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Os evangelistas eram historiadores confiáveis?

Fernando_SilvaFernando_Silva Administrador, Moderador
Os evangelistas não atendem aos critérios mínimos que se esperam de um historiador sério.
Em consequência, até prova em contrário, os evangelhos não passam de propaganda de uma seita religiosa.

http://ceticismo.net/religiao/os-evangelistas-eram-historiadores-confiaveis/
Os Evangelistas eram historiadores confiáveis?

Por: Richard Carrier
Tradução: Sky Kunde

A qualidade ou confiabilidade de um fonte requer uma avaliação de todos os fatores relevantes. Os evangelhos são falhos como relatos confiáveis porque falham em todos os critérios, não porque falham em um ou dois. Para encurtar a conversa, Lucas, o melhor deles, não apresenta nenhuma das qualidades de um historiador crítico e cuidadoso; em vez disso prega e propagandeia e, implicitamente, seus objetivos são ideológicos, não uma objetiva investigação em busca da verdade.

Para uma boa comparação extrema, compare os explícitos métodos de Arrian com Lucas-Atos: Arrian relata a história de Alexandre o Grande quinhentos anos após os fatos. Mas o faz explicitamente, oferecendo um método seguro. Arrian diz que ignorou todas as obras não escritas por testemunhas. Em vez disso, confiou somente em antigos textos disponíveis de testemunhas oculares da campanha de Alexandre. Eles os nomeia e discute suas conexões com Alexandre. Ele então diz que, sobre cada ponto onde eles concordam, simplesmente registraria o que eles disseram, mas, onde discordam de modo significativo, ele citaria ambos relatos e identificaria as fontes que discordam.

Contudo, este não é o melhor método – métodos modernos foram melhorados consideravelmente –, mas está entre os melhores métodos empregados na antiguidade. Isso é consideravelmente diferente de apenas escrever histórias quinhentos anos mais tarde. Deixando claro, se Arrian fez o que disse, ele é quase tão bom quanto a fonte de uma testemunha ocular (de fato, argumentavelmente melhor). Agora, perceba como Lucas não faz nada disso (nem nenhum outro evangelista).

Não temos idéia sobre as fontes que Lucas usou e para quais informações. Também não temos idéia sobre como ele escolheu em quem confiar ou quem incluir. Lucas, portanto, não pode ser associado a Arrian como historiador crítico. Ele consegue ser ainda pior quando comparado como Polybius ou Thucydides. Nem mesmo alcança o nível de historiadores inferiores como Tácito e Josefo – que, apesar de não oferecerem uma clara discussão dos seus métodos, frequentemente nomeiam suas fontes e explicitamente mostram um senso crítico ao escolher entre relatos divergentes e confusos.

O significado disso é simples: consideramos como um fato que esses historiadores executaram ao menos alguma pesquisa decente, criticamente examinaram a evidência e admitiram a dúvida ou as informações conflitantes.

Não confiamos em nenhum historiador antigo tanto quanto confiamos em um bom historiador moderno – todos os antigos historiadores erraram em diversos pontos por várias razões (então, por extensão, podemos estar certos que Lucas também errou). Mas confiamos nos antigos historiadores na medida em que eles demonstram as qualidades de um historiador confiável, como ser um pensador crítico com um interesse explícito em averiguar alegações contra documentos e relatos de testemunhas.

Todos os evangelhos discordam. Mesmo Lucas, que alega ter seguido tudo precisamente, deixa de fora muitas coisas. Lucas também reescreve o que Jesus disse ou fez de modo levamente diferente da sua fonte (provavelmente Marcos) e oferece uma cronologia muito diferente da de João. Obviamente, deve ter havido discordâncias. Um historiador crítico comentaria as discordâncias e, se possível, as resolveria nomeando e citando fontes. Por exemplo, considere os atuais esforços dos cristãos para harmonizar os relatos dos evangelhos. Isso é exatamente o que um autor como Lucas teria feito, tivesse ele sido um historiador crítico e não apenas um porta-voz defendendo uma ideologia.

Mas o problema, de fato, não é apenas que Lucas não se esforçou para resolver os conflitos e diferenças entre suas fontes, assim como como não fez qualquer esforço para listá-las, averiguá-las ou estabelecer os méritos de qualquer uma das suas fontes. Estes são problemas sérios. Mas o maior deles é que Lucas não diz nada sobre seus métodos – assim não podemos saber quão confiáveis são – ou suas fontes –, então não podemos saber quão confiáveis elas são – ou mesmo quem eram. Muitos outros historiadores ao menos nos dizem isso em algum lugar – alguns, como Appian e Josefo, mesmo ao escrever autobiografias inteiras.

Mesmo no geral, Lucas não se comporta como um pensador crítico. Um pensador crítico começa cético e somente termina crendo após encontrar fortes evidências – e então espera que sua audiência se aproxime da verdade do mesmo modo. Consequentemente, ele expressa dúvidas sobre alegações incríveis e então explica porque não acredita, ou admite em quais pontos ele acredita, mas não tem certeza, e assim por diante. Historiadores antigos nem sempre são bons nisso. Mas ao menos o fazem um pouco. Lucas não.

Entretanto, como eu havia dito, Lucas e os outros evangelistas estão, em termos de sinais de confiabilidade perceptível, entre os “historiadores” do mais baixo escalão (e, na verdade, em todo o Novo Testamento somente Lucas diz estar escrevendo história). Não são observadores neutros, mas crentes vendendo uma religião.

Notas

1- Richard Carrier permite que todos seus textos sejam traduzidos, desde que sem fins lucrativos.
2- O texto é uma adaptação, pois o artigo é uma refutação dirigida a James Patrick Holding, apologeta cristão fundamentalista.

Fonte:
http://www.infidels.org/library/modern/richard_carrier/resurrection/rubicon.html

Comentários

  • 7 Comentários sorted by Votes Date Added
  • AcauanAcauan Administrador, Moderador
    edited setembro 2012 Vote Up0Vote Down
    O que o texto dos Evangelhos não explica é como os cronistas ficaram sabendo de eventos que a própria narrativa descreve como ocorridos em privado como o sonho que orienta José a aceitar a gravidez da esposa, da qual não participou. É improvável que José tornasse público algo tão comprometedor, restando as hipóteses de que os evangelistas entrevistaram pessoas próximas que souberam da história em confidência ou apenas reproduziram algo que ouviram falar.

    Não é preciso ser Historiador profissional para atestar que mistificações em torno da biografia de personagens carismáticos podem ser criadas ainda durante a vida destes personagens. Como ocorreu com o Padre Cícero Romão Batista, sobre quem a devoção popular criou uma biografia alternativa, em nada semelhante àquela real e documentada que deixa claro que o homem de santo não tinha nada.

    Post edited by Acauan on
    Acauan dos Tupis
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  • Acauan disse:e a própria narrativa descreve como ocorridos em privado como o sonho de José no qual ele recebe instruções para aceitar a gravidez da esposa, da qual não participou.
    Nessa parte entra um coringa chamado revelação divina, uma explicação que serve para convencer um devoto mas não resiste a uma réplica sequer, se Deus teve o trabalho de revelar em tão ricos detalhes intimidades como essa porque não revelou o número certo de anjos no túmulo de Jesus a todos eles? Ou outras contradições que aparecem nos textos.

    Come with me if you wanna live.
  • AcauanAcauan Administrador, Moderador
    edited setembro 2012 Vote Up0Vote Down
    Cameron disse: Nessa parte entra um coringa chamado revelação divina,...

    Pois é, mas nesta hora os religiosos têm que escolher.
    Se a explicação mística é necessária para sustentar uma hipótese historiográfica, então que renunciem à hipótese historiográfica e fiquem só com a explicação mística.


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  • CameronCameron Membro
    edited setembro 2012 Vote Up0Vote Down
    Acauan disse: É improvável que José tornasse público algo tão comprometedor, restando as hipóteses de que os evangelistas entrevistaram pessoas próximas que souberam da história em confidência ou apenas reproduziram algo que ouviram falar.
    Ainda que se dê tamanho benefício da dúvida nesse caso como explicar que eles sabiam de eventos ocorridos no Palácio de Herodes como a previsão certeira dos astrólogos sobre o nascimento do messias? (Não se fazem mais astrólogos como antigamente...) ou do pedido feito pela cabeça de João Batista ou das discussões sobre o julgamento de Jesus ou... vixe, pensando nisso agora percebe-se que tem muitas situações que eles descrevem sem condições de saber...

    Post edited by Cameron on
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  • AcauanAcauan Administrador, Moderador
    edited setembro 2012 Vote Up0Vote Down
    Cameron disse: ...vixe, pensando nisso agora percebe-se que tem muitas situações que eles descrevem sem condições de saber...

    Ou seja, é mais plausível a hipótese de que os evangelistas reproduziram a versão mística sobre os eventos que envolveram a morte de um personagem carismático, eventos completados por uma biografia construída com base neste misticismo.

    Post edited by Acauan on
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  • Fernando_SilvaFernando_Silva Administrador, Moderador
    http://clubecetico.org/forum/index.php?topic=26842.msg700801#new
    As narrativas evangélicas são confiáveis?

    1 - Os Evangelistas não era "historiadores". Eram "evangelistas", e isso já diz tudo sobre que tipo de trabalho escreveram:

    "Os evangelhos não são nem narrativas históricas, nem biografias (mesmo dentro dos esquemas flexíveis que guiavam estes dois gêneros na Antiguidade). Eles são exatamente aquilo de que passaram a ser chamados mais tarde: Evangelhos, ou “boas novas”. Daí podem-se retirar duas advertências. O que é “bom” depende da interpretação ou opinião de um indivíduo ou de uma comunidade. E “novas” é mais plural do que se pensa" (Crossan, 1994, p. 30).

    2 - Nem é preciso ser um historiador mentiroso para se escrever dados falsos e incompativeis com a realidade. Foucault, Derrida, Hyden White, Barthes, De Certeau, e até mesmo Ginzburg já demonstraram que quando se escreve uma narrativa histórica, não se está descrevendo o que se passou, mas aquilo que o autor pensa que ocorreu, segundo a forma de selecionar e organizar o conteúdo dentro de sua mente.

    "Tudo o que está narrado nos Evangelhos encontramos interpretados pelos seguidores de Jesus, não por seus adversários, por isso, são interpretações favoráveis: é o Filho de Deus, o Messias. Em outras palavras, é impossível uma interpretação imparcial e neutra" (Arens, 2007, p. 88).

    Isso não é "preconceito contra as fontes cristãs" (se fosse, não seria aplicada a qualquer narrativa histórica não-cristã) e nem "pressuposições" (pressuposições são boas, desde que não sejam falsas). É um fato que hoje permeia o mundo acadêmico de modo interdisciplinar mediante a disciplina na Análise do Discurso.

    Entre os historiadores da antiguidade existia distinção entre “os eventos que ocorreram (res gestae), e nosso relato a respeito (historia rerum gestarum)”. Portanto, ainda que se queiram que os Evangelistas tenham sido "escritores confiáveis", a própria natureza da narrativa (evangélica ou não) impede os Evangelhos de serem documentos 100 por cento exatos. São frutos de uma compreensão construtiva que traduz de uma realidade captada.

    3 - Os Evangelhos são obras de PROPAGANDA RELIGIOSA, e não relatos históricos.

    A Primeira Busca Pelo Jesus Histórico (século XVII aos anos 20 do século XX), de cunho Iluminista, foi inaugurada por Hermann Reimarus (1694-1768) e continuada por David F. Strauss (1808-1874), Johann J. Griesbach (1745-1812), e Ernest Renan (1823-1892). Caracterizou-se pela tentativa de elaborar uma figura válida para Jesus utilizando a racionalidade.

    No entanto, teve seu fim quando, no início do século XX, Albert Schweitzer (1875-1965) e, mais tarde, Rudolf Bultmann (1884-1976), argumentaram que um Jesus histórico era impossível, pois que os evangelhos são produtos da fé, e não relatos dos quais se possam retirar informações históricas.

    "Os quatro evangelhos são realmente fontes difíceis; o fato de serem os primeiros escolhidos da rede não significa a garantia de que eles reproduzem as palavras e os atos históricos de Jesus. Impregnados da fé pascal da Igreja Primitiva, altamente seletivos e ordenados segundo diversos programas teológicos, os Evangelhos canônicos exigem uma seleção minuciosa para deles se retirar informações confiáveis à pesquisa. [...] Décadas de adaptação litúrgica, expansão homilética e atividade criativa por parte dos profetas cristãos deixaram sua influencia nas palavras de Jesus nos Quatro Evangelhos". (Meier, 1993, p. 145).

    4 - Os Evangelhos não são os documentos mais "testificados na história".

    Muito tem-se comparado o número de manuscritos existentes do Novo Testamento, com os das demais literaturas mundiais. Até o ano de 2005, encontraram mais de 5745 manuscritos do Novo Testamento.

    No entanto, apenas 2,8% pertencem a Idade Antiga Tárdia. 97,2% são manuscritos medievais, 93,6% foram escritos depois do século 9° d.C. - ou seja, mais de 800 anos após os relatos que narram.

    Apenas 0,03% de todos os manuscritos existentes do Novo Testamento pertencem ao século II d.C., e se constituem meros 2 papiros fragmentados.

    Costuma-se comparar o Novo Testamento com a obra antiga Anais, de Tácito - a qual nos restam apenas 2 manuscritos não-completos. Fazem isso jactando-se, mostrando com orgulho que existe muito testemunho textual para o NT do que existe para as obras de Tácito. Mas esquecem-se do que Montaigne, no século XVI d.C., já dizia:

    "É certo que nos primeiros tempos, quando nossa religião principiou a ser admitida pelas leis, o zelo dos prosélitos incitou à destruição de livros pagãos e a excessos que acarretaram mais prejuízo do que os incêndios perpetrados pelos bárbaros. Tem-se em Cornélio Tácido um exemplo típico do que afirmo, pois embora o imperador, seu parente, houvesse, mediante decretos especiais, espalhado sua obra pelas bibliotecas do mundo inteiro, nem um só exemplar completo escapou à sanha dos que, por causa de cinco ou seis trechos contrários a nossas crenças, o destruíssem". (Michel de Montaigne, p. 51, Vol. II).

    Ou seja: se temos pouco testemunho textual da obra de Tácito, é porque a IGREJA cuidou de destruir todas!

    Do mesmo modo, se temos muito testemunho textual do NT (97,2% esritos na Idade Madieval - época em que a cultura, sociedade e política era dominada pela Igreja), é porque a IGREJA reproduziu centenas de cópias do NT para sua propaganda religiosa.

    5 - Os evangelistas inventam ditos e atos de Jesus inautêntivos, movidos por suas orientações teológicas e ideológicas.

    Um pequeno exemplo disso pode ser observado quando nos deparamos com passagens no NT em que Jesus afirma que sua mensagem é para ser pregada exclusivamente para os judeus (cf. Mc 7.27; Mt 10:6), com observações deliberadamente depreciativas sobre os gentios, chamados de ‘cães’ ou ‘cachorrinhos’ e de ‘porcos’ (Mc 7:27; Mt 15:26; cf. Mt 7:6)”.

    No entanto, Lucas, o "Evangelho dos gentios", ao dirigir-se a um público principalmente gentio, risca ou deixa de lado as passagens que em Marcos e/ou Mateus sublinhavam a orientação exclusivamente judaica da missão de Jesus e seus discípulos imediatos.

    "Se Jesus tivesse deixado claro aos seus apóstolos que sua mensagem era destinada ao mundo todo, e não apenas aos judeus, seria impossível explicar por que, segundo os Atos dos Apóstolos, a igreja primitiva, e Paulo em particular, encontraram tantas dificuldades, quase insuperáveis, quanto à admissão de gentios na comunidade cristã. A única conclusão lógica possível é que, para legitimar a presença crescente de não judeus na igreja, falas fictícias foram inseridas nos Sinópticos, nas quais o próprio Jesus ordena a proclamação do evangelho além dos confins do mundo judeu" (Vermes, 2006, p. 188,189).

    6 – Os evangelistas são tendenciosos, porque cuidam de subtrair tudo aquilo que os desagradam.

    Exemplo disso é a figura de João Batista.

    Marcos (1.4-11) relata, sem qualquer explicação teológica, o batismo de Jesus – sendo que o batismo era destinado a purificação dos “pecadores” – deixando implícito que Jesus era um pecador se submetendo a João Batista.

    Mateus, sentindo-se constrangido ao ver seu “Senhor”, puro e imaculado, sendo batizado, cria um diálogo em que João Batista confessa ser indigno de batizar Jesus e só o batiza depois que o mesmo lhe ordena (Mt 3.13-17).

    Já Lucas, afirma que João Batista foi preso e morto antes do batismo de Jesus e por isso deixa de mencionar quem foi que o batizou, sendo significativamente lacônico nessa passagem (Lc 3.19-22).

    João, por sua vez, suprime por completo qualquer relato de Jesus sendo batizado (Jo 1.29-34), e acrescenta Jesus como um “batizador” concorrente de João Batista (Jo 3.22,26). Depois de ponderar, pensa que não é correto equiparar Jesus a João Batista pelo ato de batizar e afirma que Jesus “não batizava” (Jo 4.2).

    De acordo com Meier (1993, p. 171): “é possivel que a Igreja de então, vendo-se “atrapalhada” com um acontecimento da vida de Jesus considerado cada vez mais embaraçoso, tivesse procurado atenuá-lo de várias formas, até que João Evangelista finalmente o suprimiu de seu Evangelho".

    Segundo Crossan (1994, p. 268), a “tradição não parece aceitar muito bem a idéia de João batizar Jesus, pois isso faz com que João pareça superior e Jesus um pecador”.

    “O Batista constituía uma pedra no caminho no inicio da história de Jesus segundo o cristianismo, uma pedra bastante conhecida para ser ignorada ou negada, uma pedra que cada um dos evangelistas tinha que contornar da melhor forma possível”. (Meier, 1996, p. 37).

    Se os Evangelhos fazem isso com João Batista, o que podemos pensar sobre o que fizeram a respeito de Jesus?

    Fontes:
    ALAND, Kurt (ed.) [et al]. The New Testament Greek. Third Edition. Stuttgart-Germany: United Bible Societies, 1988.
    ARENS, Eduardo. A Bíblia sem mitos. Uma introdução crítica. São Paulo: Paulus, 2007.
    CERTEAU, Michel de. A Escrita da história. Trad. de Maria de L. Menezes; rev. técnica [de] Arno Vogel. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 1982.
    FUNARI, Pedro Paulo A. Documentos: Análise tradicional e hermenêutica contemporânea. In: ______________. Antiguidade clássica. A história e a cultura a partir dos documentos. 2.ed. Campinas,SP: Editora da UNICAMP, 2003.
    GINZBURG, Carlo. Relações de força. História, retórica, prova. Trad. Jônatas Batista Neto. São Paulo: Companhia das Letras, 2002.
    CHEVITARESE, André Leonardo. CORNELLI, Gabrielli; SELVATICI, Mônica (Org.) Jesus de Nazaré: Uma Outra História. São Paulo: AnnaBlume; FAPESP, 2006.
    CROSSAN, John Dominic. O Jesus histórico: a vida de um camponês judeu mediterrâneo. Trad. André Cardoso. 2. ed. Rio de Janeiro: Imago, 1994.
    MEIER, John P. Um judeu marginal: Repensando o Jesus Histórico: as raízes do problema e da pessoa. 3. ed. Rio de Janeiro: Imago, 1993. Vol. I.
    MEIER, John P. Um judeu marginal: Repensando o Jesus Histórico: Mentor. Rio de Janeiro: Imago, 1996. Vol. II, livro I.
    MONTAIGNE, Michel de. Ensaios. São Paulo: Abril, 1974. (Coleção. Os Pensadores). Volume 2.
    VERMES, Geza. As várias Faces de Jesus. Rio de Janeiro: Record, 2006.
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