Cinema Nacional Politicamente Incorreto e Trash.
Não tinha gostado do trailer por causa da ênfase nos palavrões e no humor vulgar (o próprio título já é um trocadilho de gosto duvidoso). Pensei que fosse ser um caso de Romantismo Reprimido - o filme exagerar nesse lado baixo como um pedido de desculpas pelo aspecto mais inocente da história (já que isso anda fora de moda). Mas no fim quase tudo que tinha de grosseiro no filme estava no trailer e o resto não chegou a me incomodar (toda vez que a Kéfera tirava algum objeto do traseiro eu apenas dava uma revirada de olho, mas em seguida dava pra voltar pro clima da história).
A Kéfera está excelente no filme - carismática, espontânea, engraçada, bonita (nunca acompanhei ela no YouTube e os poucos vídeos que vi não me impressionaram muito pelo conteúdo, mas aqui pra mim ficou claro que ela nasceu pra estar em frente às câmeras e que ela pode ter uma carreira de sucesso como atriz se fizer boas escolhas).
Achei o filme nostálgico porque ele lembra coisas infantis dos anos 80/90, filmes da Xuxa, etc, daqueles com efeitos especiais mal feitos e todas aquelas coisas "politicamente incorretas" divertidas que não são permitidas mais hoje em dia, o que dá a impressão de realmente estarmos vendo algo fora de seu tempo (a menina por exemplo alisa o cabelo pra impressionar os colegas de classe, e isso é mostrado com total naturalidade, o que certamente irritará muita gente; há também uma certa erotização de menores de idade, o que era comum há umas décadas atrás mas não mais hoje em dia).
Claro, há algumas cenas constrangedoras (as dancinhas são sempre uma tortura), e também não dá pra fazer grandes elogios ao filme em termos estéticos, mas dentro de sua proposta acho que ele diverte e funciona. Se eu tivesse filhos iria preferir levá-los pra ver este filme do que a maioria das coisas lançadas pra crianças recentemente.
http://profissaocinefilo.blogspot.com.br/2016/10/e-fada.html
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Comentários
Se eu já boicoto o cinema nacional por conta da lei Rouanet, mais fácil ainda continuar ignorando esse filme.
Aproveitando to curioso pra ver o Shaolin do Sertão. Talvez veja esse depois que ir pro home vídeo.
erro
"Dona Flor e seus dois maridos" (o primeiro, com a Sônia Braga) também.
Dona Flor é a prova de que cinema brasileiro poderia ser autosustentado comercialmente caso os nababos da indústria não tivessem preferido se acomodar nas tetas estatais.
Lembro que o filme ficou em cartaz um tempão, nas principais salas de São Paulo, com as principais sessões lotadas.
Mesmo assim o filme contou com financimento da Embrafilme e ostentava uma descarada cena de merchadising da Caixa Econômica Federal em que Teodoro recomenda a Flor que deposite seu dinheiro na caderneta de poupança da instituição.
No geral o filme era divertido, bem feitinho e com doses generosas de Sonia Braga pelada no auge da juventude e beleza.
Tem uns filmes antigos legaizinhos, como O Pagador de Promessas, que hoje parecia muito lento para a maioria do público.
Mas é verdade, quase tudo que se fez no cinema brasileiro por décadas era uma merda.
Das pornochanchadas deprimentes de tão ruins aos tão falados filmes do Glauber Rocha, deprimentes de tão piores.
Tudo tosco. Concordo com a Cameron, com "O Auto da Compadecida"(cujo qual eu havia assistido anteriormente, numa peça no Teatro Francisco Nunes, e que também foi exceção em termos de teatro, tendo eu gostado excepcionamente deesa peça, em relação a todas as outras peças, todas elas execráveis, que eu já assisti) como única exceção. O Brasil só é bom mesmo em novelas, apesar de as de agora estarem sendo lixiviadas pelo politicamente correto.
Tropa de Elite e Cidade de Deus são bons também .
Elogio também Bicho de 7 Cabeças e O que é isso companheiro embora comuna também .
O cinema nacional dessa época sempre usava esse lance de vender produtos. Produções infantis dos trapalhões e Xuxa abusavam e praticamente eram pagos com isso em alguns casos.
Cá Mr. Bean satiriza-a (2:10 em diante...)
Mas como faziam no Filme Super Xuxa Contra o Baixo Astral não era: era muito descarado.
Os primeiros filmes dos trapalhões eram bons; divertia pra caramba. Mas depois que passaram a colocar grupinhos musicais e aquelas musicas chatas, estragou tudo.(menos os saltimbancos trapalhões)
Acho que ainda continuavam sendo bons enquanto tinha o quarteto como destaque. O pior que teve desses foi o escola atrapalhada que só usava o nome deles e só tinha algumas esquetes:
http://filmesparadoidos.blogspot.com/2013/10/uma-escola-atrapalhada-1990.html
O cinema nacional está em constante evolução, e o longa Malasartes e o Duelo com a Morte é um dos exemplos mais claros disso: 50% do filme foi feito com o auxílio de computação. O vídeo abaixo mostra o que há por trás das cenas, comparando o que vemos nas filmagens de fundo verde com o resultado final.
O filme traz os efeitos visuais para o cinema brasileiro e a magia para o mundo de Malasarte. Mais de 100 pessoas trabalharam na pós-produção do longa, que vem sendo idealizado há 30 anos pelo diretor e roteirista Paulo Morelli.
O elenco do filme é composto por Jesuíta Barbosa, Julio Andrade, Isis Valverde, Vera Holtz, Leandro Hassum, Augusto Madeira, Milhem Cortaz, Luciana Paes e Julia Ianina.
Malasartes e o Duelo com a Morte tem a estreia prevista para o dia 10 de agosto.
https://jovemnerd.com.br/nerdnews/malasartes-e-o-duelo-com-morte-e-o-filme-brasileiro-com-mais-efeitos-especiais/