Valdemiro pede 10% do salário que os fiéis gostariam de ter
Postado por Paulo Lopes
Criatividade do pastor fica mais afiada em final de ano, época do 13º salário.
Valdemiro Santiago (foto), chefe da Igreja Mundial, continua inovando na arrecadação de dízimo. Ele está pedindo na TV e em seus cultos que os fiéis deem em novembro e dezembro 10% do salário ou renda que gostariam de ter em 2013 [ver vídeo abaixo].
O trabalhador que gostaria de ter salário de R$ 3.000 — ele deu um exemplo — vai “devolver” [depositar na conta da igreja] R$ 300 nesses dois meses.
“Acredite naquilo que ainda não aconteceu”, disse aos fiéis. “Deus fez com que Jacó ficasse mais rico que o seu patrão.”
Ele afirmou que os nomes de quem participar dessa campanha serão inscritos no “Livro dos Dizimistas” que será levado ao final de dezembro ao Monte Carmelo, em Israel.
A criatividade de Valdemiro geralmente se expressa ao final do ano, quando os trabalhadores recebem o 13º salário. Nesta época de 2009, por exemplo, ele inventou o que passou a ser chamado de “trízimo”: 10% para o Pai, 10% para o Filho e 10% para o Espírito Santo.
"Você vai dar 10% do salário que quer ter"
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Acauan dos Tupis
Nós, Indios.
Lutar com Bravura, morrer com Honra!
E o pior é que vai ter trouxa que vai pagar esse dizimo fantasioso.
Eu sou o Doutor. Venho do planeta Gallifrey da constelação de Kasterborous. Com a minha nave, a TARDIS (Time And Relative Dimensions In Space (Tempo e Dimensões Relativas No Espaço) eu viajo por varios mundos e épocas combatendo as injustiças em minhas explorações. Eu o convido para me acompanhar em minhas aventuras, a maioria delas perigosas. Voce quer me acompanhar?
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Eu vi isso na TV. Bicho escroto é pouco como denominação para um sujeito desses. Ele não tem mais medida, não tem mais um mínimo de bom senso. Como pode ter pessoas que acreditam num tosco desses? E pior, autoridades constituídas posando ao lado dele...
O ateísmo é uma consequência em mim, não uma militância sistemática.
'' O homem sábio molda a sí mesmo, os tolos só vivem para morrer.'' (O Messias de Duna - F.Herbert)
Eu lembro do "trízimo", o cara realmente se supera na hora de tirar dinheiro dos tolos. Naquela época fiquei indignado com a notícia e, hoje, eu ri alto apenas em ler o título do tópico. O que está acontecendo comigo? Nem consigo mais ficar indignado...
Mas... Sério, eu fico com pena do trabalhador que ganha seu dinheirinho suado e depois, por dever religioso, entrega tudo nas mãos de canalhas como esse. Eu sei, eu sei, é uma escolha deles, mas até que ponto eles tem culpa de viverem nessa ilusão?
Ayyavazhi disse: Eu sei, eu sei, é uma escolha deles, mas até que ponto eles tem culpa de viverem nessa ilusão?
Note que o Valdemiro promete ganhos financeiros ao contribuinte e não ganhos espirituais.
Quem dá dinheiro pro Dito Cujo o faz pensando em obter lucro sem ter que trabalhar por ele, o que coloca os dois no mesmo nível de safadeza, mesmo que em diferentes níveis de esperteza.
Acauan dos Tupis
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Acauan disse: Note que o Valdemiro promete ganhos financeiros ao contribuinte e não ganhos espirituais.
Quem dá dinheiro pro Dito Cujo o faz pensando em obter lucro sem ter que trabalhar por ele, o que coloca os dois no mesmo nível de safadeza, mesmo que em diferentes níveis de esperteza.
Lembra-me de ter visto, não sei onde, mas era uma "nova" interpretação do significado do dízimo. Ao dar o dízimo "a Deus" o cálculo não era feito sobre os 10% do que o doador ganhou ou já tinha, mas sim o equivalente ao valor da graça pretendida. Assim, se ele desejava ganhar 3 milhões de reais, deveria dar a Deus um dízimo no valor de 300.000 reais, que seria então os 10% da graça desejada...
Ah! Se caso se endividasse todo, levantasse essa grana e não recebesse os 3 milhas pretendidos, seria porque você não deu com fé e sim por interesse e aí Deus não lhe atendeu e, é claro, não adianta reclamar a devolução dos 300.000 já doados...
Darkside disse: Por que isso não é considerado estelionato?
É uma questão técnica...
Segundo o Código Penal, Art. 171 (o famoso) estelionato é "obter, para si ou para outrem, vantagem ilícita, em prejuízo alheio, induzindo ou mantendo alguém em erro, mediante artifício, ardil, ou qualquer outro meio fraudulento".
Serve como uma luva pro Valdemiro, mas qualquer advogado de porta de cadeia meteria a questão da liberdade religiosa no meio e faria facilmente um angu de caroço prá defender o "Apóstolo" desta acusação.
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Acauan dos Tupis
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Será mesmo que ele está "induzindo ou mantendo alguém em erro, mediante artifício, ardil, ou qualquer outro meio fraudulento"?
Porque não tem fiel ali, por mais estúpido que seja, que dê ao pastor o dinheiro com mesma expectativa com que o dá a um banco para, mais tarde, sacar o principal mais os juros, por exemplo.
Sinceramente, não vejo como desonestidade o uso da "liberdade religiosa" para defesa, neste caso.
***
Uma forma mais curta e grossa de dizer a mesma coisa acima é: quem leva gente assim a sério, tem mais é que perder todo o salário do mês mesmo.
calexo disse: Porque não tem fiel ali, por mais estúpido que seja, que dê ao pastor o dinheiro com mesma expectativa com que o dá a um banco para, mais tarde, sacar o principal mais os juros, por exemplo.
Sinceramente, não vejo como desonestidade o uso da "liberdade religiosa" para defesa, neste caso.
Mas há ali fiel que dá ao pastor dinheiro com a mesma expectativa de quem compra o "bilhete premiado" do cara que o ofereceu na rua.
Acauan dos Tupis
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Mas há ali fiel que dá ao pastor dinheiro com a mesma expectativa de quem compra o "bilhete premiado" do cara que o ofereceu na rua.
De qualquer forma, mantenho a pergunta: haverá mesmo alguém ali que veja a oferta do dízimo como uma operação de mesma natureza que a compra de um bilhete premiado, de um zé mané qualquer nas ruas da cidade?
Isto me parece um grande exagero.
Todo mundo sabe que aquilo ali é religião, por mais descaradas que sejam as palavras do pastor. Todo mundo entende que, além da oferta do dízimo, a recompensa do salário maior exige também o elemento intangível da fé. Até porque não é o pastor quem paga o salário deles...
Só mudando de assunto: fui numa igreja Presbiteriana para o casamento do afilhado de minha mãe e lá vi várias plaquinhas enfatizando a palavra Dízimo (uma com o dizer de ser Bíblico). Achei bem esquisito.
“Só tenho para oferecer sangue, sofrimento, lágrimas e suor.”
― Winston Churchill
calexo disse: De qualquer forma, mantenho a pergunta: haverá mesmo alguém ali que veja a oferta do dízimo como uma operação de mesma natureza que a compra de um bilhete premiado, de um zé mané qualquer nas ruas da cidade?
O cara que compra o bilhete premiado também não vê nada de errado na natureza da operação. Só vê quando já é tarde demais.
calexo disse: Todo mundo sabe que aquilo ali é religião, por mais descaradas que sejam as palavras do pastor. Todo mundo entende que, além da oferta do dízimo, a recompensa do salário maior exige também o elemento intangível da fé. Até porque não é o pastor quem paga o salário deles...
Difícil dizer o que "todo mundo sabe" quando o todo mundo em questão atende aos apelos de um sujeito que no fim de ano manda seus fiéis darem 30% do total de sua renda à Igreja, décimo terceiro incluso, justificando como sendo 10% para o Pai, 10% para o Filho e 10% para o Espírito Santo.
Também difícil enxergar o "elemento intangível da Fé" nesta já referida combinação infeliz de vigarice, ganância e estupidez.
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O cara que compra o bilhete premiado também não vê nada de errado na natureza da operação. Só vê quando já é tarde demais.
Eu me referia à natureza comercial da operação. Não é como comprar um bilhete (seja ou não de um estelionatário). Não há trato entre o pastor e os fiéis. Eles pagam o dízimo e esperam a recompensa material das mãos de Deus. Ninguém é enganado - a não ser por si mesmo.
Difícil dizer o que "todo mundo sabe" quando o todo mundo em questão atende aos apelos de um sujeito que no fim de ano manda seus fiéis darem 30% do total de sua renda à Igreja, décimo terceiro incluso, justificando como sendo 10% para o Pai, 10% para o Filho e 10% para o Espírito Santo.
Também difícil enxergar o "elemento intangível da Fé" nesta já referida combinação infeliz de vigarice, ganância e estupidez.
Os fiéis, que pagam o dízimo, sabem e enxergam. Tanto que o número de neopentecostais brasileiros está nos milhões há muitos anos, e devem ser pouquíssimos, se é que há, os que foram à polícia prestar queixa da igreja porque não foram abençoados por Deus como o pastor prometera, ou porque não receberam o aumento no contracheque. É o que se espera de quem se sente vítima de estelionato.
Não simpatizo com o neopentecostalismo. Mas "estelionato", só se for em sentido figurado.
calexo disse: Eu me referia à natureza comercial da operação. Não é como comprar um bilhete (seja ou não de um estelionatário). Não há trato entre o pastor e os fiéis. Eles pagam o dízimo e esperam a recompensa material das mãos de Deus. Ninguém é enganado - a não ser por si mesmo.
Não é essa a opinião do Ministério Público Federal, que deve entender um pouco do assunto:
calexo disse: Os fiéis, que pagam o dízimo, sabem e enxergam. Tanto que o número de neopentecostais brasileiros está nos milhões há muitos anos, e devem ser pouquíssimos, se é que há, os que foram à polícia prestar queixa da igreja porque não foram abençoados por Deus como o pastor prometera, ou porque não receberam o aumento no contracheque. É o que se espera de quem se sente vítima de estelionato.
Joguei no google as palavras "fiel estelionato igreja" e obtive 328.000 respostas. Logo na primeira página dez denúncias de fiéis contra suas respectivas igrejas (ou ex-igrejas) por estelionatos.
E também uma pequena parcela das vítimas do conto do bilhete premiado prestam queixa na polícia, pelo óbvio motivo de temerem a humilhação de expor sua condição de otários.
calexo disse:
Não simpatizo com o neopentecostalismo. Mas "estelionato", só se for em sentido figurado.
Como eu disse, não é esta a opinião do Ministério Público Federal:
O estelionato, segundo o MPF, ficou caracterizado quando Macedo e seus aliados "obtiveram de pessoas desesperadas, psicologicamente debilitadas ou movidas pela fé e/ou ambição, vantagens econômicas indevidas consistentes nas contribuições de centenas de milhares de fiéis, mediante artifício caracterizado pelo oferecimento de falsas promessas e ameaças de que o socorro espiritual e econômico somente alcançaria aqueles que se sacrificassem economicamente pela Igreja".
O Estado de São Paulo, 13 de setembro de 2011 | 0h 00
Acauan dos Tupis
Nós, Indios.
Lutar com Bravura, morrer com Honra!
Acauan disse: E também uma pequena parcela das vítimas do conto do bilhete premiado prestam queixa na polícia, pelo óbvio motivo de temerem a humilhação de expor sua condição de otários.
Imagino a cena, os oficiais de polícia e o delegado sendo obrigados a segurar a gargalhada quando uma dessas vítimas comunica esse tipo de crime.
Joguei no google as palavras "fiel estelionato igreja" e obtive 328.000 respostas. Logo na primeira página dez denúncias de fiéis contra suas respectivas igrejas (ou ex-igrejas) por estelionatos.
Dá para considerar uma pessoa emocionalmente debilitada, que se deixa levar por estes pastores, como safada no mesmo nível deles?
Tem casos e casos...
Foi mesmo descabido o que eu disse sobre poucos fiéis processarem (embora eu não saiba dizer o quanto isso representa no total de fiéis). Mas estava pensando mais no crente médio, que paga o seu dízimo/trízimo e compra meia abençoada.
calexo disse: Mas "estelionato", só se for em sentido figurado.
O fato de haver pouca ou nenhuma queixa de estelionato contra as igrejas é só uma consequência do que você chamou de caráter intangível da fé, com o qual concordo. O fiel é doutrinado para aceitar que seus pedidos sejam negados por Deus, sempre por algum demérito do próprio fiel. Ora, se ele não acreditasse nisso, não estaria na igreja e, se acredita, não faz o menor sentido prestar queixa à polícia.
Do ponto de vista do fiel, ele acredita estar em uma jornada espiritual, fazendo as coisas que Deus quer que ele faça. Há um suposto representante de Deus lhe dizendo todas essas verdades e pavimentando o caminho que ele deve seguir. É por isso que sou “um pouco” menos intolerante que os demais colegas do fórum. E, afinal de contas, que mal há em querer um salário melhor, uma vida com menos privações? Se as pessoas acreditam que esses benefícios são dádivas divinas, e que Deus poderá concedê-las em troca de um pequeno sacrifício, eles farão esse esforço (neste caso, financeiro) sem nenhum dilema moral a lhes atormentar a consciência. Pelo contrário, talvez a consciência lhes cobre quando a “graça” não é alcançada, pois ficará claro que não são merecedores.
Do ponto de vista do líder da igreja, o estelionato está sobejamente caracterizado, como reza (sem trocadilho) a letra da lei, postada pelo Acauan. A indústria da fé é uma forma de estelionato seguro e lucrativo, oferecendo retorno certo a um risco mínimo. Os tais autodenominados pastores e bispos sabem disso, e sabem como tirar o dinheiro dos fiéis. São estelionatários mais competentes que os outros, mas são estelionatários.
calexo disse:
Dá para considerar uma pessoa emocionalmente debilitada, que se deixa levar por estes pastores, como safada no mesmo nível deles?
Nos testemunhos apresentados nos programas de TV do Valdemiro Santiago são recorrentes os relatos de fiéis que alegam que suas dívidas desapareceram milagrosamente por conta da posse de determinada mercadoria abençoada vendida pela igreja.
Pastores que vendem toalhinhas, meias ou fronhas que fazem desaparecer dívidas são safados no mesmo nível dos fiéis que as compram com a intenção de tornar Deus cúmplice de seus almejados calotes.
calexo disse: Todo mundo sabe que aquilo ali é religião, por mais descaradas que sejam as palavras do pastor. Todo mundo entende que, além da oferta do dízimo, a recompensa do salário maior exige também o elemento intangível da fé. Até porque não é o pastor quem paga o salário deles...
Teve um dia que, se não me engano foi o Sybok, que os pais da noiva dele disseram que não estavam conseguindo prosperar mesmo sendo fieis de uma igreja evangelica. Eu respondi que o certo era a pessoa fazer um acerto com o pastor. O pastor envia os fieis para a loja do cara, ele prospera e depois vai na reunião da prosperidade dizer a todo mundo que deus abençoou o negocio deles.
Agora imagine um fiel vendo um ex-ze-mané de pobre ficar rico e dizer que foi deus que ajudou na prosperação? O cara vai ficar louco de ganancia pra ficar rico igual ao cara, onde ele é facilmente enganado.
É mais ou menos assis que funciona.
Eu sou o Doutor. Venho do planeta Gallifrey da constelação de Kasterborous. Com a minha nave, a TARDIS (Time And Relative Dimensions In Space (Tempo e Dimensões Relativas No Espaço) eu viajo por varios mundos e épocas combatendo as injustiças em minhas explorações. Eu o convido para me acompanhar em minhas aventuras, a maioria delas perigosas. Voce quer me acompanhar?
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Fernando_Silva disse: O Facebook está cheio de mensagens babacas do tipo "Se Deus está demorando é porque ele está preparando algo muito especial para você".
Exatamente. A religião consegue justificar qualquer coisa. Dando certo ou dando errado, está tudo de acordo com os planos de Deus para nós. É difícil lutar contra isso, é difícil vencer quem tem todas as respostas.
Por falar em estelionado, na Folha de 16 de novembro de 2012, salvo engano, foi informado que a ÚLTIMA ação movida contra ela pela Universal e vários de seus fiéis foi julgada improcedente e arquivada. Parece-me que em alguns casos os juízes entenderam que se tratava de litigância de má fé e determinou que os fiéis que moveram a ação pagassem as custas. Alguém aí sabe me dizer se a Universal ressarciu os fiéis que batalharam em sua defesa?
Eu sou o Doutor. Venho do planeta Gallifrey da constelação de Kasterborous. Com a minha nave, a TARDIS (Time And Relative Dimensions In Space (Tempo e Dimensões Relativas No Espaço) eu viajo por varios mundos e épocas combatendo as injustiças em minhas explorações. Eu o convido para me acompanhar em minhas aventuras, a maioria delas perigosas. Voce quer me acompanhar?
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'' O homem sábio molda a sí mesmo, os tolos só vivem para morrer.'' (O Messias de Duna - F.Herbert)
Note que o Valdemiro promete ganhos financeiros ao contribuinte e não ganhos espirituais.
Quem dá dinheiro pro Dito Cujo o faz pensando em obter lucro sem ter que trabalhar por ele, o que coloca os dois no mesmo nível de safadeza, mesmo que em diferentes níveis de esperteza.
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Por que isso não é considerado estelionato?
Ah! Se caso se endividasse todo, levantasse essa grana e não recebesse os 3 milhas pretendidos, seria porque você não deu com fé e sim por interesse e aí Deus não lhe atendeu e, é claro, não adianta reclamar a devolução dos 300.000 já doados...
É uma questão técnica...
Segundo o Código Penal, Art. 171 (o famoso) estelionato é "obter, para si ou para outrem, vantagem ilícita, em prejuízo alheio, induzindo ou mantendo alguém em erro, mediante artifício, ardil, ou qualquer outro meio fraudulento".
Serve como uma luva pro Valdemiro, mas qualquer advogado de porta de cadeia meteria a questão da liberdade religiosa no meio e faria facilmente um angu de caroço prá defender o "Apóstolo" desta acusação.
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Porque não tem fiel ali, por mais estúpido que seja, que dê ao pastor o dinheiro com mesma expectativa com que o dá a um banco para, mais tarde, sacar o principal mais os juros, por exemplo.
Sinceramente, não vejo como desonestidade o uso da "liberdade religiosa" para defesa, neste caso.
***
Uma forma mais curta e grossa de dizer a mesma coisa acima é: quem leva gente assim a sério, tem mais é que perder todo o salário do mês mesmo.
Mas há ali fiel que dá ao pastor dinheiro com a mesma expectativa de quem compra o "bilhete premiado" do cara que o ofereceu na rua.
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De qualquer forma, mantenho a pergunta: haverá mesmo alguém ali que veja a oferta do dízimo como uma operação de mesma natureza que a compra de um bilhete premiado, de um zé mané qualquer nas ruas da cidade?
Isto me parece um grande exagero.
Todo mundo sabe que aquilo ali é religião, por mais descaradas que sejam as palavras do pastor. Todo mundo entende que, além da oferta do dízimo, a recompensa do salário maior exige também o elemento intangível da fé. Até porque não é o pastor quem paga o salário deles...
― Winston Churchill
O cara que compra o bilhete premiado também não vê nada de errado na natureza da operação. Só vê quando já é tarde demais.
Difícil dizer o que "todo mundo sabe" quando o todo mundo em questão atende aos apelos de um sujeito que no fim de ano manda seus fiéis darem 30% do total de sua renda à Igreja, décimo terceiro incluso, justificando como sendo 10% para o Pai, 10% para o Filho e 10% para o Espírito Santo.
Também difícil enxergar o "elemento intangível da Fé" nesta já referida combinação infeliz de vigarice, ganância e estupidez.
Nós, Indios.
Lutar com Bravura, morrer com Honra!
Eu me referia à natureza comercial da operação. Não é como comprar um bilhete (seja ou não de um estelionatário). Não há trato entre o pastor e os fiéis. Eles pagam o dízimo e esperam a recompensa material das mãos de Deus. Ninguém é enganado - a não ser por si mesmo.
Os fiéis, que pagam o dízimo, sabem e enxergam. Tanto que o número de neopentecostais brasileiros está nos milhões há muitos anos, e devem ser pouquíssimos, se é que há, os que foram à polícia prestar queixa da igreja porque não foram abençoados por Deus como o pastor prometera, ou porque não receberam o aumento no contracheque. É o que se espera de quem se sente vítima de estelionato.
Não simpatizo com o neopentecostalismo. Mas "estelionato", só se for em sentido figurado.
Não é essa a opinião do Ministério Público Federal, que deve entender um pouco do assunto:
MPF denuncia Edir Macedo por estelionato
Joguei no google as palavras "fiel estelionato igreja" e obtive 328.000 respostas. Logo na primeira página dez denúncias de fiéis contra suas respectivas igrejas (ou ex-igrejas) por estelionatos.
E também uma pequena parcela das vítimas do conto do bilhete premiado prestam queixa na polícia, pelo óbvio motivo de temerem a humilhação de expor sua condição de otários.
Como eu disse, não é esta a opinião do Ministério Público Federal:
Nós, Indios.
Lutar com Bravura, morrer com Honra!
Dá para considerar uma pessoa emocionalmente debilitada, que se deixa levar por estes pastores, como safada no mesmo nível deles?
Tem casos e casos...
Foi mesmo descabido o que eu disse sobre poucos fiéis processarem (embora eu não saiba dizer o quanto isso representa no total de fiéis). Mas estava pensando mais no crente médio, que paga o seu dízimo/trízimo e compra meia abençoada.
O fato de haver pouca ou nenhuma queixa de estelionato contra as igrejas é só uma consequência do que você chamou de caráter intangível da fé, com o qual concordo. O fiel é doutrinado para aceitar que seus pedidos sejam negados por Deus, sempre por algum demérito do próprio fiel. Ora, se ele não acreditasse nisso, não estaria na igreja e, se acredita, não faz o menor sentido prestar queixa à polícia.
Do ponto de vista do fiel, ele acredita estar em uma jornada espiritual, fazendo as coisas que Deus quer que ele faça. Há um suposto representante de Deus lhe dizendo todas essas verdades e pavimentando o caminho que ele deve seguir. É por isso que sou “um pouco” menos intolerante que os demais colegas do fórum. E, afinal de contas, que mal há em querer um salário melhor, uma vida com menos privações? Se as pessoas acreditam que esses benefícios são dádivas divinas, e que Deus poderá concedê-las em troca de um pequeno sacrifício, eles farão esse esforço (neste caso, financeiro) sem nenhum dilema moral a lhes atormentar a consciência. Pelo contrário, talvez a consciência lhes cobre quando a “graça” não é alcançada, pois ficará claro que não são merecedores.
Do ponto de vista do líder da igreja, o estelionato está sobejamente caracterizado, como reza (sem trocadilho) a letra da lei, postada pelo Acauan. A indústria da fé é uma forma de estelionato seguro e lucrativo, oferecendo retorno certo a um risco mínimo. Os tais autodenominados pastores e bispos sabem disso, e sabem como tirar o dinheiro dos fiéis. São estelionatários mais competentes que os outros, mas são estelionatários.
Nos testemunhos apresentados nos programas de TV do Valdemiro Santiago são recorrentes os relatos de fiéis que alegam que suas dívidas desapareceram milagrosamente por conta da posse de determinada mercadoria abençoada vendida pela igreja.
Pastores que vendem toalhinhas, meias ou fronhas que fazem desaparecer dívidas são safados no mesmo nível dos fiéis que as compram com a intenção de tornar Deus cúmplice de seus almejados calotes.
E padrões e padrões.
Nós, Indios.
Lutar com Bravura, morrer com Honra!
Teve um dia que, se não me engano foi o Sybok, que os pais da noiva dele disseram que não estavam conseguindo prosperar mesmo sendo fieis de uma igreja evangelica. Eu respondi que o certo era a pessoa fazer um acerto com o pastor. O pastor envia os fieis para a loja do cara, ele prospera e depois vai na reunião da prosperidade dizer a todo mundo que deus abençoou o negocio deles.
Agora imagine um fiel vendo um ex-ze-mané de pobre ficar rico e dizer que foi deus que ajudou na prosperação? O cara vai ficar louco de ganancia pra ficar rico igual ao cara, onde ele é facilmente enganado.
É mais ou menos assis que funciona.
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Exatamente. A religião consegue justificar qualquer coisa. Dando certo ou dando errado, está tudo de acordo com os planos de Deus para nós. É difícil lutar contra isso, é difícil vencer quem tem todas as respostas.
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