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Comentários
Pensei a mesma coisa.
A versão de que os Índios não se deixaram escravizar é romântica.
Na América Espanhola a escravidão indígena era o padrão no sistema de Encomiendas.
O fator decisivo na opção pela escravidão negra foi o fator custo-benefício.
Escravizar Índios no Brasil requeria manter longas e caras incursões pelos sertões, geralmente para se obter um número relativamente pequeno de cativos que adoecia e morria com facilidade.
Já a escravidão negra era estruturada como um sistema industrial, onde os membros de tribos vencidas eram aprisionados, escravizados e vendidos pelos traficantes árabes ou locais em grandes quantidades. Além da disponibilidade a escravidão negra fornecia tipos mais adaptados ao trabalho forçado, uma vez que já estavam submetidos a este regime em seus países de origem, bem como elementos mais resistentes às infecções por conta de já terem contato com outros povos.
Nós, Indios.
Lutar com Bravura, morrer com Honra!
― Winston Churchill
A questão era basicamente econômica.
Na África, o tráfico de escravos havia se tornado uma atividade comercial de larga escala, com intensa participação de líderes tribais negros que atuavam como parte da rede liderada pelos mercadores árabes ou muçulmanos. No Brasil, a tentativa de escravização dos Índio nunca alcançou tal escala de organização, mesmo porque os portugueses tinham infinitas possibilidades de geração de riqueza em uma colônia de tal tamanho, preferindo a certa altura optar pela importação de escravos do que por sua captura, para se concentrar na exploração da terra, não de sua população, por lhes parecer mais lucrativo.
Nós, Indios.
Lutar com Bravura, morrer com Honra!
Correto!
Há muita desinformação sobre o papel dos jesuítas na formação do Brasil, desinformação esta vindo tanto à direita quanto à esquerda do espectro ideológico.
De um lados a turma da "História Crítica", sempre pronta a negar qualquer ação histórica positiva vinda de forças conservadoras, que além de negar a oposição da Companhia de Jesus à escravização dos Índios - fato amplamente documentado -, vez por outra solta por aí falsidades históricas bem canalhas, como aquela muito repetida sobre a Igreja decretar que os Índios não tinham alma (coisa absurda, uma vez que a prioridade da Companhia era catequizar os Índios e não se catequiza seres sem alma).
Por outro, os Jesuítas tavam longe léguas de serem os santos mártires prontos para sacrificar suas vidas para salvar as almas dos pobres nativos, como querem militantes da Direita Católica.
A Companhia de Jesus, no seu auge, havia se tornado uma das mais impressionantes organizações da História, aliando de modo talvez único a mais rigorosa disciplina militar, brilhante intelectualidade filosófica e uma determinação de objetivos só vista nos grandes conquistadores.
O Padre José de Anchieta é sempre mostrado como a cara do Jesuíta bonzinho, mas quem melhor representava a Companhia e sua ação no Brasil era o chefe dele, o Padre Manoel da Nóbrega, que sem papas na língua declarava que "o único jeito de converter os Índios é pela espada". Por ironia, esta informação me foi confirmada pelo pessoal do Museu Anchieta, no Páteo do Colégio em São Paulo, território Jesuíta até hoje.
Prá se ter uma idéia dentro do tema da discussão, São Paulo foi uma das poucas regiões do Brasil Colônia na qual a escravização de Índios era explorada como atividade econômica, justamente porque os Bandeirantes Paulistas eram inimigos figadais dos Jesuítas, contra os quais chegaram a travar uma guerra.
Que os Jesuítas ganharam...
Nós, Indios.
Lutar com Bravura, morrer com Honra!
Conquistador brilhante ou um líder sanguinário e cruel?
Uma mistura dos dois.
Aquela turma da "História Crítica" que citei acima por um bom tempo tentou pintar a figura de Cortés como um Adolf Hitler ibérico, exterminando povos indefesos diante da supremacia militar dos europeus.
Hoje qualquer um que assista The History Channel sabe que Cortés desembarcou na América com meia dúzia de gatos pingados, um punhado de armas de fogo que nem sempre funcionavam, uns tantos cavalos e talento espetacular para a estratégia, tanto militar quanto política.
Deu no que Deu.
Cortés fez muita sujeira, mas a civilização Azteca também não era flor que se cheire, daí a quase unânimidade dos povos dominados de se aliarem ao conquistador.
E ao contrário do que muitos dizem, os espanhóis podiam cruzar frequentemente a fronteira da barbárie, mas tinham também limites estabelecidos por seus princípios cristãos. A moralidade deles não era das melhores, mas não é verdade que não tinham nenhuma.
Nós, Indios.
Lutar com Bravura, morrer com Honra!
Em outras palavras, não dá para se julgar um país ou um povo a partir do comportamento dos soldados enviados para invadir outras terras.
Talvez um exemplo disto seja o que alguns americanos, inclusive uma mulher, fizeram no Iraque com prisioneiros.
Se eu fosse espanhol, não sei se consideraria ele um herói do meu país, já que conquistas militares não são o suficiente pra engrandecer alguém a exemplo de vida e muitas vezes foram comandadas por verdadeiros monstros.
A derrota dos aztecas foi um evento de tamanha magnitude que fica difícil de acreditar que ele não tenha utilizado todos os meios possíveis, a própria desobediência dele ao comandar a expedição mostra como era alguém disposto a passar dos limites.
Eu sou muito cético sobre o que sabemos daquela época... não por medo de manipulação ideológica, só acho que simplesmente não foi possível o conhecimento atravessar os séculos de forma íntegra.
Pra mim é um mistério como uma civilização guerreira tão poderosa caiu de uma forma tão patética. Era de se esperar que tivessem na própria cultura o ímpeto de se defenderem com bravura de ameaças como a que os espanhóis representavam.
Todas as questões que colocou são muito pertinentes.
Justamente por ter despertado temor e interesse Cortés é uma figura tão bem documentada historicamente, o que permite traçar um quadro bastante fidedigno de suas campanhas.
A queda da Confederação não é tão surpreendente quando considerados o grande exército que Cortés reuniu entre os povos brutalmente subjugados pelos Aztecas, a incomparável superioridade estratégica e, claro, aço e cavalos, mais do que as próprias armas de fogo.
E claro a diferença colossal entre as determinações.
Cortés sabia exatamente o que queria e planejou meticulosamente cada passo visando seus objetivos, enquanto o imperador Azteca é mostrado por vezes como um deslumbrado com a situação, outras como um indeciso e na melhor das hipóteses como um péssimo estrategista.
No mais, como sempre na História, a sorte foi elemento decisivo.
Houve momentos em que tudo parecia perdido para os espanhois e bastava que os nativos fizessem um ou dois movimentos certos naquele jogo e o venceriam. Fizeram todos os movimentos errados, falha mortal uma vez que o inimigo não lhes permitiu uma segunda chance.
Nós, Indios.
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