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Dívida Externa

Pra quem acredita que a dívida foi paga, seguem os valores:

A posição estimada da dívida externa total referente a julho totalizou US$308,4 bilhões, elevando-se US$2,1 bilhões em relação ao montante estimado para junho. A dívida externa de longo prazo atingiu US$268,6 bilhões, aumento de US$2,1 bilhões, enquanto o estoque de curto prazo manteve-se estável em US$39,8 bilhões.

Dentre os fatores de variação da dívida externa de longo prazo, na comparação entre as posições de julho e junho, destacaram-se as captações líquidas de títulos pelo setor não financeiro, US$1,3 bilhão, e os empréstimos líquidos tomados por bancos, US$1,3 bilhão. A variação por paridades reduziu o estoque em US$360 milhões.

Fonte: http://www.bcb.gov.br/?ecoimpext


Encontei este texto de fevereiro/12. Como não entendo de economia, agradeço se apontarem alguma incoerência no mesmo.


DIVIDA EXTERNA

E no Brasil? A dívida externa brasileira, em novembro de 2011, era de US$ 301,5 bilhões, informa o Banco Central, em nota à imprensa. Já as reservas internacionais, no mesmo período, atingiram US$ 352,1 bilhões.

Os números demonstram que as reservas superam nossa dívida externa total. A mentira do governo brasileiro é afirmar que a dívida externa foi paga, como incutiu na mente da imensa maioria da população. Nada mais falso, enganador e mistificador.

Segundo o Banco Central, a corrida por dólares no mercado internacional vem gerando a maior expansão da dívida externa brasileira desde a década de 1970: entre 2009 e abril de 2011, a dívida externa brasileira cresceu 42,4%, passando de US$ 198,3 para US$ 300 bilhões.

A falácia da quitação da dívida externa não resiste aos fatos. É demagogia barata induzir a sociedade a acreditar que as reservas internacionais quitaram a dívida externa. O fato de as reservas superarem o montante global da dívida não significa que ela foi liquidada.

Reservas internacionais servem para garantir confiabilidade da comunidade financeira internacional ante turbulências externas. No caso brasileiro, segundo o Banco Central, o passivo externo bruto alcançou, em 2011, US$ 1,43 trilhão, cerca de quatro vezes mais que o total das reservas internacionais. Nos últimos seis anos, esse passivo foi triplicado, gerado pelo crescente déficit em transações correntes.


DIVIDA INTERNA

A verdadeira dívida pública é a interna. Ela ganhou velocidade nos dois últimos governos. Quando Fernando Henrique assumiu, a dívida interna era de R$ 62 bilhões. Ao passar o poder para Lula já era de R$ 687 bilhões. O aumento da dívida interna no governo FHC teve o seu maior montante no fato de a União ter assumido a dívida de todos os Estados brasileiros numa ampla renegociação no pacto federativo. No governo Lula, ao seu final, atingia R$ 1,9 trilhão. Cresceu mais de R$ 1,1 trilhão. E, por cauda dela, o pais pagou, no ano passado, mais de 360 bilhões de juros.

O endividamento público para comprar as reservas internacionais teve papel preponderante nesse crescimento. O governo toma dinheiro emprestado no mercado financeiro para comprar dólares destinados às reservas internacionais. Vale dizer, não é uma “riqueza sólida” acumulada, é contrapartida de uma dívida. O economista Marcos Mendes é didático:

- “Quando o governo compra dólares, ele aumenta o seu passivo (pelo aumento da dívida interna) e o seu ativo (pela compra de dólares). Significa que a dívida líquida (passivo menos ativo) não se altera.”


PREJUIZO

A diferença entre os juros que o governo paga pelos recursos que toma emprestados para comprar as reservas que incidem sobre a dívida interna e os juros que remuneram as reservas internacionais é imensa. Em 2010, o Departamento Econômico do Bradesco avaliou um custo fiscal de R$ 46 bilhões. O custo efetivo de captação foi de 11,83%, enquanto a rentabilidade das reservas foi de 1,9% ao ano. O prejuízo está aí.

Dois terços das reservas estão aplicadas em títulos do Tesouro dos Estados Unidos. A diferença entre o custo médio dos passivos do Banco Central e a rentabilidade das reservas internacionais atingiu aquele prejuizo fiscal de R$ 46 bilhões em 2010. É a historia de uma mentira

http://andradetalis.wordpress.com/2012/02/08/a-mentira-do-governo-brasileiro-e-afirmar-que-a-divida-externa-foi-paga/


Comentários

  • 5 Comentários sorted by Votes Date Added
  • Fernando_SilvaFernando_Silva Administrador, Moderador
    lepiso74 disse: O governo toma dinheiro emprestado no mercado financeiro para comprar dólares destinados às reservas internacionais. Vale dizer, não é uma “riqueza sólida” acumulada, é contrapartida de uma dívida. O economista Marcos Mendes é didático:

    - “Quando o governo compra dólares, ele aumenta o seu passivo (pelo aumento da dívida interna) e o seu ativo (pela compra de dólares). Significa que a dívida líquida (passivo menos ativo) não se altera.”

    Ou seja, uma 'reserva' criada com empréstimos. Que terão que ser pagos um dia, além de já estar pagando juros astronômicos.
    Além dos juros da própria dívida externa.

  • Bem, o Sarney fez um dia um gesto "heroico" de moratória. A verdade é que torraram tudo o que se tinha e o que não tinha para manter o Plano Cruzado até a eleição. Uma coisa é o devedor ter o dinheiro necessário para pagar a dívida e dizer que não concorda com as condições e exigir uma renegociação. Os credores pode achar que é melhor receber tudo de uma vez, dando um desconto nos juros, do que arriscar levar um calote no futuro.

    Na ocasião deste "gesto heroico" o Brasil simplesmente estava falido apenas.

    Se hoje temos dólares a mais do que o valor da dívida, seria uma boa oportunidade para negociar condições mais favoráveis e já ir pagando o que for possível, ainda mais com os bancos da Europa e EUA desejando entrada de mais dinheiro... Mas suponho que virá alguns GRANDES ECONOMISTAS de esquerda, com todo um malabarismo exegético e hermenêutico de economia a dizer que "não é o momento de se pagar esta dívida".

    Dias piores virão.
  • Fernando_SilvaFernando_Silva Administrador, Moderador
    Botanico disse: Se hoje temos dólares a mais do que o valor da dívida, seria uma boa oportunidade para negociar condições mais favoráveis e já ir pagando o que for possível

    Mas, pelo que eu entendi, a coisa não é tão simples assim:
    Reservas internacionais servem para garantir confiabilidade da comunidade financeira internacional ante turbulências externas. No caso brasileiro, segundo o Banco Central, o passivo externo bruto alcançou, em 2011, US$ 1,43 trilhão, cerca de quatro vezes mais que o total das reservas internacionais. Nos últimos seis anos, esse passivo foi triplicado, gerado pelo crescente déficit em transações correntes.
  • Fernando_SilvaFernando_Silva Administrador, Moderador
    Os velhos erros, a duras penas saneados ao longo de 15 anos, vêm sendo novamente cometidos por baixo dos panos pelos petelhos.

    http://oglobo.globo.com/pais/noblat/post.asp?cod_post=466990&ch=n
    O perigo silencioso

    Miriam Leitão, O Globo

    A gestão do ministro Guido Mantega no Ministério da Fazenda está destruindo o patrimônio fiscal que levou uma década e meia para ser construído. Dentro dessa categoria, de demolição da ordem fiscal duramente edificada, encaixa-se a decisão de o Tesouro se endividar em R$ 21 bilhões para a Caixa Econômica e o Banco do Brasil aumentarem a oferta de empréstimos.

    Por 15 anos, entre o fim da ditadura militar e o ano 2000, o país executou uma enorme tarefa para acabar com os orçamentos paralelos, a conta movimento, os ralos e as fantasias contábeis até chegar à aprovação da Lei de Responsabilidade Fiscal.

    É esse arsenal que tem sido furtivamente recriado. A operação autorizada por Medida Provisória na sexta-feira é parecida com as que foram feitas para o BNDES. A dívida aumentará, porque o Tesouro tem que lançar papéis no mercado, mas a operação é mascarada como empréstimo a esses bancos.

    Não se sabe quando eles pagarão a dívida, por isso é impossível calcular o custo disso para os cofres públicos.

    O custo médio de financiamento da dívida pública interna este ano está em 11,85%. A Selic está em 7,5%, mas o custo real é impactado pelos juros que incidem sobre títulos antigos. O Tesouro receberá do Banco do Brasil os 5,5% da TJLP nos R$ 8,1 bilhões que irão para a instituição.

    Haverá custo para o governo, mas ele não estará no Orçamento. Criar despesas de forma disfarçada e não registrá-la no Orçamento é contornar a obrigatoriedade de que não se criem despesas sem a definição de receitas.

    A conta movimento parecia um gasto sem ônus e sem limite. O Banco do Brasil sacava no Banco Central para cobrir seu balanço. Agora, os bancos públicos têm recebido recursos de uma forma semelhante.

    O objetivo da operação, segundo a nota do Ministério da Fazenda, é “manter a capacidade de expansão da carteira de crédito, garantir a continuidade do aumento da participação no mercado”.

    Há sinais fortes de que o ciclo de empurrar as famílias para o endividamento está se esgotando. O crédito nos bancos públicos cresceu 27%, e a inadimplência subiu 22%, em 12 meses até julho.

    Se o BB e a Caixa crescerem no mercado via competição normal com bancos privados, isso é saudável. O erro é o governo estabelecer como objetivo de política pública que eles tomem mercado à custa de subsídio público, ainda mais porque um dos bancos, o Banco do Brasil, tem sócios privados.

    Se esse crescimento der lucro, será transferência de recursos públicos para particulares; se der errado, o acionista do BB pagará a conta em forma de queda de redução de dividendos. Se for capitalização, vai diluir o capital do minoritário, e isso tem que ser comunicado previamente à CVM.

    O Tesouro se comporta como se tivesse descoberto a fórmula mágica da multiplicação dos recursos sem ônus. Lança títulos ao mercado e transfere o dinheiro para os bancos públicos, e eles, por sua vez, pagarão com juros baixos e no prazo que quiserem. Se é que pagarão.

    Há gasto público embutido aí, mas não há registro como despesa em lugar algum, e por isso o impacto fiscal é escondido. Já foram emprestados assim mais de R$ 300 bilhões ao BNDES. Agora, o mesmo acontecerá com o Banco do Brasil e a Caixa Econômica.

    Equívocos na política econômica pesam muito tempo sobre o país. Durante anos pagamos o preço dos erros da bagunça fiscal do governo militar, em forma de inflação. São esses mecanismos, aparentemente engenhosos, que estão silenciosamente voltando a ser criados.

    Parece que os economistas do governo não aprenderam a lição número um: a de que não existe almoço grátis.
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