Santa Croce, o triunfo do espírito
Santa Croce, o triunfo do espírito
(Estudo Nº 1 para a conclusão da série Considerações sobre o espiritual)
Postado originalmente em 2/11/2004 15:55:30
por Acauan
Numa primeira vista, a Basílica de Santa Croce em Florença não causa deslumbramento.
Ofuscada pela onipresença imponente da catedral Duomo, a construção gótica parece ser mais uma igreja entre tantas da gloriosa cidade toscana.
Basta adentrá-la para mudar de idéia.
Como uma lufada de luz, a grandeza humana sopra e ilumina o visitante que se depara com as tumbas e monumentos fúnebres que o velho templo abriga.
Os nomes falam por si só: Michelangelo Buonarroti, Dante Alighieri, Nicolau Maquiavel, Giacomo Rossini, Galileo Galilei, Guglielmo Marconi, Enrico Fermi e muitos outros.
As inscrições nas lápides fazem mais do que identificar:
Galileo Galilei, geômetra, astrônomo, filósofo, matemático, incomparável em seu tempo...
Michelângelo Buonarroti, escultor, pintor e arquiteto, fama omnibus notissimo...
Nicolau Maquiavel, tanto nomini nullum par elogium.
A inscrição na tumba de Maquiavel poderia ser repetida em todas as outras: - Tão grande nome, nenhum elogio alcança.
Santa Croce nos lega uma mensagem.
Aqueles homens estão mortos, e mesmo assim caminham conosco pelos corredores da vecchia chiesa, erguem nosso olhar com seus braços apontando o adiante, enquanto nos dizem – continuem nossa obra, sigam em frente, descubram a verdade, aprendam a justiça, criem o belo, sede corajosos e alcancem o BEM.
Em Santa Croce, os altares erguidos para celebrar a memória de um Messias ressurrecto aceitam resignados o papel de coadjuvantes, diante da memória celebrada de outros que venceram a morte, mesmo que imersos em seu sono.
Nos ensinando e lembrando que existe transcendência na condição humana. Nossa descendência, nossa obra, nosso ideal. O amor que motivamos e a memória que construímos.
O heroísmo de nossos bravos, o brilho de nossos sábios e a poesia de nossos bardos não morre.
O triunfo do espírito humano vive.
Em Santa Croce e em cada um de nós.
(Estudo Nº 1 para a conclusão da série Considerações sobre o espiritual)
Postado originalmente em 2/11/2004 15:55:30
por Acauan
nulli aetatis suae comparandu
(Inscrição no túmulo de Galileo Galilei, Basílica de Santa Croce, Florença, Italia)
Numa primeira vista, a Basílica de Santa Croce em Florença não causa deslumbramento.
Ofuscada pela onipresença imponente da catedral Duomo, a construção gótica parece ser mais uma igreja entre tantas da gloriosa cidade toscana.
Basta adentrá-la para mudar de idéia.
Como uma lufada de luz, a grandeza humana sopra e ilumina o visitante que se depara com as tumbas e monumentos fúnebres que o velho templo abriga.
Os nomes falam por si só: Michelangelo Buonarroti, Dante Alighieri, Nicolau Maquiavel, Giacomo Rossini, Galileo Galilei, Guglielmo Marconi, Enrico Fermi e muitos outros.
As inscrições nas lápides fazem mais do que identificar:
Galileo Galilei, geômetra, astrônomo, filósofo, matemático, incomparável em seu tempo...
Michelângelo Buonarroti, escultor, pintor e arquiteto, fama omnibus notissimo...
Nicolau Maquiavel, tanto nomini nullum par elogium.
A inscrição na tumba de Maquiavel poderia ser repetida em todas as outras: - Tão grande nome, nenhum elogio alcança.
Santa Croce nos lega uma mensagem.
Aqueles homens estão mortos, e mesmo assim caminham conosco pelos corredores da vecchia chiesa, erguem nosso olhar com seus braços apontando o adiante, enquanto nos dizem – continuem nossa obra, sigam em frente, descubram a verdade, aprendam a justiça, criem o belo, sede corajosos e alcancem o BEM.
Em Santa Croce, os altares erguidos para celebrar a memória de um Messias ressurrecto aceitam resignados o papel de coadjuvantes, diante da memória celebrada de outros que venceram a morte, mesmo que imersos em seu sono.
Nos ensinando e lembrando que existe transcendência na condição humana. Nossa descendência, nossa obra, nosso ideal. O amor que motivamos e a memória que construímos.
O heroísmo de nossos bravos, o brilho de nossos sábios e a poesia de nossos bardos não morre.
O triunfo do espírito humano vive.
Em Santa Croce e em cada um de nós.
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