Ser Evangélico: Um Termo em Desgaste?

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Durante muito tempo os que demominavam sem religião ou que não é um frequentador assíduo de uma igreja se denominava Católico, até mesmo eu jovem nunca vi com uma obrigação grande ir para uma missa, minha avó me levava a centros espíritas seja de Kardecismo ou Umbanda.

Mas timidamente vinha crescendo o movimento gospel e a alcunha sou evangélico. E o termo Católico veio sendo desgastado devido a flexibilidade de algumas seitas cristãs oferecerem milagres como produto e cultos a qualquer horário. Além do próprio Televangelismo que reforçou o marketing das denominações. Então o termo viralizou como algo único, porém separado por denominações diversas. Descentralizando e generalizando todas as denominações não Católicas.

Porém o que os seus seguidores consideram bom trouxe um novo problema: a apropriação do termo evangélico como atestado de ética, assim como ser Católico era no passado. Todo mundo passou a usar o termo indiscriminadamente de uma hora pra outra, além do público não tão ligado a Igreja assim que se denominava católico no passado, passa a seguir, frequentar esporadicamente e consumir produtos dessa nova analogia.

E como disse o termo Evangélico e usado midiaticamente, seja nas rádios ou TV. Quando eu era obrigado a escutar rádio evangélica no meu antigo trabalho o locutor perguntava é evangélico? De que igreja/ denominação? Mesmo que fosse denominações não muito queridas como a Universal eram normalmente acolhidos e compartilhavam das mesma safra gospel de músicas. O novo Evangélico é um tudo que ao mesmo tempo não se define no todo, e sim algo que o indivíduo escolhe pra si e segue com afinco ou não. O importante é ser Evangélico mais que tudo.

Porém como eu disse, isso trouxe a esse termo aqueles que usam como atestado de ética, mesmo que erre com seu "irmão" e só eu ir pra igreja que Deus perdoa, ou mesmo tudo bem serei salvo se for com alguém "do mundo". Um pensamento bizarro que pude presenciar diversas vezes por aqui.


Na era do Orkut eram comuns os Cristão irem em comunidades Atéias e não Cristãs para atacarem e tentar evangelizar os seus frequentadores, pra mim aquela época foi o auge da saturação, mas isto vinha sentindo de fora também. Ainda mais sendo morador da Baixada Fluminense. Ser evangélico em 2004 até 2010 talvez foi o auge pela audácia desses ditos grupos na internet. Não vejo nada igual no Facebook hoje em dia, hoje vejo que a ideologia sobrepujou a argumentação evangélica, principalmente a esquerda. Não que isto tenha sido a melhor escolha.

O que aparenta que todo esse esforço evangélico teve algumas consequências:

A formação de uma bancada evangélica na política como uma certa influência que em certo ponto tende a ponderar ações da esquerda, mas ainda assim com ações de censura como o caso de proibição de obras com suposta profanação de símbolos religiosos e a lei do ensino religioso. Eles tentam fabianamente essa implementações, mas vejo que de longe eles poderiam implementar uma ditadura religioso no país devido ao que citei anteriormente: eles são descentralizados em doutrina, mas unidos em interesses. Não existe um Papa, uma autoridade força de linguagem única para todos. Porque R.R. Soares, Edir Macedo e Silas Malafaia querem ser o Papa de suas denominações e jamais abririam mão disso. Eu vejo como uma ameaça média diante a situação política atual.

Um aumento de fiéis, porém sem a qualidade dos mesmos até mesmo em denominações menores - os não praticantes, desigrejados duvidosos foram para esses lugares. Já ouvi relatos de um conhecido do trabalho Evangélico filho de pastor com as diversas barbaridades dos irmãos, como brigas por namoradas um dos músicos do templo que ele frequenta ter colocado foto nu no Whatsapp entre outras bizarrices, pode ser que eu esteja espantado somente agora e isso sempre ocorria em diversas denominações (não duvido do ser humano), mas com o meio "Evangélico" em evidência e toda propaganda em cima de uma ética em cima de seus fiéis a gente fica surpreso, é aquela: só falo do bonito que minha denominação tem, mas poucos falam desse outro lado, ainda mais se for de uma denominação de Televangelismo, e mesmo que o podre apareça há uma seletividade nesses casos.

Essa seletividade cria também correntes doutrinárias, com traficantes e bandidos Evangélicos como no caso do Rio de Janeiro. Acredito que isto tem correlação com ações de um pastor conhecido por aqui chamado de Marcos Pereira, também envolvido com o crime de abuso de fiéis e acusações de promover orgias, mas a seletividade abafa esses casos.

Conclusão: O termo sou evangélico fez com que houvesse uma descentralização religiosa que antes as religiões tentavam se atrelar ao Catolicismo como os Espíritas/Umbanda/Candomblé, mas ao mesmo tempo criou uma divisão das pessoas: nunca existiu tanta opção de religiões como hoje, talvez até existisse antes, mas a alcunha genérica "Sou Evangélico" acabou abraçando essas denominações menores e criando novas. Jogando tudo no mesmo saco, mesmo que elas sejam distintas. O que impede a criação uma geração de religiosos com senso crítico desenvolvido.
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Comentários

  • Crivella no Rio mudando nome de ruas das favelas para Rua da Unção, Rua da Bíblia etc.
    Plenário da Câmara de Vereadores transformado em local de culto.
    A TV Record, da IURD, abertamente fazendo propaganda do "ótimo governo" do Crivella.
    Traficantes crentes expulsando umbandistas da favela e destruindo centros espíritas e de umbanda.
    Cada vez mais políticos criando projetos obrigando à leitura da Bíblia nas escolas públicas ou porcaria assim.
  • editado November 2017
    Fernando_Silva escreveu: »
    Crivella no Rio mudando nome de ruas das favelas para Rua da Unção, Rua da Bíblia etc.
    Plenário da Câmara de Vereadores transformado em local de culto.
    A TV Record, da IURD, abertamente fazendo propaganda do "ótimo governo" do Crivella.
    Traficantes crentes expulsando umbandistas da favela e destruindo centros espíritas e de umbanda.
    Cada vez mais políticos criando projetos obrigando à leitura da Bíblia nas escolas públicas ou porcaria assim.


    Isso tudo acabei englobando nas consequências, eles estão aos poucos querendo espaço. Mas esse espaço entra em conflito com outros inevitavelmente. Aqui inauguraram uma praça da Bíblia com uma área para cultos que gerou treta por conta disto - a esposa do prefeito era evangélica e mandou construir esse espaço.
  • É modinha , vai passar . Ainda vão crescer por alguns tempos , mas vão perder muitos fiés também .
  • editado November 2017
    Vieram pra avacalhar o cristianismo. Quanto mais cedo forem embora melhor.
    Melhor que permanecam cristãos dentro de casa, em reuniões comunitárias mas não nesses picadeiros de Mecedos e Malafaias. Ou que virem católicos de novo.
  • Em 40 anos de vida não me lembro de católicos enchendo o saco de ninguém antes do crescimento dos evangélicos e seus cultos pra palhaço assistir.
    Depois deles aí sim tivemos desgraças como Padre Marcelo Rossi e Padre Fábio de Melo.
    Nesse caso a concorrência abaixou o nível das coisas.
  • editado November 2017
    Judas escreveu:

    Em 40 anos de vida não me lembro de católicos enchendo o saco de ninguém antes do crescimento dos evangélicos e seus cultos pra palhaço assistir.
    Depois deles aí sim tivemos desgraças como Padre Marcelo Rossi e Padre Fábio de Melo.
    Nesse caso a concorrência abaixou o nível das coisas.
    Catolicismo era uma coisa muito chata, sem emoção. As missas eram monótonas e intermináveis. O mundo era uma bosta e era preciso sofrer com paciência para merecer a recompensa na outra vida.

    Daí veio a gritaria dos pentecostais, o show de encostos baixando nos fiéis, pessoas "falando em línguas", cadeirantes curados em escala industrial e as certezas: "Você está ficando curado agora! Sua vida começou a melhorar agora!"

    Tudo de ruim que acontecia passou a ser culpa do Diabo, não do fiel, e a solução era simples: um exorcismo aos gritos no meio do culto.

    Diante da debandada dos católicos, o jeito foi apelar para o teatrinho e as palhaçadas dos crentes.
    Em vez da missa chata, agora temos gritaria, musiquinhas de quinta categoria tipo Xou da Xuxa com tudo mundo cantando e dançando, temos exorcismos, temos certezas.

    Em vez do padre anônimo que chegava no altar, rezava a missa e ia embora, agora temos shows anunciados por cartazes e faixas na frente da igreja: "Missa com o Padre Fulano!". Sem falar nos livros do Padre Fulano, o DVD, o show do rádio, a presença em programas de TV.

    Sem essa de rezar a vida toda e esperar pelo paraíso: a "vitória" era aqui e agora. Pagou, Deus tem que dar o milagre, a cura, o "livramento".

    E, para os radicais que estavam incomodados com a falta de rigor da ICAR e seus desvios para a esquerda, surgiram fundamentalistas como a Canção Nova ou os Arautos do Evangelho, além de um bando de babacas que empesteiam as redes sociais condenando tudo e todos: TV Globo, museus com pinturas de gente pelada, rejeição cega a tudo o que não seja radicalmente heterossexual e tradicional.
  • Podemos dizer que com essa onde de Evangélico pude notar que nas missas há um tentativa de maior aproximação com os fiéis, claro que ainda fica tudo muito centrado da falação do Padre. Mas antes era tudo um pouco mais distante.
  • Outra vantagem dos evangélicos é que eles vão até os fiéis, mesmo nos lugares mais pobres e remotos, onde não há igrejas católicas e, se houver, fica fechada e o padre só aparece raramente.

    Enquanto há escassez de padres devido à formação cara e demorada (e as restrições tipo celibato), qualquer semi-analfabeto pode se transformar em "apóstolo", "bispo", "missionário" ou "pastor" e abrir uma igrejeca improvisada de fundo de quintal.

    Além disto, os evangélicos formam uma comunidade que acolhe os que "aceitaram a Jesus", fazendo-os se sentir benvindos. Lembro que uma ex-católica disse que perdeu o marido, mas ninguém veio lhe dar os pêsames na igreja. Um dia, ela entrou numa igreja de crentes e se sentiu acolhida, com todos preocupados com seu sofrimento, daí ela mudou para lá. Ou seja, dane-se a doutrina, o pessoal escolhe com base em interesses pessoais, não em certo x errado.
  • editado November 2017
    O termo evangélico perdeu o significado.
    Desdobramento inevitável da Sola Scriptura pela qual qualquer Zé Mané, maluco ou vigarista com uma Bíblia na mão pode se dizer cheio do Espírito Santo, fundar uma igreja e chamá-la evangélica.
    Como resultado temos dezenas de milhares de denominações, milhares destas com meia dúzia de gatos pingados como participantes, o que gera uma concorrência atroz na qual vale tudo para conquistar a meia dúzia de gatos pingados da igreja evangélica em frente.

    Atualmente a disputa por fiéis não é entre Igreja Católica e evangélicas.
    É das evangélicas entre si.

    Inevitável que neste ambiente de luta pela sobrevivência o marketing substitua o evangelismo na definição das estratégias de cada igreja para se destacar junto ao povão e todo mundo sabe que para se destacar junto ao povão a resposta é monte um circo.
    E foi isto que os evangélicos viraram.
  • Cansados de Igreja: Desgaste do Corpocansados+de+igreja.jpg  Mauricio Zágari CRISTIANISMO HOJE  A Igreja Evangélica brasileira está cansada. E é um cansaço que vem provocando mudanças fortes de paradigmas com relação aos modelos eclesiásticos tradicionais. Ele afeta milhões de pessoas que se cansaram de promessas que não se cumprem, práticas bizarras impostas de cima para baixo, estruturas hierárquicas que julgam imperfeitas ou do mau exemplo e do desamor de líderes ou outros membros de suas congregações. Dessa exaustão brotou um movimento que a cada dia se torna maior e mais visível: o de cristãos que abandonam o convívio das igrejas locais e decidem exercer sua religiosidade em modelos alternativos – ou, então, simplesmente rejeitam qualquer estrutura congregacional e passam a viver um relacionamento solitário com Deus. O termo ainda não existe no vernáculo, mas eles bem que poderiam ser chamados de desigrejados. No cerne desse fenômeno está um sentimento-chave: decepção. Em geral, aqueles que abandonam os formatos tradicionais ou que se exilam da convivência eclesiástica tomam tal decisão movidos por um sentimento de decepção com algo ou alguém. Muitos se protegem atrás da segurança dos computadores, em relacionamentos virtuais com sacerdotes, conselheiros ou simples irmãos na fé que se tornam companheiros de jornada. Há ainda os que se decepcionam com o modelo institucional e o abandonam não por razões pessoais, mas ideológicas. Outros fogem de estruturas hierárquicas que promovam a submissão a autoridades e buscam relações descentralizadas, realizando cultos em casa ou em espaços alternativos. A percepção de que as decepções estão no coração do problema levou o professor e pastor Paulo Romeiro a escrever Decepcionados com a graça (Mundo Cristão), livro onde avalia algumas causas desse êxodo. Embora tenha usado como objeto de estudo uma denominação específica – a Igreja Internacional da Graça de Deus –, a avaliação abrange um momento delicado de todo o segmento evangélico. Para ele, o epicentro está na forma de agir das igrejas, sobretudo as neopentecostais. “A linguagem dessas igrejas é dirigida pelo marketing, que sabe que cliente satisfeito volta. Por isso, muitas estão regendo suas práticas pelo mercado e buscam satisfazer o cliente”. Romeiro, que é docente de pós-graduação no Programa de Ciências da Religião da Universidade Mackenzie e pastor da Igreja Cristã da Trindade, em São Paulo, observa que essas igrejas não apresentam projetos de longo prazo. “Não se trata da morte, não se fala em escatologia; o negócio é aqui e agora, é o imediatismo”. Segundo o estudioso, a membresia dessas comunidades é, em grande parte, formada por gente desesperada, que busca ajuda rápida para situações urgentes – uma doença, o desemprego, o filho drogado. “O problema é que essa busca gera uma multidão de desiludidos, pessoas que fizeram o sacrifício proposto pela igreja mas viram que nada do prometido lhes aconteceu.” Alderi.jpgAlderi diz que pessoas se afastam da igreja, entre outros fatores, pela falta de acolhimento, centralização da liderança e frustação com doutrinas. Se a mentalidade de clientela provocou um efeito colateral severo, a ética de mercado faz com que os fiéis passem a rejeitar vínculos fortes com uma única igreja local, como aponta tese acadêmica elaborada por Ricardo Bitun. Pastor da Igreja Manaim e doutor em sociologia, ele usa um termo para designar esse tipo de religioso: é o mochileiro da fé. “Percebemos pelas nossas pesquisas que muitas igrejas possuem um corpo de fiéis flutuantes. Eles estão sempre de passagem; são errantes, andam de um lugar para outro em busca das melhores opções”, explica. Essa multiplicação das ofertas religiosas teria provocado um esvaziamento do senso de pertencimento, com a formação de laços cada vez mais temporários e frágeis – ao contrário do que normalmente ocorria até um passado recente, quando era comum que as famílias permanecessem ligadas a uma instituição religiosa por gerações. Danilo+mais+de+200k2.jpgDanilo diz que cada vez mais pessoas recorrem a internet para expressar a sua espiritualidade  Para Bitun, a origem desse comportamento é a falta de um compromisso mútuo, tanto do fiel para com a denominação e seus credos quanto dessa denominação para com o fiel. O descompromisso nas relações, um traço de nosso tempo, impede que raízes de compromisso – não só com a igreja, mas também em relação a Deus – sejam firmadas. “Enquanto está numa determinada igreja, o indivíduo atua intensamente; porém, não tendo mais nada que lhes interesse ali, rapidamente se desloca para outra, sem qualquer constrangimento, em busca de uma nova aventura da fé”, constata.  Modelo desgastado – O desprestígio do modelo tradicional de igreja, aquele onde há uma liderança com legitimidade espiritual perante os membros, numa relação hierárquica, já não satisfaz uma parcela cada vez maior de crentes. “As decepções ocorrem tanto por causa de líderes quanto de outros crentes”, aponta o pastor Valdemar Figueiredo Filho, da Igreja Batista Central em Niterói (RJ). Para ele, um fator-chave que provoca a multiplicação dos desigrejados é a frustração em relação a práticas e doutrinas. “Nesses casos, geralmentequem se decepciona é quem se envolve muito, quem participa ativamente da vida em igreja”. Com formação sociológica, o religioso diz que o fenômeno não se restringe à esfera religiosa, já que todo tipo de tradição tem sido questionada pela sociedade. “Há uma tendência ampla de se confrontar as instituições de modo geral”, diz Valdemar, que é autor do livro Liturgia da espiritualidade popular evangélica (Publit). Bitun.pngBitun aponta a crise na idéia de compromisso: "mochileiros da fé"  O jovem Pércio Faria Rios, de 18 anos, parece sintetizar esse tipo de sentimento em sua fala. Criado numa igreja tradicional – ele é descendente de uma linhagem de crentes batistas –, Pércio hoje só freqüenta cultos esporadicamente. “Sinto-me muito melhor do lado de fora”, admite. “Estou cansado da igreja e da religião”. A exemplo da maioria das pessoas que pensam como ele, o rapaz não abriu mão da fé em Jesus – apenas não quer estar ligado ao que chama de “igreja com i minúsculo”, a institucional, que considera morta. “Reconheço o senhorio de Cristo sobre a minha vida e sou dependente da sua graça”, afirma. E qual seria a Igreja com i maiúsculo, em sua opinião? “O Corpo de Cristo, que continua viva, e bem viva, no coração de cada cristão.” Boa parte dos desigrejados encontra no território livre da internet o espaço ideal para exposição de seus pontos de vista. É o caso de uma mulher de 42 anos que vive em Cotia (SP) e assina suas mensagens e posts com o inusitado pseudônimo de Loba Muito Cruel. À reportagem de CRISTIANISMO HOJE, ela garante que é uma ovelha de Jesus, mas conta que durante muito tempo foi incompreendida e rejeitada pela igreja. “Desde os nove anos, estive dentro de uma denominação cheia de dogmas e regras rígidas, acusadora e extremamente castradora”. Na juventude, afastou-se do Evangelho, mas o pior, diz ela, veio depois. “Retornei ao convívio dos irmãos tatuada e cheia de vícios, e ao invés de ser acolhida, não senti receptividade alguma por parte da igreja, o que acabou me afastando mais ainda dela. Percebi o quanto os crentes discriminam as pessoas”, queixa-se. Loba conta que, a partir dali, começou uma peregrinação por várias igrejas. Não sentiu-se bem em nenhuma. “Percebi que nenhum dos líderes vivia o que pregava. Isso foi um balde de água fria na minha fé”, relata. Hoje, ela prefere uma expressão de fé mais informal, e considera possível tanto a vida cristã como o engajamento no Reino de Deus fora da igreja – “Desde que haja comunhão com outros irmãos de fé, que se reúnam em oração e para compartilhar a Palavra, evangelizar e atuar na comunidade”, enumera. romeiro.pngPara Romeiro o fenômeno é prejudicial: "Somos corpo. Nunca vi ovelhas andando sozinhas".  Igreja virtual – Gente comoPércio e Loba compartilham algo em comum, além da busca por uma espiritualidade em moldes heterodoxos: são ativos no ambiente virtual, seja por meio de blogs ou através de ferramentas como o twitter e outras redes sociais. É cada vez maior a afluência de pessoas das mais diversas origens denominacionais à internet, em busca de comunhão, instrução e edificação. O pastor Leonardo Gonçalves lidera a Iglesia Bautista Misionera em Piura, no Peru. Mestre em teologia, edita o blog Púlpito cristão. “Quando comecei esse trabalho, passei a conhecer muitas pessoas que estavam insatisfeitas com os rumos que o evangelicalismo brasileiro estava tomando”, revela. “Neste processo, alguns começaram a ver o blog como uma alternativa à Igreja, ou até mesmo como uma igreja virtual”. Leonardo lida com esse tipo de público diariamente no blog. “Geralmente, são pessoas extremamente ressentidas. Consideram-se vítimas de líderes abusivos e autoritários e relatam que tiveram sua autonomia violada e a identidade quase banida em nome de uma mentalidade de rebanho que não refletia os ideais de Cristo.” Outro que considera natural essa migração em busca de uma comunhão cristã que prescinde da igreja tradicional é o marqueteiro e teólogo presbiteriano Danilo Fernandes, editor do blog e da newsletter Genizah Virtual. Voltado à apologética, seu trabalho tem causado polêmicas e enfrentado resistências, inclusive de líderes eclesiásticos. “Pessoas cansadas de suas igrejas estão buscando pregadores com boas palavras, o que as leva à internet”. Para ele, buscar comunhão virtual em chats e outras mídias sociais é uma tendência. “A massa está desconfiada por traumas do passado; é gente machucada, marcada, ferida, gente que viu seus ídolos caírem”, conclui. Ele mesmo tem atendido diversas pessoas que o procuram para desabafar ou pedir conselhos. Um resultado dessa busca por comunhão no ambiente virtual é o surgimento de grupos como o Clube das Mulheres Autênticas (CMA). Nascido de uma brincadeira entre mulheres cristãs que se conhecem apenas virtualmente, o grupo tem como lema “Liberdade de ser quem realmente se é”. A bacharel em direito Roberta Oliveira Lima, de 31 anos, é uma das integrantes. Ex-membro da Igreja Batista da Lagoinha, em Belo Horizonte (MG), ela afastou-se de muitas das práticas ensinadas no modelo congregacional e se diz em busca de uma igreja “sem excessos”. Ela se define como “uma pessoa desigrejada, mas não desviada dos princípios do Evangelho”. Segundo Roberta, o CMA supre carências que a igreja local já não preenchia mais. “Nosso espaço tem sido um local de refúgio, acolhimento e alegrias”, relata. Ela garante que, até o momento, o grupo não sentiu falta de uma figura sacerdotal. “Aquilo que nos propomos a buscar não requer tal figura”, alega. “Pelo contrário, temos entre nós alguns feridos da religião e abusados por figuras sacerdotais clássicas. O nosso objetivo maior é compartilhar a vida e o Evangelho que permeia todos os centímetros de nossa existência”, descreve, ressaltando que, para isso, não é necessário adotar uma postura proselitista. “Mas nosso objetivo jamais será o de substituir a igreja local”, enfatiza.  “Galho seco” – “Falta de acolhimento pela comunidade, o desgaste provocado pelo estilo centralizador e carismático de liderança e frustração com as ênfases doutrinárias contribuem para esse fenômeno”, concorda o pastor Alderi Matos, professor de teologia histórica no Centro Presbiteriano de Pós-Graduação Andrew Jumper, em São Paulo. Mas ele destaca outro fator que empurra as pessoas pela porta de saída dos templos: “É quando uma igreja e seus líderes se envolvem em escândalos morais e outros”. A paraibana C., de 37 anos, é um exemplo de gente que fez esse penoso percurso. Ela relata uma história de abusos e falta de princípios bíblicos na congregação presbiteriana de que foi membro por mais de quinze anos, culminando com um caso de violência doméstica de que foi vítima – sendo que o agressor, seu marido, era pastor. “Havia perdido completamente a alegria de viver, ao me deparar com uma realidade bem distante daquela que o Evangelho propõe como projeto para a vida”. C. fala que conviveu em um ambiente religioso adoecido pela ausência do amor de Cristo entre as pessoas: “Contendas sem fim, maledicência impiedosa e muitos litígios entre pessoas que se diziam irmãs”. Este ano, C. pediu o divórcio do marido e tem frequentado um grupo alternativo de cristãos. “Rompi com a religião. Hoje, liberta disso, tudo o que eu desejo é Jesus, é viver em leveza e simplicidade a alegria das boas novas do Evangelho”. Ela explica que, nesse grupo, encontrou pessoas que vivenciaram experiências igualmente traumáticas com a religião e chegaram com muitas dores de alma, precisando ser acolhidas e amadas. “Temos nos ajudado e temos sido restaurados pouco a pouco. No âmbito do grupo, um ambiente de confiança foi formado, de modo que compartilhar é algo que acontece naturalmente e com segurança.” “As pessoas anseiam por ver integridade na liderança. Quando o discurso não casa com a prática, o indivíduo reconhece a hipocrisia e se afasta”, avalia o bispo primaz da Aliança das Igrejas Cristãs Nova Vida (ICNV), Walter McAlister. Para ele, se os modelos falidos de igrejas que não buscam o senso de comunhão e discipulado – como os que denuncia em seu livro O fim de uma era (Anno Domini) – não mudarem, o êxodo dos decepcionados vai aumentar. Apesar de compreender os motivos que levam as pessoas a abandonarem a experiência congregacional, o bispo é enfático: “Nossa identidade cristã depende da coletividade e, portanto, de um compromisso com uma família de fé. Sem isso, a pessoa não cresce nas virtudes cristãs e deixa de viver verdadeiramente a sua fé. Como um galho solto, seca e morre”. “O fenômeno dos desigrejados é péssimo. Somos um corpo, nunca vi orelhas andando sozinhas por ai”, diz Paulo Romeiro. O pastor Alderi, que também é historiador, recorre à tradição cristã para defender a importância da igreja na vida cristã. “Da maneira como a fé cristã é descrita no Novo Testamento, ela apresenta uma feição essencialmente coletiva, comunitária. A lealdade denominacional é importante para os indivíduos e para as igrejas. Quem não tem laços firmes com um grupo de irmãos provavelmente também terá a mesma dificuldade em relação a Deus”, sentencia.  Sinais do Reino – Dentro dessa linha de pensamento, é possível até mesmo encontrar quem fez uma jornada às avessas, ou seja, da informalidade religiosa para o pertencimento denominacional. Responsável pelo blog Lion of Zion, Marco Antonio da Silva, de 31 anos, é membro da Comunidade da Aliança, ligada à Igreja Presbiteriana do Brasil, em Recife (PE). Ele afirma que redescobriu sua fé na igreja institucional. “Para alguns militantes virtuais mais radicais, isso seria uma heresia, mas tenho uma família com necessidades que uma igreja local pode suprir – e a congregação da qual faço parte supre essa lacuna muito bem”, afirma. “Existe desgaste, autoritarismo e inoperância em todos os lugares onde o homem está”, reconhece o pastor e missionário Nelson Bomilcar. Ele prepara um livro sobre o tema, baseado nas próprias observações do segmento evangélico a partir de suas andanças pelo país. “Podemos ficar cansados e desencorajados, mas temos que perseverar e continuar amando e servindo a Igreja pela qual Jesus morreu e ressuscitou”. Como músico e integrante do Instituto Ser Adorador, Bomilcar constantemente percorre congregações das mais variadas confissões denominacionais – além de ser ligado a seis igrejas locais, ele congrega na Igreja Batista da Água Branca, em São Paulo. “Continuo acreditando na Igreja do Senhor. Estou na Igreja porque fui colocado nela pelo Espírito Santo. É possível viver o Evangelho na comunidade, apesar de todas as suas ambiguidades, para balizarmos aqui e ali sinais do Reino de Deus. Tenho sido testemunha disso”.   Genizah agradece a menção e acrescenta:  Parafraseando um filme recente, igreja é como a Arca de Noé, pode ser bagunçada, ter uns membros perigosos ou desegradáveis e até cheirar mal, mas é o melhor lugar para se estar em caso de dilúvio. Mesmo reconhecendo que muitos tem procurado a internet para exercer sua espiritualidade, não somente para comunhão virtual ou fonte de conhecimento e informação especializada, formando um exército de "desigrejados" por diversas razões, cremos na Igreja - a comunidade - como o local fundamental para estarmos com nossos irmãos, crescermos em conhecimento, etc. 

    Isto sem falar que é o formato que foi entregue aos primeiros irmãos pelo Pai para estarmos juntos e cumprirmos com as ordenanças que recebemos. Entendo ainda, e respeito as razões dos que escolheram outros formatos, contudo, não vejo validade se o formato de comunhão  alternativo adotado não implica comunhão pessoal, discipulado e liderança preparada, aprovada e supervisionada, garantindo manutenção da sã doutrina.

    http://www.genizahvirtual.com/2010/12/cansados-de-igreja-desgaste-do-corpo.html?m=0
  • editado November 2017
    Bom, a 15 anos mais ou menos estou afastado do meio evangélico.Mas posso opinar com alguns argumentos a cerca do futuro dos evangélicos.A doutrina da prosperidade tem sim embasamento bíblico.Tem como ser desmarcada dentro da própria bíblia pois ela (a Bíblia) é contraditória, mas o Antigo Testamento e a Prosperidade dos EUA e outras nações evangélicas, apoiam esta doutrina. Falando principalmente dos EUA eles foram colonizados por pessoas que buscavam a terra que emana leite e mel  (Dn 26:9) . Ninguém há de contestar a prosperidade Americana. O problema se dá com outras passagens como a de Lázaro, e os sofrimentos escritos por Paulo Filipenses 4.
    Daí haverá uma escolha e é claro que será a da prosperidade, até que a realidade da vida aponte o crente o contrário(ou não)  e ele decidirá o que parecer melhor para seguir o seu destino.

     
  • Acho positivo essa promoção de não medo de ser bem sucedido por uma religião, mas a pessoa tem que entender que não é um passe de mágica como algumas denominações passam, principalmente aquelas que usam e abusam do meio televisivo.
  • A doutrina da prosperidade tem sim embasamento bíblico.Tem como ser desmarcada dentro da própria bíblia pois ela (a Bíblia) é contraditória, mas o Antigo Testamento e a Prosperidade dos EUA e outras nações evangélicas, apoiam esta doutrina.
    A chamada "ética calvinista" defende que já nascemos predestinados ao céu ou ao inferno e não há nada que possamos fazer para mudar isto.

    Uma das consequências é que, em sociedades como a dos EUA, as pessoas podem enriquecer sem culpa.
    Deus quis assim, é um dos sinais de que eles são um dos poucos escolhidos para ir para o céu.

    Já em sociedades católicas, prevalece a ideia de que é difícil para os ricos entrar no céu e que a pobreza é uma virtude.
     
  • Dessa exaustão brotou um movimento que a cada dia se torna maior e mais visível: o de cristãos que abandonam o convívio das igrejas locais e decidem exercer sua religiosidade em modelos alternativos – ou, então, simplesmente rejeitam qualquer estrutura congregacional e passam a viver um relacionamento solitário com Deus. O termo ainda não existe no vernáculo, mas eles bem que poderiam ser chamados de desigrejados.
    São os "crentes sem denominação". Mesmo assim, mesmo dizendo que "eu não tenho religião, sigo a Jesus e à Bíblia", muitos deles frequentam alguma igreja.
     
  • Prefeito da IURD transforma obra social em "atendimento espiritual"
    Escola municipal do Rio é usada para evento da Universal: 'Atendimento espiritual'

    Escola ou igreja?

    A Escola Municipal Joaquim Abilio Borges, ao lado da Cobal do Humaitá, na Zona Sul do Rio, recebeu, ontem, o evento “Grande ação social”, promovido pela... Universal, a igreja da qual é bispo o prefeito Crivella.
    img_2144.jpg
    Oferecia, além de serviços como salão de beleza e higiene bucal, “atendimento espiritual”.
    http://blogs.oglobo.globo.com/ancelmo/post/escola-municipal-do-rio-e-usada-para-evento-da-universal-atendimento-espiritual.html
  • O pessoal da IURD tá tendo que dar os serviços espirituais deles de graça agora, mas o engraçado que o foco deles tem mudado a grande aposta deles é o casal Renato e Cristiane cardoso e seu Love School e Casamento Blindado.

    Vejo que eles tem diversificado suas ações:

  • Fernando_Silva disse:
    A doutrina da prosperidade tem sim embasamento bíblico.Tem como ser desmarcada dentro da própria bíblia pois ela (a Bíblia) é contraditória, mas o Antigo Testamento e a Prosperidade dos EUA e outras nações evangélicas, apoiam esta doutrina.
    A chamada "ética calvinista" defende que já nascemos predestinados ao céu ou ao inferno e não há nada que possamos fazer para mudar isto.

    Uma das consequências é que, em sociedades como a dos EUA, as pessoas podem enriquecer sem culpa.
    Deus quis assim, é um dos sinais de que eles são um dos poucos escolhidos para ir para o céu.

    Já em sociedades católicas, prevalece a ideia de que é difícil para os ricos entrar no céu e que a pobreza é uma virtude.
     

    CORRETO .
  • Vejo que eles tem diversificado suas ações:

    Não muito mais que a vidente, médium ou cartomante que promete soluções para vida amorosa, financeira e familiar.
    É o tripé óbvio de quem quer explorar as inseguranças alheias.
  • Acauan escreveu: »
    Vejo que eles tem diversificado suas ações:

    Não muito mais que a vidente, médium ou cartomante que promete soluções para vida amorosa, financeira e familiar.
    É o tripé óbvio de quem quer explorar as inseguranças alheias.

    Um conhecido fez um trabalho acadêmico sobre isso: essa nova visão que a IURD tem tanto que ela quer se afastar desse "circo" que ficaram os cultos dessas Igrejas usando terminologias e métodos mais Gourmet, mas ainda mantendo timidamente o espetáculo popular.
  • - As igrejocas todas seguem o roteiro padrão da IURD, um culto de prosperidade, um de desencapetamento, outro de solteiros/as e o culto dominical com campanhas eventuais pra arrecadação mais pesada.

    Abraços,
  • UMA COISA QUE ESQUECI DE FALAR É DOS EVANGÉLICOS  DA MACUMBA .
    ESSES NÃO SEI ATÉ ONDE VÃO .
    ALGUNS ESTUDOS JÁ AṔONTAM TAMBÉM UM REFLUXO . OS CATÓLICOS CARISMÁTICOS
    RECEBEM ESS PESSOAL .
  • Do boteco teológico:

    Capitulo 10 – Reformem a igreja de hoje!

    Depois de listar todos os itens importantes da reforma protestante, a dúvida que nos resta é: Precisamos de uma reforma nos dias de hoje? A resposta é clara: Sim. Porém, é tecnicamente impossível e vou lhes dar vários motivos para essa afirmação.

    Durante a reforma protestante o objetivo de Lutero era consertar os erros da igreja católica e mantê-la estável com novos dogmas, a consequência foi inesperada porque a igreja católica não cedeu e acabou por gerar, a partir de Lutero, uma nova religião, a que denominamos de protestante nas suas mais congruentes vertentes. Hoje em dia “criar” uma religião é fácil, não há oposição e não um único líder a ser combatido; e sim vários líderes heréticos e tão poderosos quanto o papa Leão X, na época de Lutero.

    O problema é: o combate não é mais a uma só vertente, e sim a inúmeras que existem, todas ramificadas e geradas através do pentecostalismo, querendo a gente ou não, a heresia pentecostal foi a porta de entrada para as maiores heresias e blasfêmias de toda a história do cristianismo, nunca na história se viu tanta bobagem ser pregada desde a criação do Pentecostalismo. Se há um câncer hoje, esse certamente é o pentecostalismo. Porque eu não digo que é o neopentecostalismo? Porque não há nada de novo, tudo é igual, tudo é antibíblico e “farinha do mesmo saco”. Eu não vejo diferença entre “o dono” da Assembleia de Deus e o domínio do Papa Francisco sobre a igreja católica. Essa “tara” que certos reformados têm em defender o dito “pentecostalismo clássico” é simplesmente ridícula.

    A justificativa para defender o Pentecostalismo é que “não se pode ignorar o trabalho de evangelização dos pentecostais”. Certo, no sec. XVI o catolicismo também evangelizava, fazia missões, pregava o evangelho segundo eles mesmos e NEM POR ISSO, deixou de ser combatido por Lutero e pelos reformadores. Em toda essa “evangelização” feita pelos pentecostais só gerou o caos religioso que temos hoje, devido ao fato de que o pentecostalismo de 50 anos atrás, de 80 anos atrás iniciou essa porcaria que somos obrigados a ver hoje em dia, tem um monte de reformado tapado que acha que “obra” tem a haver com verdade pregada, se for assim temos que dar um Nobel de evangelismo aos “testemunhas de Jeová” que batem na nossa porta rigorosamente todos os domingos.


    Ou seja, hoje precisaríamos não de uma reforma, mas de acabar de vez com a era do pentecostalismo, mas infelizmente eles se reproduzem mais rápido que bactéria em metástase, tanto que no Brasil 14 mil igrejas evangélicas são criadas por ano, garanto que 99% são igrejas neopentecostais de esquina de rua que pregam um evangelho de reteté e emocionalismo, de onde veio isso? Da mãe “mór” do problema do Brasil, um problema chamado: Assembleia de Deus que com seu sistema de franquia que deu certo no mundo todo, tem cidade que é mais fácil não ter hospital do que não ter uma assembleia de Deus, essas pequenas congregações surgem a partir de congregações maiores que não fizeram seu trabalho total de alienação na mente do camarada, ele vai lá discorda da igreja e monta a sua própria nem que seja para ganhar dinheiro as custas dos “fieis”.

    Então, fazer uma reforma hoje é tecnicamente inviável, primeiro que temos “Krakens e Ragnaroks” para combater, grandes líderes que estão na TV, na mídia, na Internet pregando dia após dia coisas que até mencionar é nojento. Todo dia nasce uma vertente nova, uma nova interpretação da Bíblia, um curso de teologia fajuto, todo dia tem um herege diferente querendo ganhar dinheiro.

    O problema não pode ser resolvido porque temos inúmeros reformados babões que ficam pagando pau pra o “Old Pentecostalismo” e um monte de gente sem a atitude de mudar, precisamos de mais uns 1000 Paulo Júnior, uns 1000 Paul Washer, uns 1000 John Piper para tentar iniciar uma reforma, se todos os protestantes reais tivessem no coração o que Calvino tinha que era a inspiração divina para escrever, para falar, para pregar, para usar a internet para combater as heresias aí sim seria possível, mas isso é tão utópico quanto o socialismo e pode nunca dar certo também, igual ao socialismo.

    Uma boa solução seria uma intervenção da justiça nas igrejas, colocar imposto em cima desses caras, retirar a isenção fiscal e principalmente investigar os grandes líderes religiosos: Malafaia, Edir, Samuel Ferreira, Valdomiro, Estevam Hernandes e tantas outras lideranças que alienam e extorquem as pessoas em nome de Jesus.

    O Pentecostalismo é a nova igreja católica, através do movimento pentecostal e suas ramificações foram criados novos deuses e santos para serem adorados como o próprio movimento, a ideia da “carismática” da busca pelos dons espirituais que já cessaram, através do movimento vieram os “artistas” gospel que com seu sucesso levam consigo multidões de pessoas vazias que dizem adorar a Deus através de canções com letras que nada tem a ver com o evangelho. O Pentecostalismo liberou um demônio que a gente pode chamar até de “bezerro de ouro”, chamado Teologia da prosperidade, da mesma maneira veio através dela à venda das novas indulgências, hoje temos mais do que lascas de madeira da cruz de Cristo, temos até “tijolinho ungido”, ou seja, Maria? João? José? Para que tratá-los como santos se podemos “canonizar” líderes e fazer deles a “boca de Deus” aqui na terra.

    Reviveram o achismo, reviveram a falta de estudo, transformaram o povo em bobos apaixonados. Estudar a Bíblia? Para quê se você pode passar horas rodando no manto e ganhando “experiências sobrenaturais”. Sendo assim, o que temos hoje é um caos religioso, é gente pregando o que quer em todo canto sem que haja controle, e a gente só e dá conta que esses caras trabalham 24h para alienar as pessoas das piores maneiras possíveis, quando se é como eu que era um aspirante a Feliciano que andava nos mais variados púlpitos pregando todas as heresias possíveis.

    A reforma como que aconteceu na época de Lutero nasceu pela leitura da palavra, nos dias de hoje isso também tem que começar do mesmo ponto de partida, quanto mais a gente ler, quanto mais a gente tomar as universidades, as nossas congregações, devemos encher esses locais de verdades bíblicas, temos que terminar de cortar o véu que Cristo cortou e que os religiosos insistem em tentar costurar, temos que acabar coma juidaização do cristianismo, com essa baboseira de que o que aconteceu com o profeta X ou Y vai acontecer na sua vida e não vai e entre tantos outros pontos que a gente teria que abordar.

    Hoje para que fosse feita uma reforma não seria mais 95 teses e sim umas 5 mil teses pra combater todas as heresias, mas que eu tenho certeza que você não iria ler. Entretanto seria bem legal passar na porta das grandes congregações e pregar alguns cartazes na frente, já pensou que louco que seria?

    http://botecoteologico.com.br/2018/01/11/reforma500-a-historia-da-reforma-protestante-especial-todos-os-capitulos/
  • Supostamente, a revelação do Espírito Santo é individual para cada um, portanto pode  haver um milhão de seitas diferentes. Acontece que esses "iluminados" não conhecem nada de teologia e da Bíblia. Decoram alguns trechos grandiloquentes para impressionar os pobres de espírito, aprendem técnicas de oratória e manipulação de massas e pronto. Já podem abrir uma "igreja".
  • Um termo que eu ando vendo muito por aí: "manto".
    "Estar no manto", "Entrar no manto", "Rodar (ou girar) no manto" etc.

    Outro:  "reteté", significando os gritos, rodopios, espasmos e convulsões de quem estaria recebendo o exu, digo, o Espírito Santo. Segundo alguns, se não houve "reteté", não aconteceu.
  • editado January 2018
    Houve outras tentativas de reformar a Igreja antes de Lutero (Jan Hus, Peter Waldo, John Wycliffe etc.), mas só ele teve sucesso, embora seus predecessores tenham, de certa forma, preparado o terreno.

    São Francisco também foi, à sua moda, um reformador e até defendia algumas das teses dos outros, como o desapego aos bens materiais, mas, ao contrário dos outros, acabou sendo aceito pela ICAR.
  • E os franciscanos e dominicanos forneciam o maior contingente de inquisidores para trabalharem na muito santificada Santa Inquisição...

    E ainda hoje, os bandidos para ficarem bem na fita, viram evangélicos e passam o tempo todo na cadeia contando hinos das suas igrejas...
  • Fernando_Silva disse: Houve outras tentativas de reformar a Igreja antes de Lutero (Jan Hus, Peter Waldo, John Wycliffe etc.), mas só ele teve sucesso, embora seus predecessores tenham, de certa forma, preparado o terreno.

    A Reforma Luterana só foi bem sucedida por apelar aos interesses dos príncipes alemães.
    O mesmo na Inglaterra de Henrique VIII.
     
  • Acauan disse:
    Fernando_Silva disse: Houve outras tentativas de reformar a Igreja antes de Lutero (Jan Hus, Peter Waldo, John Wycliffe etc.), mas só ele teve sucesso, embora seus predecessores tenham, de certa forma, preparado o terreno.

    A Reforma Luterana só foi bem sucedida por apelar aos interesses dos príncipes alemães.
    O mesmo na Inglaterra de Henrique VIII.
     

    Perfeito.
  • O Evangelismo neopentecostal é igual elemento radiativo, se desintegra seguindo a dinâmica física da meia vida.
     
  • Acauan disse:
    A Reforma Luterana só foi bem sucedida por apelar aos interesses dos príncipes alemães.
    E levou à Guerra dos 30 anos porque metade dos príncipes eleitores (três) virou luterana e os outros três continuaram católicos. O desempate (da eleição do próximo imperador) seria dado pelo rei da Boêmia, católico, que foi derrubado num golpe e desestabilizou uma situação que já estava tensa, ainda mais com a chegada dos calvinistas.
     
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