INQUISIÇÃO CATÓLICA

Comentários

  • Saudações Emmcri


    Observemos....   No ponto 1:07:28 -  "O Período de graça." 

    Então...   Os inquisidores ficavam um mês na vila escutando as confissões dos fiéis...
    Os bondosos monges...  Ouviam as pessoas, observavam e escutavam tudo e todos... 

    Perdoavam se houvesse confissão dos possíveis acusados. Ok. Beleza !!!

    Sempre achei que muita coisa foi exagero nessas histórias sobre a inquisição.

    Até mesmo se eles tivessem matado São João da Cruz teria sido uma Heresia.

    Mas...  - E se houvesse (como haviam) uma pessoa (pessoas) que morasse (m) distante (s) de tudo, não tivesse acesso a igreja e vivesse sem se confessar...   Até por não acreditar (em) nas religiões...

    Percebam... Eu disse religiões.   Não que não acreditassem em D-us.

    Hj em dia temos muitas pessoas assim. Acreditam em D-us, Jesus, etc... Mas, não frequentam igrejas.

    Então... Voltando ao questionamento.

    Tecnicamente essa pessoa não era católico ou se professava cristão, pois vivia alheio(a) a vida na cidade...

    Ou seja...  Se alguém nessas condições de vida reclusa (afastada da vida social e do centro da cidade)  acusado (a), não se confessou no período de graça, pois tinha mais o que fazer..  Cuidar de suas atividades diárias, alguns provavelmente até desconheciam que tivessem sido acusados... 

    - O que será que acontecia se fosse (m) acusadas (os) de bruxaria ???


    [Fraternos]
  • Saudações


    " No entanto, as próprias recomendações no sentido de coibir os abusos demonstram que o poder decorrente do cargo ainda extrapolava em muito os limites do tribunal, espraiando-se pela sociedade como um todo. A profissionalização não diminuiu as amplas prerrogativas sociais do inquisidor, e sua margem de arbítrio pessoal durante o processo permanecia grande. Na verdade, a dimensão simbólica de que se revestia o combate à heresia no imaginário popular, alimentado pelos espetáculos públicos dos autos-de-fé, fazia do inquisidor mais do que um funcionário graduado do tribunal, transformava-o num representante da justiça divina."

    http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-44781999000200002


    " Por fim, é importante se dizer que em história ou em qualquer ciência humana, devemos nos posicionar criticamente diante das fontes e diante dos discursos que chegam até nós por meio das mais variadas literaturas. Não se pode querer fazer um estudo superficial de qualquer tema e depois querer aceitá-lo como verdade absoluta, como ainda se tem feito sobre a Inquisição.

    Por outro lado, o historiador não pode deixar que suas convicções pessoais lhe levem a tomar partidos, ou seja, lhe levem a ficar de um “lado” da história, enfim entrar em defesa de alguém ou de uma instituição, levantar bandeiras. O objeto da História é:

    ... os seres humanos no tempo e no espaço. Os seres humanos não podem ser apreendidos como integrantes de um grupo homogêneo, pois pertencem a diferentes estratos sociais, a diferentes etnias e culturas; suas ações não são previsíveis, nem suas atitudes sempre podem ser vistas apenas por um ângulo [...] não existe história neutra, porque a matéria-prima da qual se nutre é composta por ações decorrentes de múltiplos agentes em conflito e múltiplas tensões. (MACEDO, 2000)  "

    http://www3.ufrb.edu.br/simposioinquisicao/wp-content/uploads/2012/01/Aline-Ferreira.pdf



    Luiz Mott
    "No tricentenário de nascimento do Padre Antônio Vieira, (1608-2008), “a maior luz da Igreja do Brasil”, vítima da Inquisição Portuguesa."

    https://static.scielo.org/scielobooks/yn/pdf/mott-9788523208905.pdf


    Para ler sobre os embates dele com a inquisição... Quem tiver interesse.
    Padre Antônio Vieira: https://pt.wikipedia.org/wiki/António_Vieira


    [Fraternos]
  • editado October 2017
    Silvana disse: Saudações Emmcri


    Observemos....   No ponto 1:07:28 -  "O Período de graça." 

    Então...   Os inquisidores ficavam um mês na vila escutando as confissões dos fiéis...
    Os bondosos monges...  Ouviam as pessoas, observavam e escutavam tudo e todos... 

    Perdoavam se houvesse confissão dos possíveis acusados. Ok. Beleza !!!

    Sempre achei que muita coisa foi exagero nessas histórias sobre a inquisição.

    Até mesmo se eles tivessem matado São João da Cruz teria sido uma Heresia.

    Mas...  - E se houvesse (como haviam) uma pessoa (pessoas) que morasse (m) distante (s) de tudo, não tivesse acesso a igreja e vivesse sem se confessar...   Até por não acreditar (em) nas religiões...

    Percebam... Eu disse religiões.   Não que não acreditassem em D-us.

    Hj em dia temos muitas pessoas assim. Acreditam em D-us, Jesus, etc... Mas, não frequentam igrejas.

    Então... Voltando ao questionamento.

    Tecnicamente essa pessoa não era católico ou se professava cristão, pois vivia alheio(a) a vida na cidade...

    Ou seja...  Se alguém nessas condições de vida reclusa (afastada da vida social e do centro da cidade)  acusado (a), não se confessou no período de graça, pois tinha mais o que fazer..  Cuidar de suas atividades diárias, alguns provavelmente até desconheciam que tivessem sido acusados... 

    - O que será que acontecia se fosse (m) acusadas (os) de bruxaria ???


    [Fraternos]

    BRUXINHA NÃO VOU NEM ENTRAR NO MÉRITO DO QUE FOI REALIDADE OU O QUE NÃO FOI. QUALQUER RELIGIÃO , MESMO A SUA MANCOMUNADA COM O PODER OU SENDO O PRÓPRIO PODER
    NAQUELA ÉPOCA PODERIA TER COMETIDO OS MESMOS EXCESSOS .
    AINDA HOJE TEMOS AÓ OS MULÇUMANOS , IMAGINE NAQUELES TEMPOS MAIS PRIMITIVOS DO QUE
    HOJE .
  • editado October 2017
    Saudações Edson
    BRUXINHA NÃO VOU NEM ENTRAR NO MÉRITO DO QUE FOI REALIDADE OU O QUE NÃO FOI. QUALQUER RELIGIÃO , MESMO A SUA MANCOMUNADA COM O PODER OU SENDO O PRÓPRIO PODER
    NAQUELA ÉPOCA PODERIA TER COMETIDO OS MESMOS EXCESSOS .
    AINDA HOJE TEMOS AÓ OS MULÇUMANOS , IMAGINE NAQUELES TEMPOS PRIMITIVOS .

    Eia...    Por que a caixa alta ???      Magoei...rs 
    " MESMO A SUA MANCOMUNADA COM O PODER OU SENDO O PRÓPRIO PODER
    NAQUELA ÉPOCA PODERIA TER COMETIDO OS MESMOS EXCESSOS  "

    Sim. Mas, foi isso que falei mais acima... rs

     O que eu colei sobre trabalhos publicados serve para lermos e nos informarmos mais sobre... Ouvir um lado só fica muito PARCIAL..  ;)

    Até gostei do Nando Moura. :)


    [Fraternos]
  • Silvana disse: Saudações Edson
    BRUXINHA NÃO VOU NEM ENTRAR NO MÉRITO DO QUE FOI REALIDADE OU O QUE NÃO FOI. QUALQUER RELIGIÃO , MESMO A SUA MANCOMUNADA COM O PODER OU SENDO O PRÓPRIO PODER
    NAQUELA ÉPOCA PODERIA TER COMETIDO OS MESMOS EXCESSOS .
    AINDA HOJE TEMOS AÓ OS MULÇUMANOS , IMAGINE NAQUELES TEMPOS PRIMITIVOS .

    Eia...    Por que a caixa alta ???      Magoei...rs 
    " MESMO A SUA MANCOMUNADA COM O PODER OU SENDO O PRÓPRIO PODER
    NAQUELA ÉPOCA PODERIA TER COMETIDO OS MESMOS EXCESSOS  "

    Sim. Mas, foi isso que falei mais acima... rs

     O que eu colei sobre trabalhos publicados serve para lermos e nos informarmos mais sobre... Ouvir um lado só fica muito PARCIAL..  ;)



    [Fraternos]

    NÃO QUERIDA É MEU MEGA POTENTE MODERNO COMPUTADOR QUE FAZ ESSAS COISAS .
    EU SOU ATEU RSRSRSRSR
  • Saudações Edson
    Edson disse: NÃO QUERIDA É MEU MEGA POTENTE MODERNO COMPUTADOR QUE FAZ ESSAS COISAS . EU SOU ATEU RSRSRSRSR

    Continua a caixa alta...rsrsrsrs
    Caps Look... Mesmo nesse teu hiper mega moderno deve ter... :)    [hahahahaha]

    Vc leu os comentários no vídeo do Nando Moura...  Tem um rapaz que se diz ex ateu todynho... rs

    - O que é ser ex ateu Todynho ???    [hahahaha]    Cada uma que a gente lê...


    Comentário: Achei ele com muita personalidade.
    Abri outro vídeo dele em que ele está com um cabelão simplesmente lindo !!!


    [Fraternos]
  • editado October 2017
    Silvana disse: Saudações Edson
    Edson disse: NÃO QUERIDA É MEU MEGA POTENTE MODERNO COMPUTADOR QUE FAZ ESSAS COISAS . EU SOU ATEU RSRSRSRSR

    Continua a caixa alta...rsrsrsrs
    Caps Look... Mesmo nesse teu hiper mega moderno deve ter... :)    [hahahahaha]

    Vc leu os comentários no vídeo do Nando Moura...  Tem um rapaz que se diz ex ateu todynho... rs

    - O que é ser ex ateu Todynho ???    [hahahaha]    Cada uma que a gente lê...


    Comentário: Achei ele com muita personalidade.
    Abri outro vídeo dele em que ele está com um cabelão simplesmente lindo !!!


    [Fraternos]

    MEU TECLADO NÃO É RECONHECIDO PELO MEU MEGA COMPUTADOR , E O TECLADO VIRTUAL SÓ BATE DIRETO NA CAIXA ALTA , ESTÁ TROCADO POIS DEVERIA FAZER ISSO NA CAIXA BAIXA .
    O FERNANDO DEFENDE A RELIGIÃO DELE , TEM LÁ AS SUAS FONTES, VISTO QUE EU MESMO ACHAVA QUE A INQUISIÇÃO QUEIMAVA UMA BRUXA A CADA HORA RSRSRSRSARS
  • editado October 2017
    Saudações Edson
    Edson disse: MEU TECLADO NÃO É RECONHECIDO PELO MEU MEGA COMPUTADOR , E O TECLADO VIRTUAL SÓ BATE DIRETO NA CAIXA ALTA , ESTÁ TROCADO POIS DEVERIA FAZER ISSO NA CAIXA BAIXA .

    Não faço ideia da sua dificuldade...rs
    Edson disse: VISTO QUE EU MESMO ACHAVA QUE A INQUISIÇÃO QUEIMAVA UMA BRUXA A CADA HORA RSRSRSRSARS

    Olha... A inquisição acontece ainda em nossos dias.

    Na lista abaixo do Wikipedia lá no final da tabela vemos linchamentos por bruxaria mesmo em 2014 por exemplo . E dá mesmo para ver nessa tabela que muitas barbaries vieram da população. 

    https://pt.wikipedia.org/wiki/Lista_de_pessoas_executadas_por_acusação_de_bruxaria


    [Fraternos]
     
  • Saudações

    Gente, nessa lista tem até espírita (Helen Duncan - morta em 1956) que foi sentenciada a morte acusada de bruxaria...

    Absurdo !!!


    [Fraternos]
     
  • Na lista abaixo do Wikipedia lá no final da tabela vemos linchamentos por bruxaria mesmo em 2014 por exemplo . E dá mesmo para ver nessa tabela que muitas barbaries vieram da população. 

    https://pt.wikipedia.org/wiki/Lista_de_pessoas_executadas_por_acusação_de_bruxaria

     

    A  HUMANIDADE É PODRE BRUXINHA ... A RELIGIÃO PODE APODRECER ELA MAIS ANIDA , MAS PODE MELHORAR TAMBÉM . O CRISTIANISMO ENTTRE TODAS ACHO A MENOS RUIM .
    AMARÁS AO TEU INIMIGO É UMA MÁXIMA QUE POUCAS RELIGIÕES PROPAGAM .NÃO QUE EU FAÇA ISSO RSRSRSRS
  • Silvana disse:Gente, nessa lista tem até espírita (Helen Duncan - morta em 1956) que foi sentenciada a morte acusada de bruxaria...
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  • editado October 2017
    Sobre a Inquisição, um grande livro é O Queijo e os Vermes, de Carlo Ginzburg, que reconstitui a vida e as ideias de um condenado pelo Santo Ofício sob acusação de heresia, cuja primeira punição do tribunal foi obrigá-lo a vestir em público um manto que denunciava sua condição de herege, em um processo que se prolonga por anos conforme o acusado reincide nas ações das quais era acusado.

    E as execuções por bruxaria no geral são mal interpretadas.
    Julgamentos de bruxas pela Inquisição eram exceções e não regra, porque na época bruxaria era considerado crime comum e não crime religioso.
    Em sociedades nas quais todo mundo acreditava que bruxaria era real, eles não eram acusados apenas por serem bruxos, mas por cometerem crimes comuns usando bruxaria.  Assim, quem era acusado de usar bruxaria para matar alguém, respondia por crime de homicídio perante as autoridades seculares. A bruxaria era considerada apenas a arma do crime.
    Estes casos iam parar no Santo Ofício quando se entendia que o objetivo do bruxo era atacar a religião.

     
  • editado October 2017
    Já li, não me lembro aonde, que a Inquisição teria sido um avanço em termos jurídicos se compararmos como os outros julgamentos eram realizados naquela época.
  • Cientista neutro já é uma peça um bocado rara de se encontrar. Agora tente imaginar a dificuldade de encontrar um historiador neutro...
  • editado October 2017
    Saudações a todos

    Todos os historiadores percebem e entendem o mundo conforme o que lhes chega...
    Nos livros da tradição (bruxaria e afins) muita coisa não coaduna com o que lemos desses historiadores...

    Sinceramente... Isso não faz diferença nenhuma para nós da antiga tradição... Não ligamos... 

    Pois caminhamos tendo acesso a literatura dos profanos e de nossos historiadores... rs
    Sim... Poucos são os historiadores  que têm interesse nesse tipo de leitura...rs

    Assim...  Sempre haverá parcialidade nas impressões... rsrsrs


    220px-Michelangelo_-_Delphic_Sibyl.jpg


    " Naquele mesmo cenário em que se elaboravam identidades, observamos que os cristãos, de maneira geral, uniam-se sob a alcunha da cristandade quando o tema em questão eram os indivíduos que se mantinham fiéis a outros deuses diferentes do proclamado pela fé cristã.

    Assim...  Crenças politeístas e também monoteístas, como o judaísmo, o zoroastrismo, entre outras, foram denominadas pagãs pelo ponto de vista dos cristãos."

    Deste modo, o termo pagãos (pagani) passou a designar as pessoas que não compartilhavam a fé no Deus cristão.

    " Até então, o vocábulo pagani era utilizado na língua latina para designar a parcela da população que vivia longe das cidades, os habitantes do campo (pagus). Portanto, para aquele contexto, o termo pagão estava envolto por uma [...] "


    http://nemed.he.com.br/projetopandora/2015/10/01/algumas-relacoes-entre-pagaos-e-cristaos-durante-o-seculo-iv-d-c/


    [Fraternos]
  • editado October 2017
    Saudações a todos

    Pessoal... Pessoal...

    Historiadores qe normalmente não pertencem a arte... Sabem tanto de nosso mundo quanto podem saber...rsrsrs

    Vejamos a questão linguística cultural só para mencionar as diferenças básicas...rs
    Raven Luques McMorrigú
    Perfeito o artigo, e sempre falo a respeito disso, dentro da percepção mais básica sobre tais termos, que é a da língua e cultura portuguesas, já que estamos lidando com termos portugueses.

    Assim sendo, Bruxa e Feiticeira de facto são graus diferentes dentro do Caminho Iniciático, pela perspectiva Tradicional. Academicamente temos estudos apontando para tal diferenciação, como o do Carlos Roberto Nogueira, que vc citou no artigo, embora o escopo deste estudioso, ali na citação feita ao estudo dele, seja especificamente teológico de raiz cristista.

    No entanto, gosto dos estudos dele, justamente por nos brindarem com uma interpretação estritamente histórica (ou seja, baseada em documentação, ainda que questionável em seu conteúdo, mas registrada e documentada e ponto final). Concordo com as definições do Nicholaj de Mattos Frisvold, dentro de uma perspectiva antropológica, segundo a qual a Bruxaria e a Feitiçaria são fenômenos presentes em todos os povos e épocas. Concordo, assim como também concordo com a perspectiva etno-cultural segundo a qual Bruxaria e a Feitiçaria são fenômenos especificamente portugueses, até por conta da etimologia

    (é CÔMICO quando surgem pessoas me encarando com um olhar de “surpresa” e até “perplexidade” quando recordo que Bruxaria e Feitiçaria, por serem palavras de origem portuguesa, falam de um universo cultural de raiz portuguesa... me olham quase que com um certo “ódio”, velado que seja, pois acabo recordando que Bruxaria não é oriunda de nenhum ensejo esotérico novecentista, assim como não é de origem britânica - lembrando que etimológica e etno-culturalmente falando, no caso inglês temos Witchcraft - ou mesmo não advém “única e exclusivamente” de Gerald Gardner e sua Wicca, etc etc... rsrs).

    Etnolinguisticamente falando, portanto, Bruxaria e Feitiçaria são em Portugal aquilo que Witchcraft o é na Inglaterra, assim como Stregoneria o é na Itália, Sorginkeria o é no País Basco e assim por adelante...

    http://www.sonodeendimiao.com.br/2012/04/trabalhando-com-conceitos-bruxaria-e.html


    [Fraternos]
  • Saudações a todos
    "Muitos não sabem quanto tempo e fadiga custa a aprender a ler. Trabalhei nisso 80 anos e não posso dizer que o tenha conseguido."


    Goethe


    [Fraternos]
  • editado November 2017
    GOSTO DE VER O @Acauan comentando essas coisas , esa página baixa o pau .

    Inquisição:

    A fé e fogoSupostas bruxas, hereges, judeus: a fogueira era o limiteEduardo Szklarz
    11inquisicao-2-1079513.png'Mártir do Fanatismo', do português José de Brito | Crédito: Wikimedia Commons

    1 A Roda
    v7uzxzondt0duf3dmv3o.pngPara forçar a vítima a falar, os inquisidores amarravam-na na parte externa da roda com brasas embaixo. Assim, o corpo era queimado à medida que a roda ia girando. As articulações também sofriam sérios danos. Essa tortura foi muito utilizada na Inquisição medieval, em países como Alemanha e Inglaterra. Outra versão da roda tinha ferros pontiagudos, em vez de brasas, para rasgar a pele.
    2O Potro
    yl338bx2a2m4wfpq2xfr.pngO réu ficava deitado sobre uma cama com ripas, com pernas e braços amarrados por cordas. Usando um arrocho, os torturadores apertavam as cordas até dilacerar a carne. Como os métodos de confissão eram mantidos em segredo, os inquisidores evitavam utilizar essa tortura nos 15 dias anteriores ao auto de fé, para que o povo não visse as cicatrizes do réu.
    3O Pêndulo
    rq0hgamprarefqmpf4to.pngA vítima era amarrada pelos pulsos, atrás das costas, com correias de couro. Em seguida, era levantada por cordas e roldanas, solta bruscamente e segura de novo antes de o corpo alcançar o solo. Os solavancos destroncavam as juntas e podiam aleijar. Esse tormento tinha variações, como a polé: a vítima era amarrada também pelos tornozelos e erguida de barriga para cima.A Tortura d’água
    ziytkuzmvrfxyemh80iv.pngNessa espécie de afogamento, o acusado era preso em uma mesa de barriga para cima. Os inquisidores abriam sua boca e jogavam água por um funil, fazendo-o engolir vários litros. Também colocavam panos molhados dentro da garganta, que podiam causar asfixia. Mas, como nos outros métodos, o objetivo não era matar, e sim forçar a confissão de heresias e a delação.

    MUITO , MUITO MAIS AQUI :
    http://aventurasnahistoria.uol.com.br/noticias/reportagem/inquisicao.phtml#.Wfm36Gvysvk
  •  CRUZADA CONTRA A BRUXARIA

     O Martelo das Bruxas

     Durante séculos, a Igreja foi profundamente confusa em sua atitude
    quanto à bruxaria. A maioria dos padres, sobretudo nas áreas
    rurais, era pouco instruída e raras vezes deixava a população local
    na qual eles próprios tinham raízes. Em consequência, partilhavam a
    incontestada crença do povo na realidade da bruxaria, na capacidade
    de a bruxa da aldeia, por exemplo, exercer poderes ocultos, prejudicar
    uma colheita, produzir doenças no gado, causar mortes misteriosas.

    Quer observassem ou não o voto de celibato, dificilmente teriam grande
    conhecimento de questões ginecológicas; e muitos deles sem dúvida
    ficavam nauseados pelo que devia parecer as complexidades impuras do
    encanamento feminino. Em sua aptidão para lidar com essas coisas, na
    confiança que inspirava a outras mulheres, a bruxa da aldeia quase
    diariamente mostrava ao padre prova empírica e demonstrável da
    incompetência e inferioridade dele. Para esses padres, a bruxaria era
    uma realidade inimpugnável, que promovia um senso de rivalidade e
    ressentimento.
     
    Até final do século 15, porém, o dogma oficial da Igreja negava a
    realidade da bruxaria. A colheita prejudicada, o gado doente, a morte
    inexplicável podiam ser atribuídos à obra do demônio ou a causas
    naturais, mas não à bruxa da aldeia. No que dizia respeito à Igreja, a
    bruxaria era uma ilusão disseminada pelo diabo. O pecado, portanto, não
    era a própria bruxaria, mas a crença na bruxaria, e as práticas que a
    acompanhavam.

    Por causa da crença na bruxaria,a bruxa abandonou o cristianismo,
    renunciou ao seu batismo, adorou Satanás como seu Deus, entregou-se a
    ele, corpo e alma, e existe apenas para ser seu instrumento e fazer
    o mal... que ele não pode realizar sem um agente humano.

     Já no século 9, as histórias de bruxas que iam voando para seus Sabás
    haviam sido declaradas fantasia pela Igreja mas julgava-se que quem
    apoiasse tal fantasia perdera a fé, e assim se mostrara "infiel e
    pagão". Essa posição ia ser posteriormente consagrada como um artigo
    da Lei Canônica. Os que acreditavam em bruxaria supostamente haviam
    perdido a fé e escorregado para uma ilusão. Como resultava da perda de
    fé, tinhase que essa ilusão constituía heresia.

     Por volta de meados do século 15 a posição da Igreja começou a mudar.
    Em 1458, um Inquisidor, um certo Nicholas Jaquerius, afirmou que "a
    existente seita de bruxas era inteiramente diferente dos hereges
    citados nas partes relevantes da Lei Canônica". Em outras palavras,
    insistia o Inquisidor, o poder exercido pelas bruxas era bastante real
    e não devia ser descartado como fantasia. Em 1484, a Igreja deu uma
    completa e dramática meia volta. Uma Bula papal daquele ano inverteu
    por completo a antiga posição e reconheceu oficialmente a suposta
    realidade da bruxaria. Nessa Bula, o Papa declarava:

     Chegou de fato a nossos ouvidos ultimamente.., que em algumas partes
    do Norte da Alemanha, assim como nas províncias... de Mainz, Colônia,
    Trêves, Salzburgo e Bremen, muitas pessoas.., abandonaram-se aos
    demônios, íncubos e súcubos, e por fórmulas, feitiços, conjuras e outros
    encantos e artes malditos, enormidades e horrendos crimes, mataram
    bebês ainda no ventre da mãe, como também os rebentos do gado,
    destruíram a produção da terra, as uvas da vinha, os frutos das
    árvores.

     Sete anos depois, em 1491, a Universidade de Colônia emitiu uma
    advertência de que qualquer argumento contra a realidade da bruxaria
    iria incorrer na culpa de impedir a Inquisição. Por obra de vistoso
    raciocínio circular, a posição foi tornada inatacável pouco depois pelo
    Inquisidor de Como, que declarou que numerosas pessoas foram queimadas
    por assistirem ao Sabá, o que não poderia ter sido feito sem o
    consentimento do Papa, e isso foi prova suficiente de que a heresia
    era real, pois a Igreja só pune crimes manifestos.

     Segundo um historiador moderno:
     Não mais satisfeitos com as acusações de bruxaria, ou mesmo com a
    sugestão de que a bruxaria implicava inerentemente magia demoníaca, os
    juizes agora queriam retratar os mágicos como ligados numa demoníaca
    conspiração contra a fé e a sociedade cristãs. O feiticeiro, dedicado
    apenas a atos específicos de maldade contra determinados inimigos,
    cedia diante do grupo de bruxas empenhadas na destruição da
    cristandade.

     Antes, era heresia acreditar em bruxaria. Agora, com uma simples
    penada, tornava-se heresia não acreditar.

    "A Inquisição", por Michael Baigent e Richard Leigh
  • editado November 2017
    Acredito que a origem básica ao nível daqueles padres aldeões que eram tão broncos quanto seu paroquianos era mesmo genuina crença que "bruxas" em invocando poderes malignos causassem genuíno mal.
    Mais ou menos exatamente como boa parte do pedestrianismo da antiguidade acreditava genuinamente que se alguém dentre a população não participasse dos sacrifícios toda comunidade incorreria na ira dos deuses.
    Ou se não-cidadãos estivessem presentes, &c... – em caso de dúvidas consultar A Cidade Antiga do Numa Denis Fustel de Coulanges, um dos meus livros-de-cabeceira.
    Claro que isso depois é explorado num nível maior pelos establishments religiosos com fins de dominação política sem oposições.
    O establishment sacerdotal judaico assustando contra os mediunismos;
    imperadores romanos perseguindo os adivinhos...
    Nenhum establishment religioso quer concorrentes.
    Governantes se beneficiando com o confisco dos bens de quem era mais abonado...
    Claro que depois a coisa descambou pruma barbárie nunca vista, bem como se criou todo um sistema de cargos e todos tendo medo de levantar qq. contestação acaba a coisa adquirindo uma mobilidade própria que ninguém se aventura tentar parar.
    Minha tese acerca do comportamento do Montezuma é along these lines: ele quereria parar com aquela loucura sanguinária... mas comogrey_question.png
     
  • editado November 2017
    Provavelmente não foi assim o tempo todo e em todos os lugares, mas o livro existe e é nojento.
    Martelo das bruxas

     Em 1484, o papa Inocêncio VIII declarou que a bruxaria era uma heresia e encomendou a
     dois misóginos radicais, Heinrich Kramer, reitor da universidade de Colônia, e  Jakob
    Sprenger, monge  dominicano e inquisidor-geral da Alemanha, um manual de caça às bruxas,
    o "Malleus maleficarum" ("Martelo das bruxas"), publicado em 1486 e usado durante 250 anos,
     inclusive pelos protestantes, embora, oficialmente, tenha sido rejeitado por Roma.

     Este manual repetia e ampliava antigos preconceitos contra as mulheres, como os de São Tomás
    de Aquino. Penetrou profundamente no imaginário popular e sua influência nunca cessou de
    todo. Ainda no início do século XX  (e até recentemente na Suíça), as mulheres eram
    proibidas de votar "porque poderiam cismar de votar diferente do marido".

     O livro afirmava, entre outras coisas, que:

     -"Quando uma mulher pensa sozinha, ela pensa maldades".
     -"Elas são mais fracas de espírito e corpo...As mulheres são, intelectualmente, como
       crianças...As mulheres têm memória mais fraca e é um vício natural nelas não serem
       disciplinadas mas obedecerem a seus próprios impulsos sem noção do que é apropriado".
     -"A mulher é uma mentirosa por natureza...Ela é uma inimiga insidiosa e secreta".
     -"Se uma mulher se atreve a curar sem ter estudado, ela é uma bruxa e deve morrer".
       (quando um homem curava, era pelo poder de Deus ou dos santos; quando uma mulher
       curava, era obra do diabo).
     -"Ninguém causa maior dano à fé católica do que as parteiras" (porque conheciam métodos
       de parto sem dor, o que contrariava o mandamento de Deus de que as mulheres deveriam
       dar à luz com dor; se não doesse, o diabo estava agindo).
     -"E convém observar que houve uma falha na formação da primeira mulher, por ter sido
       ela criada a partir de uma costela recurva, ou seja, uma costela do peito, cuja
       curvatura é, por assim dizer, contrária à retidão do homem. E como, em virtude dessa
       falha, a mulher é animal imperfeito, sempre decepciona e mente."

     O livro trazia instruções detalhadas sobre métodos de tortura para se obterem confissões,
     terminando as vítimas totalmente estraçalhadas (mas com o devido cuidado para que
     sobrevivessem para serem queimadas na fogueira, com a língua cortada para que não
     blasfemassem diante do povo). 
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