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Porque a teoria do comunismo (ou socialismo) ao ser aplicada à vida real, fracassa vergonhosamente.

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A teoria de Carl Marx prega que, somente eliminando os sistemas de classes sociais, poder-se-ia chegar a uma sociedade igualitária e justa, onde a riqueza produzida seria dividida igualitariamente por toda a população, através do oferecimento de educação, saúde, moradia e emprego, eliminando-se a livre iniciativa e o livre mercado para impedir a formação de novas classes sociais que substituiriam as classes sociais já eliminadas.



Todos os países que tentaram aplicar essas teorias ultrapassadas falharam unanimemente, e precisaram fazer ajustes apressados, que acabaram transformando esses países em ditaduras, que tiveram que gastar a maioria de seus recursos, em controles estatais para dominar, controlar e policiar o povo, impedindo e sufocando qualquer pensamento ou ação contrária ao “establishment” adotado.

Mas, se analisarmos mais profundamente, perceberemos que o dano ao desenvolvimento desses países, a criação de riquezas e ao seu povo, é muito mais profundo e até mesmo, antinatural.

Uma vez que se eliminam as classes sociais, nivelando todos os cidadãos em uma classe única dita proletária, elimina-se também a livre iniciativa, responsável pela criação de novas riquezas e novas ideias necessárias para o enriquecimento e desenvolvimento desta sociedade e da nação, impedindo o crescimento dos indivíduos, pois no comunismo, não é possível ser aplicado um sistema meritocrático, sistema esse, fundamental para a geração de novas riquezas estatais, novas tecnologias e novas ideias, que gerarão novos lucros ao país, lucro esse, que seria distribuído para a sociedade.

De fato, um sistema não meritocrático, gera apenas mediocridade, nivela-se a sociedade por baixo.

Tomemos por exemplo, dois profissionais aqui no Brasil, dois médicos:

Um deles, é um profissional altamente qualificado, dedica-se totalmente à sua profissão e ao seu desenvolvimento, para oferecer o melhor possível em sua área de atuação e está sempre reciclando o seu conhecimento.

Do outro lado, temos um profissional medíocre, que faz apenas o básico exigido pela sua profissão.
O Brasil utiliza, assim como todos os países onde existe a livre iniciativa e o livre mercado, um sistema meritocrático, para recompensar esse médico altamente especializado.

Ele recebe um salário bem maior, recebe méritos por suas pesquisas e consequentemente, desenvolve novas ideias, pois, ele é estimulado, através desses maiores ganhos, a se desenvolver cada vez mais e ser reconhecido como um inovador.

O profissional medíocre ganhará apenas o salário básico, e continuará assim até perceber que precisará melhorar enquanto profissional, para ganhar mais.

No regime comunista teorizado por Marx, o sistema meritocrático, não existe.

E não existe por um motivo muito simples, ao se adotar o sistema meritocrático, automaticamente se cria um sistema de classes, onde um indivíduo pode ganhar mais do que outro indivíduo, exercendo a mesma profissão.

Então, o que acontece no regime comunista, é que, se um profissional altamente gabaritado, ganha o mesmo que um profissional medíocre, esse profissional de excelência, por não obter maiores ganhos salariais por ser melhor que os outros médicos, acaba se nivelando ao profissional medíocre, poupa-se, e faz apenas o básico, e dessa forma, arruma outro emprego para trabalhar nas horas vagas, para aumentar o seu sustento.

No comunismo, o nível profissional nivela-se para baixo, em todas as profissões, a mediocridade profissional é a balizadora, e assim, mata-se a livre iniciativa, mata-se o surgimento de melhores profissionais, mata-se a criação de novas ideias, pois estas, não são reconhecidas e muito menos premiadas ou estimuladas, pois tais ações criariam novas classes sociais.

Façamos um balanço:

Qual país onde o comunismo foi instalado criou novas tecnologias, novos produtos, novos conhecimentos, que ajudaram ou melhoraram o desenvolvimento econômico e a criação de novas riquezas para o povo desse país?

A resposta é: nenhum.

E se não criaram tais coisas, não puderam criar novas riquezas para distribuir igualitariamente para seu povo, melhorando a condição financeira destes, pelo contrário, tais países apenas distribuem a pobreza igualitária.
O regime comunista gera um circulo vicioso, onde a economia não pode crescer, fica estática e perigosamente sujeita a um colapso, como vimos acontecer na União soviética, não gerando novas riquezas para melhorar a condição econômica de seus indivíduos.

Os teoristas marxistas, então, ficam criando desculpas, acusando, por exemplo, que a falta de geração de riquezas, é culpa de embargos, como acontece em Cuba, mas levianamente esquecem-se de mencionar, que vários países negociam com Cuba, mas, como Cuba não produz quase nada, não pode oferecer produtos competitivos, para gerar riqueza e distribui-la para seu povo e se não produz riqueza, só pode distribuir pobreza.

Vale ainda lembrar, que o sistema meritocrático é algo natural, ao observarmos o comportamento das espécies, percebemos que este sistema existe naturalmente, pois os melhores caçadores ficam com a melhor parte da caça, os melhores coletores ficam com a melhor parte da coleta, o indivíduo que tem mais vigor, escolhe as melhores fêmeas para procriar, os indivíduos mais inteligentes, recebem proteção do grupo, e assim por diante, estes indivíduos são estimulados a tornarem-se cada vez melhores, forçando os indivíduos medíocres a melhorarem em igual proporção, para sobreviverem e desta forma, melhorar as condições desse grupo como um todo, frente à natureza.




Nesse sentido, o comunismo fracassa vergonhosamente, pois tenta instalar um sistema não natural, tenta modificar a natureza do homem e a própria evolução, mudanças impossíveis de obter resultado e que apenas prejudica o grupo, em vez de melhorar as condições deste, pois privilegia a mediocridade e a mediocridade leva à pobreza e a extinção do grupo.
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O mundo só será feliz no dia em que enforcarmos o último político com as tripas do último líder religioso e cremarmos seus corpos, usando como combustível, seus podres livros sagrados!

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Comentários

  • 27 Comentários sorted by Votes Date Added
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    Os russos iniciaram a corrida espacial, porque foram os primeiros a capturar fábricas de V2 e técnicos e engenheiros alemães envolvidos na pesquisa espacial nazista.

    O mig-21, foi cópia do projeto alemão cujas fábricas e projetistas, foram capturados no início da invasão ao território alemão.

    Não criaram nada.

    Aliás, a única coisa que os soviéticos criaram, foi a ak-47, e mais nada. e a única coisa que o inventor dela ganhou, foi uma medalha sem valor e um tapinha nas costas...

    E se não criam nada, não geram riqueza.
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  • GilghameshGilghamesh Membro
    edited setembro 2012 Vote Up0Vote Down
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    A questão, Sybok, é a seguinte:

    Em um sistema comunista, o inventor de algo, não detém a sua patente, pois a patente passa a pertencer ao estado.

    Com isso, diminui o interesse das pessoas em criar algo, ou novas tecnologias, passa-se então, a se fazer adaptações, geralmente mal feitas, da criações de outros.

    Não é a produção a verdadeira geradora de riqueza, a verdadeira riqueza é gerada por idéias, que irão gerar lucro através de sua produção em massa e dos royalties que o inventor receberá por sua criação, fazendo com que ele seja estimulado a criar novas idéias e estimulando outras pessoas a ter idéias novas que gerarão mais lucro para o país.

    Isso se aplica em todas as áreas.

    Post edited by Gilghamesh on
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  • AcauanAcauan Administrador, Moderador
    Gilghamesh disse: Os russos iniciaram a corrida espacial, porque foram os primeiros a capturar fábricas de V2 e técnicos e engenheiros alemães envolvidos na pesquisa espacial nazista.
    O mig-21, foi cópia do projeto alemão cujas fábricas e projetistas, foram capturados no início da invasão ao território alemão.
    Não criaram nada.

    Isto é parcialmente verdadeiro Gilgha, lembrando que os americanos capturaram e cooptaram o próprio Von Braun e mesmo assim ficaram atrás dos russos por um tempo na corrida espacial. Passaram à frente porque Kennedy transformou a corrida em ponto de honra para a America e direcionou para a peleja recursos acima dos sonhos das limitadas possibilidades econômicas dos soviéticos.

    Por falar em soviéticos, a questão é justamente diferenciar soviéticos de russos.
    Os russos foram protagonistas decisivos nas Ciências e Artes do Ocidente, de Mendeleev a Tolstoi, o que evidencia a criatividade daquele povo.

    Já os soviéticos só eram bons numa coisa, direcionar todas as pontencialidades daquele vasto império para a corrida armamentista, da qual a corrida espacial era um subproduto.
    Os vermelhos sabiam fazer estações espaciais, mas não sabiam fazer um automóvel que prestasse e nem quero imaginar o que deveria ser um televisor russo.

    Comunismo é isto.



    Acauan dos Tupis
    Nós, Indios.
    Lutar com Bravura, morrer com Honra!
  • É uma questão de separação de setores.
    Nos EUA qualquer aparelhinho, insignificante até em termos de valor estratégico ou militar, tem alguma coisa da tecnologia militar ou espacial na sua cadeia de desenvolvimento. Na União Soviética, o que é destinado aos militares e aos astronautas era TOTALMENTE SEPARADO do que era destinado ao povão.
    Assim o americano podia contar em seu carro com alguma tecnologia que melhorava o conforto, o desempenho, etc e tal que teve sua origem lá na NASA. Já o pobre cidadão soviético que dirigia o Lada, só podia contar com mais do mesmo, pois os engenheiros que lidavam com a produção do carrinho-sucata, não tinham nem incentivos, nem ideias para desenvolver melhor a coisa. Aliás, ter ideias num país totalitário não costuma fazer bem à saúde...

    Diz uma lenda por aí, que os americanos fizeram um fio de arame tão fino, o mais fino que a sua tecnologia podia produzir. Tanto assim, que só podia ser visto em microscópio eletrônico. E, todo ufanos, mandaram uma amostra dele lá para a União Soviética pra mostrar o quanto os americanos eram bons. Logo depois os soviéticos devolveram o mesmo arame com um furo bem no meio... Alguém sabe se há algo de verdadeiro nessa história?
  • AcauanAcauan Administrador, Moderador
    Botanico disse: Logo depois os soviéticos devolveram o mesmo arame com um furo bem no meio... Alguém sabe se há algo de verdadeiro nessa história?

    Ouvi outra versão desta mesma história só que envolvendo americanos e japoneses.
    Provavelmente é só lenda.

    Acauan dos Tupis
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    sybok disse: Nem sempre Gilghamesh, uma pessoa pode criar por puro prazer ou buscando outras formas de recompensa, como fama, por exemplo.

    Sybok, recomendo, a leitura do seguinte texto:

    http://ethosproject.blogspot.com.br/2012/05/teologia-do-social.html
    O mundo só será feliz no dia em que enforcarmos o último político com as tripas do último líder religioso e cremarmos seus corpos, usando como combustível, seus podres livros sagrados!

    http://gilghamesh.blogspot.com/
  • Uma crítica feirante ao marxismo
    Por Flavio Morgenstern 10/04/2012

    O liberalismo foi chamado de “capitalismo” por Marx (e o apelido pegou) para ser pechado como uma filosofia de exploração e que “defende os ricos” e sua capacidade de acumular capital.

    A despeito de Carl Menger, Böhm-Bawerk e outros terem cuidado de reduzir a pó essa visão que quase divide o mundo em castas (“classe” social, afinal, é um grupo mais estanque do que “espécie”, “gênero” ou “família” na taxonomia de Lineu), o preconceito permanece, e pouco se lê de tais baluartes da economia nas Universidades.

    Marx, por outro lado, curiosamente é lido como curiosidade e nota histórica em um curso de Economia, nunca sendo levado mais a sério do que isto. No entanto, em cursos que lidam com símbolos, e não problemas e medidas auferíveis, como Sociologia, Letras, Psicologia ou História, é pedra de toque inquestionável das primeiras aulas às últimas (efeito semelhante ao que Freud e sua psicanálise obtém na Psicologia em relação a outros cursos).

    Após três séculos em que a discussão acadêmica busca muito mais tomar o poder à força e impor suas vontades do que uma discussão adequada do jogo do poder (político, econômico ou cultural), a pregação estatizante está tão arraigada em nosso vocabulário que, quando se ousa defender a liberdade econômica, imediatamente se é indagado a explicar por que cargas d’água devemos deixar alguém trabalhar e ter os frutos do trabalho para si, e não ser tungado à força do produto de seu próprio trabalho para fins nunca bem esclarecidos. O que um liberal tem dificuldade em “justificar” perante plateias pouco afeitas a tal discurso não é o roubo: é o seu impedimento.

    Ainda assim, pensa-se sempre através de um preconceito sistematizado por Marx e que, por mais que nunca se tenha tido contato com sua obra, está na boca do povo (e acadêmicos apenas refinam o vocabulário, mas nunca o conteúdo): um rico é rico explorando um pobre, que é pobre porque é explorado. A desigualdade econômica e a pobreza é reduzida a um jogo de gato e rato num círculo infinito, como Oroborus mordendo a própria cauda. Por tal perspectiva, defender que todos trabalhem e fiquem com os frutos do trabalho para si seria defender que os ricos permanecessem ricos, por serem donos dos meios de produção, e aos pobres fossem legados os trabalhos menos bem remunerados.

    É uma teoria “totalizante” (ou seja, aparenta ser capaz de explicar toda a realidade), e exatamente por isso das mais perigosas e questionáveis – como o século XX viu bem, mas não aprendeu nada. Uma conta simples pode ser apresentada em contrapartida.

    Não é necessário um conhecimento avançado da lei de oferta e procura para saber que onde há grande procura por um produto ou serviço, o preço deste vai aumentar. Não é por maldade de quem tem o produto ou serviço: é a mesma lei que diz que, no caso de escassez de um produto, como a gasolina, o preço deve subir para que apenas aqueles que necessitam de tal produto com mais urgência (como ambulâncias e bombeiros) o utilizem, e não quem quer comprá-lo naquele momento em busca de lazer. O preço livre, sem controle e flutuando através da competição, é um modo de conhecimento para determinados fins – como a competição no futebol é uma forma de descobrir quais são os melhores times e jogadores.

    Uma praia, por exemplo, é um local onde há muita procura por água, cerveja, refrigerante e comidinhas extremamente simples de serem feitas (camarão e lula no vapor, batata frita e pastel), e onde se paga feliz, com sorriso de orelha a orelha, o triplo do preço de mercado nas CNTP (longe da praia) por tais gororobas. É difícil imaginar que algum milionário esteja “explorando” os “pobres” na praia com seu trabalho, sua barraquinha ou seu carrinho. Na verdade, a maior parte dos vendedores ambulantes neste ambiente são pobres com pouca instrução mas muita astúcia e inteligência: são empreendedores que nunca pisaram numa faculdade de Administração ou Economia, e vez por outra sabem mais sobre o mercado que seus alunos.

    Ora, é mais fácil vender uma cerveja comprada a R$1,50 por R$3 ou R$4 numa praia, num estádio de futebol ou numa rodoviária. Não requer prática e tampouco habilidade. A margem de lucro líquido é incrivelmente maior do que a de um supermercado. Se por um lado se perde todas as garantias trabalhistas (emprego com salário fixo, aposentadoria etc), os encargos gastos com tais vantagens muitas vezes são maiores do que as próprias vantagens (que salário fixo para alguém sem instrução compensa ganhar dinheiro sendo “seu próprio patrão” numa linda praia em alta temporada?).

    Apenas vendo tal “acúmulo de capital” sem “meios de produção” já se pode jogar no lixo mais da metade de O Capital. A estrutura esmiuçada do livro escorrega em tantos pontos da realidade mais ordinária que fica difícil convencer um feirante, um vendedor ambulante de churrasquinho na praia, o carro da pamonha ou um pipoqueiro da utilidade de tal obra.

    Aliás, quanto se gasta para fazer uma pipoca? Fora o carrinho e as panelas (obrigatórios a todas as comidas quentes vendidas), óleo, milho e sal. Uma porção diminuta de milho e menos ainda de sal completam uma caixa grande de pipoca, vendida a R$5 ou até R$7 nas ruas de São Paulo. Será que a “teoria da exploração” marxista e seu séquito de admiradores cegos são capazes de enxergar a “mais-valia” exploradora de uma pipoca, mesmo as que não são da sala de espera de um cinema? (Sempre que pensar em um jantar no lugar mais caro da cidade, é para lá que você deve levar sua namorada).

    O que se vê é que o gritante erro de Marx é uma tendência genocida à generalização. Tratar a História, mais complexa que James Joyce, como “história da luta de classes”, ou as pessoas que lidam com o comércio como “burguesia mercantil” (hoje, ainda por cima, misturando sem vírgula os conceitos de “elite” e “classe média”, de onde saem, justamente, os marxistas), ou, mal dos males, tratar cada “burguês” como “explorador”… Ora, quantos marxistas têm coragem de largar seus empregos públicos hiper-remunerados em troca de enfrentar o vai e vem do mercado, a época de vacas magras ou a complexidade de uma bolsa de valores para afirmar que é o “burguês” que explora? Quantos burgos havia em cada país do mundo, dos mais fechados (como o hoje rico e exportador Japão) aos com maior liberdade econômica (o que inclui o Welfare State nórdico) para se dividir toda a humanidade em classes estanques?

    Ademais, há generalização maior do que tratar problemas locais de pobreza como uma eterna “culpa do sistema” como panaceia para todos os erros econômicos? É o equivalente a criticar o sistema nervoso pela dificuldade em tocar o Segundo Concerto de Rachmaninoff. Curiosamente, nenhum marxista sonha em atribuir os “problemas” da Cortina de Ferro (como o genocídio de mais de 100 milhões de pessoas em um século) a uma “culpa do sistema”…

    E como fica a grita marxista, seus partidecos “operários” (todos os pobres urbanos são operários?) e suas saias neohippies caríssimas para convencer os vendedores de pastelzinho na feira, na praia e no terminal de ônibus para pagarem mais impostos, dividirem mais sua riqueza, estatizarem toda a economia, pegarem em armas para abrir guerra contra seus semelhantes e não terem mais o produto de seu trabalho para si? Se é fácil convencer um universitário de tantas “vantagens para os pobres”, por que não tentam convencer… os próprios pobres que enriquecem com o comércio antes de mais nada?

    Devemos defender o liberalismo para enriquecer os pobres. É difícil pensar nos milionários brasileiros e descobrir qual deles obteve seu dinheiro da competição e da economia livre – pelo contrário. E, afinal, universitários podem falar melhor, mas é de se duvidar que entendam mais de dinheiro e de povo do que um competente feirante.

    http://www.ordemlivre.org/2012/04/uma-critica-feirante-ao-marxismo/
    - Quem deseja me desarmar são os que querem me fazer mal e tem medo que eu possa me defender.

    - “É isto que dá ao comunismo seu peculiar caráter fanático. Tem sido observado que se trata de uma religião secular (ou de uma fé?) que tem seu céu e seu inferno, seus eleitos e seus malditos, seus livros sagrados e os ungidos que podem interpretá-los. De qualquer maneira, o comunismo é um remanescente das seitas religiosas da Idade Média”. Carew Hunt (A Guide to Communist Jargon).
  • Compartilhando com o forum um texto que gostei, é longo, mas vale a pena, recomendaria a leitura a todos, mas infelizmente sei que os que mais precisam não vão entender bulufas.
    Refutando as falácias marxistas

    O fracasso do socialismo como princípio de ordenamento social é hoje evidente para qualquer pessoa sensata e informada — o que exclui, é claro, os socialistas. Estes, porém, insistem que o malogro coletivista foi um mero acidente histórico, que a teoria é fundamentalmente correta e que pode funcionar no futuro, se presentes as condições apropriadas. Tentarei demonstrar nesse texto, recorrendo na medida das minhas limitações aos ensinamentos da escola austríaca de economia, que absolutamente não é esse o caso, que a teoria econômica (para não falar dos fundamentos filosóficos, éticos, sociológicos e políticos!) do socialismo é insustentável em seus próprios termos, e que ipso facto os resultados calamitosos constatados pela experiência histórica são, e sempre serão, uma consequência inevitável de uma ordem (rectius: desordem!) socialista. Não é preciso enfatizar a importância de se ter plena consciência da natureza perniciosa dessa corrente política e de suas funestas implicações, uma vez que em nosso país um poderoso movimento totalitário está muito próximo de tomar o poder.

    O erro dos clássicos

    O núcleo do pensamento econômico socialista está na concepção do valor como decorrente do volume de trabalho necessário para a produção das mercadorias, e isso não só em Marx como também em outros teóricos como Rodbertus, Proudhon etc. Essa teoria do valor constitui a premissa elementar da qual a mais-valia e a exploração são deduzidas.
    Marx, como se sabe, não inventou a teoria do valor-trabalho. Ela foi exposta bem antes por Adam Smith e David Ricardo e, dada a autoridade desses mestres, ganhou foros de ortodoxia. É difícil entender como esses dois pensadores notáveis, cujas descobertas foram realmente magníficas, puderam fracassar tão cabalmente justamente na questão crucial do valor. Talvez por causa dos avanços das ciências naturais, que estavam revelando propriedades antes insuspeitadas nas coisas, eles imaginaram que era mais "científico" considerar o valor também como um atributo da coisa.

    Vários pensadores antes de Smith já tinham tido o insight correto: o valor das coisas depende da avaliação subjetiva de sua utilidade. O valor está na mente dos homens. Hoje se sabe que os filósofos escolásticos e os primeiros economistas franceses, Cantillon e Turgot, haviam concebido uma teoria econômica superior em muitos pontos a dos clássicos britânicos, sobretudo quanto ao valor. Smith e Ricardo, porém, puseram a economia na pista errada com uma teoria do valor falaciosa e, nesse aspecto, causaram um grave retrocesso no pensamento econômico.

    Mas não por muito tempo. Enquanto Marx e outros pensadores socialistas faziam da teoria objetiva do valor a pedra fundamental de sua doutrina, diversos estudiosos já haviam constatado o desacerto dessa teoria e, independentemente, buscavam alternativas. Em todo caso, não seria exagero afirmar que Marx foi um economista clássico ortodoxo e que seus mestres, Ricardo em especial, podem ser considerados os fundadores honorários involuntários do socialismo "científico". Por ironia, o "revolucionário" Marx foi um conservador extremado em teoria econômica, enquanto que os economistas "burgueses" austríacos empreenderam uma verdadeira revolução nesse campo científico.

    A redescoberta da subjetividade do valor

    Vários economistas, entre eles o austríaco Carl Menger, chegaram basicamente à mesma conclusão que seus esquecidos antecessores pré-clássicos: o valor é subjetivo. A teoria subjetiva do valor — ou teoria da utilidade marginal — resolve o problema satisfatoriamente, sem deixar lacunas. O valor nada tem a ver com a quantidade de trabalho empregada na produção da coisa, mas depende de sua utilidade para a satisfação de um propósito de uma determinada pessoa. A utilidade decresce à medida que mais unidades de um dado bem são adquiridas, posto que a primeira unidade é empregada na função mais urgente segundo a escala de valores de cada um, a segunda unidade exerce a função imediatamente menos urgente etc.
    Para um sujeito que já tem uma televisão, por exemplo, ter outra já não tem a mesma urgência — dito de outra forma, as TVs são idênticas, exigiram a mesma quantidade de trabalho na sua produção, mas não têm o mesmo valor. Cada indivíduo tem uma escala de valores diferente, e o que é valioso para um pode não valer nada para outro. Até para o mesmo indivíduo a utilidade — e daí o valor — de um determinado bem varia no tempo.

    Isto posto, é fácil verificar que os preços refletem a interação entre ofertantes e demandantes, cada um com sua respectiva escala de valores. Compradores e vendedores potenciais expressam suas preferências no mercado, condicionadas por suas valorações pessoais e intransferíveis, e dessa interação surge uma razão de troca, um preço, que vai variando para igualar oferta e procura ao longo do tempo, de modo que em um determinado instante todos os que valoram o que querem adquirir (no caso a TV) mais do que o que se propõem a dar em troca (no caso um preço monetário x) conseguem comprar o produto.
    O fabricante de TVs, segundo Marx, primeiro fabrica o produto e da quantidade de trabalho por unidade sai o valor e, consequentemente o preço. Isso é precisamente o inverso do processo real. Na verdade, o fabricante inicialmente faz uma estimativa de um certo preço que ele espera que atraia compradores e esgote o estoque — compradores que valorem mais a TV do que o dinheiro correspondente ao preço.
    Em seguida, ele calcula o custo de produção aos preços correntes e, se for suficientemente inferior à receita final prevista, aí sim ele contrata e combina os fatores de produção para obter o produto. Não é pois o trabalho ou de modo geral o custo de produção que determina o valor e o preço.
    É justamente o contrário: o preço projetado determina o custo de produção.

    O emaranhado de falácias marxistas

    Visando definir o valor com mais rigor do que Ricardo e levar a teoria às suas últimas consequências lógicas, Marx acaba demonstrando involuntariamente a invalidade das proposições pertinentes. Como seus antecessores, Marx distingue entre valor de uso e valor de troca. Para ele, as trocas só ocorrem quando coincide a quantidade de trabalho empregada no que se dá e no que se recebe. Só há troca, pois, nos termos marxistas, quando há coincidência de valor, que por sua vez é função do volume de trabalho dispendido. Ocorre que essa linha de raciocínio logo esbarra em um obstáculo insuperável: o trabalho é heterogêneo. Na ausência de homegeneidade, não há como tomar o trabalho como unidade de conta e medida de valor. Marx tenta superar o problema com os conceitos de trabalho "simples" e trabalho "complexo", fixando uma proporção entre eles, mas falha totalmente. Como os preços flutuam, Marx decreta que essas variações são ilusórias; o real é um certo "preço médio" que equivale ao valor, que equivale ao volume de trabalho dispendido na produção do bem.

    Ao procurar fugir da rede de falácias que vai tecendo, Marx incorre em uma óbvia petição de princípio que até hoje engana os ingênuos: a medida do valor seria a quantidade de trabalho "socialmente necessário" para a produção de determinada mercadoria. Ora, só podemos saber o que é "socialmente necessário" investigando o que leva os indivíduos que compõem uma sociedade a valorar uma coisa o suficiente para que sua fabricação seja "socialmente necessária". Por que são produzidos mais CDs de axé do que de música clássica? Por que o pagode é mais "socialmente necessário" do que a música erudita? Porque há muito mais gente que gosta de pagode do que os que preferem música erudita.

    Fica claro que o que foi dado como provado, que o valor depende da quantidade de trabalho "socialmente necessário", é precisamente o que se necessita provar. O que é "socialmente necessário"?

    É aquilo que os indivíduos desejam. Sendo assim, é evidente que temos que procurar o valor das coisas nas preferências individuais, não no custo de produção. Ademais, o trabalho não é o único fator de produção. Marx evidentemente sabe que o trabalho sem o fator terra — os recursos naturais — é inútil e vice-versa. Ele assevera que só o trabalho humano cria valor, pois a natureza é passiva.
    Mas se o trabalho isolado é incapaz de criar valor, o que nos impede de afirmar que o valor depende da quantidade de recursos naturais "socialmente necessários" à produção disso ou daquilo?
    E, como toda produção demanda tempo, por que não pode ser o valor definido como a quantidade de tempo "socialmente necessário" para a fabricação de uma mercadoria? Nessa ordem de idéias, mais lógico seria conceber o valor como função da quantidade de trabalho, terra, tempo e capital "socialmente necessários" para a produção de um bem. No fim das contas, é isso mesmo que Marx faz no vol. III de O Capital, relacionando o valor ao custo de produção, contradizendo sua própria concepção do valor-trabalho exposta no vol. I.

    Para a teoria subjetiva, todavia, não há mistério e não há exceções: o "valor de troca" não é função do trabalho ou do custo de produção, e jamais pressupõe igualdade de valor. Se eu dou tanto valor ao que me proponho a trocar quanto ao que me é oferecido, simplesmente não troco. Só há troca quando os valores são diferentes, quando cada parte quer mais o que recebe do que o que dá. O contrato de trabalho não foge à regra. Cada contratante valora mais o que dá do que o que recebe, logo não há exploração. De fato, provando-se a falsidade da teoria do valor-trabalho, invalida-se inexoravelmente a exploração e a mais valia, e todo o edifício teórico deduzido dessa teoria desaba como um prédio de Sergio Naya.

    Ademais, baseando-se na "lei de ferro dos salários", segundo a qual sempre que a remuneração do trabalho subisse acima do nível de subsistência os "proletários" aumentariam a sua prole, trazendo os salários de volta para o nível de subsistência original, Marx assegurou que o capitalismo engendrava a miserabilização crescente do proletariado. Trata-se de uma tese contraditória em seus próprios termos, vez que se a tendência fosse a de que a remuneração do trabalho permanecesse estagnada num patamar de miséria não haveria uma miserabilização "crescente", e sim uma "miserabilidade constante".
    Na verdade, o padrão de vida dos trabalhadores não cessou de aumentar nos países capitalistas avançados, o que é o resultado natural da liberdade individual de maximizar a utilidade — o valor — nas trocas livres, voluntárias e mutuamente benéficas travadas no que se chama economia de mercado. A consequente acumulação de capital investido per capita em grau maior do que o aumento demográfico da força de trabalho torna o trabalho cada vez mais escasso em relação ao capital — e os salários reais cada vez mais altos.

    Marx, como é comum entre os intelectuais, odiava a divisão do trabalho. Mas foi o aprofundamento da divisão do trabalho que permitiu o aumento da produtividade do trabalho e o consequente aumento do poder aquisitivo real dos salários. O "alienado" operário que aperta parafusos na linha de montagem é recompensado pelo fato de que a produtividade do seu trabalho é tal que lhe permite adquirir produtos antes sequer existentes e ter um padrão de vida muito superior ao artesão autônomo do passado que controlava todo o processo de produção.

    Marx acreditava que a livre concorrência levaria a uma superconcentração do capital. Na verdade, a concorrência força sem parar a redução de custos e preços, resultando em uma melhor utilização de recursos escassos e os liberando para emprego em novas linhas de produção. Marx não distinguiu o capitalista do empreendedor. Na realidade, capitalista é todo aquele que consome menos do que produz — que poupa. Hoje, nos países civilizados, os trabalhadores são capitalistas e suas poupanças reunidas em grandes fundos de pensão e investimentos capitalizam empresas no mundo todo.

    O empreendedor é todo aquele que vislumbra um desequilíbrio entre a valoração corrente de custos e preços futuros de um produto qualquer, e enxerga nele uma oportunidade de oferecer aos consumidores coisas que eles valoram mais do que o seu custo de produção. A figura do empreendedor é insubstituível — o estado não pode exercer esse papel. Isso os comunistas (e não apenas os comunistas!) puderam verificar na prática, para sua tristeza.

    No sistema de Marx, como vimos, as trocas pressupõem igualdade de valor entre os bens negociados. Acontece que, como demonstrado acima, as trocas pressupõem precisamente o contrário: desigualdade de valor. Ou não há troca alguma. Assim, se a realidade se comportasse como na teoria de Marx, não haveria trocas. Na realidade, ninguém trabalharia sequer para si mesmo, posto que tal atividade envolve uma substituição de um estado atual considerado pelo agente como insatisfatório por um estado futuro reputado como mais satisfatório.
    Quer dizer, até o trabalho autônomo envolve uma troca e valores desiguais. O mundo de Marx seria povoado por seres autárquicos, autísticos e estáticos. Um mundo morto. Não admira que os regimes socialistas sofram invariavelmente de uma tendência para a completa estagnação e paralisia da atividade econômica.

    A lei da preferência temporal

    Outra descoberta fundamental, feita por um discípulo de Carl Menger chamado Eugen von Bohm-Bawerk, relaciona-se com a influência do tempo no processo produtivo. Ele percebeu uma categoria universal da ação humana: as pessoas dão mais valor a um bem no presente do que o mesmo bem no futuro, posto que o tempo é escasso, e logo é um bem econômico. Os indivíduos ao agirem elegem determinados fins e quanto mais cedo puderem alcançá-los, melhor.

    Partindo desse axioma, ele obteve a explicação definitiva do fenômeno do juro, e mais, que o juro nas operações de crédito financeiras é um caso especial de um fenômeno geral. A produção demanda tempo; do início da produção até a venda do produto há uma demora, sem falar no risco de o produto não ser vendido. Ocorre que ninguém quer esperar até que a venda ocorra para receber sua parte no total — isso se a venda realmente acontecer, e o preço for recompensador.

    Os proprietários dos fatores de produção — os trabalhadores, os proprietários do espaço alugado, os fornecedores de insumos, os donos dos bens de capital — querem receber logo sua parte sem partilhar dos riscos. Dito de outra forma, eles preferem bens presentes a bens futuros. Mas os bens presentes sofrem um desconto. Daí receberem menos agora do que receberiam no futuro. Ficam livres do risco, que é assumido pelo empreendedor e pelos poupadores que lhe outorgaram seus recursos.

    A parcela que um determinado trabalhador agrega ao produto final — o valor do produto marginal, como dizem os economistas — pode ou não ser remunerado integralmente. Há frequentemente casos em que o trabalhador recebe mais do que produziu, quando o preço não cobre os custos, o que não tem explicação pela teoria marxista. O capitalista paga a mais-valia ao proletário! O que é certo é que na economia de mercado há forças operando incessantemente para igualar o salário ao valor do produto marginal. Tanto o lucro quanto o prejuízo são sinais de desequilíbrio. Os prejuízos significam que os compradores não valoram um determinado bem mais do que o dispêndio mínimo corrente para produzi-lo.

    Os trabalhadores estão recebendo mais do que o seu trabalho produz. O empresário tem que reduzir custos para reduzir o preço do seu produto, ou quebra.
    O lucro significa que os consumidores valoram um dado bem a um dado preço mais do que o custo de produzi-lo. Os trabalhadores estão recebendo menos do que o valor do produto marginal. Isso quer dizer que os compradores querem mais desse produto.
    O retorno alto atrai a concorrência, o que aumenta a demanda por fatores de produção — trabalho incluso — e faz cair o preço pelo aumento da oferta do produto. A taxa de lucro baixa e os salários tendem a igualar o valor do produto marginal, descontada a taxa social de preferência temporal — o juro.

    Marx nunca compreendeu — ou não quis compreender — que o empreendedor é um preposto dos consumidores e que são estes quem determinam indiretamente o nível de remuneração dos fatores de produção — salários inclusos. A tarefa dos empreendedores é satisfazer os caprichos dos consumidores. Nessa função ele deve assumir riscos pois o futuro é sempre incerto. Nota-se, pois, o absurdo da condenação da produção "para o lucro" pelos marxistas vulgares e sua veneração pela produção "para o uso". Sucede que toda produção sempre tem por fim o consumo, i.e., o uso.

    A produção não é um fim em si mesmo, e sim um meio para se alcançar um fim: o consumo.
    O lucro e as perdas monetários são sinais fundamentais que orientam os empresários a organizar eficientemente a produção de modo a satisfazer os usos mais urgentemente desejados pelos usuários (pressupondo-se a ausência de privilégios concedidos pelo governo aos produtores em detrimento dos consumidores, tais como tarifas, monopólios, subsídios, licenças etc).

    A lei da preferência temporal exerce um papel determinante no processo produtivo. Se todos os proprietários de fatores (os empregados donos de sua força de trabalho, os fornecedores de insumos, o proprietário do espaço onde a fábrica ou loja se situa, os capitalistas) decidissem partilhar do risco e aguardar até a efetiva venda do produto final total para então dividirem pro rata a receita total, todos eles seriam empreendedores. Como, porém, o ser humano prefere o mesmo bem agora ao futuro (que é sempre incerto), surge a necessidade social de que um indivíduo, ou grupo de indivíduos reunidos (empresa), exerça essa função empreendedorial, que é absolutamente indispensável para o progresso da sociedade.
    O empreendedor, assim, paga agora aos proprietários de fatores com bens presentes em troca de receber os mesmos bens (dinheiro) no futuro, correndo o risco de não receber. Esse desconto dos bens presentes em termos de bens futuros, como já assinalado, é o que se chama de juro.

    A impossibilidade do cálculo econômico no socialismo

    Tendo demonstrado satisfatoriamente que a crítica marxista ao capitalismo é inteiramente equivocada, resta empreender por nosso turno a crítica ao sistema socialista, conforme idealizado por Marx, seus sucessores e outras correntes socialistas. Esse sistema exige a propriedade pública dos meios de produção — terra, trabalho e capital — e o consequente planejamento central de todas as atividades econômicas.
    A primeira objeção que vem à mente é a questão dos incentivos: quem planeja e quem obedece às ordens do planejador ou planejadores? Quem determina o padrão de remuneração dos serviços e que padrão é esse? Numa sociedade que se presume igualitária, a remuneração deve ser igual para todos os tipos de trabalho? Nesse caso, o neurocirurgião terá o mesmo incentivo para exercer suas funções que o lixeiro? Segundo os marxistas, cada um contribui para a coletividade segundo as suas possibilidades e recebe de um fundo comum segundo suas necessidades. Já é possível até aqui imaginar a complexidade do problema.

    Pois um discípulo de Bohm-Bawerk, Ludwig von Mises, foi mais além, atingindo a raiz do problema do socialismo, que é ainda mais profunda do que a complicação dos incentivos permite vislumbrar. Mises descobriu que a atividade econômica em uma economia complexa depende de um cálculo prévio que leve em conta os preços monetários dos fatores de produção. Impossível esse cálculo, impossível a atividade econômica.
    Ocorre que, em uma sociedade socialista pura, todos os fatores de produção pertencem a um único dono: o estado. Sem propriedade privada, os fatores de produção não são trocados e, logo, não têm preço. A escassez relativa dos fatores de produção e seus usos alternativos fica oculta e o planejador central inexoravelmente é levado a agir às cegas. Mises admitiu, para argumentar, que a questão dos incentivos não apresentasse nenhum obstáculo, que todos se empenhassem diligentemente em suas tarefas. Ou seja, postula-se que a natureza humana seja aquela que os teóricos socialistas quiserem que ela seja, não o que ela de fato é. Mesmo assim, na ausência de preços para os fatores de produção, o cálculo econômico é impossível e a atividade econômica se torna caótica, vez que não se pode discernir entre os vários tipos de combinação de fatores aquele que é o mais econômico.

    Dado um determinado estado de conhecimento tecnológico, sempre existem inúmeras maneiras de se empreender um projeto econômico qualquer, digamos uma siderúrgica, mas somente se a escassez relativa dos fatores de produção for expressa em preços monetários será possível escolher dentre as soluções técnicas possíveis aquela que é mais econômica, ou seja, a que representa os menores custos em relação ao preço futuro do produto final, e só assim será possível avaliar ex ante se o projeto sequer é economicamente viável no momento.

    Como nada disso é a priori possível em uma sociedade socialista, todos os empreendimentos tocados pelo estado não passam de um gigantesco desperdício de recursos que mais cedo ou mais tarde leva ao colapso econômico. A experiência comunista comprovou tudo isso, muito embora não tenha nunca existido uma sociedade socialista realmente pura.
    A URSS podia usar o sistema de preços do mundo capitalista como referência e copiar seus métodos de produção, e um florescente e gigantesco mercado negro supria até certo ponto as monumentais falhas do planejamento estatal. Mesmo assim, a economia soviética sempre foi um caos. Funcionou por algum tempo graças ao uso sistemático do terror como "incentivo". Mas o terror não pode durar para sempre. Quando arrefeceu, foi-se o incentivo e a economia comunista anquilosou rapidamente e morreu.

    A natureza dispersa do conhecimento

    A crítica de Mises publicada em 1920 causou consternação na intelligentsia socialista. Ao menos o desafio foi levado a sério e muitas respostas foram aventadas. Nos anos 1930, alguns economistas socialistas (Oskar Lange, Abba Lerner) formularam a teoria do "socialismo de mercado", baseada nas idéias do economista do século XIX Léon Walras, que concebeu um método de equações matemáticas capazes de permitir a compreensão do estado geral de equilíbrio de uma economia. Tudo o que se fazia necessário, pois, era outorgar certa autonomia aos gerentes das unidades produtivas de modo que igualassem o preço do produto ao custo marginal para que o comunismo funcionasse tão bem como o capitalismo.

    Muitos economistas liberais eminentes, como Joseph Schumpeter e Frank Knight, aceitaram a validade dessa solução e se convenceram de que não havia obstáculos econômicos ao socialismo. Ainda outro economista austríaco, contudo, Friedrich Hayek, discípulo de Mises, desenvolveu certos aspectos implícitos na análise de seu mestre para refutar a "solução" socialista.

    O esquema walrasiano padece de um defeito fatal: é estático. O conhecimento técnico, os recursos e as informações são considerados dados no sistema. Hayek argumentou que o conhecimento é disperso na sociedade e a sua utilização racional é levada a efeito por cada indivíduo traçando seus próprios planos segundo circunstâncias personalíssimas e intransferíveis.
    O mercado coordena esses planos espontaneamente, sobretudo por intermédio do sistema de preços, de forma muito mais racional e útil do que um planejamento central poderia esperar fazer.
    O planejamento central implica a supressão dos planos individuais. Os indivíduos tornam-se instrumentos do planejador central, mas esse não pode ter jamais a esperança de coordenar a produção racionalmente. O estado de equilíbrio é uma quimera que não tem lugar no mundo real, dinâmico por natureza, e o conhecimento, as oportunidades e a informação nunca estão "dados". Ao contrário, estão sendo incessantemente criados e ampliados através das iniciativa individuais e suas interações.

    Mesmo assim, Mises e Hayek foram tidos como refutados e relegados ao ostracismo pela comunidade dos economistas. Mises morreu esquecido em 1973, mas Hayek viveu o suficiente para rir por último quando o comunismo soçobrou e todas as análises de ambos se revelaram certas. Ele morreu em 1992, após testemunhar a queda do Muro de Berlim e o colapso soviético.

    Conclusão

    Provar que na economia de mercado não existe mais-valia nem exploração, todavia, não é o mesmo que dizer que a exploração não existe. Existe. Ela ocorre quando somos forçados a dar alguma coisa em troca de nada, como no caso dos tributos recolhidos pelo estado. O estado é a máquina perfeita de exploração. E o marxismo, por conferir um poder absoluto ao estado, é o veículo insuperável da exploração sistematizada.
    A doutrina socialista por ser intrinsecamente falsa leva inevitavelmente a uma perversão e inversão do sentido das palavras, como notou Orwell — por ironia ele mesmo um socialista convicto. Liberdade é escravidão e escravidão é liberdade; democracia é ditadura e ditadura é democracia; cooperação voluntária é coerção e coerção é cooperação voluntária. O estado socialista é dono de tudo, o que traduz a triste realidade de que os que comandam o governo são os senhores implacáveis, os proprietários absolutos dos comandados. Socialismo é mais do que uma restauração da escravidão; é seu aperfeiçoamento e culminância.

    Vale lembrar ainda que a análise acima vale para qualquer espécie de socialismo, seja o comunismo (socialismo de classe), nazismo (socialismo de raça) ou fascismo (socialismo de nação).

    Tudo o que foi exposto aqui é conhecido há décadas. Contudo, pouca gente sabe pois a intelligentsia de esquerda bloqueia a sua divulgação.
    É uma vergonha, pois uma das tarefas principais dos intelectuais — os que se dedicam ao estudo das idéias — deveria ser justamente a de esclarecer a sociedade a respeito das idéias certas a serem adotadas para o bem comum, e advertir do perigo de se aceitar teorias erradas. Mas não é isso que acontece, infelizmente.

    Parece que os intelectuais sofrem de uma propensão irreprimível para o socialismo, certamente porque nele vislumbram a chance de empalmar o poder absoluto em causa própria.
    Em termos marxistas, o próprio marxismo não passa de ideologia, a falsa consciência, que uma classe — a intelligentsia — difunde em função de seus próprios interesses. Essas falsas idéias se propagam e iludem — alienam — as futuras vítimas da classe "revolucionária".
    É um dever inadiável de todo cidadão consciente denunciar esse esquema podre, desmascarar a falácia socialista e esclarecer a opinião pública na medida de suas possibilidades.

    Trabalho de Alceu Garcia: é o pseudônimo de um cidadão que, cercado de esquerdistas por todos os lados, e já conhecendo o tratamento que eles dão a quem ouse contrariá-los no local de trabalho, tem bons motivos para desejar permanecer incógnito.
    - Quem deseja me desarmar são os que querem me fazer mal e tem medo que eu possa me defender.

    - “É isto que dá ao comunismo seu peculiar caráter fanático. Tem sido observado que se trata de uma religião secular (ou de uma fé?) que tem seu céu e seu inferno, seus eleitos e seus malditos, seus livros sagrados e os ungidos que podem interpretá-los. De qualquer maneira, o comunismo é um remanescente das seitas religiosas da Idade Média”. Carew Hunt (A Guide to Communist Jargon).
  • Fernando_SilvaFernando_Silva Administrador, Moderador
    Análises interessantes. Salvei para consulta futura.
  • .
    .

    Fernando_Silva disse: Análises interessantes. Salvei para consulta futura.

    Dois...:)

    O mundo só será feliz no dia em que enforcarmos o último político com as tripas do último líder religioso e cremarmos seus corpos, usando como combustível, seus podres livros sagrados!

    http://gilghamesh.blogspot.com/
  • Vou repassar para alguns amigos.
    “Só tenho para oferecer sangue, sofrimento, lágrimas e suor.”
    ― Winston Churchill

  • querosaberquerosaber Membro
    edited dezembro 2012 Vote Up0Vote Down
    Augusto Mazdaki – Refutação a duas falácias da propaganda burguesa

    01
    NOV
    Existe um mito popular amplamente conhecido acerca da alegação de que os capitalistas têm direito à compensação, tal como à mais-valia produzida pelo trabalho alheio, simplesmente pelo fato deles assumirem “riscos” ou pelo fato de que eles detêm as ideias originais para a produção de bens de consumo. Um segundo mito diz que nós não podemos questionar o capitalismo, uma vez que sem ele nosso estilo de vida contemporâneo não seria algo possível. Estas ideias não são exclusividade de libertários radicais ou seguidores da Escola Austríaca, pelo contrário, são ideias aceitas inclusive por pessoas que reconhecem que há muitos problemas inerentes ao sistema capitalista.

    A teoria do “Risco do Empreendimento”


    Em primeiro lugar, consideremos a questão do “risco”. Quem assume mais riscos, o proletário ou o capitalista? O capitalista é alguém que possui recursos capitais, pelo menos o bastante para investir em projetos de indústria ou comércio. É disso que nós falamos quando discutimos o fato dos capitalistas assumirem riscos — eles investem seus fundos em algum empreendimento industrial ou comercial com a esperança de obter um bom retorno para seus investimentos. O que acontece quando um capitalista assume um risco e perde? Na maioria das vezes ele não perderá tudo, a menos que tenha sido muito insensato na administração de seu dinheiro e desleixado em seus investimentos. E mesmo que isso ocorra, o que de tão ruim poderia acontecer? Resposta: ele precisaria trabalhar por seu sustento, como todas as outras pessoas. Mas que terrível destino!

    Agora, pensemos no outro lado; vamos analisar o risco assumido por um trabalhador. O trabalhador é forçado a uma situação de vida ou morte, uma vez que o proletariado não possui meios de subsistência senão sua própria força de trabalho. Ele, o trabalhador, é forçado, pela necessidade, a trabalhar para o capitalista sob as suas condições, afim de que receba o dinheiro necessário ao seu sustento. Assim sendo, o trabalhador muitas vezes é forçado a pôr em risco sua saúde física e mental trabalhando por longas horas sob condições extremamente perigosas, tais como a exposição a fluidos e gases tóxicos, maquinaria pesada, ruídos, etc.

    Não fosse o bastante, o trabalhador também está assumindo um risco quando coloca seu destino nas mãos da empresa em que trabalha na esperança de que ela não lhe dê as costas e descarte-o. Isto tem um efeito especialmente devastador em tempos de crise, quando o desemprego grassa a nível nacional. Os trabalhadores muitas vezes são obrigados a mudar de residência e abrir mãos de suas vidas para poder achar um emprego decente. Quando eles são descartados logo após sua mudança, todos os seus planos vão por água abaixo. O capitalista, em forte contraste, corre o risco de, na pior das hipóteses, ser reduzido à condição do trabalhador. O trabalhador, obviamente, corre riscos muito maiores. Não obstante, sua compensação é infinitamente menor que a do capitalista, fato que refuta a argumentação de que o “risco” é o que confere a alguém o direito à riqueza.

    O capital, em um sistema capitalista, é geralmente acumulado através da mais-valia, isto é, da exploração da força de trabalho dos trabalhadores. Aliás, o que dizer daqueles capitalistas que fazem investimentos seguros, procurando sempre por investimentos que garantirão retornos lucrativos? Deveriam eles ser penalizados ou taxados por empreenderem investimentos que não lhes oferecem risco algum? Mas, por outro lado, como tais investimentos poderiam ser arriscados, uma vez que os capitalistas mais ricos podem sempre confiar nos governos que controlam, que irão prontamente socorrê-los caso eles falhem? Tais bancos e empresas não assumiram risco algum ao investirem seu capital, uma vez que o governo prontamente os compensará — à custa do trabalhador contribuinte, é claro — por sua eventual falha.

    “O capitalismo lhe deu tudo!”

    Em discussões acerca do tema capitalismo, ouve-se frequentemente um tipo de argumento que reduz o discurso anticapitalista e antiimperialista ao nível de simples lamentação: “Você reclama tanto do capitalismo, mas é graças ao capitalismo que você tem um computador, uma televisão, roupas…” e assim por diante.

    Tal alegação implica essencialmente na afirmação segundo a qual nós não temos direito nenhum de assumirmos posições anticapitalistas porque é o capitalismo que, alegadamente, nos proporciona um melhor padrão de vida. Há, porém, muitas falhas nessa argumentação. Em primeiro lugar está o fato de que o capitalismo não proporciona um estilo de vida confortável para a imensa maioria da população mundial. Mais da metade da população do mundo — cerca de 3 bilhões de pessoas — sobrevive atualmente com rendas inferiores a dez dólares ao dia. Poderíamos nós dizer a um negro sul-africano que ele não tem o direito de reclamar do sistema segregacionista do Apartheid simplesmente pelo fato do sofrimento dos negros ter sido infinitamente maior durante a escravidão? Sim, a escravidão foi incomparavelmente pior que o Apartheid — assim como o feudalismo é incomparavelmente pior do que o capitalismo —, mas isso não significa que a sociedade sul-africana esteja acima das críticas e da condenação moral por parte de qualquer pessoa bem-pensante. Assim, o uso desta mesma lógica pode também implicar que, simplesmente por causa das inúmeras invenções que datam da época do feudalismo — invenções das quais nós continuamos a fazer uso ainda hoje —, nós não devemos criticar o sistema feudal composto por servos, reis, senhores e o clero.

    Podemos também levar em consideração que, na maioria dos países outrora socialistas, o padrão de vida caiu, muitas vezes dramaticamente, com duríssimas consequências para a maior parte das populações locais. É fácil observar as cidades contemporâneas do Leste Europeu e notar as pessoas portando caros telefones celulares, os cyber-cafés, as boates e restaurantes modernos e concluir que se trata de uma melhora em relação às sociedades socialistas que lá outrora existiram. Entretanto, sejamos honestos, muitas destas inovações, que fazem com que a vida nestas sociedades seja pelo menos um mínimo suportável — tais como seus lindos celulares — não existiam nem mesmo nas sociedades capitalistas mais avançadas à época dos últimos suspiros da URSS e do Bloco Oriental — e, ainda assim, poderiam existir mesmo que tais países continuassem a seguir o modo de produção socialista ainda hoje. Estes países agora importam muitas mercadorias de luxo e bens de consumo que estão fora do alcance da imensa maioria da população, seja a nível doméstico ou mundial.
    Na Moscou dos dias de hoje, as pessoas trabalham em jornadas de trabalho extenuantes apenas para obterem um minúsculo pedaço do bolo capitalista, ao ponto que muitas pessoas não são capazes de reservar tempo nem mesmo para o lazer. Em contraste, o governo socialista soviético — mesmo os governos corruptos e revisionistas de Khrushchev e Gorbatchov — fez questão de assegurar que os trabalhadores tivessem pleno acesso ao emprego assalariado, bem como ao lazer e à cultura e proporcionou aos trabalhadores os meios para que desenvolvessem seus vários talentos. Quando se observam os aspectos negativos da restauração capitalista, tais como a queda brusca na taxa de natalidade, aumento da mortalidade infantil, privatização e deterioração dos serviços públicos, emigração em massa, corrupção, dependência química, narcotráfico, queda na expectativa de vida, violência étnica e racial, exploração sexual, tráfico humano e um frágil sistema de previdência social, fica claro que ainda que se diga que os países capitalistas do ocidente tenham um padrão de vida mais alto comparado ao padrão de vida do antigo e extinto Bloco Socialista, o padrão de vida destes países orientais é, hoje em dia, para a esmagadora maioria, incomparavelmente pior.

    Pior de tal maneira, que um sem número de artigos provenientes de fontes conservadoras e insuspeitas de paixões comunistas, tais como The Wall Street Journal, The Economist, The Dayly Telegraph e a AFP publicam pesquisas recentes que indicam um crescente descontentamento com o capitalismo por parte de uma significativa maioria da população e um número cada vez maior de pessoas que dizem que a vida sob o socialismo era muito melhor em praticamente todos os aspectos. Assim sendo, dizer que “o capitalismo hoje em dia nos proporciona um mundo melhor para viver” é uma desfaçatez, uma vez que este proporciona um padrão de vida desumano para a maior parte das pessoas vivendo sob seu jugo.

    Se analisarmos o argumento segundo o qual nós deveríamos ser gratos ao capitalismo por ter produzido todos os bens dos quais fazemos uso hoje, veremos que tal argumento também é ilógico, uma vez que o capitalismo tem sido o sistema dominante por mais de dois séculos e, por esta razão, teve tempo de se desenvolver, diferentemente dos primeiros estados socialistas. A alegação de que não podemos criticar o capitalismo pelo fato de hoje em dia dependermos dele é como atacar o capitalismo de uma perspectiva feudalista, alegando que o capitalismo não poderia ter sido capaz de quaisquer proezas sem o advento do feudalismo. Como podem os partidários do capitalismo cantar louvores ao “dinamismo” e à “inovação” capitalista, uma vez que grande parte de tal inovação é baseada em tecnologias ancestrais, datadas de séculos — e, em alguns casos, até milênios — desenvolvidas por sociedades que existiram muito antes do desenvolvimento da economia baseada na propriedade privada dos meios de produção? Estaria o capitalismo em dívida com a teocracia do Califado Islâmico, no âmbito do qual foi feita uma enorme quantidade de invenções e descobertas cientificas?

    A natureza de classe e origem desses argumentos

    Tais mitos persistem como lendas urbanas. Esses mitos são, muitas vezes, produtos de diversas usinas de ideias e organizações de direita, que permeiam os livros, a televisão e os programas de rádio com seus pontífices das letras, cujo trabalho é tentar convencer os homens e mulheres da classe trabalhadora a alinharem-se com a burguesia ao invés de perseguir seus próprios interesses enquanto classe.

    Devido ao fato de que há uma contradição inerente à existência destas duas classes — no âmbito da qual o que beneficia uma classe vem à custa da outra —, os liberais têm pouca ou nenhuma escolha senão recorrer a argumentos parvos em favor de seu sistema excludente e socialmente estratificado. Não é de se estranhar que algumas figuras acadêmicas de direita parecem preferir manter seu foco em discursos superficiais, criando estatísticas e falsificações históricas e comumente utilizando-se de apelos emocionais — reservando atenção especial para o medo.

    Conclusão

    A alegação de que um capitalista tem o direito de lucrar sobre o trabalho alheio simplesmente pelo fato dele assumir um suposto “risco” simplesmente não resiste a uma análise. Desta forma, a direita hoje em dia parece muito mais interessada em convencer nossos irmãos trabalhadores de que eles estão sob o risco de uma “ditadura marxista” nas mãos de “petralhas”, de serem roubados de seus postos de trabalho por migrantes nordestinos, de que seu direito à religião e à propriedade está em risco, entre outras coisas absurdas. Nós devemos, obviamente, atacar e expor tais mentiras, uma vez que se nós atacarmos os sustentáculos desses mitos, que são utilizados como uma ferramenta ideológica para justificar o capitalismo aos olhos do trabalhador, poderemos auxiliar na edificação de uma consciência de classe entre nossos companheiros trabalhadores. Uma vez que a consciência de classe se torna forte o bastante e a classe trabalhadora está completamente consciente de seus interesses enquanto classe, nem mesmo as lamúrias, a agitação e as conspirações de um milhão de Olavos de Carvalho serão capazes de desviar a classe trabalhadora de seu caminho rumo a um verdadeiro movimento de massa.

    http://iglusubversivo.wordpress.com/2012/11/01/augusto-mazdaki-refutacao-a-duas-falacias-da-propaganda-burguesa/
    Post edited by querosaber on
  • Fernando_SilvaFernando_Silva Administrador, Moderador
    O favelado que abre uma birosca com uns trocados que ganhou ao ser demitido e contrata um cozinheiro torna-se automaticamente um capitalista malvado que explora a classe trabalhadora?
  • Eu ia tentar responder esse post do querosaber ponto por ponto, mas fiquei com preguiça. Para resumir, o texto faz pelo menos três assunções equivocadas:
    - A de que os capitalistas já são ricos desde o começo. Esse argumento falha pois não leva em consideração que a imensa maioria das empresas fracassa, mas nós nunca ficamos sabendo, de modo que ficamos com a impressão equivocada baseada apenas nos exemplos de sucesso...

    Continua...
  • Fernando_SilvaFernando_Silva Administrador, Moderador
    Angra_Mayniu disse: o texto faz pelo menos três assunções equivocadas:
    - A de que os capitalistas já são ricos desde o começo. Esse argumento falha pois não leva em consideração que a imensa maioria das empresas fracassa, mas nós nunca ficamos sabendo, de modo que ficamos com a impressão equivocada baseada apenas nos exemplos de sucesso...
    Sim, como se os capitalistas pertencessem a uma casta superior e os trabalhadores fossem os párias e não se misturassem.
  • Em seguida, o texto mostra que a realidade da maior parte da população é precária, sem perceber que isso se dá quase sempre em países onde há mais opressão e menor liberdade econômica, e sem considerar que a pobreza é o estado natural do ser humano, e que, se ainda há muito a aperfeiçoar nesse sentido, sem dúvida todo o progresso que se tem feito no sentido de melhorar a qualidade de vida das pessoas se deve ao capitalismo.
    Depois, faz uma comparação esdrúxula entre uma crítica socialista ao capitalismo e uma suposta crítica pré-capitalista ao feudalismo. Só tem um problema: Nós sabemos, por experiência, que o capitalismo é superior ao socialismo e ao feudalismo. Sem contar que o feudalismo não foi substituido pelo capitalismo por um processo revolucionário de engenharia social, mas pela própria evolução material da sociedade.
    E eu tinha dito 3, mais tem mais um: Quando se faz uma comparação com os países capitalistas de hoje com os antigos países comunistas de hoje, há uma comparação completamente despropositada, pois temos de um lado países que se desenvolveram por séculos sob uma economia de mercado contra peíses que só passaram a experimentar este sistema durante as últimas 3 décadas, e que ainda estão sob muitos aspectos sujeitos à antiga situação, haja vista que os processos de privatização, por exemplo, foram altamente direcionados para beneficiar os "amigos do rei", e o estado ainda permanece no controle de diversos setores. Uma comparação muito mais honesta seria entre países que são capitalistas hoje com países que são comunistas hoje. E nessa comparação o capitalismo mais uma vez sai na frente.
  • Para concluir, o texto além de tudo distorce o conceito de risco em economia. Não se pode falar em "risco de passar fome" ou qualquer outra coisa análoga, simplesmente porque num mundo de escassez, se não houver produção de riqueza é esse o destino qualquer um de nós vai ter de qualquer maneira. Quando se fala em risco em economia, se fala na incerteza de um resultado futuro, e nesse sentido, ele é muito menor para o trabalhador, pois ele recebe seu salário antes de que os bens produzidos tenham sido vendidos e independente dessa produção dar lucro ou prejuízo. E não existe isso de investimento sem risco. A menos que o investidor tenha algum tipo de bola de cristal ou de máquina do tempo.
  • NightWalkerNightWalker Membro
    edited dezembro 2012 Vote Up0Vote Down
    NightWalker disse: mas infelizmente sei que os que mais precisam não vão entender bulufas.
    Dito e feito, falei isso pois sabia que o nãoquerosaber não ia ler o texto, mesmo lendo não ia entender nada, e de fato não entendeu, como de costume, só correu todo felizinho para buscar alguma coisa, que ele em sua ingênuidade, também não entendeu, mas acha que refura algo.
    querosaber disse: Em primeiro lugar, consideremos a questão do “risco”. Quem assume mais riscos, o proletário ou o capitalista? O capitalista é alguém que possui recursos capitais, pelo menos o bastante para investir em projetos de indústria ou comércio. É disso que nós falamos quando discutimos o fato dos capitalistas assumirem riscos — eles investem seus fundos em algum empreendimento industrial ou comercial com a esperança de obter um bom retorno para seus investimentos. O que acontece quando um capitalista assume um risco e perde? Na maioria das vezes ele não perderá tudo, a menos que tenha sido muito insensato na administração de seu dinheiro e desleixado em seus investimentos. E mesmo que isso ocorra, o que de tão ruim poderia acontecer? Resposta: ele precisaria trabalhar por seu sustento, como todas as outras pessoas. Mas que terrível destino!
    Vamos ver se entendi o que esse trecho diz. Básicamente, destaco no texto ainda, que um capitalista ao perder tudo, se tornaria no máximo UM MEMBRO DO PROLETÁRIADO!

    Logo depois:
    querosaber disse: Agora, pensemos no outro lado; vamos analisar o risco assumido por um trabalhador. O trabalhador é forçado a uma situação de vida ou morte, uma vez que o proletariado não possui meios de subsistência senão sua própria força de trabalho. Ele, o trabalhador, é forçado, pela necessidade, a trabalhar para o capitalista sob as suas condições, afim de que receba o dinheiro necessário ao seu sustento. Assim sendo, o trabalhador muitas vezes é forçado a pôr em risco sua saúde física e mental trabalhando por longas horas sob condições extremamente perigosas, tais como a exposição a fluidos e gases tóxicos, maquinaria pesada, ruídos, etc.

    Então básicamente o risco do capitalista é o de ser forçado a "uma situação de vida ou morte, uma vez que o capitalista agora não mais possui meios de subsistência senão sua própria força de trabalho. Ele, o ex-capitalista, é forçado, pela necessidade, a trabalhar para os outros capitalistas sob as suas condições, afim de que receba o dinheiro necessário ao seu sustento. Assim sendo, o ex-capitalista muitas vezes é forçado a pôr em risco sua saúde física e mental trabalhando por longas horas sob condições extremamente perigosas, tais como a exposição a fluidos e gases tóxicos, maquinaria pesada, ruídos, etc."

    KKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKK

    Parabéns para o imbecil que escreveu isso, nada como refutar a si mesmo!

    Assumir esse risco não é nada?

    Então por que diabos os proletários não abrem seus próprios negócios e param de trabalhar para os monstros burgueses?

    O mais engraçado é que esses mesmos vagabundos incapazes de coerência em meia dúzia de linhas, quando vão perder seus empregos pois o negócio vai fechar já que o burgues não consegue mante-lo, são os mesmos que vão ficar chorando, fazendo protestos e outras palhaçadas!

    Não gosta do burgues, devia ficar feliz que ele tá falindo, mais um proletáriado para sua causa! Perder o emprego, ele e seus amigos proletários, deveria ser detalhe, nada importante, já que vai ajudar a causa, socialista/comunista.

    Querosaber, pare de se envergonhar. (Se bem que dúvido que se envergonhe, já que não entendeu nada e tá achando que todas as respostas a ele, são só "conversa de burgues")
    Post edited by NightWalker on
    - Quem deseja me desarmar são os que querem me fazer mal e tem medo que eu possa me defender.

    - “É isto que dá ao comunismo seu peculiar caráter fanático. Tem sido observado que se trata de uma religião secular (ou de uma fé?) que tem seu céu e seu inferno, seus eleitos e seus malditos, seus livros sagrados e os ungidos que podem interpretá-los. De qualquer maneira, o comunismo é um remanescente das seitas religiosas da Idade Média”. Carew Hunt (A Guide to Communist Jargon).
  • ufka_Cabecaoufka_Cabecao Moderador
    edited dezembro 2012 Vote Up0Vote Down


    Qualquer teoria, estrategia, tatica, esquema, rotina ou plano, do mais simples conceito ao mais elaborado modelo, funciona ou falha na medida em que ele atinge os objetivos principais daqueles que os colocaram em pratica.

    Isso pode parecer meio obvio, mas a falta de atencao ao obvio induz a erros de analise muito comuns. Se uma coisa nao serve a um objetivo bem definido, por exemplo, nao podemos falar nem que ela e um esquema, e nem que ela "fracassa".

    E a maneira como o esquema abstrato produzira o resultado pratico depende de circunstancias que nem sempre sao completamente compreendidas ou controlaveis da posicao daqueles que aplicam esse esquema.

    Por exemplo, o sucesso de uma receita de bolo depende de coisas circunstanciais como a qualidade de ingredientes e o funcionamento dos instrumentos culinarios usados.

    Muitas vezes um esquema funciona, mas por razoes desconhecidas, especulativas ou mal-compreendidas.
    Varios tratamentos medicos e terapeuticos, e o proprio efeito placebo sao exemplos.

    E quando um determinado esquema e complexo e envolve varios participantes, nem todos precisam necessariamente entender para que o "grande esquema" serve. Basta que eles entendam o que eles devem fazer nos sub-esquemas dos quais eles participam, e como isso vai lhes beneficiar na pratica.

    Por exemplo, a secretaria de um grande banco de investimento nao precisa entender o "grande esquema" daquele banco assim como sua situacao na complicada industria financeira. Basta ela entender que se ela cumprir suas funcoes simples e limitadas de maneira profissional, ela vai garantir o seu emprego e o seu salario.
    Essa e a unica coisa que ela precisa saber.

    E o mesmo vale para o trader, para o sales, para o analista de sistemas, para o estragista, para o vice-presidente, e ate para o CEO. E claro que o CEO tem, num certo sentido, uma ideia mais geral e ampla do "grande-esquema" daquele banco, mas ele nao conhece nem deveria conhecer cada uma das operacoes e sub-esquemas internos. Sua funcao e identificar e modificar certos padroes gerais de performance desses sub-esquemas, de maneira a aumentar o retorno sobre investimento dos acionistas do banco.

    Ou seja, quando o "grande esquema" se torna complexo demais, ele se transforma gradualmente em uma colecao mais ou menos coerente de sub-esquemas que servem a interesses diversos.

    E ninguem mais aplica, entende ou se serve do "grande esquema", a nao ser indiretamente, atraves de sub-esquemas conectados atraves dele.

    E o "grande esquema" se torna uma especie de entidade com vida propria. Ele existe enquanto ele garantir um ambiente no qual uma parte consequente dos seus sub-esquemas internos funcionem de maneira interativa e eficiente, sempre do ponto de vista daqueles responsaveis por garantir esses funcionamentos.

    E o "grande esquema" colapsa quando sub-esquemas vitais para a sua manutencao perdem a utilidade para aqueles responsaveis em mante-los funcionando.



    Post edited by ufka_Cabecao on
  • CameronCameron Membro
    edited dezembro 2012 Vote Up0Vote Down
    ufka_Cabecao disse:Qualquer teoria, estrategia, tatica, esquema, rotina ou plano, do mais simples conceito ao mais elaborado modelo, funciona ou falha na medida em que ele atinge os objetivos principais daqueles que os colocaram em pratica.
    Nesse sentido o comunismo foi o mais completo sucesso, já que o objetivo, ao contrário do discurso, era dar a uma elite controle e poder total garantindo a esses e seus protegidos vidas regaladas a custa da miséria alheia, Fidel e Stalin viveram décadas com o melhor conforto que suas nações puderam oferecer e só sairam do poder por questões de saúde, para seus objetivos pouco importava se milhões morreriam de fome ou viveriam em condições tão ruins que se jogariam no mar em trambolhos na esperança de escaparem.

    Post edited by Cameron on
    Come with me if you wanna live.
  • ufka_Cabecaoufka_Cabecao Moderador
    edited dezembro 2012 Vote Up0Vote Down
    Cameron escreveu:
    Nesse sentido o comunismo foi o mais completo sucesso, já que o objetivo, ao contrário do discurso, era dar a uma elite controle e poder total garantindo a esses e seus protegidos vidas regaladas a custa da miséria alheia, Fidel e Stalin viveram décadas com o melhor conforto que suas nações puderam oferecer e só sairam do poder por questões de saúde, para seus objetivos pouco importava se milhões morreriam de fome ou viveriam em condições tão ruins que se jogariam no mar em trambolhos na esperança de escaparem.


    A coisa e um pouco mais complicada.

    A nocao de sucesso e fracasso e escassamente aplicavel a uma ideologia complexa como o "comunismo".

    Por exemplo, num dado contexto, "comunismo" pode se referir as teorias e visoes abstratas sobre historia, politica e economia, avancadas por Marx, Engels e seus seguidores academicos.

    Essas teorias promoveram grande comocao, reconhecimento, atencao e polemica nos meios academicos.
    E grande parte daquilo que intelectuais buscam com suas teorias e exatamente isso: popularidade intelectual.

    Dentro dessa perspectiva de intencao e resultado, a teoria de Marx foi bem sucedida.

    Ele criou uma teoria cujos componentes explicativos possuiam uma certa qualidade esticamente atraente a outros intelectuais da epoca, e que, ao menos num primeiro momento, parecia fornecer um metodo para um entendimento objetivo e verdadeiro da realidade.

    Mais tarde varios problemas com respeito a pressuposta qualidade objetiva e acuracia desse metodo foram levantados, sobretudo por academicos melhor educados em ciencias economicas. Eugen von Bohm-Bawerk, por exemplo, produziu uma extensiva analise dos conteudos de Das Kapital, que e considerada entre economistas atuais como refutacao definitiva.

    Mas nesse ponto, teorias derivadas da analise historico-economico marxista ja encontravam-se solidamente encasteladas em varias ciencias sociais, e sobretudo em varios partidos e organizacoes politicas ativistas.

    E essa e mais ou menos a realidade ate os dias de hoje.
    A medida da qualidade e precisao objetiva de uma teoria enquanto descricao da realidade e um problema epistemologico especialmente dificil em ciencias sociais.
    E versoes do marxismo, com suas nocoes e conceitos vagos, pode sobreviver nesse meio, adaptando-se sempre que necessario.

    Ha um claro interesse desses intelectuais em preservar essa cultura academica marxista, ja que foi nela que eles se formaram e e nela que eles sabem operar e se distinguir enquanto intelectuais. Isso e tipico de conhecimentos obscurantistas.

    Mas aos poucos o marxismos vai se descaracterizando, na medida em que se torna clara sua inadequacao explicativa e preditiva para os fenomenos da realidade. Meu palpite e que a popularizacao de um conhecimento economico basico tende, no longo prazo, a exterminar ou pelo menos marginalizar essa cultura. Como ocorre com todo tipo de culto obscurantista.

    Mas o processo e lento e esta longe de ser concluido na maioria dessas ciencias sociais.

    No curto prazo de uma carreira, pode ser uma estrategia profissional perfeitamente sensata para um dado intelectual de se inserir nessa visao marxista relativamente dominante.
    Post edited by ufka_Cabecao on


  • Essa popularidade crescente de ideias marxistas criou uma serie de oportunidades para que legioes de organizacoes politicas, tanto clandestinas quanto pertencentes a um establishment, procurassem emprega-las em seus esquemas de poder.

    E "comunismo" e tambem o nome geral dado a essas estrategias politicas postas em pratica.

    Aqui tambem e dificil falar de fracasso e sucesso num sentido abstrato e geral.

    Na pratica, e bastante raro que uma estrategia complexa, seja ela militar, politica, comercial ou mesmo uma determinada abordagem teorica para um problema abstrato, se desenvolva exatamente como na visao idealizada por seu arquiteto.

    Em geral as decisoes sao tomadas numa sequencia conforme os resultados praticos intermediarios se produzem.
    Nem todos esses resultados e cenarios intermediarios sao previsiveis e adaptacoes taticas e estrategicas costumam ser necessarias.
    Mesmo a estrategia global pode ser revisitada se os objetivos primarios se mostrarem inatingiveis, ou melhor acessiveis atraves de outros metodos.

    Um enxadrista nao consegue ver todo o jogo, mas apenas algumas jogadas na frente. A partir dai ele tem apenas uma ideia geral da forma como as pecas estarao distribuidas e das possibilidades abertas.

    Dentro dessa perspectiva realista, e possivel dizer que certas estrategias se desenvolveram de maneira bem sucedida.
    A estrategia totalitaria leninista posta em pratica pelos bolcheviques na Russia por exemplo. E claro que diversas circunstancias fora do controle das organizacoes bolcheviques favoreceram esse sucesso, mas e preciso reconhecer o talento e oportunismo de Vladmir Illych Ulianov e seus gangsters.

    Varios elementos dessa estrategia seriam copiados e adaptados por organizacoes similares operando no mundo todo.
    Algumas eventualmente sendo bem sucedidas, como as chefiadas por Mussolini e Hitler. Outras sendo destruidas e humilhadas, como as faccoes comunistas republicanas na guerra civil espanhola.

    Outras ainda usaram de taticas diferentes, como o warlordismo campesino de Mao. Outros lideres de guerrilhas so descobriram sua verdadeira orientacao ideologica depois de tomar o poder, como Fidel Castro e uma cacetada de ditadores idiossincraticos na Africa pos-colonial, segundo interesses circunstanciais criados pelo contexto geo-estrategico maior da Guerra Fria na epoca.

    Mas a sobreviencia da grande maioria dessas organizacoes comunistas internacionais acabou dependendo da adaptacao de objetivos e do abandono de mecanismos revolucionarios totalitarios a la Lenin.

    Na maioria das nacoes democraticas estaveis, esse processo de adaptacao fez com que algumas dessas organizacoes se atrofiassem em residuos partidarios de extrema-esquerda ou direita, ou fossem absorvidas como satelites politicos de outras organizacoes de esquerda menos radicais e mais adaptadas a outros tipos de esquemas de poder.
  • ufka_Cabecaoufka_Cabecao Moderador
    edited dezembro 2012 Vote Up0Vote Down

    Mas e a maneira como essas diferentes organizacoes politicas usam a "teoria marxista", na pratica, que e interessante.

    Conforme voce apontou, existem os objetivos concretos da organizacao politica.
    Estes sao a aquisicao e consolidacao do poder efetivo que ela controla.

    E existem os objetivos retoricos da organizacao politica.
    Estes consistem nas impressoes e imagens publicas que essas organizacoes pretendem passar sobre suas intencoes.

    Visoes de justica social e outras teorias e sensibilidades intelectuais costuamam ser mais uteis para as estrategias de propaganda do que para as demais decisoes praticas que a organizacao precisa tomar.

    Outro ponto interessante e sao os "objetivos de poder" em si, da parte dos individuos engajados nessas organizacoes.

    Embora exista uma correlacao obvia entre a detencao de poder por certos individuos e as condicoes de luxo e conforto nas quais eles vivem, e errado dizer que o seu objetivo ao conquistar o poder sao as amenidades e regalias de uma vida materialmente abundante.

    Isso e falso.

    E verdade que o poder faz com que muitos desses ditadores exibam comportamentos de consumo material e condutas sexuais extravagantes.
    Mas e errado acreditar que eles buscavam o poder apenas com esses objetivos de luxuria em mente.

    Para a maioria desses lideres politicos, concentrar poder e uma obsessao em si, e nao um meio para uma vida melhor.

    Poucos correriam os enormes riscos e privacoes de uma vida dedicada ao ativismo politico radical apenas pelos beneficios materiais potenciais. Isso pode ate ser verdade para politicos carreiristas dentro de maquinas partidarias estabelecidas, mas esta longe de ser verdade para pioneiros da violencia politica como Stalin, Mao ou Castro.

    Esse tipo de gente escolhe mergulhar de cabeca num vazio, e isso em geral exige um certo tipo de personalidade menos simplista.

    Muitos desses mesmo apos a tomada de poder, mantinham condutas morais relativamente asceticas. Adolf Hitler e o melhor exemplo. E o prazer e objetivo de um Che Guevara era ser um lider guerrilheiro, uma "efetiva, seletiva e fria maquina de matar".

    Algo parecido e valido para grandes fortunas adquiridas no mercado.

    O lento e complexo processo de aquisicao de capital e algo extremamente exaustivo para alguem interessado apenas em usufruir de luxo material.
    Ele exige extrema dedicacao e tenacidade.
    E preciso desenvolver um gosto pelo jogo em si e nao somente pelos resultados incertos do jogo.

    Muitos bilionarios vivem cotidianos relativamente humildes, como Warren Buffett.

    Mas e claro que no momento em que alguem se torna bilionario, ou um ditador extremamente poderoso, e certos luxos se tornam alternativas possiveis, e natural que eles sucumbam a certas tentacoes.

    Porem para manter suas posicoes de proeminencia, e necessario um enorme esforco e stress cotidiano, que em geral consomem sua vitalidade muito mais rapido do que qualquer amenidade ou conforto material poderia repor.

    Post edited by ufka_Cabecao on
  • CameronCameron Membro
    edited dezembro 2012 Vote Up0Vote Down
    Pode não ser o motor principal que os move, mas que eles aproveitam não restam dúvidas:

    http://www.advivo.com.br/blog/luisnassif/os-gastos-extravagantes-de-kim-jong-ii
    Post edited by Cameron on
    Come with me if you wanna live.
  • Fernando_SilvaFernando_Silva Administrador, Moderador
    edited dezembro 2012 Vote Up0Vote Down
    Há um bando de babacas defendendo a Cristina Kirchner e pedindo que a Dilma "democratize" a imprensa no Brasil também:
    No #7D da Argentina, várias capitais brasileiras também pediram #CoragemDilma! e #NOmonopolios.

    Por aqui, estamos juntos na campanha Para Expressar a Liberdade!

    www.paraexpressarliberdade.org.br

    Olha aí a frente de apoio ao 7D, Damian Loreti, Guillermo Mastrini, Martín A. Becerra, Haedo Luis Lazzaro, Dênis de Moraes, Laurindo Lalo Leal Filho.

    Não são juízes baratos que vão segurar a desconcentração da mídia na América Latina.

    Post edited by Fernando_Silva on
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