Comentários

  • editado October 2016
    Eu li não me lembro aonde que os gregos tinham relativo cuidado com a higiene e que tudo descambou com o Cristianismo que se preocupava mais com a alma que com o corpo, mas hoje eu já não sei se isso é verdade ou só mais uma difamação da Idade Média.
  • editado October 2016
    A gente vê aquelas histórias de reis e castelos com todo mundo limpinho e bem vestido, mas isto é coisa recente.

    Os nobres eram, em sua maioria, bárbaros que tinham chegado ao poder com a queda do império romano.
    Ou antigos senhores de terra. Ou milicianos que resolveram se fixar num lugar (não muito diferente das milícias que controlam favelas e subúrbios cariocas).

    Não tinham tradição de refinamento ou limpeza. Comiam com a mão, limpavam a mão na roupa, andavam pelados quando estava calor.

    O talher básico da época era a faca que cada um trazia à cinta. Sentavam-se todos em torno de um porco assado, por exemplo, e iam cortando pedaços e comendo. Os manuais de boas maneiras diziam coisas como "Não cuspa a comida de volta em cima da mesa". Se era preciso recomendar isto, dá para imaginar o que mais eles faziam.

    Crianças não precisavam de educação sexual: viviam todos misturados no mesmo espaço, dormiam amontoados na mesma cama para se esquentarem. Nada era segredo. Manuais para adolescentes apenas ensinavam regras de convivência.

    Privacidade é um conceito do século XIX. Como os servos eram considerados pouco mais que animais, seus "donos" não se importavam em andar nus diante deles. Até mesmo no século 18, Luís XIV, o "Rei Sol", não se preocupava com privacidade e era comum que nobres viessem assistir a seu despertar pelas manhãs como um grande acontecimento.

    Os índios ficaram tão incomodados com o fedor dos europeus que chegavam ao Brasil que aqueles que decidiram ficar por aqui, se juntar a eles e formar família com as índias tiveram que adquirir o hábito do banho frequente.

    Aliás, muitos europeus ainda se espantam com nossa mania de tomar banho todos os dias, mesmo no frio do inverno de lá. Acham que temos alguma doença.
  • Fernando_Silva disse: 
    Os nobres eram, em sua maioria, bárbaros que tinham chegado ao poder com a queda do império romano.
    Ou antigos senhores de terra. Ou milicianos que resolveram se fixar num lugar (não muito diferente das milícias que controlam favelas e subúrbios cariocas).
    Não tinham tradição de refinamento ou limpeza. Comiam com a mão, limpavam a mão na roupa, andavam pelados quando estava calor.

    Nobre era sinônimo de guerreiro.
    Interessava ao título se o cara tinha força e coragem para defender os aldeões dos agressores vindos de tudo quanto é lado e muito pouco o quanto de finesse o dito cujo exibia.
  • Aliás, muitos europeus ainda se espantam com nossa mania de tomar banho todos os dias, mesmo no frio do inverno de lá. Acham que temos alguma doença.

    Uma conhecida de um amigo meu contou que uma vizinha chamou o equivalente deles da Vigilância Sanitária pra saber porque ela tomava banho todos os dias no hotel onde ela estava hospedada.
  • Excelente contribuições.
  • editado November 2016
    Bom, isso já foi(em se tratando de ficção, supostamente) um pouco depois da Idade Média, mas deve ser a manutenção de uma provável realidade anterior.

    "Na época a que nos referimos dominava nas cidades um fedor dificilmente imaginável para o homem dos tempos modernos. As ruas tresandavam a lixo, os saguões tresandavam a urina, as escadas das casas tresandavam a madeira bolorenta e a caganitas de rato e as cozinhas a couve podre e a gordura de carneiro; as divisões mal arejadas tresandavam a mofo, os quartos de dormir tresandavam a reposteiros gordurosos, a colchas bafientas e ao cheiro acre dos bacios. As chaminés cuspiam fedor a enxofre, as fábricas de curtumes cuspiam o fedor dos seus banhos corrosivos e os matadouros o fedor a sangue coalhado. As pessoas tresandavam a suor e a roupa por lavar; as bocas tresandavam a dentes podres, os estômagos tresandavam a cebola e os corpos, ao perderem a juventude, tresandavam a queijo rançoso, leite azedo e tumores em evolução. Os rios tresandavam, as praças tresandavam, as igrejas tresandavam e o mesmo acontecia debaixo das pontes e nos palácios. O camponês cheirava tão mal como o padre, o operário como a mulher do mestre artesão, a nobreza tresandava em todas as suas camadas, o próprio rei cheirava tão mal como um animal selvagem e a rainha como uma cabra velha, quer de Verão quer de Inverno. Isto porque neste século XVIII a actividade destrutiva das bactérias ainda não encontrara fronteiras e não existia, assim, qualquer actividade humana, quer fosse construtiva ou destrutiva, qualquer manifestação da vida em germe ou em declínio, que estivesse isenta da companhia do fedor. "


    Do livro, 

    O PERFUME, HISTÓRIA DE UM ASSASSINO - PATRICK SÜSKIND 
  • editado November 2016
    Em França me impressionava os caras até bem poucos anos atrás pegavam as baguettes compridas - que aliás é um pão relativamente recente, certo? - com a mão sem embrulho e botavam debaixo do braço e daí pro Métro ou bus até em casa! 
    ob_c39b50_baguette-frizou.jpg

     
  • editado November 2016
    Além do quê, não havia água corrente e tomar banho de bacia ou tina era uma operação complicada.
    Quando acontecia, tomavam banho todos na mesma água e azar de quem ficasse por último.

    Em hotéis antigos em que fiquei na França, a tubulação era toda aparente, já que tinha sido acrescentada em tempos modernos.

    Na Índia, em banheiros públicos, não há papel higiênico: cada um se limpa com a mão esquerda (reservada para esta função e imprópria para outras coisas), molhando-a numa lata d'água trocada uma vez por dia, o que significa que estará imunda à noite.
    Não deve espantar gente que se "purifica" mergulhando em rios imundos.
     
  • editado November 2016
    Em Roma uma vez chegamos sem reservas e acabamos num hotel - até que bem bonzinho perto da Termini - mas onde no quarto só tinha ducha + pia. Aliás alagava todo compartimento ao se tomar banho...
    O WC era no fim do corredor e aliás até se bem me lembro tinha que subir um lance de escadas.
     
  • Gorducho disse: Em Roma uma vez chegamos sem reservas e acabamos num hotel - até que bem bonzinho perto da Termini - mas onde no quarto só tinha ducha + pia. Aliás alagava todo compartimento ao se tomar banho...
    O WC era no fim do corredor e aliás até se bem me lembro tinha que subir um lance de escadas.
    Passei um mês num hotel onde o WC era no fim do corredor e a ducha era no sótão (uma cabine de plástico no meio de camas velhas, armários quebrados etc.). Felizmente, havia uma pia no quarto e eu era jovem e conseguia me contorcer todo para tomar banho nela.
     
  • Napoleão teria dito em carta a Josephina: "Ne lave pas, j'arrive"
    Ou seja, "não lave, estou chegando"
  • Fernando_Silva disse: Napoleão teria dito em carta a Josephina: "Ne lave pas, j'arrive"
    Ou seja, "não lave, estou chegando"

    kkkkkkkkk
  • editado December 2017
    Fico pensando em que os futoros habitantes do planeta vão ahar muito nojento em nós,
    acho que o banheiro .Escova de dentes e privada no mesmo lugar ....
  • Mas uma prática que os brasileiros fazem e que é considerado imundície nos Estados Unidos e na Europa: jogar papel higiênico usado no cestinho. Nesses países não tem cestinho, eles jogam direto na privada, me parece.
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