de rádio, que eram ao vivo (a tecnologia de gravação ainda não havia sido inventada). Celofane amassado para fazer barulho de fogo, aspargos para madeira quebrando, cocos para cavalos (único instrumento que quase dominei em nível básico no colégio), folhas de zinco para trovões, pisos elevados para gravar passos e muitos, muitos outros truques desenvolvidos por Jack Foley, que começou a trabalhar em cinema em 1914.
Até hoje quem cria esses efeitos sonoros é chamado de Foley Artist, e é realmente uma arte. Eles criam uma sequência de efeitos sonoros de fundo, coisa que raramente é captada direito durante a filmagem. Essa trilha irá compor, junto os os efeitos sonoros especiais, o diálogo e a música o som final do filme.
Alguns exemplos de como essa turma é criativa: os crânios esmagados no Exterminador do Futuro 2? Cascas de pistache. Soldados romanos marchando em Spartacus (o de 1960)? Usaram… molhos de chaves. Os baby raptors nascendo e o cientista quebrando o ovo? O som foi feito com… casquinha de sorvete.
Óbvio que só tem Foley de verdade filme com dinheiro, o resto acaba dependendo de um estagiário com uma coleção de CDs de efeitos sonoros, mas quando você tem tempo e dinheiro acaba contratando gente como Mark Koven, que, cansado dos efeitos pré-gravados, criou um instrumento específico para sonorizar filmes de terror.
Veja que coisa linda e assustadora:
Um velho ditado diz que a vida imita a arte. É verdade, pois raramente a vida é tão grandiosa quanto a Arte. Isso se reflete em todos os sentidos, inclusive na audição. Tanto que em um de seus westerns, John Ford usou canhões do exército para fazer o som dos revólveres de John Wayne.
Espadas fazem aqueles schhhiiiinnnnk quando desembainhadas, embainhadas ou dependendo do filme, apenas manipuladas lentamente. Armas parecem coleções de peças soltas, explosões soam baixo e lentas. E todo helicóptero tem o mesmo som, mesmo que nenhum mais use a transmissão de correia do modelo de MASH.A platéia já se acostumou com o cinema e seus sons irreais. Se você mostrar uma explosão distante e o som não chegar imediatamente, a platéia acha que há algo errado.
O melhor disso tudo é que a maioria desses sons não é criada em computador. Os sonoplastas, ou engenheiros de som, quando querem pedir aumento, misturam e editam sons reais como base de suas criações. Ben Burtt, o gênio por trás de todos os sons clássicos de Star Wars usou por exemplo um cabo de torre de rádio como base do som dos lasers dos Stormtroopers.
Originalmente sonoplastas não criavam coisas de outro mundo: estavam ocupados criando sons do dia-a-dia para as novelas de rádio, que eram ao vivo (a tecnologia de gravação ainda não havia sido inventada). Celofane amassado para fazer barulho de fogo, aspargos para madeira quebrando, cocos para cavalos (único instrumento que quase dominei em nível básico no colégio), folhas de zinco para trovões, pisos elevados para gravar passos e muitos, muitos outros truques desenvolvidos por Jack Foley, que começou a trabalhar em cinema em 1914.
Até hoje quem cria esses efeitos sonoros é chamado de Foley Artist, e é realmente uma arte. Eles criam uma sequência de efeitos sonoros de fundo, coisa que raramente é captada direito durante a filmagem. Essa trilha irá compor, junto os os efeitos sonoros especiais, o diálogo e a música o som final do filme.
Alguns exemplos de como essa turma é criativa: os crânios esmagados no Exterminador do Futuro 2? Cascas de pistache. Soldados romanos marchando em Spartacus (o de 1960)? Usaram… molhos de chaves. Os baby raptors nascendo e o cientista quebrando o ovo? O som foi feito com… casquinha de sorvete.
Óbvio que só tem Foley de verdade filme com dinheiro, o resto acaba dependendo de um estagiário com uma coleção de CDs de efeitos sonoros, mas quando você tem tempo e dinheiro acaba contratando gente como Mark Koven, que, cansado dos efeitos pré-gravados, criou um instrumento específico para sonorizar filmes de terror.
Veja que coisa linda e assustadora:
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