Capturado ontem mesmo após a explosão à bomba em Oslo e a carga a tiro indiscriminada num campo de jovens na ilha de Utoeya, este homem foi descrito pelos investigadores como “um norueguês de gema”, de 32 anos, que até à data estava totalmente fora dos radares da polícia.
As autoridades não avançaram o seu nome, mas vários media locais identificaram o suspeito como sendo Anders Behring Breivik, alto e louro e de olhos azuis penetrantes, de acordo com uma fotografia de rosto na sua conta de Facebook (entretanto desactivada) – mas que a polícia recusa confirmar devido aos “procedimentos da investigação”.
Mensagens e informações avançadas pelo suspeito naquela rede social, assim como na conta que lhe é atribuída no serviço de microblogging Twitter, esta aberta há poucos dias, sugerem um “fundamentalista cristão”, foi avaliado porém por um responsável da polícia de Oslo, Roger Andresen, citado pela agência noticiosa AFP. Esta mesma fonte precisou que o suspeito demonstra opiniões políticas que “pendem à direita”.
“Há alguns traços políticos que indicam a pendência à direita e um anti-islamismo, mas é ainda cedo para dizer se foi esse o motivo dos seus actos”, avançou por seu lado o comissário de polícia Sveinung Sponheim, em declarações à televisão pública NRK.
No perfil de Facebook atribuído a Breivik, este diz ser “conservador”, “cristão”, adepto da caça e de jogos de computador como World of Warcraft” e “Modern Warfare 2”. Afirma-se também “solteiro” e director da quinta biológica Breivik Geofarm, onde, especula-se, terá obtido os fertilizantes passíveis de serem usados para construir a bomba que explodiu no edifício do primeiro-ministro norueguês, Jens Stoltenberg, bem no centro de Oslo, e causou sete mortes, uma hora antes do ataque a tiro que matou 84 pessoas no campo de jovens do Partido Trabalhista (no poder), em Utoeya.
Os media noruegueses descrevem-no ora como “pertencente aos meios da extrema-direita”, “nacionalista” ou mesmo como “maçon” e asseveram que é possuidor de várias armas e pelo menos uma espingarda automática.
Esta teoria é sustentada por vários comentários da sua suposta autoria feita em websites e fóruns como o www.document.no, onde defende opiniões ultranacionalistas e expressa elevada hostilidade em relação às ideias de sociedades multiculturais, apesar de rejeitar explicitamente a ideologia nazi. No Twitter, Breivik postou uma única mensagem, datada de 17 de Julho, citando o filósofo britânico John Stuart Mill: “Uma pessoa com uma crença tem tanta força quanto 100 mil pessoas que têm interesses”.
in:
http://www.publico.pt/Mundo/suspeito-detido-e-um-fundamentalista-cristao_1504400
Comentários
Fonte: http://www.dgabc.com.br/News/5901709/atirador-fez-disparos-por-1h30-em-ilha-da-noruega.aspx
Parece que a polícia não é lenta somente aqui no Brasil. 40 minutos é um tempo extremamente longo.
Ainda mais quando um maluco está atirando em pessoas indefesas.
Estavam numa ilha isolada, distante de centros urbanos.
O maníaco não escolheu o local à toa, ele sabia que demorariam a chegar.
Cabrão :-(
Em todo qualquer tipo de evento não tem q ter "seguranças"?
Acho que os noruegueses não estão acostumados com esse tipo de coisa. Agora vão ter que ficar mais espertos.
Aqui no Brasil, também ninguém esperava que um imbecil entrasse numa escola atirando nas crianças.
Em uma comunidade de esquerda que acompanhava em tempo real as primeiras notícias sobre os atentados, as suspeitas iniciais de que seria um ataque terrorista islâmico gerou protestos indignados contra - pasmem - o governo da Noruega e sua participação na OTAN, além de registrar temores preocupadíssimos de que os atentados - pasmem de novo - aumentassem a "islamofobia" na Europa. Até então nenhuma palavra de pesar foi emitida pelas vítimas e muito menos qualquer tipo de condenação aos atentados e seus perpetradores.
Bastou que surgissem as primeiras informações de que o criminoso era um radical de direita que se diz cristão para que a situação se invertesse. O governo norueguês até então criticado virou o campeão da social-democracia no mundo, as vítimas do partido governista foram lamentadas e, claro, toda direita mundial jogada na vala comum de cúmplices da ação.
E em uma comunidade de direita...
A mesma estupidez, só que de sinal trocado.
Enquanto pensaram que os terroristas eram muçulmanos abundaram as conclamações por uma nova cruzada que salvasse o ocidente dos bárbaros.
Bastou saber que a sujeira foi feita por alguém de casa para que os atentados passassem a ser visto como uma conspiração para difamar os cristãos e estabelecer uma Nova Ordem Mundial, seja lá o que for isto.
Bando de malucos.
Como costumo lembrar, terroristas são homens sem honra e seus atos são condenáveis não importa que ideologias propaguem ou que causas digam defender.
Nós, Indios.
Lutar com Bravura, morrer com Honra!
Concordo, mas com uma ressalva.
Embora o caráter hipócrita e a contaminação óbvia pelo viés de retrospecto esteja igualmente presente nas atitudes de ambos os grupos face ao desenrolar dos acontecimentos, uma diferença crucial parece ter escapado à análise como sempre refinada do Acauan.
Grupos esquerdistas, enquanto pensavam que o atentado tinha motivações revolucionárias, procuraram culpar direta ou indiretamente suas vítimas naquilo que, segundo eles, elas o teriam provocado.
Grupos direitistas, quando foi revelado o perfil ideológico do suspeito, teorizaram quais possíveis conexões escondidas ou falhas morais do criminoso poderiam explicar essa aparente contradição.
Não digo que nenhuma das duas esteja certa, mas nota-se claramente qual das atitudes é mais simpática ao terrorismo.
Eu parto do princípio epistemológico tradicional de que no mundo há espaço para uma categoria abrangente de malucos. Embora o mundo pós WTC pareça privilegiar teorias que liguem certas ações terroristas a redes internacionais complexas e articuladas, e com bases ideológicas bem definidas, o fato é que isso não é estritamente necessário para se promover o caos.
Certas operações como a do Unabomber e a do Oklahoma City, por exemplo, não estavam vinculadas a nenhum tipo de entidade globalista identificável, sendo tais atrocidades o produto da insanidade implacável de uns poucos sujeitos isolados e suas causas incompreensíveis.
Parece ser o caso novamente.
O que não nos impede de aproveitar esse fato aleatório para aprender um pouco sobre a psicopatologia progressista, naquilo que as próprias reações de progressistas revelam.
Em resumo: para os esquerdinhas, qualquer atentado 'revolucionário' contra um país capitalista se justifica e a culpa é das vítimas.
Verdade, mas ele não surgiu num vácuo. Ele apenas fez aquilo que outros não têm coragem de fazer. Ou que gostariam de fazer, hipoteticamente, mas, na prática, têm restrições éticas. O clima na Europa atualmente é favorável a que surjam outros como ele.
A grande honra da Dinamarca é que foi o ÚNICO país a recusar-se oficialmente a colaborar com os Naziz.
Sou muito de acordo.
Teve a Turquia também.
http://www.sefarad.org/publication/lm/043/6.html
E o de Osama bin Laden?
A Turquia manteve-se neutra (como Portugal), embora no fim se tenha juntado aos aliados.
A Dinamarca foi governada por nazis (como grande parte dos países europeus) e quando vieram as leis de identificação dos judeus com as famosas estrelinhas, os dinamarqueses recusaram, bem como recusaram entregar um judeu que fosse (a França por exemplo entregou de "bom grado" os seus judeus imigrantes e apátridas. Só começou a torcer o nariz quando lhes pediram também os judeus franceses.)
Entregou os judeus?