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ESTUDANTES FEDERAIS TÊM DESEMPENHO COREANO EM CIÊNCIAS, MAS MEC IGNORA
Helena Borges
8 de Dezembro de 2016, 8h00ALGUÉM ESTÁ PRECISANDO de aulas de matemática – e não estamos falando dos alunos da rede de ensino federal. Depois de “equivocadamente” deixar os institutos federais de fora da divulgação de resultados do Enem, agora, o Ministério da Educação minimiza o bom desempenho das escolas públicas federais em outra avaliação: o Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (Pisa), da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), em que o Brasil ficou em 63º lugar entre 72 países.O exame avalia jovens de 15 anos, independentemente do ano escolar em que se encontrem, e compara a qualidade de ensino em diferentes países em três áreas: Ciência, Leitura e Matemática. A nota reúne os resultados de escolas públicas e particulares. Assim como em outros anos, o Brasil ficou abaixo da média internacional. Em meio ao lamentável resultado, no entanto, escolas federais obtiveram ótimos índices. O ministro da Educação, Mendonça Filho. (Elza Fiuza/Agência Brasil) Elza Fiuza/Agência Brasil
Se a rede federal de ensino fosse um país, em ciências — a matéria escolhida como foco da análise desta edição — o “país das federais” ficaria em 11º lugar no ranking internacional, um ponto acima da tida como exemplar Coreia do Sul, que teve uma média de 516 pontos. Apesar disso, o ministro Mendonça Filho (Educação) só conseguiu discursar sobre o “fracasso retumbante” da educação brasileira, passando ao largo — pela segunda vez — dos bons índices apresentados pelas federais. O mesmo não se pode falar da rede particular de ensino, que ficou abaixo da média da OCDE. Escolas particulares obtiveram 487 pontos em Ciências, enquanto a média da OCDE, índice usado como nota de corte da avaliação, foi de 493. Porém, para o INEP, “o desempenho da rede federal supera a média nacional, embora não seja estatisticamente diferente do desempenho médio dos estudantes da rede particular.”Versões similares dessa mesma frase precisaram ser repetidas três vezes no relatório que o Ministério da Educação fez sobre as redes de ensino. É que, em todas as três matérias avaliadas, a rede federal ficou bem acima da média das particulares e, ou se manteve pareada, ou superou a média dos países desenvolvidos. No ranking, a diferença que o Inep considerou “estatisticamente irrelevante” significaria uma distância de dez posições entre particulares e federais.“Nos colégios federais, como os militares, de aplicação, antigas Cefets e o Colégio Pedro II (no Rio de Janeiro), os professores são mais valorizados. Lá, eles são tratados de forma parecida a professores de faculdade e isso se reflete nos resultados”, explica César Camacho, ex-diretor do Instituto de Matemática Pura e Aplicada (IMPA) e principal nome por trás da Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas.A valorização da carreira dos profissionais de ensino é também apontada como uma razão para o bom desempenho dos alunos pelo presidente do Conselho Nacional das Instituições da Rede Federal (Conif) Marcelo Bender Machado: “Temos um plano de carreira para os professores, mais da metade deles têm mestrado e mais de 25% têm doutorado. Incentivamos o fazer científico entre os professores e entre os alunos, nos laboratórios e no vínculo com a academia”.DESIGUALDADE SOCIOECONÔMICA ATRAPALHA DESEMPENHOA rede educacional brasileira é complexa e precisa ser analisada a fundo para ser compreendida. A OCDE aponta um alto percentual de alunos em “camadas desfavorecidas” no Brasil: 43% dos estudantes estão entre os 20% da população considerada “desfavorecida” na escala internacional de níveis sócio-econômicos do exame.A desigualdade se reflete no desempenho. Em Ciências, por exemplo, a nota de um aluno brasileiro rico é 27 pontos acima da média dos alunos de “nível sócio-econômico menor”, segundo a OCDE. A diferença de pontuação é tamanha que, segundo o relatório, “equivale ao conteúdo de um ano letivo inteiro”. É como se, no fim do curso, os alunos mais ricos estivessem estudando um ano a mais que o os mais pobres. Por isso, não é possível encarar o alunado brasileiro como uma massa única e homogênea. Torna-se necessário avaliar o desempenho de cada uma das redes de ensino separadamente.“Combatemos qualquer tipo de análise que culpabiliza ou marginaliza a educação pública. O Pisa serve para que façamos análises em busca de soluções, e não depreciação”, defende Maria Rehder, coordenadora da Campanha Nacional pelo Direito à Educação. Ela reforça ainda que existem estudantes em realidades muito diferentes para serem comparados: “o fator socioeconômico interfere, por exemplo, na perda do desempenho em casos de alunos que sofrem com a violência no dia a dia, ou os que têm de trabalhar enquanto estudam”.A média nacional, por exemplo, foi puxada para baixo principalmente pelas redes municipais. Isso é compreensível, porque a responsabilidade constitucional das redes municipais é com ensino fundamental e o teste do Pisa é feito por alunos entre 15 e 16 anos, idade em que o ideal seria estar concluindo o primeiro ano do ensino médio.O próprio relatório aponta um dos motivos dessa questão federativa: 36% dos jovens brasileiros de 15 anos repetiram de ano pelo menos uma vez. Ou seja, no final, eles ainda estão na etapa do ensino sob a alçada municipal. Entre os países latino-americanos, só a Colômbia possui uma taxa de repetência maior que a brasileira. Para os especialistas da OCDE, também o alto número de repetentes brasileiros é associado a níveis elevados de desigualdade social e de abandono escolar.Apesar do alto índice de repetência, há uma notícia positiva: dos jovens brasileiros que fizeram a prova, 71% cursam do oitavo ano em diante; um avanço em relação a 2013, quando eram 56%. O relatório aponta a melhora como “uma ampliação notável de escolarização”. Também é elogiado o fato de o Brasil “ter expandido o acesso escolar a novas parcelas da população de jovens sem declínios no desempenho médio dos alunos” como “um desenvolvimento bastante positivo”.COMPARAÇÕES COM PAÍSES DESENVOLVIDOS SÃO INJUSTASO sistema educacional não é algo que se muda da noite para o dia. Entre os 72 países que participaram do exame, o Brasil tem a segunda menor proporção de pais com nível superior: 15%. Perde apenas para a Indonésia, onde menos de 9% dos adultos nesta faixa etária alcançaram esse nível de escolaridade. Para realizar suas reformas, os países que hoje são tidos como vitrine levaram décadas. Outra razão lógica pela qual o Brasil levaria muito mais tempo para se formar: a rede pública finlandesa tem um total de aproximadamente 540 mil alunos, enquanto a brasileira tem 38 milhões apenas nas escolas municipais e estaduais.No Brasil, o Plano Nacional de Educação (PNE) deveria ter sido colocado em prática no meio deste ano, mas seu desenrolar foi cortado pelo impeachment. O documento, que chegou a ser elogiado pela ONU, aponta diretrizes políticas organizadas em um calendário de dez anos para reestruturação da educação brasileira. Entre elas, está a definição do valor de investimento mínimo necessário por aluno como base de cálculo para o orçamento da educação — e não o contrário, como é hoje.Porém, com a subida do presidente Michel Temer ao poder, estabeleceu-se uma agenda que estrangulou o processo, impedindo a reforma que estava se desenvolvendo por medidas como a PEC do teto de gastos.Em 2015, ano da realização do teste, o Ministério da Educação definiu o custo anual por aluno em R$ 2.545,31 – valor equivalente a apenas uma mensalidade em diversos colégios particulares. Na Finlândia e na Coreia do Sul, países costumeiramente apontados como exemplos de sistemas educacionais excelentes, o valor investido por aluno é quatro vezes maior e o salário inicial de um professor de ensino fundamental é em torno de R$ 7.800.É por isso que comparações da rede brasileira com países desenvolvidos são injustas, porque se tratam de situações completamente diferentes. “Nossas demandas e desafios são muito maiores, não faz sentido querer comparar o quanto é investido lá e aqui”, critica Rehder.No relatório específico sobre o Brasil, a equipe do Pisa ressaltou que o PIB per capita brasileiro equivale a aproximadamente 40% da média na OCDE. O valor bruto investido em cada aluno brasileiro também equivale aproximadamente a 40% do que é investido em média nos países desenvolvidos. E ainda tem gente defendendo que “o problema da educação não é falta de dinheiro”.
https://theintercept.com/2016/12/08/estudantes-federais-tem-desempenho-coreano-em-ciencias-mas-mec-ignora/
Helena Borges
8 de Dezembro de 2016, 8h00ALGUÉM ESTÁ PRECISANDO de aulas de matemática – e não estamos falando dos alunos da rede de ensino federal. Depois de “equivocadamente” deixar os institutos federais de fora da divulgação de resultados do Enem, agora, o Ministério da Educação minimiza o bom desempenho das escolas públicas federais em outra avaliação: o Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (Pisa), da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), em que o Brasil ficou em 63º lugar entre 72 países.O exame avalia jovens de 15 anos, independentemente do ano escolar em que se encontrem, e compara a qualidade de ensino em diferentes países em três áreas: Ciência, Leitura e Matemática. A nota reúne os resultados de escolas públicas e particulares. Assim como em outros anos, o Brasil ficou abaixo da média internacional. Em meio ao lamentável resultado, no entanto, escolas federais obtiveram ótimos índices. O ministro da Educação, Mendonça Filho. (Elza Fiuza/Agência Brasil) Elza Fiuza/Agência Brasil
Se a rede federal de ensino fosse um país, em ciências — a matéria escolhida como foco da análise desta edição — o “país das federais” ficaria em 11º lugar no ranking internacional, um ponto acima da tida como exemplar Coreia do Sul, que teve uma média de 516 pontos. Apesar disso, o ministro Mendonça Filho (Educação) só conseguiu discursar sobre o “fracasso retumbante” da educação brasileira, passando ao largo — pela segunda vez — dos bons índices apresentados pelas federais. O mesmo não se pode falar da rede particular de ensino, que ficou abaixo da média da OCDE. Escolas particulares obtiveram 487 pontos em Ciências, enquanto a média da OCDE, índice usado como nota de corte da avaliação, foi de 493. Porém, para o INEP, “o desempenho da rede federal supera a média nacional, embora não seja estatisticamente diferente do desempenho médio dos estudantes da rede particular.”Versões similares dessa mesma frase precisaram ser repetidas três vezes no relatório que o Ministério da Educação fez sobre as redes de ensino. É que, em todas as três matérias avaliadas, a rede federal ficou bem acima da média das particulares e, ou se manteve pareada, ou superou a média dos países desenvolvidos. No ranking, a diferença que o Inep considerou “estatisticamente irrelevante” significaria uma distância de dez posições entre particulares e federais.“Nos colégios federais, como os militares, de aplicação, antigas Cefets e o Colégio Pedro II (no Rio de Janeiro), os professores são mais valorizados. Lá, eles são tratados de forma parecida a professores de faculdade e isso se reflete nos resultados”, explica César Camacho, ex-diretor do Instituto de Matemática Pura e Aplicada (IMPA) e principal nome por trás da Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas.A valorização da carreira dos profissionais de ensino é também apontada como uma razão para o bom desempenho dos alunos pelo presidente do Conselho Nacional das Instituições da Rede Federal (Conif) Marcelo Bender Machado: “Temos um plano de carreira para os professores, mais da metade deles têm mestrado e mais de 25% têm doutorado. Incentivamos o fazer científico entre os professores e entre os alunos, nos laboratórios e no vínculo com a academia”.DESIGUALDADE SOCIOECONÔMICA ATRAPALHA DESEMPENHOA rede educacional brasileira é complexa e precisa ser analisada a fundo para ser compreendida. A OCDE aponta um alto percentual de alunos em “camadas desfavorecidas” no Brasil: 43% dos estudantes estão entre os 20% da população considerada “desfavorecida” na escala internacional de níveis sócio-econômicos do exame.A desigualdade se reflete no desempenho. Em Ciências, por exemplo, a nota de um aluno brasileiro rico é 27 pontos acima da média dos alunos de “nível sócio-econômico menor”, segundo a OCDE. A diferença de pontuação é tamanha que, segundo o relatório, “equivale ao conteúdo de um ano letivo inteiro”. É como se, no fim do curso, os alunos mais ricos estivessem estudando um ano a mais que o os mais pobres. Por isso, não é possível encarar o alunado brasileiro como uma massa única e homogênea. Torna-se necessário avaliar o desempenho de cada uma das redes de ensino separadamente.“Combatemos qualquer tipo de análise que culpabiliza ou marginaliza a educação pública. O Pisa serve para que façamos análises em busca de soluções, e não depreciação”, defende Maria Rehder, coordenadora da Campanha Nacional pelo Direito à Educação. Ela reforça ainda que existem estudantes em realidades muito diferentes para serem comparados: “o fator socioeconômico interfere, por exemplo, na perda do desempenho em casos de alunos que sofrem com a violência no dia a dia, ou os que têm de trabalhar enquanto estudam”.A média nacional, por exemplo, foi puxada para baixo principalmente pelas redes municipais. Isso é compreensível, porque a responsabilidade constitucional das redes municipais é com ensino fundamental e o teste do Pisa é feito por alunos entre 15 e 16 anos, idade em que o ideal seria estar concluindo o primeiro ano do ensino médio.O próprio relatório aponta um dos motivos dessa questão federativa: 36% dos jovens brasileiros de 15 anos repetiram de ano pelo menos uma vez. Ou seja, no final, eles ainda estão na etapa do ensino sob a alçada municipal. Entre os países latino-americanos, só a Colômbia possui uma taxa de repetência maior que a brasileira. Para os especialistas da OCDE, também o alto número de repetentes brasileiros é associado a níveis elevados de desigualdade social e de abandono escolar.Apesar do alto índice de repetência, há uma notícia positiva: dos jovens brasileiros que fizeram a prova, 71% cursam do oitavo ano em diante; um avanço em relação a 2013, quando eram 56%. O relatório aponta a melhora como “uma ampliação notável de escolarização”. Também é elogiado o fato de o Brasil “ter expandido o acesso escolar a novas parcelas da população de jovens sem declínios no desempenho médio dos alunos” como “um desenvolvimento bastante positivo”.COMPARAÇÕES COM PAÍSES DESENVOLVIDOS SÃO INJUSTASO sistema educacional não é algo que se muda da noite para o dia. Entre os 72 países que participaram do exame, o Brasil tem a segunda menor proporção de pais com nível superior: 15%. Perde apenas para a Indonésia, onde menos de 9% dos adultos nesta faixa etária alcançaram esse nível de escolaridade. Para realizar suas reformas, os países que hoje são tidos como vitrine levaram décadas. Outra razão lógica pela qual o Brasil levaria muito mais tempo para se formar: a rede pública finlandesa tem um total de aproximadamente 540 mil alunos, enquanto a brasileira tem 38 milhões apenas nas escolas municipais e estaduais.No Brasil, o Plano Nacional de Educação (PNE) deveria ter sido colocado em prática no meio deste ano, mas seu desenrolar foi cortado pelo impeachment. O documento, que chegou a ser elogiado pela ONU, aponta diretrizes políticas organizadas em um calendário de dez anos para reestruturação da educação brasileira. Entre elas, está a definição do valor de investimento mínimo necessário por aluno como base de cálculo para o orçamento da educação — e não o contrário, como é hoje.Porém, com a subida do presidente Michel Temer ao poder, estabeleceu-se uma agenda que estrangulou o processo, impedindo a reforma que estava se desenvolvendo por medidas como a PEC do teto de gastos.Em 2015, ano da realização do teste, o Ministério da Educação definiu o custo anual por aluno em R$ 2.545,31 – valor equivalente a apenas uma mensalidade em diversos colégios particulares. Na Finlândia e na Coreia do Sul, países costumeiramente apontados como exemplos de sistemas educacionais excelentes, o valor investido por aluno é quatro vezes maior e o salário inicial de um professor de ensino fundamental é em torno de R$ 7.800.É por isso que comparações da rede brasileira com países desenvolvidos são injustas, porque se tratam de situações completamente diferentes. “Nossas demandas e desafios são muito maiores, não faz sentido querer comparar o quanto é investido lá e aqui”, critica Rehder.No relatório específico sobre o Brasil, a equipe do Pisa ressaltou que o PIB per capita brasileiro equivale a aproximadamente 40% da média na OCDE. O valor bruto investido em cada aluno brasileiro também equivale aproximadamente a 40% do que é investido em média nos países desenvolvidos. E ainda tem gente defendendo que “o problema da educação não é falta de dinheiro”.
https://theintercept.com/2016/12/08/estudantes-federais-tem-desempenho-coreano-em-ciencias-mas-mec-ignora/
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Comentários
Há anos, existe uma campanha concertada para privatizar a gestão da educação pública, que ganhou mais força desde o empossamento do novo governo deste ano. O interesse – com fins obviamente lucrativos – de empresas privadas pelo orçamento público da educação é foco de debates em vários países, como EUA, Chile, o Reino Unido e Argentina, onde os resultados prometidos nem sempre batem com a realidades.O gasto público em todos os níveis de ensino atingiu 6,6% do PIB em 2013, que, em valores atuais, ficaria em torno de R$ 400 bilhões. Logo após a divulgação dos resultados, no dia 4, o ministro da educação Mendonça Filho, disse à rádio Jovem Pan que os resultados do Enem pediam uma “ação urgente”, e essa ação seria a reforma do Ensino Médio. A presidente do Inep, Maria Inês Fini, também defendeu a reforma durante a reunião de apresentação dos dados: “Os resultados do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) de 2015 por escola reforçam a imperiosa necessidade de se reformar o ensino médio brasileiro”. Nenhum dos dois se manifestou após o Inep admitir o erro. A presidente do Inep, Maria Inês Fini. Foto: Isabelle Araújo/MEC
A primeira vez que Fini ocupou cadeira no Inep foi entre 1996 e 2002, no governo de Fernando Henrique Cardoso. Participou da criação e implementação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), quando ele era usado apenas para avaliar o desempenho dos estudantes de ensino público. Foi em 2009 que o exame tomou as dimensões que tem hoje, tornando-se a principal porta de entrada para o ensino superior, além de certificação do ensino médio público. A publicação do ranking gerou uma onda de críticas no setor. O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), responsável pela divulgação das notas, explicou que a ausência dos institutos federais foi resultado de uma interpretação errada da equipe técnica e que os resultados obtidos pelos Institutos Federais será processado e divulgado “tão logo seja possível”. O Inep respondeu às perguntas do The Intercept Brasil por email: Não foi a primeira vez que a equipe técnica ligada ao Ministério da Educação, sob o comando do ministro Mendonça Filho (DEM-PE), cometeu “equívocos” em relação ao ensino médio público e, após manifestações da sociedade, precisou voltar atrás, minimizando os impactos, num tom de “não é bem assim”. Em setembro deste ano, afirmou ter divulgado a “versão errada” da Medida Provisória 746, que reestrutura o currículo do ensino médio do país. A versão corrigida foi publicada em edição extra do Diário Oficial da União, devolvendo a obrigatoriedade de artes, educação física, filosofia e sociologia até que seja concluída outra etapa da reforma. O ERRO TÉCNICO não tinha sido a primeira resposta do instituto. Denio Rebello Arantes buscou explicações quando notou a ausência da escola que ele dirige, o Instituto Federal do Espírito Santo (Ifes), a então melhor escola pública do país. Sua instituição tinha sido a 22ª colocada no ranking geral (que inclui públicas e particulares), segundo o Enem 2014. Denio Rebello Arantes, reitor do Instituto Federal do Espírito Santo Foto: Divulgação
“Primeiro eles disseram que era isso mesmo, que a portaria mandava isso. Depois teve uma segunda resposta, dizendo que iriam liberar os resultados”, afirma Arantes em entrevista ao The Intercept Brasil. Em sua primeira resposta aos questionamentos do Ifes, o Inep respondeu que “os Institutos Federais faziam parte do público alvo na edição de 2014, mas não na de 2015”. O edital do Enem 2015, no entanto, dedica um anexo inteiro à lista de institutos federais participantes. O Inep voltou atrás depois da repercussão no Conselho Nacional das Instituições da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica (Conif) se manifestar pedindo uma reunião com o instituto.“As instituições da rede vêm crescendo positivamente no ranking. Portanto, tínhamos uma expectativa diferente para a divulgação do resultado. Cabe-nos, agora, dialogar e tentar reverter esta situação”, protestou o presidente da confederação Marcelo Bender Machado em nota divulgada pela organização.O Conif já pediu ao Inep o número de alunos afetados pelo “equívoco” – estima-se que existam 250 mil estudantes matriculados na rede federal de ensino técnico integrado.Dos 275 institutos e centros de educação tecnológica federais que haviam sido incluídas na divulgação do ano passado, apenas 12, ou 4% do total, estão presentes na lista de divulgação deste ano. E isso não significa que seus alunos não fizeram a prova, pelo contrário: eles estão impossibilitados de ver os resultados no exame e, por consequência, de atestarem a conclusão do ensino médio, já que a prova serve como certificado de conclusão de curso.“Se certificamos os alunos, como não temos o resultado? Chega a ser um desperdício de dinheiro público avaliar esse monte de gente e depois não dar o resultado”, questiona Arantes. Para ele, a retirada maciça dos campi de institutos federais causa uma distorção no retrato, “fica aquela ideia de que as instituições públicas são todas ruins”. Mas ele diz preferir “acreditar que foi um erro”.ENTRE EM CONTATO:Helena Borgeshelena.borges@theintercept.com@HelenaTIB
https://theintercept.com/2016/10/06/equivoco-oportuno-apaga-melhores-escolas-publicas-do-quadro-do-enem-dando-forca-ao-discurso-da-privatizacao/
Conhecido defensor internacional do PT, anti Trump e 'jornalista" ativista de esquerda radical.
Aqui vai um pouco da obra dele, parece seu irmão explicando o"o golpe" pra nós.
Aqui ele falando da candidatura de Lula 2018 e , claro o defendendo:
Cricri, deu vontade socar o monitor só de lêr o nome desse desgraçado.
Ele também fala merda do Moro mundo afora.
Leia aqui e veja Luciana Genro dando os parabéns pra ele ainda da época que o FMB era da Veja
https://veja.abril.com.br/blog/felipe-moura-brasil/esquerdistas-disputam-com-lula-quem-se-faz-mais-de-sonso/
Portanto, para ter desempenho coreano em ciências, não basta superar a média da Coreia do Sul, mas uma subamostra do país asiático que contenha aproximadamente os mesmos vieses da subamostra escolhida para o caso brasileiro. Tem que se levar em conta que os institutos federais (antigos Cefets) tem vagas escassas e limitadas, por isso posssuem esquemas de seleção de melhores alunos das escolas fundamentais, públicas ou privadas.
É melhor tentar outra. Tenho visto por aí o que parece apelo desesperado para defender uma certa escória política que se julga promotora do "nunca antes da história desse país" na educação. Espero que não seja o caso dessa articulista.
Mas, para os leitores que seguem e agora têm as duas visões, basta as somar pra deduzir que essa """""""""""""articulista"""""""""""""""""" é um saco de lixo defensora de vagabundos. Ela e os trastes para os quais trabalha.
Aliás está provado em vídeo que é isso que eles fazem.
Mas estava faltando a refutação, agora não falta mais.