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Alguns Conselhos Para Aqueles Que Genuinamente Querem Ajudar Os Pobres.

CameronCameron Membro
Alguns conselhos para aqueles que genuinamente querem ajudar os pobres
por Hans F. Sennholz, quarta-feira, 31 de outubro de 2012

Se você está preocupado com a 'justiça social' e quer genuinamente ajudar os pobres a subir na vida de maneira permanente e independente, há alguns procedimentos que você pode seguir.


Sua primeira e imprescindível obrigação para com os pobres é: não se torne um deles e não faça com que outros se tornem um deles. Será muito mais difícil ajudar pessoas pobres se você ou seu vizinho se tornar pobre. Assim como você não deve se tornar pobre, você também não deve defender políticas que levem ao empobrecimento de ricos na crença de que isso levará ao enriquecimento dos pobres. Para o pobre, não interessa se foi você ou o seu vizinho que empobreceu por meio de medidas do governo; a situação dele não melhorará. Um rico empobrecido não cria um pobre enriquecido. A economia não é um jogo de soma zero.

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Não sendo pobre, você tem uma escolha: você pode dar o peixe para os pobres comerem ou você pode lhes arrumar um emprego e ensiná-los a pescar o peixe por conta própria — isto é, ensiná-los a serem seres humanos produtivos.


O que nos leva à sua segunda obrigação: se você quer ensinar os pobres a serem independentes e capazes de se auto-ajudar, comece dando o exemplo ainda dentro de sua própria casa. Crie seus filhos de maneira austera. Filhos independentes e não-mimados se tornam mais produtivos, mais solícitos, mais realistas e menos propensos a roubar ou a ser desonestos. No futuro, seu filho poderá servir de exemplo comportamental para aquelas pessoas que você está preocupado em ajudar.


Dado que todos vivemos no mesmo planeta (e não há como fugir dele — vivos), todos enfrentamos o mesmo problema sobre como alocar recursos escassos da maneira mais eficiente possível do modo a satisfazer desejos cada vez maiores (já são quase 7 bilhões de pessoas na terra). Há duas maneiras de se alocar recursos: 1) por meio da força, ou seja, por meio de decretos e coerções governamentais; ou 2) voluntariamente, por meio do sistema de preços fornecido pelo mercado.


Esta segunda maneira é mais duradoura e, logo, preferível para ser adotada com o intuito de sustentar a vida de um enorme número de pessoas. Por isso, é também sua obrigação explicar às pessoas — principalmente aos seus amigos igualmente sedentos por 'justiça social' — como funciona uma economia de mercado e por que apenas ela pode criar a maior quantidade possível de bens e serviços para os mais pobres, melhorando seu padrão de vida. Todo e qualquer sistema econômico socialista sempre culmina em escassez e em racionamento de recursos, exatamente o contrário do que você quer para os mais pobres.


Sua terceira obrigação para com os pobres é dar bons exemplos, de modo que eles se sintam estimulados a emular seu sucesso. Não minta, não roube, não trapaceie e não tome dinheiro das pessoas, tampouco utilize o governo para fazer isso por você. Não enriqueça por meio de políticas governamentais. Não aceite dinheiro nem privilégios do governo — dado que o governo nada cria, tudo o que ele lhe dá foi adquirido coercivamente de terceiros (na esmagadora maioria dos casos, contra a vontade de seus legítimos proprietários), uma medida que gera apenas ressentimento destes pagadores de impostos. Uma civilização que é erigida sobre o roubo e sobre privilégios não pode ser duradoura. Dê o exemplo não contribuindo para o perpetuamento deste arranjo.


Em um futuro muito próximo, será cada vez mais difícil para um indivíduo preservar sua riqueza. Governos falidos ao redor do mundo — consequência econômica inevitável de estados assistencialistas e inchados — estarão sedentos para confiscar quaisquer ativos remanescentes em uma desesperada tentativa de prolongar sua sobrevivência (mas sempre em nome do "bem público"). Os direitos individuais serão abolidos em nome do 'bem comum' e várias leis serão criadas com o intuito de tornar ilegal qualquer medida que vise a proteger a riqueza dos indivíduos mais ricos — e aí sim veremos uma verdadeira caça às bruxas.


Algumas pessoas acreditam que poderão evitar problemas caso voluntariamente entreguem seu dinheiro para o governo (ou peçam para que o governo o tribute). Pode ser, mas o fato é que durante a hiperinflação da França nos anos 1790, os ricos que não fugiram foram decapitados. Talvez a França tenha sido um caso extremo, mas a história mostra que sempre que os ricos foram pilhados por políticos populistas, os resultados não foram bonitos. Portanto, não empreste sua retórica e nem dê seu apoio a políticos ou movimentos políticos que defendam o confisco direto da riqueza dos mais ricos. Além de os pobres nunca terem sido beneficiados por tais medidas (algo economicamente impossível), você estará apenas aumentando o número de pobres.


Portanto, sua quarta obrigação para com os pobres é assegurar parte da sua riqueza para as gerações futuras. Dado que você genuinamente quer ajudar os pobres, acumule o máximo possível de ativos, trabalhe bastante e produza muita riqueza durante seu tempo de vida. Ao produzir riqueza, você não apenas estará empregando pessoas e enriquecendo-as também, como estará produzindo para toda a humanidade uma maior quantidade de bens e serviços. É assim que você fará com que as pessoas subam na vida.


Caso prefira o assistencialismo puro, você também tem a opção de distribuir toda a sua riqueza quando se aposentar ou quando morrer. Quanto mais riqueza você produzir, mais você poderá distribuir. Você tem liberdade de escolha. Em vez de folgadamente defender o esbulho da riqueza alheia, crie você próprio a sua riqueza e então a distribua para os pobres — ou, melhor ainda, empregue-os neste processo de criação de riqueza.


Durante este processo, você terá de saber manter seus ativos a salvo do perigo, evitando que sejam confiscados pelo governo ou que simplesmente sejam esbanjados e dissipados. É neste quesito que você terá seus maiores problemas, muito embora várias famílias já tenham demonstrado ser possível manter sua riqueza ao longo de gerações. Sua riqueza provavelmente estará na forma de ativos produtivos que são difíceis de serem movidos de um país para o outro. Isso tornará mais difícil se proteger do governo doméstico, que estará ávido para confiscar sua riqueza quando ele precisar do dinheiro. Conclusão: você terá de diversificar seus ativos ao redor do mundo, de modo que, quando o governo de um país se tornar muito ganancioso (sempre para ajudar os pobres), você terá outra base de operações da qual operar. Isso irá garantir que você se mantenha fiel à sua primeira obrigação para com os pobres. Quem disse que é fácil concorrer com o amor do governo pelos pobres?


Caso continue preferindo ensinar a pescar em vez de dar o peixe, sua quinta e última obrigação para com os pobres é legar em herança sua riqueza para alguém (ou para um grupo de pessoas) que irá dar continuidade ao seu trabalho de fazer deste mundo um lugar melhor para os pobres viverem, com uma maior produtividade e uma mais eficiente alocação de ativos. Esta poderá ser a tarefa mais difícil de todas.


Ser caridoso com a riqueza dos outros é uma delícia. Arregaçar as mangas e produzir por conta própria aquilo que você quer ver distribuído já é um pouco mais trabalhoso. Mas seu amor genuíno aos pobres servirá de estímulo todas as manhãs. Boa sorte!



Hans F. Sennholz (1922-2007) foi o primeiro aluno Ph.D de Mises nos Estados Unidos. Ele lecionou economia no Grove City College, de 1956 a 1992, tendo sido contratado assim que chegou. Após ter se aposentado, tornou-se presidente da Foundation for Economic Education, 1992-1997. Foi um scholar adjunto do Mises Institute e, em outubro de 2004, ganhou prêmio Gary G. Schlarbaum por sua defesa vitalícia da liberdade.

Tradução de Leandro Roque
Come with me if you wanna live.

Comentários

  • 4 Comentários sorted by Votes Date Added
  • CRIATUROCRIATURO Membro
    edited novembro 2012 Vote Up0Vote Down
    criaturo disse: o ex presidente lula cumpriu sua promessa de campanha, dizia ele: "Vou diminuir a pobreza neste pais"
    Eleito não perdeu tempo, abriu uma empresa de telecomunicação para o seu filho prestar serviços para o seu governo num contrato de milhões, isto prova que os politicos sempre falam a verdade nós que não sabemos interpretar suas verdadeiras intenções.
    Cameron disse: você também não deve defender políticas que levem ao empobrecimento de ricos na crença de que isso levará ao enriquecimento dos pobres

    o comunismo é uma idéia de pobre, pois se as pessoas são diferentes as diferenças sociais tornan-se naturais e desejaveis.
    Divida as riquezas igualmente e matematicamente todos passaram a serem pobres, mas num prazo muito pequeno a desigualdade se restabelecerá naturalmente, aparecendo ricos e pobres novamente.
    Se todos forem igualmente ricos , quem ira trabalhar pesado ?


    Cameron disse: Crie seus filhos de maneira austera. Filhos independentes e não-mimados se tornam mais produtivos
    Dou o exemplo, educo e obrigo a trabalhar sem dó, porque se os pais tem dó a sociedade não tem.

    Cameron disse: Dado que todos vivemos no mesmo planeta (e não há como fugir dele — vivos),

    o cara é espiritualista.
    Cameron disse: (já são quase 7 bilhões de pessoas na terra). Há duas maneiras de se alocar recursos:
    outra maneira seria um controle de natalidade efetivo


    Cameron disse: Em um futuro muito próximo, será cada vez mais difícil para um indivíduo preservar sua riqueza.
    isto não é pessimismo e sim uma previsão realista.

    beleza de texto!
    Post edited by CRIATURO on
    sinto logo existo!
    sem nenhuma consciência sem existências
  • Fernando_SilvaFernando_Silva Administrador, Moderador
    Empresários fazem muito mais do que simplesmente ajudar os pobres com seus impostos. Fazem muito mais do que se passassem o dia como voluntários no asilo da esquina. Asilos certamente ajudam os pobres, mas empregos acabam com a pobreza. E empresários dão emprego, não apenas em sua firma, mas também nas de seus fornecedores.

    Entretanto, pessoas de visão estreita e com a cabeça cheia de ideologias preferem ignorar isto e ver apenas a pobreza que ainda resta, defendendo soluções obtusas como tomar dos ricos para dar aos pobres.

    Elas precisam da existência dos pobres para que sua "justa indignação" faça sentido, para que possam posar de heróis da justiça social. Na verdade, o mais provável é que se limitem a criticar os ricos e o sistema, achando que com isto já fizeram o bastante.

    Ao pagarmos nossos impostos e ao elegermos criteriosamente nossos representantes, que se propõem a acabar com a pobreza, já fizemos nossa parte. E fazemos mais ainda ao sermos bons profissionais. Mesmo como empregados, estamos gerando riquezas e garantindo empregos. Não devemos satisfação nenhuma aos indignados de plantão. Eles que parem de acusar os outros e façam algo de concreto.
  • Fernando_SilvaFernando_Silva Administrador, Moderador
    edited novembro 2012 Vote Up0Vote Down
    O pobre não é pobre porque existe o rico. Na verdade, o pobre só não é mais pobre justamente porque existe o rico.
    O dinheiro que vai para o bolso do rico não é um dinheiro que saiu do bolso do pobre. É um dinheiro novo, que só passou a existir devido ao trabalho do rico.

    Defender a distribuição forçada das riquezas é cair no erro de achar que a quantidade total das riquezas de um país é constante e que tende a se acumular nas mãos de uns poucos. Pelo contrário, novas riquezas são constantemente geradas pelo trabalho e o que acontece é que alguns estão mais capacitados a gerá-las e acumulá-las do que outros.

    Se tirarmos dos ricos para dar aos pobres, em pouco tempo os ricos voltarão a ser ricos e os pobres voltarão a ser pobres. Ou, o que é pior, os ricos irão embora, em busca de um país que valorize seu trabalho produtivo e respeite seu direito à propriedade legitimamente obtida, deixando os pobres ainda mais pobres.
    É melhor que os pobres comam as migalhas que caem da mesa dos ricos que não haja migalhas por não haver ricos.

    A estatística mostra que mais de 90% dos ganhadores de loterias volta a ser pobre com o tempo, ou seja, eles não sabem usar o dinheiro para gerar dinheiro, sabem apenas gastá-lo. Os ricos são aqueles que sabem gerar riquezas novas.

    Existem, é claro, os parasitas que, sem produzir nada, vivem às custas dos que trabalham, mas este não é necessariamente o caso dos empresários, por exemplo. Para gente assim, existe a lei. A maioria dos empresários, pelo contrário, cria empregos e permite a sobrevivência dos que não têm a capacidade de serem, eles mesmos, empresários. Não importa se eles criarem suas empresas pensando apenas em seu próprio benefício; o que importa é que, para o bem de todos, eles existem.

    Há também o problema dos que nascem tão pobres que não têm a chance de fazer nada, mas, para isto, existem os impostos, através dos quais os ricos ajudam o governo a tentar dar chances iguais a todos através de condições mínimas de educação, segurança e saúde.

    A desigualdade social não é um problema em si. Reflete apenas o fato de que as pessoas são diferentes em suas capacidades e ambições. Pelo contrário, a desigualdade pode ser até um sinal da vitalidade de uma sociedade, de que é possível progredir.

    Não é a desigualdade que deve ser combatida e sim a falta de oportunidades e a extrema miséria. O ideal, embora utópico, seria dar a todos uma vida digna e a chance de progredir pelo próprio esforço, e não tentar acabar com as diferenças.

    "Os socialistas, e em especial os marxistas, sempre pensaram que existia um estado natural de abundância. Nada mais simples, portanto, que a economia de Robin Hood: tirar dos ricos para dar aos pobres." - Roberto Campos
    Post edited by Fernando_Silva on
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