Parece que você é novo por este pedaço. Se você quer se envolver, clique em algum destes botões!
As Viúvas do Absolutismo
A derrota do absolutismo deixou um grande vácuo na mentalidade dominante do ocidente. Por
ignorância ou por problemas psicológicos, muitas pessoas, que nasceram para ser escravas, não se
conformaram com o fim do regime monárquico. O individualismo é-lhes um fardo pesado, acima de suas
forças. Estas pessoas têm necessidade de um arreio no lombo. Não entendem a vida sem a submissão a
idéias coletivistas.
A personalidade destas pessoas foi bem estudada pelo psicanalista Erich Fromm (Escape from
Freedom) e pelo genial escritor Eric Hoffer (The True Believer). Possuem temperamento místico, são
inimigos do individualismo e adeptos do coletivismo. São incapazes de um relacionamento igualitário
com outras pessoas. Ou mandam, com prepotência, ou obedecem, com doce submissão. São o material do
qual se alimentam os movimentos de massa, como os islamistas fanáticos, os comunistas, os nazistas, os
skin-heads, os adeptos da Ku-klux-klan.
“A maior parte das pessoas nasceu para ser escrava”- Aristóteles.
Desconectados do mundo real, em estado de transe permanente, acalentam planos utópicos de uma
sociedade justa e igualitária (enquanto massacram os “hereges”), e necessitam visceralmente obedecer a
um ídolo carismático semi-divino. Como vivem alienados do mundo real, são incapazes de aprender com
a experiência, pois se regem pela autoridade e não pela razão.
Trata-se de um comportamento arquetípico, que pode se vislumbrado até entre os animais,
especialmente em hordas de mamíferos vegetarianos, como zebras, búfalos, antílopes e manadas de gado
doméstico. Toda manada tem um líder, geralmente um macho dominante, que não segue ninguém e é
seguido por todos e abaixo dele forma uma hierarquia de personalidades do mesmo jaez. Entre os
humanos, alguns dos líderes históricos que nos ocorrem de primeira mão foram Hammurabi,
Nabuconosor, Alexandre, César, Jesus, Maomé, Carlos Magno, Lutero, Napoleão, Marx, Lênin,
Mussolini, Hitler, de Gaulle, Churchill Roosevelt. Os seguidores, foram legião!
Os acólitos não pensam, obedecem! Para eles, a verdade não é aquilo que corresponde ao mundo
real, mas aquilo que disse o líder. Como diziam os discípulos de Pitágoras, ao encerrar uma discussão:
“magister dixit”. Por isso, observações de Marx referentes a um capitalismo arcaico de quase dois séculos
são até hoje acariciados com veneração por esquerdistas de todos os matizes. É o atávico instinto de
rebanho, nas religiões interpretado como submissão, tão evidente entre os islamitas e os comunistas. Aliás,
islamismo significa exatamente submissão, um sentimento inerente a todas as religiões e, por que não,
também ao fascismo, nazismo e comunismo, todos farinha do mesmo saco.
Os ideais liberais, tão sensatos, inteligentes, racionais e democráticos, deveriam ser aceitos
pacificamente por toda a humanidade. No entanto, no século XIX não foi assim que aconteceu. O
Iluminismo, um grito de liberdade contra o absolutismo das monarquias européias, embora tenha
empolgado a população de vários países, veio a enfrentar obstinada resistência das viúvas do absolutismo,
a partir de meados do Século.
No começo do século, após a abdicação de Napoleão, os reis absolutistas permaneceram no resto
as Europa. A população, desperta para os ideais iluministas, não mais tolerava o absolutismo. Inúmeras
revoltas populares pipocaram em toda a Europa ocidental, reivindicando direitos e pedindo a abolição dos
privilégios da aristocracia. Queriam, na verdade, resgatar o poder indevidamente concentrado nas elites do
poder.
Despertados para os ideais liberais, uniram-se pessoas de todos os tipos, pertencentes ao terceiro
estado, inclusive patrões e trabalhadores, de braços dados, contra a tirania absolutista.
O Novo Obscurantismo
Os ideais iluministas não foram aceitos com unanimidade. À proporção que as conquistas
iluministas se consolidavam no mundo ocidental, os conservadores reacionários, em pânico ante a visão
de uma nova fase de liberdade à qual não aspiram e não suportam, buscaram novas modalidades de
absolutismo, ou seja, de regimes concentradores de poder em um líder ou um grupo dominante, aos quais
pudessem se submeter.
As viúvas do absolutismo só imaginam o mundo sob a ótica da servidão. Com a derrota do
absolutismo real, em fins do século XVIII, abatido pelas idéias candentes dos iluministas, esses órfãos de
um poder supremo para decidir suas vidas, carentes de um líder ou uma idéia ao qual submeter-se,
imploravam um sucedâneo da tirania absolutista. De preferência, um ideal heróico, homérico, talvez, pelo
qual pudessem dar dedicação completa ou até mesmo a própria vida, perecendo como indivíduos mas
garantindo a sobrevivência de seu rebanho.
Procuraram desesperadamente um sucedâneo para o absolutismo, para preencher o vácuo em suas
vidas criado pelo advento da liberdade, que para eles é pior que uma prisão. Finalmente o acharam.
Imaginaram um regime plebeu, sem a pompa da aristocracia, porém conservando a mesma concentração
de poderes que o absolutismo. Na pia batismal este novo absolutismo recebeu o suave porém traiçoeiro
nome de SOCIALISMO. Sim! Socialismo, a nova metamorfose do absolutismo. Sua forma plebéia, aceitável
nos novos tempos.
Otimisticamente, prometiam o mesmo que os iluministas: liberdade contra a opressão. Vã
esperança! Esqueceram-se, ou não sabiam, que o poder corrompe. Todo regime de concentração de
poderes fatalmente degenera em um novo tipo de opressão. Desde o tempo de Platão se sabe disto,
passando por Aristóteles, Sêneca e culminando nos fraudulentos déspotas esclarecidos. No entanto,
espertalhões que aspiram a segurar as rédeas do governo, insistem em propor novas experiências de
concentração de poder, desde que eles estejam no comando. Todos os revolucionários desejam as benesses
do poder. Não tenho conhecimento, por exemplo, de ativistas comunistas que aspirassem ser trabalhadores
nos gulags soviéticos ou em Cuba, a ilha-presídio do Caribe.
“Quem não conhece a história está condenado a repeti-la” – George Santayana.
Exatamente como o absolutismo, sua matriz, o socialismo preconiza a concentração de poder em
um indivíduo ou grupo dirigente, que resulta em poder absoluto sobre a população em geral. O novo
absolutismo, o SOCIALISMO, perdeu o esplendor de outrora, mas manteve a essência, ou seja, o poder
absoluto sobre a população; sobre a economia; sobre os meios de comunicação; o endeusamento dos
burocratas, ocupando todos os cargos de decisão; a abolição da iniciativa privada; a propriedade coletiva
dos bens de produção. Todos os trabalhadores seriam transformados em funcionários públicos—no pior
sentido da palavra.
O socialismo prega a primazia dos interesses da coletividade sobre os direitos dos indivíduos e
tenta substituir a livre iniciativa pelo planejamento estatal. No socialismo o governo decide o que vai ser
produzido, como vai ser repartido e detém a propriedade dos bens de produção. Acontece que quem
resolve quais são os interesses da coletividade são os burocratas e, sendo a natureza humana tal qual ela é,
os burocratas nunca resistem à tentação de confundir os interesses da coletividade com seus próprios
interesses, pois o poder corrompe, sempre!
No socialismo as pessoas transformam-se em robôs, pois são os burocratas iluminados que
decidem quase tudo a respeito de suas vidas, para obedecer ao planejamento estatal. Os burocratas
decidem onde seus súditos irão morar, onde vão trabalhar, que produtos vão consumir, o que poderão ler,
como devem pensar, até como serão felizes! É-lhes sonegado o direito de pensar, de sentir, de ser alguém.
Seus cérebros poderiam até ser substituídos por um processador, conectado via internet com os burocratas
do poder central. As pessoas que perdem o direito de decidir sobre suas vidas não passam de escravos.
Este é o ideal socialista.
Além disso, como já demonstraram von Mises e Friedrich Hayek, ícones do liberalismo, o
planejamento econômico, como pretendem os socialistas, é absolutamente impossível, dadas as infinitas
decisões econômicas e outras que têm que ser tomadas a cada segundo, por milhões de pessoas, em uma
sociedade moderna. Estas pessoas, potencializadas pela liberdade individual, são capazes de tomar estas
decisões com muito mais proveito para a sociedade que qualquer órgão estatal. Esta, a essência do
liberalismo!
É óbvio que o discurso esquerdista de atender os interesses da coletividade não passa de pura
demagogia, ancorada em arquétipos religiosos, ensebada por milênios de abuso, pois a coletividade não
passa de uma abstração. O que existe são indivíduos.
Demagogos que falam em nome do povo, como todos os canhotos ideológicos, não passam de
trapaceiros, abusando da credibilidade popular. Só o liberalismo respeita a população, tudo fazendo para
podar os privilégios e poder de mando dos poderosos e distribuindo o poder (a capacidade de decidir) para
as classes produtivas, o verdadeiro povo.
Socialismo Utópico
A maior parte dos novos profetas do absolutismo pregava formas oníricas de socialismo. Com
luvas de pelica o novo regime foi apresentado com o inocente nome de socialismo utópico.
Baseados na afirmação de Proudhon (1809-65) de que “a propriedade é um roubo”, os socialistas
utópicos pregavam o fim do direito de propriedade, a divisão da riqueza entre todos (distributivismo), a
propriedade estatal de todos os bens de produção (socialismo) e todo o poder concentrado nas mãos de
uma espécie de déspota esclarecido de última geração, que iria dirigir o país com olhos apenas para o
interesse da coletividade. Certamente um regime completamente afastado da realidade, que só poderia
funcionar “no céu, onde ele não é necessário, ou no inferno, onde ele já existe” (anônimo).
Sendo a democracia uma exceção na história da humanidade, um processo civilizatório que desafia
os instintos animais do homem, foi natural que enfrentasse tantas resistências. Animais de rebanho, como
o homem, perdem toda a referência quando se afastam do bando. Necessitam sempre de um pastor para
apascentá-los. O socialismo utópico foi a primeira tentativa de fuga da liberdade, como diria Erich
Fromm. Mas o pior ainda estava por vir.
Comunismo - O Socialismo Selvagem
As idéias comunistas começaram a tomar vulto a partir de meados do Século XIX. Antes disso as
primeiras revoluções do Século XIX foram protagonizadas por patrões e empregados, contra o
absolutismo. A partir da divulgação das idéias comunistas, contemporâneas do ocaso do absolutismo,
começaram a ocorrer revoltas de operários, não contra o absolutismo monárquico, que não existia mais,
mas contra governos, considerados aliados dos empresários (chamados de capitalistas ou burgueses),
provocando uma cisão desnecessária e inconveniente entre antigos associados, que perdura até hoje,
principalmente em países subdesenvolvidos.
No Manifesto e em seu intragável livro Das Kapital, em três volumes, Marx concentra-se em
criticar o capitalismo desumano de seu tempo (inteiramente superado) e em propor medidas sangrentas da
tomada do poder.
“Chega de filosofar. Chegou a hora de agir” – Karl Marx
Segundo suas elucubrações, antes de atingir o estágio de paraíso socialista haveria uma fase de
ditadura do proletariado, na qual todas as brutalidades seriam justificadas. Este regime selvagem
desapareceria naturalmente com o tempo (!!!), cedendo lugar ao estabelecimento de um regime celestial,
sem governo, sem classes sociais, sem dinheiro, onde todos trabalhariam para a sociedade com
desprendimento total e as necessidades seriam satisfeitas da maneira mais angelical: “a cada um de acordo
com sua necessidade e, de cada um, de acordo com sua capacidade” (sic).
Toda a ideologia de Marx, que recebeu o nome COMUNISMO, baseia-se na luta de classes, entre os
empresários (que ele chama burguesia) e os operários, os “oprimidos”, que, por meio do comunismo,
deverão derrotar os opressores burgueses, antes da instalação do um paraíso terrestre, que seria o
comunismo perfeito.
“Quando começamos a crer, paramos de pensar” - J. Alexander Ector Junior
Em meados do Século XIX, na esteira do lançamento do socialismo utópico, começaram a surgir
as idéias comunistas, uma nova versão de socialismo dirigida especificamente para a crescente classe dos
trabalhadores das indústrias, propondo uma nova versão de socialismo baseada na tomada do poder, pelos
operários, com o emprego da violência.
Em 1948 houve o lançamento do Manifesto Comunista, de Karl Marx (1818-83) e Friedrich
Engels (1820-95), onde os dois autores sistematizaram as nascentes idéias comunistas. Basearam sua
pregação na acusação de que a classe dos patrões, que eles chamavam pejorativamente de burgueses,
explorava os operários, e que eles deveriam rebelar-se e eliminá-los, estabelecendo uma ditadura do
proletariado, com a concentração de poderes totalitários no partido comunista.
Sem dúvida, o comunismo de Karl Marx é a volta do absolutismo, em uma nova versão plebéia e
selvagem, com total ruptura com os padrões de moral do Iluminismo, com todos os princípios éticos
desenvolvidos desde o fim do obscurantismo medieval e com todo o arcabouço jurídico que o sustenta.
Opressores e Oprimidos
No Manifesto, Marx denuncia que o governo não passa de um comitê para defender os interesses
da classe dominante, no que ele está absolutamente certo (principalmente em termos de Brasil). Como, em
seu tempo, pouco após a formação dos estados nacionais, os órgãos governantes eram reduzidos, ele
identificou como classe opressora os patrões e como classe oprimida os operários. Portanto, como os
patrões jamais abririam mão de sua posição de poder, a solução seria os operários se revoltarem, passar a
faca no pescoço dos patrões e entregar todo o poder ao super-patrão, o governo.
É uma proposta inteiramente paradoxal, pois se o limitado poder dos capitalistas os leva a praticar
abusos contra os empregados, a concentração total do poder em um corpo político hegemônico, como o
governo, fatalmente geraria abusos muito maiores, como de fato aconteceu em todas as experiências
socializantes. A receita comunista equivale a receitar purgante para quem está com diarréia.
O marxismo considera como opressores os empresários e como oprimidos os trabalhadores.
Impossível imaginar estultice maior que esta. Os empresários, devido a suas aptidões gerenciais, e seu
desejo de não depender os Estado, são os grandes criadores de oportunidades para os trabalhadores e
representam a emancipação da tutela do Estado predador (que não é sustentado com impostos), que só traz
benefícios para a sociedade.
Empregadores e empregados são aliados contra a opressão estatal e não sobrecarregam o
orçamento público. Ao contrário, pagam impostos, que sustentam a máquina estatal. Baseados na
prepóstera teoria da luta de classes, entre capitalistas (empresários) e trabalhadores, os comunistas querem
acabar com a classe dos patrões e substituí-la pelo governo, que seria um enorme patrão, com poder
absoluto, que teria controle absoluto sobre todo o funcionamento do país, uma meta que se revelou
completamente impossível de ser realizada. Em síntese, os comunistas propõem acabar com as classes
produtivas e entronizar no poder os burocratas e os políticos parasitas da sociedade. De fato propõem o
capitalismo de Estado, que só funcionou, precariamente, por meio do terrorismo de Estado de Stalin. Os
objetivos dos comunistas foram obtidos, sem carnificina e sem miséria, pelos países capitalistas. Como
todos os países comunistas, para se safar de suas agruras, recorre ao capitalismo, torna-se patente que “o
comunismo é o caminho mais penoso para o capitalismo”.
A democracia, e sua versão econômica, o capitalismo, é a única arma jamais inventada para
defender os oprimidos históricos, os pagadores de impostos. Outras tentativas de defender os oprimidos,
como o socialismo (fascismo e nazismo) e o comunismo, que concentram o poder nas classes dirigentes,
resultaram nos regimes mais impiedosos e fracassados de todos os tempos, vítimas da maldição de Lord
Ecton: “O poder corrompe, e o poder infinito corrompe infinitamente!”
Direitos reservados de acordo com cada publicação, 2001 ~ 2014, Fórum Religião é Veneno.
As opiniões expressas e o conteúdo publicado neste fórum por seus usuários são de responsabilidade exclusiva dos seus respectivos autores e não representam as opiniões dos administradores e moderadores do "Religião é Veneno".
Desenvolvido e mantido pela Administração e Moderação.
Comentários
Marta diz que Lula é um deus e que levantará campanha de Haddad ao lado de Lula e Dilma
Nossa estou impressionado, nem pelo cargo de santo não passou, subiu direto para o trono do todo poderoso!
- “É isto que dá ao comunismo seu peculiar caráter fanático. Tem sido observado que se trata de uma religião secular (ou de uma fé?) que tem seu céu e seu inferno, seus eleitos e seus malditos, seus livros sagrados e os ungidos que podem interpretá-los. De qualquer maneira, o comunismo é um remanescente das seitas religiosas da Idade Média”. Carew Hunt (A Guide to Communist Jargon).