China - falência moral do Ocidente (de Biden)

editado May 2022 em Religião é veneno
Joe Biden discursa a admitir a existência uma única China, mas que esta unidade não pode ser forçada.

[Há uma única Ucrânia (desculpem, ainda há? Assumindo que sim), que pela força tentou subjugar as suas províncias rebeldes].



Biden se tivesse inteligência, afirmaria que a única China é Taiwan - isto sim, uma atitude digna e desafiadora. Agora, o modo como anda a ladrar sem morder é trágico-cómico. Para mais, as decisões internas (economia) levam o seu país para a ruína. Pior só os europeus que se suicidaram.






Comentários

  • Ilhas Salomão, onde ocorreu a batalha de Guadalcanal, decisiva para inversão do curso da guerra, aparenta ir passar para mãos chinesas sem esforço.
    Duvido que aliança anglo-saxónica fique impávida, mas esperemos para ver.
  • editado April 2023
    China ameaça invadir e anexar Taiwan

    Você sabe como começou essa história? Qual o impacto disso na sua vida? Qual o risco disso virar uma guerra mundial?

    Conto aqui embaixo:

    Taiwan está a 130 km da China. Mas em 1949, governada por Chiang Kai-shek, todo esse território formava uma coisa só: a República da China.

    Foi quando Mao Zedong tomou o país com um golpe, derrubando os nacionalistas do poder, vencendo uma guerra civil com milhões de mortos.

    Derrotado, Kai-shek fugiu pra Taiwan e passou a governar de lá como se a República da China jamais tivesse sido derrubada.

    Em Pequim, Mao deu um novo nome ao país: República Popular da China. E desde então seu partido promete, sem sucesso, conquistar o território de Taiwan.

    Esse não é um impasse pequeno.

    Por muito tempo, era o governo de Taiwan quem sentava no assento do Conselho de Segurança da ONU, não o de Pequim.

    A ONU só foi reconhecer o Partido Comunista no controle da China em 1971.

    Desde então, Taiwan não é um país-membro da organização.

    Mas Taiwan é de fato um país que se autogoverna há mais de 70 anos.

    Taiwan tem capital, governo, moeda, hino, bandeira, forças armadas, poderes independentes, 13 partidos com representantes eleitos e uma característica que irrita profundamente Pequim: identidade nacional.

    Em 1949, Taiwan e China eram territórios governados pelo mesmo partido, habitados pelo mesmo povo, com a mesma língua, a mesma cultura e os mesmos índices socioeconômicos.

    Hoje, esses são países completamente diferentes.

    Taiwan é uma democracia com amplos direitos humanos - o primeiro país da Ásia a permitir o casamento gay (com a primeira ministra de Estado transexual do mundo).

    A internet em Taiwan é livre, assim como a imprensa, as igrejas, os sindicatos, o mercado e as organizações sociais.

    O IDH de Taiwan é superior ao da França; o da China é inferior ao da Bulgária e do Irã.

    O PIB per capita de Taiwan é maior do que o da Finlândia; o da China é menor que o da Costa Rica.

    Há menos pobreza em Taiwan que na Suécia; há mais pobreza na China que na Bolívia.

    Esqueça os clichês sobre comunismo e capitalismo.

    A desigualdade social é maior na China que na Nigéria e na Índia.

    A desigualdade social é menor em Taiwan que na Alemanha e na Suíça.

    Nas pesquisas de opinião, os taiwaneses são mais felizes e realizados que os chineses.

    Não é difícil entender os motivos.

    Eles dedicam menos horas ao trabalho que os chineses e ganham salários maiores. Não bastasse, são menos corruptos e têm uma expectativa de vida maior.

    Os taiwaneses também têm acesso a melhores serviços públicos de saúde e educação.

    Ou seja, recapitulando: vivem mais tempo, com melhor qualidade, trabalhando menos, ganhando salários maiores, com melhor acesso a serviços de saúde e educação, e maior liberdade civil e econômica.

    Nas últimas décadas, com Taiwan se desenvolvendo num ritmo muito maior que a China, a população desse lugar, tendo amplas liberdades, passou a alimentar uma identidade própria.

    Hoje, 60,8% dos taiwaneses se identificam como taiwaneses e apenas 2,7% se consideram chineses.

    E apesar disso, a China repetidas vezes ameaça invadir esse país, consideravelmente mais livre, mais desenvolvido e melhor educado, desrespeitando a autodeterminação de um povo pacífico, mesmo que isso signifique lançar o mundo inteiro numa guerra.

    https://www.dw.com/pt-br/china-inicia-exercícios-militares-ao-redor-de-taiwan/a-65262995

    Mesmo empresas e celebridades americanas não escapam dessa pressão chinesa sobre Taiwan.

    Atores de Hollywood:
    https://www.theguardian.com/world/2021/may/26/john-cena-very-sorry-for-saying-taiwan-is-a-country

    Filmes de Hollywood:
    https://www.theguardian.com/world/2021/may/26/john-cena-very-sorry-for-saying-taiwan-is-a-country

    Companhias aéreas:
    https://www.bloomberg.com/news/articles/2022-05-31/top-gun-keeps-taiwan-flag-in-rare-hollywood-defiance-of-china

    Grandes marcas:
    https://asia.nikkei.com/Spotlight/The-Big-Story/How-Beijing-enlists-global-companies-to-pressure-Taiwan

    Em 2023, não há qualquer garantia de preservação da paz entre chineses e taiwaneses. Este é um conflito com inúmeras hipóteses e mais perguntas do que respostas.

    Mas há um fato indiscutível a seu respeito: há apenas um agressor e um país resistindo à ameaça imperialista.

    Se você quer entender melhor por que essa guerra seria uma catástrofe muito maior que a invasão à Ucrânia, com impactos suficientes para provocar uma depressão mundial e refundar o século 21, sugiro a leitura desta thread que publiquei no ano passado.


    Nos próximos meses você verá nessa rede social um exército de trolls e sociopatas, com bandeirinhas de países subdesenvolvidos no perfil, defendendo uma invasão militar chinesa a Taiwan, criando qualquer desculpa estapafúrdia para justificar (mais uma vez) a morte de inocentes.

    Eles criticarão a presidente de Taiwan, os EUA, a Otan, o capitalismo, Biden e até Zelensky.

    Mas no fim, qualquer invasão chinesa a esse lugar - uma ameaça a 23 milhões de pessoas - seria um crime contra a humanidade. Mais um na conta deles.

    E nenhuma propaganda apagaria isso.

    E não apenas os taiwaneses sofreriam.

    Como Taiwan é líder global em produção de chips, uma invasão chinesa impactaria brutalmente o mercado de semicondutores, encarecendo boa parte dos produtos indispensáveis à sua vida - dos carros aos celulares.

    O impacto seria monstruoso.

    Com essa importância econômica bem maior que da Ucrânia, o mundo dificilmente reagiria a uma guerra com notas de repúdio.

    Pela vulnerabilidade geográfica, o Japão promoveria a primeira reação. Com um acordo militar com Taiwan, os EUA viriam na sequência.

    https://www.bloomberg.com/opinion/features/2022-11-06/why-japan-is-gearing-up-for-possible-war-with-china-over-taiwan

    E o Brasil? Lula provavelmente fingiria neutralidade, papagaiando sobre nossa "tradição diplomática", ao mesmo tempo em que lançaria declarações cínicas de inegável apoio à China e crítica aos EUA.

    É o que ele faz hoje com a invasão russa na Ucrânia.

    E seria um erro. Mais um.

    Taiwan tem o que a direita democrática preza (liberdade de culto, livre mercado, livre expressão) e o que a esquerda democrática defende (direitos humanos, igualdade social, bons serviços públicos).

    Sabe onde não tem nada disso? Na ditadura que o presidente brasileiro admira.

    No fim, Taiwan nos revela pra que serve a política: cuidar das pessoas, sem atentar contra suas liberdades fundamentais.

    Não há democrata indiferente a isso.

    É por isso que uma agressão a Taiwan é bem mais que uma guerra distante: é um ataque frontal aos nossos valores.

    (Rodrigo da Silva)
  • Não parece ser necessário invadir, China apenas vai controlar de facto todos os movimentos em redor da ilha.
    Soberania inteligente.


    Pelo menos espero não haja guerra.
  • editado April 2023
    Como no livro "1984", a ditadura reescreve continuamente os registros históricos para se adaptar à "verdade" do momento.
    A versão oficial é que a pandemia começou fora da China e que o governo fez tudo certo.
    China recorre à censura e reescreve silenciosamente história da Covid-19

    Sob pressão do governo, cientistas chineses fizeram retratações de estudos e deletaram dados relacionados à pandemia

    Por Mara Hvistendahl e Benjamin Mueller, The New York Times — Pequim - 24/04/2023


    No início de 2020, no mesmo dia em que uma nova e apavorante doença recebeu oficialmente o nome de Covid-19, uma equipe de cientistas dos Estados Unidos e da China divulgou dados importantes que mostravam o quão rápido o vírus se espalhava e quem estava morrendo. O estudo foi citado em alertas sanitários por todo o mundo e parecia ser um exemplo de cooperação internacional em tempos de crise.

    Em uma questão de dias, contudo, os pesquisadores silenciosamente retiraram o trabalho do ar, substituindo-o por uma mensagem on-line que dizia para que os cientistas não o citassem. Alguns observadores perceberam a situação peculiar, mas o episódio como um todo foi rapidamente esquecido em meio à pandemia.

    [...]

    Aqueles que não submetessem seus projetos à análise ou que causassem "sérios impactos sociais adversos" seriam punidos, afirmou a diretriz.

    A manobra gerou calafrios na ciência chinesa. As universidades endureceram as regras para entrevistas do corpo docente à mídia e instruíram os professores a cumprir a diretriz, mostram avisos de universidades. Enquanto isso, as retratações nos periódicos continuavam — e por razões pouco habituais.

    Um grupo de autores afirmou que “nossos dados não são suficientemente perfeitos”. Outro alertou que seu artigo “não pode ser usado como base para a origem e evolução do SARS-CoV-2 (o vírus causador da Covid)”. Um terceiro disse que suas conclusões eram “incompletas e não estavam prontas para publicação”. Vários cientistas prometeram em avisos de retratação atualizar suas descobertas, mas nunca o fizeram.

    Como os cientistas chineses foram amordaçados, é difícil distinguir nitidamente entre artigos censurados e aqueles retratados por razões científicas legítimas. A censura, contudo, ajudou o governo a contar uma história.

    — A China emergiu da pandemia como uma vencedora precoce — disse Yanzhong Huang, especialista em saúde global da Universidade Seton Hall. — Eles começaram a apresentar uma nova narrativa sobre o surto, não apenas em termos de origem, mas também em termos do papel do governo na resposta à pandemia.

    [...]

    O controle do governo chinês sobre a ciência continua. O laboratório de um cientista chinês que estuda o comércio de animais silvestres, por exemplo, foi fechado recentemente. As autoridades investigavam à época preocupações sem embasamento de que sua pesquisa relacionada às origens da pandemia, de acordo cum um colaborador de fora da China.

    Em 1º de abril, Pequim limitou o acesso estrangeiro à Infraestrutura Nacional de Conhecimento da China, um portal acadêmico, restringindo o conhecimento sobre a pesquisa. Autoridades vêm instando os cientistas chineses a publicarem em revistas nacionais, em vez de revistas e plataformas internacionais.

    Neste mês, cientistas do governo chinês disseram que era hora de começar a investigar fora da China as origens do vírus. Foi um aceno para a afirmação amplamente refutada de que a pandemia começou em outro lugar.
    https://oglobo.globo.com/mundo/noticia/2023/04/china-recorre-a-censura-e-reescreve-silenciosamente-historia-da-covid-19.ghtml
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