Textos sérios, Imagens sérias e Vídeos sérios

2

Comentários

  • Eu mesmo tenho vontade de gravar um video só detonando o merda do Nando Moura.
    Esse cara é um dos maiores formadores de esquerdistas que conheço na net.
  • Tópico das idiotices de uma BURRA .
  • Lembra o carlo.

    Pra quem não conheceu, foi um cara que criou um tópico só pra postar propaganda petista no fórum antigo.

    O carlo eu desconfio que era petista profissional, já essa aí é só alguém querendo atenção.
    Judas disse: Eu mesmo tenho vontade de gravar um video só detonando o merda do Nando Moura.
    Esse cara é um dos maiores formadores de esquerdistas que conheço na net.

    O crescimento do canal dele ao longo do ano sugere bem pelo contrário.

    Aliás, esse pensamento "purista" é absurdo. Nós vivemos em uma sociedade onde as escolas, as universidades e a mídia são dominadas pelas esquerdas e usadas pra tornar a ideologia deles como a única forma de ver o mundo, e daí quando surge um coitado gritando algo diferente no meio do deserto das idéias, esse cara é que cria esquerdistas?

    A histeria da esquerda em ridicularizar o cara mostra que ele é um perigo pra eles, não uma vantagem. O próprio "João Batista" original, Olavo de Carvalho, obviamente fortaleceu muito mais a oposição do que a defesa do esquerdismo no Brasil. Polemistas como eles desfazem a ilusão de que o esquerdismo é a única forma de enxergar o mundo, a maior influência que possuem é a de rachar as paredes da cela mental na qual a esquerda tenta manter a sociedade presa, são convites para conhecer idéias diferentes e pensar por si próprio. Se eles dizem bobagens às vezes não importa.
  • editado November 2016
    O Nando é burro e prega para os convertidos e  é estúpido na hora de provocar "a esquerda".
    Se ele deixasse de lado o ódio que ele tem dos ateus, e aqui longe de mim fazer mimimi, é verdade mesmo que ele detesta ateus, inclusive a mim que ve  o cristianismo como aliado contra a esquerda.
    A minha objeção a ele é porque as provocações dele ME atingem embora eu esteja do mesmo lado dele. Isso é sinal de que alguma coisa está errada e precisa melhorar.
    Só pra dar um exemplo de como ele é palhaço.
    Ele fez um vídeio chamado "É possível ser bom sem deus?"
    A conclusão dele é que não.
    A desculpa esfarrapada foi uma premissa DELE de que é preciso haver algo (uma bondade, uma moral absoluta) que transcenda o ser humano mimimi mimimi. E depois nos comentários argumentou que sabe que existem ateus bons mas estes sem saber acreditam am algo maior...
    É verdade que uma moral absoluta tem a ver com crença mas daí concluir que isso tem a ver com Deus tem um salto enorme.
    Isso é provocação tosca, é como eu fazer um vídeo chamado "Jesus batia punheta com o dedo enfiado no cú" e alegar depois que só estava querendo provar que cristãos são tolerantes e no máximo me xingariam ao invés de me decapitar.
    É nessa hora que um Ben Shapiro e um Pondé se saem melhor na hora de convencer os outros a mudar de lado.
    Não me entenda mal, no fim das contas eu acho que o mundo com o Nando e o Milo é melhor do que sem eles, todos eles são necessários desde que sejam de direita.
    Cada um faz a sua parte lidando com diferentes plateias de diferentes níveis intelectuais.
    Ridicularizar ateuzinhos de esquerda é válido, o problema é que ele pega carona e coloca todos no mesmo balaio, assim fica difícil convencer ateus de que o cristianismo é primordial pra enfrentar o que vem por aí, quer ateus gostem disso ou não.
  • editado November 2016
    Enquanto a Direita Caipira Cristã não se tocar que precisa de aliados, nunca terá força nesse país. Nando Moura, Fábio do Click time estão mais preocupados em gerar tretas que ser voz de direita em nosso país. Ainda mais Nando que se autoproclama músico, mas nunca emplacou nada.

    Do outro lado a esquerda hippie prafrentex revolucionária que desconstrói as conquistas humanas em nome da coletividade desrespeitando a menor minoria: o indivíduo. Ironicamente esta ideologia que diz proteger minorias.

    Talvez a única que tinha boas ideias de direita era a Ayn Rand. Somente a razão pode salvar.
  • Judas disse: Propaganda esquerdista intercalada com um ou outro conceito de direita pra não parecer fanático, apesar de ser.

    A única coisa séria que pode ser alegada sobre a direita no Brasil é que ela em sua forma "mainstream" é caricata e mal representada.
    Quando ser de direita se torna uma coisa vergonhosa durante tanto tempo, os únicos que se declaram abertamente direitistas são os caricatos.
     
  • A Direita precisa se desassociar de sua caipirisse, e não assumi-la. Aceitar que estamos em outra época e que o inimigo está mais ardiloso.
  • Eu te entendo perfeitamente, @Judas . Eu também sou ateu e obviamente não concordo com essas bobagens, não temos que aceitar virar alvo da estupidez dos outros não importa de onde venha. Desejar nos defender da acusação de que somos imorais e "vazios" é perfeitamente natural e inclusive algo que precisa ser feito.

    Só que é preciso avaliar de forma racional e bem informada os prós e contras da influência dessas pessoas antes de concluir que elas jogam contra o time, ou que mesmo sendo algo de bom pro país em geral representem uma ameaça contra algum grupo do qual somos parte.

    Eu não considero que as idéias estúpidas sobre os ateus de alguém como o Nando Moura ou o Olavo sejam capazes de causar qualquer dano contra nós, por exemplo. Mesmo que eles fizessem disso a mensagem principal, jamais seriam capazes de restaurar a idéia de que fé religiosa = moralidade como já houve em outras épocas, pois é algo contra-intuitivo que só passa na forma de doutrinação religiosa, não de discurso político. Entre os próprios seguidores dessas pessoas estão incontáveis ateus, sempre dispostos a questionar e demonstrar esse engano aos demais. A questão é que esse pessoal está tão entrincheirado nas próprias convicções, o que fazem por estar sempre debaixo de montanhas de críticas, ataques pessoais e tentativas de terem suas vozes silenciadas, que acabam não corrigindo seus erros no medo de se desviarem do caminho certo por engano.

    Já alguém como o Reinaldo Azevedo eu não sei se faria falta, ainda mais após o Antagonista tornar ele obsoleto. Alguém que só por atacar o PT, e por influência da própria propaganda esquerdista, acaba sendo visto como oposição ao socialismo, mesmo sendo um tucano com síndrome de Estocolmo.

    Aliás, quem começou a comparar o Bolsonaro com o Jean Wyllys foi ele. O Jean Wyllys tenta transformar todo tipo de idéia repugnante e absurda em lei, além de já ter postado orgulhosamente uma foto em uma reunião com a direção do Facebook Brasil organizada pra promover a censura aos posts e notícias de direita na rede social, enquanto o Bolsonaro citou alguém de quem ele não gosta enquanto votava pelo Impeachment, o mostro. Achar que um câncer na nossa política como o PSOL é de alguma forma comparável a Bolsonaro, lideranças evangélicas ou qualquer outra figura polêmica é ignorar a destruição do nosso país promovida por essa gente e focar no irrelevante, algo que obviamente só favorece a esquerda.
  • Darkside disse: Eu te entendo perfeitamente, @Judas . Eu também sou ateu e obviamente não concordo com essas bobagens, não temos que aceitar virar alvo da estupidez dos outros não importa de onde venha. Desejar nos defender da acusação de que somos imorais e "vazios" é perfeitamente natural e inclusive algo que precisa ser feito.

    Só que é preciso avaliar de forma racional e bem informada os prós e contras da influência dessas pessoas antes de concluir que elas jogam contra o time, ou que mesmo sendo algo de bom pro país em geral representem uma ameaça contra algum grupo do qual somos parte.

    Eu não considero que as idéias estúpidas sobre os ateus de alguém como o Nando Moura ou o Olavo sejam capazes de causar qualquer dano contra nós, por exemplo. Mesmo que eles fizessem disso a mensagem principal, jamais seriam capazes de restaurar a idéia de que fé religiosa = moralidade como já houve em outras épocas, pois é algo contra-intuitivo que só passa na forma de doutrinação religiosa, não de discurso político. Entre os próprios seguidores dessas pessoas estão incontáveis ateus, sempre dispostos a questionar e demonstrar esse engano aos demais. A questão é que esse pessoal está tão entrincheirado nas próprias convicções, o que fazem por estar sempre debaixo de montanhas de críticas, ataques pessoais e tentativas de terem suas vozes silenciadas, que acabam não corrigindo seus erros no medo de se desviarem do caminho certo por engano.

    Já alguém como o Reinaldo Azevedo eu não sei se faria falta, ainda mais após o Antagonista tornar ele obsoleto. Alguém que só por atacar o PT, e por influência da própria propaganda esquerdista, acaba sendo visto como oposição ao socialismo, mesmo sendo um tucano com síndrome de Estocolmo.

    Aliás, quem começou a comparar o Bolsonaro com o Jean Wyllys foi ele. O Jean Wyllys tenta transformar todo tipo de idéia repugnante e absurda em lei, além de já ter postado orgulhosamente uma foto em uma reunião com a direção do Facebook Brasil organizada pra promover a censura aos posts e notícias de direita na rede social, enquanto o Bolsonaro citou alguém de quem ele não gosta enquanto votava pelo Impeachment, o mostro. Achar que um câncer na nossa política como o PSOL é de alguma forma comparável a Bolsonaro, lideranças evangélicas ou qualquer outra figura polêmica é ignorar a destruição do nosso país promovida por essa gente e focar no irrelevante, algo que obviamente só favorece a esquerda.

    Perfeito .
  • Só que é preciso avaliar de forma racional e bem informada os prós e contras da influência dessas pessoas antes de concluir que elas jogam contra o time, ou que mesmo sendo algo de bom pro país em geral representem uma ameaça contra algum grupo do qual somos parte.

    Eu não considero que as idéias estúpidas sobre os ateus de alguém como o Nando Moura ou o Olavo sejam capazes de causar qualquer dano contra nós, por exemplo. Mesmo que eles fizessem disso a mensagem principal, jamais seriam capazes de restaurar a idéia de que fé religiosa = moralidade como já houve em outras épocas, pois é algo contra-intuitivo que só passa na forma de doutrinação religiosa, não de discurso político.

    Não acho que sejam uma ameaça pra nós e quanto ao Nando ser um formador de esquerdistas foi só um exagero de retórica meu.
    Mas o fato é que este tipo de comportamento da direita católica compromete a eficácia do discurso de direita como um todo.
    Se queremos ganhar precisamos convencer o outro lado de que nossa mensagem é melhor.
    As pessoas as quais  a esquerda chama de "racistas, homofóbicos e misóginos  jamais mudarão de lado.
    Dessa mesma forma ateuzinhos de FB após a fase "revolts" jamais tenderão pra direita se o discurso dominante for o de gente como o Nando ou o Olavo, vão ficar lá no limbo...votando no Ciro Gomes kkkk
    O que eu queria é que esse pessoal melhorasse o discurso, isso mataria de vez a esquerda e passaríamos a debater sobre que forma de direita seria melhor, a conservadora ou a liberal ou o que tiver no meio disso aí, tendo o discurso de esquerda não proibido mas devastado pela zombaria que essa porcaria merece.

     
    Já alguém como o Reinaldo Azevedo eu não sei se faria falta, ainda mais após o Antagonista tornar ele obsoleto. Alguém que só por atacar o PT, e por influência da própria propaganda esquerdista, acaba sendo visto como oposição ao socialismo, mesmo sendo um tucano com síndrome de Estocolmo.

    Aliás, quem começou a comparar o Bolsonaro com o Jean Wyllys foi ele. O Jean Wyllys tenta transformar todo tipo de idéia repugnante e absurda em lei, além de já ter postado orgulhosamente uma foto em uma reunião com a direção do Facebook Brasil organizada pra promover a censura aos posts e notícias de direita na rede social, enquanto o Bolsonaro citou alguém de quem ele não gosta enquanto votava pelo Impeachment, o mostro. Achar que um câncer na nossa política como o PSOL é de alguma forma comparável a Bolsonaro, lideranças evangélicas ou qualquer outra figura polêmica é ignorar a destruição do nosso país promovida por essa gente e focar no irrelevante, algo que obviamente só favorece a esquerda.

    Jesus atendeu minhas preces a mandou alguém pra detestar o Vaidade Azevedo comigo.
    Depois eu posto a minha história sobre ele.
  • Em fevereiro de 2006, o Site Criticando Kardec foi tirado do ar do servidor Geocities Brasil devido à ação de Hackers ligados ao fórum de James Randi. Isso ocorreu após, por duas vezes pouco antes, tais hackers terem deletado uma página contendo críticas a tal fórum (neste link). Essa ação criminosa sem precedentes (nem mesmo os crédulos religiosos mais fundamentalistas jamais chegaram nem perto disso em suas críticas aos meus posicionamentos sobre itens como Deus e sobrevivência pós morte) mostra de modo enfático a necessidade de combatermos o pseudoceticismo. Acho difícil que o próprio James Randi concorde com tais práticas covardes. Por outro lado, não pode deixar de ser dito que o fórum por ele albergado de fato estimula tais posturas. Lamentável...

    CRITICANDO O "CETICISMO"

    Este site é a versão de número 3 de um trabalho que tem dois objetivos: primeiro, analisar e criticar o pseudo-ceticismo. E segundo, expor, analisar e criticar os descaminhos e excessos do moderno movimento cético professo organizado, que é por vezes conhecido como "Moderno Ceticismo". As versões 1 e 2 tinham um viés irreverente. Esta versão atual é destinada a uma avaliação mais técnico-científica e, digamos, mais sisuda, de tais questões.

    DEFINIÇÕES

    Ceticismo:

    o ceticismo a rigor é a dúvida. É o "não saber se algo está certo ou não". Existe uma grande diferença entre, de um lado, "não saber se algo está certo ou não", e, de outro lado, "desconfiar que algo não está certo". Na prática, quando se diz que alguém é cético com relação a algo, quase sempre está se querendo dizer que esta pessoa desconfia que algo não está certo. O ceticismo enquanto dúvida ("não saber se", em oposição a "desconfiar que não") é um componente essencial e indissociável do processo científico normal. Basicamente, o cientista, e a Ciência, se resumem a: Ceticismo + Investigação. Já o ceticismo enquanto "desconfiança" (desconfiar que algo não é verdadeiro) não é necessariamente parte do processo científico.

    Pseudo-ceticismo:

    uma pessoa pode ser um cético em qualquer dos dois sentidos definidos acima e ainda assim ser um verdadeiro cético. Contudo, existem pessoas que se dizem céticas no sentido de desconfiarem que algo não é correto, mas que fazem isso enormemente motivadas por fortes crenças que elas possuem com relação a uma alternativa oposta. Isso é muito típico em algumas pessoas que são adeptas da crença no ateísmo-materialista e que se rotulam como "céticas", querendo dizer que desconfiam que estão erradas coisas como "vida após a morte", "paranormalidade", "espíritos", etc. O fato de tais pessoas não estarem cônscias de sua própria faceta crédula me leva a classificá-las como "pseudo-céticas". O pseudo-cético típico é o cara (ou a moça) que se considera mais "racional" do que os crentes de outras convicções, apesar dele próprio nutrir crenças tão ou mais irracionais e incompatíveis com a Ciência estabelecida do que os seus desafetos (que é justamente o que ocorre com o materialismo). A rigor, ninguém é um pseudocético. O ceticismo e o pseudoceticismo, a crença e a descrença, convivem todas juntas em cada um de nós. Para combatermos o pseudo-ceticismo (se de fato consideramos isso necessário), o primeiro e principal lugar onde devemos procurá-lo é dentro de nós mesmos.

    Movimento Cético e Moderno Ceticismo:

    pelo menos desde fins do século XIX, já existia uma parcela considerável de pessoas que a partir de um ponto de vista ateu-materialista desconfiavam que não existem coisas como espíritos, vida após a morte, telepatia, premonição, etc, e analisavam e criticavam ativamente tais coisas. Um marco importante nisso se deu em meados da década de 70 (século XX), com a criação nos Estados Unidos do Comitê para Investigação Científica das Alegações de Paranormalidade, (CSICOP - Committee for the Scientific Investigation of Claims of the Paranormal). Esse evento é considerado por muitos como o nascimento do Moderno Ceticismo, e desde então muitas vezes quando se diz que alguém é um cético está se querendo dizer que esse alguém é membro do movimento cético professo organizado. Esse tipo de Ceticismo Organizado se espalhou pelo mundo, e hoje até no Brasil (desde por volta de 1999) temos nossas organizações céticas tupiniquins. Aparentemente, o surgimento do CSICOP se deu devido à uma forte reação de alguns segmentos da sociedade estados-unidense contra a "Nova Era", que foi um grande crescimento de crenças místicas orientais (incluindo a crença na reencarnação) que se abateu sobre os Estados Unidos (e muitos outros países) desde inícios da década de 60 (século XX). O moderno ceticismo, portanto, foi (e é) um fenômeno social tipicamente conservador e reacionário, que inclusive conseguiu a proesa nada modesta de juntar ateus-materialistas aos cristãos protestantes estados-unidenses contra as perigosas novidades estrangeiras. Muitas pessoas não sabem, mas um dos quatro principais céticos fundadores do CSICOP não é ateu materialista, e sim um crente no teísmo ortodoxo: Martin Gardner! (os outros três, ateus-materialistas, são: Paul Kurtz, Ray Hyman, e James Randi, sendo que este último se afastou do CSICOP para evitar que os muitos processos judiciais que estavam lhe sendo dirigidos acabassem recaindo também sobre o CSICOP, o que muitos temiam poder levar o movimento cético à falência).

    Paranormalidade ou "Psi":

    É a "grande inimiga" dos "céticos". Há muita controvérsia e incoerência na definição de paranormalidade (ou psi). Mas eu uso esse termo me referindo a uma ação nossa (ou de outro ser vivo) sobre o meio ambiente, ou uma percepção nossa a respeito do meio ambiente, sendo que tal "ação-percepção" se daria sem o uso dos cinco sentidos conhecidos (visão, audição, olfato, gustação e somestesia) ou dos mecanismos motores conhecidos (movimento dos membros, etc), e possivelmente baseado em alguma força desconhecida que não as quatro usualmente aceitas pela ciência atual (gravitação, eletromagnetismo, força nuclear forte e força nuclear fraca).

    DELIMITANDO O PROBLEMA

    O Que Há de Errado com o Movimento Cético?

    O movimento cético é, como tudo que fazemos, obra humana. É algo falível, e que possui obviamente virtudes e defeitos. Cada organização cética específica, e cada cético enquanto indivíduo, possui diferenças e peculiaridades nessa balança entre virtudes vs defeitos. No Brasil, o movimento cético ainda é fraco (apesar de já ter conseguido amealhar uma quantidade nada desprezível de erros...). No primeiro mundo (especialmente Estados Unidos e Inglaterra), o movimento cético conseguiu atingir uma boa força e influência, principalmente junto a importantes e estratégicas instituições científicas (especialmente revistas científicas de grande prestígio, como a inglesa "Nature" e a estados-unidense "Science") e tem exercido alguns efeitos positivos mas também outros efeitos negativos sobre o processo científico e sobre a sociedade. O principal efeito negativo do que podemos chamar de "Dobradinha CSICOP-James Randi" tem sido uma exacerbada e indevida ridicularização e execração da pesquisa parapsicológica, também chamada de Pesquisa Psi. A pesquisa psi atingiu, nos últimos 20 anos, um nível de qualidade inimaginavelmente sofisticado e respeitável. Além disso, as evidências experimentais para alguns fenômenos psi, como telepatia principalmente e premonição em menor grau, se acumularam de modo consistente e robusto. Contudo, a população em geral, e mesmo a comunidade científica em especial, está grandemente afastada do conhecimento disso. E mais: há uma enxurrada de informações incorretas, deturpadas, quando não mentirosas mesmo, a respeito do atual estado da pesquisa psi. E isso é promovido ativamente por alguns membros do movimento cético organizado, incluindo as principais e mais influentes figuras do CSICOP.

    Qual a Base Social Disso?

    Os excessos dos céticos e do movimento cético não se dão sem motivo. Se por um lado o status quo nas instituições científicas dos Estados Unidos é, aparentemente, predominantemente materialista, por outro lado a sociedade como um todo é predominantemente espiritualista. Diversas situações de "excesso nocivo de credulidade" tem de fato acometido este país, conforme relatado em minúcias por Carl Sagan (também membro fundador do CSICOP, falecido já há alguns anos) no livro "O Mundo Assombrado Pelos Demônios", de 1995. E há uma forte associação (principalmente no ideário popular, mas também no pensamento e na prática de alguns pesquisadores psi) entre a parapsicologia e as crenças ou alegações místico-religiosas, associação essa raras vezes lucidamente embasada por sólidas evidências e bons raciocínios lógico-científicos. Muitos pesquisadores psi lutam para desvencilhar a parapsicologia de tal associação. Outros tentam trabalhar justamente sobre a base legítima (mas socialmente perigosa) de tal associação. Essa situação é ainda exacerbada pelo fato de muitos céticos serem "céticos profissionais", cujas carreiras e ganhos monetários repousam sobre a refutação da paranormalidade (e, sinceramente, eles por vezes parecem valorizar mais as próprias carreiras e os próprios bolsos do que a verdade e os interesses científicos e sociais...). O saldo final é uma situação complexa e difícil de ser alterada,. Uma verdadeira "guerra psi", em uma bizarra versão moderna das Cruzadas Medievais. Não foi por outro motivo que, em 2003, a respeitável revista científica "Journal of Consciousness Studies", ao lançar uma edição especial apresentando as evidências dos pesquisadores psi e as contestações dos céticos, escolheu para título de tal obra o nome "Psi Wars", ou Guerras Psi (em trocadilho também com Star Wars, "Guerra nas Estrelas"). Um dos editores desse livro alegou que nem em várias décadas de sua militância na área teológica ele havia visto uma animosidade e desconfiança tão feroz como a com que ele se deparou entre os cientistas céticos e cientistas pesquisadores psi. Sem dúvida isso dá o que pensar...

    Quem Perde Com Isto?

    Todos nós interessados no conhecimento da verdade perdemos com essa situação. Evidências pró psi, como por exemplo evidências a favor da telepatia (obtidas nos experimentos Ganzfeld, já com um acúmulo de dados sólido e respeitável há pelo menos 19 anos - escrevo esse texto em fins de 2004), são rejeitadas não por critérios técnico-científicos, mas muito por medos explícitos ou tácitos de que ao se conceder o status de "minimamente comprovado" para a telepatia isso acabe levando a um aumento de credulidades exóticas e da exploração criminosa e danosa de tal credulidade, bem como levando também a uma diminuição das credulidades "não exóticas" (ou seja, diminuição das crenças espiritualistas dominantes: cristianismo protestante e católico). Penso então que o grande desafio dos verdadeiros céticos e dos verdadeiros proponentes de psi é desarticular essa Guerra Santa. Para isso, os excessos de ambos os lados precisam ser desincentivados e diminuídos, e as credulidades espiritualistas e materialistas devidamente reconhecidas, admitidas, e colocadas em seu devido lugar, que pode até ser o lugar de motivadores de pesquisas e de refutações, mas que jamais pode ser o lugar de norteadores de tais ações.

    Mas Afinal, que Diabos é Psi?

    Já que os céticos se batem contra a paranormalidade, e há também os pesquisadores que a defendem, há que se perguntar então o que é paranormalidade? O que é psi? "Paranormal", assim como "sobrenatural", é um termo incorreto, internamente incoerente, e indutor de erro. Se algo existe, não pode ser "sobre" "natural"; é, ao invés, pura e simplesmente, algo "natural". Da mesma maneira, não há coisas "para" "normais". Existem, no Universo, coisas que são raras, coisas que são ubíqüas, mas é, penso, mais acertado pensarmos em todas elas como coisas "normais" (em sentido similar a "naturais"). O termo "psi" como sinônimo de "paranormal" surgiu talvez como uma tentativa de transpor tais percalços conceituais. Na prática, o que muitos (eu incluído) querem dizer ao usarem termos como "psi" ou "paranormal" seria um fenômeno que não esteja baseado nas forças físicas conhecidas (gravidade, eletromagnetismo, força nuclear forte e força nuclear fraca), e que não seja mediado por nenhum de nossos cinco sentidos (visão, olfato, gustação, audição, e somestesia). Contudo, nós precisamos ter em mente que algo que pareça não estar baseado nas quatro forças e nos cinco sentidos pode na verdade estar baseado em tais forças ou sentidos, e ser apenas uma ilusão esse aspecto de violação do conhecimento científico atual. Isso se aplica mesmo para coisas bem extremas, como Deus ou deuses (se existirem), espíritos (se existirem), telepatia, psicocinese, e mesmo premonição.

    CRÍTICAS A ALGUMAS ORGANIZAÇÕES CÉTICAS NACIONAIS

    Sociedade da Terra Redonda (STR):

    A STR possui materiais interessantes em seu site, incluindo muitos textos traduzidos para o português, artigos de alguns cientistas brasileiros, e debates sobre temas interessantes promovidos por eles. (Possuem também fóruns online para os interessados).

    Eles manifestam, por vezes, um viés relativamente, ou mesmo fortemente, radical. É freqüente lá a ocorrência de erros crassos, afirmações desembasadas, afirmações deturpadas que beiram as raias da mentira (quando não adentram célera e solenemente nela...), e incapacidade de admitir e corrigir os próprios erros, o que acena para a possibilidade de fraude consciente ou inconsciente da parte deles.

    As duas piores situações que já me deparei com essa organização foram: primeiro, informações crassamente incorretas emitidas por um dos seus principais diretores, Daniel Sottomaior, a respeito do pesquisador canadense radicado nos Estados Unidos Ian Stevenson (que pesquisa principalmente casos de crianças que alegam lembrarem de vidas passadas - ele é o mais renomado pesquisador desta área no mundo). E segundo, um artigo escrito pelo presidente da STR, Leo Vines (pseudônimo), onde ele critica uma matéria da revista Veja mas se utiliza de fontes que, ao invés de defenderem seus argumentos, na verdade mostram que os argumentos de Veja são muito mais verdadeiros do que quer acreditar Vines.

    No caso do Daniel Sottomaior, eu o consultei em inícios de 2002 a respeito de Ian Stevenson. Em nossa troca de emails, Daniel me forneceu uma crítica bem interessante e bem embasada contra um artigo de Stevenson de 1993, crítica essa que Daniel havia postado uns dois anos antes em um fórum na internet. O artigo de Stevenson é "Birthmarks and Birth Defects Corresponding to Wounds on Deceased Persons. Ian Stevenson. Jounal of Scientic Exploration, 7:403-10, 1993", [tradução: "Sinais de Nascença e Defeitos de Nascença que Correspondem a Ferimentos em Pessoas Falecidas"], e está disponível neste link. Diante do meu questionamento sobre alguns pontos da crítica de Daniel que me pareceram mal embasados ou incorretos, Daniel retrucou, falando em nome da STR (usando sempre o pronome "nós"), dizendo que:

    - Ian é vastamente celebrado nos círculos espiritualistas, e também adjetivado como "científico". ...as "pesquisas" que essas pessoas produzem são, na melhor das hipóteses, de baixa qualidade.
    - É possível que com muita garimpagem se extraia alguma coisa que valha a pena (dos trabalhos de Ian), mas isso não é meu trabalho, é trabalho dele, que ele não fez. Se ele não tem motivação e/ou competência científica o suficiente para tanto, não cabe a seus detratores fazer essa análise. Quando Ian tiver publicado bons resultados em publicações científicas de reputação (como Jama e The Lancet), e esses resultados tiverem sido confirmados por pesquisadores independentes, aí ele se sobressáirá da massa de trabalhos pobres na qual agora está, e que nos faz achá-lo indigno de crédito.
    - Ian é somente conhecido e reputado pelas pessoas que apóiam as suas causas, e que não são nosso público-alvo.
    - Ian pratica uma ciência de mentirinha.
    - Ian se situa perfeitamente bem no amplo panorama de pesquisas ruins que existe na área, e portanto merece com todas as honras o nosso carimbo condenatório.
    - O fato de Ian não conseguir publicar em nenhuma revista decente já é critica que chegue.


    Não bastou uma breve e fácil consulta na principal ferramenta de busca de artigos científicos das áreas de saúde e psicologia (PubMed Search Engine) para começar a ver que Daniel havia cometido um erro crasso, tendo Stevenson artigos publicados até nas próprias revistas que Daniel citou (Jama e The Lancet). Depois de eu mostrar isso para o Daniel, de modo crítico à postura dele, ele sumiu. Mesmo alguns meses depois, em meados de 2002, quando eu estive por seis dias no fórum da Sociedade Brasileira de Céticos e Racionalistas (SBCR), onde Daniel era, e creio que ainda é, o moderador, Daniel não se pronunciou sobre o caso. Eu relatei todo o incidente neste fórum da SBCR, e Daniel se limitou, do meu ponto de vista vergonhosamente, a silenciar...

    Eu relato a íntegra desse bizarro caso no link ao lado (clique aqui).

    O caso de Leo Vines é ainda mais grave. Vines escreveu um artigo contra uma matéria publicada pela revista Veja (artigo de Vines neste link). Veja declarava, baseada em pesquisa encomendada à Vox Populi, que havia no Brasil apenas um porcento (1%) de ateus. Vines afirma que, ao contrário do que diz Veja, existem mais ateus do que judeus no Brasil e no mundo. Afirma, posteriormente, que existem mais ateus no mundo do que budistas, espíritas e judeus (não somados, mas individualmente). As fontes que ele indicou como "mais confiáveis" (e que de fato são muito boas) seriam os sites Adherents e Infoplease. (ele também indicou um relatório do IBGE, neste link, mas ele próprio admitiu em seu artigo que nesta página o IBGE não tem números referentes aos ateus). Vines também implicou com a afirmação de Veja de que, ao fim do século XX, o mundo continua inesperadamente místico. Vines contrapos que, com base em diversas estatísticas independentes, sabemos que os percentuais de místicos e teístas vêm decrescendo década após década, e indicou um pretenso "artigo cinetífico respeitável" publicado na prestigiosa revista científica Nature (Leading scientists still reject God. Edward J. Larson & Larry Witham. Nature. Vol. 394. 23 July 1998. Page 313 - atualmente disponível neste link).

    Após uma análise minuciosa do artigo do Vines (que me pareceu um artigo suspeito, principalmente ao dizer que há mais ateus que budistas...), enviei para ele um email, em meados de 2002, expondo diversos erros nos números que ele forneceu. Posteriormente expus isso a todos os diretores da STR, e expus também publicamente no fórum da SBCR em meados de 2002 (Daniel e Leo se calaram..., assim como os demais diretores da STR que frequentam esse fórum, incluindo Mozart Hasse e Brudna). De lá pra cá, nada foi feito, e o artigo de Vines continua já há mais de dois anos após minha denúnica sem ser corrigido. Seriam erros de pequena monta? Vejamos...:

    Os sites Adherents e Infoplease nos levam às seguintes conclusões:

    - Ao contrário do que Vines afirma, não há mais do que 1% de ateus no Brasil, e sim, pasmem, menos! Os números de infoplease relativos a isso foram retirados, mas mantenho uma cópia neste link (e infoplease utilizou dados do Britannica Book of the Year da Encyclopaedia Britannica, 1999). Infoplease indica que na América Latina (não falam do Brasil isoladamente) haveria 0,5% de ateus (população total de 499.534.000 habitantes sendo 2.673.000 ateus). Adherents diz que em países como os EUA e Austrália, menos de um décimo de um por cento (menos que 0,1% !) são ateus. E ainda diz que números que apontam em torno de 200 milhões de ateus no mundo (como inclusive aparecem no infoplease) seriam devido ao comunismo da China e União Soviética, ou seja, números falsos (onde todos eram ateus à força). Mesmo se considerássemos como válidos os antigos números da China e União Soviética, ateus no mundo comporiam no máximo 4% (se fossem 250 milhões; infoplease fala em 140 milhões, o que dava 2,5%). Os budistas aparecem tanto em Infoplease como em Adherents como tendo 6% da população mundial. De onde então Leo tirou essa informação (e manteve, apesar do meu alerta) de que há mais ateus do que budistas no mundo?

    Uma análise cautelosa do "artigo" publicado na Nature mostra o seguinte:

    - O "artigo" não é um artigo, e sim uma carta enviada à Nature. Nature, creio, publica apenas cartas de cientistas presumivelmente respeitáveis, mas não faz necessariamente uma revisão do seu conteúdo, e não se responsabiliza por tal conteúdo.

    - O "artigo" não fala de aumento de ateus no mundo. Ele fala de aumento de ateus apenas nos Estados Unidos. E ele não fala, na verdade, de aumento de ateus nos Estados Unidos. Ele fala, isso sim, de aumento de ateus entre os cientistas dos Estados Unidos. E finalmente, ele não fala de aumento de ateus entre os cientistas dos Estados Unidos. O artigo da Nature fala, de fato, somente em aumento de ateus entre os cientistas de "altíssimo nível" nos Estados Unidos !

    - O "artigo", ou seja, a carta, está cheia de erros grosseiros, e manipulação tendenciosa de fatos, palavras, e frases. Os piores seriam: a metodologia de comparação que gerou o resultado indicando "aumento" de ateus (aumento entre os cientistas de altíssimo nível nos Estados Unidos) é falha. Oscilações ao longo do século XX são expostas de modo vicioso, ou seja, quando os ateus cresceram em número o autor usa o termo "Aumento", e quando os ateus diminuíram em número ele usa o termo "Pequena Mudança". As perguntas feitas aos entrevistados são inadequadas, e as opções de resposta também. Os resultados são expostos de modo distorcido. As tabelas com os resultados possuem erros inimaginavelmente grosseiros, três das seis tabelas somando percentuais maiores que 100%!

    O mais curioso, à luz dessa carta enviada à Nature e à luz da maneira como Leo Vines usou essa carta (para embasar a idéia de que os ateus vêm aumentando ao longo das décadas), é um comentário feito em um artigo do ano de 2000 pelo presidente da mais influente organização cética mundial, Paul Kurtz, presidente do CSICOP. O artigo é "The New Paranatural Paradigm: Claims of Communicating with the Dead" (O Novo Paradigma Paranatural: Alegações de Comunicações com os Mortos), disponível neste link do CSICOP. Kurtz afirma que "Pesquisas recentes demonstram que o nível de credulidade aumentou durante a última década" (nos EUA - Recent polls have shown the level of credulity growing in the past decade).

    Sem dúvida nessa esquisita gangorra cética, onde Leo afirma que a credulidade desce, e Kurtz afirma que a credulidade sobe, a única coisa que podemos ter certeza é de que nos afastamos cada vez mais e mais da verdade ao confiar nos céticos...

    O que Fez a STR desde Então Sobre Isso? A rigor, nada. E pior, eles têm mentido sobre o caso. Neste link, flagrei o diretor da STR Brudna relatando mentiras para os internautas do fórum da STR em 2003. Respondi a ele e aos internautas (que acabaram em boa medida concordando com meus pontos de vista) no texto deste link. E mais recentemente, recebi emails de um outro internauta que recebeu informações mentirosas de Mozart Hasse (diretor do Departamento para Doutrina da Fé da STR) sobre o caso, dizendo Mozart que Leo teria me enviado um email mostrando que "eu estava errado em todos os meus argumentos nesse caso", e que "tudo o que eu digo sobre isso são apenas boatos".

    Essas posturas irresponsáveis por parte de alguns membros da STR, somadas à uma recusa sistemática em corrigir graves erros, me levam a não ter muita confiança nas avaliações exaradas por tal grupo cético, e se constituem em um exemplo típico e concreto de que não são apenas crentes que fraudam. Talvez o mais lamentável nisso tudo é que há pessoas na STR que de fato tentam realizar um trabalho sério e de qualidade, trabalho esse que acaba direta ou indiretamente maculado pelos desnecessários e infantis vícios descritos acima.

    Fórum Cético Brasileiro (FCB):

    O FCB é um fórum com algumas peculiaridades esquisitas, notadamente o seu caráter autoritário tipicamente stalinista-hitlerista (pelo menos nos anos de 2002 e 2003, quando pude observar tais indícios mais diretamente). Eles possuem um site e um fórum. O dono do fórum (e do site) é Jefferson Krusemark. Durante vários meses de 2003 o fórum esteve fechado. Diziam que Krusemark teria deixado o ateísmo para abraçar o posto de pastor da Igreja Universal do Reino de Deus. Ao reabrir o fórum em dezembro de 2003, Krusemark se apressou em rebater tais boatos (possivelmente o pessoal da Universal rejeitou Krusemark por ele ser crédulo demais...).

    O coordenador (interino) da comissão de ciência do FCB é Roberto Takata, que em repetidas mensagens no fórum Ceticismo Aberto (em 2004) reiterou firmemente que ele "não deve ter suas opiniões levadas a sério quando ele opina a respeito de parapsicologia" (!). Muito esquisito.

    Uma outra coisa prá lá de esquisita é um mini artigo que eles têm no fórum (neste link) onde eles advogam que a psicanálise deveria ser retirada por completo do currículo das universidades brasileiras... Até eu que não sou muito fã da psicanálise fico meio pasmo com tais propostas stalinistas dos FCBanos.

    Sociedade Brasileira de Céticos e Racionalistas (SBCR):

    a SBCR também tem um site e um fórum. Formalmente, o presidente de tal sociedade é o Dr. Renato Sabbatini. Contudo, na prática, o condutor dela é o Daniel Sottomaior mesmo (aquele do Ian Stevenson na STR). O Dr. Sabbatini possui um currículo impressionante, e sólida inserção acadêmica também. Contudo, eu achei os artigos dele que constam do site da SBCR relativamente fracos. Adendo em 17 de julho de 2005: finalmente, após árduos esforços de minha parte (desde 2002!), consegui um retorno de Sabbatini. Seu pseudoceticismo é tão formidável quanto seu currículo. Clique aqui para maiores detalhes.

    Mas bem pior que isso é um artigo de autoria da Dra. Sílvia Helena Cardoso, entitulado "Aparições", também disponível no site da SBCR. Ela afirma nesse artigo que "Assim, hoje se pode comprovar que visões sobrenaturais, entre elas, as divinas e satânicas, aparecem para pessoas com alterações cerebrais. Se o cérebro daqueles indivíduos estivessem com um funcionamento normal, Deus e demônio jamais viriam incomodar aquele suposto enviado de Deus.". Ou seja, Dra. Cardoso está afirmando que "mediunidade é doença mental".

    Por mais que possa ser verdade que distúrbios cerebrais levem a visões, é imprudente, e a rigor cientificamente incorreto, afirmar que "se o Cérebro daqueles indivíduos estivessem com um funcionamento normal, Deus e o demônio jamais viriam incomodar aquele suposto enviado de Deus". Primeiro porque seria necessário provar que sempre que tais cérebros são levados a uma condição "normal" eles param de ter visões e quaisquer outro tipo de contatos "sobrenaturais". E segundo, porque a definição que Dra. Cardoso ou qualquer um de nós tem do que seja normal é sempre algo sujeito a questionamentos do ponto de vista biológico. Alguns filmes, inclusive, como "Don Juan de Marco" (com Jonny Depp) e "Uma Mente Brilhante" (sobre economista ganhador do prêmio Nobel que sofria de esquisofrenia) mostram, na ficção e na realidade, como aquilo que consideramos "anormal" pode ser mais satisfatório do que a opção "normal". Compatível com isso, um artigo breve e interessante de Kelly Morris na revista científica "The Lancet" comenta sobre como aquilo que consideramos por vezes como "doença mental" pode ser não uma aberração, mas sim parte do espectro de variabilidade adaptativa humana normal (Does Art Work in Mental Health? Kelly Morris. The Lancet, vol 360, p.1104, October 5, 2002.).

    Já quanto ao fórum da SBCR, estive freqüentando-o por seis dias em meados de 2002. No final, me expulsaram... Obtive de início muitos retornos interessantes à indagações e a temas por mim propostos. Posteriormente, alguns (não poucos...) membros assumiram postura ofensiva, e não havia da parte do moderador do fórum (Daniel Sottomaior, de novo...) uma imparcialidade na questão. Aos olhos dele, apenas eu era o ofensor, enquanto que do meu ponto de vista eu estava meramente rebatendo o que era a mim dirigido (e na verdade rebatendo bem abaixo do que eu recebia).

    Ao fim, cansado da postura molequesca desses alguns, e diante da passividade de Daniel, enviei uma mensagem pouco polida (mas, curiosamente, muitíssimo bem recebida pela galera...) que culminou com minha exclusão do grupo. Tecnicamente, talvez uma impecável decisão; mas eticamente, penso, questionável. De todo o modo, jamais recebi qualquer mensagem, nem foi enviada qualquer mensagem ao fórum, comunicando que eu fui excluído. A rigor, continuo membro do fórum. E isso é mais um sinal da passividade (ou... inoperância) de Daniel Sottomaior nessa situação.

    O fórum da SBCR é, então, um local onde se pode conseguir alguns bons subsídios. Mas é necessário que quem entre neste fórum esteja alerta para o fato de que, infelizmente, há muita informalidade irresponsável (e por vezes crassamente ofensiva) nesses fóruns internéticos (nesses onde os moderadores se permitem ser omissos). Esse tipo de irresponsabilidade omissa por parte dos moderadores não ocorre em outros fóruns que freqüentei posteriormente, como o fórum cético Ceticismo Aberto e o fórum parapsicológico PesquisaPsi. Tavez o fórum da SBCR já tenha sanado esse grave defeito (espero). Adendo em 17 de julho de 2005: retornei ao fórum da SBCR nos últimos meses. Está bem similar a antes (acabei inclusive sendo banido em situação similar à anterior), sendo que os membros me pareceram relativamente melhores, e o moderador (Daniel Sottomaior) relativamente pior do que antes. O presidente desta "instituição", Renato Sabbatini, finalmente deu "o ar de sua graça" (ou seja, após insistentes cobranças de minha parte, ele respondeu a uma mensagem de um membro do fórum, eu mesmo no caso). Ficou patente o despreparo de Sabbatini para falar sobre "paranormalidade" e "espiritismo", além da falta de ética da parte dele para com Daniel Sottomaior, e da pouca preocupação dele (Sabbatini) em honrar com a palavra empenhada. Francamente...
  • Um clássico que merece estar nesse tópico sobre seriedade.

  • editado November 2016
    O cara toca no ponto que sempre temos cá ressaltado: esse pessoal é instrumental - i.e., são o instrumento - no processo de subversão dos valores cujo objetivo é desestabilizar uma nação.
    Depois da tomada do poder, já não mais serão necessários e até perigosos ou por (i) saberem demais [2:14] ou por (ii) poderem se desiludir [2:25].
     
  • Cameron escreveu: »

    Esse aqui é ótimo.

  • Leandro Karnal ● Reflexões Sobre Justiça e Administração (07/11/2016)

  • Próximo Texto | Índice 

    ENTREVISTA SUSAN PINKER 

    Mulher é mais feliz quando reconhece diferenças de gêneroLegado feminista ainda barra aceitação de traços psicológicos inatos, diz cientista 
     Divulgação
    d2103201001.jpg A psicóloga evolutiva Susan Pinker,
    da Universidade McGill
     

    APÓS abandonar o feminismo, a psicóloga Susan Pinker adotou um novo olhar sobre as diferenças biológicas que existem entre os sexos. Para ela, o movimento foi bom por ter dado liberdade de escolha às mulheres, mas errou ao afirmar que todas as distinções de gênero eram socialmente construídas. Em seu novo livro, "O Paradoxo Sexual", ela defende que salários de homens costumam ser maiores hoje não por discriminação no mercado, mas porque eles priorizam mais isso.

    RICARDO MIOTO
    DA REPORTAGEM LOCALProfessora da Universidade McGill, de Montréal, a canadense Susan Pinker segue a mesma linha de pesquisa que seu irmão Steven. Ambos buscam entender a mente humana no contexto da evolução. Em entrevista à Folha, ela conta por que sente pena de Lawrence Summers, reitor da Universidade Harvard que perdeu o cargo acusado de machismo. 
      ep.gifFOLHA - Seu livro fala sobre mulheres em empregos com bons salários, mas que as afastavam dos filhos, tornando-as infelizes. Por que elas quiseram anonimato? 
    SUSAN PINKER
     - Acho que as mulheres que fazem essa escolha ainda estão envergonhadas de não estar agindo como homens. Mas não podemos esperar isso delas. Elas não são homens.FOLHA - Como assim? 
    PINKER 
    - Existe a expectativa, no Ocidente, de que mulheres devem voltar a trabalhar normalmente quando seus filhos ainda são pequenos sem que se sintam mal por isso. Mas essa angústia tem razões biológicas. Se você der liberdade de escolha, mulheres vão querer trabalhar menos enquanto seus filhos forem novos. Na América do Norte e na Europa, entre as empresas que oferecem aos seus funcionários trabalhos em meio período, 89% dos que aceitam são mulheres. Isso oferece às mulheres mais tempo não só para os seus filhos, mas para seus outros interesses.FOLHA - Ganhar um salário menor é o preço que as mulheres pagam para satisfazer seus sentimentos?
    PINKER 
    - Sim. Fui entrevistada por uma jornalista na Holanda, onde há leis que dizem que, se você quer trabalhar só meio período, não pode ser demitido. A maioria das mulheres na Holanda não trabalham o dia inteiro, tendo filhos ou não. Essa jornalista trabalhava só quatro dias por semana. Ela dedicava as sextas para tocar piano, e achava que não seria feliz sem isso. Então não se trata apenas de cuidar dos filhos, mas também de ter uma vida mais equilibrada. Para as mulheres, a vida não é apenas trabalho, salário e promoções, ao contrário do que pensam muitos homens, que acham que tudo isso vale a pena quando compram um novo carro. Incomoda a muitos deles pensar que outras pessoas estão ganhando mais dinheiro, que moram em um lugar mais legal. São mais competitivos, gostam mais de assumir riscos. Não todos, mas eu diria que 75% dos homens são assim.FOLHA - Ou seja, não é regra.
    PINKER 
    - Eu sempre deixo claro que cada pessoa é um indivíduo único. Ciência é estatística, pessoas são únicas. Então, quando você estuda ciência, está analisando probabilidades. Sempre existirão exceções. Compare com a altura. Em geral, homens são mais altos, mas existem várias mulheres mais altas do que muitos homens.FOLHA - Mas ainda existe muita resistência à ideia de que as diferenças entre os gêneros não são apenas socialmente construídas.
    PINKER 
    - As mulheres foram discriminadas por tanto tempo que as pessoas têm uma aversão à ideia de que existe uma diferença natural, biológica. Acham que falar sobre diferenças é voltar a pensar como antigamente, quando, na verdade, não tem nada a ver com discriminação. É bobo ignorar as evidências científicas porque você tem medo do que elas vão dizer.FOLHA - Mas pode soar como "acabou a festa, todas de volta para a cozinha, os afazeres domésticos"...
    PINKER 
    - Estou muito longe dessa mensagem. O que acontece de bom quando as mulheres aceitam que existem diferenças biológicas naturais é que elas se sentem muito menos isoladas com seus sentimentos. Se ignoramos as diferenças, estamos forçando mulheres a assumir cargos e trabalhos nos quais boa parte delas não serão felizes, talvez como executivas ou engenheiras. Muitas mulheres me disseram: "Graças a Deus você fez esse livro. Eu achava inaceitável aquilo que eu sentia". É difícil para elas gostar de trabalhar com pessoas, mas saber que empregos assim não são tão bem pagos quanto os que envolvem lidar com "coisas", como engenharia. A maioria das mulheres gosta de trabalhos como assistência social, pedagogia, profissões na área de saúde, mas salários nessas áreas costumam ser menores.FOLHA - Mas, se as mulheres gostam de áreas que pagam menos, não há nada a fazer, então?
    PINKER 
    - Precisamos remunerar melhor as mulheres pelos trabalhos que elas preferem. Ou seja, começarmos a pagar aos professores tanto quanto pagamos aos engenheiros. Muitas mulheres esperam que as suas conquistas sejam reconhecidas sem que tenham de pedir aumentos. E, por isso, têm menos chances de ver os seus salários subindo. Se eu sou um chefe e recebo um homem em meu escritório dizendo "veja o que estou fazendo, eu mereço um salário maior", tenho mais propensão a oferecer um aumento a ele do que a outra pessoa que faz o seu trabalho sem reclamar.FOLHA - O que a sra. pensava sobre as diferenças de gênero quando era jovem? Leu Simone de Beauvoir?
    PINKER 
    - Sim, claro, como todo mundo naquela época. Estamos em um ponto alto do movimento feminista. Quando eu estava na universidade, no final dos anos 1970 e começo dos 1980, a expectativa era que homens e mulheres fossem idênticos, que nós deveríamos fazer as mesmas coisas, trabalhar a mesma quantidade de horas, no mesmo tipo de emprego, ter o mesmo tipo de vínculo emocional com o trabalho doméstico e com as outras pessoas. Eu acreditava muito nisso, li todos os livros das principais feministas. Foi só quando eu fui trabalhar e quando meus filhos nasceram que percebi que havia um buraco entre a minha abordagem intelectual do assunto e os meus sentimentos.FOLHA - Então deveríamos agora esquecer "O Segundo Sexo" [livro de Simone de Beauvoir, de 1949, marco do feminismo]?
    PINKER 
    - "O Segundo Sexo" era interessante em sua época, mas está ultrapassado. A ciência avançou muito desde então. Não tínhamos ressonância magnética nem o mapeamento do genoma humano, não sabíamos metade do que sabemos hoje. Hoje estamos entendendo como os hormônios afetam os comportamento humano.FOLHA - Como foi a experiência da sra. em um kibutz?
    PINKER 
    - Eu tinha 19 anos e fiquei um ano num kibutz porque eu era socialista. Era um lugar interessante para perder noções irrealistas. Existiam trabalhos que a maioria das mulheres não queriam fazer, que exigiam muito esforço físico ou eram perigosos. Existia uma divisão natural de trabalhos por sexo, ainda que os kibutzim tivessem sido planejados para que isso não existisse.FOLHA - Quando Summers perdeu o cargo em Harvard após dizer que a falta de mulheres em ciência é questão de aptidão, o que a sra. pensou?
    PINKER 
    - Foi assustador, porque eu tinha acabado de decidir escrever o meu livro quando vi o que aconteceu a esse pobre homem. Ele foi atacado simplesmente por comentar as evidências que a maioria das pessoas que trabalham com biologia e antropologia evolutiva vêm dizendo há anos. 
    http://www1.folha.uol.com.br/fsp/ciencia/fe2103201001.htm
  • Emmedrado escreveu: »
    muriel-13.jpg

    Sou do tempo em que o Laerte era conhecido por fazer quadrinhos.

    Hoje ele quer ser conhecido por outra coisa, abrindo mão de sua qualidade como artista.

    Triste.

  • Percival disse:
    Percival disse: muriel-13.jpg

    Sou do tempo em que o Laerte era conhecido por fazer quadrinhos.

    Hoje ele quer ser conhecido por outra coisa, abrindo mão de sua qualidade como artista.

    Triste.

     

    De Fato .
  • Gorducho disse: O cara toca no ponto que sempre temos cá ressaltado: esse pessoal é instrumental - i.e., são o instrumento - no processo de subversão dos valores cujo objetivo é desestabilizar uma nação.
    Depois da tomada do poder, já não mais serão necessários e até perigosos ou por (i) saberem demais [2:14] ou por (ii) poderem se desiludir [2:25].
    Ou por terem mania de protestar contra o status quo.

    Mesmo porque, ditaduras comunistas tendem a ser caretíssimas, perseguindo LGBTs, feministas e qualquer um que fuja ao padrão, portanto livram-se dessas categorias depois que elas já cumpriram sua função de idiotas úteis.
     
Entre ou Registre-se para fazer um comentário.