A Verdade Sobre Winston Churchill Que a Direita Não Contou Para Você?

editado March 2018 em Religião é veneno
Hollywood escondeu que Churchill foi um assassino em massa, diz autor indiano


Shashi Tharoor escreveu um artigo para o Washington Post no qual desconstrói a imagem que se tem de Winston Churchill no Ocidente. Shashi é autor do livro “Inglorious Empire: What the British Did to India” (“Império Inglório: O que os ingleses fizeram com a Índia”). Ele preside o Comitê de Relações Exteriores do Parlamento indiano.

“A História”, disse Winston Churchill, “será gentil comigo, pois pretendo escrevê-la sozinho.” Ele não precisa se preocupar. Churchill foi um dos grandes assassinos em massa do século 20, mas é o único, ao contrário de Hitler e Stalin, a ter escapado do ódio histórico no Ocidente. Ele foi coroado com um Prêmio Nobel (de literatura, não menos) e na última semana, um ator que o retrata (Gary Oldman) recebeu um Oscar.

Como Hollywood confirma, a reputação de Churchill (como o que Harold Evans chamou de “o coração de leão britânico nas muralhas da civilização”) se baseia quase inteiramente em sua reviravolta e seu talento por conta de uma frase dita durante a Segunda Guerra Mundial. “Não devemos parar nem falhar. Vamos continuar até o fim. (…) Devemos lutar nas praias, lutaremos nas terras do desembarque, vamos lutar nos campos e nas ruas. (…) Não vamos nunca nos render” (o historiador britânico revisionista John Charmley chamou isso de um “sublime absurdo”).


As palavras, no final, são tudo o que os admiradores de Churchill podem contemplar. Suas ações já são outra história.

Durante a Segunda Guerra Mundial, o então primeiro-ministro do Reino Unido declarou-se a favor do “bombardeio terrorista”. Ele escreveu que queria executar “ataques absolutamente devastadores com bombas pesadas”. Terrores como o bombardeamento de Dresden, na Alemanha, foram o resultado.

Na luta pela independência irlandesa, Churchill, no cargo de secretário de Estado da guerra e da força aérea, foi uma das poucas autoridades britânicas a favor do bombardeio de manifestantes, sugerindo em 1920 que os aviões usassem “metralhadoras ou bombas” para dispersá-los.

A caminho de um conflito na Mesopotâmia, em 1921, como secretário de estado das colônias, Churchill atuou como um criminoso de guerra: “Sou fortemente a favor do uso de gás venenoso contra as tribos incivilizadas; Isso transmitiria um terror vivo entre a população”. Ele ordenou bombardeios no lugar, destruindo uma aldeia inteira em 45 minutos.

No Afeganistão, Churchill declarou que os pashtuns “precisavam reconhecer a superioridade da raça [britânica]” e que “todos os que resistem serão mortos sem piedade”. Ele escreveu: “Procedemos sistematicamente, aldeia por aldeia, e destruímos as casas, derrubamos as torres, cortamos as grandes árvores frondosas, queimamos as colheitas e quebramos os reservatórios em devastação punitiva. (…) Todo chefe de tribo foi ferido ou mutilado de uma só vez”.

No Quênia, Churchill dirigiu atividades que envolviam a deslocação forçada de povos locais das terras montanhosas, a fim de abrir espaço para os colonos brancos e enviar mais de 150.000 pessoas para campos de concentração. Violação sexual, castração, cigarros acesos em lugares sensíveis e choques elétricos foram usados ​​pelas autoridades britânicas para torturar os quenianos sob o seu governo.

Mas as principais vítimas de Winston Churchill foram os indianos – “um povo bestial com uma religião bestial”, como ele os chamou agradavelmente. Ele queria usar armas químicas na Índia, mas foi demovido por seus colegas do gabinete, a quem ele criticou por sua “escrupulosidade”, declarando que “as objeções do Departamento da Índia para o uso de gás contra os nativos não são razoáveis”.

A beatificação de Churchill como apóstolo da liberdade parece ainda mais absurda, dada a declaração de 1941 de que os princípios do seu livro Carta do Atlântico não se aplicariam à Índia e às colônias “de cor”.

Ele se recusava a ver pessoas “de cor” tendo os mesmo direitos que ele. “O gandhismo e tudo o que representa”, declarou ele, “precisa, cedo ou tarde, ser discutido e finalmente aniquilado”.

Em tais assuntos, Churchill foi o mais reacionário dos ingleses, com opiniões tão extremas que não podem ser desculpadas por serem reflexo da época em que ele vivia. Até mesmo seu próprio secretário de Estado da Índia, Leopold Amery, confessou que não via quase nenhuma diferença entre as atitudes de Churchill e Adolf Hitler.

Graças ao ex-primeiro ministro, cerca de 4 milhões de bengalis morreram de fome em 1943. Churchill ordenou o desvio de alimentos de indianos famintos para soldados britânicos e para armazenar estoques europeus na Grécia e em outros lugares.

Quando perguntado sobre o sofrimento de suas vítimas indianas, sua reposta foi que a fome era culpa deles próprios, disse ele, por “procriarem como coelhos”.

O Oscar da semana passada gratifica mais uma hagiografia desse odioso homem. Para os iraquianos atacados com gás por causa dele, ou para os manifestantes gregos nas ruas de Atenas que foram massacrados por suas ordens em 1944, assim como para indianos como eu, será sempre um mistério por que alguns discursos bombásticos foram suficiente para lavar as manchas de sangue das mãos racistas de Churchill.

Muitos de nós vamos nos lembrar de Winston Churchill como um criminoso de guerra e um inimigo da decência e da humanidade, um imperialista intermitente conformado com a opressão dos povos não-brancos. Em última análise, seu grande fracasso – sua longa e mais escura hora – foi o esforço constante para nos negar a liberdade.

https://www.diariodocentrodomundo.com.br/hollywood-escondeu-que-churchill-foi-um-assassino-em-massa-diz-autor-indiano/

Comentários

  • - Quer dizer que o grande Churchil era um tremendo de um FilhoDaPuta?!?!?!??!

    Abraços,
  • Faltou acrescentar aí que na guerra dos ingleses contra os sul africanos, vários dos boeres, mulheres e crianças foram confinados em campos de concentração, sem receber cuidados e nem comida. Cerca de 50% dos adultos e 90% das crianças morreram. Os que sobraram só saíram quando a guerra acabou. Churchill não viu nada de errado ou imoral nesses tais campos de concentração e nem no tratamento dispensado aos prisioneiros.

    A questão dos bombardeios citados não foram ordenado pelo Churchill, pois nem era ministro na ocasião. Quem os dirigiu foi o Arthur Harris e o motivo é que a Inglaterra estava falida com a I Guerra Mundial e não tinha como manter tropas em seus territórios coloniais. A guerra com ataques feitos por aviões era barata e eficaz, pois os colonos não tinham como reagir. Os ingleses acharam que os bombardeios eram uma boa em questão de guerra moderna, mas não foi bem assim. No caso dos ataques nas colônias, nada tecnologicamente melhorou em termos de miras de bombas e nem de navegação: dava-se no mesmo jogar bombas na aldeia alvo ou na aldeia vizinha.

    Arthur Harris comandou a força aérea britânica, com a política de arrasar a Alemanha com os bombardeios. Foi uma batalha INÚTIL, pois a única coisa que podia parar as fábricas era a ocupação. Bombas mais erravam do que acertavam (só 3% acertaram os alvos!). Não tivessem gasto tanto dinheiro com os bombardeios (uma arma muito cara), o Dia D poderia ter acontecido bem antes.

    E quanto ao Churchill, ele é o mesmo que o Chê Guevara, o Chaves, o Mao, o Stalin e um monte de outros líderes por aí. Eles realizaram feitos pelos quais são lembrados pois deram certo em alguma coisa. Mas não creio que nenhum deles pensasse em ser canonizado. Humanos, seja um Zé Mané desconhecido seja um famosão por alguma coisa, tem coisas boas e ruins. Depende de como se quer aproveitar dessas coisas e com qual propósito.
  • - Quer dizer que o grande Churchil era um tremendo de um FilhoDaPuta?!?!?!??!

    Sim, era um FDP sim, mas acho que as putas merecem respeito e por isso quando digo FDP quero dizer Filho de uma Política. Mas se o Churchill tivesse de responder, talvez dissesse:

    _ Sou, mas quem não é?
  • editado March 2018
    Spider disse: - Quer dizer que o grande Churchil era um tremendo de um FilhoDaPuta?!?!?!??!
     

    Boa parte das acusações que fazem contra Churchil tem como fonte o próprio.
    Poucas personalidades históricas escreveram autocríticas tão sinceras quanto o velho Winston.
    Era racista?
    Sim, declaradamente, mas também foi o primeiro entre os poderosos a se indignar com a política racial dos nazistas e denunciá-la publicamente.
    Churchill reconsiderou algumas de suas posições de juventude ao longo da vida. Outras não.

    Independente disto, é bom checar o que disse o sr. Shashi Tharoor.
    De mim, desconfio muito desta turma que cita Dresden com aquele ar de "olha o que aqueles malvados fizeram com os coitadinhos dos alemães"...
  • Quando é para se vender o nosso peixe, não exageramos em suas qualidades? Lá de Dresden os críticos dizem que 250.000 morreram queimados.... Só que o número real é bem abaixo disso. Para avacalhar os nazistas, os jornais ingleses disseram que no bombardeio de Roterdã houve 30.000 mortos. O número mais próximo do real foi 900. E esse bombardeio foi burrada, que envolveu um amontoado de infelizes coincidências: uma era o fuso horário holandês, que estava 32 minutos atrasado em relação ao alemão, o fumacê que envolvia a cidade impediu que um esquadrão visse os fogos de aviso para cancelar o ataque e por isso jogou as bombas. Inclusive já havia soldados alemães dentro da cidade e que levaram bombas na cabeça.

    O lance da política dos bombardeios foi o seguinte: ele era o transporte da ideia do navio couraçado para o avião. Acreditaram os seus defensores que contando com tal arma, podeiram ir diretamente aos centros de produção (fábricas) do inimigo e liquidá-las. Além disso não haveria mais frentres de batalha, pois todo o território inimigo estaria sujeito a ataque. Para quem viu os horrores dos massacres nas trincheiras da I Guerra, o bombardeio era uma arma muito atraente em termos de conceito.

    Mas a Inglaterra foi o único país que levou a ideia de bombardeio estratégico a sério. Os EUA adotaram esse ideia já quando Hitler começou a botar as mangas de fora. A Alemanha investiu apenas em bombardeios TÁTICOS, ou seja, em vez de grandes canhões, os aviões substituiam a artilharia. Quando quis usar desses aviões para bombardear a Inglaterra, tiveram perdas absurdas.

    Os defensores do bombardeio estratégico sustentavam que tais ataques desmoralizariam os povos e os fariam pedir rendição. Erraram o tiro por um bilhão de quilômetros, pois os ingleses ficaram putos da vida com as bombas caindo em suas cidades e os alemães permaneceram firmes até o fim. O Goebless usava desses bombarbeios para deixar bem claro ao povo alemão:
    _ Desta vez nossos inimigos não querem a vitória sobre nós e sim nossa extinção.

    Os bombardeios matavam velhos, mulheres, crianças, mas o soldado combatente estava longe, no campo de batalha. Imagine seu estado de humor quando recebe a notícia de que sua casa foi destruída e seus familiares morreram... Os bombardeios matavam menos alemães que os acidentes de trânsito e as paralizações de fábricas equivaliam a um fim de semana. Os tetos e telhados das fabricas desmoronavam, mas sob eles as máquinas estavam intactas. Aí, em vez de reconstruí-los, os alemães simplesmente faziam plataformas sobre a maquinaria e as cobriam com os escombros. As fotograficas aéras "confirmavam" que a tal fábrica estava inoperante.

    O desgaste das tripulações nessas missões de bombardeios era tanto, que quando uma tripulação conseguia completar 25 missões, era retirada de combate (alguém viu o filme Memphis Belle?). As perdas de aviões e tripulações eram altas, assim como o custo da força aérea como um todo.

    É chato admitir, mas por mais lógica que a estratégia dos bombardeios pudesse parecer, ela foi um fracasso total para se ganhar a guerra.
  • Boa parte das acusações que fazem contra Churchil tem como fonte o próprio.
    Poucas personalidades históricas escreveram autocríticas tão sinceras quanto o velho Winston.
    Era racista?
    Sim, declaradamente, mas também foi o primeiro entre os poderosos a se indignar com a política racial dos nazistas e denunciá-la publicamente.
    Churchill reconsiderou algumas de suas posições de juventude ao longo da vida. Outras não.

    Interessante. Sempre valorizo as pessoas que vão mudando ao longo da vida, que sabem reconhecer seus equivocos e mudar de posição.
    Não será fácil queimar Churchill, os seus erros e crimes poderão ser elevados, só que a sua atitude face ao nazismo é uma espécie de redempção. O modo como ele liderou foi crucial para resistir ao avanço nazi.

    Não podemos saber, mas o rumo da guerra poderia ter sido outro. Em Inglaterra houve simpatizantes nazis, Eduardo VIII que abdicou é o melhor exemplo. Nos EUA não houve menos perigo.

    Por fim, nunca estudei deste ponto de vista, mas decidi mencionar agora para quem souber mais, talvez me elucidar:
    Alemanha e Japão têm semelhanças no modo como se organizam enquanto sociedade, não é estranho que tenham sido aliados. Inglaterra e EUA são antagónicos à ideia de poder central absoluto, talvez nunca pudessem ser aliados dos nazis, nem dos japoneses.
  • PugII disse:

    Alemanha e Japão têm semelhanças no modo como se organizam enquanto sociedade, não é estranho que tenham sido aliados. Inglaterra e EUA são antagónicos à ideia de poder central absoluto, talvez nunca pudessem ser aliados dos nazis, nem dos japoneses.

    Japão e Alemanha só se tornaram aliados por conveniência.
    Os dois Estados eram ressentidos com o Tratado de Versalhes que submeteu a Alemanha e deu um pé na bunda das pretensões do Japão de ser aceito no clube das potências mundiais.
    O Japão cobiçava as colônias europeias na Ásia e a Alemanha tinha interesse em um aliado que podia criar um segundo front para a França, Inglaterra e Rússia.

    Fora isto, é óbvio que Hitler e os nazistas desprezavam os japoneses e se sentiam profundamente incomodados em terem que se aliar à "raça amarela".
    Até parece que os malucos defensores do superhomem ariano alto, louro e de olhos azuis tavam tão afins de serem amigos dos baixinhos míopes de olhos puxados.

    E a Europa Ocidental e Estados Unidos nunca simpatizaram com a Alemanha unificada, muito antes dos nazistas.
    As artimanhas de Bismarck para envolver a França em uma guerra apenas para promover os interesses unificacionistas pareceu sacanagem da grossa até para os partidários da Realpolitik, que desde então concluíram que ... os alemães não eram confiáveis.




     
  • Ao o que o Acauã disse, acrescento que o Japão era (e é ainda hoje) um país pobre em recursos naturais, que já estava excessivamente povoado e por isso precisava de territórios onde alocar sua gente. Os europeus e americanos não estavam dispostos a aceitar não brancos no seu clube colonialista muito exclusivo. O Japão, tendo derrotado a Rússia, tomou a Coreia e parte da Manchúria com o aval da Liga das Nações. Uma cortesia feita aos japoneses com o largo chapéu chinês. E logo depois da I Guerra, o Japão impôs 21 exigências ao governo chinês que simplesmente diziam que quem ia decidir as relações comerciais e políticas da China com os estrangeiros seriam os japoneses.
    Isso deixou o zamericanus putos da vida, especialmente com a crise de 1929, pois o zemprezárius de lá precisavam de mercados e o Japão vetava a China, que era obrigada a comprar só porcarias japonesas.

    A Alemanha fez a sua Guerra e por mais genialidade que queiram emprestar a Hitler, e cagou no chão, pôs o povo alemão no meio da merda e sentou em cima. A sua agressividade pegou os pedantes aliados de surpresa, mas o tempo trabalhava a favor deles, pois os sócios que Hitler arrumou eram nações economicamente fracas que tinham forças armadas muito maiores do que suas economias podiam sustentar. Assim ele foi se enfraquecendo e a União Soviética foi a principal responsável pela sua derrota, pois as perdas militares em território soviético simplesmente liquidou com o poderio alemão. Os EUA e ingleses caíram de pau em cima e determinaram os tratados pós guerra (fazendo o papel de tontos diante de Stalin) como um castigo para que a Alemanha jamais voltasse a desafiar o tranquilo domínio mundial anglo-saxônico.

    Pode-se dizer que no frigir dos ovos, os japoneses e alemães foram salvos de si mesmos. Com a política adotada para a recuperação do Japão e os japoneses se servindo da maior malandragem do Mundo cujo nome é TRABALHO, permitiu-lhes 40 anos depois de Pearl Harbour invadirem os EUA, mas sem dar um só tiro: foi com seus produtos de qualidade. E a Alemanha Ocidental também se tornou uma potência industrial e até conquistou a confiança de seus vizinhos do oeste. A Alemanha Oriental não se recuperou bem economicamente, mas em comparação aos seus vizinhos, ia melhor. Houve até quem reclamasse:
    _ Esses malditos alemães estão fazendo o Socialismo dar certo!

    É isso.
  • Aproveitando que o Pug está de volta, como foi a participação das nações de maioria muculmana? Ficaram de qual lado na segunda guerra?
  • Ao o que o Acauã disse, acrescento que o Japão era (e é ainda hoje) um país pobre em recursos naturais, que já estava excessivamente povoado e por isso precisava de territórios onde alocar sua gente

    Leia o livro de Hitler, esse é um argumento que ele usa para explicar o espaço vital. O Japão por acaso ou não, acaba por fazer na prática isso.


    Sinto, pode ser impressão minha, que querem afastar o Japão Imperial daquela época da Alemanha nazi. 
    Não me quero envolver em questões sentimentalistas.

    Japão e Alemanha têm semelhanças no modo como encaram o trabalho, o modo como constituem o seu núcleo familiar. Quer se goste ou não, isto pode não ser coincidência para o acordo de circunstância.

    Falo disto: 

    todd-systemes-familiaux-monde.jpg?w=900

    É uma tese que considero interessante.
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